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DISCURSIVA PARA TST – Discursiva II

Profa. Júnia Andrade e Déborah Paiva

Queridos alunos.

Estamos na última aula de nosso curso!

Sendo esta a última aula de nosso curso, irei postar a grade de correção dos
temas propostos para a redação.

Peço que não olhem a grade antes de elaborarem as suas redações.

Assim, postarei os temas no início desta aula e a grade ao final.

Dentre os temas da aula de hoje, selecionei a Reclamação Correicional.

A FCC pela primeira vez abordou tal tema em seu edital. Assim, precisamos
dar uma atenção especial a ele.

Como ocorreu atraso na postagem da aula passada, estamos recebendo as


redações passadas.

As redações da aula de hoje ficam então com um prazo maior para entrega,
que será até o dia 10 de Agosto.

Vamos, então, a nossa aula de hoje!

Apresentação de temas para escolha e desenvolvimento de redação:

Tema O1: Maria, desempregada há mais de dois anos foi chamada para uma
entrevista de emprego na empresa Luz e Flor Ltda. Chegando lá a diretora da
empresa solicitou a Maria a apresentação de um exame para investigar uma
possível gravidez ou um atestado de esterilização, como requisito para
admissão ao emprego. Disserte sobre a atitude da empresa, enfocando os
aspectos pertinentes ao Direito Constitucional, Direito do Trabalho e Direito
Penal.

Tema O2: Disserte sobre a unicidade sindical preconizada na Constituição


federal. Aborde também o Princípio da liberdade sindical.

Tema O3: Disserte sobre a reclamação correicional, abordando a sua natureza


jurídica e o seu cabimento no Processo do Trabalho.

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Pontos Importantes em relação aos temas apresentados na aula


passada que deverão constar da redação:

Tema O1: (TRT-MG – 2012) Um servidor público estatutário está cedido


para uma sociedade de economia mista e quer exercer o seu direito de ação.
Onde deve deduzir sua pretensão? Fundamente. (direito Constitucional, Direito
Administrativo, Direito processual Civil e Direito Processual do Trabalho).

Fundamento
Legal e doutrinário

O regime jurídico do servidor público estatutário está vinculado à


Administração Direta, sendo a Justiça do Trabalho incompetente para tratar de
relação de ordem estatutária em decorrência da interpretação que o STF deu
ao art. 114, I da CF/88.

O STF pacificou o entendimento de que não compete à Justiça do Trabalho os


julgamentos de processos nos quais são partes os servidores públicos
vinculadas à Administração Pública por vínculo de natureza estatutária.

Através de um ato discricionário de conveniência e oportunidade da


Administração Pública é permitida a cessão de um servidor para a
Administração Pública Direta e Indireta, desde que haja interesse público.

Geralmente, o ônus de pagar a remuneração do servidor recairá sobre o órgão


cessionário.

A competência material da Justiça do Trabalho é determinada pela natureza da


pretensão posta em juízo. Assim, a competência para a apreciação da ação
ajuizada pelo servidor estatutário cedido à Sociedade de Economia Mista
depende da natureza e das condições da cessão.

Quando a cessão transferir à cessionária o pagamento da remuneração do


servidor público (Art. 93, parágrafo 1º da Lei 8.112/91) e a pretensão versar
exclusivamente sobre as parcelas de natureza trabalhista o servidor deverá
interpor a ação perante uma Vara do Trabalho da localidade em que prestar
serviços à cessionária (art. 114, I da CF/88 e art. 651, caput da CLT).

Quando a responsabilidade pela remuneração do servidor for mantida com o


ente público cedente (art. 93, parágrafo 2º da Lei 8112/91) e a demanda
versar sobre parcelas e direitos assegurados pelo Estatuto a competência será
da Justiça Comum Federal ou Estadual (dependendo da parte que figurar no
pólo passivo), no foro do domicílio do réu (art. 94 do CPC).

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Premissa Maior EC 45/2004.


Art. 114, I da CF/88.
ADI 3.365-6
Art. 93 da Lei 8112/91.
Art. 37, V e X da CF/88.
Art. 94 do CPC.
Art. 651 da CLT.

Premissa Menor Falar da nova redação dada ao art.


114, I da CF/88 pela Emenda
Constitucional 45/2004, citando a
interpretação dada pelo STF.

Conceituar a cessão e a
responsabilidade pelo pagamento
da remuneração do servidor.

Conclusão
Concluir falando sobre a
competência ou não da Justiça do
Trabalho.

Tema O2: (Questão elaborada pela professora) Foi noticiado em um


jornal de grande circulação que devido a uma enorme quantidade de roubos de
lingerie em uma empresa, as suas funcionários eram obrigadas a despir-se ao
final da jornada, bem como a apresentar a bolsa e os pertences para revista.
Agiu corretamente a empresa? Discorra sobre a revista íntima e o
posicionamento do ordenamento jurídico pátrio e da jurisprudência a respeito
do tema.

Fundamento
Legal e doutrinário

A revista íntima é expressamente proibida quanto às trabalhadoras, de


maneira geral, quando for realizada por homens (art. 373- A, VI da CLT). É
oportuno ressaltar que a jurisprudência considera lícita a revista íntima
efetuada por trabalhador do mesmo sexo.

É importante analisar as circunstâncias de cada caso concreto apresentado,


quando ocorrer abuso por parte dos empregadores, ferindo a dignidade do
trabalhador, a revista será considerada ilícita e ensejará a reparação por dano
moral.

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É importante falar das revistas aos pertences do empregado. As revistas em


bolsas e sacolas não são consideradas revistas íntimas pela jurisprudência
majoritária, sendo, portanto permitida, desde que não haja abuso e que haja
efetiva necessidade da revista pelo segmento empresarial, que não poderá
exercitar o poder fiscalizatório por outros meios menos invasivos.

Premissa Maior Art. 373 – A, VI da CLT.


Princípio da dignidade do
trabalhador.
Direitos da Personalidade.
Limites ao poder diretivo.
Premissa Menor Estabelecer os limites ao poder
patronal de proceder às revistas
íntimas. Analisar a posição
jurisprudencial a respeito.
Conclusão Concluir, posicionando-se quanto
à atitude da empresa.

Observem julgados sobre o tema:

TRT3: É ilegal a revista pessoal que submete empregado a


constrangimentos
Data: 24/07/2012
Muitas vezes, com o intuito de proteger seu patrimônio, o empregador adota condutas
abusivas capazes de ofender a honra e a dignidade do trabalhador. É certo que a revista de
bolsas e pertences dos empregados no final da jornada pode fazer parte do poder diretivo do
empregador. Mas, essa prática deve sofrer certas limitações, como qualquer outro exercício de
poder. Esse tema foi abordado pelo juiz substituto Júlio Corrêa de Melo Neto no julgamento de
uma ação recebida pela 36ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte. Em sua análise, o magistrado
concluiu que a empresa não agiu com a necessária cautela ao expor a empregada perante os
demais colegas como suspeita de algum delito."Com efeito, no entendimento deste julgador, é
vexaminoso para o trabalhador, ao cabo da sua prestação de serviços, ser visto pelo
empregador com a patente suspeita de desonesto, mormente pelo fato de que o contrato de
trabalho pressupõe a fidúcia entre as partes", completou.
A trabalhadora relatou que era submetida a revistas pessoais, realizadas perante os clientes da
loja e os demais empregados, sempre em tom de deboche. A empresa afirmou que os
empregados tinham que mostrar ao segurança os produtos adquiridos durante o expediente,
tudo feito de forma genérica e sem humilhação. Entretanto, segundo registrou o magistrado, os
depoimentos das testemunhas e do preposto da reclamada foram suficientes para comprovar
os fatos narrados pela trabalhadora, evidenciando-se a prática de revista pessoal abusiva e
ilegal por parte da empresa. Embora não se possa falar em revista íntima, já que, no caso, eram
examinados somente os pertences do empregado, o juiz constatou que a revista se dava na
presença de outros trabalhadores, sendo realizada por seguranças, todos os dias, o que traduz
flagrante ofensa à dignidade da pessoa humana.

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O julgador considerou excessivo e imprudente o ato de exigir da reclamante o gesto


humilhante de abrir sua bolsa para o desconfiado empregador, principalmente num contexto
de evolução tecnológica, no qual já existem outros sistemas mais modernos de proteção ao
patrimônio da empresa. Portanto, concluindo que os meios adotados são inadequados e não
justificam o objetivo da defesa patrimonial, o juiz sentenciante condenou a reclamada ao
pagamento de uma indenização por danos morais, fixada em R$3000,00. Além disso, a
sentença declarou a rescisão indireta do contrato de trabalho da reclamante, tendo em vista
que a empresa descumpriu várias obrigações contratuais.
Ao finalizar, o julgador ponderou: "O trabalhador, quando transpõe os umbrais da fábrica, do
escritório ou de qualquer estabelecimento do empregador não se despe dos direitos de
personalidade. Deve, é certo, submeter-se às normas da empresa (desde que afinadas ao
sistema juslaboral) e dedicar-se, com boa-fé, na execução de suas tarefas, mas sua
personalidade remanesce protegida, pelo manto do sistema jurídico e, pois, mantém o direito
de preservar seu nome, sua imagem, seus sentimentos de autoestima, como pessoa e
trabalhador, que se constrói, dignamente, pela força de seu trabalho".
( 0000749-08.2011.5.03.0136 RO ) Fonte: www.trt3.jus.br

TST: Revista íntima não caracteriza dano moral para


empregados da Itabuna Têxtil
Data: 23/03/2012
Sob o fundamento de que a revista pessoal, por si só, não enseja condenação por danos morais,
a Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou pedido de indenização formulado
em reclamação trabalhista por um empregado que alegava constrangimento em face da revista
diária a que era submetido na empresa Itabuna Têxtil S.A. A Turma, ao decidir, considerou as
razões expressas no acórdão do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (BA) que, de igual
modo, não reconheceu a existência de dano moral no procedimento da empresa, pois a revista
era realizada de forma aleatória (por sorteio eletrônico), em local reservado, por funcionário do
mesmo sexo.
Na inicial, o trabalhador afirmou que se sentia constrangido diante dos colegas ao ter que,
diariamente, mostrar as peças íntimas que estava usando, pois a empresa submetia os
funcionários a esse procedimento, forçando-os a se despirem, para verificar se estavam
levando alguma peça da produção. O trabalhador enfatizou ainda que, em virtude de tal
prática, perante a sociedade formava-se o convencimento de que os funcionários daquela
fábrica não eram dignos de confiança.
Na Segunda Turma, o ministro-relator, José Roberto Freire Pimenta, salientou que o Regional
não mencionou nenhuma conduta da empresa que tenha extrapolado os limites do seu poder
diretivo e fiscalizatório. Desta forma, o procedimento do empregador não configura prática de
ilícito que enseje dano passível de reparação.
O relator acrescentou que o acolhimento da alegação do reclamante de que, na revista, tinha
que mostrar parte das suas peças íntimas pressupõe o reexame de matéria fática,
procedimento vedado pela Súmula nº 126 do TST. A Turma, à unanimidade, não conheceu do
recurso de revista do empregado.
(Raimunda Mendes/CF) - Processo: RR-96400-38.2007.5.05.0464 - Fonte: www.tst.jus.br

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TST: Distribuidora farmacêutica é absolvida de indenizar


empregado revistado de cueca
Data: 12/01/2012
Um trabalhador que ficava só de cueca enquanto o encarregado da empresa realizava vistoria
visual para certificar que não havia desvio dos produtos comercializados não será indenizado
por danos morais, como pretendia. Por maioria, a Quarta Turma do Tribunal Superior do
Trabalho decidiu excluir da condenação o pagamento da indenização, conforme voto do
ministro Fernando Eizo Ono. O relator do caso considerou justificável o tipo de revista íntima
por que passavam os funcionários da Distribuidora Farmacêutica Panarello, de Pernambuco,
por levar em conta que a empresa comercializava medicamentos de venda controlada (com
substâncias entorpecentes e psicotrópicas) e havia necessidade de controle rigoroso da saída
desses produtos do estabelecimento.
A empresa recorreu ao TST depois que o Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (PE)
manteve a sentença de origem que a condenara ao pagamento de indenização de R$40mil por
dano moral. Segundo o TRT, a revista expunha o trabalhador a situações vexatórias e
humilhantes, e cabia ao empregador investir em outros meios de segurança e controle dos
medicamentos comercializados.
No recurso de revista ao TST, a distribuidora sustentou que a vistoria era feita de forma
coletiva ou individual (a critério do empregado), sem contato físico (apenas visual), em sala
privativa e por encarregado do mesmo sexo do empregado vistoriado. A partir de novembro de
2003, informou, as inspeções passaram a ser feitas por meio de bastão eletromagnético
(detector de metais).
O relator do recurso, ministro Eizo Ono, destacou que a questão a ser discutida era se a revista
íntima era necessária, justa e adequada, a fim de evitar o desvio de substâncias entorpecentes e
psicotrópicas da empresa. Para a ministra Maria de Assis Calsing, a revista poderia ser feita de
forma menos humilhante para o trabalhador, como, por exemplo, por meio de aparelho. Por
esse motivo, divergiu do relator e defendeu o pagamento da indenização.
Com apoio do ministro Milton de Moura França, saiu vitoriosa a tese do relator no sentido de
que a empresa deve cercar-se de todos os cuidados para impedir o desvio de remédios, cuja
venda atualmente sofre controle rigoroso dos órgãos fiscalizadores da Vigilância Sanitária e do
Ministério da Saúde. Ainda de acordo com o ministro Eizo Ono, o direito do empregado de ter
garantida a sua privacidade e intimidade (nos termos do artigo 5º, inciso X, da Constituição
Federal) não é absoluto: a revista íntima, realizada sem excessos ou abusos, prevalece sobre o
direito de intimidade quando existir interesse público relativo à segurança da sociedade (como
na hipótese).
(Lilian Fonseca/CF)
Processo: RR-162400-53.2005.5.06.0014
Fonte: www.tst.jus.br

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Tema O3: (Questão elaborada pela professora) Discorra sobre a proteção


jurídica conferida pela ordem jurídica internacional, pela Constituição Federal
de 1988 e pela legislação especial à criança e ao adolescente face ao trabalho
infantil precoce, abordando, necessariamente o direito à profissionalização.

Fundamento
Legal e doutrinário

A proteção à infância, à família, à criança e ao adolescente é um direito


fundamental previsto constitucionalmente.

O nosso ordenamento jurídico estabeleceu diversas normas de proteção à


criança e ao adolescente. Dentre elas, a vedação ao trabalho dos menores de
16 anos de idade (art. 7º, XXXIII da CF/88).

Em relação ao trabalho do aprendiz a idade mínima será de 14 anos de idade e


a idade máxima de 24 anos de idade (art. 428 da CLT), salvo para o portador
de deficiência.

A Constituição Federal veda o trabalho em locais perigosos, insalubres ou em


horário noturno, aos menores de 18 anos. O art. 67 da Lei 8069/90 veda o
trabalho em horários e locais que não permitam a freqüência à escola.

O art. 69 da Lei 8069/90 dispõe que o adolescente possui o direito à


profissionalização e à proteção no trabalho. Assim, a vedação de trabalho para
as pessoas menores de 16 anos não é uma regra absoluta, sendo possível,
excepcionalmente, através de autorização do juiz da infância e da Juventude o
exercício de trabalhos que não causem ao menor, danos psicológicos, morais,
físicos ou sociais.

Podemos citar a autorização concedida aos atores mirins para participação em


novelas, como exemplo. O fundamento está no art. 406 da CLT e no art. 8º da
Convenção 138 da OIT, ratificada pelo Brasil.

Em relação à aprendizagem, o trabalho em condições especiais de


aprendizagem é aquele realizado nos moldes do art. 428 da CLT.

O art. 2º da Lei 8069/90 define como criança a pessoa com até 12 anos de
idade, e como adolescente aquela entre doze e dezoito anos. O art. 402
estabelece o trabalho do menor de 14 até 18 anos de idade.

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É importante não esquecermos da Convenção 182 da OIT que trata das piores
formas de trabalho infantil, estabelecendo uma lista que identifica e veda as
piores formas de trabalho infantil.

Premissa Maior Art. 6º, 226 e 227 da CF/88.


Art.7º, XXXIII da CF/88.
Art. 67 e 69 da Lei 8069/90.
Art. 406 e 428 da CLT.
Convenções 138 e 182 da OIT.

Premissa Menor Abordar os artigos do ECA que


falam do direito à
profissionalização.

Abordar a idade que cada


dispositivo menciona.

Conclusão Concluir falando do direito á


profissionalização frente à idade
mínima legalmente assegurada.

Vejamos, um breve resumo sobre o trabalho do menor e o direito à


profissionalização:

As principais normas referentes ao trabalho do menor, abordadas em


provas, estão contidas nos artigos 402 /440 da CLT, vejamos:

 O trabalho do menor será desenvolvido a partir de 16 anos (art. 7º


XXXIII da CF/88), salvo se o menor for aprendiz quando a idade inicial
será de 14 anos.

 O trabalho do menor reger-se-á pelas disposições do presente Capítulo,


exceto no serviço em oficinas em que trabalhem exclusivamente pessoas
da família do menor e esteja este sob a direção do pai, mãe ou tutor,
observado, entretanto, o disposto nos artigos 404, 405 e na Seção II.

 É proibido qualquer trabalho aos menores de dezesseis anos de idade,


salvo na condição de aprendiz, a partir dos quatorze anos.

 O trabalho do menor não poderá ser realizado em locais prejudiciais à


sua formação, ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social e
em horários e locais que não permitam a freqüência à escola.

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 Ao menor de 18 (dezoito) anos é vedado o trabalho noturno, considerado


este o que for executado no período compreendido entre as 22 (vinte e
duas) e as 05 (cinco) horas.

Atenção: O Estado proíbe o trabalho do menor nos casos:

a) serviços noturnos (art. 404, CLT);

b) locais insalubres, perigosos ou prejudiciais a sua moralidade (art. 405);

c) trabalho em ruas, praças e logradouros públicos, salvo mediante prévia


autorização do Juiz de Menores, que verificará se o menor é arrimo de família
e se a ocupação não prejudicará sua formação moral (art. 405, § 2º).

Ao empregador é vedado utilizar o menor em atividades que demandem o


emprego de força física muscular superior a 20 ou 25 quilos, conforme a
natureza contínua ou descontínua do trabalho, com exceção se a força utilizada
for mecânica ou não diretamente aplicada.

A duração da jornada de trabalho do menor não sofre limitações: submete-


se aos mesmos princípios gerais, sendo, portanto, no máximo de 8 horas
diárias ou 44 horas semanais (art. 411, CLT c.c. 7º, XIII, CF/88).

A prorrogação da jornada diária de trabalho ao menor é vedada. O artigo


414 da CLT estabelece que o menor de 18 anos empregado que trabalhar em
mais de um estabelecimento, as horas de trabalho de cada um, serão
totalizadas. Isto porque ao contratar um segundo emprego o menor não
poderá cumprir número de horas a não ser aquelas disponíveis para completar
as oito horas diárias.

O empregador é obrigado a conceder ao menor o tempo necessário


para a freqüência às aulas (CLT, art. 427).
Ao menor é assegurado o salário mínimo integral, bem como, se for o
caso, o salário profissional.
As férias dos empregados menores submetem-se às mesmas regras
do adulto, mas não poderão ser concedidas fracionadamente (art.
134, § 2º, CLT).

Do direito da profissionalização e à proteção no trabalho:

A ordem jurídica pátria proíbe o trabalho infantil. O art. 7º, XXXIII da


CF/88 estabeleceu a idade de 16 anos, desde que o trabalho não ocorra em
período noturno ou em atividades insalubres e perigosas.

A idade mínima para o trabalho exercido em atividades insalubres,


perigosas ou noturnas será de 18 anos.

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É importante lembrar que para a aprendizagem a idade permitida será a


partir de 14 anos.

O Estatuto da Criança e do Adolescente aprovado pela Lei 8.069/90


prevê em seus artigos 60/69 o direito à aprendizagem.

Capítulo V: Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho

Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de


idade, salvo na condição de aprendiz. (derrogado pela Constituição
Federal) Agora é menor de 16 anos.

O art. 60 da Lei 8.069/90 foi revogado pela Emenda Constitucional 20/98


que eleva para 16 anos o piso etário para qualquer trabalho, salvo na condição
de aprendiz a partir de 14 anos.

O trabalho em condições de aprendizagem é aquele realizado na forma


do art. 428 da CLT, cuja idade permitida é de 14 até 24 anos, salvo o portador
de deficiência que não possui limite máximo de idade.

Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada por


legislação especial, sem prejuízo do disposto nesta Lei.

Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico-profissional


ministrada segundo as diretrizes e bases da legislação de educação em
vigor.

Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aos seguintes


princípios:

I - garantia de acesso e freqüência obrigatória ao ensino regular;

II - atividade compatível com o desenvolvimento do adolescente;

III - horário especial para o exercício das atividades.

Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, são


assegurados os direitos trabalhistas e previdenciários.

Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é assegurado trabalho


protegido.

Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de


trabalho, aluno de escola técnica, assistido em entidade governamental
ou não-governamental, é vedado trabalho:

I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco


horas do dia seguinte;

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II - perigoso, insalubre ou penoso;

III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu


desenvolvimento físico, psíquico, moral e social;

IV - realizado em horários e locais que não permitam a freqüência à


escola.

O art. 67 do Estatuto da Criança e do Adolescente veda o labor em


horários e locais que não permitam a freqüência à escola.

O art. 69 dispõe que o adolescente possui o direito à profissionalização e


à proteção ao trabalho. Portanto, há um direito dos adolescentes à
profissionalização, devendo ser fornecida a capacitação profissional adequada
ao mercado de trabalho.

É importante citar que o Juiz da Infância e Juventude poderá autorizar o


trabalho (art.406 da CLT) em teatros, circos e etc.

Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho educativo,
sob responsabilidade de entidade governamental ou não-
governamental sem fins lucrativos, deverá assegurar ao adolescente
que dele participe condições de capacitação para o exercício de
atividade regular remunerada.

§ 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral em que as


exigências pedagógicas relativas ao desenvolvimento pessoal e social
do educando prevalecem sobre o aspecto produtivo.

§ 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho efetuado


ou a participação na venda dos produtos de seu trabalho não desfigura
o caráter educativo.

Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização e à proteção no


trabalho, observados os seguintes aspectos, entre outros:

I - respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento;

II - capacitação profissional adequada ao mercado de trabalho.

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Apresentação grade de correção dos temas da aula de hoje:

Tema O1: Maria, desempregada há mais de dois anos foi chamada para uma
entrevista de emprego na empresa Luz e Flor Ltda. Chegando lá a diretora da
empresa solicitou a Maria a apresentação um exame para investigar uma
possível gravidez ou um atestado de esterilização, como requisito para
admissão ao emprego. Disserte sobre a atitude da empresa, enfocando os
aspectos pertinentes ao Direito Constitucional, Direito do Trabalho e Direito
Penal.

Fundamento
Legal e doutrinário

A CLT em seu artigo 391 e a Constituição Federal no artigo 10, alínea "a" do
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias protegem a mulher de
discriminações em torno da maternidade. Mesmo assim, na prática existem
casos em que o fato da mulher ter se casado ou se encontrar em estado de
gravidez são determinantes para sua exclusão da empresa.

A Lei 9029/95 protege o direito à intimidade da mulher. Os artigos 1º e 4º, da


Lei 9.029/95, que proíbem as práticas discriminatórias para efeitos de
permanência da relação jurídica de trabalho permitem que em caso de
comprovada dispensa discriminatória o trabalhador seja reintegrado ao
emprego, com o pagamento dos salários e benefícios do período de
afastamento.

Lei 9.029/95

Art. 1º Fica proibida a adoção de qualquer prática discriminatória e


limitativa para efeito de acesso a relação de emprego, ou sua
manutenção, por motivo de sexo, origem, raça, cor, estado civil, situação
familiar ou idade, ressalvadas, neste caso, as hipóteses de proteção ao
menor previstas no inciso XXXIII, do art. 7º da Constituição Federal.

Art. 2º Constituem crime as seguintes práticas discriminatórias:

I - a exigência de teste, exame, perícia, laudo, atestado, declaração ou


qualquer outro procedimento relativo à esterilização ou a estado de
gravidez;

II - a adoção de quaisquer medidas, de iniciativa do empregador, que


configurem;

a) indução ou instigamento à esterilização genética;


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b) promoção do controle de natalidade, assim não considerado o


oferecimento de serviços e de aconselhamento ou planejamento familiar,
realizados através de instituições públicas ou privadas, submetidas às
normas do Sistema Único de Saúde (SUS).

Pena: detenção de um a dois anos e multa.

Parágrafo único. São sujeitos ativos dos crimes a que se refere este
artigo:

I - a pessoa física empregadora;

II - o representante legal do empregador, como definido na legislação


trabalhista;

III - o dirigente, direto ou por delegação, de órgãos públicos e entidades


das administrações públicas direta, indireta e fundacional de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Em relação à mulher empregada, constituem crime as práticas


discriminatórias de exigência de teste, exame, perícia, laudo, atestado,
declaração ou qualquer outro procedimento relativo à esterilização ou a estado
de gravidez, de adoção de quaisquer medidas, de iniciativa do empregador,
que configurem indução à esterilização genética, promoção ou controle de
natalidade.

A Lei 9029/95, em seu artigo 3º, prevê sanção econômico-financeira (a


vedação de obtenção de financiamento perante instituição oficial).

Art. 3o Sem prejuízo do prescrito no art. 2o e nos dispositivos legais que


tipificam os crimes resultantes de preconceito de etnia, raça ou cor, as
infrações do disposto nesta Lei são passíveis das seguintes cominações
(Redação dada pela Lei nº 12.288, de 2010)

I - multa administrativa de dez vezes o valor do maior salário pago pelo


empregador, elevado em cinqüenta por cento em caso de reincidência;

II - proibição de obter empréstimo ou financiamento junto a instituições


financeiras oficiais.

Art. 4o O rompimento da relação de trabalho por ato discriminatório, nos


moldes desta Lei, além do direito à reparação pelo dano moral, faculta ao
empregado optar entre: (Redação dada pela Lei nº 12.288, de 2010)

I - a readmissão com ressarcimento integral de todo o período de


afastamento, mediante pagamento das remunerações devidas, corrigidas
monetariamente, acrescidas dos juros legais;

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Profa. Júnia Andrade e Déborah Paiva

II - a percepção, em dobro, da remuneração do período de afastamento,


corrigida monetariamente e acrescida dos juros legais.

Assim, quanto à reparação dos danos ante a inobservância aos termos da


Lei 9.029/95 é facultado ao empregado – vítima da prática discriminatória, a
opção pela readmissão, com ressarcimento integral do período de
afastamento, ou a percepção em dobro da remuneração do período de
afastamento.

A menção à readmissão no texto legal é uma impropriedade técnica,


porque a readmissão ocorre quando o contrato de trabalho foi validamente
rescindido, por pedido de demissão do empregado, término de contrato a
termo, ou despedida sem justa causa, sendo esse mesmo empregado
posteriormente readmitido à empresa.

Ao passo que a reintegração é a conseqüência da nulidade da dispensa,


não permitida pela lei. Quando a dispensa do empregado decorre de ato
discriminatório do empregador, vedado pelo ordenamento jurídico, a hipótese
é, pois, de reintegração, não de readmissão.

Premissa Maior Lei 9029/95.

Premissa Menor Falar sobre a proteção


constitucional à gestante.

Falar sobre a conduta do


empregador e suas implicações
penais.

Falar sobre a opção de readmissão


ou recebimento de indenização.

Conclusão
Concluir julgando a atitude da
empresa e falando das
repercussões a que ela estará
submetida no âmbito trabalhista e
criminal.

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Tema O2: Disserte sobre a unicidade sindical preconizada na Constituição


federal. Aborde também o Princípio da liberdade sindical.

Fundamento
Legal e doutrinário

Premissa Maior Art. 8º, II da CF/88.


Convenção 87 da OIT.
Premissa Menor Falar da unicidade e da pluralidade
sindical.
Conclusão Concluir falando da unicidade
sindical, que foi adotada em nosso
ordenamento pátrio e da
Convenção 87 da OIT.

A Convenção 87 da OIT, não ratificada pelo Brasil, consagra o princípio


da liberdade sindical. Tal princípio caracteriza-se pelo fato de que os
empregados e empregadores podem filiar-se facultativamente a Sindicatos e
também, de que não haverá intervenção estatal na criação e no funcionamento
dos Sindicatos.

Tema O3: Disserte sobre a reclamação correicional, abordando a sua natureza


jurídica e o seu cabimento no Processo do Trabalho.

Fundamento
Legal e doutrinário

A correição parcial ou reclamação correicional não é um recurso e nem uma


ação. Trata-se de uma medida judicial sui generis, cuja finalidade é coibir a
inversão da boa marcha processual, surgida no curso do processo em
decorrência de erro, abuso ou omissão do juiz.
A CF/88 em seu art. 96 estabelece que compete privativamente aos Tribunais
velar pelo exercício da atividade correicional respectiva. A CLT em seu art. 709
estabelece a competência do Corregedor - Geral da Justiça do Trabalho para
exercer a correição permanente em relação aos Tribunais Regionais e seus
Presidentes.

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O art. 682, XI da CLT confere poderes ao Presidente do TRT ou ao Corregedor


Regional para exercer a correição sobre as Varas de Trabalho.
A correição parcial é o instrumento utilizado para atacar atos atentórios à boa
marcha processual, praticados pelos Juízes. Para cabimento da correição
parcial será necessário o preenchimento cumulativo dos seguintes requisitos:
a) existência de uma decisão ou despacho, que contenha erro ou abuso, capaz
de tumultuar a marcha normal do processo;
b) o dano ou a possibilidade de dano para a parte;
c) inexistência de recurso específico para sanar o error in procedendo.

Premissa Maior Art. 96, I, b da CF/88.


Art. 709 da CLT.
Art. 682, XI da CLT.
Art. 709, parágrafo 1º da CLT.

Premissa Menor
Falar sobre a natureza jurídica e o
cabimento da reclamação
correicional no processo do
trabalho.

Citar os requisitos do cabimento


da reclamação correicional.

Conclusão
Abordar a finalidade do instituto é
uma boa dica para concluir a
redação.

Chegamos ao final de nosso curso!

Estarei à disposição de vocês acompanhando o fórum do curso e a correção


das redações.

Caminhem firmes e confiantes.

Desejo a tão sonhada aprovação! Muita luz!

Um forte abraço,

Déborah Paiva
deborah@pontodosconcursos.com.br
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