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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

KAUÊ VITURI MEIRA

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO TÉRMICO DA ENVOLTÓRIA DE UNIDADES


HABITACIONAIS PELO MÉTODO PRESCRITIVO DO RTQ-R
ESTUDO DE CASO

Palhoça
2018
KAUÊ VITURI MEIRA

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO TÉRMICO DA ENVOLTÓRIA DE UNIDADES


HABITACIONAIS PELO MÉTODO PRESCRITIVO DO RTQ-R
ESTUDO DE CASO

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Graduação em
Engenharia Civil da Universidade do Sul de
Santa Catarina como requisito parcial à
obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. Norma Beatriz Camisão Schwinden, Esp.

Palhoça
2018
Dedico à toda minha família esta conquista
e a todos que estiveram conectados de
alguma forma comigo nesta jornada.
AGRADECIMENTOS

Primeiramente à Deus, pois sem a vida nada seria possível.


A todos os professores que tive aula pois a escolha profissional deles
permitiu que muitos aprendessem a arte da ciência. Em especial a professora
orientadora Norma pois durante a orientação deste trabalho pude ser influenciado pela
sua excelência profissional além de ser incentivado e apoiado durante todo esse
período. Também agradeço ao professor Romson, que coordenou esta disciplina com
muita dedicação.
Ao governo brasileiro por implementar metas de sustentabilidade, ao
LABEEE e o PBE Edifica por desenvolver a planilha utilizada neste estudo de caso,
ao Google por manter mecanismos de busca eficazes para milhares de acadêmicos,
gratuitamente e a UNISUL por receber e suportar os anseios dos alunos.
Aos amigos deixo um agradecimento especial, para Verthori Negócios
Imobiliários Eireli e ao Leonardo por disponibilizarem todas as informações e projetos
necessários para aplicação de uma metodologia de análise de eficiência, cedendo a
possibilidade de acompanhar a execução dos empreendimentos. Agradeço também
ao Pedro por aceitar prontamente a participação na banca deste trabalho. Ao OSB e
ao Guilherme por estar sempre presente nesta fase, acreditando no meu valor
profissional e investindo para conclusão deste curso. Ao Diego por estar sempre
disponível para tirar dúvidas.
Agradeço a minha família por estar sempre presente. A Neoli, meu amor,
que esteve presente durante toda essa caminhada suportando as adversidades até
este momento. Aos meus avós Aquilea e Valter que acreditaram no meu sucesso e
me deram exemplo. Ao meu pai Luiz por mostrar que é possível fazer o bem de forma
profissional e por último, mas não menos importante agradeço à minha mãe Cidônia
que deu apoio, exemplo, suporte financeiro e emocional para eu trilhar o meu objetivo
acadêmico. Nas derrotas e nas vitórias ela esteve ao meu lado, incentivando a
conclusão deste curso.
“O mundo é formado não apenas pelo que já existe, mas pelo que pode
efetivamente existir” (MILTON SANTOS).
RESUMO

Este estudo de caso apresenta como as características construtivas influenciam na


demanda de energia, para manter o conforto térmico no interior de uma edificação.
Foi utilizado, para análise, um projeto arquitetônico de uma unidade habitacional
construída no município de Palhoça. Aplicou-se uma metodologia de avaliação da
eficiência do conforto térmico, conforme o Regulamento Técnico da Qualidade para o
Nível de Eficiência Energética de Edificações Residenciais (RTQ-R). Esta é uma
alternativa brasileira de avaliação de projetos arquitetônicos. Utilizou-se a planilha
disponibilizada pelo PBE Edifica para análise da envoltória, pelo método prescritivo
aplicado a Zona Bioclimática 3. Esta avaliação levou em conta as características
construtivas da edificação, bem como os materiais da parede, área de aberturas e
orientação das fachadas, entre outros. Substituiu-se, no preenchimento da planilha do
projeto original, as propriedades térmicas: de tijolos cerâmicos para Blocos de
Concreto Celular Autoclavado (BCCA); e da absortância externa das paredes,
comparando a eficiência com cor da tinta cinza e branca. Concluiu-se que o dispêndio,
com energia elétrica para manter o conforto térmico, pode ser reduzido, alterando o
material de revestimento das paredes.

Palavras-chave: Conforto Térmico. Eficiência Energética. Consumo. Projeto. BCCA.


ABSTRACT

This abstract presents how the constructive characteristics can influence the energy in
order to maintain the thermal comfort inside a building. It had applied to show the
efficiency architectural design of a housing unit built specified in Palhoça municipality.
A methodology for evaluating the efficiency of thermal comfort in residential buildings
was analysed by Technical Regulation of Quality for the Energy Efficiency Level of
Residential Buildings (RTQ-R), which is a Brazilian alternative for project rates. The
used tool was the worksheet from PBE Edifica. The analysis on built environment
project; considering the prescriptive method, which is based on different formula for
each Bioclimatic Zone of Brazil, it’s an evaluation took into account the constructive
features of this building, as well as wall materials, window openings area, wall area for
each frontage and its cardinal orientation, for instance. The conclusion was that the
wasted electric energy to maintain the thermal efficiency are reduce by the changing
coating material of the walls. Modifications will make in this project by the replacement
ceramic bricks Autoclaved Blocks Cellular Concrete (BCCA), and the colour of external
walls.

Keywords: Thermal comfort. Energy efficiency. Expenditure. Project. BCCA.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Produção de energia primária do Brasil até 2016 presente no Relatório Final
do BEN 2017. ............................................................................................................ 23
Figura 2 – Representação da ENCE para uma UH analisada na fase de projeto ..... 26
Figura 3 – Ilustração da transmissão de calor através de paredes em situação de
inverno ...................................................................................................................... 29
Figura 4 – Mapa de insolação Brasil ......................................................................... 30
Figura 5 – Gráfico que relaciona porcentagem de PPD e PMV ................................ 31
Figura 6 – Representação das áreas de uma carta psicométrica ............................. 32
Figura 7 – Mapa das zonas bioclimáticas do Brasil. .................................................. 34
Figura 8 – Translação da Terra e localização dos trópicos ....................................... 35
Figura 9 – Carta Solar de Florianópolis (Latitude 27º 35’48”). ................................... 35
Figura 10 – Visualização tridimensional da rota do Sol ............................................. 36
Figura 11 – Significado das linhas de uma carta solar .............................................. 36
Figura 12 – Mascaras de sombra de uma janela voltada para o lado leste em
Florianópolis .............................................................................................................. 37
Figura 13 – Representação esquemática da casa solar porto santo – Arq. Gunther
Ludewig ..................................................................................................................... 39
Figura 14 – Representação esquemática do controle da irradiação utilizando
protetores solares...................................................................................................... 39
Figura 15 – Foto da edificação multifamiliar foco do estudo de caso ........................ 48
Figura 16 – Planta baixa do pavimento térreo da edificação multifamiliar ................. 49
Figura 17 – Planta do corte AA de projeto da edificação multifamiliar com medida do
pé-direito do térreo em centímetros .......................................................................... 50
Figura 18 – Visualização das fachadas frontal e lateral da edificação multifamiliar. . 50
Figura 19 – Quadro de esquadrias ............................................................................ 51
Figura 20 – Ilustração do ângulo formado entre o beiral da sacada e a parte inferior da
abertura analisada ..................................................................................................... 53
Figura 21 – Ilustração da divisão entre ambientes .................................................... 54
Figura 22 – Ilustração da consideração em ambientes contíguos............................. 54
Figura 23 – Ilustração da parede utilizada na edificação analisada. ......................... 55
Figura 24 – Catálogo de tintas com cor e absortância .............................................. 56
Figura 25 – Intervalos de consideração da orientação cardeal de fachadas e aberturas
.................................................................................................................................. 57
Figura 26 – Planta de situação retirada do projeto arquitetônico alvo do estudo de caso
.................................................................................................................................. 58
Figura 27 – Catálogo de tintas com cor e absortância .............................................. 58
Figura 28 – Imagem representativa do tipo de esquadria da edificação analisada,
presente no Anexo II do RTQ-R ................................................................................ 59
Figura 29 – Foto da janela da suíte (APP 3) ............................................................. 60
Figura 30 – Foto da janela do dormitório (APP 2) ..................................................... 60
Figura 31 – Foto da porta de correr da sala (APP 1)................................................. 60
Figura 32 – Planilha de Excel disponibilizada pelo PBE Edifica preenchida de acordo
com as informações presentes no projeto arquitetônico alvo do estudo de caso...... 62
Figura 33 – Fórmula de cálculo do Consumo Relativo de Aquecimento (CA) presente
no RTQ-R. ................................................................................................................. 63
Figura 34 – Coeficientes da Fórmula de cálculo do Consumo Relativo de Aquecimento
(CA) presente no RTQ-R. .......................................................................................... 64
Figura 35 – Intervalos para definição da nota conceito para o Equivalente Numérico
da Envoltória para Aquecimento do Ambiente (EqNumEnvAmbA) com base no
Consumo Relativo de Aquecimento (CA) presente no RTQ-R. ................................. 64
Figura 36 – Fórmula de cálculo do fator Graus-hora para Resfriamento para posterior
obtenção do Consumo Relativo de Resfriamento (CR) presente no RTQ-R. ........... 65
Figura 37 – Coeficientes da Fórmula de cálculo do fator Graus-hora para Resfriamento
(GHr) presente no RTQ-R. ........................................................................................ 65
Figura 38 – Intervalos para definição da nota conceito para o Equivalente Numérico
da Envoltória para Resfriamento do Ambiente (EqNumEnvAmbresfr) com base fator
Graus-hora para Resfriamento presente no RTQ-R.................................................. 65
Figura 39 – Imagem da planilha do PBE Edifica com os pré-requisitos por ambiente
preenchida e analisada automaticamente ................................................................. 67
Figura 40 – Pontuação após avaliar os pré-requisitos por ambiente Resultado da nota
conceito e pontuação de cada APP. ......................................................................... 68
Figura 41 – Pré-requisitos da envoltória da UH completa preenchida para o estudo de
caso ........................................................................................................................... 69
Figura 42 – Pontuação das envoltórias de Verão e inverno após avaliar os pré-
requisitos gerais da UH. ............................................................................................ 70
Figura 43 – Resultado da eficiência da envoltória de projeto por APP para verão
(EqNumEnvResfr) inverno (EqNumEnvA) ................................................................. 72
Figura 44 – Imagem da planilha do PBE Edifica com Consumo de Aquecimento e
Refrigeração para cada APP da UH analisada com alteração da cor da tinta de
revestimento externo das paredes ............................................................................ 74
Figura 45 – Foto de Blocos de Concreto Celular Autoclavado (BCCA) ..................... 75
Figura 46 – Imagem da planilha PBE Edifica com Consumo de aquecimento e
resfriamento para o projeto analisado com a alteração do tipo de preenchimento das
paredes para BCCA .................................................................................................. 76
Figura 47 – Quadro comparativo entre as avaliações de eficiência energética e
consumo de energia elétrica após as alterações de projeto realizadas durante o estudo
de caso ...................................................................................................................... 77
Figura 48 – Gráfico da soma de consumo (CA e CR) para cada alteração em kWh.ano.
.................................................................................................................................. 78
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Fatores de ventilação, sombreamento e características físicas da


edificação obtidas do projeto arquitetônico ............................................................... 52
Tabela 2 – Janelas e as respectivas áreas de iluminação e ventilação .................... 66
Tabela 3 – Área de ventilação por fachada da UH completa .................................... 68
Tabela 4 – Consumo de Aquecimento e resfriamento para cada APP considerando a
área total de cada ambiente ...................................................................................... 73
Tabela 5 – Tabela demonstrativa do cálculo utilizado para definir o preço do tijolo
cerâmico e do BCCA, em todas as Ares Permanência Prolongada (APP), da Unidade
Habitacional (UH) analisada. ..................................................................................... 79
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AAb - Área da Abertura (m2)


ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica
APP – Ambiente de Permanência Prolongada
ASHRAE – American Society of Heating, Refrigerating, and Air-Conditioning
AU - Área Útil (m2)
CA - Consumo relativo para aquecimento (kWh/m²)
CR - Consumo relativo para refrigeração (kWh/m²)
CT - Capacidade térmica [kJ/(m²K)]
ENCE - Etiqueta Nacional de Conservação de Energia ()
ENCE – Etiqueta Nacional de Conservação de Energia
EPS – Poliestireno Expansível
EqNumEnv - Equivalente numérico da envoltória
EqNumEnvAmbA - Equivalente numérico da envoltória da APP para aquecimento
EqNumEnvAmbResfr - Equivalente numérico da envoltória da APP para resfriamento
GHr - Indicador de graus-hora para resfriamento
h – Horas
ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia
J – Joules
K – Kelvin
k – kilo (mil)
LEED – Leadership in Energy and Environmental Design
m – Metros
m² - Metros Quadrados
NBR – Norma Brasileira
OIA - Organismo de Inspeção Acreditado
PBE - Brasileiro de Etiquetagem ().
PBE – Programa Brasileiro de Etiquetagem
PNE – Plano Nacional de Energia
RAC – Requisitos de Avaliação da Conformidade de Eficiência Energética de
Edificações
RTQ-C – Regulamento Técnico da Qualidade para o Nível de Eficiência Energética
de Edificações Comerciais, de Serviços e Públicas
RTQ-R – Regulamento Técnico da Qualidade para o Nível de Eficiência Energética
de Edificações Residenciais
U - Transmitância térmica [W/(m²K)]
UH – Unidade Habitacional
W – Watts
ZB - Zona Bioclimática
αpar – Absortância da tinta da parede
.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 17
1.1 JUSTIFICATIVA................................................................................................. 17
1.2 OBJETIVOS ...................................................................................................... 19
1.2.1 Objetivo geral ................................................................................................ 19
1.2.2 Objetivos específicos ................................................................................... 19
1.3 METODOLOGIA DE PESQUISA ....................................................................... 19
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO .......................................................................... 20
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................ 21
2.1 LEGISLAÇÃO QUE ATINGE O TEMA .............................................................. 21
2.2 CERTIFICAÇÕES DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA .......................................... 24
2.2.1 Construção zero energia (ZEB) .................................................................... 24
2.2.2 LEED residencial ........................................................................................... 24
2.2.3 Etiqueta nacional de conservação de energia (ENCE) .............................. 25
2.3 CONFORTO TÉRMICO ..................................................................................... 27
2.3.1 A física das trocas térmicas ......................................................................... 28
2.3.2 Condução ....................................................................................................... 28
2.3.3 Irradiação ....................................................................................................... 29
2.3.4 Faixa térmica de conforto ............................................................................. 30
2.3.5 Carta psicométrica ........................................................................................ 31
2.3.6 Ano de referência (TRY) ............................................................................... 32
2.3.7 Zona bioclimática .......................................................................................... 33
2.3.8 Carta solar ..................................................................................................... 34
2.4 RECOMENDAÇÕES PARA EFICIÊNCIA TÉRMICA DE EDIFICAÇÕES
RESIDENCIAIS ......................................................................................................... 37
2.5 REGULAMENTO TÉCNICO DO NÍVEL DE EFICIÊNCIA E QUALIDADE EM
EDIFICAÇÕES RESIDENCIAIS (RTQ-R) ................................................................. 40
2.6 ROTEIRO DE ANÁLISE DA ENVOLTÓRIA ...................................................... 41
2.6.1 Ambiente ........................................................................................................ 42
2.6.2 Situação do piso e cobertura ....................................................................... 42
2.6.3 Paredes externas........................................................................................... 42
2.6.4 Característica construtiva ............................................................................ 43
2.6.5 Cobertura ....................................................................................................... 43
2.6.6 Áreas de paredes externas do ambiente ..................................................... 43
2.6.7 Características das aberturas ...................................................................... 43
2.6.8 Características gerais ................................................................................... 44
2.6.9 Características do isolamento térmico ....................................................... 44
2.6.10 Equivalente numérico da envoltória ............................................................ 44
2.6.11 Nota final da UH............................................................................................. 44
3 ESTUDO DE CASO ............................................................................................. 46
3.1 LIMITAÇÕES DO ESTUDO DE CASO.............................................................. 47
3.2 APRESENTAÇÃO DO PROJETO ARQUITETÔNICO ANALISADO ................. 47
3.3 AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA DE PROJETO CONFORME O
MÉTODO PRESCRITIVO DO RTQ-R PARA O APARTAMENTO 002 ..................... 51
3.3.1 Características distintas para cada APP ..................................................... 52
3.3.2 Ambiente ........................................................................................................ 53
3.3.3 Situação do piso e cobertura ....................................................................... 55
3.3.4 Paredes externas........................................................................................... 55
3.3.5 Característica construtiva ............................................................................ 56
3.3.6 Cobertura ....................................................................................................... 57
3.3.7 Áreas de paredes externas do ambiente ..................................................... 57
3.3.8 Características das aberturas ...................................................................... 59
3.3.9 Características gerais ................................................................................... 61
3.3.10 Características do isolamento térmico ....................................................... 61
3.3.11 Equivalente numérico da envoltória (EqNumEnv) ..................................... 61
3.3.12 Pré-requisitos por ambiente ......................................................................... 66
3.3.13 Pré-requisitos UH e nota final da envoltória ............................................... 68
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................... 71
4.1 DISPÊNDIO DA ENERGIA ELÉTRICA PARA CONSUMO DE AQUECIMENTO
E RESFRIAMENTO .................................................................................................. 73
4.2 ALTERAÇÃO DA COR DA TINTA DE REVESTIMENTO EXTERNO DA
UNIDADE UH ............................................................................................................ 74
4.3 ALTERAÇÃO DO MATERIAL DE VEDAÇÃO DAS PAREDES ......................... 75
4.4 COMPARAÇÃO ENTRE AS ALTERAÇÕES ..................................................... 76
5 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 81
6 TRABALHOS FUTUROS .................................................................................... 82
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 83
ANEXOS ................................................................................................................... 87
ANEXO A – Carta de anuência da empresas Verthori empreendimentos
imobiliarios Eireli .................................................................................................... 88
ANEXO B – Orçamento do bloco BCCA da empresa Celucon ............................ 89
17

1 INTRODUÇÃO

A necessidade de vivenciar os efeitos da sustentabilidade nas cidades tem


estimulado pesquisas por materiais e soluções tecnológicas. Espera-se que esta
busca, por novas técnicas construtivas, simplifique a construção e aumente a
eficiência energética no ambiente construído.
A envoltória de uma edificação é o que a envolve, incluindo as aberturas.
A eficiência térmica de uma envoltória se dá pelo tipo de material dela e a forma
disposta. Ela serve como um controle natural da temperatura, no interior do ambiente.
A característica dos materiais na interseção, entre o meio externo e interno, protege
os usuários das intempéries climáticas.
Para determinar a temperatura interna de um ambiente construído, ao
longo do ano, precisamos analisar a envoltória e suas características. Esta análise é
dividida para os casos de inverno e verão. Quando o clima está frio precisa-se
acumular o calor, dentro da residência, e no inverno o contrário.
Esta avaliação poderá estimar um consumo de energia elétrica, onde um
mecanismo aquece ou resfria o ambiente. Quanto menor a necessidade de gasto
energético mais eficiente será o conjunto da edificação.
A fim de proporcionar soluções que contribuam para o desenvolvimento
sustentável, buscou-se responder ao seguinte problema: como estimar a eficiência da
envoltória de inverno e verão?

1.1 JUSTIFICATIVA

Este trabalho se deu pelo anseio do autor em encontrar formas de avaliar


a eficiência energética de projetos residenciais. Ao perceber a crescente temática da
sustentabilidade, aliada ao avanço tecnológico, observou-se o desenvolvimento de
um projeto e a sua respectiva execução no município de Palhoça, Santa Catarina.
A fim de delimitar o objeto de estudo levantou-se a seguinte questão:
a) quanta energia a edificação necessita para manter o conforto térmico ao
longo do tempo?

Na busca de entender, aprender e descrever uma metodologia simples e


nacional para avaliação de eficiência energética, em edificações, escolheu-se o
18

estudo do método prescritivo do Regulamento Técnico da Qualidade para o Nível de


Eficiência Energética de Edificações Residenciais, RTQ-R.
A análise da edificação na fase de projeto fornece meios para o projetista
tomar decisões que aumentem a eficiência, pois durante a concepção permite-se
verificar melhorias antes de construir.
Pode-se considerar que a implantação de eficiência energética na fase de
concepção, fase inicial de projeto, tem excelente probabilidade de gerar economia
(CHO; CHEN; WOO, 2011 apud RODRIGUES, 2015).
O Brasil pertence a um grupo mundial de países em desenvolvimento e
possui o cenário de urbanização irregular e desordenado. As ocupações
desordenadas nas áreas urbanas geram desequilíbrio sócio econômico, sendo
insustentável e contribuindo para a desigualdade de acordo como relatório da
Organização das Nações Unidas (ONU) intitulado de Cidades Mundiais (UN-
HABITAT, 2016).
O site da ONU do Brasil confirma em matéria sobre o relatório supracitado
acrescentando: as cidades são responsáveis por aproximadamente 70% das
emissões globais de carbono e cerca de 30% da população dos países como o Brasil
vive em favelas, em habitações inadequadas e sem acesso aos serviços básicos
(ONUBR, 2016).
Este panorama do ambiente urbano mostra uma falta de conformidade no
meio construído, principalmente residencial. Apesar dos avanços tecnológicos na
engenharia civil, ainda são pontuais as edificações residenciais que possuem
certificação de eficiência, como pôde-se verificar no site do PBE Edifica, em
documento que apresenta a lista de edificações certificadas.
O trabalho teve a intenção de familiarizar-se com aplicação do método
prescritivo do RTQ-R. Reuniu-se os principais conceitos para aplicação, e buscou-se
explicitar o processo de análise da eficiência energética para envoltória de edificações
residenciais.
O estudo de caso classifica a envoltória de inverno e verão conforme o
RTQ-R. Tornando-se assim uma fonte de pesquisa a ser consultada juntamente com
outras bibliografias que tratam do mesmo assunto.
19

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral

Avaliar o desempenho térmico da envoltória de um projeto de uma unidade


habitacional utilizando o método prescritivo do RTQ-R.

1.2.2 Objetivos específicos

A presente pesquisa delimita os seguintes objetivos específicos para


atender ao objetivo geral:
a) utilizar a planilha de cálculo do método prescritivo do RTQ-R em arquivo
.xlsm disponibilizado no site do PBE Edifica;
b) analisar os resultados obtidos.

1.3 METODOLOGIA DE PESQUISA

Esta pesquisa fundamenta-se como exploratória de acordo com Severino


(2007), pois deseja apenas levantar informações sobre o objeto estudado e mapear
as manifestações deste.
Este é um estudo de um caso particular que se considerou representativo
pelo número de edificações semelhantes na região do apartamento analisado.
Conclui-se que o estudo está apto a fundamentar a generalização para situações
análogas, caracterizando a pesquisa conforme Severino (2007).
Para Lakatos e Marconi (2001) a indução como forma de pensamento
estabelece verdades generalizadas a partir de premissas constatadas, este trabalho
estabelece a seguinte premissa: é possível avaliar um projeto no quesito desempenho
térmico da envoltória. E espera-se obter como verdade generalizada o nível de
eficiência energética para projetos semelhantes ao tipo de projeto analisado.
Lakatos e Marconi (2001) ainda apresentam alguns limites para pesquisa
quanto ao objeto, campo de investigação e nível de investigação. Nesta pesquisa
pode-se explicitar as seguintes delimitações:
a) objeto: o foco dos estudos é um projeto arquitetônico, de um
apartamento de aproximadamente sessenta metros quadrados com as
20

seguintes Áreas de Permanência Prolongada (APP) consideradas: dois


quartos e uma sala;
b) campo de investigação: A Unidade Habitacional (UH) analisada está
inserida numa edificação multifamiliar de quatro apartamentos, localizada
no Bairro Nova Palhoça da cidade de Palhoça – SC. Latitude: 27°40'33" –
Sul;
c) nível de investigação: Nesta pesquisa analisou-se somente a envoltória
das APP de uma UH escolhida dentre as quatro existentes no edifício,
concluído em 2018. Utilizou-se o prescritivo do RTQ-R com caráter
exploratório.

O projeto foi disponibilizado pelo empreendedor da edificação e a pesquisa


bibliográfica utilizou fontes como livros, artigos de periódicos e materiais
disponibilizados na rede mundial de computadores.

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho está estruturado em seis capítulos que serão apresentados


da seguinte forma.
O primeiro capítulo trata da introdução que apresenta o tema de pesquisa,
a justificativa, os objetivos de trabalho, os procedimentos metodológicos e a estrutura
do trabalho.
O capítulo dois apresenta a revisão da literatura sobre aplicação do método
prescritivo do Regulamento Técnico da Qualidade para o Nível de Eficiência
Energética de Edificações Residenciais (RTQ-R), bem como as fundamentações
teóricas que complementam o estudo da sustentabilidade, arquitetura bioclimática e
eficiência energética.
No capítulo três é apresentado o estudo de caso, onde se tem a exposição
do projeto analisado e a forma de calcular a classificação da envoltória de acordo com
o RTQ-R, utilizando a planilha de cálculo disponibilizada no site do PBE Edifica.
O capítulo quatro irá expor os resultados e discussões do estudo de caso.
O capítulo cinco elucida qual a conclusão obtida com o desenvolvimento
do presente trabalho, seguido pelas devidas referências bibliográficas.
O capitulo seis apresenta sugestões para trabalhos futuros.
21

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Apresentam-se os seguintes assuntos nesta revisão bibliográfica:


legislação que atinge o tema; certificações ambientais para edificações;
recomendações para eficiência térmica de edificações residenciais; o Regulamento
Técnico da Qualidade para o Nível de Eficiência Energética de Edificações
Residenciais, RTQ-R.
Por último apresenta-se como preencher cada item da planilha. A
edificação alvo do estudo de caso está situada no pavimento térreo de uma construção
multifamiliar que possui dois pavimentos e o pavimento superior se sobrepõe ao térreo
em sua totalidade, em situações diferentes a essa o cálculo poderá ter outras
considerações não abordadas na seção 2.6 desta revisão, recomenda-se então a
consulta ao Manual de Aplicação do RTQ-R. (BRASIL, 2013b).
A planilha de análise da envoltória das Áreas de Permanência Prolongada
do RTQ-R, do ano 2017, está disponível no site do PBE Edifica.

2.1 LEGISLAÇÃO QUE ATINGE O TEMA

Conforme descreve Grandiski (2015) as normas técnicas não possuem


poder de Lei, sendo assim, no Brasil, o que existe é um sistema misto de regulamentos
e normas para construção. Por outro lado, Grandiski (2015) defende que, por conta
das leis de consumo brasileiras, as normas são de certa forma obrigatórias. No
momento da venda de uma edificação, pelo empreendedor, este estará sujeito às
aplicações do código civil nos quesitos que interfiram na qualidade do produto e na
segurança dos usuários. Confirmando assim o inciso VIII do art. 39 do Código de
Defesa do Consumidor que define: todos que se dediquem a atividades econômicas
devem seguir um regramento mínimo (GRANDISKI, 2015).
O INMETRO iniciou em 1984 a discussão sobre a avaliação da
conformidade com foco no desempenho e racionalização do uso da energia
(INMETRO, 2008).
Em 1985, o Ministério de Minas e Energia e da Industria e Comercio
originou o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (PROCEL), com
expectativa de reduzir o uso de energia elétrica no Brasil. Este programa passou a
22

buscar meios de avaliar e propor melhorias no consumo de energia elétrica


(ELETROBRAS, 2017).
O INMETRO possui autarquia sobre a regulamentação de produtos
nacionais. A partir da Lei de Eficiência Energética n.º 10.295/2001 o instituto passou
a estabelecer regras de conhecimento público para avaliações de conformidade em
edificações. Esta Lei exige do INMETRO “zelar pela eficiência energética e a
importância de estabelecer requisitos de desempenho para Edificações” (INMETRO,
2013, p. 1).
Atualmente, além do cumprimento das normas da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT) as edificações públicas federais também são obrigadas a
obter a Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE), de acordo com a
Instrução Normativa MPOG/SLTI Nº 02/2014 (BRASIL, 2014a).
Para as outras edificações públicas e privadas é opcional o uso da etiqueta,
porém pode-se considerar esta condição momentânea, já que o Brasil tem firmado
compromissos frente a organizações mundiais em favor do meio ambiente. O Plano
Nacional de Eficiência Energética (PNEf) de 2011 estabelece metas para evolução da
obrigatoriedade do uso da ENCE, definindo os prazos: para todos prédios públicos até
2020, para edificações comerciais até 2025 e residenciais até 2030 (PROCEL INFO,
2017).
O Regulamento Técnico de Qualidade e Nível de Eficiência Energética de
Edifícios e Residências (RTQ-R) foi desenvolvido com base nas normas brasileiras
para edificações e publicado a partir do anexo da Portaria nº 18/2010 do INMETRO
(BRASIL, 2012).
Conforme a portaria nº 18:

Considerando a alínea f do subitem 4.2 do Termo de Referência do Sistema


Brasileiro de Avaliação da Conformidade, aprovado pela Resolução
Conmetro n.º 04, de 02 de dezembro de 2002, que outorga ao Inmetro
competência para estabelecer diretrizes e critérios para a atividade de
avaliação da conformidade; Considerando o art. 5º da Lei nº 9.933/1999, que
determina às pessoas naturais e jurídicas que atuem no mercado a
observância e o cumprimento dos atos normativos e Regulamentos Técnicos
expedidos pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial – Conmetro e pelo Inmetro; (BRASIL, 2012, p. 2).

O regulamento serve de base para etiquetagem de edificações residenciais


unifamiliares ou multifamiliares. Utilizando o RTQ-R é possível obter uma pontuação
23

para ENCE equivalente aos conceitos que variam de A, considerado mais eficiente,
ao E, considerado menos eficiente (PROCEL INFO, 2018).
Pode-se considerar que o estudo da eficiência energética será tema cada
vez mais recorrente devido ao compromisso integrado entre o governo e instituições
em favor de um avanço sustentável. No ano de 2016, na 21ª Conferência das Partes
(COP21) da UNFCC (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do
Clima), o Brasil se comprometeu em atingir uma produção estimada de 45% de
energias renováveis, na composição da matriz energética, até 2030. Assim seria
possível estabelecer estratégias de mitigação da emissão dos gases do efeito estufa,
que de acordo com as previsões estão sendo responsáveis pelo aumento da
temperatura no planeta (BRASIL, 2017a).
Para esboçar qual é a porcentagem de produção de energia renovável no
país consultou-se o Balanço Energético Nacional (BEN) que em 2017 publicou a
produção de energia elétrica de 2016, apontando uma parcela de aproximadamente
41,5 % da geração de energia por fontes renováveis em toda a gama de consumidores
de energia, incluindo os veículos automotores. O que percebe-se na figura 1 a seguir
é que a energia renovável vem diminuindo desde de 2007 (BRASIL, 2017b).

Figura 1 – Produção de energia primária do Brasil até 2016 presente no Relatório Final
do BEN 2017.

Fonte: Brasil (2017b, p. 22).


24

2.2 CERTIFICAÇÕES DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

Cientes dos recursos naturais disponíveis, contudo limitados, surgem


organizações que certificam edifícios visando obter uma melhoria na eficiência
energética do ambiente construído. A partir das certificações, obtém-se uma avaliação
de sustentabilidade, eficiência e impacto ambiental de uma construção.
Entre as estratégias relacionadas à sustentabilidade existem avaliações de
eficiência energética para edificações. Estas são realizadas por instituições como
GBC (Green Building Council) que possui a certificação: Liderança em Energia e
Design Ambiental (LEED); e a etiqueta brasileira presente, mais popularmente nos
eletrodomésticos, a: Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE).
A ENCE possui vertentes para diversos tipos de produtos consumidores de
energia, entre eles: pneu, ar-condicionado, geladeiras, chuveiros, lâmpadas e para as
edificações. A etiqueta implantada pelo Programa Nacional de Conservação de
Energia Elétrica (PROCEL) para residências é argumentada perante as normas
brasileiras de edificações, em especial a NBR 15.575:2013, Edificações Habitacionais
– Desempenho (ABNT, 2013).

2.2.1 Construção zero energia (ZEB)

O Departamento de Energia dos Estados Unidos da América, Department


of Energy by the Nacional Institute of Building Sciences, definiu como Construção Zero
Energia, ZEB - Zero Energy Building, o edifício que produz energia renovável
necessária para o seu consumo anual. O mesmo departamento afirma haver uma
série de vantagens em longo prazo com edifícios ZEB que vão além de impactos
ambientais, incluindo menos custo operacional e de manutenção. Bem como,
aumentar capacidade de segurança nas interrupções de energia elétrica por desastres
naturais (ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA, 2015, tradução nossa).

2.2.2 LEED residencial

Uma outra classificação internacional é o certificado LEED, Leadership in


Energy and Environmental Design, traduzido como Liderança em Energia e Design
Ambiental. Este certificado promove metas de gerenciamento dos recursos hídricos e
25

energéticos. Para obtenção do certificado LEED Residencial são apresentados os


itens de checagem, dividindo-se em oito critérios. O grupo GBC, Green Building
Council, do Brasil dá uma pontuação para a edificação conforme os seguintes itens:
SS – Espaço sustentável; WE – Eficiência do uso da água; EA – Energia e atmosfera;
MR – Materiais e recursos; EQ – Qualidade ambiental interna; IN – Inovação e
processos; RP – Créditos regionais. Entre os requisitos obrigatórios a serem
analisados de acordo com a GBC BRASIL (2018) estão:
a) implantação: Orientação de projeto na carta solar, não utilizar plantas
invasivas;
b) uso racional de água: Medição individualizada para cada unidade;
c) energia e atmosfera: Análise da Envoltória, Fontes de aquecimento de
água eficiente, qualidade da instalação elétrica de baixa tensão, iluminação
artificial básica.

2.2.3 Etiqueta nacional de conservação de energia (ENCE)

A etiqueta nacional de conservação de energia (ENCE) para edificações é


fornecida somente por um Órgão Inspetor Acreditado (OIA). A etiqueta expõe as
informações sobre o tipo de construção, a Zona Bioclimática, a pontuação geral e
conceito da avaliação de eficiência de A à E. A etiqueta explicita pontuação atribuída
para as bonificações e o cumprimento dos pré-requisitos gerais. A ENCE informa
separadamente a nota conceito de eficiência térmica da envoltória para as situações
de inverno e verão. A seguir na figura 2 apresenta-se a ilustração desta etiqueta.
26

Figura 2 – Representação da ENCE para uma UH analisada na fase de projeto

Fonte: Brasil (2012).

O projetista poderá solicitar esta avaliação ainda na fase de projeto ou já


para a edificação construída. A etiqueta pode ser fornecida segundo dois
regulamentos distintos: o Regulamento Técnico da Qualidade para o Nível de
Eficiência Energética de Edificações Comerciais, de Serviços e Públicas (RTQ-C) e o
RTQ-R. As edificações são enquadradas conforme três tipos de uso de acordo com o
informativo 2 da PBE Edifica (2017):
a) edificações residenciais (RTQ-R);
b) edificações comerciais, de serviços e públicas (RTQ-C);
c) edificações públicas (RTQ-C).

A ENCE não é restritiva de comercialização ou construção, o Instituto


Nacional de Metrologia (INMETRO) é o órgão que possui a autarquia de restrição à
venda de produtos. Neste caso a ENCE propõe, do ponto de vista do consumidor, a
possibilidade de optar por um produto com eficiência conhecida, independente do
resultado da avaliação. O que é necessário para ser avaliado pela ENCE é ter um
27

regramento mínimo. São concedidas etiquetas para edificações comerciais, de


serviços e públicas além da edificações residenciais. Sendo estas de 3 tipos de acordo
com PBE Edifica (2017):
a) unidades habitacionais autônomas (UH) - casas ou apartamentos;
b) edificações multifamiliares - conjunto de várias UH;
c) áreas de uso comum - salão de festas, corredores, acessos.

A pontuação da etiqueta nacional é determinada de acordo com o


Regulamento Técnico do Nível de Qualidade e Eficiência em Edificações
Residenciais, RTQ-R.
O RTQ-R vem para formalizar e instruir os profissionais considerando o
desempenho esperado no cumprimento das normas voltadas para construção em
vigência no Brasil. Cita-se a definição de regulamento técnico.
Conforme informativo do INMETRO (2018a, p. 1):

REGULAMENTO TÉCNICO: Documento aprovado por órgãos


governamentais em que se estabelecem as características de um produto ou
dos processos e métodos de produção com eles relacionados, com inclusão
das disposições administrativas aplicáveis e cuja observância é obrigatória.
Também pode incluir prescrições em matéria de terminologia, símbolos,
embalagem, marcação ou etiquetagem aplicáveis a um produto, processo ou
método de produção, ou tratar exclusivamente delas.

Os conceitos de eficiência da envoltória para inverno, EqNumEnvA, e


verão, EqNumEnvResfr, são obtidos após o cálculo da pontuação baseada nas
características dos materiais da construção, aberturas, forma, orientação, pé direito,
entre outros fatores influenciadores na eficiência térmica de uma residência
unifamiliar.

2.3 CONFORTO TÉRMICO

O conforto térmico é um estado de satisfação do homem no ambiente que


o circunda. A edificação inserida no ambiente sofre as variações de temperatura e
umidade conforme a estação do ano ou horário do dia, podendo proporcionar ao
habitante sensação de calor ou frio (LAMBERTS et al., 2014).
Nesta seção da revisão bibliográfica apresenta-se: conceitos relativos ao
conforto térmico; uma breve explicação do que é uma carta psicométrica e Zona
28

Bioclimática; fatores que influenciam na incidência solar numa edificação e a carta


solar.

2.3.1 A física das trocas térmicas

A Termologia é a parte da Física que estuda as leis dos fenômenos


caloríficos. A termologia é usualmente dividida, para fins didáticos, em termometria
(estuda medidas de temperatura) e calorimetria (estuda as quantidades de calor). As
trocas térmicas ocorrem quando existe uma diferença de temperatura entre duas
regiões são geridas pelos fenômenos: condução (passagem de calor por contato),
radiação (emissão de ondas que aumentam a temperatura de corpos sensíveis),
convecção (movimento do fluído que envolve os corpos) (COSTA, 1991).

2.3.2 Condução

Condução é a forma como o calor se propaga através de um objeto em


contato com outro. O fluxo de calor para condução depende da área (A): seção
transversal perpendicular â direção do fluxo dada em m²; espessura (l): que representa
o comprimento percorrido pelo calor, dado em metros; (ΔT): diferença da temperatura
entre os pontos, dado em Kelvin e (λ) que é a condutividade do material, propriedade
unitária para o fluxo de calor, dado em W/m.K. A transmitância térmica de um material
é a característica que considera o conjunto (λ) e (l) (LAMBERTS et al., 2014).

Transmitância térmica (U) é uma propriedade dos componentes construtivos


relacionada à permissão da passagem de energia, medida em W/m2K. Está
relacionada à espessura do componente e à condutividade térmica dos seus
materiais constituintes, e representa sua capacidade de conduzir maior ou
menor quantidade de energia por unidade de área e de diferença de
temperatura (LAMBERTS et al., 2010, p. 22).

A seguir, apresenta-se uma ilustração do processo de transmissão de calor


entre os ambientes internos e externos de edificações, durante a condição de inverno.
29

Figura 3 – Ilustração da transmissão de calor através de paredes em situação de


inverno

Fonte: ECOPORE (2018, p. 1).

2.3.3 Irradiação

Costa (1991) afirma que qualquer corpo emite radiação semelhante à luz,
a quantidade depende da natureza da fonte e sua temperatura possuindo sempre uma
energia calorifica. O calor também emite radiação ocorrendo a transmissão de energia
calorifica entre dois corpos de temperaturas diferentes, em um mesmo meio que
permita esta radiação transitar (COSTA,1991).
A radiação solar é fonte de calor e luz nas edificações, ela gera aumento
da temperatura, utiliza-se para avaliação de conforto térmico nas edificações os
valores médios de horas de sol ou estimativas a partir da nebulosidade, apresentadas
no Ano Climático de Referência - Test Reference Year (TRY) (LAMBERTS et al., 2014)
A seguir apresenta-se o Atlas Brasileiro de Energia Solar, na figura 4, que
ilustra de irradiação solar média no Brasil, durante o ano. Quanto mais clara a
tonalidade mais insolação recebe a região.
30

Figura 4 – Mapa de insolação Brasil

Fonte: Pereira et al. (2016, p. 34).

2.3.4 Faixa térmica de conforto

De acordo com Lamberts et al. (2014) o ser-humano tem a sua temperatura


mantida pelo organismo na ordem de 37°C, o organismo adquire energia por meio do
metabolismo que gera um calor dissipado para o ambiente. A temperatura média de
conforto é de 21 a 27 °C para pessoas vestidas. As variáveis que influenciam o
conforto térmico são:
a) atividade desempenhada pelo usuário, M, (w/m²);
b) isolamento térmico das roupas utilizadas pelo usuário Icl (clo);
c) temperatura do ar (°C);
d) temperatura radiante média, trm (°C);
e) velocidade do ar, vd (m/s);
f) pressão parcial do vapor de água no ar ambiente, pa (kPa).
31

O conforto das pessoas está relacionado às características do ambiente e


da cultura, o foco em edificações está na qualidade do ar, antropometria, acústica e
iluminação. O conforto térmico é uma sensação de bem-estar do ser-humano que no
interior da edificação está submetido a condições de temperatura, insolação, umidade
e velocidade do vento satisfatórias. A norma ASHRAE 55/2010, sobre condições
ambientais térmicas para ocupação humana descreve: “Conforto térmico é a condição
da mente que expressa satisfação com o ambiente” (ASHRAE, 2010, p. 4).
Para estimar o conforto térmico utiliza-se uma escala baseada nos votos
de usuários das edificações. Após a definição das condições de vestimenta e atividade
realizada, o voto de um usuário pode ser previsto para cada situação do ambiente. O
Voto Médio Predito (PMV) completamente confortável representa PMV igual à 0
(zero). Já o desconforto é dividido em 3 níveis, sendo que positivo representa calor e
negativo frio (LAMBERTS et al., 2014).
O gráfico que relaciona Porcentagem de Pessoas Insatisfeitas (PPD) e do
Voto Médio Predito (PMV) está representado na figura 5 a seguir:

Figura 5 – Gráfico que relaciona porcentagem de PPD e PMV

Fonte: Lamberts et al. (2014).

2.3.5 Carta psicométrica

Para aplicar os conceitos supracitados busca-se encontrar informações que


mostrem como serão afetadas as condições de conforto no interior de uma edificação
e quais estratégias podem ser eficientes. A carta psicométrica auxilia nesta previsão,
sendo um gráfico que relaciona a temperatura do ar úmido com ar seco, então
32

estabelece através do teste com psicrômetro qual é a diferença entre a temperatura


do bulbo seco e úmido (ANDRADE, 1996).
De acordo com Andrade (1996) carta psicométrica foi relacionada com o
clima e suas características por Olgyay em 1963 que desenvolveu uma carta
bioclimática que propõe estratégias de condicionamento do ar, aplicáveis as
edificações. Esta carta permite que se tenha como resultado: “recomendações
detalhadas quanto ao tipo de edificação, forma volume, orientação, aspectos da
envoltória, tais como: cor, tipo de aberturas, paredes, telhados, tipos de material”
(ANDRADE, 1996, p. 19).
Para o uso das cartas bioclimáticas é necessário conhecer a localização
geográfica da edificação analisada. Esta carta exibe linhas de temperatura
correlacionadas com a umidade e a maior probabilidade de ocorrência para cada mês
do ano. Assim é possível identificar a necessidade de aquecimento ou resfriamento.
A seguir, na figura 6, observa-se em branco a área representativa de conforto térmico
e as estratégias recomendadas para atingir o conforto.

Figura 6 – Representação das áreas de uma carta psicométrica

Fonte: Lamberts et al. (2014).

2.3.6 Ano de referência (TRY)

O TRY, Test Reference year – Ano de referência, é utilizado para simulação


de desempenho energético em edificações, possuindo a união das informações do
comportamento climático de todo o ano, 8760 horas, em uma região, pode-se assim
33

desenvolver cartas bioclimáticas que auxiliem na definição de estratégias de


acondicionamento do ar para conforto térmico (BELTRAME; CUNHA, 2016).
Estes índices são baseados nos dados de referência de estações
meteorológicas. De acordo com Andrade (1996), em um arquivo do ano de referência
TRY consta as seguintes variáveis climáticas:
a) temperatura de bulbo seco (temperatura do ar sem umidade);
b) umidade relativa (vapor de água dissolvido no ar, dado em porcentagem
do volume ocupado pela água em relação ao ar);
c) amplitude térmica (diferença da temperatura entre a mais fria e a mais
quente);
d) nebulosidade (nuvens presentes no céu, dado em porcentagem de
presença no período estudado);
e) velocidade e direção do vento. (velocidade e direção cardial de
predominância no período estudado).

2.3.7 Zona bioclimática

A Zona Bioclimática representa regiões geográficas, onde se tem


elementos climáticos homogêneos para cada zona. Estas zonas estão definidas na
NBR 15220/2005 parte 3 - Zoneamento Bioclimático Brasileiro e Diretrizes
Construtivas para Habitações Unifamiliares de Interesse Social, apresentada na figura
7.
34

Figura 7 – Mapa das zonas bioclimáticas do Brasil.

Fonte: Lamberts et al. (2010).

2.3.8 Carta solar

O sol é responsável pela maior forma de energia envolvida em um clima, a


radiação. Conforme Mendonça (2011) as intempéries fazem com que as pessoas
construam habitações e, por conseguinte, precisa-se estudar o Sol e a geometria
formada com a edificação durante um ano.
O ângulo de incidência solar no Equador é de 23 graus e 27 minutos medido
a partir do Equador e a figura 8 representa este movimento da Terra ao redor do Sol,
onde: (a) Solstício de Inverno (b) Equinócio de Primavera (c) Solstício de Verão (d)
Equinócio de Outono.
35

Figura 8 – Translação da Terra e localização dos trópicos

Fonte: Lamberts et al. (2014).

Para utilizar a carta solar determina-se um horário e um dia do ano, assim


pode-se obter a trajetória solar, a altitude solar e o azimute solar.
Quando os objetivos são as máscaras de sombra, de aberturas e fachadas,
posiciona-se um uma reta na carta solar conforme a sua orientação cardeal de projeto.
A seguir, na figura 9, apresenta-se a carta solar realizada para cidade de Florianópolis,
onde o fator mais influenciado para gerá-la foi a latitude, portanto acredita-se que a
mesma carta pode ser utilizada para o local da edificação do estudo de caso.

Figura 9 – Carta Solar de Florianópolis (Latitude 27º 35’48”).

Fonte: Lamberts et al. (2014).


36

Desta forma prevê-se qual o horário de insolação, durante um ano, por


conta das variações da altitude solar de cada estação do ano. Observa-se na figura
10 a representação tridimensional da rota do sol, já na figura 11 ilustra-se o significado
de cada linha de uma carta solar. A figura 12 apresenta a máscara de insolação de
uma janela voltada para o leste, em amarelo, e a área em vermelho representa a
proteção solar que o beiral proporciona para a janela analisada.

Figura 10 – Visualização tridimensional da rota do Sol

Fonte: Lamberts et al. (2014).

Figura 11 – Significado das linhas de uma carta solar

Fonte: Lamberts et al. (2014).


37

Figura 12 – Mascaras de sombra de uma janela voltada para o lado leste em


Florianópolis

Fonte: Lamberts et al. (2010).

2.4 RECOMENDAÇÕES PARA EFICIÊNCIA TÉRMICA DE EDIFICAÇÕES


RESIDENCIAIS

A arquitetura pode ser vista como a união de três fatores: estrutura,


utilidade e beleza. A eficiência energética poderá ser perseguida através do emprego
de técnicas e conceitos bioclimáticos nos três fatores (LAMBERTS et al., 2014).
A arquitetura bioclimática busca a obtenção de condições de conforto de
forma natural, sem mecanização, tendo três fatores importantes a se considerar: “o
clima, o edifício em termos construtivos e a utilização que se pretende do mesmo”
(GONÇALVES et al., 2004 apud COSTA, 2016, p. 23).
A Cartilha de Construções Sustentáveis é uma publicação do Ministério do
Meio Ambiente do Brasil, que expõe disposições dos ambientes como prévias de
conforto ou desconforto. “Cabe ao projeto arquitetônico, por intermédio da
organização da planta, assegurar o grau adequado de insolação e ventilação natural
para cada ambiente” (BRASIL, 2014b, p. 4). Ainda de acordo com o mesmo caderno
devem-se observar as seguintes recomendações quanto à orientação das faces de
cada tipo de ambiente (cômodos):
a) norte: Melhor face da edificação em climas mais frios (quartos, salas,
áreas de elevada permanência);
b) sul: Luz uniforme, ventos frios de inverno (corredores, escadas,
garagem, depósitos, despensa);
38

c) oeste poente: ideal para plantio de árvores (área de serviço, banheiros,


áreas de baixa permanência);
d) leste nascente: (quartos, salas e áreas de elevada permanência).

Quanto a recomendações gerais pode-se destacar ainda:


a) adaptar o projeto à topografia natural do terreno, reduzindo o impacto
com a retirada de terra;
b) preservar as espécies nativas existentes no terreno;
c) fazer um projeto adequado ao clima local, minimizando o consumo de
energia ao longo do uso da edificação;
d) preferir iluminação natural, pois além de proporcionar economia, é mais
agradável do que a iluminação artificial;
e) atenção à orientação solar adequada;
f) aperfeiçoar as condições de ventilação natural, através de ventilação
cruzada na habitação;
g) utilize vegetação no entorno da edificação. Isso combina a
evapotranspiração das plantas com isolamento térmico (BRASIL, 2014b).

Conforme Bittencourt (2005), a ventilação é apontada, frequentemente


como a estratégia bioclimática mais eficiente para obtenção de conforto térmico nos
espaços urbanos e arquitetônicos, sendo o alcance social dessa estratégia
indiscutível.
A seguir apresenta-se a ilustração figura 13 adaptada de um corte do
projeto de Gunter Ludewig, mostrando o efeito da ventilação e direcionamento do ar.
39

Figura 13 – Representação esquemática da casa solar porto santo – Arq. Gunther


Ludewig

Fonte: Gonçalves et. al. (2004 apud COSTA, C. 2016).

Dentre as estratégias bioclimáticas aplicáveis aos projetos destaca-se o


sombreamento, de forma que não prejudique na iluminação natural. As aberturas
possuem funções de iluminação, insolação e ventilação. As principais trocas térmicas
em edificações ocorrem nas aberturas e elementos transparentes como janelas e
claraboias, podendo ocorrer por condução, convecção e radiação. Utilizando-se os
princípios de sombreamento e ventilação da arquitetura tradicional diminui-se a carga
térmica da edificação e renova-se o ar por meios naturais, contribuindo para a
sustentabilidade do espaço construído (LAMBERTS et al., 2014).
Para ilustrar a técnica de sombreamento apresenta-se a figura 14.

Figura 14 – Representação esquemática do controle da irradiação utilizando


protetores solares

Fonte: RODRIGUES (2015).


40

2.5 REGULAMENTO TÉCNICO DO NÍVEL DE EFICIÊNCIA E QUALIDADE EM


EDIFICAÇÕES RESIDENCIAIS (RTQ-R)

Conforme o anexo da portaria, nº 18 do INMETRO publicada em 2012, o


RTQ-R cria estratégias de projeto a fim de alcançar maiores níveis de eficiência, com
a participação dos diversos agentes envolvidos na construção.
De acordo com o RTQ-R, os requisitos e variáveis para a classificação da
eficiência energética de Unidades Habitacionais Autônomas (UH) são definidas a
partir de alguns fatores como:
a) Zona Bioclimática;
b) envoltória;
c) medição de água e energia elétrica individualizada.;
d) bonificações que representam pontos adicionais e objetivam o uso de
estratégias mais eficientes como a ventilação cruzada.

Para atingir os níveis de eficiência A e B deve-se atender aos pré-requisitos


de cada sistema analisado. A partir da análise de projeto pode-se obter a Pontuação
Total da UH (PTUH) e seu nível de eficiência correspondente esperado para a ENCE
UH de projeto. Apresenta-se a seguir conceitos, definições, símbolos e unidades que
são considerados.
Conforme o RTQ-R (BRASIL, 2012, p. 4, grifo do autor):

a) Unidade Habitacional Autônoma (UH): Bem imóvel destinado à


moradia e dotado de acesso independente, sendo constituído por, no
mínimo, banheiro, dormitório, cozinha e sala, podendo estes três
últimos ser conjugados. Corresponde a uma unidade de uma
edificação multifamiliar (apartamento) ou a uma edificação unifamiliar
(casa).
b) Ambiente de Permanência Prolongada (APP): Ambientes de
ocupação contínua por um ou mais indivíduos, incluindo sala de
estar, sala de jantar, sala íntima, dormitórios, escritório, sala de TV
ou ambientes de usos similares aos citados. Não são considerados
ambientes de permanência prolongada: cozinha, lavanderia ou área
de serviço, banheiro, circulação, varanda aberta ou fechada com
vidro, solarium, garagem, dentre outros que sejam de ocupação
transitória. Os ambientes listados nesta definição não excluem outros
não listados.
c) Área Útil (AU) (m2): Área disponível para ocupação, medida entre
os limites internos das paredes que delimitam o ambiente, excluindo
garagens.
d) Área da Abertura (AAb) (m2): Área da abertura livre de obstrução
por elementos fixos de sombreamento que sejam paralelos ao plano
de abertura.
41

e) Fachada: Superfícies externas verticais ou com inclinação superior


a 60º em relação à horizontal. Inclui as superfícies opacas,
translúcidas, transparentes e vazadas.
f) Profundidade do ambiente (P) (m): Distância entre a parede que
contém a(s) abertura(s) para iluminação e a parede oposta a esta.
g) Pilotis: Consiste na área aberta, sustentada por pilares, que
corresponde à projeção da superfície do pavimento imediatamente
acima.
h) Absortância (adimensional): Quociente da taxa de radiação solar
absorvida por uma superfície pela taxa de radiação solar incidente
sobre esta mesma superfície. A absortância é utilizada apenas para
elementos opacos, com ou sem revestimento externo de vidro
(exclui-se a absortância das parcelas envidraçadas das aberturas).
i) Coeficiente de descarga (CD): Coeficiente relacionado com as
resistências de fluxo de ar encontradas nas aberturas de portas e
janelas. É uma função entre a diferença de temperatura o ar, a
velocidade e direção do vento e, principalmente, a geometria da
abertura. É um coeficiente adimensional relacionado com a taxa de
fluxo de ar média que passa pelas aberturas e corresponde à
diferença de pressão através delas.
j) Dispositivo de proteção solar: Elementos externos que
proporcionam sombreamento nas aberturas dos ambientes de
permanência prolongada, tais como venezianas, persianas, brises e
cobogós.
k) Equivalente numérico (EqNum): Número representativo da
eficiência ou do desempenho de um sistema.
l) Equivalente numérico da envoltória (EqNumEnv): Número
representativo do desempenho térmico da envoltória da unidade
habitacional autônoma. Pode ser desempenho para resfriamento
(EqNumEnvResfr), para aquecimento (EqNumEnvA) ou para
ambientes condicionados artificialmente (EqNumEnvRefrig).
m) Equivalente numérico da envoltória do ambiente
(EqNumEnvAmb): Número representativo do desempenho térmico
da envoltória de um ambiente de permanência prolongada. Pode ser
desempenho para resfriamento (EqNumEnvAmbResfr), para
aquecimento (EqNumEnvAmbA) ou para ambientes condicionados
artificialmente (EqNumEnvAmbRefrig).
n) Indicador de graus-hora para resfriamento (GHR): Indicador de
desempenho térmico da envoltória da edificação naturalmente
ventilada, baseado no método dos graus-hora, que utiliza uma
temperatura base, independente de temperaturas de conforto,
consistindo em uma temperatura de referência para comparações.
Neste RTQ, o indicador representa o somatório anual de graus-hora,
calculado para a temperatura de base de 26°C para resfriamento. O
cálculo é realizado através da temperatura operativa do ambiente.

2.6 ROTEIRO DE ANÁLISE DA ENVOLTÓRIA

Nesta seção é descrito o roteiro do estudo de caso utilizado para a


avaliação da eficiência energética baseado no método prescritivo do RTQ-R para Área
de Permanência Prolongada (APP) de uma Unidade Habitacional Autônoma (UH). Os
materiais de consulta incluem o Manual de Aplicação do RTQ-R (BRASIL, 2013b); e
o Anexo V da Portaria nº 50 /2013, o Catálogo de Propriedades Térmicas de Paredes,
Cobertura e Vidros. (BRASIL, 2013 a.).
42

Utilizou-se como ferramenta de cálculo a planilha de análise da envoltória


disponível no site do PBE Edifica. (PBE EDIFICA, 2017)
O método prescritivo utiliza equações para facilitar a avaliação dos projetos.
O PBE Edifica disponibiliza uma planilha de cálculo para análise da envoltória e
cálculo da pontuação total da edificação. O foco deste trabalho está nas variáveis de
resultado:
a) Consumo Relativo de Aquecimento (CA) e de Resfriamento (CR)
previsto durante o ano para manter o conforto no interior das Áreas
de Permanência Prolongada (APP).
A pontuação de inverno e verão, consideradas simultaneamente, pode ser
obtida com o preenchimento da planilha e a explicação de como preencher cada um
dos itens está nas subseções a seguir.

2.6.1 Ambiente

O ambiente é definido pela zona bioclimática (ZB) e a área útil (AUamb) da


APP a ser analisada. Para determinação da Auamb de salas pode-se considerar o
corredor como área pertencente a área total do ambiente (BRASIL, 2013b).

2.6.2 Situação do piso e cobertura

A situação da cobertura é definida como cob e quando não está exposta


para o exterior o preenchimento é 0 (zero). Para a situação do solo preenche-se 1
(um) quando existe contato com o terreno. Para a existência de pilotis a variável se
chama pil e preenche-se 0 (zero) quando a APP não está sobre pilotis (BRASIL,
2013b).

2.6.3 Paredes externas

As paredes externas têm a função de isolar o ambiente de forma que este fique
mais confortável durante as mudanças de temperatura. De acordo com o RTQ-R
possuem a funcionalidade de inercia térmica e isolante térmico. Conforme a região da
edificação tem-se diferentes necessidades para regulação da temperatura dentro do
ambiente construído. Nesta seção da planilha insere-se as características do material
43

utilizado com preenchimento nas paredes, levando em conta por exemplo o


acabamento interno e externo preenchendo a transmitância térmica (Upar),
capacidade térmica (CTpar) e absortância (αpar) (BRASIL, 2013b).

2.6.4 Característica construtiva

Nesta parte da planilha deve-se preencher as variáveis CTalta e CTbaixa.


Preenche-se 0 (zero) para as duas variáveis quando a média ponderada das
capacidades térmicas de todas as paredes e fechamentos é um valor entre 50 e 250
kJ/m²K (BRASIL, 2013b).

2.6.5 Cobertura

Conforme o RTQ-R (2013) aponta: quando a edificação está sob outra UH


deve-se preencher para transmitância térmica (Ucob) e absortância (αcob) o valor 0
(zero); para capacidade térmica (CTcob) o valor 1 (um) (BRASIL, 2013b).

2.6.6 Áreas de paredes externas do ambiente

Nesta parte da planilha contabiliza-se as áreas das paredes externas de


cada orientação, Norte, Sul, Leste e Oeste, excluindo as áreas de janelas para cada
ambiente (BRASIL, 2013b).

2.6.7 Características das aberturas

Deve-se calcular a soma das áreas de todas as janelas, para cada


ambiente. A determinação do percentual de abertura para cada tipo de esquadria é
padronizada pelo INMETRO e pode ser obtido no Anexo II do RTQ-R. Assim
preenche-se o fator Fvent. O Fator Somb é um fator de sombreamento possível nas
aberturas, por exemplo quando não possui dispositivos de sombreamento como
venezianas então se preenche 0 (zero) (BRASIL, 2013b).

Fvent (adimensional): fator das aberturas para ventilação: valor adimensional


proporcional à abertura para ventilação em relação a abertura do vão. Os
valores variam de 0 (zero) a 1 (um). Por exemplo, se a abertura para
44

ventilação for igual à abertura do vão, o valor deve ser 1 (um); se a abertura
estiver totalmente obstruída, o valor deve ser 0 (zero); se a abertura
possibilitar metade da área da abertura para ventilação, deve ser 0,5
(BRASIL, 2013b, p. 18).

2.6.8 Características gerais

Dentre as características gerais, está a variável AparInt que é a área das


paredes internas. O item PD é a altura do pé-direito do ambiente. O item Caltura,
subsequente na planilha, será preenchido automaticamente após o preenchimento da
AparInt e PD (BRASIL, 2013b).

2.6.9 Características do isolamento térmico

Este item só é preenchido para zonas bioclimáticas mais frias, no caso da


ZB3 pode-se preencher 0 (zero) (BRASIL, 2013b).

2.6.10 Equivalente numérico da envoltória

No final da tabela é exibido automaticamente o Equivalente Numérico da


Envoltória (EqNumEnv) nas condições de inverno e verão. A pontuação da envoltória
será apresentada automaticamente no final da planilha de acordo com a estimação
de consumo (CA) de cada APP para manter o aquecimento do ambiente durante o
período de 21 h às 8 h, todos os dias do ano, com manutenção da temperatura em
22ºC. Para refrigeração do ambiente estima-se o consumo (CR) com manutenção da
temperatura em 24ºC. Esta previsão é dada de acordo com o método prescritivo do
RTQ-R para conceituar o desempenho térmico de uma área edificada, sendo a nota
conceito de A, mais eficiente, à E, menos eficiente (BRASIL, 2013b).

2.6.11 Nota final da UH

Para esboçar uma avaliação levando em conta todas as áreas analisadas


preenche-se os pré-requisitos da UH completa, levando em conta toda a edificação
inclusive áreas que não são APP.
45

A nota dada na pasta “Nota envoltória da UH” da planilha é uma


ponderação que considera a área de cada APP e a sua nota, apresentando uma nota
total baseada em pesos proporcionais a área de piso da APP (BRASIL, 2013b).
Acredita-se que quanto maior a inserção das normas e legislações no
ambiente construtivo mais eficiente este se tornará. A análise da ENCE pode ser feita
por dois tipos de metodologia: o método de simulação e o prescritivo. O método
prescritivo se caracteriza pela avaliação de fatores normalmente explícitos em
projetos arquitetônicos, como as áreas de piso e janelas, materiais de preenchimento
das paredes, coberturas e a orientação cardeal de cada fachada.
Os pré-requisitos analisam algumas relações destas propriedades,
questiona sobre a medicação individualizada, dos sistemas hidráulico e elétrico.
A busca de argumentos que justifiquem a aplicação deste método é
continua. Com foco na análise de um projeto arquitetônico tem-se o estudo de caso
realizado a seguir. O projeto foi disponibilizado por um empreendedor, que atua
construindo edificações multifamiliares na cidade de Palhoça. Este projeto foi cedido
para fins acadêmicos.
46

3 ESTUDO DE CASO

O emprego do método prescritivo do Regulamento Técnico da Qualidade


para o Nível de Eficiência Energética de Edificações Residenciais (RTQ-R), para
análise da envoltória, ocorreu baseado em um projeto de uma Unidade Habitacional
Autônoma (UH). Seguiu-se com a identificação de cada Área de Permanência
Prolongada (APP), aberturas, material construtivo, orientação cardeal de fachadas e
aberturas. Para a análise do desempenho da envoltória, EqNumEnv, avaliou-se um
projeto arquitetônico disponibilizado.
A edificação está na cidade de Palhoça e possui dois pavimentos com um
total de quatro apartamentos, onde escolheu-se um deles (apartamento 002)
representado na figura 16, destinado a avaliação da eficiência da envoltória das áreas
de APP.
A planilha de análise da eficiência energética da UH é disponibilizada pelo
PBE Edifica com as fórmulas do método prescritivo configuradas em seis pastas de
trabalho distintas e conectadas, analisou-se uma APP de cada vez.
Utilizou-se a ferramenta da planilha que copia a análise de cada APP para
as colunas que ponderam a área e a eficiência no cálculo da nota de eficiência da
envoltória da UH.
O resultado da análise de cada APP é a avaliação da eficiência energética
do conjunto de materiais, forma e orientação da área analisada. Espera-se que seja
possível estimar o nível de conforto térmico do projeto analisado, aproximando a
compreensão do dispêndio de energia após construído. Com a análise da envoltória
sem os pré-requisitos pôde-se obter o resultado do cálculo para o consumo energético
com aquecimento ou resfriamento em kWh/m² durante o ano, a partir do projeto
arquitetônico.
Para gerar uma nota conceito, de uma APP, precisa-se responder algumas
questões sobre a edificação de acordo com o RTQ-R. Estas questões também estão
embutidas na planilha, .xlsm, e influenciam a nota final da APP.
A partir desta planilha espera-se estimar a eficiência térmica da envoltória
da UH conforme o RTQ-R. Visto o cunho exploratório desta pesquisa com foco na
análise da envoltória não serão apresentados os conceitos de bonificação e
aquecimento de água.
47

3.1 LIMITAÇÕES DO ESTUDO DE CASO

No estudo da UH foi considerado:


a) Somente uma cor de pintura externa – cinza claro,
b) Portas externas contabiliza-se como área de parede externa;
c) As aberturas serão enquadradas conforme Anexo II do RTQ-R por
semelhança;
d) O apartamento escolhido, apartamento. 002, dentre os quatro presentes
no projeto arquitetônico disponibilizado, é no pavimento térreo e com a
maior fachada virada para o Norte;
e) Ao consultar o RTQ-R e o Manual do RTQ-R concluiu-se que: a janela
da cozinha não faz parte da abertura de iluminação (Ai) considerada nos
pré-requisitos. Também não faz parte do cálculo de pré-requisitos a área
de corredor e cozinha/lavanderia na variável Área Útil do Ambiente AUamb;
f) Não foi considerado nenhum beiral de telhado para o apartamento 002;
g) A cobertura não é calculada pois a UH está debaixo de outra, por esta
razão o RTQ-R determina um preenchimento binário para as seguintes
variáveis:
- capacidade térmica da cobertura (CTcob);
- transmitância térmica da corbertura (ucob);
- absortância térmica da cobertura (αcob).

3.2 APRESENTAÇÃO DO PROJETO ARQUITETÔNICO ANALISADO

O projeto foi disponibilizado por um empreendedor na região do município


de Palhoça. Após visitas do Autor, durante a construção, foi dado o direito de utilizar
o projeto e imagens da edificação com fins didáticos e acadêmicos. A figura 15 a
seguir é da edificação construída, que foi concluída em Janeiro de 2018.
48

Figura 15 – Foto da edificação multifamiliar foco do estudo de caso

Fonte: Elaboração do autor, 2018.

A seguir vemos a figura 16 que ilustra a planta baixa do pavimento Térreo,


da edificação multifamiliar, onde pode-se ver o apartamento escolhido, 002.
49

Figura 16 – Planta baixa do pavimento térreo da edificação multifamiliar

Fonte: Verthori Negócios Imobiliários Eireli (2017).


50

A sala é um ambiente contiguo com a cozinha e lavanderia, possuindo área


de corredor e circulação.
Para obter a medida do pé-direito (PD) precisa-se visualizar o corte no
projeto arquitetônico. O corte AA retirado do projeto analisado possui o pé-direito de
duzentos e setenta e cinco centímetros, este corte é apresentado na figura 17 a seguir.

Figura 17 – Planta do corte AA de projeto da edificação multifamiliar com medida do


pé-direito do térreo em centímetros

Fonte: Verthori Negócios Imobiliários Eireli (2017).

Para visualização do conjunto de cores, fachadas e aberturas apresenta-


se a seguir na figura 18 as fachadas frontal e lateral direita.

Figura 18 – Visualização das fachadas frontal e lateral da edificação multifamiliar.

Fonte: Verthori Negócios Imobiliários Eireli (2017).


51

O quadro de esquadrias foi cosultado para aplicação do método e está


apresentado na figura 19 a seguir.

Figura 19 – Quadro de esquadrias

Fonte: Verthori Negócios Imobiliários Eireli (2017).

3.3 AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA DE PROJETO CONFORME O


MÉTODO PRESCRITIVO DO RTQ-R PARA O APARTAMENTO 002

Após a visualização do projeto arquitetônico da edificação estudada, pôde-


se determinar algumas variáveis para serem utilizadas na planilha apresentada no
item 3.3.11, utilizando o software Excel.
As próximas seções se destinam ao preenchimento da planilha,
apresentando como considerar as áreas do projeto, as variáveis binarias e
características analisadas neste estudo.
As áreas consideradas como APP foram:
a) sala (APP 1);
b) dormitório (APP 2);
c) suíte (APP 3).
52

3.3.1 Características distintas para cada APP

A seguir, a tabela 1 apresenta as características que são distintas para


cada APP do projeto presente na figura 16 deste trabalho. Juntamente com outras
informações extraídas do projeto arquitetônico.

Tabela 1 – Fatores de ventilação, sombreamento e características físicas da


edificação obtidas do projeto arquitetônico
APP 1 APP 2 APP 3
Identificação da APP
(Sala) (Dormitório) (Suíte)
Área útil da APP (Auamb) 23,84 8,03 10,16
Área da parede externa e orientação 13,58 Norte 6,15 Oeste
5,57 Norte
(Apamb) 3,52 Leste 1,65 Norte
Área das paredes internas (Aparint) 45,00 24,34 26,82
3,36 Leste
Área de aberturas e orientação (Aab) 1,44 Norte 1,68 Oeste
0,44 Norte
Área de corredor 3,62 0 0
Área do piso considerada para pré-
11,16 8,03 10,16
requisito de iluminação
Área do piso considerada para pré-
23,84 8,03 10,16
requisito de ventilação
Porta de
Tipo de abertura Janela Janela
correr
Fvent – Janela principal 0,45 0,45 0,45
Somb – Janela principal 0,80 0,80 0,80
Fonte: Elaboração do autor, 2018.

As variáveis Fvent e Somb foram identificados conforme preconiza o RTQ-


R, sendo o Fvent obtido da identificação das esquadrias conforme o Anexo II do RTQ-
R, abordado no item 3.3.8. A variável Somb foi considerado 0 (zero) para todas as
janelas por não possuírem venezianas ou dispositivos de sombreamento. A abertura
da sala é uma porta de correr que dá acesso a sacada, sendo que no pavimento
superior possui sacada, considerou-se o fator Somb conforme o manual de aplicação
do RTQ-R descrito no item 3.3.12 deste trabalho, assim foi considerado a área de
11,16 metros quadrados para o pré-requisito de iluminação.
53

A figura 20 a seguir ilustra o ângulo entre o beiral e a abertura do projeto.


Como a abertura está virada para Leste, e o ângulo é menor do que 45º, considera-
se o fator Somb igual a 0,2 conforme o RTQ-R página 37 (BRASIL, 2012).

Figura 20 – Ilustração do ângulo formado entre o beiral da sacada e a parte inferior da


abertura analisada

Fonte: Elaboração do autor, 2018.

3.3.2 Ambiente

O ambiente é definido pela Zona Bioclimática (ZB) e a área útil (AUamb) da


APP a ser analisada.
Esta edificação se situa no Sul do país, mais precisamente na cidade de
Palhoça em Santa Catarina na Latitude 27°40'33" – Sul. A figura 7 deste trabalho
possui pouca resolução, o que pode dificultar a identificação da ZB para algumas
regiões. Para certificar-se da zona a ser considerada consultou-se a lista de
edificações que possuem a ENCE, e tomou-se como base o edifício Travertino,
também localizado na Palhoça. Portanto para esse item da planilha preenche-se ZB
igual à 3 (INMETRO, 2018b).
54

A AUamb de cada área está na Tabela 1 deste trabalho, onde os


dormitórios foram considerados sem corredor e com a sua área total conforme está
no projeto, para suíte 10,16 metros quadrados e para o dormitório simples 8,03 metros
quadrados. A área da sala foi considerada juntamente com a área da cozinha,
circulação e corredor pois não possuem elementos de fechamento entre estes
ambientes. Foi descrita área da sala em projeto como 11,16 metros quadros, enquanto
a área do ambiente AUamb preenchido nesta parte da planilha é de 23,84 metros
quadrados.
Para o cálculo dos pré-requisitos pela planilha de cálculo disponibilizada
pelo PBE Edifica utilizou-se a área de iluminação somente a área principal da sala,
conforme aponta a página 70 do Manual de Aplicação do RTQ-R (BRASIL, 2013b).
A consideração desta área contigua se deu por conta de definição do
próprio RTQ-R. Apresenta-se a seguir a figura 21 e figura 22 que demonstra como os
ambientes são definidos.

Figura 21 – Ilustração da divisão entre ambientes

Fonte: Brasil (2013b).

Figura 22 – Ilustração da consideração em ambientes contíguos

Fonte: Brasil (2013b).


55

3.3.3 Situação do piso e cobertura

Conforme visto no item 2.6.2 deste trabalho o preenchimento deste item é


binário e nesta situação de cobertura do projeto analisado pode ser considerado igual
à 0 (zero). E para solo considera-se 1 pois este apartamento é no pavimento térreo e
está em contato com o solo, portanto a variável pil é igual à 0 (zero).

3.3.4 Paredes externas

Os limites dos ambientes têm todos as mesmas características


construtivas: tijolo de doze centímetros de espessura, revestimento de argamassa de
dois centímetros e meio em ambos os lados, externo e interno.
Para estimar as propriedades requisitadas no preenchimento da planilha
utilizou-se os valores disponibilizados pelo Anexo V do Requisitos de Avaliação da
Conformidade para Eficiência Energética de Edificações (RAC), que exibe a
transmitância para esse tipo de parede como Upar igual a 2,24 W/m²K; CT igual a
155,0 kJ/m²K. A seguir apresenta-se a figura 23 representando a parede que será
considerada no cálculo.

Figura 23 – Ilustração da parede utilizada na edificação analisada.

Fonte: Brasil (2013a, p. 14).

A tinta da parede da UH analisada foi considerada com absortância, da


parede (αpar), igual a 0,523 correspondente a tinta fosca do anexo V do RTQ-R. A cor
considerada no cálculo foi a de nome “jade”, número 11. A fim de fornecer informações
56

para aplicação do método deste trabalho apresentamos a figura 24 a seguir com um


índice de tintas por tipo e cor, informando a absortância de cada revestimento.

Figura 24 – Catálogo de tintas com cor e absortância

Fonte: Brasil (2013a).

3.3.5 Característica construtiva

Nesta parte da planilha deve-se preencher as variáveis CTalta e CTbaixa.


Preenche-se 0 (zero) pois a capacidade térmica de todas as paredes é um valor entre
50 e 250 kJ/m²K. (BRASIL, 2012)
57

3.3.6 Cobertura

Conforme o RTQ-R aponta, se a edificação está sob outra UH, deve-se


preencher para transmitância térmica (Ucob) e absortância (αcob) o valor 0 (zero) e
para capacidade térmica da cobertura (CTcob) o valor 1 (um).

3.3.7 Áreas de paredes externas do ambiente

Nesta parte da planilha, analisou-se as orientações de cada parede de


fachada externa das áreas de APP, conforme preconiza o Manual de Aplicação do
RTQ-R, onde tem-se um intervalo de 90º para cada fachada. O norte considerado é o
geográfico pois o norte verificado por bússolas possui uma declinação magnética. A
seguir, apresenta-se a figura 25 que ilustra estes intervalos em cores diferentes.

Figura 25 – Intervalos de consideração da orientação cardeal de fachadas e aberturas

Fonte: Brasil (2013a).

Com a intenção de elucidar a definição da orientação de cada fachada do


projeto analisado apresenta-se a figura 26 a seguir da planta de situação do projeto
cedido e a confirmação na imagem de satélite adaptada logo após.
58

Figura 26 – Planta de situação retirada do projeto arquitetônico alvo do estudo de caso

Fonte: Verthori Negócios Imobiliários Eireli (2017).

Figura 27 – Catálogo de tintas com cor e absortância

Fonte: Google Maps (2018, adaptação do autor).

As áreas de paredes externas, com orientação Oeste, para a suíte, são


encontradas pela multiplicação da base e o pé direito, subtraindo-se a área da
59

abertura J4 com dimensões de 1,40 metro de largura por 1,20 metros de altura. Da
mesma forma segue o cálculo das paredes externas para as outras paredes e é
apesentado na Tabela 1 deste trabalho.

3.3.8 Características das aberturas

Os fatores Fvent e Somb foram determinados no item 3.3.1 deste trabalho


como Fvent igual a 0,45 pois todas as aberturas são de correr de duas folhas conforme
figura 28 abaixo retirada do Anexo II do RTQ-R. Também consta a janela do tipo
maxim-ar para cálculo dos pré-requisitos da envoltória da UH completa.

Figura 28 – Imagem representativa do tipo de esquadria da edificação analisada,


presente no Anexo II do RTQ-R

Fonte: Brasil (2012).

O Fator Somb foi considerado 0 (zero) para todas as janelas pois não
possuem venezianas como pode-se ver nas figuras 29, 30 e 31 a seguir, que são fotos
da edificação finalizada.
60

Figura 29 – Foto da janela da suíte (APP 3)

Fonte: Elaboração do autor, 2018.

Figura 30 – Foto da janela do dormitório (APP 2)

Fonte: Elaboração do autor, 2018.

Figura 31 – Foto da porta de correr da sala (APP 1)

Fonte: Elaboração do autor, 2018.


61

Para a porta de correr de vidro da sala que dá acesso a sacada foi utilizado
o fator Somb igual a 0,2 por conta do beiral que a sacada do piso superior forma com
a abertura P5, apresentado no item 3.3.1 deste trabalho conforme determina o RTQ-
R.

3.3.9 Características gerais

A determinação da área total de paredes internas (AparInt) é determinada


com a observação da planta baixa de cada APP, são consideradas como parede neste
item também as portas. Esta consideração é feita por determinação do RTQ-R e
presente no Manual de Aplicação do RTQ-R. A descriminação de cada área (AparInt)
está presente no item 3.3.1 deste trabalho.
O pé-direito (PD) da edificação é o mesmo em todos os ambientes, igual à
2,75 metros, de acordo com o projeto arquitetonico. O item Caltura é calculado
automaticamente na planilha de cálculo disponibilizada PBE Edifica.

3.3.10 Características do isolamento térmico

Este item só é preenchido para zonas bioclimáticas mais frias, no caso da


ZB 3 pode-se preencher 0 (zero) (BRASIL, 2012).

3.3.11 Equivalente numérico da envoltória (EqNumEnv)

Após o preenchimento da planilha, disponibilizada pelo PBE Edifica


utilizando o software Excel, obteve-se os valores de consumo previsto para
aquecimento e resfriamento da edificação durante o ano. Esta planilha preenchida,
conforme apresentado nos itens anteriores deste trabalho, está apresentada a seguir
na figura 32. As células cinzas, presentes nas colunas referentes a cada APP, foram
calculadas automaticamente pois o arquivo traz embutido as fórmulas presentes no
RTQ-R.
62

Figura 32 – Planilha de Excel disponibilizada pelo PBE Edifica preenchida de acordo


com as informações presentes no projeto arquitetônico alvo do estudo de caso.

Característica
Variável Unidade
Analisada

Sala Dormitório Suíte


Identificação adimensional
Ambiente (APP 1) (APP 2) (APP 3)
Área útil do

APP 23,84 8,03 10,16
Cobertura adimensional 0 0 0
Situação do Contato com
adimensional
piso e cobertura solo 1 1 1
Sobre Pilotis adimensional 0 0 0
Ucob W/m².K 0,00 0,00 0,00
Cobertura CTcob kJ/m².K 1,00 1,00 1,00
αcob adimensional 0,00 0,00 0,00
Upar W/m².K 2,24 2,24 2,24
Paredes
CTpar kJ/m².K 155,00 155,00 155,00
Externas
αpar adimensional 0,52 0,52 0,52
Característica CTbaixa binário 0 0 0
construtiva CTalta binário 0 0 0
Áreas de Abn NORTE m² 13,58 5,57 1,65
Paredes SUL m² 0,00 0,00 0,00
Externas do LESTE m² 3,52 0,00 0,00
Ambiente OESTE m² 0,00 0,00 6,15
NORTE m² 0,44 1,44 0,00
Áreas de SUL m² 0,00 0,00 0,00
Aberturas
LESTE m² 3,36 0,00 0,00
Externas
OESTE m² 0,00 0,00 1,68
Caracteristicas Fvent adimensional 0,45 0,45 0,45
das Aberturas Somb adimensional 0,20 0,00 0,00
Área das
Paredes m² 45,00 24,34 26,82
Características Internas
Gerais
Pé Direito m 2,75 2,75 2,75
C altura adimensional 0,115 0,342 0,271
Características isol binário 0 0 0
de Isolamento vid binário 0 0 0
Térmico para ZB
1 e ZB2 Uvid W/m².K 0 0 0
Indicador de B C C
Graus-hora para GHR ºC.h
1563 1733 2445
Resfriamento
Consumo B B B
Relativo para CA kWh/m².ano
9,010 7,078 8,751
Aquecimento
Consumo Não se aplica C C
Relativo para CR kWh/m².ano
0,000 17,276 15,567
Refrigeração
Fonte: PBE Edifica (2017, adaptação do autor).
63

O item GHR, indicador de graus-hora para resfriamento é um fator


avaliativo sobre a ventilação natural da edificação, representando a eficiência do
conjunto construtivo para resfriamento sem gasto de energia.
Para a área da sala (APP 1) o Consumo de Refrigeração (CR) não é
avaliado pois de acordo com o RTQ-R esta área possui uma permanência menor do
que o ambiente de dormitório, portanto este método não avalia este item especifico,
apesar de levar em consideração o GHR da área APP 1 para obtenção da nota final
da envoltória da UH.
Podemos observar, em consulta ao RTQ-R, como se dá o calculo da
variavel CA e GHr, levando em conta todas os itens abordados anteriomente. Neste
trabalho não se discute como se formaram os coeficientes das formulas do RTQ-R,
pois não há exposição disto por parte dos documentos préviamente citados. Com isso
conclui-se que na busca por análises, mais complexas, o caminho é pelo método de
simulação, também presente no RTQ-R. Desta forma as equações e coeficientes
apresentados a seguir são de caracter informativo.

Figura 33 – Fórmula de cálculo do Consumo Relativo de Aquecimento (CA) presente


no RTQ-R

Fonte: Brasil, 2012.


64

Figura 34 – Coeficientes da Fórmula de cálculo do Consumo Relativo de Aquecimento


(CA) presente no RTQ-R.

Fonte: Brasil, 2012.

Os intervalos para cada nota conceito do método prescritivo do RTQ-R para


a variavel CA são apresentados na figura a seguir.

Figura 35 – Intervalos para definição da nota conceito para o Equivalente Numérico


da Envoltória para Aquecimento do Ambiente (EqNumEnvAmbA) com base no
Consumo Relativo de Aquecimento (CA) presente no RTQ-R.

Fonte: Brasil, 2012.

A variavel de Consumo Relativo para Refrigeração (CR) utiliza o fator


Graus-hora para Resfriamento (GHr). Pode-se observar como se dá o calculo da
variavel GHr, levando em conta todas os itens abordados anteriomente, nas figuras
seguintes.
65

Figura 36 – Fórmula de cálculo do fator Graus-hora para Resfriamento para posterior


obtenção do Consumo Relativo de Resfriamento (CR) presente no RTQ-R

Fonte: Brasil, 2012.

Figura 37 – Coeficientes da Fórmula de cálculo do fator Graus-hora para Resfriamento


(GHr) presente no RTQ-R

Fonte: Brasil, 2012

Figura 38 – Intervalos para definição da nota conceito para o Equivalente Numérico


da Envoltória para Resfriamento do Ambiente (EqNumEnvAmbresfr) com base fator
Graus-hora para Resfriamento presente no RTQ-R

Fonte: Brasil, 2012.


66

3.3.12 Pré-requisitos por ambiente

Para obter a nota conceito de eficiência da envoltória necessita-se


responder algumas questões sobre a edificação, estes pré-requisitos existem no RTQ-
R para incentivar técnicas construtivas que reflitam em eficiência térmica, a pontuação
relativa ao CA e CR é reavaliada após o preenchimento dos pré-requisitos e poderá
resultar em impedimento para obtenção de notas conceito “A” e “B” prevista para
Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE) nos fatores de envoltória de
inverno e verão .
São avaliados os itens referentes a paredes externas, cobertura, fatores
para iluminação e ventilação natural, onde no ambiente da sala APP 1 a área
considerada é sem a área de corredor e cozinha por não serem áreas de permanecia
prolongada. Apresenta-se a tabela destes pré-requisitos foi formada a partir das
esquadrias presentes no projeto arquitetônico, em consulta a figura 19 e 28 deste
trabalho pôde-se obter os valores da tabela a seguir.

Tabela 2 – Janelas e as respectivas áreas de iluminação e ventilação


Área da Área de Área de
Cômodo Abertura Largura Altura
Abertura ventilação iluminação
Sala J1-Maxiar 0,40 1,10 0,44 0,35 0,35
Banheiro J2-Maxiar 0,65 0,60 0,39 0,31 0,31
Dormitório J3-Correr 1,20 1,20 1,44 0,65 1,15
Suíte J4-Correr 1,40 1,20 1,68 0,76 1,34
Sala P5-Correr 1,60 2,20 3,52 1,58 2,82
Fonte: Elaboração do autor, 2018.

A abertura J3 está no dormitório (APP 2), a J4 (APP 3) está na suíte e a P5


na sala (APP 1), a P5 é considerada como a única fonte de iluminação natural da sala,
pois de acordo com RTQ-R (BRASIL, 2012), o ambiente a ser iluminado não é os
corredores ou áreas contiguas, assim consideramos 11,16 metros no item da planilha
AUamb presente nos pré-requisitos da envoltória por ambiente.
67

Figura 39 – Imagem da planilha do PBE Edifica com os pré-requisitos por ambiente


preenchida e analisada automaticamente
APP APP
Pré-requisitos por ambiente APP 1
2 3
CT paredes externas 155 155 155
Paredes
Upar, CTpar e αpar
externas Sim Sim Sim
atendem?
Ucob, Ctcob e αcob
Cobertura Sim Sim Sim
atendem?
O ambiente é um
Não Sim Sim
dormitório?
Fatores para
Há corredor no
iluminação e Sim Não Não
Ambiente?
ventilação
natural Se sim, qual é a
AUamb sem contar a 11,16 8,03 10,16
área deste corredor?
Área de abertura para
2,82 1,15 1,34
Iluminação iluminação [m²]
Pré
Natural Ai/Auamb (%) 25,27 14,32 13,19
Requisitos da
Envoltória Atende 12,5%? Sim Sim Sim
Área de abertura para
1,58 0,65 0,76
ventilação
Av/Auamb (%) 14,16 8,09 7,48
Atende % mínima? Sim Sim Não

Tipo de abertura Correr Correr Correr


Ventilação
Natural Abertura passível de
Sim Sim Sim
fechamento?
ZB8 ou média mensal
de temperatura
Não Não Não
mínima acima ou igual
a 20ºC?
Atende? Sim Sim Sim
Fonte: PBE Edifica (2017, adaptação do autor).

A seguir, na figura 40, apresenta-se o resultado obtido com o


preenchimento da planilha onde verifica-se que os ambientes foram classificados com
notas B e C.
68

Figura 40 – Pontuação após avaliar os pré-requisitos por ambiente Resultado da nota


conceito e pontuação de cada APP.
Ponderação da nota pela
APP 1 APP 2 APP 3
área útil do ambiente
Envoltória B B C C
Pontuação para Verão 3,57 4,00 3,00 3,00
após avaliar os
pré-requisitos Envoltória B B B B
por ambiente para Inverno 4,00 4,00 4,00 4,00
Envoltória se Não se
C C C
Refrigerada aplica
Artificialmente 3,00 0,00 3,00 3,00
A PONTUAÇÃO ACIMA
NÃO É A NOTA FINAL DA
ENVOLTÓRIA. AINDA É
NECESSÁRIO
PREENCHER ALGUNS
PRÉ-REQUISITOS NA ABA
"Pré-requisitos da UH"
Fonte: PBE Edifica (2017, adaptação do autor).

3.3.13 Pré-requisitos UH e nota final da envoltória

Para obter a média ponderada das notas pelas suas respectivas áreas uteis
preenche-se também as questões relativas aos pré-requisitos da UH completa, onde
leva-se em conta toda a unidade analisada.
Para preencher os pré-requisitos da UH completa é apresentado a seguir
na tabela 6 o somatório de aberturas para ventilação por fachada (Área x % de
ventilação) conforme a seguinte distribuição
a) norte: J1, J2 e J3;
b) sul: 0;
c) oeste: J2 e J4;
d) leste: P5.

Tabela 3 – Área de ventilação por fachada da UH completa


Pré-requisito
Norte Sul Leste Oeste
UH
Ventilação 1,312 0 1,58 1,07
Fonte: Elaboração do autor, 2018.
69

A seguir apresenta-se a planilha na figura 41 com os itens de pré-requisitos


preenchidos.

Figura 41 – Pré-requisitos da envoltória da UH completa preenchida para o estudo de


caso
Medição individual de água? Sim
Medição individual de energia? Sim

Área Aberturas orientação Norte 1,312

Área Aberturas orientação Sul

Área Aberturas orientação Leste 1,584


Ventilação Cruzada
Pré Requisitos da Área Aberturas orientação Oeste 1,068
Envoltória
A2/A1 1,502525253
Atende A2/A1 maior ou igual a
Sim
0,25?
Nº BWC 2

Nº Banheiros com ventilação natural 2


Banheiros com
Ventilação Natural
Atende 50% ou mais dos banheiros
Sim
com ventilação natural?

Fonte: PBE Edifica (2017, adaptação do autor).

As notas obtidas para envoltória de verão e inverno apresenta-se na figura


42 seguinte, juntamente com a nota final de projeto da envoltória da UH pelo método
prescritivo do RTQ-R, onde obteve-se conceito “B”, com uma pontuação de 3,72.
70

Figura 42 – Pontuação das envoltórias de Verão e inverno após avaliar os pré-


requisitos gerais da UH
Nota posterior ao
Nota anterior aos pré-
pré-requisito de
requisitos
ventilação cruzada
Pontuação após Envoltória para B B
avaliar os pré- Verão 3,57 3,57
requisitos gerais da Envoltória para B B
UH Inverno 4,00 4,00
Envoltória se C C
Refrigerada
Artificialmente 3,00 3,00
Nota anterior aos pré-
Pontuação após Equivalente
requisitos gerais e ao pré- Nota final da
avaliar todos os pré- numérico da
requisito dos banheiros com envoltória da UH
requisitos envoltória da UH
venitlação natural

Pontuação após Equivalente B B


avaliar todos os pré- numérico da
requisitos envoltória da UH
3,72 3,72

Fonte: PBE Edifica (2017, adaptação do autor).

O presente estudo de caso foi conduzido pois acredita-se que a


regulamentação de eficiência em edificações poderá promover a sustentabilidade do
meio construído. Após a implantação da etiqueta para todas as edificações no país o
que se supõe é que os projetistas precisarão entender como funciona a aplicação de
métodos que avaliem a eficiência energética, em especial o método prescritivo de
análise da eficiência da envoltória de projeto para obtenção da ENCE. Considera-se
que a exposição, pela ENCE, destas análises do projeto beneficia o consumidor no
momento da aquisição de habitações residenciais.
No capitulo quatro deste trabalho aborda-se os motivos que levaram a UH
completa obter a nota “B” e procura-se elucidar o leitor sobre qual é o consumo,
estimado pelo método, para manter-se o conforto térmico da edificação durante 1 (um)
ano. Para explorar a variação da eficiência frente às características construtivas do
projeto realizou-se as seguintes alterações na planilha: cor da pintura externa e
material de vedação das paredes. Apresenta-se posteriormente os resultados obtidos.
71

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A nota final da edificação foi calculada automaticamente pela planilha no


software Excel onde pôde-se perceber a influência das dimensões da Área De
Permanência Prolongada (APP) com grande porcentagem em relação as demais,
como no caso da sala que teve a sua nota classificada como “B”. Por conta da
ponderação utilizada para o cálculo da nota de eficiência da UH completa em relação
a nota de cada ambiente e as respectivas áreas, conclui-se que os ambientes de maior
área do piso vão influenciar significativamente a nota final.
Com objetivo de quantificar o consumo de energia, para o mantimento do
conforto térmico no interior da unidade analisada, procedeu-se um cálculo de cunho
elucidativo para determinação do dispêndio no consumo de energia elétrica para
aquecimento (CA) e resfriamento (CR).
Vale lembrar que não foram analisados os itens de bonificações e
aquecimento de água da unidade habitacional analisada (apartamento 002), ainda que
localizada na região Sul do país e inserida na Zona Bioclimática 3.
A fim de ilustrar o resultado de eficiência para cada APP apresenta-se a
figura 43 a seguir com duas situações: verão (EqNumEnvResfr) inverno
(EqNumEnvA). Para o apartamento 002 do projeto arquitetônico avaliado. Percebe-se
a melhor eficiência para aquecimento.
72

Figura 43 – Resultado da eficiência da envoltória de projeto por APP para verão


(EqNumEnvResfr) inverno (EqNumEnvA)

Fonte: Elaboração do autor, 2018.

Frente aos dados cuja análise demonstrou a eficiência térmica do projeto


próxima do nível máximo, isto é, “A”, passou-se a testar algumas possíveis alterações
no projeto. Com intuito de convergir as alterações com as recomendações
73

bioclimaticas para região, testou-se alteração da cor, a fim de melhorar o resfriamento,


e também o aumento da inercia térmica com alteração dos itens referentes a
capacidade térmica das paredes (Ctpar) e transmissão térmica (Upar). As
consequências destas mudanças são apresentadas neste capítulo.

4.1 DISPÊNDIO DA ENERGIA ELÉTRICA PARA CONSUMO DE AQUECIMENTO


E RESFRIAMENTO

Ao somar o CA e CR de todas as APP obteve-se o consumo total desta


edificação para mantimento do conforto térmico durante o ano dada em: kWh/m². ano;
ou seja, kWh por metro de piso durante o ano utilizado na base de cálculo pelo método
prescritivo do RTQ-R. Sendo que no inverno o consumo é de aquecimento e no verão
de resfriamento, para mantimento da temperatura mínima no inverno de 22ºC das 21
às 8 horas, e no verão para mantimento da temperatura em 24ºC.
A soma deve ser ponderada pela área da APP, já que o consumo é dado
baseado em características físicas, portanto é referente a cada cômodo
separadamente, enquanto a nota conceito final mistura os fatores quantitativos
(envoltória) e os qualitativos (pré-requisitos).
Obteve-se os seguintes resultados apresentados na tabela 4 para
determinação do somatório de energia elétrica necessária para manter o conforto
térmico na edificação durante um ano.

Tabela 4 – Consumo de Aquecimento e resfriamento para cada APP considerando a


área total de cada ambiente
APP 1 APP 2 APP 3
Área útil 23,84 8,03 10,16
Consumo de Aquecimento
9,01 7,078 8,751
(CA) (kWh/m².ano)
Consumo de Resfriamento
0 17,28 15,60
(CR) (kWh/m².ano)
Soma de CR e CA por APP
214,80 195,56 247,07
(kWh.ano)
Fonte: Elaboração do autor, 2018.
74

A soma de todos os consumos das APP resulta em 657,43 kWh.ano,


portanto após consultar o site da Celesc considerou-se o custo da energia da tarifa
residencial B1 para esta edificação em 0,45985 R$/kWh de acordo com a Resolução
Homologatória Nº2.286 de 15 de agosto de 2017 (CELESC,2018. s.d.).
O resultado do dispêndio esperado por ano desta edificação com conforto
térmico é obtido pela multiplicação do consumo total pelo preço da energia elétrica,
obteve-se R$ 302,32 por ano. Foi considerado o valor sem incidência de impostos
devido ao cunho exploratório deste trabalho.

4.2 ALTERAÇÃO DA COR DA TINTA DE REVESTIMENTO EXTERNO DA


UNIDADE UH

Alterou-se o item absortância das paredes externas (αpar), para a cor 50


do Anexo V do RAC (BRASIL, 2014a), denominada de Branco Neve com (αpar) igual
à 0,102.

Figura 44 – Imagem da planilha do PBE Edifica com Consumo de Aquecimento e


Refrigeração para cada APP da UH analisada com alteração da cor da tinta de
revestimento externo das paredes
APP 1 APP 2 APP 3
B B B
Consumo Relativo para Aquecimento CA kWh/m².ano
10,502 8,314 9,863
Não se aplica C C
Consumo Relativo para Refrigeração CR kWh/m².ano
0,000 14,750 13,040
Fonte: PBE Edifica (2017, adaptação do autor).

Observou-se uma diminuição do CR e um aumento no CA. Resultando em


um consumo total de 668,31 kWh.ano, ou seja, obteve-se um aumento de
aproximadamente 2% no consumo de energia elétrica durante 1 (um) ano após esta
mudança de projeto.
75

4.3 ALTERAÇÃO DO MATERIAL DE VEDAÇÃO DAS PAREDES

O material escolhido para alteração de projeto é o Bloco de Concreto


Celular Autoclavado (BCCA). De acordo com Costa (2016) o bloco celular possui
bolhas microscópicas no interior da massa e isso leva a uma vantagem no
desempenho térmico da edificação. A norma que regulamenta este tipo de bloco é a
NBR 13.438: Blocos de Concreto Celular Autoclavado – Especificação. Esta norma
define que o concreto autoclavado é um concreto leve, feito de uma mistura de
materiais calcários, onde a mistura é expandida em processo industrial.
Para determinar os valores de CTpar e Upar consultou-se o relatório de
avaliação de propriedades térmicas de paredes de alvenaria de vedação em Blocos
de Concreto Celular Autoclavado (BCCA) para empresa Celucon, em 2015 realizado
por Marinoski, 2015.
A seguir vê-se a ilustração deste tipo de bloco.

Figura 45 – Foto de Blocos de Concreto Celular Autoclavado (BCCA)

Fonte: Marinoski (2015).

Marinoski (2015) aferiu as características físicas dos blocos para diversas


medidas e revestimentos. O modelo escolhido possui revestimento externo em
argamassa comum, 2,0cm, + Bloco celular autoclavado, 200x300x600 milímetros, +
Revestimento interno em argamassa comum, 2,0cm. As propriedades deste bloco
com 1 cm de argamassa de assentamento entre os blocos são de CT igual a 188
kJ/m²K e Upar igual a 0,71 W/m²K (MARINOSKI, 2015).
Após a alteração somente das características CT e Upar na planilha de
cálculo apresentada no estudo de caso pode-se observar uma ligeira melhoria no
76

conforto térmico, principalmente para envoltória de inverno conforme a figura 46


aponta para esta alteração de projeto. Podemos comparar o resultado com o projeto
original (figura 44) e outras mudanças no quadro ilustrado na figura 47.

Figura 46 – Imagem da planilha PBE Edifica com Consumo de aquecimento e


resfriamento para o projeto analisado com a alteração do tipo de preenchimento das
paredes para BCCA
APP 1 APP 2 APP 3
B A B
Consumo Relativo para Aquecimento CA kWh/m².ano
7,599 5,635 7,299
Não se aplica C C
Consumo Relativo para Refrigeração CR kWh/m².ano
0,000 17,234 15,537
Fonte: PBE Edifica (2017, adaptação do autor).

Observou-se que para o consumo total diminuiu de 657,43 kWh.ano para


593,97 kWh.ano. Esta diminuição representa 9,65 % de economia de energia elétrica
para aquecimento durante 1 (um) ano.

4.4 COMPARAÇÃO ENTRE AS ALTERAÇÕES

A figura a seguir apresenta os resultados obtidos em cada alteração (BCCA


e cor da pintura externa) além de mostrar o que acontece com a avaliação quando
utilizamos as duas alterações simultaneamente.
77

Figura 47 – Quadro comparativo entre as avaliações de eficiência energética e


consumo de energia elétrica após as alterações de projeto realizadas durante o estudo
de caso
Soma Dispêndio
APP 1 APP 2 APP 3
(kWh.ano) (R$)
B B B
CA (kWh/m².ano)
9,01 7,07 8,75
C C
Projeto original CR (kWh/m².ano 657,43 302,32
0 17,27 15,56
Soma CA e CR para
214,79 195,56 247,07
cada Auamb (kWh.ano)
B B B
CA (kWh/m².ano)
10,50 8,31 9,86
Alteração de C C
CR (kWh/m².ano) 668,30 307,32
Cor 0 14,74 13,03
Soma CA e CR para
250,46 185,17 232,66
cada Auamb (kWh.ano)
Alteração do B A B
CA (kWh/m².ano)
material de 7,49 5,57 7,24
vedação das C C
CR (kWh/m².ano) 593,97 273,13
paredes de 0 17,28 15,57
tijolo cerâmico Soma CA e CR para
para BCCA 178,68 183,49 231,80
cada Auamb (kWh.ano)
B B B
CA (kWh/m².ano)
8,99 6,81 8,35
Cor e vedação
C C
alterados CR (kWh/m².ano) 604,86 278,14
juntos 0 14,74 13,04
Soma CA e CR para
214,35 173,12 217,40
cada Auamb (kWh.ano)
Fonte: Elaboração do autor, 2018.

Concluiu-se que a melhor alteração a ser realizada para o aumento da


eficiência energética para conforto térmico da UH seria a alteração somente do tijolo
cerâmico por BCCA. A seguir apresenta-se um gráfico de consumo com as alterações.
78

Figura 48 – Gráfico da soma de consumo (CA e CR) para cada alteração em kWh.ano

Soma de consumo para cada alteração (kWh.ano)


680
660
640
620
600 657,43 668,30

580
593,97 604,86
560
540
Projeto original Alteração de Cor Alteração do Cor e vedação
material de alterados juntos
vedação das
paredes de tijolo
ceramico para
BCCA

Fonte: Elaboração do autor, 2018.

Para se ter uma noção do custo do BCCA em substituição ao tijolo


cerâmico, somou-se todas as Áreas de Paredes Internas (Aparint) e Externas (AP)
das Áreas de Permanência Prolongada (APP 1, APP 2, APP 3) presente na planilha
da figura 32, totalizando 127,00 m².
O preço unitário do BCCA, da empresa Celucon, apresentado no
orçamento do Anexo 2, realizado em Junho de 2018, no valor de R$ 11,16 por peça
de 200x300x600 milímetros.
Cada peça de BCCA cobre uma área de parede vertical de 0,18 m². Já o
tijolo cerâmico, foi informado pela Verthori Empreendimentos Imobiliários Eireli,
empreendedora da edificação analisada, que foi o preço pago foi de R$0,39 por peça
de 170x190x290 milímetros. O tijolo cerâmico cobre uma área de 0,0551 m² de parede
vertical.
Portanto o preço do metro quadrado de preenchimento com o BCCA
apresentou um valor quase nove vezes maior do que o tijolo cerâmico. Isso poderia
representar um incremento no valor com preenchimento, na construção de cada UH,
em aproximadamente R$7.000,00.
79

Tabela 5 – Tabela demonstrativa do cálculo utilizado para definir o preço do tijolo


cerâmico e do BCCA, em todas as Ares Permanência Prolongada (APP), da Unidade
Habitacional (UH) analisada
Número
Área Preço por
Tipo de Preço por de peças Valor para
por metro
preenchimento peça por metro 127,00 m²
peça quadrado
quadrado
0,0551
Tijolo Cerâmico R$0,39/un R$7,08/m² 18,15 un R$898,91
m²/un
Bloco de
0,1800
Concreto Celular R$11,16/un R$62,00m² 5,56 un R$7874,00
m²/un
Autoclavado
Fonte: Elaboração do autor, 2018.

A mudança do material não influenciou na nota conceito “B” da edificação,


calculada pelo método prescritivo do RTQ-R, com auxílio da planilha disponibilizada
pelo PBE Edifica.
A nota final manteve-se “B” e a pontuação passou de 3,72 para 3,79 dos
5,00 possíveis para o Equivalente Numérico da Envoltória da UH (EqNumEnv). Este
é um item que considera as condições de inverno e verão, simultaneamente.
Com relação a economia gerada pela diminuição do Consumo Relativo de
Aquecimento (CA) e Resfriamento (CR), durante o ano, não há uma vantagem
econômica na mudança de tijolo cerâmico para BCCA. Esta afirmação se deu pela
análise da envoltória de uma edificação unifamiliar, presente neste estudo de caso,
pelo método prescritivo do RTQ-R, com uso da planilha disponibilizada pelo PBE
Edifica. Porém o que pôde-se verificar, com foco no tema deste trabalho, é que a
alteração de características construtivas, do projeto, gerou diferenças perceptíveis na
avaliação de eficiência energética para o conforto térmico da edificação.
A escolha por materiais de preenchimento, das paredes, com maior
capacidade térmica (CTpar) e menor transmitância térmica (Upar), como o BCCA,
deve melhorar a nota de eficiência, calculada pelo método prescritivo do RTQ-R e
consequentemente o conforto térmico da edificação construída, principalmente no
inverno da Zona Bioclimática 3.
80

Enquanto a alteração por cores com menor absotância (αpar) prejudicou a


nota de eficiência, calculada pelo método prescritivo do RTQ-R.
81

5 CONCLUSÃO

Durante o desenvolvimento deste trabalho pôde-se perceber como a


ferramenta disponibilizada pelo PBE edifica apresenta a sua funcionalidade, assim
acredita-se que atingiu-se o objetivo do trabalho. Conclui-se que o Regulamento
Técnico da Qualidade para o Nível de Eficiência Energética de Edificações
Residenciais é um incentivo para utilização de técnicas construtivas mais eficientes e
que possibilitam a opção por projetos com menor dispêndio periódico em energia
elétrica, para aquecimento e resfriamento, dos Ambientes de Permanência
Prolongada (APP) de uma edificação.
Após a realização desta pesquisa o autor pode perceber os inúmeros
fatores que influenciam no conforto térmico de uma habitação residencial. Apesar de
a tarefa de análise da eficiência energética ser extensa, hoje encontram-se
ferramentas como a planilha disponibilizada pelo PBE Edifica, que auxiliam este tipo
de avaliação.
O método utilizado apresentou-se passível de aplicação por profissionais,
da área de engenharia e arquitetura, que por ventura optem por analisar a eficiência
energética da envoltória de projetos para o conforto térmico. Este tipo de ferramenta
e etiquetagem como a ENCE dão suporte para as relações econômicas de compra e
venda, de residências, por empreendedores e interessados, no âmbito da
sustentabilidade visando o menor consumo periódico de energia elétrica para
aquecimento e resfriamento. A possibilidade de obter uma previsão do conforto
térmico de uma edificação facilita a alteração de materiais que proporcionem maior
eficiência energética, como o Bloco de Concreto Celular Autoclavado (BCCA), e por
conseguinte maior sustentabilidade.
Para uma edificação unifamiliar o custo relativo a energia elétrica, que
poderá ser economizado, ao utilizar técnicas eficientes pode parecer pequeno. Porém
para edificações multifamiliares, comerciais e públicas este valor econômico será
multiplicado. Ante o exposto apresenta-se a seguir o capítulo com propostas para
trabalhos futuros.
82

6 TRABALHOS FUTUROS

Sugere-se temas de estudo que complementem este trabalho, sendo eles:


a) análise de todas as unidades habitacionais da edificação e áreas de uso
comum do projeto;
b) avaliar o conjunto das unidades habitacionais como uma edificação
multifamiliar;
c) análise comparativa de outras tintas, para avaliação da eficiência a partir
de mudanças na absortância da parede externa de projeto.
d) proceder outras mudanças de projeto, para comparação das notas de
eficiência.
83

REFERÊNCIAS

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Florianopolis. 1996. 135 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia) – Universidade
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habitacionais, desempenho. 2013.

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de Referência (TRY) para a Cidade de Pelotas – RS. In: SEMINÁRIO
INTERNACIONAL DE CONSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS, 5. 2016, Passo Fundo.
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______. Instrução Normativa MPOG/SLTI nº 02, de 04 de junho de 2014. Dispõe


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edificações públicas federais novas ou que recebam retrofit. 2014a. Disponível em:
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87

ANEXOS
88

ANEXO A – Carta de anuência da empresas Verthori empreendimentos


imobiliarios Eireli
89

ANEXO B – Orçamento do bloco BCCA da empresa Celucon

62.601
ORÇAMENTO
26/06/2018

Razão: Kaue Vituri Meira


Fone: (48) 99999.8869 CNPJ / CPF:
Endereço: Cidade: Florianópolis
E-mail: kauecontato@gmail.com CEP: 88036020

Endereço de Entrega:
Cidade: CEP:

Código Medidas (mm) Quant. (Peças) Valor Pçs Qtde M³ Valor M³ Total
2003060 200 x 300 x 600 706,00 11,16 25,416 310,00 7.878,96

25,416 m³
Total 28 dias 7.878,96

Observação
Frete: FOB (Por conta do destinatário)

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