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DIREITO COMERCIAL – 1º BIMESTRE:

Conceito de título: é regido por três princípios, estes três princípios estão previstos no conceito
de título de crédito. Título de crédito é o documento literal e autônomo que representa a obrigação
nele contida. Este é um conceito vazio tem em si os três princípios que regem os títulos de
crédito.
Princípio da cartularidade: significa que o título de crédito deve estar expresso em papel. Este
princípio tem uma outra acepção muito importante que é acepção prática processual e que diz
que quem tem a posse do título presume-se credor. Ninguém é obrigado a receber ou aceitar
título de crédito. Para emitir a duplicata, precisa de um negócio que é uma compra e venda ou
uma prestação de serviços.
Princípio da literalidade: os títulos de credito devem ser literais, na exata medida em que nele
está contido. Ele tem que traduzir todas as reações existentes olhando para o titulo. Todos os
atos cambiários devem ser praticados no próprio titulo.
Principio da autonomia: havendo mais de uma relação jurídica em um titulo de credito,
eventuais riscos de uma delas não atingem as demais. Cada uma das reações presentes no
títulos são independentes uma das outras.
Os vícios de uma não atingem as demais.
Ninguém é obrigado a emitir ou aceitar titulo de credito, porém a partir do momento em que se
emite ou aceita, se aceita também as regras do jogo.
Inoponibilidade é o sinônimo do principio da autonomia.
Inoponibilidade das exceções pessoais de terceiros de boa-fé.
Perde a presunção de boa fé o terceiro que teve conhecimento prévio do vicio na relação
originaria. E mais, também perde a presunção de boa fé o terceiro que não pode negar
conhecimento prévio do vicio na relação originaria por sua relação como um credor primitivo.
O principio da autonomia se subdivide em dois:
 O primeiro é e abstração – a partir do momento em que o titulo sai da relação originaria,
ele circula, ele se torna abstrato. Ou seja, ele se desvincula por completo da relação que
originou o credito.
 Tem autores que dizem que existe um titulo que não se aplica a autonomia. Mas o
professor diz que esta errado, segundo ele esse principio e relativizado na duplicata.
 O cheque é titulo não causal, não depende de causa. Já a duplicata tem que ter um
negocio pré existente, tem que ter uma causa.

- Classificações:

Atualmente nos temos dois grandes grupos de títulos: Os títulos próprios e o impróprios. Os
próprios são efetivamente os títulos de credito, são aqueles criados e regulamentados como
títulos de credito. Só existem 4 títulos próprios no Brasil: e são eles, a letra de cambio que esta
em desuso; a nota promissória; cheque e duplicata. Os impróprio são documentos que se
assemelham ao titulo de credito e que são portanto parcialmente regidos pelo direito cambiário. O
numero de títulos impróprio é ilimitado.

Os títulos próprios podem ser classificados de diversas maneiras:


 Ele pode ser ou promessa de pagamento ou ordem. Na promessa, se tem duas figuras
intervenientes. Na ordem tem três figuras intervenientes.
 Na promessa, uma figura é chamada de sacador e outra que é chamada de tomador. O
sacador promete pagar determinada quantia em dinheiro ao tomador. Lembrando que
saque que dizer emissão, o que é diferente na linguagem popular. Aqui a relação é direta.

SACADOR

TOMADOR

 Na ordem de pagamento, as figuras são sacador, tomador e sacado. Então o sacador da a


ordem para o sacado que normalmente é o banco pagar ao tomador, que é quem quer que
seja que esteja com o cheque.

SACADOR

SACADO TOMADOR

Circulação:
 Ele pode ser portador, nominativo, nominativo não é ordem. Ao portador não indica de
modo expresso o beneficiário, e ele circula por mera tradição. O titulo nominativo é aquele
que indica de modo expresso o beneficiário, é o na rua chamado de nominal, e ele circula
por meio do endosso. E o nominativo não a ordem, é aquele que índia de modo expresso o
beneficiário mas não circula por tradição e nem por endosso, é um titulo que em teoria não
pode circular.

Emissão:
 Ele pode ser não causal, limitado e causal. O não causal não precisa de motivo para ser
emitido, basta a vontade, como acontece com o cheque a nota promissória. Os títulos
limitados são aqueles que não podem ser emitidos nas hipóteses expressamente previstas
em lei, como é o caso da letra de cambio que não pode ser emitida para representar
prestação de serviço. Já o causal é aquele que só pode ser emitido nas hipóteses
expressamente previstas em lei, é o contrario do titulo limitado, é a chamada duplicata. A
causa é requisito de existência no titulo, e não de validade. É quando ocorre a nota fria. A
duplicata é o único titulo causal presente no Brasil.

Ato cambiário: é ato praticado por titulo de credito.

 Endosso – é o ato de transferência do titulo de credito nominativo. Ele é caracterizado


pela assinatura do beneficiário no verso do titulo, essa é a regra. Pode estar na frente mas
de modo excepcional. Ele produz dois efeitos como regra. O primeiro é por obvio a
transferência do titulo do endossante para o endossatário. O segundo efeito, é que o
endossante se torna co-devedor. Quem endossa se torna co-devedor e se torna também
responsável. Existe uma forma de endossar o titulo sem se tornar co-devedor, com uma
clausula sem reservas, e por meio dela você transfere o titulo ao endossatário mas não
responde pelo adimplemento da obrigação. Se for endossar tem que ser na sua totalidade.
Espécies de endosso:
 Tem o endosso em branco e o em preto. O em branco é aquele no qual o endossante não
indica de modo expresso o endossatário, o que torna o titulo ao portador. O em preto, você
indica de modo expresso quem é o endossatário, então alem de assinar ele vai dizer para
quem o titulo está sendo transferido. No cheque admite-se apenas um endosso.
 Tem também o endosso próprio, transfere a propriedade pelo titulo credito, também
chamado de translativo. Alem do próprio, existe o impróprio, existe a transferência apenas
da posse, mas no do credito, isso significa que o endossante continua titular do credito,
continua credor. Dentro do impróprio, tem o mandato e o caução. O mandato, o titulo é
transferido ao endossatário para que esse pratique atos em nome e beneficio do
endossante. E o caução, o titulo é transferido como garantia do cumprimento de uma
obrigação.

- AVAL:
 É uma garantia típica de titulo de credito. Só existe aval em titulo de credito próprio ou
impróprio.
 Se não for titulo de credito, não te aval.
 É uma garantia pessoal.
 Quem presta o aval é chamado de avalista e aquele cujo a obrigação é garantida é
chamado de avalizado.
 O aval ele é representado pela assinatura do avalista no anverso (frente) do titulo.
Como se trata de uma garantia pessoal de obrigação, o aval é comumente confundido com
a fiança, porém eles são institutos diferentes.
 Primeiro, o aval é típico do direito cambiário e a fiança, porém eles são institutos distintos.
Primeiro, o aval é típico do direito cambiário e a fiança é garantia de obrigação civil.
Segundo, a fiança contem beneficio de ordem e o aval não, ou seja, o avalista pode ser
demandado antes mesmo do avalizado, independente de ordem. Terceiro, na fiança a
outorga conjugal é requisito de validade e no aval é requisito de eficácia (se o cônjuge não
anuir, não atinge o patrimônio daquele que não anuiu porque contra ele o aval não produz
efeitos). A pessoa vive com o companheiro e se declara como solteiro, é caso clássico de
má fé.
 A fiança é instituto principal, o aval é acessório.
 Não existe aval em contrato, somente no titulo.
 O aval é uma garantia muito mais dura que a fiança.
 Existe aval em branco e em preto. O em branco, é aquele no qual o avalista não indica o
seu avalizado. O em preto, é quando o avalista indica de modo expresso o seu avalizado.
 O aval em branco presume-se em beneficio do devedor principal.
 Aval total e aval parcial. O total é aquele em que o avalista garante a totalidade da
obrigação contida no titulo. O parcial, garante apenas parte da obrigação contida no titulo.
 Art. 897, parágrafo único do CC. É vedado o aval parcial.
 O art. 30 da Lei Uniforme, que é um decreto nº 57663/96, a obrigação assumida no titulo
pode ser garantido no todo ou em parte por aval.
 Existe um conflito, porém prevalece a lei especifica.
 Então é possível ter aval parcial, porém não é comum.
 Existe o aval simultâneo e o aval sucessivo. O simultâneo é quando se tem mais de um
avalista garantindo ao mesmo tempo a obrigação de um avalizado. E o aval sucessivo, é
quando um avalista garante a obrigação de avalista anterior, também chamado de aval do
aval.
 O aval simultâneo o regresso pode ser feito pelo todo em face do devedor principal e pela
quota parte em face dos demais avalistas simultâneos.
 No aval sucessivo o regresso pode ser exercido pelo todo em face do devedor principal e
dos avalistas antecedentes.

- Vencimento:
 O vencimento do titulo de credito pode ser dividido em dois grupos. O ordinário e o
extraordinário.
 Dentro do ordinário existem 4 tipos diferentes de vencimento. Tem o a vista, certo termo
de vista, certo termo de data e a data certa.
 A vista é quando ele vence você da vista, apresenta o titulo ao devedor, naquele momento
o titulo considera-se vencido. O vencimento se da quando da apresentação ao devedor.
 Certo termo de vista, é aquele que vence após um prazo da apresentação ao devedor.
Esta em desuso porque precisa encontrar o devedor duas vezes. Tem que constar a data
de quando apresentou ao devedor para começar a contar.
 Certo termo de data, também está em desuso. É um prazo de uma data especifica. A data
precisa ser certa para que se possa contar o termo.
 Data certa
 A duplicado só aceita com data certa ou a vista.
 As duas primeiras tem o vencimento incerto, depende de um ato. Os outros dois, da
emissão já se sabe quando estará vencido.
 Já o vencimento extraordinário é o vencimento antecipado. E isso pode ocorrer por duas
razoes. Por forca de lei, ou por convenção entre as partes.

Sustação do cheque:

 Sustar o cheque é suspender a ordem de pagamento que você deu ao banco.


 Existem duas espécies distintas de sustação.
 Existe a por revogação e a por oposição.
 A por revogação é também chamada de contra ordem, e pode ser dada a qualquer
momento independentemente de motivo, mas só possui efeito após o termino do prazo de
apresentação.
 A por oposição, deve ser feita de modo expresso, depende de relevante fundamento
jurídico e produz efeitos imediatos.
 O cheque previsto deixa de ser credito, ele perde essa qualidade, mas a obrigação de
pagar ainda existe.

- NOTA PROMISSÓRIA:
Tem o sacador e o tomador.
É uma relação direta.
O sacador também é chamado de promitente ou emitente. Está pessoa é o devedor principal da
nota promissória.
O tomador é o credor da nota promissória.
Está regulada pela lei uniforme. Decreto 57663/96.
É um titulo livre, não existe um padrão determinado.
Clausula cambiaria nada mais é do que o nome do titulo, vem escrito em algum lugar do titulo, e é
um requisito.
Promessa incondicional de pagar quantia determinada. Não pode haver condição do titulo. A
promessa deve ser desvinculada de qualquer tipo de condição.
Identificação do sacador. É a pessoa que emite a promissória, é o seu devedor principal.
Local e data de emissão também devem constar do titulo.
O local é indiferente para a prescrição do titulo.
Esses listados acima são os requisitos essenciais da nota promissória.
Existem outros requisitos que são facultativos, porque cada um deles na ausência traz uma
presunção.
Vencimento é requisito facultativo. Porque se não houver vencimento se presume que o titulo é a
vista.
O segundo requisito que é facultativo, é o local de pagamento. Porém, apesar de facultativo é um
dos requisitos mais importantes da nota promissória. Na ausência de local de pagamento, vamos
usar a presunção, se presume que seja o domicilio do devedor. A promissória é o que nos
chamamos de titulo de resgate. O local de pagamento é que indica quem deve procurar para
pagar. Se for no domicilio do credor, quem vai atrás é o devedor, e vice e versa. Também vai ser
considerado para levar o titulo a protesto, e a execução.
O ultimo requisito que também não deve ser tratado de modo acessório é a indicação do credor.
Você também pode emitir a nota sem dizer quem é o credor, e é o chamado titulo ao portador.
A nota promissória pode circular, mas ela não nasceu para isso.
Ela é não causal, não depende de causa legal, você pode emitir sem qualquer razão, mas pela
sua simples vontade.
A função primaria de qualquer titulo é o cumprimento de uma obrigação pecuniária.
Mas nos aplicamos a nota promissória com uma função secundaria, como uma garantia do
cumprimento de uma obrigação.
A promissória quando emitida em sua função secundaria, de garantia, ela só é exigível com o
descumprimento da obrigação garantida, do contrario ela é um titulo que não pode ser exigido.
Existe 3 anos para executar o devedor principal e seus avalistas. Eles são contados do
vencimento do titulo. O protesto é facultativo aqui.
Tem o prazo de 1 ano para executar o co-devedor e seus avalistas. Contado a partir do protesto
do titulo. O protesto tem prazo para ser realizado, de 1 dia útil do vencimento. O protesto é
obrigatório aqui. Você pode protestar daqui 2 anos e meio, mas você não poderá executar o co-
devedor, somente o devedor. O titulo pode ser protestado até ele ser prescrito.
E tem o prazo de 6 meses que é para o exercício do direito de regresso. Quando qualquer um
que não seja o credor principal, cumprir com a obrigação, podendo ser um avalista, ou até mesmo
um terceiro, ele se sub-roga. Começa a contar segundo a lei, do pagamento, ou, do ajuizamento
da ação. A jurisprudência a muito anos, já afastou o ajuizamento, atualmente só se considera do
cumprimento da obrigação.
A nota promissória circular por tradição.
Ela pode ser garantida por aval.
Ela admite o vencimento a vista, com data certa. A certo termo de vista ou a certo termo de data.
Ela é um titulo livre do ponto de vista formal, e não causal do ponto de vista de emissão.
É um titulo muito útil no Brasil.
- DUPLICATA:
é o título mais importante que temos hoje. É um título de crédito de natureza causal emitido por
empresário em benefício próprio em desfavor de comprador de mercadoria ou tomador de
serviços. Só pode ser emitida para representar compra e venda empresarial ou prestação de
serviços. A duplicata emitida sem causa também chamada de simulada ou fria é crime, previsto
no Código Penal como uma espécie de estelionato e, um dos crimes mais praticados no Brasil.
A duplicata nada mais é do que uma duplicação dos elementos essenciais de uma fatura. É um
título de crédito que representa um crédito surgido de uma relação de compra e venda ou
prestação de serviços que seja preexistente.
Hoje em dia, em sua maioria, ela foi constituída de modo eletrônico. O emitente é o credor porque
emite em benefício próprio e permanece de posse do credor, ao menos até que ele seja
transferido. Via de regra, os demais títulos são emitidos pelo devedor. Ela independe, no
momento da emissão, da presença do devedor.
Quando ela é chamada de mercantil ou de compra e venda mercantil é a duplicata que
representa a compra e venda. Quando ela é chamada de prestação de serviços que representa
uma prestação de serviços.
Requisitos
Cláusula cambiária: nome do título.
Identificação do sacador: sacador é a pessoa que emite o título e que, neste caso, será também
o credor. Esses dados, quando a duplicata é física, já vem preenchidos.
Ordem incondicional de pagar quantia determinada: não pode ter condição no título.
Identificação do sacado: sacado é o devedor. Em teoria, a pessoa que comprou a mercadoria
ou contratou os serviços.
Local e data de emissão
Local de pagamento
Número da nota fiscal: a duplicata deve trazer referência expressa da nota fiscal que a originou.
Número da duplicata:é um título de emissão facultativo, ao passo que a nota fiscal é obrigatória,
não é possível que tenha um número de duplicata superior ao da nota fiscal. Se tiver número
superior, é indício de fraude, porque logisticamente é impossível.
Uma nota fiscal pode ser desmembrada em várias duplicatas. Uma duplicata não pode
representar mais de uma fatura, é uma vedação legal.
Vencimento: é um requisito facultativo tal qual ocorre na nota promissória. Se não tiver
vencimento, presume-se à vista. Na duplicata só se admite duas espécies de vencimento: à vista
e em data certa.
A duplicata é uma ordem de pagamento e esta ordem depende de um requisito chamado de
aceite. O aceite é requisito da duplicata. Aceite é o ato cambiário pelo qual o sacado aceita
cumprir a ordem que lhe foi dada pelo sacador. O aceite, na duplicata, é obrigatório, mas não é
irrecusável. A duplicata só pode ser emitida em duas hipóteses: compra e venda e prestação de
serviços, porque a obrigação de pagar não nasceu no título, mas sim antes porque comprou ou
contratou um serviço, por isso é obrigatório. Não é irrecusável porque a lei de duplicata traz três
hipóteses no qual pode ser recusado. A primeira hipótese: é a não entrega de mercadoria ou
não prestação do serviço. A segunda hipótese: avaria, vício, defeito, divergência de quantidade
ou qualidade. Avaria tem sentido técnico de dano causado pelo transporte. A terceira hipótese: é
a divergência de preço ou prazo. A recusa deve ser expressa e fundamentada em uma dessas
hipóteses. Se não fizer a recusa expressa, o aceite é presumido.
Toda vez que recebe a duplicata, tem um prazo de 10 dias para fazer a recusa expressa, do
contrário o aceite será presumido.
Aceite: Ordem do sacador que deve ser cumprida pelo sacado necessita do ACEITE. (requisito)
Aceite é o ato cambiário pelo qual o sacado aceita cumprir a ordem que lhe foi dada pelo sacador.
Na duplicata o aceite é OBRIGATÓRIO, mas não é irrecusável.
É obrigatório.
Hipóteses de recusa de aceite:
1 hipótese: não entrega da mercadoria ou não prestação do serviço.
2hipótese: avalia (dano causado por transporte), vicio, defeito, divergência de quantidade ou
qualidade.
3 hipótese: divergência de preço ou prazo.
Recusa deve ser expressa e fundamentada em uma dessas três hipóteses.

Título executivo pleno – aceite expresso. Quando descumprida não precisa de nada para
executá-la.

Duplicata pode ser de duas espécies: mercantil ou de prestação de serviço.


A lei também trouxe duas formas de emissão: a física e a indicação (escritural). A emissão por
indicação será remetida para uma instituição financeira, necessário que todos os requisitos
estejam presentes. A instituição financeira emitira um documento, boleto, para cobrança dessa
duplicata. Também pode ser protestada por indicação
Nem todo boleto foi gerado a partir de uma duplicata.
DM – duplicata mercantil
DPS – duplicata de prestação de serviço

Título nasce sem papel, é transmitido ao banco sem papel e pode ser protestado sem papel.
Exemplo: empresário que fez a venda de um produto para retirada em 30 dias.
Característica mais relevante é o fato dela ser causal e requisito de existência.
Princípio pelo qual terceiro tem seu direito de crédito estabelecido: princípio da autonomia. Esse
princípio é relativizado na duplicata já que o terceiro, para manter sua presunção, precisa exigir
prova do negócio originário.

- Lei de Recuperação de Empresas e Falências – Lei nº 11.101/2015:


 O art. 1º fala sobre objeto e sujeito. Regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a
falência. O objeto é a recuperação de empresas e falência. A recuperação é gênero de
duas espécies, a judicial e a extrajudicial. O sujeito é empresário e a sociedade
empresaria.
 Existe dois tipos de recuperação judicial, a ordinária, e a especial que é voltada para o
micro-empressários e os empresários de pequeno porte, mas é uma opção.
 A recuperação extrajudicial, foi má redigida, e não é muito aplicada.
 A falência por sua vez, é um instituto antigo, que basicamente é, não tem mais jeito, joga
pra fora do mercado, apesar de cruel, é real.
 O artigo 2º traz as exceções de aplicação dessa lei. É dividido em dois incisos, empresa
publica, e sociedade de economia mista. O inciso II, traz um rol extenso de empresários,
ao qual a lei não se aplica, como por exemplo, operadora de plano de saúde, seguradora,
cooperativa de crédito, instituição financeira.
 Essas instituições previstas no inciso I, não podem falir e nem pedir recuperação.
 As previstas no inciso II, é exclusão parcial, não pode pedir recuperação judicial, mas pode
ter a falência decretada se preencher os requisitos previstos em lei própria.
 Então se não for empresário, não aplica a lei.
 Se for empresário, tem que ver se o mesmo é regular ou não. Se ele for regular ele pode
pedir recuperação judicial, e falência. Agora, se o empresário for irregular, pode ser strictu
sensu, ou de fato, ambos só pode ter a falência.
 O artigo 3º fala sobre o juízo competente para essas ações, e o loca onde está localizado o
principal estabelecimento do devedor. Por causar duvida, se criou algumas correntes. A
primeira é a contratualista, que diz que basta olhar o documento contratual, o estatuto ou
contrato social. A segunda corrente surgiu para rebater a primeira, que é a corrente
administrativista, que diz que a primeira está errada, porque segundo ela não é
necessariamente a sede ou matriz, que pode não ser que tenha atividade, mas sim da
onde a empresa é administratada, onde demanda as ordens. A terceira corrente, é a
econômica, que diz que o que importa é o ponto de vista econômico, é aquele que tem o
maior numero de negócios. Para o professor apenas uma das correntes faz mais sentido é
a terceira, a econômica, é onde eu tenho o maior numero de negócios, credores,
patrimônio.
 A competência é material, e portanto é absoluta.
 A competência é da justiça estadual, das varas especializadas onde houver. Se não tiver
especializada, vara cível comum. Somente em SP, o foro central tem competência, e lá tem
três varas especializadas para essa situação, especialistas em direito empresarial.
 A competência se verifica, e se define no momento de distribuição da ação, seja ela
recuperação judicial ou pedido de falência. Isso porque as pessoas costumavam mudar de
endereço depois de distribuída para declarar a incompetência, então o legislador mudou, e
não importa pra onde ele coloque o estabelecimento, depois de distribuído.
 E também o juiz se torna prevento para todas as ações relacionadas.
 A recuperação de empresa judicial e a falência tem uma estrutura de direito coletivo.
 Na recuperação judicial no pólo ativo fica a empresa e no pólo passivo fica os credores. Na
falência, inverte, no pólo ativo ficam os credores, que serão chamados de massa falida, e
no pólo passivo o falido.
 Dessas ações o juiz é a autoridade máxima, e abaixo dele vem a Assembléia Geral de
Credores (AGC), abaixo deles vem o Comitê de Credores, e abaixo deles vem o
administrador judicial, que segundo o professor é a figura mais importante desses
processos.
 Essa hierarquia tem uma particularidade, apenas o juiz e o administrador judicial são
obrigatórios. O comitê é facultativo, só vai ser criado se for da própria vontade dos
credores. Agora a AGC é eventual, depende das hipóteses previstas em lei.

- Recuperação Judicial:

 Na lei anterior nos tínhamos a Concordata, que era também chamada como “Favor
Legal”. Existiam duas espécies tinha a remissiva e a dilatória. Na remissiva tinha que
pagar 50% da divida a vista. E na dilatória ele pagava 100% da divida, em dois anos
em duas parcelas anuais. A concordata nunca funcionou, por inúmeros problemas,
primeiro para identificar qual era essa divida, que era somente para quem não tinha
ordem especial, ou seja, o credor quirografário, também era ruim porque na hipótese da
remissiva, o estado se sobrepunha e perdoava 50% da divida, o credor ficava sem voz.
A concordata era o maior instrumento de corrupção, de lavagem de dinheiro do
judiciário brasileiro.
 A mentalidade da recuperação judicial é totalmente diferente, quem decide não é o
Estado, mas sim os credores.
Aqui você tira o que era considerado um “Favor Legal”, e coloca no âmbito de
negociação onde quem decide quem aceita ou não são os próprios credores. O juiz tem
pouca atuação nesse ponto.
Legitimidade ativa – empresários. Mas precisa ser regularmente constituído. Apenas o
empresário devedor é que pode pleitear a sua própria recuperação judicial. Não pode
os credores pedirem, a legitimidade é exclusiva do devedor.
Legitimidade passiva – os credores. Quais credores? São os créditos existentes,
vencidos e vincendos da data do pedido.
Ou seja, não será incluído na recuperação judicial, o crédito gerado posterior ao pedido.
Também não serão incluídos os créditos tributários. Ou credito que não é incluído está
no art. 49, nos parágrafos §3º e §4º, o credor de alienação fiduciária, arrendamento
mercantil, compra e venda com reserva de domínio, adiantamento de contrato de
câmbio, e os compromissos de compra e venda com clausula de irrevogabilidade ou
inalienabilidade.
Nesse momento é possível analisar se é o seu caso ou não de pedir a recuperação,
dependendo dos seus créditos.
Art. 49. Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido,
ainda que não vencidos.
§ 1o Os credores do devedor em recuperação judicial conservam seus direitos e privilégios
contra os coobrigados, fiadores e obrigados de regresso.
§ 2o As obrigações anteriores à recuperação judicial observarão as condições originalmente
contratadas ou definidas em lei, inclusive no que diz respeito aos encargos, salvo se de modo
diverso ficar estabelecido no plano de recuperação judicial.
§ 3o Tratando-se de credor titular da posição de proprietário fiduciário de bens móveis ou
imóveis, de arrendador mercantil, de proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujos
respectivos contratos contenham cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive em
incorporações imobiliárias, ou de proprietário em contrato de venda com reserva de domínio, seu
crédito não se submeterá aos efeitos da recuperação judicial e prevalecerão os direitos de
propriedade sobre a coisa e as condições contratuais, observada a legislação respectiva, não se
permitindo, contudo, durante o prazo de suspensão a que se refere o § 4 o do art. 6o desta Lei, a
venda ou a retirada do estabelecimento do devedor dos bens de capital essenciais a sua
atividade empresarial.
§ 4o Não se sujeitará aos efeitos da recuperação judicial a importância a que se refere o
inciso II do art. 86 desta Lei.
§ 5o Tratando-se de crédito garantido por penhor sobre títulos de crédito, direitos creditórios,
aplicações financeiras ou valores mobiliários, poderão ser substituídas ou renovadas as garantias
liquidadas ou vencidas durante a recuperação judicial e, enquanto não renovadas ou substituídas,
o valor eventualmente recebido em pagamento das garantias permanecerá em conta vinculada
durante o período de suspensão de que trata o § 4 o do art. 6o desta Lei.

A recuperação judicial é uma ação de conhecimento com procedimento especial.


A recuperação é uma medida excepcional.
Pra pedir recuperação o empresário precisa preencher 4 requisitos:
1. Ser regularmente constituído há mais de dois anos.
2. Não ser falido ou estar com as obrigações declaradas extintas.
3. Não ter sido condenado por crime falimentar. Não é processado, denunciado, mas sim
condenado.
4. Não ter obtido a concessão de recuperação judicial a menos de 5 anos. É uma espécie
de carência de 5 anos.

A recuperação você pode basicamente dividi - lá em 3 momentos, o pedido, o


procedimento, a concessão ou a falência. É desse ultimo momento que conta os 5 anos de
carência.

Apenas o primeiro requisito é positivo, e tem quer ser juntada a certidão na inicial. Os
demais requisitos não tem como provar, mas você pode escrever na inicial, pois eles são
requisitos negativos. Esses últimos são muito mais para os credores virem desmentir.
Procedimento da Recuperação Judicial:

 A petição inicial tem requisitos gerais e específicos arrolados no art. 51.


 Existe um extenso rol de documentos que devem ser juntados na inicial, são os
obrigatórios.
 A lei não regula qual deve ser o valor da causa. O judiciário tem sido bastante variável.
Mas o judiciário não tem admitido o valor irrisório da causa.
 Sobre as custas o judiciário não tem admitido o não recolhimento. Porque se não recolhe
quer dizer que o empresário não tem uma atividade econômica viável, então assim não
caberia a RJ.
 Alguns juízes ao receber esses pedidos, até quando tem pedido de justiça gratuita, antes
de qualquer coisa ele nomeia um perito para ver se a atividade é economicamente viável
ou não.
 Com a petição inicial o empresário deve juntar uma relação completa nominal dos seus
credores, indicando a natureza do credito, a origem, a classificação, o vencimento e o
valor atualizado. A lei brasileira divide os credores em classe, por isso se diz em
classificação, os trabalhistas, garantia real, quirografários, e assim por diante. Para o
professor esse é o documento de maior importância, porque é aqui que ele vai dizer
quem são os credores.

Art. 51. A petição inicial de recuperação judicial será instruída com:


I – a exposição das causas concretas da situação patrimonial do devedor e das razões da
crise econômico-financeira;
II – as demonstrações contábeis relativas aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as
levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da
legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de:
a) balanço patrimonial;
b) demonstração de resultados acumulados;
c) demonstração do resultado desde o último exercício social;
d) relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção;
III – a relação nominal completa dos credores, inclusive aqueles por obrigação de fazer ou
de dar, com a indicação do endereço de cada um, a natureza, a classificação e o valor atualizado
do crédito, discriminando sua origem, o regime dos respectivos vencimentos e a indicação dos
registros contábeis de cada transação pendente;
IV – a relação integral dos empregados, em que constem as respectivas funções, salários,
indenizações e outras parcelas a que têm direito, com o correspondente mês de competência, e a
discriminação dos valores pendentes de pagamento;
V – certidão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas, o ato constitutivo
atualizado e as atas de nomeação dos atuais administradores;
VI – a relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos administradores do
devedor;
VII – os extratos atualizados das contas bancárias do devedor e de suas eventuais
aplicações financeiras de qualquer modalidade, inclusive em fundos de investimento ou em
bolsas de valores, emitidos pelas respectivas instituições financeiras;
VIII – certidões dos cartórios de protestos situados na comarca do domicílio ou sede do
devedor e naquelas onde possui filial;
IX – a relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais em que este figure como
parte, inclusive as de natureza trabalhista, com a estimativa dos respectivos valores demandados.
§ 1o Os documentos de escrituração contábil e demais relatórios auxiliares, na forma e no
suporte previstos em lei, permanecerão à disposição do juízo, do administrador judicial e,
mediante autorização judicial, de qualquer interessado.
§ 2o Com relação à exigência prevista no inciso II do caput deste artigo, as microempresas e
empresas de pequeno porte poderão apresentar livros e escrituração contábil simplificados nos
termos da legislação específica.
§ 3o O juiz poderá determinar o depósito em cartório dos documentos a que se referem os §§
1o e 2o deste artigo ou de cópia destes.

 Se distribuída a inicial, a parte formal está tudo certo e o juiz entender pela legitimidade e
interesse do empresário para pleitear a recuperação. Assim se ele entender que a petição
inicial estiver ok vai ter o despacho de processamento. Agora, se tiver faltando alguma
coisa, o juiz extingue sem julgamento de mérito.
 O despacho de processamento é a decisão que produz mais efeitos na RJ. O primeiro
efeito, é a nomeação do administrador judicial, o juiz nomeia o administrador que vai cuidar
dessa RJ. O administrador conforme previsto em lei deve ser profissional idôneo, e traz
algumas profissões que servem apenas como sugestão, não é obrigatório. O profissional
precisa ser pessoa jurídica especializada. A nomeação do administrador é livre, geralmente
são pessoas de confiança do juiz. Existem alguns impedimentos para o exercício da
função, sendo o primeiro é que o administrador não tenha sido destituído ou deixado de
prestar contas em outra administração nos últimos cinco anos, aqui temos um impeditivo
junto com uma sanção. O segundo impedimento, amigo ou então inimigo do devedor
(sócio/diretor/gerente – qualquer pessoa que tenha poder decisório ou de administração no
recuperando), aqui é amizade intima ou então fidagal (quero matar tal pessoa). O terceiro
impedimento é parente em linha reta ou colateral até o 3º
grau do devedor. Cabe impugnação da nomeação por qualquer interessado, ou seja,
credor, devedor e até mesmo o MP. A impugnação tem que ser bastante cuidadosa, se
você estiver falando de impedimento é uma coisa, e idoneidade é outra coisa.

 O principal efeito do despacho de processamento é o stay que é um prazo/período dentro


do qual as ações de execução ajuizadas em face do devedor permanecerão suspensas.
Este período, tal qual previsto em lei, é de 180 dias improrrogáveis. A idéia desse instituto
é permitir que o empresário que pediu recuperação tenha um prazo de respiro, sem que
ele precise se preocupar com as ações que tramitam contra ele, porque elas vão ficar
suspensas. Quando se fala em 180 dias, se somar o período da inicial até uma estimativa
da assembléia de credores, o legislador disse que isso deve somar 150 dias, então é 180
dias para que o empresário tenha esse prazo da distribuição da ação até a realização da
assembléia para que ele tenha tempo de apresentar tudo que ele precisa elaborar para o
plano que o plano seja aprovado. Na realidade, esse prazo é insuficiente, mas a lei fala
que é improrrogável, isso chegou o STJ, e foi firmada a jurisprudência no sentido de que o
judiciário pode prorrogar esse prazo por igual período, desde que preenchidas duas
condições: a retomada das ações vai causar dano irreparável a recuperanda, e a culpa
pela demora não possa ser imputada a própria recuperanda.
 O despacho deve ser contado em dias corridos.
 Competência para medidas constritivas – não se suspendem as execuções fiscais
(parcelamento que a recuperanda possa fazer, suspenda – então tem outras formas de
suspender). Não se suspende também as reclamações trabalhistas, ou seja, se tiver em
execução suspende. E terceiro, ações onde se demandar quantias ilíquida.
 A impugnação pode ser feita pelos credores ou devedor. Cada impugnação recebe
autuação em apartado, tem um numero próprio. Feita a impugnação, dá-se 05 dias para
impugnação do credor. Depois 05 dias para o administrador judicial, e os autos vão para
conclusão para ser julgado ou produção de provas, e cabe agravo desta decisão.
 Habilitação intempestiva, é qualquer habilitação feita fora do prazo de 15 dias até a
consolidação do quadro geral de credores, mas tem conseqüências: a habilitação é
processada e autuada como impugnação, ela não tem a fase administrativa porque já é
apresentada em juízo, por exemplo, já tem a necessidade de se ter advogado,
recolhimento de custas a depender do estado; não participa com direito a voto da
assembléia geral de credores. O momento mais importante de um credor em uma
recuperação judicial, é o seu voto na assembléia geral de credores. Se for credor
trabalhista pendente, pode votar porque ele tem uma sentença da justiça do trabalho,
muitas vezes, ele não se habilitou porque ainda não tinha o titulo que era o processo na
justiça do trabalho, então ele não pode sofrer as mesmas conseqüências que outro credor
qualquer. Só pode votar na assembléia geral aquele que está com seu credito devidamente
habilitado.

LREF – Lei 11.101/2005


Parte geral
Art. 1º - objeto/sujeito
Art. 2º - não aplicação
Art. 3 º - competência.
Esses três primeiros artigos são essenciais. O art. 1º trata dos dois aspectos primordiais da lei:
objeto e sujeito. A lei regula a recuperação judicial, extrajudicial e a falência. O objeto é chamado
de recuperação de empresas e falência, a recuperação pode ser tanto judicial como extrajudicial.
Os sujeitos são os empresários e a sociedade empresária.
A ideia do legislador que é tivesse dois tipos de recuperação judicial no Brasil e são dois
procedimentos distintos. O primeiro, é padrão e é chamado de ordinário e também tem o especial
que é voltado aos microempresários e empresários de pequeno porte (opção). Houve a criação
de um instrumento extrajudicial também.
O art. 2º complementa o art. 1º, e traz as exceções de aplicação desta Lei. O primeiro inciso diz
empresa pública e sociedade de economia mista e o inciso II traz um rol extenso de empresários
aos quais a Lei não se aplica, ex: operadora de plano de saúde, seguradora, cooperativa de
crédito, instituição financeira, etc. O Banco Santos, instituição financeira, teve a falência
decretada; Goldencross, instituição financeira, teve a falência decretada. No inciso primeiro a
exclusão é total, portanto, empresa pública e sociedade de economia mista não podem falir e não
podem pedir recuperação em hipótese alguma. O segundo inciso é uma exclusão parcial. A
exclusão parcial significa que não pode pedir recuperação judicial, mas pode ter a falência
decretada se preenchidos os requisitos específicos previstos em lei própria.
Se for não empresário, não aplica a lei; se for empresário de fato, aplica a lei. Quando o
empresário é regular ele pode pedir a recuperação judicial ou ter a falência decretada. Se o
empresário é irregular só pode ter a falência decretada. Precisa de 02 anos de regularidade
constitutiva para pedir a recuperação judicial.
O art. 3º trata da competência, o foro competente é o local do principal estabelecimento do
devedor. Essa regra já contava no Decreto nº 7661/1945 que era a antiga lei de falências. A
primeira corrente é a contratualista e diz que tem que olhar o contrato social ou estatuto. A
segunda corrente surgiu para rebater a primeira e é a corrente administrativista e diz que não é
na sede ou na matriz que necessariamente se desenvolve alguma atividade, mas sim de onde a
atividade é comandada, de onde é administrada. A terceira corrente é a econômica, é pragmática
e diz que o principal é o mais importante do ponto de vista econômica, ou seja, é aquele que tem
maior volume de negócios. O Coppola diz que somente a terceira corrente é a que faz mais
sentido.
A competência é material, portanto, ela é absoluta. Não é uma competência territorial, porque
esta é relativa. Essa competência é definida em razão da matéria. A competência é da Justiça
Estadual, das Varas Especializadas onde houver e se houver, será a Vara Cível comum. Na
cidade de São Paulo, só o Fórum Central tem competência para essas questões. A competência
se define no momento da distribuição da ação. Quando competente, o juízo se torna prevento
para todas as demais ações relacionadas.
A recuperação judicial foi desenhada como uma ação de conhecimento, começa com uma petição
inicial que tem requisitos específicos arrolados no art. 51, da Lei 11.101/05. Este artigo traz um rol
de documentos que devem ser juntados com a petição inicial, a juntada é obrigatória. O valor da
causa não é regulado pela lei, de modo que o Judiciário tem sendo vacilante, mas o judiciário não
admite valor irrisório. Não raramente alguns empresários pedem a recuperação e afirmam não ter
condições de recolher as custas, o Judiciário entende que se não tem dinheiro para recolher as
custas, está numa situação econômica inviável e a lei entende que para pedir a recuperação, o
empresário tem que ter situação econômica viável.
Alguns juízes ao receber o pedido de recuperação judicial, principalmente quando há
requerimento de justiça gratuita, antes de prosseguir o juiz nomeia um perito para realizar uma
perícia para verificar se a atividade é economicamente viável ou não.
Dentre os documentos listados, alguns tem função para própria recuperação, tais como a relação
completa inominal de seus credoresindicando a natureza do crédito, a origem (número do
contrato), a classificação (a lei brasileira divide os credores em classes, ex: credor
quirografário)), o vencimento e o valor atualizado. Essa relação é o documento mais importante
da petição porque é o retrato que o devedor vai dar para seus credores de quem ele diz que são
os seus credores, o valor. A maioria inclui credores que não deveriam estar incluídos para tentar
passar ou reduz o valor de alguns credores. Esta relação é o ponto de partida das habilitações de
crédito e é publicada num edital para que os credores digam se concordam ou se não concordam
e, se não concordarem apresentam uma impugnação.
Se distribuída a inicial, a parte formal estiver certa e se o juiz entender pela legitimidade de
interesses do empresário para pleitear a recuperação, terá o despacho de processamento. Se
faltar alguma coisa, o juiz extingue sem julgamento do mérito. O primeiro efeito do despacho de
processamento é a nomeação do administrador judicial, o juiz nomeia o administrador judicial que
vai cuidar desta recuperação. O administrador judicial deve ser profissional idôneo e essa lei
inova no sentido de que admite que o profissional seja pessoa jurídica especializada. O juiz pode
nomear qualquer pessoa, desde que seja profissional idôneo. Normalmente, a nomeação recai
sobre pessoa de confiança do juiz. O primeiro impedimento é que o administrador não tenha sido
destituído ou deixado de prestar contas em outra administração nos últimos 05 anos. O segundo
impedimento é amigo ou inimigo do devedor (sócio, diretor, gerente, qualquer pessoa que tenha
poder decisório ou de administração na recuperanda). Cabe impugnação da nomeação por
qualquer interessado (credor, devedor, até o MP), mas tem que ser cuidadosa porque se estiver
falando de impedimento é uma coisa e de idoneidade é outra. O terceiro impedimento é parente
em linha reta ou colateral até o 3º grau do devedor.
O principal efeito do despacho de processamento é o stay que é um prazo/período dentro do qual
as ações de execução ajuizadas em face do devedor permanecerão suspensas. Este período, tal
qual previsto em lei, é de 180 dias improrrogáveis. A ideia desse instituto é permitir que o
empresário que pediu recuperação tenha um prazo de respiro, sem que ele precise se preocupar
com as ações que tramitam contra ele, porque elas vão ficar suspensas. Quando se fala em 180
dias, se somar o período da inicial até uma estimativa da assembleia de credores, o legislador
disse que isso deve somar 150 dias, então é 180 dias para que o empresário tenha esse prazo da
distribuição da ação até a realização da assembleia para que ele tenha tempo de apresentar tudo
que ele precisa elaborar para que o plano seja aprovado. Na realidade, esse prazo é insuficiente,
mas a lei fala que ele é improrrogável, isso chegou o STJ e foi firmada a jurisprudência no sentido
de que o judiciário pode prorrogar esse prazo por igual período, desde que preenchidas duas
condições: a retomada das ações vai causar dano irreparável à recuperanda e a culpa pela
demora não possa ser imputada a própria recuperanda. A natureza desse prazo é material, bem
como todos os prazos da lei de falências, deve ser contado em dias corridos e não úteis. O stay
hoje é uma confusão, se cair em teste, o prazo do stay é 180 dias e é improrrogável.
A competência para medidas constritivas está diretamente ligada às exceções do stay: não se
suspende as execuções fiscais; não se suspendem reclamações trabalhistas; não se suspendem
as ações onde se demandar quantia ilíquida.
HABILITAÇÃO DE CRÉDITO: quando o juiz dá o despacho de processamento, ele fixa o prazo
para as habilitações de crédito, é fixado o prazo pela própria lei que é de 15 dias. Estes 15 dias
são contados da publicação do edital da relação de credores, aquela relação de credores que foi
apresentada pelo devedor é publicada e, a partir da publicação é que flui o prazo de 15 dias para
apresentação de habilitação de crédito. Se tem um credor e ele está incluído de modo correto na
relação publicada, ele não precisa fazer nada pois já está habilitado. Este prazo de 15 dias
somente deve ser atendido se não estiver na relação de credores ou se estiver na relação, mas
de modo equivocado (significa que o valor não está correto, ou a classe não está correta).
Esta habilitação, também chamada de divergência, não é apresentada ao juízo, mas sim ao
administrador judicial. Quando o juiz nomeia o administrador e é publicado esse edital, esse edital
traz informações de como essa habilitação deve ser apresentada, o mais comum é aceitar por e-
mail ou de outro modo eletrônico. Encerrado o prazo de 15 dias, abre-se o prazo de 45 dias que é
chamado de verificação de crédito. Publicado o segundo edital, acaba a fase administrativa. Do
segundo edital, tem um prazo de 10 dias para impugnação, que já é judicial porque é apresentada
ao juízo. O que se impugna é o crédito ou sua não inclusão. Essa impugnação pode ser feita
pelos credores ou devedor. Cada impugnação recebe autuação em apartado, tem um número
próprio, feita a impugnação, dá-se 05 dias para impugnação do credor. Depois 05 dias para o
administrador judicial e os autos vão para conclusão para ser julgado ou produção de provas e,
cabe agravo desta decisão.
Habilitação intempestiva é qualquer habilitação feita fora do prazo de 15 dias até a
consolidação do quadro geral de credores, mas tem consequências: a habilitação é processada e
autuada como impugnação, ela não tem a fase administrativa porque já é apresentada em juízo,
por exemplo, já tem a necessidade de se ter advogado, recolhimento de custas a depender do
estado; o credor não participa de eventuais rateios realizados até o julgamento de sua habilitação;
não participa com direito a voto da assembleia geral de credores. O momento mais importante de
um credor numa recuperação judicial, é o seu voto na assembleia geral de credores. Se for credor
trabalhista pendente, pode votar porque ele tem uma sentença da çjustiça do trabalho, muitas
vezes, ele não se habilitou porque ainda não tinha o título que era o processo na justiça do
trabalho, então ele não pode sofrer as mesmas consequências que outro credor qualquer. Só
pode votar na assembleia geral aquele que está com seu crédito devidamente habilitado.
Plano de recuperação judicial é um documento no qual um empresário diz aos seus credores
como ele quer se recuperar. Quando do despacho de processamento, o juiz fixa o prazo de
apresentação de recuperação judicial de 60 dias da intimação do despacho de processamento.
Este prazo é improrrogável e a não apresentação acarreta na decretação da falência do devedor.
Esse prazo deve ser contado em dias corridos e é processual. O legislador brasileiro foi bastante
conservador, de modo que a apresentação do plano deve ser no processo de recuperação
judicial, de modo escrito.
FORMAS DE RECUPERAÇÃO: o art.50 traz 16 meios de recuperação e o artigo é sugestivo,
não há obrigatoriedade de se adotar nenhum dos meios apontados no artigo. O empresário é
praticamente livre no que ele vai propor como meio de recuperação aos seus credores. O
empresário não pode ultrapassar os seguintes limites: tratamento igualitário, é premissa básica
dessa lei ese fala em tratamento igualitário de credores iguais, ex: A e B são credores
trabalhistas, tem que propor a mesma coisa para eles. Não pode tratar credores iguais de
modo distinto. O segundo limite é que o plano não pode prever prazo superior a um ano para
pagamento dos créditos trabalhistas. O plano não pode prever prazo superior a 30 dias para
pagamento dos créditos de natureza estritamente salarial vencidos nos três meses anteriores ao
pedido no limite de cinco salários mínimos por trabalhador. O plano não pode propor nada que
seja ilegal.
O plano deve ser apresentado pelo devedor e juntado aos autos, quando ele é juntado aos autos
há uma intimação dos credores para que digam sobre o plano e, então surge o prazo de
objeção/impugnação que é de 30 dias. Essa objeção pode ser vazia, ou seja, só diz que não
concorda, ele não explica porque discorda. A lei não traz forma para objeção, por isso é permitido
a objeção vazia e isso traz várias consequências, primeiro porque quando um plano é
apresentado, ele tem dois modos de aprovação: tácita – o plano não recebeu nenhuma objeção;
expressa – é aquela que se faz na AGC. Havendo objeção, o juiz convocará assembleia geral de
credores para deliberar sobre o plano. A objeção vazia tem gerado voto abusivo. Quando a
assembleia é convocada, ela tem três alternativas: ela pode rejeitar e a consequência é a
falência; ela pode aprovar ou ela pode propor uma alteração no plano e quando propõe uma
alteração no plano, ela não impõe, só propõe e se o devedor discorda do que a assembleia
propôs, o plano é rejeitado e decreta a família; se aceita a alteração, aprova o plano e o juiz
defere a recuperação.
A assembleia é dividida em grupos, está dividida em quatro classes: trabalhistas e acidentais;
créditos com garantia real; privilégio especial, privilégio geral, quirografário e subordinados;
microempresários e empresários de pequeno porte. Essa quarta classe foi criada em 2014, não
existia antes. A votação em assembleia geral de credores, recuperação judicial e a falência,
ocorre, em regra, por maioria de crédito. O plano de recuperação é exceção à maioria de crédito.
Classe 1 é por cabeça, credores; classes 2 e 3 é por cabeça + crédito e classe 4 é por cabeça.
FALÊNCIA
CONTEXTO:
O QUE É: a falência é a solução jurídica para o empresário que é insolvente e esteja sujeito a
decretação.
NATUREZA JURÍDICA: a falência é uma execução, mas ao invés de ter um exequente e um
executado, tem-se todos os credores como exequentes concorrendo a um patrimônio do
executado, é uma execução coletiva, os credores no polo ativo como exequentes e o devedor
como executado, havendo uma organização do recebimento pelo estado. Decretação –
arrecadação (o estado tomando posse dos bens do falido, desapossamento dos bens do falido) –
avaliação – venda – pagamento – encerramento. O pagamento, na falência, segue uma ordem
legal que está no art. 83 que tem oito classes de credores: I - os créditos trabalhistas, limitados a
150 salários-mínimos por credor, e os decorrentes de acidentes de trabalho;II – crédito com
garantia real até o limite do bem; III – tributário; IV – privilégio especial que está no CC; V –
privilégio geral que está no CC (crédito do advogado, por exemplo); VI – quirografário; VII –
subquirografário (é crédito, como multas administrativas, tributárias); VIII – crédito subordinado
(são dois tipos: contratado como subordinado ou crédito dos sócios, ex: mútuo). O pagamento é
proporcional, por rateio.
COMO SURGE: a falência pode surgir com a convolação da recuperação judicial, é a hipótese
em que a recuperação judicial é transformada em falência por decretação judicial. Pode surgir
também por requerimento do próprio devedor, a doutrina chama de auto-falência. Pode surgir
por pedido de falência. Nos dois primeiros casos, há a insolvência confessada, porque em ambos
os casos, o devedor foi a juízo informando que não tinha condições de cumprir as suas
obrigações. No pedido de falência, a insolvência é presumida (jurídica). Na convolação da
recuperação judicial há requerimento ou é de ofício. Ex: a RJ pode ser decretada em falência
se não foi cumprido o prazo de 60 dias para apresentação do plano; o plano foi aprovado,
iniciou o cumprimento, um credor não foi pago, decreta-se a falência. No requerimento pelo
próprio devedor, é só por iniciativa do devedor. O pedido de falência é formulado por credor,
hipóteses: art. 94, são três hipóteses de pedido de falência: I – impontualidade; II – execução
frustrada; III – por atos de falência. O mais importante é que todas essas hipóteses comprovam a
presunção. Se alguém escolher pedir a falência, tem consequências: a pessoa que pede está
dizendo que o devedor é insolvente, então está dizendo que ele não pode pagar, então é
absolutamente incompatível que em qualquer momento deste pedido de falência, faça referência
ao pagamento. O pedido de falência do ponto de vista jurídico, não é meio de pagamento, mas do
ponto de vista fático, é. Juiz não gosta de decretar falência, porque ela dá muito trabalho
administrativo, são muitos atos, o que significa que no momento da distribuição da ação, é a
pessoa que pede contra o juiz e o devedor. A razão pela qual a pessoa pede falência é porque a
execução não funciona.

Art. 94. Será decretada a falência do devedor que:

I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida


materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o
equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de
falência;IMPONTUALIDADE

II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à
penhora bens suficientes dentro do prazo legal;EXECUÇÃO FRUSTRADA

III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação
judicial:POR ATOS DE FALÊNCIA

a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou


fraudulento para realizar pagamentos;

b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar
pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade
de seu ativo a terceiro, credor ou não;

c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos


os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo;

d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a


legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor;

e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com
bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo;

f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para


pagar os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do
local de sua sede ou de seu principal estabelecimento;

g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de


recuperação judicial.

INSOLVÊNCIA: o passivo é maior que o ativo, economicamente. Juridicamente, o inadimplente


não cumpre a obrigação e o insolvente não tem condições de cumprir a obrigação. A falência é
relacionada à insolvência, é para empresários que sejam insolventes. A insolvência pode ser de
duas espécies: real ou jurídica. A insolvência real é o passivo maior que o ativo e a jurídica é
presumida.
DECRETAÇÃO DA FALÊNCIA: a falência é uma condição jurídica e depende de uma sentença,
que é a sentença de decretação. A falência é uma ação que nasce de outra a partir de uma
decretação, não se ajuíza. Essa sentença de decretação é chamada pela lei de sentença
declaratória de falência, mas a sentença declaratória é incapaz de fazer a mutação de uma
situação de fato para uma situação jurídica. Assim, a natureza jurídica dessa sentença é
constitutiva. Desta sentença não cabe apelação, cabe agravo de instrumento, se errar não dá
para pedir fungibilidade porque é considerado erro grosseiro. A partir do momento da decretação,
nasce a falência.
 Ordem de pagamento:

O art. 83 traz a ordem de credores concursais, aqueles que concorrem entre si.
A lei organiza os credores em classes, a fim de igualar.
Na lei anterior, a ordem era diferente.
A definição da ordem, nada mais é do que uma política econômica.
O credito trabalhista está limitado a 150 salários mínimos, se esse valor fosse ilimitado não
seria possível atender todos os trabalhadores, para atender o limite social. Com o limite, é
possível pagar para mais trabalhadores.
O art. 84 traz outra relação dos creditos extra concursais, não concorrem entre si, eles
recebem antes. Um deles, que sempre vai existir por exemplo é a remuneração do
administrador judicial.
Antes dos extras são pagas as restituições em dinheiro.
E antes dele tem o credito famélico, do art. 151, que é pago antes de todos os demais.

Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem:


I – os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 (cento e cinqüenta)
salários-mínimos por credor, e os decorrentes de acidentes de trabalho;
II - créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado;
III – créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de constituição,
excetuadas as multas tributárias;
IV – créditos com privilégio especial, a saber:
a) os previstos no art. 964 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002;
b) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição contrária desta Lei;
c) aqueles a cujos titulares a lei confira o direito de retenção sobre a coisa dada em garantia;
d) aqueles em favor dos microempreendedores individuais e das microempresas e empresas
de pequeno porte de que trata a Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de
2006 (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014)
V – créditos com privilégio geral, a saber:
a) os previstos no art. 965 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002;
b) os previstos no parágrafo único do art. 67 desta Lei;
c) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição contrária desta Lei;
VI – créditos quirografários, a saber:
a) aqueles não previstos nos demais incisos deste artigo;
b) os saldos dos créditos não cobertos pelo produto da alienação dos bens vinculados ao
seu pagamento;
c) os saldos dos créditos derivados da legislação do trabalho que excederem o limite
estabelecido no inciso I do caput deste artigo;
VII – as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou
administrativas, inclusive as multas tributárias;
VIII – créditos subordinados, a saber:
a) os assim previstos em lei ou em contrato;
b) os créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício.
§ 1o Para os fins do inciso II do caput deste artigo, será considerado como valor do bem
objeto de garantia real a importância efetivamente arrecadada com sua venda, ou, no caso de
alienação em bloco, o valor de avaliação do bem individualmente considerado.
§ 2o Não são oponíveis à massa os valores decorrentes de direito de sócio ao recebimento
de sua parcela do capital social na liquidação da sociedade.
§ 3o As cláusulas penais dos contratos unilaterais não serão atendidas se as obrigações
neles estipuladas se vencerem em virtude da falência.
§ 4o Os créditos trabalhistas cedidos a terceiros serão considerados quirografários.
Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos com precedência sobre
os mencionados no art. 83 desta Lei, na ordem a seguir, os relativos a:
I – remunerações devidas ao administrador judicial e seus auxiliares, e créditos derivados da
legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho relativos a serviços prestados
após a decretação da falência;
II – quantias fornecidas à massa pelos credores;
III – despesas com arrecadação, administração, realização do ativo e distribuição do seu
produto, bem como custas do processo de falência;
IV – custas judiciais relativas às ações e execuções em que a massa falida tenha sido
vencida;
V – obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados durante a recuperação
judicial, nos termos do art. 67 desta Lei, ou após a decretação da falência, e tributos relativos a
fatos geradores ocorridos após a decretação da falência, respeitada a ordem estabelecida no art.
83 desta Lei.
Art. 151. Os créditos trabalhistas de natureza estritamente salarial vencidos nos 3 (três)
meses anteriores à decretação da falência, até o limite de 5 (cinco) salários-mínimos por
trabalhador, serão pagos tão logo haja disponibilidade em caixa.

A ordem de pagamento então é:


1. Art. 151;
2. Restituições;
3. Art. 84;
4. Art. 83;

Tomar cuidado para diferenciar, porque a ordem diverge entre créditos e credores.

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