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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS, HUMANAS, LETRAS E ARTES


CURSO DE HISTÓRIA

A observação histórica
fichamento

Wenderson Matheus dos S. Soares

NATAL

ABRIL/2019
Wenderson Matheus dos Santos Soares

A observação histórica
fichamento

Fichamento do texto A observação


histórica, apresentado à disciplina de
Introdução aos Estudo Históricos,
correspondente à avaliação da 2º unidade do
semestre 2019.1 do 1º período do curso de
Licenciatura de HISTÓRIA/CCHLA da
Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, sob orientação do Prof. Jose
Evangelista Fagundes.

NATAL
Abril/2019
BLOCH, MARC. Apologia da história ou ofício do historiador. Rio de Janeiro, Zahar,
2001.

PÁG. CITAÇÃO
69 “O historiador, por definição, está na impossibilidade de ele próprio constatar
os fatos que estuda. […] Das eras que nos precederam, só poderíamos
[portanto] falar segundo testemunhas. testemunhos. Estamos, a esse
respeito, na situação do investigador que se esforça para reconstruir um
crime ao qual não assistiu; do físico, que, retido no quarto pela gripe, só
conhecesse os resultados de suas experiências graças aos relatórios de um
funcionário de laboratório.”
70 “Mas ao passo que um fisiologista que disseca uma cobaia percebe, com seus
próprios olhos, a lesão ou a anomalia buscada, não conheço4 a situação de
meus "homens de rua" senão por meio do panorama que eles mesmos
aceitam me fornecer. Porque no imenso tecido de acontecimentos, gestos e
palavras de que se compõe o destino de um grupo humano, o indivíduo
percebe apenas um cantinho, estreitamente limitado por seus sentidos e sua
faculdade de atenção; porque [além disso] ele nunca possui5 a consciência
imediata senão de seus próprios estados mentais: todo conhecimento da
humanidade, qualquer que seja, no tempo, seu ponto de aplicação, irá beber
sempre nos testemunhos dos outros uma grande parte de sua substância.”
72 “Não é absolutamente verdade, para retomar a comparação de ainda há pouco,
que o historiador seja necessariamente reduzido a só saber o que acontece em
seu laboratório por meio de relatos de um estranho. Ele só chega depois de
concluído o experimento, sempre. Mas, se as circunstâncias o permitirem, o
experimento terá deixado resíduos, os quais não é impossível que perceba com
os próprios olhos.”
73 “Como primeira característica, o conhecimento de todos os fatos humanos
no passado, da maior parte deles no presente, deve ser, [segundo a feliz
expressão de François Simiand,] um conhecimento através de vestígios.”
74-75 “Qualquer um que tenha tomado parte [, mesmo no papel mais humilde,] em
qualquer grande ação sabe bem que acontece de um episódio, às vezes
capital, tornar-se, ao cabo de poucas horas, impossível de precisar.
Acrescente-se que nem todas as pistas se prestam [com a mesma docilidade]
a essa evocação retrospectiva. […] [Em resumo, da investigação sobre o
remoto à investigação sobre o passado muito recente, a diferença é, uma vez
mais, apenas de grau. Ela não atinge o fundo dos métodos. Não deixa de ser
menos importante por isso e convém daí extrair as consequências.]”
75 “O passado é, por definição, um dado que nada mais modificará. Mas o
conhecimento do passado é uma coisa em progresso, que incessantemente
se transforma e aperfeiçoa. […] Essa sensação de progressão
verdadeiramente indefinida, que uma ciência como a química dá, [capaz de
criar até seu próprio objeto,] nos é recusada.”
78 “[…] a partir do momento em que não nos resignamos mais a registrar [pura
e] simplesmente as palavras de nossas testemunhas, a partir do momento em
que tencionamos fazê-las falar [, mesmo a contragosto], mais do que nunca
impõe-se um questionário. Esta é, com efeito, a primeira necessidade de
qualquer pesquisa histórica bem conduzida.”
79 “[…] os textos ou os documentos arqueológicos, mesmo os aparentemente
mais claros e mais complacentes, não falam30 senão quando sabemos
interrogá-los. […] Se com dificuldade consigo lê-las, não sei solicitá-las. Em
outros termos, toda investigação histórica supõe, desde seus primeiros
passos, que a busca tenha uma direção. No princípio, é o espírito.31 Nunca
[em nenhuma ciência,] a observação passiva gerou algo de fecundo. Supondo,
aliás, que ela seja possível.32”
79 “Acontece, sem dúvida, de o questionário permanecer puramente instintivo.
Entretanto ele está ali. Sem que o trabalhador tenha consciência disso, seus
tópicos lhe são ditados pelas afirmações ou hesitações que suas explicações
anteriores inscreveram obscuramente em seu cérebro, através da tradição,
do senso comum, isto é, muito frequentemente, dos preconceitos comuns.
Nunca se é tão receptivo quanto se acredita. Não há pior conselho a dar a um
iniciante do que esperar [assim], numa atitude de aparente submissão, a
inspiração do documento. Com isso, mais de uma investigação de boa
vontade destinou-se ao fracasso ou à insignificância33 .”
79 “Naturalmente, é necessário que essa escolha ponderada de perguntas seja
extremamente flexível, suscetível de agregar, no caminho, uma
multiplicidade de novos tópicos, e aberta a todas as surpresas. De tal modo,
no entanto, que possa desde o início servir de ímã às limalhas do documento.”
80 “Seria uma grande ilusão imaginar que a cada problema histórico
corresponde um tipo único de documentos, específico para tal emprego.
Quanto mais a pesquisa, ao contrário, se esforça por atingir os fatos
profundos, menos lhe é permitido esperar a luz a não ser dos raios
convergentes de testemunhos muito diversos em sua natureza.”
81 “[…] é indispensável que o historiador possua ao menos um verniz de todas
as principais técnicas de seu ofício. Mesmo apenas a fim de saber avaliar,
previamente, a força da ferramenta e as dificuldades de seu manejo.”
83 “A despeito do que às vezes parecem imaginar os iniciantes, os documentos
não surgem, aqui ou ali, por efeito [de não se sabe] qual misterioso decreto
dos deuses. Sua presença ou ausência em tais arquivos, em tal biblioteca48,
em tal solo deriva de causas humanas que não escapam de modo algum à
análise, e os problemas que sua transmissão coloca, longe de terem apenas o
alcance de exercícios de técnicos, tocam eles mesmos no mais íntimo da vida
do passado, pois o que se encontra assim posto em jogo é nada menos do que
a passagem da lembrança através das gerações.”

85 “Será assim pelo menos até que, renunciando a se entregar às suas próprias
tragédias com essa disposição, as sociedades consintam enfim a organizar
racionalmente, com sua memória, o conhecimento de si mesmas. Só
conseguirão isso lutando corpo-acorpo com os dois principais responsáveis
pelo esquecimento e pela ignorância: a negligência, que extravia os
documentos; e [, mais perigosa ainda,] a paixão pelo sigilo — sigilo
diplomático, sigilo dos negócios, sigilo das famílias que os esconde ou
destrói.”

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