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RECOMENDAÇÕES AOS MÉDICOS QUE EXERCEM A PSICANALISE

No texto, Freud aborda algumas questões em relação ao tipo de comportamento que o médico
psicanalista deve exercer com seu paciente.
Aponta a necessidade, por parte do analista, de recordar os relatos e detalhes importantes
pronunciados por cada paciente. Afirma que, para que isso seja possível é preciso utilizar-se
da técnica da atenção uniformemente suspensa, que se refere em manter a atenção para tudo
que lhe foi apresentado, não focando apenas para alguma coisa. Ao focar-se em algo
específico e selecionar o material que lhe é apresentado, o analista fixa-se apenas em parte das
informações expostas e negligencia as demais, ocasionando distorção no relato exposto.

No mesmo sentido há a recomendação de não tomar notas no decorrer da sessão. A ação de


tomar notas seria uma forma de seleção sobre aquilo que é trazido pelo paciente, isto é, seria
uma forma de fixar mais ou menos atenção sobre esse ou aquele elemento do material
apresentado, o que se oporia à ideia da escuta despreocupada quanto à lembrança ou não de
alguma associação trazida pelo paciente.
Ainda descarta possibilidade de registrar dados, mesmo que para fins científicos, durante a
sessão. Freud afirma que isso prejudica a atenção uniformemente suspensa e sugere que essas
anotações sejam feitas após a sessão. Além disso, aconselha que a construção científica em
cima de um caso seja feita apenas após o seu encerramento, visto que “(…) são mais bem
sucedidos os casos em que agimos sem propósito, surpreendendo-nos a cada virada, e que
abordamos sempre de modo despercebido e sem pressupostos (…) não especular e nem
cogitar enquanto analisa”.

Freud faz uma analogia entre o trabalho do terapeuta e o trabalho de um cirurgião. O


cirurgião, assim como o analista, deve deixar todos os seus afetos de lado de forma que esteja
em jogo, no momento da cirurgia, apenas a operação, que deve ser realizada da melhor forma
possível. Assim, a “ambição terapêutica”, a ambição de curar, seria o mais perigoso
sentimento para o psicanalista. Desta forma, o analista não deve se ater às expectativas, ao
reconhecimento, ao retraimento perante as críticas. Esses afetos apenas trabalhariam em
desfavor do paciente, assim como em uma cirurgia.
Nesse item, Freud novamente pontua a atenção uniformemente suspensa do analista como
contrapartida à regra fundamental da psicanálise: a associação livre. Freud ressalta que o
analista, não pode ter em si resistências que o impeçam de entrar em contato com aquilo que
fora percebido por seu inconsciente. As resistências do analista se caracterizariam, pois, como
outra forma de seleção e distorção do material do paciente. Como solução para esse problema
é prescrita a necessidade de que o analista se submeta também a uma análise.
Outra ressalva colocada por Freud diz respeito à transferência. O analista não deveria trocar
confidências e relatar sobre a sua vida, suas intimidades e seus conflitos mentais com o
paciente. Freud reconhece que esse comportamento poderia ser eficaz para que o paciente
contasse aquilo que lhe é consciente, mas dificultaria o desvelamento do que resta
inconsciente. Essa técnica de compartilhamento afetiva apenas faria com que o paciente
tivesse ainda mais problemas na superação das suas resistências e poderia fazer com que o
paciente tentasse inverter a relação analista-paciente, creditando mais interesse à vida do
analista que a sua própria. “O médico deve ser opaco para o analisando, e, tal como um
espelho, não mostrar senão o que lhe é mostrado”.
Tão pouco o médico deveria repousar sobre o paciente ambições pedagógicas, assim como
não deveria operar com a ambição terapêutica, pois deve respeitar as limitações do paciente,
colocando as capacidades do mesmo sempre a frente do seu próprio desejo.
Por fim, é feita a ressalva acerca de uma colaboração intelectual do paciente. Freud aponta
que a leitura de textos sobre a psicanálise não deveria ser proposta pelo analista, na medida
em que o próprio analisando precisaria traçar seu próprio caminho na análise, sem recorrer em
demasia à teorização. A eficácia da análise seria advento do respeito à regra psicanalítica e
não do conhecimento teórico sobre a psicanálise

SOBRE O INÍCIO DO TRATAMENTO (NOVAS RECOMENDAÇÕES


SOBRE A TÉCNICA DA PSICANÁLISE I)

Neste texto Freud utiliza-se de sua experiência para colocar algumas “regras” referentes à
prática psicanalítica. Enfatizando que tais regras devem ser compreendidas como
recomendações, levando em consideração seus limites e a complexidade dos processos
mentais.

Descreve que o paciente ao chegar para ser analisado é preciso iniciar uma preliminar
(de uma ou duas semanas) anterior ao início do tratamento, onde o analista poderá colher
maiores informações sobre o indivíduo amenizando também o sentimento de frustração caso
não se adaptem aos métodos propostos, pois terá em mente que o tratamento ainda não havia
iniciado. Nesta fase preliminar, o analista deve interromper o mínimo necessário, fazendo
com que o paciente sinta-se confortável para dizer tudo que lhe vem à mente.

Freud alerta que se deve desconfiar dos pacientes que resistem ao início do tratamento,
pois podem não comparecer quando a ocasião é combinada.

Faz também um alerta sobre as dificuldades encontradas em atendimentos de pessoas


próximas, que mantém um laço de amizade, ou laços sociais. O ideal seria não realizar o
atendimento, pois corre-se o risco de abalar a relação entre os envolvidos, uma vez que o
analista necessita manter uma postura ética e não perder de vista o seu profissionalismo

Freud orienta informar os pacientes que suas crenças e descrenças quanto ao método de
análise são quase desprezíveis comparadas às resistências internas que mantêm a neurose
firmemente no lugar. O confiante poderá ter sua impressão favorável destruída na primeira
dificuldade e quanto ao cético, terá que saber que sua desconfiança é apenas um sintoma,
como os seus outros sintomas, e não constituirá interferência, desde que execute
cuidadosamente o que dele requer a regra do tratamento.

Ainda diz necessário, ao se iniciar o tratamento psicanalítico, acordar em relação ao tempo e


o pagamento. Cabe ao paciente arcar com aquele horário que lhe foi atribuído, sendo ele
utilizado pessoalmente ou não. Assim Freud acredita que se reduzem as resistências e se
mantém o material trabalhado. Enquanto o analista não deve sentir-se culpado, pois o tempo
quase nunca se é utilizado com atividades remuneradas de lazer sendo mesmo de ante ao não
comparecimento do paciente a análise continua a acontecer. Porém, abre uma exceção para
doenças físicas, nas quais o paciente pode apresentar um interesse psíquico de comparecer.

Em relação à freqüência, Freud refere trabalhar com seus pacientes todos os dias da
semana, sendo três vezes por semana os casos leves ou que já se encontram melhor. Alegando
que mesmo interrupções breves (como dos finais de semana) já prejudicam o conteúdo
trabalhado. Assim como o tempo de sessão, em que alguns casos, uma hora não se faz
suficiente.

Outro ponto exposto por Freud é o dinheiro, dos honorários médicos. Pondera que um
analista não discute que o dinheiro deve ser considerado, em primeira instância, como meio
de autopreservação e de obtenção de poder e que esta questão deve ser tratada com coerência
e com franqueza natural. Rejeita-se uma falsa vergonha sobre o assunto e comunica-se o
preço em que o profissional avalia seu tempo. Não se atribui valores pequenos, para não
desvalorizar o trabalho e, o tratamento gratuito, aumenta enormemente as resistências do
neurótico. A ausência do efeito regulador oferecido pelo pagamento de honorários ao médico
torna-se, ela própria muito penosamente sentida privando o paciente de um forte motivo para
esforçar-se para dar continuidade ao tratamento.

Quanto à curiosidade que se apresenta em relação ao tempo de duração do tratamento, Freud


coloca como uma pergunta quase irrespondível, já que o trabalho varia de acordo com cada
funcionamento psíquico e não se pode atingir uma conclusão antecipada de como o trabalho
irá prosseguir. Porém afirma que a psicanálise não acontece de forma breve (“meio ano ou
anos inteiros”), considerando que as profundas mudanças da mente necessitam de tempo para
acontecer. Coloca como necessário o conhecimento de que as neuroses funcionam como um
todo, não sendo possível tratar sintomas isoladamente. Sendo o paciente ideal aquele que
busca saúde completa e disponibiliza o tempo que for necessário para a realização do
trabalho.

Sobre o inicio do tratamento, segundo Freud, grande parte dos pacientes começa
afirmando que não consegue pensar em nada para nos dizer, embora todo campo de sua
história, de sua vida e da doença se encontram abertos para escolher. Sabe que, enquanto
escutava todas as regras fundamentais da análise, fez a reserva na mente do que poderia ou
não falar. Isso demonstra o quão desconfiado se acha da análise ou das coisas assustadoras
que ouviu a respeito dela. Faz-se necessário uma postura firme do terapeuta ao paciente e
dizer que é impossível que não lhe ocorra nada para contar, pois, esses são os primeiros
sintomas ou ações fortuitas do paciente, tal como sua primeira resistência e que para nós,
possui interesse especial e revela um complexo que dirige a neurose.

Freud explica sobre a utilização do divã, que em primeiro lugar é feita para benefício
do próprio analista, que deve estar preservado de influenciar através de seus pensamentos
inconscientes e expressões corporais na corrente dos pensamentos do paciente, assim como
evita de ser “observado” durante toda sua jornada de trabalho.

Inicialmente deve-se deixar que o paciente inicie sua fala do ponto onde escolher,
porem anteriormente deve-se fazer a observação para que ele diga tudo que sabe a seu
respeito, procurando dizer principalmente conteúdos que parecem ser censurados pela mente,
trazendo a impressão de que não devem ser ditos.
Orienta que nunca se deve esperar um relato sistemático, como não se deve incentivá-
lo, alegando que cada detalhe pode ser usado como conteúdo de trabalho e que repetições
sempre acontecem. Diminuem-se ás resistências, as influências e o “desperdício” de
conteúdos importantes quando o paciente evita comentar sobre o tratamento com pessoas de
seu convívio. Caso o paciente apresente necessidade de realizar um tratamento de causa
orgânica, convém encaminhá-lo a outro especialista, nunca oferecendo na análise outros
caminhos que o possam levar a saúde.

Freud utiliza-se de sua experiência prática para concluir que o conteúdo a ser
trabalhado deve-se restringir ao que o paciente comunica, não havendo efetividade nas
informações provindas do externo (como de parentes ou cônjuges).

Somente após uma eficaz transferência e vínculo já estabelecido é que se deve


comunicar ao paciente as interpretações e intervenções. Não sendo recomendado utilizar
pontos de vistas que contrariem ou julgue de forma moral aquilo que o paciente diz. Assim
como se deve atentar para não realizar diagnósticos rápidos que geralmente acontecem no
momento em que o paciente não se encontra preparados, gerando assim um efeito contrário no
sucesso da análise. Fazendo como que a resistência aumente a possibilidade de superá-la
diminua.

Freud recorda que o que motiva o paciente a fazer análise é o sofrimento vivido por
ele e o desejo de curar-se, não tendo para este fim o conhecimento necessário do caminho a
seguir e de como arrecadar energias para romper as barreiras da resistência, sendo esses os
dois pontos oferecidos a ele durante a terapia psicanalítica. Sendo possível reduzir ou eliminar
os sintomas ao longo do processo de mudança e ganhar uma maior compreensão intelectual
sobre si próprio.

Freud salienta que o momento ideal para o analista estabelecer uma comunicação com
o paciente é após uma transferência eficaz ter-se estabelecido. “Permanece sendo o primeiro
objetivo do tratamento ligar o paciente a ele e a pessoa do médico.” Caso a transferência não
ocorra, a possibilidade de o tratamento ser lento e ineficaz aumenta. Outro detalhe importante:
quanto mais a verdade se aproxima, mais o risco de resistência aumenta, caso não se tenha
estabelecido um rapport.
O paciente, contudo, só faz uso da instrução na medida em que é induzido a fazê-lo pela transferência;
é por esta razão que nossa primeira comunicação deve ser retida até que uma forte transferência se
tenha estabelecida.

SIGMUND FREUD

Volume XII (1911-1913)

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