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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIRITO SANTO

CENTRO TECNOLÓGICO
ENGENHARIA MECÂNICA

DANIEL COELHO DE CARVALHO


PEDRO AMÉRICO BRANDÃO DE OLIVEIRA FILHO

AR CONDICIONADO DE JANELA

VITÓRIA
2018
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1 INTRODUÇÃO

O condicionamento de ar é o processo de tratamento do ar interior em espaços


fechados. Esse tratamento consiste em regular a qualidade do ar interior, no que diz
respeito às suas condições de temperatura, umidade, limpeza e movimento.
Em 1902 Willis Carrier, um engenheiro de 25 anos formado pela Universidade de
Cornell, nos EUA, inventou um processo mecânico para condicionar o ar. O controle
do clima finalmente foi colocado em prática, na verdade, para resolver o problema de
uma empresa de impressão em dias quentes de Nova York, onde foi feita a primeira
instalação por Carrier. Desde então a tecnologia avançou muito para chegar nos
modelos atuais, assim como a presença desses aparelhos na nossa sociedade.
A climatização de ar em uma edificação pode ser atendida por diversos sistemas, a
cada um correspondendo diferentes custos de aquisição, de operação e de
manutenção. Alguns sistemas são mais adequados do que outros para atender as
características do edifício e as atividades nele exercidas. Um dos aparelhos mais
empregados para climatização em residências é o ar condicionado de janela (ACJ).
Estes aparelhos respondem de forma diferente dependendo das condições
ambientais no momento do funcionamento como a umidade do ar e a temperatura,
apresentando não só uma eficiência única, mas sim uma eficiência que varia de
acordo com parâmetros externos e internos.
Um ACJ é definido através da norma ABNT NBR 16401-1 como: “Unidade de
pequena capacidade, montada em fábrica, comportando uma unidade de tratamento
de ar com serpentina de resfriamento de expansão direta, conjugada a uma unidade
condensadora resfriada a ar, montados em gabinetes projetados para ser instalado
no ambiente, em janela ou em abertura na parede externa, com insuflação do ar por
difusor incorporado ao gabinete”.
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O conforto térmico, em linhas gerais, é obtido por trocas térmicas que dependem
de vários fatores, ambientais e pessoais, governados por processos físicos, como
condução, convecção e radiação. A condução não assume geralmente
grande relevância. A convecção depende da temperatura e velocidade do ar
exterior, sendo que a evaporação depende da umidade do ar e da sua velocidade. A
radiação depende da temperatura média radiante.

Dentre esses parâmetros, destacam-se:


 Temperatura do ar: É a temperatura do ar ao redor do corpo humano. Essa
variável é levada em consideração nos estudos de conforto térmico para
determinar a troca de calor por convecção entre as pessoas e o ambiente ao
redor. Essa variável pode ser medida através de sensores de expansão de
líquidos ou sólidos, termômetros elétricos com sensores de resistividade ou
termopares.
 Umidade absoluta do ar, em kg vapor / kg ar seco: É o peso real da umidade
ou vapor de água contida em um metro cúbico de mistura de ar. Considerando
que existem outros nomes usuais e correlatos da umidade absoluta do ar, tais
como umidade específica, conteúdo de umidade ou teor de umidade, define-se
umidade absoluta, como sendo a razão entre as massas de vapor de água e
do ar seco.
 Velocidade do ar: A velocidade do ar é considerada a magnitude do vetor
velocidade do fluxo de ar no ponto de medição, e deve ser levada em
consideração nos estudos de conforto térmico devido à sua participação na
transferência de calor por convecção e por evaporação na posição da pessoa.
Os tipos de equipamentos mais comuns para a medição da velocidade do ar
são os anemômetros de fio quente, direcionais, e os anemômetros de esfera
aquecida, unidirecionais.
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O ciclo de compressão a vapor é o sistema de refrigeração mais comum em uso


atualmente. Um desenho esquemático do ciclo pode ser visto na figura abaixo. Ele é
composto basicamente por um compressor, um evaporador, um condensador e uma
dispositivo de expansão.

A modelagem matemática das trocas térmicas realizadas, e da potência consumida


pelo ciclo é dada de acordo com as equações representadas a seguir.

Calor absorvido pelo evaporador na refrigeração no ACJ:

𝑸̇𝒆𝒗𝒂𝒑 ,𝒓𝒆𝒇𝒓𝒊𝒈 = 𝒎̇̇ ∗ (𝒉𝟗 − 𝒉𝟖 )

𝑚̇ = vazão mássica do refrigerante que passa pelo evaporador.


ℎ9 = entalpia do refrigerante que sai do evaporador.
ℎ8 = entalpia do refrigerante que entra no evaporador.

Vazão volumétrica de água condensada pelo evaporador do ACJ:


𝛥𝑉 𝛥𝑙 (𝜋 ∗ 𝑑 2 )
= ∗
𝛥𝑡 𝛥𝑡 4
Δ𝑉 = Variação de volume.
Δ𝑡 = intervalo de tempo.
𝑑 = diâmetro do recipiente de água condensada pelo evaporador.
Δ𝑙 = variação do nível no recipiente de água condensada.
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Potencia ativa do motor elétrico do compressor e do ventilador:


𝑾̇𝒆𝒍𝒆𝒕 = 𝑽 ∗ 𝑰 ∗ 𝒄𝒐𝒔𝝋

𝑉 = tensão de alimentação do ventilador e do compressor.


𝐼 = corrente de alimentação do ventilador e do compressor.
𝑐𝑜𝑠𝜑 = fator de potência do sistema ventilador e compressor.

Coeficiente de Desempenho do ACJ:


̇
𝑄̇𝑒𝑣𝑎𝑝
𝐶𝑂𝑃 =
𝑊𝑒𝑙𝑒𝑡

𝑸̇𝒆𝒗𝒂𝒑 = calor absorvido pelo evaporador.

3 NORMAS TÉCNICAS

O experimento seguiu algumas normas importantes e relacionadas ao assunto como,


a MB-3341 prescreve o método de ensaio utilizado para determinação do coeficiente
de eficiência energética de condicionadores de ar doméstico operados eletricamente.
Devem usadas as seguintes normas da ABNT para o desenvolvimento de projetos
de ar condicionado:
 NBR 16401 (Instalações de Ar Condicionado - Sistemas Centrais e Unitários
parte 1 - Projeto das Instalações)
 NBR 10085 de 11/1987 (Medição de temperatura em condicionamento de ar –
Procedimento). Norma em Vigor

 NBR 6401 (Instalações centrais de ar condicionado para conforto - Parâmetros


básicos de projeto) – Norma Cancelada.

Para a presente atividade, foi utilizado o livro Introdução à Mecânica dos Fluidos do
FOX, McDonald e Printchard, além do livro Princípios de Termodinâmica para
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Engenharia do Moran e Shapiro, para consulta das equações, utilizando-as nos


cálculos necessários e fazer uso de conceitos didáticos essenciais para complementar
a explicação dada em sala de aula afim de elaborar e fundamentar esta atividade.
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4 DESCRIÇÃO DO APARATO EXPERIMENTAL

O Experimento realizado no LabRac foi montado de acordo com o croqui abaixo:

Foto do Experimento

Dessa forma, o ACJ foi instalado na parede que separa as 2 salas do LABRAC, sendo
uma delas simulando o ambiente interno e outra o externo. Os ambientes,
ao invés de serem controlados (não era possível para este experimento),
foram medidos através de várias medições para se considerar a hipótese de regime
permanente. Essas medições no lado do ar, não do refrigerante. Assim, foi
medido Tbs, Tbu ou umidade relativa, área de escoamento e velocidades,
sendo o condensado também medido para cálculo de sua vazão. Valores de potência
elétrica e corrente também foram medidos, sendo necessário utilizar um
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transformador, pois a corrente ultrapassava o limite do wattímetro, que era de 10A.

Para o refrigerante, foram medidas pressões na descarga do compressor, que


apresentou grande pulsação, e na sua sucção. Para as temperaturas, foi
instalado termopares nas paredes externas dos tubos, nas posições de
descarga do compressor, saída do condensador e saída do evaporador.

A principal suposição simplificadora para este experimento foi o de perda de


carga zero no evaporador e condensador.

Especificação do Compressor
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5 INSTRUMENTAÇÃO

Os instrumentos para aquisição de dados utilizados no experimento foram:

 Multímetro/Alicate amperímetro
Utilizado para medição de corrente e tensão.

- Incerteza Tensão: +- 0,5V

- Incerteza Corrente: +- 0,005A

 Wattímetro
Utilizado para medição de potência elétrica.

- Incerteza: +- 0,5W

 Anemômetro (medidor de velocidade) -


- Incerteza: 0,05m/s
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 Psicrômetro

- Incerteza: 0,05°C

 Manômetros Analógicos
- Incerteza: 0,5 psi

 Medidor de nível de água condensada


- Incerteza de volume: 0, 5Ml
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 Termopares
- Incerteza: 0,05 °C

 Trena
- Incerteza: 0,5mm

Os principais dados adquiridos em nosso experimento são obtidos através da inspeção


visual de instrumentos analógicos, gerando assim uma grande possibilidade de
apresentação de erros devido a paralaxe, o mal posicionamento do instrumento,
danificação no visor, e as incertezas dos equipamentos.
Como o objetivo do experimento é chegar o mais próximo possível dos dados reais que
descrevem o fenômeno físico, idealmente deveria ser instalado um sistema de medição
com uso de transmissores de pressão e de vazão digitais, que enviariam os dados para
um computador para este realizar a aquisição dos dados em tempo real. Outros
instrumentos também poderiam ser ligados a esse sistema, desde que fossem digitais ou
digitalizados.
Tal sistema iria conferir maior precisão aos resultados, eliminando erros do operador nas
leituras, além de gravar todos os dados em relação ao tempo, permitindo que dados em
diferentes pontos do sistema fossem obtidos simultaneamente.

É importante ressaltar que a precisão é um fator de extrema importância, porém devido


ao fato do sistema ser utilizado para fins didáticos, fez-se a opção por modelos onde
haveria um bom custo-benefício.
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6 EQUIPAMENTOS CORRELATOS

Dentre os equipamentos correlatos utilizados em tal ensaio é interessante enfatizar o


túnel de ensaio climatizador (TEC) utilizado na Universidade Federal de Pernambuco
(UFPE) , que abrange uma enorme gama de finalidades, como desempenho do ciclo
de refrigeração através das simulações computacionais envolvendo a psicrometria e
termodinâmica. O túnel é dividido em módulos que possuem diversas finalidades,
como o módulo I (laminador), que transforma escoamentos laminares/turbulentos para
turbulentos/laminares; módulo II (medidor de insuflação) que afere dados de
temperatura e umidade relativa de insuflação; módulo III (bateria de resistências), que
simula cargas térmicas de ambientes condicionados; dentre outros módulos que
integram novas séries de laminadores, medidores de velocidade, sistemas de
umidificação e medidores de retorno.

Outro instrumento relevante é o calorímetro do tipo psicrométrico, utilizado para


determinar a capacidade de refrigeração e aquecimentos pelas vazões de ar, das
temperaturas de bulbo úmido e seco, do ar recirculado do ambiente interno e nas
entradas e saídas do evaporador e condensador.
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7 METODOLOGIA DOS ENSAIOS

O desempenho do ACJ é muito influenciado pela ventilação (alta ou baixa)


controlada no painel do aparelho e também pelas condições termodinâmicas
dos ambientes interno e externo. Dessa forma, por não ser possível controlar o
ambiente com um calorímetro balanceado, por exemplo, foi medido as
condições dos ambientes. Essas medições foram feitas em várias situações,
até que se constatou a operação em regime permanente.

Os dados medidos foram as temperaturas de entrada e saída do evaporador e também


as do compressor e condensador. A velocidade do ar de insuflamento, do ar de retorno
e do ar quente foi medida pelo anemômetro. Além disso, foi usado um reservatório
graduado para alocar o condensado e medir também sua temperatura.

Os valores medidos pela calibração dos instrumentos não foram aplicados no ensaio,
sendo aplicadas apenas as incertezas nas medições.
Calculou-se o índice de desempenho e avaliou-se comparando com as informações da
máquina informadas pelo fabricante.
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8 ANÁLISE DOS DADOS

As medições realizadas estão dispostas nas tabelas a seguir, juntamente


com as propriedades do ar, água e R22 a partir de suas respectivas cartas e
tabelas. Estão separadas entre as baixas rotações e altas rotações.

 BAIXA ROTAÇÃO

Dados do AR:
Estado Tbs (⁰C) Tbu (⁰C) UR (%) Vel (m/s) Área (m²) Vazão (m³/s)
1 25,6 - 58,7 - - -
2 11,2 - 92,9 2,2 0,0228 0,05016
3 29 21,5 - - - -
4 54 46 - 0,4333 0,1376 0,05962208

Dados da Água
Δt
Estado T (⁰C) Δv (ml) Vazão (m³/s)
(seg)
5 - 160 600 2,67E-07

Dados do R22
Estado T (⁰C) P (psi)
6 5,8 70
7 96,3 370
8 59,5 -
9 6,7 -

Dados de Energia:
Pot (W) Tensão (V) Corrente (A)
1470 112,8 13,05

 ALTA ROTAÇÃO
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Dados do Ar:
Estado Tbs (⁰C) Tbu (⁰C) UR (%) Vel (m/s) Área (m²) Vazão (m³/s)
1 23,5 - 75,1 - - -
2 12,5 - 87,9 3,367 0,0228 0,0767676
3 28 21 - - - -
4 44 26,5 - 1,367 0,1376 0,1880992

Dados da Água
Δt
Estado T (⁰C) Δv (ml) Vazão (m³/s)
(seg)
5 - 40 170 2,35E-07

Dados do R22
Estado T (⁰C) P (psi)
6 5,5 69
7 92,2 310
8 49,6 -
9 4,603 -

Dados de Energia:
Pot (W) Tensão (V) Corrente (A)
1462 111,5 13,15

As incertezas de medições já estão dispostas no tópico que trata das instrumentações


utilizadas.

9 CÁLCULO DOS RESULTADOS

Utilizando a tabela psicrométrica e os dados obtidos foram definidas as entalpias e os


volumes específicos do ar nos estados definidos e através da equação abaixo calculou-
se as vazões mássicas. Os resultados são apresentados abaixo:

Calculo da vazão de ar:


̇
𝑉𝑎𝑟
𝑚̇𝑎𝑟 =
𝜗𝑎𝑟
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 Baixa Rotação
volume
Vazão mássica
Estado h (KJ/kg) específico
(kg/s)
(m³/kg)
1 56,45 - -
2 30,61 0,8155 0,061508
3 62,35 - -
4 223,6 1,024 0,061053

 Alta Rotação
volume
Vazão mássica
Estado h (KJ/kg) específico
(kg/s)
(m³/kg)
1 58,32 - -
2 32,54 0,8195 0,093676
3 60,59 - -
4 81,93 0,9196 0,172976

Para determinação da entalpia da agua condensada utilizou-se o livro do Shapiro e


Moran. Além disso, através da equação abaixo calculou-se a vazão mássica do
condensado.

∆𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 ∗ 𝜌𝑎𝑔𝑢𝑎
𝑚̇ 𝑎𝑔𝑢𝑎 =
∆𝑡

 Baixa Rotação

Estado h (KJ/kg) volume específico (m³/kg) vazão mássica (kg/s)


5 24,48 0,00100003 0,000266659

 Alta Rotação
Estado h (KJ/kg) volume específico (m³/kg) vazão mássica (kg/s)
5 23,22 0,001 0,000235

Com o auxílio do EES e considerando que a vazão mássica de ar seco será dada pela
média de vazões de insuflamento e retorno, o calor trocado no evaporador será:
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 BAIXA ROTAÇÃO
ṁseco = 0,06128 ± 0,00019 kg/s
ṁágua = 0,00026 ± 0,00009 kg/s
Q̇evaporador = (1,583 ± 0,001) kW

 ALTA ROTAÇÃO
ṁseco = 0,13332 ± 0,00012 kg/s
ṁágua = 0,00023 ± 0,00008 kg/s
Q̇evaporador = (2,409 ± 0,001) kW

A vazão mássica do refrigerante (R22) será:

 BAIXA ROTAÇÃO
ṁrefr = 0,1136 ± 0,0003 kg/s

 ALTA ROTAÇÃO
ṁrefr = 0,01665 ± 0,00058 kg/s

Com o auxílio do software EES também foi definido o COP para cada rotação.
BAIXA ROTAÇÃO: COP= (1,077 ± 0,007)
ALTA ROTAÇÃO: COP= (1,648 ± 0,007)

10 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Como resultado para análise de desempenho do ACJ, tem-se:

BAIXA ROTAÇÃO
COP = (1,077 ± 0,007)
𝑄̇𝑒𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟 = (1,583 ± 0,001) 𝑘𝑊

ALTA ROTAÇÃO
COP = (1,648 ± 0,007)
𝑄̇𝑒𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟 = (2,409 ± 0,001) 𝑘𝑊
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São apresentadas a seguir o diagrama Txs para o fluido refrigerante R22, demostrando o
ciclo de refrigeração e todas as suas etapas, conforme explicado nesse relatório.

Também está disposto o processo do evaporador na carta psicrométrica. Ambos os


gráficos foram plotados através do software EES.
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11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10151:


Avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade -
Procedimento, Rio de Janeiro, 2000.

 ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16401:


Instalações de Ar Condicionado - Sistemas Centrais e Unitários, Rio de Janeiro,
2008.

 OLIVEIRA, Reginaldo Soares. “Metodologia para caracterização do desempenho de


unidades de ar condicionado tipo janela”. UFPE – Recife, 2003.

 MORAN; SHAPIRO. ”Principios da Termodinâmica para engenharia”. 6ª ed.

 FOX; McDONALD; PRITCHARD. “Introdução a Mecânica dos Fluídos”. 8ª ed.

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