O Conceito
do Político
Tradução, introdução e notas
de Alexandre Franco de Sá
Título original:
Der Begriff des Politischen.
Text von 1932 mit einem Vorwort und dm CoroUarien
Capa: FBA
CDU 32
Paginação:
para
EDIÇÕES 70
em
Maio de 2015
www.edicoes70.pt
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CARL SCHM ITT
O Conceito do Político
Tradução, introdução e notas
de Alexandre Franco de Sá
70
INTRODUÇÃO
“O CONCEITO DO POLÍTICO”
DE CARL SCHMITT
(4) Cf. “Die Rheinlande ais Objekt internationaler Politik” e “Der status
quo und der Friede”, in Positionen und Begriffe im Kampf mit Weimar - Genf -
Versailles, Berlin, Duncker & Humblot, 1988, pp. 29-37; 38-47. Die Kemfrage des
Vòlkerbundes Berlin, Ferdinand Dummlers Verlagsbuchhandlung, 1926.
14 | CARL SCHMITT
(B) Cf. Cari Schmitt. Catolicismo Romano e Forma Política, trad. Alexandre
Franco de Sá. Lisboa: Hugin, 1998.
(•’) Cf. Cari Schmitt. Verfassungslehre. Berlim: Duncker& Humblot, 1993.
INTRODUÇÃO 15
(8) Cari Schmitt. Der Húter der Verfassung. Berlin: Duncker 8c Humblot,
1996.
(9) Cari Schmitt. Legalitàt und Legitimitát. Berlin: Duncker 8c Humblot,
1993.
(10) Alfred Rosenberg. DerMythus des 20. Jahrhundertsr. Munique, Hohenei-
chen-Verlag, 1933.
INTRODUÇÃO 19
(n) Otto Koellreutter. Volk und Staat in der Weltanschauung des Nationalso-
zialismus. Berlin: Pan-Verlagsgesellschaft, 1935.
(12) Cari Schmitt. Staat, Bewegung, Volk. Hamburg: Hanscalisclu* Verlag-
sanstalt, 1933, p. 12.
(,s) Ernst Forsthoff. Der totale Staat. Hamburg: Hanseatisclu* Ver lagsanstalt,
1933, p. 31.
20 CARL SCHMITT
(,4) Cf. Alfred Rosenberg. „Totaler Staat?“. in Gestaltungder Idee: Blut und
Ehrell. Munchen: Zentralverlag der NSDAP, 1936.
(l!i) Cf., a este propósito, o meu artigo “A Questào do Nacionalismo no
Pensamento de Cari Schmitt: o conceito schmittiano do político entre a Repú
blica de Weimar e o Estado Nazi”, in Revista Filosófica de Coimbra, n° 31, 2007,
pp. 239-260 [publicado também em: Alexandre Franco de Sá. Poder, Direito e
Ordem: ensaios sobre Cari Schmitt. Rio de Janeiro: Via Verita, 2012]. Durante o
III Reich, Schmitt não poupará esforços para apresentar as alterações de
O Conceito do Político como melhorias do texto sem significado em termos de
conteúdo. Por essa razão, na colectânea Posições e Conceitos, que publica em
1940, volta a publicar a versão de 1927, apresentada com uma nota em que,
não fazendo qualquer referência às variações ocorridas nas duas versões sub
sequentes, se lê o seguinte: “A segunda edição de O Conceito do Político apareceu
em 1931 na Duncker 8c Humblot, a terceira e seguintes edições apareceram,
desde 1933, na editora da Hanseatische Verlagsanstalt, de Hamburgo. A pre
sente edição foi elaborada literalmente segundo a publicação do ano de 1927,
para um melhor juízo das tentativas feitas por revistas de emigrantes para esta
belecer algumas melhorias que empreendi mais tarde como indecentes altera
ções de pensamento [unanstãndige GesinnungsànderungenY (Cf. Cari Schmitt.
Positionen und Begriffe. Berlin: Duncker 8c Humblot, 1994, p. 75).
INTRODUÇÃO 21
(16) Sobre a relação entre Cari Schmitt e Leo Strauss a propósito desta
recensão, cf. sobretudo Heinrich Meier. Cari Schmitt, teo Strauss und “Der Begriff
des Politischen”\ Zu einem Dialog unter Abwesmden. Estugarda e Weimar: Metzler,
1998.
22 CARL SCHMITT
(17) Cf. Cari Schmitt. Staat, Betvegung, Volk, pp. 42, 45 etc.
INTRODUÇÃO 23
Abril de 2015
A le x a n d r e F r a n c o d e Sá
(,H) Cf. Cari Schmitt. “Der Fuhrer schutzt das Recht”, in Positionen und
Begriffe. Berlin: Duncker & Humblot, 1988, pp. 227-232.
(,9) Cf. Cari Schmitt. “Die Verfassung der Freiheit”. in Deutsche Juristen-
-Zeitung, 40,1935, pp 1134-1135.
A presente tradução tem como referência, como em geral
acontece nas edições desta obra, a versão de O Conceito do Político
publicada em livro em 1932 e reeditada em 1963, com um prefá
cio e três corolários. Contudo, ela apresenta em nota também as
variantes presentes quer na primeira versão do texto, publicada
em 1927 no Archiv fur Sozialwissenchaft und Sozialpolitik, quer na
edição em livro de 1933. As três versões são referenciadas pelas
letras A, B e C, sendo a paginação dos textos originais indicada
nas margens. Os originais a partir dos quais foram feitas as tra
duções são os seguintes:
2.~ versão (1932): Der Begriff des Politischen: Text von 1932 mit
einem Vonvort und drei Corollarien. Berlin: Duncker & Hublot,
1996; 6.1 edição.
O desafio
(*) O termo “faida” traduz o alemão Fehde. Com origem no italiano medie
val, este termo refere-se às lutas que poderiam resultar, na Idade Média, da
execução de vinganças e de compensações privadas por parte de famílias ou
outro tipo de grupos (N. T.).
32 CARL SCHMITT
(*) Schmitt refere-se ao livro Theorie des Partisanen (Berlim Duncker &
Humblot, 1963). Trad. port.: Teoria da Guerrilha. Lisboa: Arcádia, 1975 (N. 7').
40 CARL SCHMITT
Março de 1963
C ar l S c h m it t
O Conceito do Político
(texto de 1932)
1.
[,5] O texto de A encerra a secção 1 desta maneira: "Daí que elas surjam com
a sua referência ao Estado e ao estatal em geral e possam pressupor o Estado e
as instituições estatais como grandezas conhecidas. Mas também as determinações
conceptuais universais do político nas quais se remete para o Estado são compre
ensíveis e também cientificamente correctas enquanto o Estado puder ser pressu
posto como uma grandeza clara e determinada, ao passo que hoje, de facto, tanto
o conceito de Estado como também a sua realidade efectiva se tornaram proble
máticos."
O CONCEITO DO POLÍTICO I 47
2.
aí adiante, mas de maneira que ela não pode nem ser fundada em alguma daque
las ou de outras contraposições, nem pode ser reconduzida a elas, nem pode ser
negada ou refutada por elas. Se mesmo as contraposições entre bem e mal, belo
e feio ou entre útil e nocivo não são simplesmente as mesmas, sem mais, e não são
reconduzíveis umas às outras imediatamente, muito menos a contraposição entre
amigo e inimigo, muito mais profunda, pode ser confundida ou misturada com uma
daquelas outras contraposições.
[,9] O texto C abre parágrafo e começa: "A diferenciação entre amigo e ini
migo designa a mais extrema intensidade de uma ligação ou separação. Ela pode
existir em teoria e na prática...
[20] Até à frase que começa "Na realidade psicológica...", presente no próximo
parágrafo, C apresenta a seguinte redacção alternativa: "Mas ele permanece um
outro, um estranho. A possibilidade de relações especificamente políticas é dada
52 | CARL SCHMITT
por não haverem apenas amigos - semelhantes e associados - mas também inimi
gos. O inimigo é, num sentido particularmente intensivo, existencialmente um outro
e um estranho, com quem, em caso extremo, são possíveis conflitos existenciais.
Conflitos deste tipo não podem ser decididos nem por uma normatização geral,
que possa ser encontrada previamente, nem pela sentença de um terceiro "não
participante" e, portanto, "apartidário". Nem a questão sobre se está dado o "caso
extremo", nem a questão subsequente, sobre o que se torna necessário à vida como
"meio ma is extremo" para defender a própria existência e salvaguardar o próprio
ser - in suo essere perseverare - , poderia ser decidida por um estranho. O estran
geiro e aquele que é de outra espécie bem pode oferecer-se de modo rigorosa-
mente "crítico", "objectivo", "neutral", "puramente científico", e imiscuir o seu juízo
estrangeiro sob semelhantes dissimulações. A sua "objectividade" é ou apenas
uma dissimulação política ou a completa ausência de relação, que falha tudo o
que é essencial. N as decisões políticas, a simples possibilidade de um conheci
mento e de uma compreensão correctos e, com isso, também a autorização de ter
algo a dizer e de julgar repousam elas mesmas apenas na participação existencial
e no tomar partido, apenas na participatio genuína. Daí que só os próprios parti
cipantes possam constituir eles mesmos entre si o caso extremo de conflito; nomea
damente, só cada um deles pode ele mesmo decidir se o ser outro do estrangeiro,
no caso de conflito que concretamente se lhe depara, significa a negação do tipo
próprio de existência e se, por isso, tem de ser repelido e combatido para salvar
o tipo de vida próprio, adequado ao seu ser."
[21] Até à frase que começa "Na realidade psicológica...", presente no próximo
parágrafo, A continua assim: "... de tal modo que, em caso de conflito, signifique
a negação do tipo próprio de existência e, por isso, é repelido e combatido para
salvaguardar o tipo de vida próprio, adequado ao seu ser."
O CONCEITO 1)0 POLÍTICO | 53
3 . [ 26]
[26] C: 2
[27] C: O s termos amigo e inimigo são para tomar aqui no seu sentido concreto,
existencial, e não como modos de falar simbólicos ou alegóricos, não misturados
e lavados através de representações económicas, morais e outras, muito menos
psicologicamente, num sentido privado-individualista, como expressão de sentimen
tos e tendências privados. Eles são de tipo espiritual, como toda a existência do
homem, mas não são contraposições "normativas" e "puramente espirituais.
[28] A apresenta das frases seguintes uma formulação mais simples: "O libe
ralismo (como abaixo se mostrará de forma mais detalhada) transformou o inimigo
num concorrente, do lado dos negócios, e num opositor na discussão, do lado
ético. Mas inimigo é outra coisa. Se isso se tem ou não por repreensível..."
[29] C: 9
[30] C: que falem de tudo entre si.
[31] A: que os homens se diferenciem ainda segundo amigo e inimigo
[32] A: ou se se...
[33] A: em geral
O CONCEITO DO POLÍTICO 55
[34] C: Pode-se ter isso por lamentável e achar apenas um resíduo atávico de
tempos bárbaros que os povos se agrupem ainda, realmente, segundo amigo e
inimigo; pode-se esperar que a diferenciação venha um dia a desaparecer com
pletamente da Terra; pode-se achar mais apropriado e correcto, por razões edu
cativas ou tácticas, calar-se sobre tais coisas desagradáveis e fazer como se já não
houvesse mais nenhuns inimigos - nada disso entra aqui em consideração.
[35] C: de progresso
[3Ó] C: honesta e racionalmente
[37] A: até hoje
[38] A: O inimigo também não é o opositor privado que se odeia.
[39] C: O inimigo também não é o adversário, o "antagonista" no torneio
sangrento do "Agon"( j. O inimigo é menos que tudo um qualquer opositor privado
que se odeia com sentimentos de antipatia (*(*)**).
(*) A. Baeumler interpreta o conceito de combate de Nietzsche e de Heraclito
orientando-o completamente para o "agonal". Questão: no Walhall, de onde vêm
os inimigos? H. Schaefer, Forma d e Estado e Política (1932), aponta para o "fun
damental carácter agonal" da vida grega; mesmo no confronto sangrento entre
gregos e gregos o combate era apenas "Agon", o opositor apenas "antagonista",
adversário ou competidor, não inimigo, e a finalização da competição também
não era, em consequência disso, um fazer a paz (ciprjvr]). Isso só termina com a
Guerra do Peloponeso, quando se quebrou a unidade política dos helenos. A
grande contraposição metafísica entre o pensar a g o n a l e político surge em qualquer
discussão mais profunda da guerra. Dos tempos mais recentes, gostaria aqui de
mencionar a grandiosa polémica entre Ernst Junger e Paul Adams (Deuschland-
-Sender, 1 de Fevereiro de 1933) que, esperemos, em breve também poderá ser
lida impressa. Aqui, Ernst Junger defendeu o princípio agonal ("o homem não está
inclinado para a paz"), enquanto Paul Adams via o sentido da guerra na introdu
ção do domínio, da ordem e da paz.
(“) O "Hino de Ódio à Inglaterra", composto e difundido na Alemanha, em
1914, durante a Guerra Mundial, não vem nem de um soldado alemão nem de
um político alemão.
56 CARL SCHMITT
“no plano do direito positivo” e a decisão política do Estado que lhe está sub
jacente foi reconhecida por eles. Ao invés, numerosos socialistas da Segunda
Internacional dão valor a que não se designe como “tributo” os pagamentos
aos quais a França armada obriga a Alemanha desarmada, mas a que apenas
se fale de “reparações . Reparações parece ser mais jurídico, mais conforme ao
direito, mais pacífico, mais apolémico e apolítico do que “tributos”. No entanto,
considerando tudo mais de perto, “reparações” é ainda mais polemicamente
e, por isso, também mais politicamente intensivo, pois este termo utiliza poli
ticamente um juízo de desvalor jurídico e até moral para submeter o inimigo
vencido, através de pagamentos coercivos, simultaneamente a uma desquali
ficação jurídica e moral. Hoje, a questão sobre se se deve dizer “tributos” ou
“reparações” tornou-se, na Alemanha, um tema de confrontação intra-estatal.
Nos séculos anteriores houve uma controvérsia, em certo sentido, inversa,
entre o Imperador alemão (Rei da Hungria) e o Sultão turco, sobre se aquilo
que o Imperador tinha de pagar ao turco era “pensão” ou “tributo”. Aqui, o
devedor dava valor a que não pagasse tributo, mas “pensão”, e o credor, pelo
contrário, a que fosse “tributo”. Nessa altura, as palavras, pelo menos nas rela
ções entre cristãos e turcos, eram aparentemente mais abertas e objectivas e
os conceitos jurídicos talvez ainda não se tivessem tornado, na mesma medida
de hoje, em instrumentos de coerção política. No entanto, Bodin, que men
ciona esta controvérsia (I^s six livres de la Répubiqne, 2a edição, 1580, p. 784),
acrescenta: também, na maior parte das vezes, a “pensão” era apenas paga para
se proteger não de outros inimigos, mas sobretudo do próprio protector e para
se resgatar de uma invasão (pour se racheter de Uinvasion).
[54] C acrescenta a frase: "Também o que significa "direito", "ordem" e "paz"
é determinado concretamente pelo inimigo."
[55] C abre parágrafo.
[5Ó] C começa assim: "Segundo: num Estado de partidos pluralista, isto é, domi
nado por uma maioria de partidos diferenciados (tal como foi o Reich alemão de
1919-1932), o termo "político" torna-se de igual significado a "político-partidário".
O CONCEITO DO POLÍTICO 61
4.
[123] C: mostrar-se-ia
[124] Em A, não consta "ou de outros grupos".
[125] A: ... a capacidade ou a vontade de assumir o poder estatal e de, caso
seja preciso, fazer a guerra, então a unidade política do Estado está dissolvida.
[126] C: confessionais
[127] A termina: "religiosas, económicas e morais." Os passos seguintes não
se encontram.
[128] C: que corresponda a estas contraposições,
[129] C: ligação ou diferenciação
[13°] C: confessional
[,31] C: histórico
[,32] Retoma-se o texto de A.
[133] A: conduz para este
CARL SCHMITT
“p u r a m e n te ” relig io so , o u “p u r a m e n te ” e c o n ó m ic o e o u tro,
fr e q u e n te m e n te m u ito in c o n s e q u e n te s e “irra cio n a is” [ 134].
P olítico é, em to d o o caso, sem p re [ 135] o a gru p am en to q u e se
orienta p e lo caso d e em ergên cia. [ 136] [ 137]D a í que este seja sem
pre o a g ru p am en to h u m a n o paradigm ático [ 138] , e q u e a u n id ad e
política seja sem pre, c o n seq u en tem en te, se em geral estiver pre-
A202 sen te, a u n id ad e paradigm ática e “sob eran a”, n o sen tid o d e que
a d ecisã o sob re o caso p arad igm ático, m esm o q u e este seja o
caso d e e x cep çã o , em virtude d e u m a n ecessid ad e co n cep tu al,
tem sem p re d e ficar com e la .[ 139]
O termo “soberania” tem aqui um sentido, tal como o termo
“unidade”. Nenhum deles quer dizer que cada aspecto singular
da existência de cada homem que pertença a uma unidade
política tenha de ser determinada e comandada a partir do polí
tico [14°] , ou que um sistema centralista deva aniquilar qualquer
outra organização ou corporação. Pode ser que considerações
económicas sejam mais fortes do que tudo aquilo que quer o
[134] A: ... deixa para trás os que foram até agora os seus critérios e é subme
tido às condições e consequências completamente novas do político.
[135] A: determina sempre
[136] C faz parágrafo
[137] C: A unidade política é sempre, consequentemente, enquanto em geral
estiver presente, a unidade paradigmática, total e soberana. Ela é "total" porque,
em primeiro lugar, cada circunstância pode ser potencialmente política e, por isso,
pode ser atingida pela decisão política; e, em segundo lugar, porque o homem,
na participação política, é captado de modo inteiro e existencial. A política é o
destino. O grande professor de direito do Estado M. Hauriou, no plano da ciência
jurídica, viu também, com razão, a característica de uma ligação política em ela
C 22 captar o homem por inteiro. Uma boa pedra de toque do carácter político de uma
comunidade encontra-se, por isso, na prática do juramento, cujo verdadeiro sentido
consiste em o homem se implicar por inteiro, ou se tornar, através de um juramento
de fidelidade, "parente sob o ponto de vista do compromisso (e existencialmente)".
A unidade política é soberana no sentido de que a decisão sobre o caso paradig
mático, mesmo quando este for o caso excepcional, por necessidade conceptual
está sempre com ela. O termo "soberania" tem aqui um sentido. Ele não quer dizer
de modo nenhum que cada aspecto singular da existência de cada homem...
[138] Em A, "paradigmático" não está em itálico.
[139] A não faz parágrafo.
[uo] Em A, frase acaba aqui.
O CONCEITO DO POLÍTICO 73
[,41J A: Pode ser que considerações económicas sejam mais fortes do que tudo
aquilo que quer a condução política, isto é, o governo; de igual modo, o poder
de um Estado encontra facilmente uma fronteira nas convicções religiosas.
[U2] A: Se as forças contrárias económicas ou religiosas
[U3] C: confessionais
[144] C: então elas entraram precisamente na nova substância da unidade
política
[145] Em A, não está "e princípios".
[,46] "desejada pela condução estatal" não consta em C.
[147] A: motivos
[148] C: - estado típico de um Estado pluralista de partidos que se arrasta em
coligações e compromissos alternantes -
74 CARL SCHMITT
[,70] A faz ponto final, eliminando as frases seguintes sem fazer parágrafo.
Em vez delas, encontra-se em A: "Muito menos é o Estado omnipotente no âmbito
económico. Tudo isso é indubitavelmente pertinente e as expressões acerca da
"omnipotência" do Estado são, de facto, apenas modos de falar superficiais dos
juristas. Mas, com isso, ainda não está respondida a questão..."
[m ] C acrescenta: Assim, estes inimigos de Bismarck, depois do colapso do
seu império em 191 8 , puderam colocar-se nas cátedras do Estado monárquico de
funcionários, sobrevivendo ainda ao longo de 14 anos como resíduos do combate
cultural e da lei socialista e construir um Estado federal de partidos pluralista (*).
(*) A coordenação entre Igrejas e sindicatos, típica para a doutrina pluralista
anglo-saxónica, é naturalmente impensável na teoria católica; muito menos a Igreja
católica se poderia deixar tratar como igual, na sua essência, a uma internacional
sindical. De facto, a Igreja serve ao pluralista social-democrata Laski apenas como
guia, no plano da teoria do Estado, para os sindicatos social-democratas e o seu
individualismo liberal. N o mais, apesar da ligação de 14 anos entre o Partido do
Centro Alemão e o Partido Social-Democrata, falta infelizmente, tanto do lado
católico como também naqueles pluralistas, uma elucidação clara e fundamental
das teorias de ambos os lados e das suas mútuas relações.
[172] Em vez da frase seguinte, encontra-se em C: Semelhantes pluralismos são
possíveis enquanto o Estado estiver paralisado como "Estado de direito" liberal e
evitar qualquer caso de conflito genuíno. A única pergunta permanece, apesar
disso, que "unidade social"...
[173] C: "caso de conflito" em itálico.
O CONCEITO DO POLÍTICO 79
[,74] C: a
[175] Em A, não se encontra "nem uma aliança de ambos".
[176] Em A, frase termina aqui.
[,77] C: "partido beligerante"
[,78] Em A, frase termina aqui.
[,79] C: à guerra civil aberta
(x,v) C o m o Laski se refere tam b ém à co n trovérsia d o s c a tó lico s in g le s e s
c o m G lad ston e, cite m o s aqui as seg u in tes frases d o m ais tarde card eal N ew m an ,
da su a carta a o D u q u e d e N o r fo lk ( 1 8 7 4 , s o b r e o e s c r ito d e G la d sto n e :
“O s d e c re to s d o V a tica n o e o seu sig n ifica d o para a fid e lid a d e d o s sú b d ito s”):
“S u p o n h a m o s q u e a In glaterra q u isesse enviar o s seu s co u raçad os para a d efesa
da Itália co n tra o P apa e o s seu s aliad os, e e n tã o o s c a tó lico s in g leses ficariam
certa m en te m u ito esca n d a lizad os co m isso, e q u ereriam ain d a an tes d o c o m e ç o
da g u erra to m a r p a rtid o p e lo Papa e e m p reg a r to d o s o s m e io s c o n stitu c io n a is
para evitar a guerra; n o e n ta n to , q u em acred itará q u e , se a lgu m a vez a gu erra
e clo d isse, o seu m o d o d e a ctu a çã o con sistiria em a lg u m a ou tra coisa d o q u e
em o r a ç õ e s e e sfo r ç o s para o se u term o? G om q u e fu n d a m e n to se p o d e r á
afirm a r q u e e le s se e n te n d e r ia m para u m q u a lq u e r p a sso d a n a tu re z a da
traição?”.
[18°] Em C, na nota, a referência a Laski é suprimida. A nota começa assim:
"São interessantes para a resposta à pergunta as seguintes frases do mais tarde
cardeal Newman, da sua carta ao Duque de Norfolk..."
80 CARL SCHMITT
[181] A: os motivos
[,82] A: as suas forças psíquicas últimas
[,83] A suprime o resto da frase, e escreve: "Uma teoria pluralista que contesta
esta unidade e coloca uma associação política junto com outras, por exemplo,
associações religiosas ou económ icas, não consegue dar nenhuma resposta à
A 204 pergunta pelo conteúdo específico do político. N ão se encontra em nenhum dos
muitos livros de Laski uma definição determinada do político..."
[184] C: Uma teoria pluralista é ou o retrato pensado de um Estado que chega
à unidade através do compromisso diário de grupos sociais, como, por exemplo,
o Estado federal de partidos alemão, de 1 9 1 9 a 1932; ou apenas um instrumento
da dissolução ou negação do Estado.
[185] C: Quando se coloca a unidade política como "associação política"
[186] C: ter-se-á
[,87] Em C, o texto até ao final do parágrafo e início do subsequente está muito
alterado e apresenta a seguinte versão: "Não é suficiente, com perspicácia crítica,
voltar-se contra as anteriores hipervalorizações do Estado, contra a sua "autoridade"
e sua "omnipotência", contra o seu "monopólio" da unidade suprema. N o sistema
pluralista, o Estado ora aparece, ao velho modo liberal, como simples servidor da
sociedade essencialmente determinada de modo "apolítico", ora, pelo contrário,
como uma nova espécie particular de sociedade, por exemplo, como uma corpo-
C 27 ração junto de outras corporações, ora, finalmente, como produto de um federalismo
de grupos sociais ou uma espécie de grupo-chapéu determinado territorial ou
"nacionalmente" acima dos grupos das corporações. N o entanto, teria sobretudo
de ser esclarecido a partir de que fundamento os homens, juntamente com as
corporações religiosas, culturais, económicas e outras, formam também ainda uma
corporação política, uma "governmental association", e em que consiste o sentido
especificam ente político desta última esp écie de corporação. Aqui o Estado
O CONCEITO DO POLÍTICO 81
pluralista, tanto na sua teoria como na sua prática (que conhecemos suficientemente,
na Alemanha, dos anos de 1918a 1932), permanece inteiramente numa penum
bra entre liberalismo e socialismo, e numa penumbra pertencente a esta entre
privado e público, na qual é possível garantir-se as vantagens da estatalidade sem
risco político e jogar à deu x mains, ora como partido, ora como Estado, ora como
"mero homem privado", ora como autoridade estatal. Como teoria do Estado, o
pluralismo é apenas um sintoma. Em última análise, ele mais não faz do que, ao
serviço de indivíduos politicamente irresponsáveis e de "associações" politicamente
irresponsáveis, lançar uma associação contra a outra.
[188] A faz ponto final.
[189] A faz ponto final, e prossegue: "Com isso, a anterior supremacia do
Estado, a sua "autoridade" diante da sociedade e o seu "monopólio" da unidade
suprema, desapareceram. Considerando-se mais rigorosamente, permanece em
Laski inteiramente obscuro aquilo que ainda deverá ser o "Estado". Ele aparece,
ao velho modo liberal, como simples servidor da sociedade..."
[190] A suprime o resto da frase.
[,91] Em A, não consta "culturais".
82 CARL SCHMITT
5.
[200] C: corporação
[207] Em A, não consta "cultural"
[2°8] C: 7
[209] Em A, não consta o parêntesis
[21°] A: dentro da unidade política
84 | CARL SCHMITT
[248] A termina aqui a frase com ponto final. Recomeça a frase seguinte sem
fazer parágrafo.
[249] C não faz parágrafo.
[25°] A: encontrará também
[251] A diz simplesmente: "... para colocar um perturbador fora do seu círculo"
[252] C faz ponto final e apresenta até ao final do parágrafo o texto modificado:
"Dito concretamente: fá-lo passar fome, se não se adequar voluntariamente. A um
sistema social puramente "cultural" ou "civilizatório" não faltarão "indicações
sociais" para abortar um crescimento indesejado ou fazer desaparecer aqueles
que são inapropriados numa "morte livre" ou "eutanásia". Mas nenhum programa,
nenhum ideal e nenhuma finalidade poderiam fundar um direito público de dispor
sobre a vida física de outros homens."
[253] A: "... para fazê-lo passar fome em caso de necessidade. Mas não há
nenhum programa, nenhuma norma e nenhuma finalidade, por muito correcto,
racional e sublime que seja, de cujo conteúdo possa surgir um direito de dispor
sobre a vida física de outros homens. Exigir dos homens, seriamente..."
[254] C abre parágrafo.
90 CARL SCHMITT
[255] A: ideal
[256] Em C, "ideal social" está entre aspas.
[257] Em A, não consta "nenhum ideal social tão belo"
[258] Em C, "justificar" está entre aspas.
[259] A e C: ... e faz sentido politicamente
[26°] Em A encerra-se o parágrafo acrescentando a seguinte frase: "Tal não é
uma legitimação ou justificação, mas tem um sentido puramente existencial."
[261] C começa o parágrafo da seguinte maneira: "Na exigência de uma guerra
justa podem estar contidos cursos de pensamento de diferentes espécies. Hoje, as
construções que exigem uma guerra justa servem habitualmente apenas o encobri
mento de um fim político, pois procuram a justiça numa normatização jurídica
qualquer ou no procedimento em forma judiciária de determinados juízes e tribu
nais, mas não no sentido real dos povos. Requerer de um povo politicamente uno
que só faça guerra a partir de um fundamento justo é algo inteiramente óbvio, se
isso quiser dizer que só se pode fazer guerra contra um inimigo real. Mas frequen-
O CONCEITO DO POLÍTICO 91
[277] A: eliminada
(xvm) Entã0 é assunto da comunidade política regular de alguma maneira
esta espécie de ser particular não público, politicamente desinteressado (atra
vés de privilégios de direito relacionados com os estrangeiros, de particulari
zações organizadas, de extraterritorialidade, de permissões de estada e de
concessões, de legislação relacionada com metecos ou de outra maneira qual
quer) . Sobre o anseio por uma existência não política destituída de riscos
(definição do bourgeois) , cf. a expressão de Hegel, abaixo, em B63.
[278] C: ... desarmar-se, desmilitarizar-se e neutralizar-se, acabar por si com a
diferenciação entre amigo e inimigo.
[279] Em A, não consta "de pura juridicidade".
[28°] C faz ponto final.
[281] Em C, "O senhor protector determina, então, o inimigo" está em itálico.
[282] A elimina os dois parágrafos seguintes, e prossegue sem fazer parágrafo.
O CONCEITO DO POLÍTICO 95
6 .[29']
dade política, segundo a sua essência, não pode ser universal [297]
no sentido de uma unidade que abarque toda a humanidade e
a Terra inteira. Se os diferentes povos, as diferentes religiões,
dasses e outros grupos humanos da Terra estivessem tão uni
dos [298] que um combate entre eles se tornasse impossível e
impensável, se, dentro de um império que abrangesse a Terra
inteira, nunca mais se considerasse de facto para todos os tem
pos uma guerra civil, nem sequer como possibilidade, ou seja,
se a diferenciação entre amigo e inimigo terminasse [299] [30°]
mesmo segundo a mera eventualidade, então [301] já só haveria
mundividência limpa de política, cultura, civilização, economia,
moral, direito, arte, entretenimento, etc. [302] , mas nem política
nem Estado. Se e quando surgirá este estado da Terra e da
humanidade, não o sei. Por agora, não existe. Seria uma ficção
desonrosa assumi-lo como presente, e seria uma confusão que
rapidamente se desfaria achar que, porque hoje uma guerra
entre grandes potências se converte facilmente numa “guerra
mundial”, o termo desta guerra teria, em consequência disso,
de apresentar a “paz mundial” e, com isso, aquele estado final
idílico de uma despolitização completa e definitiva [3<)3] [304].
[305] A termina a frase assim: "uma guerra que um Estado faz a outro Estado."
As frases seguintes não constam.
[306] C faz ponto final.
[307] C: termos com o...
[308] Em C, texto ligeiramente alterado: "O conceito da "humanidade" é um
instrumento de alargamento imperialista do poder particularmente utilizável. Na
sua forma ético-humanitária, este termo é até um instrumento muito típico do impe
rialismo económico."
[309] Retoma-se texto de A: O nome da humanidade, como afinal de contas
não se pode empregar tais "nomes" sem certas consequências, só poderia ter o
significado terrível de que ao inimigo é recusada a qualidade de homem e de que,
através disso, a guerra se tornará particularmente inumana.
[31°] C: a m onopolização
[3n] Em C suprimiu-se o adjectivo "sublimes"
O CONCEITO DO POLÍTICO 99
[32°] A : p o v o s e n q u a n t o u n id a d e s p o lí t ic a s e , p o r is s o , ta m b é m n ã o h a v e r á
q u a lq u e r E s ta d o .
[321] C : N e s t a s o c i e d a d e id e a l u n iv e r s a l, já n ã o h a v e r á p o v o s e n q u a n t o u n id a
d e s p o lític a s , já n ã o h a v e r á c la s s e s c o m b a t e n te s n e m m a is n e n h u n s g r u p o s in im ig o s .
[322] A s fr a s e s in ic ia is d e s t e p a r á g r a f o n ã o s e e n c o n tr a m e m A .
[323] Em C , " lig a d o s p o v o s " e s t á e m itá lic o
[324] Em C , itá lic o c o b r e s ó " p o v o s " : lig a d o s povos
[325] R e to m a -s e , c o m o in íc io d e p a r á g r a f o , o te x to d e A : A id e ia d e u m a lig a
d o s p o v o s c o r r e s p o n d e , a t é a g o r a , a p e n a s a u m a t e n d ê n c ia m u ito p o u c o c la r a
p a r a r e a liz a r o e s t a d o a p o lí t ic o d a s o c i e d a d e u n iv e r s a l " h u m a n id a d e " .
[326] A : q u e e l a s e to r n e u n iv er sa l, isto é , q u e a b r a n j a t o d o s o s E s t a d o s d a Terra.
[327] Em A , n ã o c o n s t a " s o b r e tu d o , à p a r tid a , p e l o m e n o s " .
[328] A n ã o f a z p a r á g r a f o . C o n tin u a : " T an to m a is c o n t r a d it ó r ia a p a r e c e a
in s tit u iç ã o d e G e n e b r a , f u n d a d a e m 1 9 1 9 , a q u a l é d e s i g n a d a c o m o " lig a d o s
p o v o s " o u , d e a c o r d o c o m o s e u n o m e o f ic ia l, m e lh o r c o m o " s o c i e d a d e d o s p o v o s "
O CONCEITO DO POLÍTICO 101
[351] A : u m a e x p r e s s ã o .
[352] C : S ó e n q u a n t o " g a b in e te " , isto é , e n q u a n t o c o m u n id a d e d e a d m in is tr a
ç ã o in ter-estatal a p o lític a (p or e x e m p lo , p a r a o c o m b a t e a o c o m é r c io d e r a p a r ig a s ) ,
e l a m o s tr a u m a t e n d ê n c i a d i g n a d e n o ta p a r a a u n i v e r s a lid a d e e e s t á a i n d a
a c t u a n t e n e la o g e n u ín o c o n c e i t o d e " h u m a n id a d e " ; e m v is ta d a s u a c o n s t it u iç ã o
r e a l e d a p o s s i b i l i d a d e d e u m a g u e r r a q u e p e r m a n e c e e x is t e n t e m e s m o d e n t r o
d e s t a c h a m a d a " lig a " , e s t a " te n d ê n c ia " é ta m b é m a p e n a s um " id e a l s o c ia l" .
[353] Em A , n ã o s e e n c o n tr a " p o te n c ia l o u a c tu a l" .
[354] C : . .. q u a n d o a p r e s e n t a r , p o t e n c ia l o u a c tu a lm e n te , u m a a l i a n ç a , u m a
c o l i g a ç ã o , p o r o u tr a s p a la v r a s , q u a n d o tiver um inimigo d e te r m in a d o .
[355] A te r m in a a fr a s e a q u i.
[356] C : ... p a r a a " lig a " , e ter-se-ia d a d o a u m a lig a e m s e n tid o p o lít ic o , p o is
u m a lig a é , e m p r im e ir a lin h a , u m a a l i a n ç a d u r a d o u r a .
[357] Em C , " u n iv e rsa l" e s t á e m itá lic o .
[358] Em A , n ã o s e e n c o n tr a " c o n c r e t a m e n te e x is t e n t e , p e lo c o n tr á r io "
[359] C : a to d o s o s E sta d o s, n a ç õ e s , c la s s e s o u d e m a is a g r u p a m e n t o s h u m a n o s ...
[36°] C f a z p o n to fin a l, a c r e s c e n t a n d o - s e a fr a s e : " D e o u tro m o d o , a s c o i s a s
c o r r e r ia m m al p a r a a p a z u n iv e r s a l d a h u m a n id a d e ."
[361] Em A , n ã o c o n s t a " d e s p o lit iz a d a " .
[362] A : s e r ia .
[363] A : p o d e r ia
[364] Em C , " E sta d o " e s t á e n tr e a s p a s .
104 | CARL SCHMITT
[365] C : r e u n iã o
[366] A te r m in a a q u i o p a r á g r a f o e a s e c ç ã o 6 , e s c r e v e n d o : " ... is s o s e r ia u m a
u n id a d e " s o c ia l" , isto é , u m a " s o c i e d a d e " q u e p r o c u r a r ia o p o n t o d e in d if e r e n ç a
e n tr e a s p o l a r i d a d e s d a é t ic a e d a e c o n o m i a . T a m b é m n ã o s e r ia um " im p eriu m " ,
m a s te r ia d e p e r d e r q u a lq u e r c a r á c te r p o lític o ."
[367] e m C e s t á " u n id a d e s o c ia l" .
[368] C : c o r p o r a ç ã o cu ltu ral e c o n s u m id o r a
[369] C : n e m d o m ín io n e m s u b o r d in a ç ã o ,
[37°] C : U m a p e r g u n t a , p o r é m : a q u e h o m e n s ...
[37,J C : ?
[372] C f a z p o n t o fin a l
O CONCEITO DO POLÍTICO 105
7.P73] B59
[373] C : 8
[374] A : t o m a d a n e c e s s a r ia m e n t e
[375] A : D e c i s i v a é a v a l o r a ç ã o n e g a t i v a o u p o s it iv a d o h o m e m e n q u a n t o
p r e s s u p o s to d a a r g u m e n t a ç ã o s u b s e q u e n t e .
[376] C a lte r a lig e ir a m e n t e o te x to : " D e c is iv o é s e - c o m o p r e s s u p o s t o d e t o d a s
a s s u b s e q u e n t e s c o n s i d e r a ç õ e s p o lític a s - o h o m e m d e v e s e r um s e r p r o b le m á t ic o
o u n ã o p r o b le m á t ic o . S e r á o h o m e m um s e r " p e r ig o s o " o u n ã o p e r i g o s o , um s e r
a r r is c a d o o u um s e r in o f e n s iv a m e n te n ã o a r r is c a d o ?
[377] A c o n tin u a o p a r á g r a f o , e n e le n ã o s e e n c o n tr a o p a r á g r a f o s e g u in t e .
[378] Em C , n ã o s e e n c o n tr a " m o d ific a ç õ e s "
106 CARL SCHMITT
B62 [4()7]Apesar disso, Hegel permanece por todo o lado, num sen
tido maior, político. Mesmo aqueles dos seus escritos que dizem
respeito às questões actuais do seu tempo, em particular e sobre
tudo o genial escrito de juventude sobre a “Constituição da Alema
nha”, são apenas uma documentação evidente da verdade filosó
fica, que permanece visível através da sua correcção ou desacerto
efémero, de que todo o espírito é espírito actual, presente, e que
não se pode encontrá-lo nem procurá-lo nem numa representa
ção barroca nem sequer num álibi romântico[408]. Isso é o “Hic
[4U ] C f a z p a r á g r a f o .
[415] C s u p r im e o r e s to d a f r a s e e d o p a r á g r a f o , s u b s t it u in d o - o p e l a f r a s e
s e g u in te : "E ste h o m e m c o n s e r v a d o r tr o c o u a s u a fé e o s e u p o v o , m u d o u o s e u
n o m e e e n s in o u d e p o i s o s a l e m ã e s s o b r e p i e d a d e , c o n t i n u i d a d e e t r a d i ç ã o .
O H e g e l a l e m ã o , a c h o u - o " o c o e in v e r d a d e ir o " , " d e m a u g o s t o " e " d e s o la d o r " " .
O CONCEITO DO POLÍTICO
[416] R e to m a -s e o te x to d e A .
[417] Em A , n ã o c o n s t a : " ou o " p e s sim ism o " " .
[418] A fr a s e , e m A , te r m in a a q u i.
(xxiii) q iib e ra i B lu n tsch li, Lehre vom modemen Staat, Parte I II , Politik ais
Wissenschaft, E stu gard a, 1 8 76, p. 559, torn a v álid o, co n tra a d o u trin a d o s par
tid o s d e Stahl, q u e a ju r isp r u d ê n c ia (sob re a q u al, aliás, n ã o se trata d e to d o
n esta d o u trin a d o s p a r d d o s) n ã o resulta da m a ld a d e d o s h o m e n s, m as d a regra
d o u ra d a d o s juristas: Quivis praesumitur bonus\ e n q u a n to Stahl, a o m o d o d o s
te ó lo g o s , co lo ca v a o ca rá cter p e c a m in o so d o s h o m e n s n o c u m e da su a lin h a
d e p e n s a m e n to . A ju r isp r u d ê n c ia é, para B lu n tsch li, n a tu ra lm e n te p r u d ên cia
d e d ir eito civil (cf. a cim a n o ta 1). A regra d o u ra d a d o s ju ristas tem o se u se n
tid o n u m a reg u la ç ã o d o ó n u s da prova; a lém d isso, ela p r e ssu p õ e q u e e x iste
u m E stad o, o qu al, através d e u m a o r d e m p acificad a, segu ra c o n tra os p erig o s,
p r o d u ziu as “c o n d iç õ e s e x ter n a s da e tic id a d e ” e crio u u m a situ a ç ã o n o rm a l
e m cu jos q u a d ro s o h o m e m p o d e ser “b o m ”.
[4,9J C: U m ju rista d e d ir e ito p a r te d e q u e s e te r á d e p r e s s u p o r c o m o " b o m "
q u e m q u e r q u e s e j a a t é p r o v a e m c o n tr á r io (*).
(j A " r e g ra d o u r a d a d o s ju ristas" tem o s e u s e n t id o n u m a r e g u l a ç ã o d o ó n u s
d a p r o v a ; a lé m d is s o , e l a p r e s s u p õ e q u e e x is t e um E s ta d o , o q u a l, a t r a v é s d e u m a
o r d e m p a c i f i c a d a , s e g u r a c o n tr a o s p e r ig o s , p r o d u z iu a s " c o n d i ç õ e s e x t e r n a s d a
e t ic id a d e " e c rio u u m a s it u a ç ã o n o r m a l e m c u jo s q u a d r o s o h o m e m p o d e s e r " b o m " ,
p o is a b o a p o lí c ia i m p e d e - o d e s e to r n a r r e a lm e n te m a u e p e r i g o s o . A s o m b r a
d e s t a o r d e m s e g u r a flo r e s c e m , e n t ã o , a s f ic ç õ e s e p r e s u n ç õ e s d a " b o n d a d e " d e
c a d a s in g u la r .
114 | CARL SCHMITT
[427] A : d o c o n c e i t o d e h o m e m .
[428] C : ... " to m a d a d e d is tâ n c ia " ; a tr a v é s d is s o , to r n a -s e im p o s s ív e l o o p ti-
m is m o d e s titu íd o d e d if e r e n ç a s d e um c o n c e i t o d e h o m e m tr a n s v e r s a l.
[429] A : d o m in a n a tu r a lm e n te s ó p a z e h a r m o n ia .
[43°] A : s ig n ific a s o c i o l o g i c a m e n t e
[431] Em A , n ã o s e e n c o n tr a " em te r m o s d e p s i c o l o g i a in d iv id u a l e s o c ia l" .
[432] A : m o s tr o u -o T r o e ltsc h (n a s s u a s Doutrinas sociais da Igreja Cristã) no
e x e m p l o . ..
[433] Em A , a f r a s e te r m in a a q u i.
[434] C : E. T ro e ltsc h (n a s s u a s Doutrinas sociais da Igreja Cristã) e o barão
S e illiè r e (em m u ita s p u b l i c a ç õ e s s o b r e o r o m a n tism o ) m o s tr a r a m , n o e x e m p lo d e
n u m e r o s a s s e it a s , h e r é t ic o s , r o m â n t ic o s e a n a r q u is t a s , q u e a n e g a ç ã o d o p e c a d o
o r ig in a l d e s tr ó i t o d a a o r d e m s o c ia l .
[435] A: M a s o a p o i o t e o l ó g i c o a m e a ç a s e m p r e o c o n c e i t o p o lít ic o , ...
[430] A: p o is d e s l o c a a d i f e r e n c i a ç ã o p a r a o r e lig io s o , q u a s e s e m p r e ta m b é m
p a r a o t e o ló g ic o - m o r a l...
[437] A fr a s e te r m in a a q u i e m A .
[438] C: a s f ic ç õ e s m o r a is o u o o p o r tu n is m o p r á tic o d e p e d a g o g o s b e m - in te n
c io n a d o s
116 | CARL SCHMITT
[439] A : - d e l o n g e o m a io r e t a lv e z o ú n ic o p e n s a d o r p o lít ic o v e r d a d e ir a m e n t e
s is t e m á tic o - o "Bellum" d e t o d o s c o n tr a t o d o s n ã o p o s s a s e r c o m p r e e n d i d o c o m o
d e s v a r i o ...
f440] A : n e m t ã o p o u c o c o m o " c o n c o r r ê n c ia " (T õ n n ies), m a s c o m o o p r e s s u p o s t o
e le m e n ta r ...
[441] C : Em H o b b e s , n u m g r a n d e e v e r d a d e i r a m e n t e s is t e m á t ic o p e n s a d o r
p o lí t ic o , a p e s a r d o s e u in d iv id u a lis m o e x t r e m o , a c o n c e p ç ã o " p e s s im is t a " d o
h o m e m é t ã o fo r te q u e m a n té m v iv o o s e n t id o p o lític o .
f442] C n ã o f a z p a r á g r a f o .
f443] A : o s p e n s a d o r e s p u r a m e n te p o lític o s
[444] A : h o m e n s p a c í f i c o s
[us] Em A n ã o s e e n c o n tr a : " p e lo m e n o s e n q u a n t o a s c o i s a s lh e s c o r r e m d e
m a n e ir a s u p o r tá v e l o u m e s m o b e m "
f446] A : t r a n q u ilid a d e im p e r tu r b a d a
O CONCEITO DO POLÍTICO 117
[453] R e to m a -s e te x to d e A .
[454] A : e m e r g e h a b itu a lm e n te
[455] C : te r m o s
[450] Em C , " d ireito " e " p a z " e n tr e a s p a s .
[457] A : q u a n d o o c o n c e i t o d o d ir e ito é u t iliz a d o ...
[458] C : u s a d o s d e fo r m a a b u s iv a
[459] A : " ...p e n s a m e n t o p o lític o c la r o e a v e la r o s a n s e i o s p o lít ic o s p r ó p r io s ."
[460] o p a r ê n t e s is r e c to n ã o c o n s t a e m A .
[461] C : O d ir e it o te m - s e g u r a m e n t e , n o q u a d r o d e u m a g r a n d e d e c i s ã o
p o lít ic a e c o m b a s e n o s o lo d e u m a s i t u a ç ã o n o r m a l, isto é , n o q u a d r o d e u m a
c o m u n id a d e e s t á v e l - o s e u c ír c u lo ...
[462] Em A , e m v e z d e " c o n tr á r io a o d ir e ito " e s t á " n e fa s to " .
[463] C : c o m e x a c t i d ã o
[464] A e C f a z e m p o n to fin a l.
[465] Em A , " s o b e r a n ia " e s t á e n tr e a s p a s .
[4Ó6] C : ter-se-á d e c o l o c a r
[467] A : m a is d e t e r m in a d a s
O CONCEITO DO POLÍTICO I 19
[468] A : c u jo p o d e r p o lític o o u e c o n ó m ic o
[469] A e C n ã o f a z e m p a r á g r a f o .
[470] A : " s o b e r a n ia " d o d ir e ito
[471] C : d e p o v o s o u d e g r u p o s h u m a n o s
[472] C : c o n t e ú d o m a is d e t a lh a d o
[473] A : a p lic a m
[474] A : o d ir e ito
[475] C : d e v e m
[476] A : d a p o lític a p u ra
120 | CARL SCHM1TT
8 . [ 4HS]
[478] R e to m a -s e o te x to d e A .
[479] A: e s g o t a d a
[48°] C : a lc a n ç a r
[48)] A : o s a r is t o c r a ta s n a F r a n ç a lo u v a v a m o p o v o b o m e v ir tu o s o .
[482] Em A n ã o c o n s t a " e a u s ê n c i a d e s u s p e i ç ã o "
[483] A : c o m a q u a l
[484] A : o s
[485] C: 9
[486] A : h is tó r ic o -p o lític a
[487] A: à p o lític a
122 | CARL SCHMITT
[493] C f a z p a r á g r a f o .
[494] A : c o m b a t e
[495] A : m a s n ã o h á u m a p o lític a lib e r a l p u ra e s im p le s , n e m n e n h u m a o u tra
p o lític a e x te r n a s e n ã o a c r ític a a " in v a s õ e s " .
[496] Em C , " crítica" e s t á e m itá lic o .
[497] A : c o n s is t e n u m a
[498] A : rep artir, o b s ta c u liz a r , e q u ilib r a r e c o n tr o la r
[499] Em A , a fr a s e te r m in a a q u i, e o p a r á g r a f o e n c e r r a -s e s e g u id a m e n t e c o m
a s e g u in t e fr a s e : " Isso n ã o s e p o d e c h a m a r n e m u m a fo r m a d o E s t a d o n e m u m a
te o r ia d o E sta d o , a p e s a r d e s e d e s ig n a r h a b itu a lm e n te a si m e s m o c o m o te o r ia d o
" E sta d o d e d ir e ito " .
[50°] R e to m a -s e o te x to d e A .
124 CARL SCHMITT
[526] C : guerra
[527] A : e s t a d o d u r a d o u r o
[528] Em C , " d in â m ic a " e n tr e a s p a s .
[529] C : . .. d i s c u s s ã o , um to r n e io e te r n o , m a s q u e n u n c a p o d e s e r " s a n g r e n to '
n e m n u n c a p o d e s e r " d e in im iz a d e " .
[53°] A : nu m c o n c e i t o id e o ló g ic o - h u m a n it á r io
[531] Em A , n ã o s e e n c o n tr a "um ideal s o c ia l"
[532] Em A , n ã o c o n s t a " p o litic a m e n te u n id o " .
[533] Em A , n ã o c o n s t a " e a sugestão das massas".
[534] Em A , " c o n tr o lo " e s t á e n tr e a s p a s .
[535] A : a u t o n o m ia r e la tiv a
O CONCEITO DO POLÍTICO 127
[548] C: regulamentações
[549] A: que precisamente o político foi destituído, com um pathos particular,
de toda a autonomia, e foi submetido às normas e "ordens" da moral e do direito.
[55°] q . Estas "despolitizações" têm, naturalmente, um sentido integralmente
político. N a realidade concreta do ser político...
[551] Em A, não consta "Como disse".
[552] A: ... não há quaisquer ordens e séries de normas abstractas que domi
nam, mas sempre apenas homens ou grupos concretos que dominam sobre outros...
[553] C: "ordens" e conformidades a leis abstractas
[554] C: muito concretos
[555] C: igualmente concretos.
[556] C faz ponto final e escreve assim o resto da frase: "Também aqui, visto
politicamente, o domínio "da" moral, "do" direito, "da" economia, "da" ciência,
"da" arte, da "norma" tem um sentido político, e a despolitização é apenas uma
arma do combate político que se pode utilizar de modo particularmente político."
[557] Em A, não consta "da economia".
[558] o parágrafo seguinte, tal como é indicado nas edições subsequentes,
está presente, em A, em nota de rodapé.
O CONCEITO n o POLÍTICO 129
cal[592] que ele já não deixa o Estado ser válido com o funcionário
armado. Ele p õe logo em acção a “erradicação” por m eio de uma
definição carregada de valor e de a fecto [r>93] [594]. O con ceito de
Estado deve ser determ inado [*W5] através do “m eio p olítico”, e o
con ceito de sociedade (essencialm ente apolítica) deve ser deter
m inado [596] através do “m eio e c o n ó m ic o ” [597]. N o en tanto, os
predicados [598] através dos quais o m eio p olítico e o m eio ec o
n óm ico são definidos [599] nada são senão circunscrições caracte-
rísdcas daquele path os[60()] contra política e Estado que oscila na
polaridade entre ética e econ om iat601] t602], e antíteses desvelada-
m ente polém icas nas quais se espelha a relação polém ica entre
Estado e socied ad e, entre política e econ om ia, do sécu lo x ix
alemão. O m eio econ óm ico é [ ti03] a troca; ela f604] é reciprocidade C59
entre d esem p en ho e contra-desem penho e, por isso, m utualidade,
igualdade, justiça e paz[w,r>], em última análise, não m enos do que
“o espírito corporativo da concórdia, da fraternidade e da própria
justiça’^ 606] (XXV11), sen d o o m eio p olítico, ao invés, “a violência
[607] C faz ponto final e continua: "Qualquer um hoje reconhece logo tais
"determinações conceptuais" como balas políticas carregadas de em oção; mas
elas poderiam sair, enquanto dominava o espírito do século XIX, como "científicas"
e "livres de valores". Enquanto a concepção de Estado...
[ó°8] A, não consta "e da razão objectiva".
[ó09] A: a hierarquia de valores
[610] C: ... a ordem valorativa destas novas cam adas que entram nos Estados
alem ães está a o contrário; para elas, a socied ad e (o que eles próprios são),
enquanto esfera de justiça pacífica, está infinitamente mais acima do que o Estado,
isto é, do que os militares e os funcionários que ainda não lhe sejam acessíveis;
este Estado, em consequência disso, é "desmascarado" por esta "ciência" socio
lógica como uma região de imoralidade violenta."
[6n] A: ... está acima do Estado, que aparece como uma esfera de roubo e
violência.
[612] C faz parágrafo e elimina a frase seguinte, começando: "Mas não é..."
[613] A: permaneceu
[6U] A: nem sob o ponto de vista lógico, nem moral nem psicológico...
[615] A: ... desqualificações morais e pôr a o lado do roubo brutal, enquanto
"conceito", a troca boa e justa.
[616] Em C, "troca" e "política" estão entre aspas.
[6,7j A: determinações conceptuais
O CONCEITO DO POLÍTICO [ 137
(xxxi) jyoíe critkhe su la teoria dei mezzi coercitivi al difuori delia Guerra, Rivista
di diritto intemazionale. Vol. IX (1915), p. 23 ss, 305 ss. Mais tarde, Cavaglieri
alterou a sua opinião sob a influência da prática: Corso di diritto intemazionale.
3- edição, 1934, p. 555. Recueil de l ’Académie Internationale de Droit International
(1919 I), p. 576 ss. Aquilo que unicamente é decisivo para o nosso contexto é
o seu questionamento, o qual resulta de um conceito forte de paz.
(xxxii) « o efe ito do Pacto da Sociedade das Nações e do Pacto Kellogg
parece querer tornar-se o efeito de que no futuro não sejam levadas a cabo
mais nenhumas guerras, mas que tenham lugar acções militares de grande
estilo enquanto “meras inimizades”, o que não é um progresso, mas um retro
cesso. ”,JosefL. Kunz, Rriegsrecht und Neutralitàtsrecht, 1935, p. 8, nota 37. Exce
lente: Frhr. von Freytagh-Loringhoven, Zeitschr. d. Akad.f. . Deutsches Recht, 1 de
Março de 1938, p. 146.
O CONCEITO DO POLÍTICO 175
Sobre o prefácio
pp. 375-85, com três notas. Sobre os politiques no século xvi: Roman
Schnur, Die franzõsischen Juristen im konfessionellen Burgerkrieg des 16.
Jahrhunderts; ein Beitrag zur Entstehungsgeschichte des modemen Staates,
Berlim, 1962 (Duncker & Humblot Verlag), 1962, cf. Tom. n.s 207.
ad B15. Silete Theologi! Cf. Der Nomos der ErdeÇ ), p. 92, 131 (Albe-
ricus Gentilis) sobre a separação dos juristas em relação aos teólogos.
Quando eu, nestas ou em outras passagens (Ex Captivitate Salus, p. 70),
dou testemunho de uma particular compreensão em relação à excla
mação de Albericus Gentilis, isso não quer dizer que seria mal agra
decido em relação aos teólogos, cuja participação aprofundou e
promoveu essencialmente a discussão sobre o conceito do político:
do lado evangélico, sobretudo Friedrich Gogarten e Georg Wúnsch,
do lado católico, P. Franciscus Strathamann O. P., P. Erich Przywara SJ,
Werner Schòllgen e Werner Becker. Os teólogos de hoje já não são os
do século XVI, e para os juristas vale a mesma coisa.
Sobre o texto
Acima
Abertura para a transcendência
Abaixo
fechado; sistema das necessidades
sobre o poder e o acesso ao detentor do poder], 1954 (Tom. n.y 53), que se
movimenta na dialéctica do poder humano. O termo “dem oníaco”
não aparece no diálogo.
Posfácio
Sobre os corolários
Bibliografia: Tom. n.9 23, 42, 50. Em relação à p. 105 enemy - foe.
no livro colectivo Power and Civilization, Political Thought in the Twentieth
Century, de David Cooperm an e E. V. Walter, Nova Iorque (Thom as Y.
Crowell Com pany), 1962, pp. 190-198, nas passagens que aí se publi
cam do Conceito do Político, a palavra inimigo é, na maior parte das vezes,
traduzida por Foe. U m a investigação mais detalhada p ode ser esp e
rada de G eorge Schwab (cf. Verfassungsrechtliche Aufsàtze [Ensaios sobre
Direito Constitucional0, 1958, p. 439). / Sobre o problem a linguístico
“am igo-inim igo”: ten ho hoje por concebível que a letra R em am igo
[Freund] seja um infixo, apesar de tais infixos serem raros nas línguas
indo-germ ânicas. Talvez sejam mais frequentes do que até agora se
assumiu. R em am igo poderia ser um infixo em inim igo [Feind], tal
com o em Frater (em pai [Valer]) ou no núm ero três [drei] (em dois
200 CARL SCHMITT
INTRODUÇÃO
“O CONCEITO DO POLÍTICO” DE CARL SCHMITT...................... 7
PREFÁCIO....................................................................................................... 29
INDICAÇÕES................................................................................................ 187