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6/22/2019 Moro em baixa, Bolsonaro em alta

questões político-midiáticas

MORO EM BAIXA, BOLSONARO EM ALTA


Monitoramento revela que, após demissões e vazamentos da Lava Jato, sentimento positivo do Twitter
sobre o presidente atinge ponto mais alto desde a posse
THAIS BILENKY
19jun2019_17h10

INTERVENÇÃO DE PAULA CARDOSO SOBRE FOTO DE JORGE ARAÚJO/FOLHAPRESS

A
guerra virtual em torno das conversas de Sergio Moro durante a
Operação Lava Jato, os expurgos de quadros do governo em choque
com a ala olavista e a mobilização em favor do decreto que facilita a
posse e o porte de armas criaram um ambiente favorável a Jair Bolsonaro
no Twitter. Monitoramento realizado pela start-up Arquimedes constata
que o sentimento positivo dessa rede em relação ao presidente atingiu
seu ponto mais alto desde a posse em 17 de junho, em meio à repercussão
das conversas entre o ex-juiz e hoje ministro Moro e o procurador Deltan
Dallagnol, divulgadas pelo site The Intercept Brasil.

Realizada desde o dia primeiro de janeiro, a análise do sentimento em


relação ao presidente mostra que mesmo notícias ruins para o governo,
como o veto ao decreto das armas no Senado, ajudam a arregimentar o
exército bolsonarista virtual. Segundo a Arquimedes, a derrota acabou

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6/22/2019 Moro em baixa, Bolsonaro em alta

por amplificar e disseminar a imagem anti-establishment do governo,


que, como pregam olavistas com assento no Palácio do Planalto, faz o
trabalho de “enfrentar os poderosos”. Na última segunda-feira, 17, o
índice de sentimento de Bolsonaro alcançou 54 pontos, em uma escala de
0 a 100, melhor resultado desde a posse – desempenho que consagra
vitórias da corrente ideológica do governo sobre os militares e os assim
chamados técnicos.

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6/22/2019 Moro em baixa, Bolsonaro em alta

Os dias anteriores ajudam a explicar esse cenário, com a queda de três


generais e um liberal em uma leva só. O presidente exonerou o general
Carlos Alberto dos Santos Cruz da Secretaria de Governo, depois de uma
longa queda de braço deste com o guru bolsonarista Olavo de Carvalho.
Forçou a renúncia à presidência do BNDES de Joaquim Levy, criticado
desde sua nomeação por olavistas que não perdoaram sua atuação como
ministro da Fazenda do governo Dilma Rousseff (PT) a despeito de seu
diploma da Universidade de Chicago. Afirmou que o general Juarez
Cunha se comportava como sindicalista, provocando sua queda da
presidência dos Correios. E aceitou a exoneração do general
Franklimberg Ribeiro de Freitas do comando da Funai, resultado da
pressão de ruralistas.

Outro momento bom para Bolsonaro no Twitter foi registrado no


domingo, 26 de maio, dia da manifestação convocada por bolsonaristas
em favor do governo. Naquela data, o índice de sentimento chegou a 52
pontos na pesquisa da Arquimedes. A start-up se baseia na análise da
reação das redes sociais aos eventos políticos do dia para elaborar a sua
métrica. Compartilhamentos e curtidas de publicações consideradas
negativas, neutras ou positivas para Bolsonaro são contados e
comparados. Quando há mais manifestações negativas, o índice cai; se há
mais positivas, sobe.

A
o contrário do que se podia esperar, os números mostram que não
foi ruim a reação das redes à revelação feita pelo site The Intercept
Brasil da troca de mensagens privadas entre o ministro Moro, então
juiz responsável pela Lava Jato em Curitiba, e Dallagnol. No dia da
publicação da primeira reportagem do caso, em 9 de junho, o índice
estava em 40 pontos. Dois dias depois, estava em 48. Teve altas e baixas
até os 54 pontos do último domingo. Nesse meio-tempo, Bolsonaro
mudou de atitude diante do escândalo. Inicialmente calado, fez, nos
primeiros dias, uma defesa institucional de Moro, cuja imparcialidade foi
questionada por analistas de diferentes especialidades. Depois, convidou
o ministro para assistir a um jogo do Flamengo a seu lado no estádio e,
desde então, deixou de esconder Moro de sua comunicação oficial.

“Bolsonaro vai se libertando de Sergio Moro. As recentes denúncias feitas


por The Intercept Brasil colocaram o ‘herói da Lava-Jato’ nas cordas.

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6/22/2019 Moro em baixa, Bolsonaro em alta

Apesar da demonstração de apoio ora titubeante ora veemente,


Bolsonaro sabe que seu superministro da Justiça continuará sangrando
por um longo período, com consequências imprevisíveis. As redes
bolsonaristas continuarão apoiando Moro? Moro precisa mais de
Bolsonaro agora. O jogo virou”, afirma o relatório da Arquimedes sobre
os dados.

O Palácio do Planalto também faz o seu monitoramento de humor nas


redes sociais e detectou uma melhora na percepção popular de Moro. As
mensagens o humanizaram, disseram integrantes do governo: mostraram
que ele “também faz brincadeiras, tem amizades e usa telefone celular
como todo mundo”. Ajudou o ministro a resposta do Palácio e de parte
da sociedade de que o vazamento das mensagens foi criminoso e que o
conteúdo pode ter sido manipulado para fins políticos.

A Arquimedes observa uma atuação em duas frentes do governo para


agregar apoio popular para além dos grupos mais radicais e fiéis a
Bolsonaro. A primeira é na pauta de costumes e a segunda, no
antipetismo. Nos últimos dias, o presidente, em sua conta no Twitter,
defendeu a facilitação do acesso a armas de fogo e lamentou que o país
não aceite prisão perpétua para crimes como o assassinato de Rhuan
Maycon, de 9 anos, morto e esquartejado pela mãe. Publicou ainda
imagem em que aparece liderando uma marcha militar.

Na frente do antipetismo, a start-up mensurou que o conteúdo do site


The Intercept Brasil voltou a acirrar a polarização entre o bolsonarismo e
o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A cena em que o general
Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional,
exalta-se ao criticar o petista, dando murros na mesa durante um café da
manhã com jornalistas, foi divulgada pelo próprio Planalto. Por sua vez,
Lula reforçou a disputa ao questionar a facada em Bolsonaro durante a
campanha.

No Twitter, os exércitos políticos mais organizados são o petista e uma


parte da esquerda, de um lado, e do outro, o bolsonarista, que tem
conseguido atuar de forma mais efetiva ao promover pautas proativas, e
não apenas reativas, diz a Arquimedes.

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6/22/2019 Moro em baixa, Bolsonaro em alta

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