Comunidade Cristão O Redentor

Cabo Frio, 05 de JUNHO de 2019

Traduzido do livro de estudos “The message of Romans – 2003” de Timothy Keller
Romanos 6:15-7:6

Romanos 6: 16-23
3. vv.16-23 Como as duas únicas “escravidões” possíveis se comparam ou contrastam em a) sua
origem, b) seu desenvolvimento, c) seus resultados?
Os dois únicos mestres:

-A- -B–
v.16 “escravos… do pecado” “escravos… da obediência”
vv.17-18 “escravos do pecado" "escravos da justiça"
vv.20-22 “escravos do pecado” “escravos de Deus”

a) Origem vv.17-18. Suas origens são um contraste.

A. v.17a - “Embora você fosse um servo do pecado”. O tempo deste verbo é imperfeito, o que nos
mostra que a escravidão ao pecado é o que somos por natureza. Começa automaticamente, nós
nascemos nele.

B. v.17b - "Mas graças a Deus ... você obedeceu de todo o coração a forma de ensino." Isso nos diz que a
escravidão a Deus começa quando estamos convertidos. Observe os quatro elementos que se juntam
para nos levar a essa nova condição.
1. A forma de ensino significa que a conversão começa com um corpo de verdade, uma mensagem
específica com um conteúdo específico que deve ser recebido. Isso sempre significa o evangelho.
2. Inteiramente/De coração significa que esta verdade convence e afeta o coração. Antes que o
evangelho atinja o coração, é possível ter um cristianismo meramente intelectual ou volitivo, no qual os
princípios éticos cristãos são seguidos superficialmente. Mas o evangelho captado muda os "resultado
final", mostra que você está "oferecendo a si mesmo ”ao poder ou aceitação etc. (ou seja, pecado),
mesmo que você seja moralmente aceitável externamente.
3. Obedecido significa que, uma vez que a verdade do evangelho realmente penetre no coração, ela se
mostra na mudança da vida real.
4. Graças a Deus significa que todo este processo foi devido à graça de Deus.

Resumo: A escravidão ao pecado começa no nosso nascimento. A escravidão a Deus começa em nosso
novo nascimento, quando a graça de Deus nos permite abraçar o evangelho no coração (mudando
nossos motivos, nossos “resultados finais”), resultando em uma mudança total de vida!
b) Desenvolvimento v.19. Seu desenvolvimento é muito parecido.
No versículo 19, vemos que cada tipo de escravidão procede e avança. Nenhum deles fica parado.
A. v.19b - “Você ofereceu as partes do seu corpo em escravidão à impureza e à sempre crescente
perversidade”. A escravidão ao pecado resulta em deterioração - “sempre crescente”. E isso ocorre
porque os imperativos internos dos senhores da aliança de nossas vidas (veja acima) estão buscando
trabalhar suas vontades no mundo através de nossos corpos. Quando agimos com um propósito
particular, essa ação molda nosso caráter e vontade, de modo que se torna mais fácil agir dessa
maneira novamente. Oferecendo as partes >> à impureza >> sempre crescente maldade.
“O cristianismo afirma que todo ser humano individual viverá para sempre, e isso deve ser
verdadeiro ou falso. Agora há muitas coisas que não valeria a pena incomodar se eu fosse viver
apenas setenta anos, mas é melhor me preocupar muito seriamente se for viver para sempre.
Talvez meu mau humor ou meu ciúme estejam gradualmente piorando - tão gradualmente que o
aumento em setenta anos não será muito perceptível. Mas pode ser um inferno absoluto em um
milhão de anos. De fato, se o cristianismo é verdadeiro, o Inferno é o termo técnico
precisamente correto para o que ele seria. ”
- C.S. Lewis, Mere Christianity, bk 3, cap 3
B. v.19c - “Ofereça [partes do seu corpo] à justiça levando à santidade”. Da mesma forma, conforme
agimos de acordo com a verdade, então nosso caráter e vontade são moldados em hábitos de santidade
e justiça.
c) Resultados vv.20-22. Seus resultados são um contraste total.
A. v.21 - “Que benefício você colheu ... essas coisas resultam em morte!” Como o pecado traz a morte?
Naturalmente, em última análise, o pecado traz condenação e separação de Deus para a eternidade.
Mas Paulo está falando de uma "morte" que esses cristãos costumavam experimentar. Então ele está se
referindo a “quebrantamento da vida”. Eis como isso funciona: Se você não obedecer à lei de Deus, você
se torna um escravo do egoísmo, luxúria, amargura, orgulho, materialismo, preocupação,
impetuosidade, medo, etc. Os pecados particulares de escravização dependem do “ponto de partida”
particular além de Deus ao qual você “se ofereceu”. Por exemplo, se você for escravizado pela
aprovação, você experimentará constantemente autopiedade, inveja, mágoa, inadequação. Se você for
escravizado pelo sucesso, você experimentará o cansaço, a fadiga, a preocupação e o medo, e assim por
diante.

B. vv.22-23 - “A recompensa é a santidade, a vida eterna”. As pessoas que “se oferecem” à obediência
crescem no fruto do espírito e qualquer um que esteja inundado de amor, alegria, autocontrole,
bondade, etc. ., experimenta uma liberdade.
4. vv.18-19 Como praticamente vivemos e mantemos nossa liberdade do pecado?
Como em 6:13, “partes do seu corpo” (também traduzidas como “membros”) não se referem
estritamente aos nossos braços e pernas em si, mas sim a todos os nossos componentes que podem
realizar ou agir de acordo com o projeto ou propósito. Paulo diz que “impureza” é um motivo ou um
propósito; “oferecer as partes do nosso corpo” é simplesmente “agir fora”. Assim, vemos que a
escravidão a Deus é o resultado de um esforço ativo da nossa parte para “representar” o que sabemos
ser verdadeiro sobre nós. “Oferecer aos nossos membros (ou“ partes do nosso corpo ”) significa que
devemos agir de acordo com o que a Bíblia nos diz sobre a realidade.
1. O princípio: Devemos lembrar que v.19 vem depois do v.18. Em v.18, Paulo diz: "Você foi liberto do
pecado". Falamos sobre isso na semana passada. A conversão nos leva a um novo reino e coloca um
novo poder em nós. Portanto, o pecado não pode mais nos forçar a fazer nada. Então, quando v.19 diz:
“Agora, ofereça-os em escravidão à justiça”, ele está dizendo, seja o que você é, seja controlado em seu
comportamento, não por sentimentos ou aparências, mas por realidades que o evangelho lhe fala.
Outros exemplos desse tipo de exortação: “Faze a tua salvação com temor e tremor, porque é Deus que
opera em você…” (Filipenses 2: 12-13). Em outras palavras, sabendo que Deus está no trabalho -
trabalhe! Trabalhe como se isso fosse verdade, porque é.
“O método de santificação do Novo Testamento, portanto, é nos levar a perceber nossa posição
e agir de acordo com. Essa é a maneira do Novo Testamento de ensinar ... santidade. Em outras
palavras, "seja o que você é" ... Com que frequência nos dizem que precisamos de algo mais ...
mas não há nenhuma indicação disso em nenhum lugar aqui. É por causa do que já aconteceu, é
por causa do que é verdade sobre nós, que esta ordem é dirigida a nós [para nos oferecermos
escravos da justiça, v.19]. ”
- D.M.Lloyd-Jones
2. A prática: como isso realmente funciona?
Significa vir a situações cotidianas e reconhecer a possibilidade de tratar Deus como meu “bem maior”
e, portanto, meu mestre, ou tratar algo mais como meu “bem supremo” e, portanto, meu mestre.
Por exemplo: se alguém diz algo que me faz parecer mal, eu me ofereço como escravo de Deus ou peco
naquele momento. Eu poderia deixar o meu desejo de "cara" e ficar bem ser meu mestre. Eu poderia
deixar meu coração dizer: “Isso é um desastre! Eu pareço um idiota! Eu tenho que desacreditar essa
pessoa rapidamente! Devo pagar de volta! ”Nesse ponto, se eu agir fora desse tipo de pensamento (me
oferecendo a ele), responderei com amargura, linguagem dura e assim por diante. Ou eu poderia
lembrar que agradar a Cristo é a minha motivação dominante. Eu poderia ter meu coração dizendo:
“Bem, essa pessoa apontou (embora com um motivo de ódio) alguma falha em mim com a qual eu
realmente deveria lidar. Mas, felizmente, Deus é meu juiz e ele me aceitou em Jesus Cristo. ”Nesse
ponto, se eu agir fora desse tipo de pensamento, responderei em arrependimento em meu coração para
com Deus pelo que eu realmente sou culpado e responderei com uma resposta suave (Prov.15: 1) para a
pessoa que fez o ponto.
“A partir do momento em que uma criatura se torna consciente de Deus como Deus e de si
mesma como ego, a terrível alternativa de escolher Deus ou o eu para o centro é aberta a ele.
Este pecado é cometido diariamente por crianças pequenas e camponeses ignorantes, bem
como por pessoas sofisticadas, por solitários e não menos por aqueles que vivem em sociedade:
é a queda em cada vida individual, e em cada dia de vida individual, o pecado básico por trás de
todos os pecados particulares: Neste exato momento, você e eu ou estamos cometendo, ou
estamos a cometer, ou nos arrependendo ... Tentamos, quando acordamos, estabelecer o novo
dia aos pés de Deus; [mas] antes de terminarmos de nos barbear, o dia torna-se o nosso dia e a
parte de Deus nele é sentida como um tributo que devemos pagar do bolso 'próprio', uma
dedução do tempo que devemos, sentimos como 'nosso próprio' '… ”
- CS Lewis, O Problema da Dor, cap 5