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I - CONTROLE HISTÓRICO
HISTÓRICO
REVISÃO DATA Nº PÁGINAS ELABORAÇÃO VERIFICAÇÃO APROVAÇÃO
ALTERAÇÃO
Rogério Sarmento
00 15/12/2014 15 Emissão inicial Margaret Diniz Maristela Soares
Bruna Domingos
1. Introdução
O fonoaudiólogo é o profissional habilitado para lidar com os distúrbios da comunicação e
da deglutição, incluindo diagnóstico diferencial, intervenção e gerenciamento desses
distúrbios.
A reabilitação dos distúrbios da deglutição em ambiente hospitalar pode ocorrer em
diferentes momentos do tratamento clínico, a saber: em ambulatórios, em enfermarias e
em unidades de terapia intensiva A UTI tem sido um local de potencial crescimento da
atuação fonoaudiológica.
A atuação do fonoaudiólogo dentro da equipe interdisciplinar na UTI está focada
principalmente no gerenciamento da deglutição do beneficiário grave, contribuindo para a
prevenção de pneumonias aspirativas, através da indicação segura de alimentação por
VO, da participação no processo de desmame da TQT e da adaptação adequada da
válvula de fala, favorecendo o restabelecimento das funções de deglutição e fala e
reduzindo o tempo de permanência nessas unidades. Nas unidades de internação gerais,
o fonoaudiólogo, dentro da equipe interdisciplinar, tem como objetivo principal reintroduzir
a alimentação e a hidratação por VO de forma segura, minimizando os riscos de
penetração e/ou aspiração laringo-traqueal e contribuindo para a manutenção de suporte
nutricional adequado, inclusive dando continuidade e acompanhamento ao trabalho
iniciado na UTI, quando for o caso.
É referido, na literatura, que a reabilitação fonoaudiológica nas UTIs, mesmo em pacientes
traqueostomizados e em ventilação mecânica, possibilita melhora nos parâmetros
estruturais (amplitude do movimento de laringe, tonicidade de língua e lábios) e funcionais
(tempo do disparo da deglutição, elevação laríngea, penetração supraglótica e escape
posterior).
Após a avaliação da deglutição e do diagnóstico bem estabelecido, deve-se definir um
planejamento terapêutico para a reabilitação do distúrbio de deglutição que será
referenciado nas manifestações clínicas da disfagia, na doença de base do paciente, na
ASSINATURA E CARIMBO 1
PROCEDIMENTO OPERACIONAL
POP NUFFTO FONO - 002
PADRÃO
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2. Objetivo
Estabelecer condutas e procedimentos de reabilitação fonoaudiológica da deglutição do
beneficiário adulto disfágico.
3. Campos de aplicação
Unidade de Terapia Intensiva Adulto (CTI Adulto).
Unidades de Internação (UIH A).
4. Referências normativas
Resolução 383, de 20 de Fevereiro de 2010, Conselho Federal de Fonoaudiologia.
Resolução RDC nº 7, de 24 de Fevereiro de 2010, ANVISA.
5. Responsabilidade/ competência
Compete ao médico assistente solicitar a interconsulta ou ao fonoaudiólogo realizar
busca ativa dos casos e, a critério médico, realizar a intervenção fonoaudiológica
Compete ao fonoaudiólogo planejar e executar as condutas técnicas da reabilitação
6. Definições
Disfagia: distúrbio de deglutição que interfere no transporte do bolo alimentar da boca
ao estômago, decorrente de um processo agudo ou progressivo. Não é uma patologia,
mas sim um sinal ou sintoma de alguma etiologia
Válvulas de fala: são dispositivos que podem ser acoplado à TQT e têm como função
possibilitar a fala e potencializar o processo de deglutição
ASSINATURA E CARIMBO 2
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7. Conteúdo do padrão
7.1 Recursos necessários
Luvas de procedimento
Estetoscópio
Equipamento de oximetria de pulso
Seringa de 20 ml
Gaze
Água filtrada
Espátula
ASSINATURA E CARIMBO 3
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casos atípicos, poderá ser decidido pelo fonoaudiólogo realizar a intervenção em tempo
anterior aos descritos acima.
Para adaptação de válvula de fala em beneficiários que se encontram em ventilação
mecânica, realizar trabalho em consonância com a fisioterapia.
Orientar e alertar cuidadores e enfermagem com relação a manobras, posicionamento,
postura, volume e consistência adequada para oferta da dieta.
8. Siglas
OFAs: Órgãos fonoarticulatórios
VO: Via oral
SNE: Sonda nasoentérica
TQT: Traqueostomia
MO: Motricidade orofacial
GAG: Reflexo de vômito
EPIs: Equipamentos de proteção individual
ANVISA: Agência Nacional de Vigilância Sanitária
UTI: Unidade de terapia intensiva
SPO2: Saturação de O2
FC: Frequência cardíaca
FR: Frequência respiratória
EPIs: Equipamentos de proteção individual
VAs: Vias aéreas
SSMO: Sistema sensório motor oral
9. Indicadores
Índice de introdução/reintrodução da alimentação por VO.
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Falhas
Categoria de potenciais Ações de Ações frente ao
Evento
risco geradoras de prevenção evento
riscos
Assistencial Não realizar a Dificuldade/ Realizar a terapia Aguardar
terapia incapacidade de direta e/ou indireta possibilidade de
fonoaudiológica retorno à até que o retorno à VO
alimentação por beneficiário tenha
VO e condição de
prolongamento do alimentação por VO
uso de TQT ou
SNG/SNE
11. Referências
RDC 07/2010, de 27 de Fevereiro de 2010, ANVISA.
ASSINATURA E CARIMBO 7
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12. Anexos
Anexo 1: Conduta/Programa terapêutico
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Estimulação sensório- Facilitar a manipulação, controle Determina significativas mudanças no controle oral
motora oral e treino de e propulsão oral e facilita a ingesta oral. Esta melhora no controle
controle oral oral, maximizando a ingesta oral, para alguns casos,
ainda não é eficaz em estabilizar a condição
nutricional em casos graves de desnutrição, sendo
necessária a suplementação nutricional
Deglutição múltipla Retirar restos alimentares retidos Deglutir várias vezes consecutivas o mesmo volume
na cavidade oral e recessos do bolo alimentar
faríngeos
Deglutição supraglótica Maximizar o fechamento das Inspirar, segurar a inspiração, deglutir e tossir após a
pregas vocais deglutição. Proporciona melhor fechamento de VAs
durante a deglutição e limpeza de resíduos na região
faríngea e laríngea após a deglutição
ASSINATURA E CARIMBO 10
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Deglutição super- Maximizar o fechamento das Inspirar forçadamente, segurar a inspiração, deglutir e
supraglótica pregas vocais e ariepiglóticas tossir após a deglutição
Deglutição com esforço Aumentar a força muscular Imprimir força no momento da ejeção oral do bolo
das estruturas envolvidas na durante a deglutição. Aumenta a força da porção
deglutição posterior da língua, para reduzir a estase de alimentos na
valécula
Cabeça para baixo Proteger a via aérea inferior Manter o queixo inclinado para baixo
durante a deglutição do bolo
ASSINATURA E CARIMBO 11
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Cabeça para trás Auxiliar na propulsão do bolo. Manter o queixo inclinado para trás durante
a deglutição do bolo
Cabeça virada para o lado Isolar comprometimentos laterais de Manter o queixo virado para o lado da prega
comprometido parede faríngea ou prega vocal, vocal ou da parede faríngea que estiver
favorecendo a passagem do bolo comprometida durante a deglutição do bolo
e/ou fechamento glótico
ORIENTAÇÕES GERAIS:
HIGIENE ORAL:
Retirada de restos alimentares e outros resíduos, como secreções, fluídos ou excesso de
saliva instalados na cavidade oral
Objetivo: melhorar propriocepção e aferência oral (gosto, temperatura, tato) e diminuir risco
de proliferação de bactérias
POSTURA E POSICIONAMENTO:
Faz-se necessário o uso de manobras posturais com o objetivo de adequar o padrão de
deglutição
O posicionamento do paciente durante alimentação é um dos principais cuidados tomados,
a fim de evitar a ocorrência da aspiração pulmonar, considerando-se ideal a posição
assentado ou cabeceira elevada a 90º ou elevada ao máximo possível, adequando-se ao
caso clínico
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TERAPIA INDIRETA:
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4) EXERCÍCIOS OROMIOFUNCIONAIS
5) INIBIÇÃO DOS REFLEXOS PATOLÓGICOS:
Reflexo de procura: tocar os pontos cardeais, um de cada vez, ao mesmo tempo em que
se impede a movimentação da cabeça em direção à fonte
Reflexo de sucção: tocar os lábios, que devem ser mantidos relaxados ou um pouco
retraídos, impedindo a sua protrusão
Reflexo de mordida: toques nas gengivas, lateralmente, ao mesmo tempo em que a
mandíbula é mantida firmemente ocluída, impedindo movimentos vigorosos de abertura e
fechamento
CONSISTÊNCIA: começar com o que for mais fácil para o beneficiários e ir aumentando a
dificuldade à medida em que a terapia evolui
VOLUME: deve ser de acordo com as possibilidades do beneficiário. Os volumes muito
pequenos são mais utilizados para a estimulação gustativa. Em beneficiários com
hipossensibilidade intra-oral para quantidades pequenas, essas podem provocar
microaspirações. Volumes de 3 a 5 ml fornecem mais pistas para o beneficiário, sendo
mais funcional
TEMPERATURA: os alimentos frios têm um tempo diminuído no trânsito oral, com melhora
no disparo do reflexo da deglutição e dão mais pistas ao beneficiário, pois diferem da
temperatura da cavidade oral. Os alimentos com temperatura mais morna podem relaxar
as estruturas da cavidade oral exigindo do paciente maior tempo de preparo do bolo
POSTURA CORPORAL: sempre que possível a 90° ou o mais próximo possível da postura
assentada.
MANOBRAS: utilizar manobras compensatórias adequadas a cada caso, conforme anexo 1
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2) ORIENTAÇÕES GERAIS:
Estar alerta no momento da oferta do alimento
Quem oferece o alimento deve se posicionar na mesma altura do paciente
Retirar fatores distrativos (TV, rádio) durante a oferta
Adequar utensílios (talheres, copos, pratos)
Orientar, mastigar bem e devagar, e sentir bem o gosto dos alimentos
Garantir que todo o alimento oferecido foi deglutido, antes da próxima oferta
Variar sabor e temperatura
Realizar higienização oral pós-refeição
Não deitar o beneficiário após a refeição, para garantir o esvaziamento do conteúdo
alimentar do esôfago e evitar RGE
ASSINATURA E CARIMBO 15