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PORTUGUÊS P/ TSE (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS)

PROFESSOR: DÉCIO T E R R O R

Português TSE (banca CESPE)


(teoria e questões comentadas)

Aula 10
(Simulados)

Olá, pessoal!
Chegamos à nossa última aula!!!
Esta aula será a aplicação daquilo que vimos durante nosso curso.
A estrutura da aula é praticamente a mesma. Você terá uma primeira
parte com as provas e o comentário das questões e no final somente as
provas.
As várias interpelações de vocês no fórum me ajudam a procurar um
trabalho mais didático, e isso tem colaborado muito com o planejamento dos
próximos cursos. Por isso, sua dúvida, sugestão ou reclamação É MUITO
IMPORTANTE. Se alguém se sentir constrangido de se expressar pelo fórum,
expresse-se pelo e-mail decioterror@pontodosconcursos.com.br. O que
queremos é sempre levar um material de qualidade e que sacie sempre suas
expectativas.
Por este e-mail, vocês também continuam tendo um canal para tirar suas
dúvidas comigo, mesmo não sendo aluno de curso em desenvolvimento.
Agradeço muitíssimo por sua participação no curso, no fórum e as visitas
ao e-mail. Continuo ligado ao fórum. Qualquer dúvida, é só perguntar.
Espero que vocês tenham gostado do curso e que gostem também desta
última aula, pois foram feitos pensando no seu sucesso.
Agora, vamos à luta!!!!

Prova 1
(Correios - nível superior - 2011)

Texto para os itens de 1 a 9

1 O Pe. Antônio Vieira foi submetido a residência forçada, em Coimbra,


de fevereiro de 1663 até setembro de 1665 e, finalmente, preso pela
Inquisição no dia 1.° de outubro. Publicou-se uma importante série de
cartas escritas por ele nesse período, que se escalonaram com bastante
5 regularidade de 17 de dezembro de 1663 a 28 de setembro de 1665.
Em cerca de trinta cartas que foram conservadas, encontram-se
alusões mais ou menos desenvolvidas ao "tempo que faz". Para apreciar o
valor e o significado dessas indicações, é preciso entender as principais
razões que levavam o padre a interessar-se pelo tempo. A principal era,
10 sem dúvida, as repercussões que certos tipos de tempo tinham sobre a
regularidade do funcionamento das comunicações, em especial a
circulação das cartas e notícias. Sujeitado a residência forçada, Antônio

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Vieira ansiava pela chegada do correio, sobretudo o que provinha de
Lisboa e da Corte, mas também dos outros lugares onde tinha amigos. Em
15 certos períodos do ano, inquietava-se também pelas condições de
navegação do Atlântico, perigosas para as frotas do Brasil e da Índia.
Outra razão do seu interesse eram as repercussões do tempo sobre a
própria saúde e a dos amigos, e sobre os rebates da peste. Enfim, não
podia esquecer as campanhas militares que, a partir da primavera,
20 decorriam então no Alentejo.
Convém não esquecer que as anotações climáticas nas cartas de
Antônio Vieira podiam ter, às vezes, valor puramente metafórico. No
ambiente de acesas intrigas palacianas que o Padre acompanhava a
distância, ele deixa mais de uma vez transparecer o receio de que as
25 cartas dele e dos seus correspondentes fossem abertas e lidas. Por isso,
expressa-se muitas vezes por alusões e metáforas. Por exemplo, a 20 de
31 julho, escrevia a D. Teodósio: "Em tempo de tanta tempestade, não é
seguro navegar sem roteiro." Tratava-se apenas, na realidade, de
combinar o percurso para um encontro clandestino estival nas margens do
30 Mondego. O contexto permite, quase sempre, desfazer as dúvidas.
Suzanne Daveau. Os tipos de tempo em Coimbra (dez. 1663 - set. 1665), nas
cartas de Padre Antônio Vieira. In: Revista Finisterra, v. 32, n.° 64, Lisboa,
1997, p. 109-15. Internet: <www.ceg.ul.pt> (com adaptações).

Acerca das ideias expressas no texto e da tipologia que o caracteriza, julgue os


itens a seguir.

1 Em todas as trinta cartas escritas durante os dois anos de degredo, o Padre


Antônio Vieira mencionava o clima em Portugal.
Comentário: Perceba que a questão produz uma interpretação categórica
expressa pelo pronome "todas"; porém, o texto, às linhas 6 e 7, não menciona
quantidade certa de cartas, muito menos que todas possuem alusões ao clima
em Portugal. Veja:
"Em cerca de trinta cartas que foram conservadas, encontram-se alusões
mais ou menos desenvolvidas ao 'tempo que faz'."
Portanto, a questão extrapolou os dados do texto e está errada.
Gabarito: E

2 Nesse texto, essencialmente informativo, o assunto está centrado nas


menções feitas ao clima pelo Padre Antônio Vieira em cartas escritas no
exílio.
Comentário: Primeiro, percebemos que o texto é informativo, isto é, o autor
não transmite opinião, apenas relata conhecimento sobre algo. Assim,
consideramos este texto dissertativo-expositivo (informativo).
Em seguida, devemos perceber o tema do texto. O primeiro parágrafo
nos informa o exílio(residência forçada) do Pe. Antônio Vieira. Isso nos
ambienta a saber, nos próximos parágrafos, por que ele menciona o tempo
em suas cartas ("é preciso entender as principais razões que levavam o padre
a interessar-se pelo tempo"). _

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Justamente nos próximos parágrafos entendemos as razões. Assim, o
tema do texto são as menções feitas ao clima.
Gabarito: C

3 De acordo com o texto, as cartas do Padre Antônio Vieira merecem


destaque porque foram escritas durante o período em que esteve exilado.
Comentário: O segundo período do primeiro parágrafo relata o seguinte:
"Publicou-se uma importante série de cartas escritas por ele nesse período,
que se escalonaram com bastante regularidade de 17 de dezembro de 1663 a
28 de setembro de 1665.".
Foi informado que é uma importante série de cartas, naturalmente
podemos concluir que ela merece destaque. Porém, dizer que a causa desse
destaque é o período em que esteve exilado está incorreto, pois não há
nenhum vestígio que o sinalize como causa.
A banca quis jogar com uma possível interpretação do candidato quanto
ao valor do "que" como causa na oração "que se escalonaram...". Esse
vocábulo não pode ser substituído por "porque". Ele é apenas um pronome
relativo que inicia uma oração subordinada adjetiva explicativa. Assim, essa
oração somente explica o vocábulo "cartas".
Gabarito: E

4 Conforme o texto, entre as razões que motivavam o interesse do Padre


Antônio Vieira pelo tempo, algumas eram de cunho pessoal.
Comentário: Além de ansiar-se pela chegada do correio, o que faria com que
tivesse contatos com amigos (cunho pessoal), outra "razão do seu interesse
eram as repercussões do tempo sobre a própria saúde e a dos amigos, e
sobre os rebates da peste" (linhas 17 e 18). Portanto, a questão está correta.
Gabarito: C

5 Constata-se no texto que o emprego da linguagem conotativa nas


anotações climáticas nas cartas de Antônio Vieira visava obstar a
compreensão da leitura dessas cartas por quem não fosse o seu
destinatário.
Comentário: A questão está correta, conforme prevê o seguinte dado do
texto, às linhas 22 a 25:
"No ambiente de acesas intrigas palacianas que o Padre acompanhava a
distância, ele deixa mais de uma vez transparecer o receio de que as cartas
dele e dos seus correspondentes fossem abertas e lidas."
Se ele tinha receio de que as cartas fossem abertas, naturalmente
entendemos que a linguagem conotativa seria um obstáculo à interpretação
explícita.
Gabarito: C

A respeito do vocabulário e da estrutura linguística do texto, julgue os


próximos itens.

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6 O emprego do sinal indicativo de crase em "Sujeitado a residência forçada"
(linha 12) manteria a correção gramatical do texto.
Comentário: No texto original, o substantivo "residência" está sendo tomado
de maneira geral, sem a presença do artigo definido "a". A banca nos induziu
a inserir esse artigo antes desse substantivo. Dessa forma, ele perdeu o tom
de generalização, com a inclusão do artigo definido "a". Assim, se o particípio
"sujeitado" exige a preposição "a" e o substantivo "residência" passou a
admitir o artigo "a", há ocorrência de crase.
É natural você ter ficado na dúvida quanto ao sentido (se muda ou não
com a presença do artigo). Justamente por gerar dúvida, a banca apenas
perguntou sobre a correção gramatical.
Gabarito: C

7 Seria mantida a correção gramatical do texto, se a preposição "de", em sua


primeira ocorrência, no trecho "de 17 de dezembro de 1663 a 28 de
setembro de 1665" (linha 5), fosse substituída por entre.
Comentário: Podem-se marcar limites de período com as preposições "de"
(marcando o início) e "a" (marcando o término). Com o mesmo sentido,
podemos utilizar a preposição "entre", porém esta exige a conjunção "e":
entre 17 de dezembro de 1663 e 28 de setembro de 1665. Portanto, a
questão está errada.
Gabarito: E

8 Estariam preservados o sentido e a correção gramatical do texto caso se


substituísse "encontram-se" (linha 6) por são encontradas.
Comentário: Na expressão "encontram-se alusões", o verbo "encontram" é
transitivo direto, o pronome "se" é apassivador e o substantivo "alusões" é o
sujeito paciente. Essa construção está na voz passiva sintética. O que a banca
nos testou foi a transposição para a voz passiva analítica: as alusões são
encontradas. Assim, a questão está correta.
Gabarito: C

9 O emprego de vírgula logo após o vocábulo "indicações" (linha 8) é


obrigatório.
Comentário: A vírgula após "indicações" é obrigatória porque sinaliza a
antecipação da oração subordinada adverbial de finalidade "Para apreciar o
valor e o significado dessas indicações".
Gabarito: C

10 O vocábulo "onde" (linha 14) poderia ser corretamente substituído por


aonde.
Comentário: O vocábulo "onde" é um pronome relativo na função de adjunto
adverbial de lugar. Esse pronome é usado na retomada de um lugar e quando
o verbo de sua oração demonstre processo estático (parado), como vimos na
aula de orações adjetivas. Veja a estrutura: Ele (sujeito) tinha (verbo
transitivo direto) amigos (objeto direto). O vocábulo "Onde" representa o

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termo "outros lugares" e está na função de adjunto adverbial de lugar. A
banca nos pediu para inserir a preposição "a" (aonde). Isso só iria acontecer
se o verbo exigisse essa preposição, como "aonde vou, retorno, chego".
Assim, esse contexto não admite tal preposição.
Gabarito: E

11 A flexão de plural na forma verbal "podiam" (linha 22) justifica-se pela


concordância com "anotações" (linha 21).
Comentário: O substantivo "anotações" é o núcleo do sujeito da locução
verbal "podiam ter". Por isso, a questão está correta.
Gabarito: C

Texto para os itens de 10 a 17

1 Os garotos da Rua Noel Rosa


onde um talo de samba viça no calçamento,
viram o pombo-correio cansado
confuso
5 aproximar-se em voo baixo.

Tão baixo voava: mais raso


que os sonhos municipais de cada um.
Seria o Exército em manobras
ou simplesmente
10 trazia recados de ai! amor
à namorada do tenente em Aldeia Campista?

E voando e baixando entrançou-se


entre folhas e galhos de fícus:
era um papagaio de papel,
15 estrelinha presa, suspiro
metade ainda no peito, outra metade
no ar.

Antes que o ferissem,


pois o carinho dos pequenos ainda é mais desastrado
20 que o dos homens
e o dos homens costuma ser mortal
uma senhora o salva
tomando-o no berço das mãos
e brandamente alisa-lhe
25 a medrosa plumagem azulcinza
cinza de fundos neutros de Mondrian
azul de abril pensando maio.

283235-58-Brasil
dizia o anel na perninha direita.
30 Mensagem não havia nenhuma

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ou a perdera o mensageiro
como se perdem os maiores segredos de Estado
que graças a isto se tornam invioláveis,
ou o grito de paixão abafado
35 pela buzina dos ônibus.
Como o correio (às vezes) esquece cartas
teria o pombo esquecido
a razão de seu voo?

Ou sua razão seria apenas voar


40 baixinho sem mensagem como a gente
vai todos os dias à cidade
e somente algum minuto em cada vida
se sente repleto de eternidade, ansioso
por transmitir a outros sua fortuna?

45 Era um pombo assustado "


perdido
e há perguntas na Rua Noel Rosa
e em toda parte sem resposta.

Pelo quê a senhora o confiou


50 ao senhor Manuel Duarte, que passava
para ser devolvido com urgência
ao destino dos pombos militares
que não é um destino.
Carlos Drummond de Andrade. Pombo-correio. In: Carlos
Drummond de Andrade: obra completa. Rio de Janeiro: Nova
Aguilar, 2002, p. 483. Internet: <www.releituras.com>.

No que concerne às ideias do texto e a sua tipologia, julgue os itens que se


seguem.
12 O texto pode ser considerado, simultaneamente, poético e narrativo.
Comentário: O texto é poético porque é construído em versos, as palavras
são escolhidas não só pelo sentido, mas também pela sonoridade, ritmo etc.
Podemos lembrar que uma música também é poética. Assim, não são
quaisquer palavras que se encaixam numa música, concorda? Deve haver
uma escolha dos vocábulos para soarem bem quando cantamos. O mesmo
ocorreu neste poema.
O texto também é narrativo, porque há uma evolução temporal, com
verbos que marcam ações (viram, voava, trazia) de alguns personagens (os
meninos, o pombo-correio) em um cenário (um deles é a Rua Noel Rosa).
Gabarito: C
13 Conforme explicitado nos versos "Antes que o ferissem" (verso 18) e "uma
senhora o salva" (verso 22), os meninos que encontraram o pombo-correio
na rua tinham intenção de machucá-lo.
Comentário: Note que, nos versos 19 e 20, houve uma explicação de uma

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senhora o salvar: "pois o carinho dos pequenos ainda é mais desastrado que
o dos homens". Assim, ela teve medo de que as crianças pudessem machucá-
lo sem querer.
Gabarito: E
14 Conclui-se da leitura do texto que o pombo-correio estava confuso porque
havia perdido a correspondência que deveria entregar.
Comentário: A questão faz alusão ao seguinte trecho: "Como o correio (às
vezes) esquece cartas teria o pombo esquecido a razão de seu voo?".
Esta é a chamada pergunta retórica. Note que não houve uma resposta a esta
pergunta. Assim, não houve causa explícita para o estado confuso do pombo-
correio.
Gabarito: E
15 De acordo com o poeta, invioláveis, de fato, são os segredos de Estado que
se perdem pelo caminho.
Comentário: Esta é uma típica questão pontual, em que a banca localiza no
texto o elemento de interpretação, além de ser uma interpretação literal, pois
os dados estão explícitos no texto. Releia os versos 30 a 33:
"Mensagem não havia nenhuma / ou a perdera o mensageiro / como se
perdem os maiores segredos de Estado / que graças a isto se tornam
invioláveis,"
O adjunto adverbial "graças a isto" aponta a causa de os segredos de
Estado se tornarem invioláveis. Note que o pronome isto retoma a oração
"como se perdem os maiores segredos de Estado". Assim, literalmente vemos
que os segredos de Estado que se perdem pelo caminho são invioláveis.
Gabarito: C
16 Infere-se da sexta estrofe do texto que as pessoas, a maior parte do
tempo, passam despercebidas, isto é, sem chamar a atenção das outras
pessoas.
Comentário: Veja que na sexta estrofe há o vestígio necessário para
entendermos a questão como correta:
"... somente algum minuto em cada vida se sente repleto de eternidade,
ansioso por transmitir a outros sua fortuna?".
Se em algum minuto em cada vida a gente se sente repleto de
eternidade, ansioso por transmitir a outros a fortuna (chamar a atenção de
outros), então concluímos que o poeta quis dizer que normalmente as
pessoas não são notadas (passam despercebidas).
Esta é mais uma interpretação com dados implícitos.
Gabarito: C

17 Na sétima estrofe, o poeta denota seu descontentamento com o fato de


não haver resposta a todas as perguntas.
Comentário: Note que a interpretação expressa pela questão extrapolou
aquilo que o texto diz. Não há evidências (vestígios) no texto que nos façam

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interpretar que o autor esteja descontente com o fato de não haver resposta a
todas as perguntas.
Gabarito: E
18 Infere-se da leitura do texto que os pombos-correios só voam baixo
quando estão cansados e confusos.
Comentário: Lembre-se do que falamos sobre a interpretação de texto com
palavra categórica. Veja que a palavra "só" enfatiza que o voo baixo seja
sempre determinado pelo cansaço e confusão. Isso extrapola o entendimento
do texto.
Gabarito: E

No que se refere à estrutura linguística e vocabular do texto, julgue os itens a


seguir.
19 As palavras "ônibus" e "invioláveis" são acentuadas de acordo com a
mesma regra de acentuação gráfica..
Comentário: O vocábulo "ônibus" é acentuado por ser proparoxítono e
"invioláveis" é acentuado por ser paroxítono terminado em ditongo oral,
seguido de "s". Assim, as regras são diferentes.
Gabarito: E

20 A forma verbal "viça" (v.2), empregada, no texto, com sentido conotativo,


significa manifesta-se com força.
Comentário: O verbo "viçar" tem o sentido literal de "vicejar,, brotar
exuberantemente, produzir, lançar", muito utilizado em referência a vegetais:
Campos e florestas viçam na primavera (isto é, brotam, crescem suas
plantas).
Este valor denotativo pode se estender ao conotativo, significando
transparecer com exuberância, ostentar-se, alastrar-se, aumentar:
Seus conhecimentos viçam (vicejam) ao ritmo do bom estudo.
Assim, no texto, o verbo "viça" pode ser entendido como "manifesta-se
com força":
"Os garotos da Rua Noel Rosa onde um talo de samba viça no calçamento..."
Gabarito: C

21 Do ponto de vista sintático, pode-se atribuir à expressão "à namorada"


(verso 11) a função de complemento da forma verbal "trazia" (verso 10) ou
do nome "amor" (verso 10); em ambas as possibilidades de interpretação,
o sentido do período permanece o mesmo.
Comentário: A banca testou nossos conhecimentos de objeto indireto
(complemento verbal indireto) e complemento nominal. Veja:
(O pombo-correio) trazia recados de ai! amor à namorada do tenente
sujeito + VTDI + OD + OI

O contexto nos mostra, então, que a expressão "à namorada" faz parte
do objeto indireto do verbo "trazia".
Se forçarmos uma estrutura para compreendermos como essa

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expressão como complemento nominal de "amor", haveria mudança de
sentido, pois "à namorada" deixaria de ser o destino do verbo "trazia" (trazia
à namorada), para ser o destino do "amor" (amor à namorada).
Por tudo isso, a questão está errada.
Gabarito: E

22 O vocábulo "o" empregado nos versos 18, 22 e 23 desempenha função de


complemento verbal.
Comentário: Os verbos "ferissem", "salva" e "tomando" são transitivos
diretos. Com isso, o pronome "o", nas três ocorrências, tem função sintática
de objeto direto. Portanto, são complementos verbais.
Gabarito: C

Tendo em vista as normas que regem a redação de correspondências oficiais,


julgue os itens seguintes.
23 O emprego da linguagem técnica, com a utilização de termos específicos de
determinada área do conhecimento, deve ser privilegiado em expedientes
destinados a órgãos públicos.
Comentário: Vimos na aula passada, no item 1.2. A Linguagem dos Atos e
Comunicações Oficiais, que "A linguagem técnica deve ser empregada apenas
em situações que a exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado."
Portanto, esta linguagem não deve ser privilegiada numa
correspondência oficial, fazendo com que a questão esteja errada.
Gabarito: E

24 Como medida de proteção aos servidores da administração pública, a


identificação do signatário é facultativa nos expedientes oficiais.
Comentário: Veja o que trabalhamos no item 2.3. Identificação do
Signatário: "Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da
República, todas as demais comunicações oficiais devem trazer o nome e o
cargo da autoridade que as expede, abaixo do local de sua assinatura."
Assim, a identificação do signatário é obrigatória.
Gabarito: E

25 Nas correspondências oficiais, a informação deve ser prestada com clareza


e concisão, utilizando-se o padrão culto da linguagem.
Comentário: Cobrou-se literalmente o previsto no item 1. O que é Redação
Oficial. Veja:
"A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do padrão
culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade."
Gabarito: C

26 Admite-se o uso de expressões de cunho pessoal na identificação nominal


do signatário e do destinatário de correspondências oficiais.

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Comentário: Vimos que a correspondência oficial deve ser impessoal. Assim,
expressões de cunho pessoal devem ser abolidas de sua linguagem.
Gabarito: E

Prova 2

(Secretaria da Educação AM - nível superior)

1 A dúvida nos mete medo. Interrogar, determinar com exatidão,


situar-se; todos esses atos de liberdade, de decisão e de responsabilidade
são terrivelmente angustiantes; trata-se de angústia análoga àquela de
uma criança que rompe o cordão que a liga a seus pais, a seus mestres,
5 aos grupos dos quais faz parte e vai perdendo assim a doce segurança da
dependência, da obediência, do conformismo. Essa angústia é inevitável:
ela leva o selo da existência; nela se exprime a vertigem perante a
liberdade. Não se trata, nessas condições, de querer liquidar a angústia,
mas de saber se o homem deve procurar evitá-la, fugir dela por qualquer
10 saída, ou se, em vez disso, deve aceitá-la e aventurar-se a viver longe da
terra firme.
Ora, o que vale para a existência em geral vale também e muito
particularmente para aqueles que estão ligados à educação, que é, na
realidade, grande geradora de angústias. De um lado, toda relação
15 pedagógica é fonte de tensão, de desequilíbrio para aqueles que a vivem,
na medida em que ela os implica naquilo que são, os interroga, coloca em
questão suas preferências, seus valores, seus atos, sua maneira de ser,
seu projeto de existência. Por outro lado, essa tensão e essa interpelação
vão além dos envolvidos como atores particulares e individuais, pois o que
20 importa pedagogicamente é o projeto educativo-histórico de uma
sociedade no interior da qual a pedagogia desempenha papel importante.
A educação faz com que toda a nossa sociedade se interrogue a respeito
de si mesma, se debata e se busque. Educar é reproduzir ou transformar:
repetir servilmente aquilo que foi, optar pela segurança do conformismo,
25 pela fidelidade à tradição ou, ao contrário, fazer frente à ordem
estabelecida e correr o risco da aventura; é querer que o passado
configure todo o futuro ou partir desse passado para construir outra coisa.
Moacir Gadotti. Educação e poder: introdução à pedagogia do
conflito. São Paulo: Cortez, 1998, p. 18 (com adaptações).

Acerca do texto acima, julgue os itens de 1 a 8.


1 Para o autor do texto, os conflitos gerados na relação pedagógica são
restritos àqueles diretamente envolvidos nessa relação: professores, alunos
e outros agentes do sistema educacional.
Comentário: Perceba que a questão restringiu os conflitos gerados na relação
pedagógica somente a professores, alunos e outros agentes do sistema
educacional. Isso não está previsto no texto, e um dos vestígios que negam
esta interpretação se encontra nas linhas 18 a 21.
Veja:

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"Por outro lado, essa tensão e essa interpelação vão além dos envolvidos
como atores particulares e individuais, pois o que importa
pedagogicamente é o projeto educativo-histórico de uma sociedade no interior
da qual a pedagogia desempenha papel importante."
Assim, toda a sociedade é envolvida.
Gabarito: E

2 A educação é apresentada no texto como mecanismo que leva


necessariamente à mudança, em consequência dos questionamentos e das
tensões que ocorrem em sala de aula.
Comentário: O conceito de "educar" no texto é:
"reproduzir ou transformar: repetir servilmente aquilo que foi,
optar pela segurança do conformismo, pela fidelidade à tradição ou, ao
contrário, fazer frente à ordem estabelecida e correr o risco da aventura; é
querer que o passado configure todo o futuro ou partir desse passado para
construir outra coisa." (linhas 23 a 27)
Dessa forma, entendemos que a educação possui dois polos: a
continuação da tradição ou a transformação do que a sociedade tem como
princípio.
Portanto, a educação não leva necessariamente à mudança. Além
disso, perceba como a questão limitou muito a causa disso: ser "consequência
dos questionamentos e das tensões em sala de aula".
Gabarito: E

3 No trecho "A dúvida (...) angustiantes" (linhas 1 a 3), os verbos


"Interrogar", "determinar" e "situar-se", empregados em sua forma nominal
de infinitivo, exercem a função de sujeito da oração em que ocorrem; por
isso, a forma verbal "são" está empregada no plural.
Comentário: Na nossa aula 1, falamos sobre os tipos de aposto.
Comentamos lá que um dos tipos de aposto é o resumitivo ou recapitulativo,
em que um pronome indefinido (todo, tudo etc) resume o termo anterior e faz
com que o verbo concorde com esse pronome e não com o termo enumerado
anteriormente.
Na aula 5, vimos que os verbos no infinitivo, dependendo do contexto,
podem ter valor de substantivo (veja isso no item "O que são formas
nominais?" daquela aula).
Esta questão cobrou justamente esses dois conhecimentos. Os verbos
"Interrogar", "determinar" e "situar-se" estão no infinitivo e têm valor de
substantivo. Assim, formam o sujeito composto. Porém, eles são retomados
pela expressão "todos esses atos" na função de aposto recapitulativo e por
isso o verbo concorda com o núcleo "atos".
Veja:
"Interrogar, determinar com exatidão, situar-se; todos esses atos de
liberdade, de decisão e de responsabilidade são terrivelmente angustiantes"

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4 Seriam mantidos a correção gramatical e o sentido original do texto se, na


linha 3, o ponto e vírgula empregado logo após "angustiantes" fosse
substituído por ponto e o termo "trata-se" fosse iniciado com letra
maiúscula.
Comentário: Percebe-se no texto que o ponto e vírgula liga duas orações
coordenadas. Vimos na aula demonstrativa que elas são consideradas
independentes, por isso muitas vezes podem ser transformadas em períodos
distintos. A oração iniciada por "trata-se" tem valor explicativo. Ao se trocar o
ponto e vírgula por ponto final antes deste verbo, naturalmente devemos
iniciar o novo período com letra maiúscula. Veja:
"...todos esses atos de liberdade, de decisão e de responsabilidade são
terrivelmente angustiantes. Trata-se de angústia análoga àquela de uma
criança..." .
Gabarito: C

5 No texto, a noção do familiar contrapõe-se à ideia do novo e do


desconhecido e é referida por expressões como "dependência" (linha 6),
"conformismo" (linha 6), "terra firme" (linha 11), "reproduzir" (linha 23),
"repetir" (linha 24) e "fidelidade à tradição" (linha 25), entre outras.
Comentário: Algumas pessoas erraram esta questão por esperarem que as
palavras citadas deveriam estar relacionadas à oposição entre o tradicional e o
novo. Mas veja o que a questão afirmou:
"No texto, a noção do familiar contrapõe-se à ideia do novo e do
desconhecido e (essa noção do familiar, tradicional, conhecido) é referida por
expressões como... "
Agora entendemos que as palavras destacadas do texto devem se referir
àquilo que é tradicional (familiar, conhecido). Todas elas fazem referência a
este campo semântico. Confira isso grifando estas palavras no texto.
Portanto, a questão está correta.
Gabarito: C

6 Infere-se do texto que a dúvida e a angústia a ela associada são traços


inerentes à existência e ao desenvolvimento humanos.
Comentário: No texto se observa que a "dúvida nos mete medo" (linha 1) e
se transforma em uma "angústia inevitável" (linha 6). Assim, uma se associa
a outra. Podemos entender que elas são traços inerentes à existência e ao
desenvolvimento humanos, porque no texto há dados explícitos e implícitos
que comprovam isso. Veja:
Foi dito na linha 7 que essa "angústia leva o selo da existência", isto é,
algo natural na vida do ser humano porque é um ser pensante.
Nas linhas 10 e 11, a expressão "aventurar-se a viver longe da terra
firme" é uma linguagem conotativa que subentende a ideia de inquietar-se
rumo ao desenvolvimento (longe da terra firme = longe do que é padrão,

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rótulo, tradicional). Isso é confirmado com a expressão "é querer (...) partir
desse passado para construir outra coisa". Esta outra coisa é a busca do
novo rumo ao desenvolvimento.
Portanto, a questão está correta.
Gabarito: C

7 O trecho "vertigem perante a liberdade" (linhas 7 e 8) retrata, no texto, a


condição de incerteza e insegurança que tipicamente ocorre em situações
em que muitas opções estão abertas àquele que deve decidir.
Comentário: Esta expressão se encontra no seguinte trecho:
"Essa angústia é inevitável: ela leva o selo da existência; nela se
exprime a vertigem perante a liberdade."
A palavra "vertigem" traduz as nossas incertezas, inseguranças, receios
que temos ao nos depararmos com a necessidade de decidir, justamente por
termos liberdade de escolha. O início, do texto já nos mostra que essas
escolhas ocorrem desde a infância, algo natural da existência do ser humano.
Portanto, a questão está correta.
Gabarito: C

8 Em "Não se trata" (linha 8), a partícula "se" poderia ser corretamente


empregada após o verbo, escrevendo-se Não trata-se.
Comentário: O advérbio "Não" é palavra atrativa, por isso o pronome oblíquo
átono "se" obrigatoriamente ficará antes do verbo "trata" (próclise).
Gabarito: E

1 Uma aula é como comida. O professor é o cozinheiro. O aluno é


quem vai comer. Se a criança se recusa a comer, pode haver duas
explicações. Primeira: a criança está doente. A doença lhe tira a fome.
Quando se obriga a criança a comer quando ela está sem fome, há
5 sempre o perigo de que ela vomite o que comeu e acabe por odiar o ato
de comer. É assim que muitas crianças acabam por odiar as escolas. O
vômito está para o ato de comer como o esquecimento está para o ato de
aprender. Esquecimento é uma recusa inteligente da inteligência.
Segunda: a comida não é a comida que a criança deseja comer: nabo
10 ralado, jiló cozido, salada de espinafre... O corpo é um sábio: não come
tudo o que jogam para ele, mas opera com um delicado senso de
discriminação. Algumas coisas ele deseja. Prova. Se são gostosas, ele
come com prazer e quer repetir. Outras não lhe agradam, e ele recusa. Aí
eu pergunto: "O que se deve fazer para que as crianças tenham vontade
15 de tomar sorvete?". Pergunta boba. Nunca vi criança que não estivesse
com vontade de tomar sorvete. Mas eu não conheço nenhuma mágica que
seja capaz de fazer que uma criança seja motivada a comer salada de jiló
com nabo. Nabo e jiló não provocam sua fome.
(...)
20 As crianças têm, naturalmente, um interesse enorme pelo mundo.
Os olhinhos delas ficam deslumbrados com tudo o que veem. Devoram

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tudo. Lembro-me da minha neta de um ano, agachada no gramado
encharcado, encantada com uma minhoca que se mexia. Que coisa
fascinante é uma minhoca aos olhos de uma criança que a vê pela
25 primeira vez! Tudo é motivo de espanto. Nunca esteve no mundo. Tudo é
novidade, surpresa, provocação à curiosidade. Quando visitei uma reserva
florestal no Espírito Santo, a bióloga encarregada de educação ambiental
me contou que era um prazer trabalhar com as crianças. Não era
necessário nenhum artifício de motivação. As crianças queriam comer
30 tudo o que viam. Tudo provocava a fome dos seus olhos: insetos,
pássaros, ninhos, cogumelos, cascas de árvores, folhas, bichos, pedras.
(...) Os olhos das crianças têm fome de coisas que estão perto. (...) São
brinquedos para elas. Estão naturalmente motivadas por eles. Querem
comê-los. Querem conhecê-los.
Rubem Alves. Por uma educação romântica.
Campinas: Papirus, 2002, p. 82-4 (com adaptações).

A respeito das ideias veiculadas no texto acima e de suas estruturas


linguísticas, julgue os itens de 9 a 15.

9 A predominância, no texto, das formas verbais no presente do indicativo


tem o efeito de dar aos fatos apresentados o caráter de fatos reais,
habituais e naturais, o que reforça os argumentos do autor com relação
aos processos de aprendizagem das crianças.
Comentário: Lembre-se de nossa aula 5, em que comentamos sobre o
emprego do presente do indicativo. Ele muitas vezes é usado para expressar
processos habituais, regulares, ou aquilo que tem validade permanente. Os
verbos no texto transmitem justamente isso. Procuram dar uma validade
permanente, transmitir uma verdade.
Gabarito: C

10 O autor constrói seu texto com base na comparação entre o ato de comer e
o de aprender ou conhecer, relação que explicita no trecho "Querem comê-
los. Querem conhecê-los" (linhas 33 e 34).
Comentário: Realmente o texto se estrutura em torno da comparação entre
comer e aprender. Com isso, o autor quer transmitir que o aprendiz deve ser
motivado a gostar do que deve aprender, assim como a criança come aquilo
de que gosta. A conclusão do texto reforça isso, pois as crianças querem
tocar, "comer" tudo que está a sua volta; com isso, ela aprende.
Gabarito: C

11 O texto é predominantemente argumentativo; nele, o autor expõe suas


ideias de forma a convencer o leitor e usa, para esse fim, imagens do
mundo real e exemplos tirados de sua própria experiência.
Comentário: Percebemos no texto que o autor faz uma comparação entre o
ato de comer e aprender para nos ambientar ao tema educação. A partir daí,
lança situações para nos provar seus pensamentos.
Podemos perceber várias imagens do mundo real. Um delas é a

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referência a uma criança que vê as minhocas, os bichos etc.
Quando o autor comenta de sua visita a uma reserva ambiental,
transmite aí exemplos também de sua experiência.
Gabarito: C

12 Na linha 21, a forma verbal "Devoram" está no plural para concordar com
seu sujeito: "As crianças" (linha 20).
Comentário: A referência ao plural do verbo "devoram" tem base no
substantivo "olhinhos". Os olhinhos delas devoram tudo.
Gabarito: E

13 No período "Nunca esteve no mundo" (linha 25), o sujeito oculto da forma


verbal "esteve" refere-se a "uma minhoca" (linha 24), e "Nunca" e "no
mundo" exercem a função de adjunto adverbial.
Comentário: O verbo "esteve" encontra-se no singular por fazer referência à
expressão "uma criança". Tudo é novidade, motivo de espanto para ela, pois
nunca (ela) esteve no mundo. Esse é o erro da questão.
Mas está correta a interpretação de que "Nunca" e "no mundo" são
adjuntos adverbiais. O primeiro tem valor de tempo; o segundo, de lugar.
Gabarito: E

14 Ao utilizar formas típicas da linguagem oral e coloquial, produzindo um


texto com tom predominantemente informal, o autor aproxima-se do leitor.
Comentário: Normalmente, quando escritores cultos utilizam a linguagem
informal, sua intenção é realmente aproximar-se do público. Essa liberdade na
linguagem deixa por vezes o texto mais convidativo, e foi isso que ocorreu
neste texto.
Numa linguagem formal, normalmente se evitam palavras como
"vômito" (linha 7), "vomite" (linha 5), "boba" (linha 15). É natural que o autor
as substituísse por vocábulos mais adequados. Não se quer dizer com isso que
essas palavras são apenas da linguagem coloquial, é que soa muito forte e
acaba por desprestigiar o tom de seriedade da formalidade.
Outra construção típica da informalidade é a repetição de palavras. Um
exemplo é a expressão "inteligente da inteligência" (linha 8). Neste texto, isso
criou um jogo de palavras interessante, mas num texto formal não
transmitiria tanto prestígio.
Além disso, perceba o vocábulo "Prova" (linha 12) como uma frase.
Normalmente ele precisaria de outros termos para ser mais claro. Mas a
liberdade da informalidade nos mostrou que esse vocábulo seria entendido
como um período conclusivo: Portanto, ele prova.
O uso do vocábulo "aí" (linha 13) como elemento de encadeamento
conclusivo. Normalmente se usa uma conjunção conclusiva: "Então",
"Portanto", "Por isso".
Gabarito: C

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PROFESSOR: DÉCIO TERROR
15 O emprego das vírgulas logo após "sem fome" (linha 4) e "gostosas" (linha
12) é facultativo; essas vírgulas poderiam, portanto, ser omitidas sem
prejuízo para a correção gramatical do texto.
Comentário: A vírgula após a expressão "sem fome" ocorre por antecipação
da oração subordinada adverbial temporal "Quando se obriga a criança a
comer quando ela está sem fome". Por isso, a vírgula é obrigatória. Note que
esta estrutura possui internamente outras orações ("a comer"; "quando ela
está com fome") que não possuem vírgulas. Mas o que importa é o conjunto,
toda a estrutura está antecipada e possui um valor adverbial de tempo.
"Quando se obriga a criança a comer quando ela está sem fome, há sempre o
perigo... "
1. Quando se obriga a criança: oração subordinada adverbial temporal em
relação à oração 4.
2. a comer: oração subordinada substantiva objetiva indireta em relação à
oração 1.
3. quando ela está sem fome: oração subordinada adverbial temporal em
relação à oração 2.
4. há sempre o perigo: oração principal.
A vírgula após "gostosas" ocorre por antecipação da oração subordinada
adverbial condicional "Se são gostosas". Portanto, esta vírgula também é
obrigatória.
Gabarito: E

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P O R T U G U Ê S P/ T S E ( T E O R I A E Q U E S T Õ E S C O M E N T A D A S )
PROFESSOR: DÉCIO TERROR
SOTA. SIM,
WORMWOOD? CALVIN?

PEIO MENOS AS NOSSAS


TELEVISÕES NOS ENTENDEM,

Bill Watterson. Felino selvagem psicopata homicida: um livro de Calvin e


Haroldo por Bill Watterson. Vol. 2. Best News: Cambuci/SP, 1996, p. 9.

Julgue os itens de 16 a 19 com referência à tirinha ilustrada acima, que mostra


diálogo entre o personagem Calvin e a sua professora, Srta. Wormwood.
16 O texto aborda, de forma cômica, a distância entre a linguagem mais
atraente ao aluno e a linguagem e os meios empregados na prática de sala
de aula pela professora de Calvin.
Comentário: A tirinha nos mostra que a nova geração (a de Calvin) está
exposta à mídia, aos meios televisivos. A frustração dele ocorre porque está
adaptado a uma linguagem mais fácil, interativa, enquanto a professora utiliza
os livros. Na visão dele, são meios menos instigantes. Assim, a questão está

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PORTUGUÊS P/ TSE (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS)
PROFESSOR: DÉCIO TERROR
correta.
Gabarito: C

17 É correto concluir da leitura da tirinha que a professora tem a tendência de


acolher as críticas feitas por Calvin e de adotar práticas novas com base
nessas críticas.
Comentário: A fala da professora é o indício que nos prova o não
acolhimento do pedido de Calvin. Note que ela nem resposta deu a Calvin.
Isso nos faz crer que ela não tem tendência de acolher as críticas, nem de
adotar novas práticas.
Gabarito: E

18 O texto da fala de Calvin no segundo quadrinho poderia ser corretamente


reescrito em registro formal, para uso em outra situação comunicativa em
que o aluno se dirigisse, por exemplo, por escrito à professora, da seguinte
forma: Tendo em vista o fato de que a geração mais nova tem mais
facilidade para absorver informações veiculadas pelos meios de
comunicação visual, solicito à professora, Srta. Wormwood, que apresente
o conteúdo em forma de videoclipe.
Comentário: A linguagem expressa na questão é realmente formal,
encontra-se dentre os padrões da norma culta e permanece com a mesma
informação. Note que essa linguagem cria um distanciamento natural. Assim,
é importante perceber que a questão informou que seria utilizado em outra
situação comunicativa. Por tudo isso, está correta a questão.
Gabarito: C

19 Nas duas falas da professora, o emprego da vírgula é obrigatório devido à


presença do vocativo: "Calvin", no primeiro quadrinho, e "classe", no
segundo.
Comentário: Podemos notar que os substantivos "Calvin" e "classe" estão
separados por vírgula, porque o vocativo (chamamento) deve ser isolado por
este sinal de pontuação do restante do enunciado.
Gabarito: C

Considerando que, em determinada escola, a diretora deva escrever um


documento ao ocupante do cargo de secretário de educação, solicitando-lhe
prioridade na reforma da escola, julgue os itens seguintes com base nos
princípios da correspondência oficial.
20 Devem constar do documento a data de sua emissão, a referência ao
assunto tratado e a identificação do emitente, no caso, a diretora.
Comentário: Como há solicitação de algo ao secretário de educação, o
documento ideal seria o ofício. Vimos na aula anterior, no item 3.1, as partes
de um documento de padrão-ofício. Dentre eles, temos "b) o local e a data",
"c) o assunto tratado", "h) identificação do signatário".
Portanto, a questão está correta.
Gabarito: C
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21 No documento, deve ser empregado o pronome de tratamento Vossa
Excelência, forma correta para correspondência dirigida a secretários de
estado.
Comentário: A banca anulou a questão porque gerou dúvida ao candidato.
Nem sempre o secretário de educação será secretário de estado. O ideal seria
considerar a questão como errada, mas a banca preferiu anulá-la.
Gabarito: ANULADA
22 Ao final do documento, após apresentar seu pedido, a diretora deverá
utilizar, como fecho, qualquer uma das seguintes expressões:
Atenciosamente, Respeitosamente, Gentilmente, Com respeito e
admiração.
Comentário: No documento padrão-ofício, há apenas dois fechos:
"Atenciosamente" e "Respeitosamente". Neste contexto, caberia apenas
"Respeitosamente", por se tratar de cargo hierarquicamente superior.
Gabarito: E

Prova 3

(TRT RJ - 2008 - nível superior)

Formalidade bate recorde


1 Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED)
divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) apontam
para a criação de 554 mil postos de trabalho com carteira assinada no
primeiro trimestre deste ano, o que representa recorde histórico para esse
5 período. A série de dados do CAGED tem início em 1992. Contra os três
primeiros meses de 2007, quando foram criadas 399 mil vagas (recorde
anterior), segundo informações do MTE, o crescimento no número de
empregos formais criados foi de 38,7%. "Esse primeiro trimestre, como
dizem meus filhos, bombou", afirmou o ministro do Trabalho a jornalistas.
10 Para o ano de 2008 fechado, o ministro manteve a previsão de criação de
1,8 milhão de postos de trabalho com carteira assinada. "Vai ser novo
recorde, apesar da taxa de juros", disse ele em referência à decisão do
Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central de elevar os juros
de 11,25% para 11,75% ao ano. Em 2007, recorde para um ano fechado,
15 foram criados 1,61 milhão de empregos formais.
Segundo o ministro, a demanda interna permanece "muito
aquecida". "Esse aumento de 0,5 ponto percentual na taxa de juros, até
chegar ao consumidor, demora. Quem compra fogão, geladeira e carro a
prazo vai perceber um aumento real de juros maior do que 0,5 ponto
20 percentual. Pode haver uma diminuição na escalada de compra de bens
duráveis", disse ele. Para o ministro do Trabalho, a decisão do COPOM de
subir os juros neste mês, e nos subseqüentes, conforme projeção do
mercado financeiro, pode impactar um pouco a criação de empregos
formais mais para o final de 2008. "Esses próximos três meses vão
25 continuar sendo muito fortes na criação de empregos com carteira

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assinada", avaliou ele.
O ministro do Trabalho classificou a decisão do COPOM de subir os
juros de "precipitada". "É um erro imaginar que há inflação no Brasil.
Temos alguns produtos subindo de preços, como o trigo e outros produtos,
30 por causa das chuvas, ou falta de chuvas. Os preços dos bens duráveis
(fogões, geladeiras e carros, por exemplo, que são impactados pela
decisão dos juros) não estão aumentando", disse ele a jornalistas. O
ministro avaliou, entretanto, que o impacto maior se dará nas operações
de comércio exterior. Isso porque a decisão sobre juros tende a trazer
35 mais recursos para o Brasil e, com isso, pressionar para baixo o dólar.
Dólar baixo, por sua vez, estimula importações e torna as vendas ao
exterior mais caras. Por conta principalmente do dólar baixo, a balança
comercial teve queda de 67% no superávit (exportações menos
importações) no primeiro trimestre deste ano. A criação de empregos
40 formais no primeiro trimestre deste ano cresceu em quase todos os
setores da economia. No caso da indústria de transformação, por exemplo,
foram criadas 146 mil vagas nos três primeiros meses deste ano, contra
110 mil em igual período de 2007.
Tribuna do Brasil, 11/4/2008. Internet: <www.tribunadobrasil.com.br>
(com adaptações).

1. De acordo com o texto,


(A) já foram criados 1,8 milhão de empregos com carteira assinada no
primeiro trimestre de 2008.
(B) a elevação da taxa de juros poderá influenciar negativamente a criação de
novos empregos, segundo o ministro do Trabalho.
(C) os preços dos eletrodomésticos e dos automóveis vão ter um aumento real
de 0,5 por cento em 2008.
(D) a demanda interna aquecida provocará uma diminuição de compra de bens
duráveis pelos consumidores.
(E) a indústria de transformação foi o setor da economia que mais cresceu em
2007.
Comentário: Na alternativa (A), foi afirmado que "Já foram criados 1,8
milhão de empregos com carteira assinada no primeiro trimestre de 2008.";
porém se observa que, no texto, houve apenas uma previsão para todo o ano,
não apenas para o primeiro trimestre. Observe a linha 6: "Para o ano de 2008
fechado, o ministro manteve a previsão de criação de 1,8 milhão de postos de
trabalho com carteira assinada."
Na alternativa (B), perceba que a afirmação do segundo parágrafo é
praticamente igual à desta alternativa. Abaixo serão inseridos a frase da
alternativa (B) e o trecho do texto que comprova que esta alternativa está
correta. Compare:
Frase da alternativa B: "a elevação da taxa de juros poderá influenciar
negativamente a criação de novos empregos, segundo o ministro do
Trabalho."

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PROFESSOR: DÉCIO TERROR
Texto: "Para o ministro do Trabalho, a decisão do COPOM de subir os juros
neste mês, e nos subseqüentes, conforme projeção do mercado financeiro,
pode impactar um pouco a criação de empregos formais mais para o final de
2008." (linhas 21 a 24).
Ao confrontarmos os elementos sublinhados, percebemos que eles são
sinônimos contextuais. À época desta prova, alguns alunos perguntaram por
que essa seria a alternativa correta, se no texto se falou "criação de empregos
formais" e na alternativa (B) está a expressão "novos empregos". A resposta é
simples: se haverá dificuldade de novos empregos, é lógico que, pelo
contexto, o qual retrata a formalidade, o primeiro a ser afetado é o emprego
formal.
Na alternativa (C), deve-se perceber que, nas linhas 18 e 20 do texto,
temos:
"Quem compra fogão, geladeira e carro a prazo vai perceber um aumento
real de juros maior do aue 0,5 ponto percentual." e a alternativa (C) "os
preços dos eletrodomésticos e dos automóveis vão ter um aumento real de
0,5 por cento em 2008."
Na realidade, o aumento será maior que 0,5% e será percebido nos juros
somente em compras a prazo.
Na alternativa (D), o que poderá provocar "uma diminuição de compra
de bens duráveis pelos consumidores" é o aumento dos juros e não a
demanda interna aquecida.
Na alternativa (E), não há referência no texto de que a indústria de
transformação foi o setor da economia que mais cresceu em 2007. Este tipo
de alternativa colocada é chamado de extrapolação textual, pois é um dado
que não está inserido no texto, nem por elementos explícitos, nem por
implícitos (subentendidos).
Gabarito: B

2. Assinale a opção que contém uma informação correta a respeito da


estrutura do texto.
(A) O texto representa a transcrição completa da entrevista feita por
jornalistas ao ministro do Trabalho.
(B) Observam-se, claramente, no texto, argumentos em favor do aumento da
criação de postos de trabalho nas indústrias de bens duráveis.
(C) A intercalação entre os dados a respeito do crescimento da oferta de
empregos e as opiniões do ministro do Trabalho sobre esse tema
caracteriza a estrutura do texto.
(D) O texto é introduzido por meio de uma narração, em que são apresentados
o personagem (ministro) e o tempo da narrativa (o primeiro trimestre de
2008).
(E) No segundo parágrafo, é desenvolvido o seguinte tópico frasal: "Dados do
Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (...) recorde histórico
para esse período" (linhas 1 a 5).

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PORTUGUÊS P/ TSE (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS)
PROFESSOR: DÉCIO T E R R O R

Comentário: Entrevista é um gênero textual que parte de perguntas e


respostas, muito encontrado em revistas e jornais. Narrativa é um tipo de
texto que conta uma história e deve possuir elementos como personagem,
cenário, tempo (evolução temporal), narrador (alguém que conta a história),
etc. Dissertação é um tipo de texto que considera um tema, fala sobre algo,
podendo aparecer a opinião do autor (dissertativo-argumentativo) ou apenas
o relato de conteúdo, como em um livro didático (dissertativo-expositivo).
Falta agora o texto descritivo, que é uma enumeração de ações ou
características.
Na alternativa (A), é dito que "O texto representa a transcrição
completa da entrevista feita por jornalistas ao ministro do Trabalho." Vemos
como é comum nas questões da banca CESPE encontrarmos as palavras
categóricas, palavras que não admitem ressalvas, como "sempre", "nunca",
"nada", "tudo", "todo". Normalmente estão nas alternativas para eliminarmos
como errada. E aqui foi utilizado o .vocábulo "completa". Não há uma
transcrição completa da entrevista no texto. Além disso, foi dito que os
jornalistas fizeram uma entrevista ao ministro. Ele não recebeu nenhuma
entrevista, ele concedeu, partiu dele, então seria o ideal a construção
"...entrevista feita por jornalistas com o ministro."
Na alternativa (B), não se observam claramente no texto argumentos
em favor do aumento da criação de postos de trabalho nas indústrias de bens
duráveis. Pode-se até subentender, mas não está claro.
A alternativa (C) está correta, porque o texto é basicamente informativo
(dissertativo-expositivo) e está estruturado no tema do crescimento do
emprego formal no país e para isso utiliza dados de algumas instituições e as
opiniões do ministro (argumento de autoridade) como fundamento para
comprovar seu tema. Na realidade, o que a banca quer de você é que haja o
entendimento de que todo texto dissertativo possui um desenvolvimento, que
é a parte de análise do conteúdo expresso na introdução do texto. Esse
fundamento é chamado de procedimento argumentativo, que nada mais é do
que o modo como o autor analisa os argumentos para confirmar o que foi dito
na introdução. Vários são os procedimentos, como relação de causa e
consequência, exemplificação, dados numéricos, argumentos de autoridade,
confronto de posições contrárias etc.
Na alternativa (D), o primeiro parágrafo não é uma narração, há apenas
afirmações que envolvem tempo e lugar; além do mais, o tempo não está
concentrado apenas no 1° trimestre de 2008, como foi afirmado na
alternativa.
Na alternativa (E), deve-se entender que tópico frasal é a declaração
inicial de um parágrafo, que logo em seguida será desenvolvido pelos períodos
seguintes. É uma estratégia argumentativa para chamar a atenção do leitor a
respeito do que se fala no parágrafo. Perceba o tópico frasal do terceiro
parágrafo: "O ministro do Trabalho classificou a decisão do COPOM de subir os
juros de 'precipitada"'. Agora veja o do segundo parágrafo: "Segundo o
ministro, a demanda interna permanece 'muito aquecida'". Todos esses
parágrafos desenvolvem argumentos a partir do tópico apresentado. O mesmo

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ocorre com o primeiro parágrafo: "Dados do Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (CAGED) divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE) apontam para a criação de 554 mil postos de trabalho com
carteira assinada no primeiro trimestre deste ano, o que representa recorde
histórico para esse período". O erro é que o desenvolvimento ocorre, na
realidade, no primeiro parágrafo e não no segundo, conforme o descrito
nesta alternativa.
Gabarito: C

3. Com referência às idéias e às estruturas do texto, assinale a opção correta.


(A) De acordo com a argumentação textual, verifica-se que os dados do
CAGED são produzidos pelo COPOM.
(B) A palavra "Formalidade", no título do texto, remete aos postos de trabalho
em que é efetuado registro na carteira de trabalho dos empregados.
(C) Na frase que se inicia por "A série" (linha 5), a substituição da forma
verbal no presente pela forma correspondente no pretérito perfeito
alteraria o sentido do texto.
(D) De acordo com a ortografia oficial, a palavra "recorde" admite a grafia
alternativa record, que deve ser lida como palavra proparoxítona, a
exemplo do que ocorre nos textos de muitos telejornais.
(E) Na linha 16, a expressão "demanda interna" refere-se ao aumento de
postos de trabalho de que trata o primeiro parágrafo do texto.

Comentário: Na alternativa (A), não há nenhuma referência de que o COPOM


tenha produzido os dados do CAGED, como se pode observar no primeiro
parágrafo, além de se verificar que Comitê de Política Monetária (COPOM)
nada tem a ver com dados do Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (CAGED).
Na alternativa (B), note que o texto ressalta o crescimento do trabalho
formal, como os dados do CAGED que "apontam para a criação de 554 mil
postos de trabalho com carteira assinada".
Na alternativa (C), pode-se, contextualmente, trocar o presente do
indicativo pelo pretérito perfeito do indicativo, pois não alteraria o sentido: "A
série de dados do CAGED tem início em 1992." (linha 5). Isso ocorre porque o
verbo grifado encontra-se no presente do indicativo com valor de presente
histórico. Esse emprego é comum quando se quer contar um fato ocorrido no
passado, mas avivando-o utilizando o presente, como vimos na aula 5.
Na alternativa (D), a palavra "recorde" só pode ser lida como palavra
paroxítona, pois a sílaba tônica (mais forte) é "-cor-". Os telejornais preferem
o uso coloquial mais por questões de pouca afinidade entre emissoras do que
por questões linguísticas. Lembre-se de que um delas chama-se "Record".
Na alternativa (E), "demanda interna" na linha 16 nada tem a ver com
postos de trabalho, mas sim com o aquecimento do consumo interno.
Gabarito: B

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4. O texto, em que foi empregada uma linguagem simples, de fácil
compreensão, apresenta um termo típico da linguagem coloquial no trecho
(A) 'Esse primeiro trimestre, como dizem meus filhos, bombou' (linha 9).
(B) "Segundo o ministro, a demanda interna permanece 'muito aquecida'"
(linha 16).
(C) 'Pode haver uma diminuição na escalada de compra de bens duráveis'
(linhas 20 e 21).
(D) "a decisão do COPOM (...) pode impactar um pouco a criação de empregos
formais" (linhas 21 a 24).
(E) "a decisão sobre juros tende a trazer mais recursos para o Brasil" (linhas
34 e 35).

Comentário: Linguagem coloquial é o enunciado aberto, livre dos rótulos


gramaticais. Muitas vezes fere a norma culta, outras vezes simplesmente não
encontra registro gramatical. Assim, o vocábulo "bombou" faz parte da
linguagem coloquial, linguagem falada dos jovens. Por isso a alternativa (A) é
a correta. As demais alternativas, por exclusão, são vistas como registro culto,
por isso não houve necessidade de desenvolver o comentário por alternativa.
Gabarito: A

5. As conjunções destacadas nos trechos a seguir estão associadas a uma


determinada interpretação. Assinale a opção que apresenta trecho do texto
seguido de interpretação correta da conjunção destacada.
(A) "quando foram criadas 399 mil vagas" (linha 6) - proporcionalidade
(B) 'como dizem meus filhos' (linhas 8 e 9) - comparação
(C) 'É um erro imaginar que há inflação no Brasil' (linha 28) - consequência
(D) "O ministro avaliou, entretanto, que o impacto maior" (linhas 32 e 33) -
oposição
(E) "Isso porque a decisão sobre juros tende a trazer mais recursos para o
Brasil" (linhas 34 e 35) - conclusão

Comentário: Na alternativa (A), "quando" transmite valor de tempo (e não


de proporção). Sabendo isso, nós já partiríamos para a alternativa seguinte,
mas cabe aqui uma observação importante.
O vocábulo "quando", neste contexto, inicia oração subordinada adjetiva
explicativa. Portanto, é um pronome relativo na função sintática de adjunto
adverbial de tempo.
Não confunda essa estrutura com a oração subordinada adverbial
temporal, pois, na estrutura do texto, pode-se substituir "quando" por "em
que", "nos quais" (próprios do pronome relativo). A conjunção adverbial de
tempo não possibilita essa troca. Compare:
Isso ocorreu em 2007, quando foram criadas as vagas.
Oração principal + oração subordinada adjetiva explicativa (vírgula obrigatória)

Isso ocorreu quando foram criadas as vagas.


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oração principal + oração subordinada adverbial temporal (vírgula facultativa)

Na alternativa (B), a conjunção "como" transmite valor de


conformidade, podendo-se trocar por "segundo", "conforme", "consoante"; o
que não ocorre com a comparação. Normalmente, quando a conjunção "como"
tiver valor de comparação, o verbo estará subentendido e a conjunção pode
ser substituída por "tão ... quanto", "tal qual". Veja as diferenças:
Comparação: Ele agiu como o pai. (verbo subentendido: agiu / agia)
Ele agiu tal qual o pai. (verbo subentendido: agiu / agia)
Conformidade: Ele agiu como o pai ensinou.
Ele agiu consoante o pai ensinou.
Na alternativa (C), a conjunção "que" não possui valor semântico, é
apenas relacional e chamada de conjunção integrante, pois inicia oração
subordinada substantiva. O que a banca queria era que você confundisse esse
"que" com o da oração subordinada adverbial consecutiva. Para ser
consecutiva, deve haver a intensificação na oração principal com os vocábulos
"tão", "tamanho", "tanto". Veja os exemplos:
... imaginar que há inflação no Brasil. (que = conjunção integrante)
oração principal + oração subordinada substantiva objetiva direta (imaginar isso)

A inflação é tão grande que causou revoluções políticas internas.


oração principal + oração subordinada adverbial consecutiva
(que = conjunção subordinativa adverbial consecutiva)

Na alternativa (D), a oração iniciada pela conjunção "entretanto" tem


valor coordenado adversativo (oposição). Por isso esta alternativa é a correta.
Na alternativa (E), a conjunção "porque" revela valor de causa, por isso
não pode ser entendida como conclusão. As conjunções especificamente
coordenadas conclusivas são "portanto", "por isso", "por conseguinte",
"então", "logo", "assim", etc.
Gabarito: D

6. As aspas foram empregadas no texto para


(A) realçar ironicamente palavras ou expressões.
(B) destacar termos emprestados de outras línguas.
(C) indicar a interrupção de idéias que o autor começou a exprimir.
(D) marcar suspensões do pensamento, provocadas por hesitação de quem
fala.
(E) destacar as falas do ministro e os termos que ele utilizou na conversa com
jornalistas.

Comentário: É importante ler atentamente a questão, ela pediu o uso das


aspas empregadas no texto. Algumas alternativas se referem ao uso das
aspas corretamente, mas somente uma está de acordo com o contexto.
Outras se referem ao uso das reticências. Abaixo foi colocado um exemplo de
cada uso.
Na alternativa (A), as aspas podem ser usadas para realçar ironicamente

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palavras ou expressões: Ele é um à-toa, "adora" um trabalho. Perceba que as
aspas não foram empregadas com esta finalidade no texto.
Na alternativa (B), as aspas servem para destacar termos emprestados
de outras línguas: A renda "per capita" do brasileiro aumentou nos últimos
anos. (essa expressão é emprestada do latim). Perceba que as aspas não
foram empregadas com esta finalidade no texto.
Na alternativa (C), as reticências (e não as aspas) servem para indicar a
interrupção de idéias que o autor começou a exprimir:
O amor... Ah, o amor... Voltemos à vida real!
Na alternativa (D), as reticências (e não as aspas) servem marcar
suspensões do pensamento, provocadas por hesitação de quem fala:
Você... tão sozinha... Não lhe ocorre, muitas vezes, que se um homem... Não
tem vontade de casar-se...
Na alternativa (E), as aspas servem para destacar as falas do ministro e
os termos que ele utilizou na conversa com jornalista. Perceba que o texto
retirou de uma entrevista os aspectos principais para retratar o tema
formalidade, com isso as falas do ministro estão registradas com as aspas
(discurso direto), além de algumas vezes o autor querer enfatizar os termos
que ele utilizou com os jornalistas, como "precipitada", "muito aquecida", etc.
Gabarito: E

7. O texto apresenta uma oração na voz passiva no trecho


(A) "A série de dados do CAGED tem início em 1992" (linha 5).
(B) "o crescimento no número de empregos formais criados foi de 38,7%"
(linhas 7 e 8).
(C) "'Pode haver uma diminuição na escalada de compra de bens duráveis'"
(linhas 20 e 21).
(D) 'Os preços dos bens duráveis (...) não estão aumentando' (linhas 30 a 32).
(E) "No caso da indústria de transformação, por exemplo, foram criadas 146
mil vagas" (linhas 41 e 42).

Comentário: Deve-se lembrar que voz passiva é aquela em que o sujeito é


paciente e sua oração há de ter verbo com transitividade direta. Todas as
outras transitividades (verbo transitivo indireto, verbo intransitivo e verbo de
ligação) fazem parte automaticamente da voz ativa.
Na alternativa (A), "A série de dados do CAGED tem início em 1992", o
verbo "tem" é transitivo direto, mas o sujeito "A série" é agente. (Voz ativa:
sujeito agente).
Na alternativa (B), a estrutura "o crescimento no número de empregos
formais criados foi de 38,7%" possui verbo de ligação, por isso é voz ativa.
Na alternativa (C), "Pode haver uma diminuição na escalada de compra
de bens duráveis", o verbo "haver" é transitivo direto, mas no sentido de
"existir" não tem sujeito e não pode ficar na voz passiva.

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Na alternativa (D), o enunciado "Os preços dos bens duráveis (...) não
estão aumentando" possui locução verbal intransitiva, por isso ela está na voz
ativa.
Na alternativa (E), o excerto "(...) foram criadas 146 mil vagas" possui
locução verbal transitiva direta. Perceba que o termo "146 mil vagas" sofreu a
ação (sujeito paciente). O agente da passiva está indeterminado (não se quer
dizer ou não se sabe quem criou as 146 mil vagas). Transformando em voz
ativa, o agente da passiva, que é indeterminado, viraria sujeito
indeterminado; o sujeito paciente (146 mil vagas) passaria a objeto direto
(que também é paciente), ficando assim: Criaram 146 mil vagas.
Gabarito: E

Texto para as questões de 8 a 10

A raça humana

1 A raça humana é
Uma semana
Do trabalho de Deus.

A raça humana é a ferida acesa


5 Uma beleza, uma podridão
O fogo eterno e a morte
A morte e a ressurreição.

A raça humana é o cristal de lágrima


Da lavra da solidão
10 Da mina, cujo mapa
Traz na palma da mão.

A raça humana risca, rabisca, pinta


A tinta, a lápis, carvão ou giz
O rosto da saudade
15 Que traz do Gênesis
Dessa semana santa
Entre parênteses
Desse divino oásis
Da grande apoteose
20 Da perfeição divina
Na grande síntese.

A raça humana é
Uma semana
Do trabalho de Deus.
Gilberto Gil.

8. No texto, que é a letra de uma canção, o verbo ser encontra-se no presente


do indicativo porque o autor pretende

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(A) marcar fatos que ocorrerão em um futuro próximo.
(B) expressar ações habituais dos seres humanos que ainda não foram
concluídas.
(C) dar vida a fatos ocorridos no passado, como se fossem atuais.
(D) apresentar uma condição ou situação como permanente.
(E) enunciar fatos que ocorrem no momento em que o texto é escrito.

Comentário: Esta questão cobrou do candidato o conhecimento de emprego


de tempos verbais. O presente do indicativo pode ser empregado em diversos
contextos; porém das alternativas apenas uma corrobora a ideia do texto. Mas
antes veremos exemplos dos empregos do presente do indicativo, conforme o
que segue nas alternativas:
Na alternativa (A), o presente marca fatos que ocorrerão em um futuro
próximo (Amanhã vou a sua casa.).
Na alternativa (B), o presente expressa ações habituais dos seres
humanos que ainda não foram concluídas (Alfredo come e dorme.).
Na alternativa (C), o presente dá vida a fatos ocorridos no passado,
como se fossem atuais (é o presente histórico visto na questão 3, letra C)
Na alternativa (D), o autor sugere um dado conceitual, isto é, apresenta
uma situação de caráter permanente, como as seguintes passagens do texto:
"A raça humana é uma semana."; "A raça humana é a ferida acesa"; "A raça
humana é o cristal de lágrima." Por isso é a alternativa correta.
Na alternativa (E), o presente enuncia fatos que ocorrem no momento
em que o texto é escrito (Estou escrevendo enquanto falo com você.).
Gabarito: D

9. Assinale a opção em que a preposição em apresenta a mesma interpretação


que recebe no verso 11: "Traz na palma da mão".
(A) Arrumei os livros na estante da sala.
(B) De vez em quando, vamos juntos ao cinema.
(C) A notícia correu de boca em boca.
(D) A cidade entrou em festa.
(E) Cremos na vitória da democracia.

Comentário: Muita gente quando lê essa questão não consegue entender o


que se pede. A tônica da questão é o valor semântico da preposição, que é um
elemento de coesão. Em "Traz na palma da mão", a preposição "em" inicia
um adjunto adverbial de lugar; portanto seu valor é "lugar".
Na alternativa (A), a preposição "em" na frase "Arrumei os livros na
estante da sala." também inicia adjunto adverbial de lugar, por isso é a
alternativa correta.

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Na alternativa (B), a preposição "em" na expressão "De vez em quando"
tem valor de tempo.
Na alternativa (C), a preposição "em" na expressão "de boca em boca"
transmite relação entre elementos, ajudando a compor uma ideia de modo.
Na alternativa (D), a preposição "em" inicia adjunto adverbial de modo
"em festa".
Na alternativa (E), "na vitória" é objeto indireto, pois o verbo "Cremos"
é transitivo indireto.
Gabarito: A

10. A respeito do emprego dos pronomes relativos, assinale a opção correta.


(A) É correto colocar artigo após o pronome relativo cujo (cujo o mapa, por
exemplo).
(B) O relativo cujo expressa lugar, motivo pelo qual aparece no texto ligado
ao substantivo mapa na expressão "cujo mapa" (v.10).
(C) O pronome cujo é invariável, ou seja, não apresenta flexões de gênero e
número.
(D) O pronome relativo quem, assim como o relativo que, tanto pode referir-
se a pessoas quanto a coisas em geral.
(E) O pronome relativo que admite ser substituído por o qual e suas flexões
de gênero e número.

Comentário: Na alternativa (A), não se pode inserir artigo após o pronome


relativo "cujo", o correto é "cujo mapa".
Na alternativa (B), deveria ser informado que "cujo" expressa ideia de
posse (e não de lugar).
Na alternativa (C), o pronome relativo "cujo" é variável em gênero e
número.
Na alternativa (D), o pronome "que" substitui pessoa ou coisa, porém o
pronome relativo "quem" substitui apenas pessoas.
Na alternativa (E), é correto afirmar que o pronome relativo "que"
admite ser substituído por "o qual" e suas flexões de gênero (masculino e
feminino) e número (singular e plural). Perceba que não admite artigo,
funciona como posse (e não como lugar).
Gabarito: E

11. Assinale a opção em que a frase apresenta o emprego correto do acento


grave indicativo de crase.
(A) Isto não interessa à ninguém.
(B) Não costumamos comprar roupas à prazo.
(C) O estudante se dirigiu a diretoria da escola.
(D) Caminhamos devagar até à entrada do estabelecimento.

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(E) Essa é a instituição à que nos referimos na conversa com o presidente.

Comentário: Há crase quando o verbo ou nome exige preposição "a" e o


nome posterior admite o artigo "a":
Obedeço à lei. Sou obediente à lei.
Na alternativa (A), a palavra "ninguém" não admite o artigo "a" por ser
pronome indefinido, então não pode haver crase.
Na alternativa (B), "prazo" é palavra masculina e não aceita artigo "a",
portanto não pode haver crase.
Na alternativa (C), "se dirigiu" é transitivo indireto e exige preposição
"a", o substantivo feminino "diretoria" admite artigo "a", portanto deve haver
crase obrigatoriamente, o que não ocorreu, por isso a alternativa está errada.
Na alternativa (D), em "Caminhamos devagar até à entrada do
estabelecimento", o acento indicativo de crase é facultativo, pois a
preposição "até" admite a preposição "a" facultativamente e o substantivo
"entrada" admite o artigo. Então se pode escrever tanto da forma como está
nesta alternativa, quanto "Caminhamos devagar até a entrada do
estabelecimento", assim como se houvesse substantivo masculino:
Caminhamos devagar até ao pátio do estabelecimento ou Caminhamos
devagar até o pátio do estabelecimento.
Na alternativa (E), o pronome relativo "que" não admite artigo "a", portanto
não pode haver crase.
Gabarito: D

12. Uma das funções dos parênteses é a de


(A) separar os diversos itens de uma enumeração.
(B) imprimir a um texto um tom coloquial.
(C) indicar que termos foram deslocados na oração.
(D) isolar explicações, indicações ou comentários em geral.
(E) caracterizar um texto como essencialmente didático.

Comentário: Novamente se cobram questões de pontuação e notações


léxicas; porém agora não é contextual como a questão 6.
Na alternativa (A), não são os parênteses que separam os itens de uma
enumeração, mas sim a vírgula e até o ponto-e-vírgula.
Comprei uma casa, uma granja, um carro e até um ônibus.
Posso fazer oposição entre vida, arte; amor, paixão; prazer, trabalho.
Na alternativa (B), não são os parênteses que imprimem a um texto um
tom coloquial, mas sim as aspas e as reticências. (O "Tião" está "voando" por
aí... )
Na alternativa (C), não são os parênteses que indicam que termos foram
deslocados, mas sim a vírgula. (Quando se pensa em atitudes éticas,

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pensa-se nele.) O termo deslocado (antecipado) foi a oração subordinada
adverbial temporal.
Na alternativa (D), observa-se que realmente os parênteses servem
para isolar explicações, indicações ou comentários em geral. Isso também
pode ser evidenciado por meio dos travessões e parênteses. Normalmente o
CESPE pergunta sobre a substituição dessas pontuações. Você viu isso
algumas vezes em nossas aulas.
Na alternativa (E), não há associação direta entre um texto didático e a
notação léxica ou pontuação.
Gabarito: D

13. Com referência à ortografia oficial e às regras de acentuação de palavras,


assinale a opção incorreta.
(A) Os vocábulos lágrima e Gênesis seguem a mesma regra de acentuação.
(B) As palavras oásis e lápis são acentuadas pelo mesmo motivo.
(C) A grafia correta do verbo correspondente a ressurreição é ressucitar.
(D) Apesar de a grafia correta do verbo poetizar exigir o emprego da letra "z",
o feminino de poeta é grafado com s.
(E) O vocábulo traz corresponde apenas a uma das formas do verbo trazer; a
forma trás é empregada na indicação de lugar (equivale a parte posterior).

Comentário: Perceba que se pede a alternativa incorreta.


Na alternativa (A), os vocábulos lágrima e Gênesis seguem a mesma
regra de acentuação (todas são proparoxítonas).
Na alternativa (B), as palavras oásis e lápis são acentuadas pelo mesmo
motivo (todas são paroxítonas terminadas em "is").
Na alternativa (C), a grafia correta do verbo que correspondente a
ressurreição não é ressucitar, mas sim ressuscitar.
Na alternativa (D), apesar de a grafia correta do verbo poetizar exigir o
emprego da letra "z", o feminino de poeta é grafado com s (poetisa grafa-se
com "s").
Na alternativa (E), "traz" é o presente do indicativo em terceira pessoa
do singular, pois é gerado do infinitivo trazer, que se escreve com "z". Já
"trás" é advérbio de lugar (parte traseira, posterior).
Gabarito: C

14. Julgue os fragmentos de texto apresentados nos itens abaixo quanto à


concordância verbal.
I De acordo com o respectivo estatuto, a proteção à criança e ao adolescente
não constituem obrigação exclusiva da família.
II Na redação da peça exordial, deve haver indicações precisas quanto à
identificação das partes bem como do representante daquele que figurará
no pólo ativo da eventual ação.

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III A legislação ambiental prevê que o uso de água para o consumo humano e
para a irrigação de culturas de subsistência são prioritários em situações de
escassez.
IV A administração não pode dispensar a realização do EIA, mesmo que o
empreendedor se comprometa expressamente a recuperar os danos
ambientais que, por ventura, venham a causar.
V A ausência dos elementos e requisitos a que se referem o CPC pode ser
suprida de ofício pelo juiz, em qualquer tempo e grau de jurisdição,
enquanto não for proferida a sentença de mérito.

A quantidade de itens certos é igual a

(A) 1.
(B) 2.
(C) 3.
(D) 4.
(E) 5.

Comentário: Muita gente vacila neste tipo de questão, porque quer encontrar
erro naquilo que não foi pedido. Aqui se pede apenas que se verifique a
concordância verbal. Isso quer dizer que você se aterá apenas à flexão do
verbo com o seu respectivo sujeito. Assim:
Na frase I, a concordância verbal correta deve ser "constitui", porque o
núcleo do seu sujeito é "proteção", que está no singular. O que se encontra
composto é apenas o complemento nominal (à criança e ao adolescente).
A frase II está correta, basta lembrar que a locução verbal "deve haver"
não possui sujeito porque o verbo principal (haver) está no sentido de
"existir", então deve permanecer no singular.
Na frase III, a concordância correta do verbo de ligação mais o
predicativo tem que ser "é prioritário" tendo em vista que se refere ao núcleo
do sujeito "uso" (singular). Não confunda! O que se encontra composto é
apenas o adjunto adnominal (para o consumo humano e para a irrigação de
culturas de subsistência).
Na frase IV, perceba que a locução verbal transitiva direta "venham a
causar" não se refere a um sujeito no plural. O seu sujeito está elíptico
(subentende-se a palavra "empreendedor", que está no singular). Portanto, o
verbo deve estar no singular. Note que o pronome relativo "que" retoma a
expressão "danos ambientais". Porém o pronome relativo não está na função
de sujeito, e sim de objeto direto. Desenvolvendo a oração, teríamos: "O
empreendedor venha a causar danos ambientais".
Na frase V, outra questão em que o pronome relativo não está na função
de sujeito, e sim de objeto indireto. O verbo "referir-se" deve estar no
singular porque seu sujeito é "O CPC" (que está no singular). Assim, lê-se O
CPC se refere aos elementos e requisitos.
Portanto, apenas a frase II está gramaticalmente correta, e alternativa
correta para a questão é A.
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Gabarito: A

Prova 4
(TRE MA - superior - 2006)

1 Para que a democracia seja efetiva, é necessário que as pessoas se


sintam ligadas aos seus concidadãos e que essa ligação se manifeste por
meio de um conjunto de organizações e instituições extramercado. Uma
cultura política atuante precisa de grupos comunitários, bibliotecas,
5 escolas públicas, associações de moradores, cooperativas, locais para
reuniões públicas, associações voluntárias e sindicatos que propiciem
formas de comunicação, encontro e interação entre os concidadãos. A
democracia neoliberal, com sua idéia de mercado über alles, nunca leva
em conta essa atuação. Em vez de cidadãos, ela produz consumidores.
10 Em vez de comunidades, produz shopping centers. O que sobra é uma
sociedade atomizada, de pessoas sem compromisso, desmoralizadas e
socialmente impotentes.
Em suma, o neoliberalismo é o inimigo primeiro e imediato da
verdadeira democracia participativa, não apenas nos Estados Unidos, mas
15 em todo o planeta, e assim continuará no futuro previsível.
Robert W. McChesney. Introdução. In: Noam Chomsky. O lucro ou
as pessoas? Neoliberalismo e ordem global. Pedro Jorgensen Jr.
(Trad.). 4.a ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004 (com adaptações).

1. Assinale a opção que está de acordo com as idéias do texto I.


(A) O setor econômico da sociedade inibe qualquer iniciativa de se construir
uma cultura política verdadeiramente democrática.
(B) A democracia neoliberal, ao desprezar as ações da sociedade civil
organizada, reduz a condição política do cidadão a um plano mínimo.
(C) É previsível que, em um futuro próximo, o neoliberalismo evolua para uma
democracia extramercado.
(D) A política neoliberal produz um tipo de democracia voltada,
exclusivamente, para a defesa dos interesses do consumidor.
(E) Os sindicatos destacam-se das demais instituições associativas por
promover a interação entre seus associados.

Comentário: Na alternativa (A), há novamente elemento categórico. Então


cuidado! A expressão "qualquer iniciativa" invalida a afirmativa.
Na alternativa (B), para visualizar melhor a resposta, deve-se reescrever
o trecho do texto e da alternativa (B):
Texto: "Uma cultura política atuante precisa de grupos comunitários,
bibliotecas, escolas públicas, associações de moradores, cooperativas,
locais para reuniões públicas, associações voluntárias e sindicatos que
propiciem formas de comunicação, encontro e interação entre os
concidadãos. A democracia neoliberal, com sua idéia de mercado über alles,
nunca leva em conta essa atuação. Em vez de cidadãos, ela produz

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consumidores. Em vez de comunidades, produz shopping centers. O que sobra
é uma sociedade atomizada, de pessoas sem compromisso, desmoralizadas e
socialmente impotentes."
Questão: A democracia neoliberal, ao desprezar as ações da sociedade civil
organizada, reduz a condição política do cidadão a um plano mínimo.
Note que as ações da sociedade civil organizada são as que estão
marcadas em negrito correspondentes às linhas de 3 a 7 do texto. A
alternativa (B) mostra que a democracia neoliberal despreza as ações da
sociedade civil organizada, o que encontra ratificação no texto "nunca leva em
conta essa atuação". A alternativa continua afirmando que essa democracia
reduz a condição política do cidadão a um plano mínimo, o que é corroborado
pelo texto na passagem "O que sobra é uma sociedade atomizada, de pessoas
sem compromisso, desmoralizadas e socialmente impotentes."
Na alternativa (C), a relação desta afirmativa está textualmente
equivocada. O texto não mostra uma perspectiva, na visão do autor, otimista.
Não há tendência no texto para uma sociedade extramercado. Note que o
valor semântico de extramercado no contexto é uma sociedade fora (extra)
dos padrões de consumo (mercado).
Na alternativa (D), "Exclusivamente" é outra palavra categórica, isso
invalida a alternativa, haja vista que a política neoliberal não produz um tipo
de democracia voltada somente para a defesa dos interesses do consumidor,
muito pelo contrário.
Na alternativa (E), relação textualmente equivocada. Não houve
informação no texto de que os sindicatos se destaquem das demais
instituições.
Gabarito: B

2. Assinale a opção correta com referência à tipologia do texto I.


(A) O produtor do texto apresenta, em narrativa concisa, a trajetória
contemporânea da democracia neoliberal em direção a um futuro
previsível.
(B) Trata-se de texto expositivo, de caráter intimista, em que o autor
apresenta suas impressões pessoais a respeito do neoliberalismo e da
influência norte-americana sobre o futuro da humanidade.
(C) Em um texto eminentemente descritivo, o autor estabelece, de modo
subjetivo, um paralelo entre dois tipos de democracia cujas ações
atendem, de modo diferenciado, aos interesses populares.
(D) No texto, identifica-se uma parte narrativa, em que o autor relata o
surgimento da democracia neoliberal, e outra descritiva, por meio da qual
o produtor enumera, objetivamente, as características da democracia
participativa.
(E) O texto caracteriza-se como dissertativo-argumentativo, no qual o autor,
contrapondo dois tipos de sistema político, manifesta-se contra os efeitos
nocivos de um sobre o outro.

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Comentário: Esta questão quer explorar seus conhecimentos sobre a


estrutura e tipologia textuais.
Na alternativa (A), deve-se observar que o texto não narra uma
trajetória. Narrativa, como já falamos, é uma história; e esse não foi o
objetivo do texto.
Na alternativa (B), perceba que não se trata de um texto dissertativo-
expositivo, mas sim de um texto dissertativo-argumentativo, pois há
claramente a opinião do autor. Só essa primeira afirmação da alternativa está
errada, o restante está de acordo com o texto. Nele a opinião do autor se
pauta mais pela emoção que pela razão, retratando suas impressões pessoais
a respeito do tipo de sociedade; por isso se pode entendê-lo como ponto de
vista subjetivo ou intimista.
Na alternativa (C), apesar de haver passagens descritivas
(enumerações) no texto, ele é eminentemente dissertativo-argumentativo. A
descrição serviu como fundamento argumentativo para a dissertação.
Na alternativa (D), não há passagens narrativas no texto. O autor
também não relata o surgimento da democracia neoliberal, ele a condena.
Na alternativa (E), perceba que é correta a afirmação de o texto ser
dissertativo-argumentativo, além de trabalhar a oposição entre duas visões da
sociedade: uma ideal (participativa) e outra real (neoliberal). O autor se
mostra altamente inclinado à primeira, inclusive com tons categóricos.
Gabarito: E

3. Com referência às palavras e expressões empregadas no texto I, há


equivalência de sentido entre
(A) "conjunto de organizações e instituições extramercado" (linha 3) e
"democracia neoliberal" (linha 8).
(B) "concidadãos" (linha 2) e "consumidores" (linha 9).
(C) "efetiva" (linha 1) e "participativa" (linha 14).
(D) "atuante" (linha 4) e "atomizada" (linha 11).
(E) "grupos comunitários" (linha 4) e "shopping centers" (linha 10).

Comentário: Em todas as alternativas, há palavras textualmente em


oposição (neoliberalismo X sociedade participativa). O pedido da questão é a
equivalência, sinônimos contextuais.
Na alternativa (A), a expressão "conjunto de organizações e instituições
extramercado" faz parte da democracia ideal, participativa; enquanto a
expressão "democracia neoliberal" é a capitalista, real.
Na alternativa (B), "concidadãos" faz parte da democracia ideal,
participativa; enquanto "consumidores" é a capitalista, real.
Na alternativa (C), encontram-se sinônimos contextuais "efetiva" e
"participativa" em relação à democracia ideal, participativa. Por isso essa é a

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alternativa correta.
Na alternativa (D), "atuante" faz parte da democracia ideal,
participativa; enquanto "atomizada" é a capitalista, real.
Na alternativa (E), "grupos comunitários" faz parte da democracia ideal,
participativa; enquanto "shopping centers" faz parte da capitalista, real.
Gabarito: C

4. Julgue os itens abaixo, considerando o emprego de estruturas lingüísticas no


texto I.
I Caso a oração adverbial que inicia o texto estivesse imediatamente após a
expressão "é necessário", não haveria necessidade de emprego da vírgula,
visto que estaria restabelecida a ordem direta do período.
II A substituição da forma verbal "precisa" (linha 4) por prescinde preserva o
sentido original do texto e aumenta a força argumentativa do enunciado
lingüístico.
III Na linha 6, a forma verbal subjuntiva "propiciem" poderia ser substituída,
sem prejuízo da coerência do texto e da correção gramatical, pela forma
indicativa propiciam, desde que fosse empregada a vírgula antes do
conector "que".
IV Na linha 8, a forma de presente do indicativo "leva", associada ao emprego
do advérbio "nunca", confere ao enunciado um tom assertivo, categórico,
que não admite contestação.
V Estariam garantidas a coerência do texto e a correção gramatical se o
período "O que sobra (...) socialmente impotentes" (linhas 10 a 12) fosse
assim reescrito: Disso resulta uma sociedade atomizada, constituída de
pessoas sem compromisso, desmoralizadas e socialmente impotentes.
A quantidade de itens certos é igual a
(A) 1.
(B) 2.
(C) 3.
(D) 4.
(E) 5.

Comentário: Frase I - Se a oração adverbial final "Para que a democracia


seja efetiva" fosse colocada após a oração "é necessário", precisaria ficar
entre vírgulas, pois estaria entre uma oração principal e uma oração
subordinada substantiva. Veja:
"É necessário, para que a democracia seja efetiva, que as pessoas se sintam ligadas
aos concidadãos..."
Frase II - O que prescinde é aquilo que é dispensável (oposto de
precisa). Veja: imprescindível é algo que se precisa, muito necessário.
Frase III - correta. A oração adjetiva "que propiciem formas de
comunicação" não vem antecipada de vírgula por ser uma característica
restritiva do substantivo "sindicatos" (somente aqueles sindicatos que

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propiciem formas de comunicação); porém, ao se colocar a vírgula antes do
"que", a oração adjetiva passa a ser explicativa, então todas as organizações
e sindicatos "propiciam formas de comunicação". Perceba que o verbo deixa
de transmitir uma hipótese (presente do subjuntivo) para transmitir uma
certeza (presente do indicativo). Observe, também, que na questão afirma-se
que a troca e a inserção da vírgula preservariam a coerência e a correção
gramatical. Isso está correto. Ficaria errado se fosse afirmado que não
mudaria o sentido, pois a semântica mudou (de valor restritivo para
explicativo). Continua com coerência passando de hipótese para certeza,
segundo a visão do autor, que já foi mostrado ser ele categórico em suas
afirmações. Então para o autor é certeza que essas organizações propiciam
formas de comunicação, encontro e interação entre os concidadãos.
Frase IV - correta. A palavra "nunca" é categórica, não abre condições
de contestação, como já visto nas questões anteriores.
Frase V - correta. Preserva-se o sentido. Para isso, basta reler com as
adaptações.
A alternativa correta, então, é a letra C.
Gabarito: C

5. No texto abaixo, de autoria de Mário Quintana e reproduzido com


adaptações, os itens em algarismos romanos referem-se aos termos em
negrito que os antecedem. Julgue-os com relação ao emprego dos vocábulos e
das expressões quanto à sintaxe de construção do período e à grafia.
O milagre
Dias maravilhosos em que (I) os jornais vêm (II) cheios de poesia e do
lábio amigo brota (III) palavras de eterno encanto. Dias mágicos em que os
burgueses espiam (IV), através das vidraças dos escritórios, a graça gratuíta
(V) das nuvens.
Estão certos apenas os itens
(A) I, II e IV.
(B) I, III e V.
(C) I, IV e V.
( D ) II, III e IV.
(E) II, III e V.

Comentário: (I) "em que" é adjunto adverbial de tempo e inicia a oração


adjetiva restritiva (os jornais vêm cheios de poesia nos dias maravilhosos).
(II) O verbo "vêm" encontra-se no plural porque seu sujeito é "os
jornais".
(III) O verbo "brota" deve concordar no plural (brotam) porque o seu
sujeito também está no plural: "palavras de eterno encanto".
(IV) O verbo "espiam" está de acordo com o seu sentido (olhar, ver). A
banca testou seus conhecimentos de ortografia e palavras homônimas:
"expiam" significa "pagar uma culpa", diferente do contexto.

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(V) Não se acentua o "i" em "gratuito" tendo em vista ser ele uma
semivogal.
A alternativa correta, então, é a letra A.
Gabarito: A

Ser cidadão, perdoem-me os que cultuam o direito, é ser como o Estado,


é ser um indivíduo dotado de direitos que lhe permitem não só se defrontar
com o Estado, mas afrontar o Estado. O cidadão seria tão forte quanto o
Estado. O indivíduo completo é aquele que tem a capacidade de entender o
mundo, a sua situação no mundo e que, se ainda não é cidadão, sabe o que
poderiam ser os seus direitos.
Milton Santos. Cidadania e consciência negra. Internet:
<http://geocities.yahoo.com.br>. Acesso em jun./2005.

6. No texto acima,
(A) o sujeito gramatical da oração expressa pela forma verbal "perdoem" (R.1)
está elíptico.
(B) estaria garantida a obediência às regras de regência verbal, caso se
substituísse a expressão "afrontar o Estado" (linha 3) por afrontar-lhe.
(C) caso a locução verbal "poderiam ser" (linha 6) estivesse no singular,
haveria concordância do verbo auxiliar com o sujeito da oração, expresso
na forma pronominal "o", que a antecede.
(D) a substituição da expressão "capacidade de entender o mundo" (linhas 4 e
5) por capacidade de entendê-lo mantém a coesão e a coerência do
texto, além de conferir ao período maior concisão.
(E) a expressão "é aquele que" (linha 4) é empregada, no período, para realçar
o termo "O indivíduo completo" (linha 4).

Comentário: Na alternativa (A), o sujeito gramatical de "perdoem" é o


pronome demonstrativo reduzido "os" (sujeito determinado simples).
"...perdoem-me os que cultuam o direito..."
oração principal + oração subordinada adjetiva restritiva
perdoem: verbo transitivo indireto que: sujeito
me: objeto indireto cultuam: verbo transitivo direto
os: sujeito o direito: objeto direto

Na alternativa (B), o verbo "afrontar" é transitivo direto, então só cabe


objeto direto, por isso não se utiliza o pronome "-lhe" (objeto indireto), mas o
pronome "lo" (objeto direto: imposição do "L" pela retirada do "r" final do
verbo). Verifique que esta troca pode ser feita porque a palavra "Estado" já
havia sido expressa no texto.
Na alternativa (C), "poderiam ser" é uma locução verbal de ligação, pois
o verbo principal é o "ser". Vê-se que a concordância do verbo "ser" é
bastante atípica. Esse verbo, quando se encontra entre termos substantivos,
concorda com o termo mais "enfático" (de maior peso nocional), não

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importando ser sujeito ou predicativo.
Pedro sou eu. Eu sou Pedro.
(O termo de maior peso nocional é o pronome pessoal do caso reto "eu", na
primeira frase é predicativo e, na segunda, é sujeito).
A cama são tábuas retorcidas.
(Entre substantivos comuns, o de maior peso é o plural, podendo também,
dependendo do contexto, ser o singular.)
Nem tudo são rosas.
(Entre pronome indefinido ou demonstrativo e substantivo no plural, o último
é o de maior peso, podendo, vez ou outra, flexionar-se no singular.)
No excerto "... sabe o que poderiam ser os seus direitos.", "os seus direitos" é
o predicativo, e "que" é o pronome relativo na função de sujeito que retomou
o pronome demonstrativo "o". O que está errado na alternativa não é a flexão
do verbo "ser", pois já vimos que essa flexão é admissível, porém o sujeito
daquela oração é o pronome relativo "que". Note que "o" é objeto direto do
verbo "sabe".
"... sabe o que poderiam ser os seus direitos."
oração principal + oração subordinada adjetiva restritiva

Na alternativa (D),^ observe que a expressão "o mundo" é objeto direto


do verbo "entender". É gramaticalmente correta a substituição; porém,
textualmente, deve-se observar que o recurso de se substituir um substantivo
por um pronome oblíquo ocorre quando esse substantivo está sendo repetido;
no entanto, a palavra "mundo" não havia sido expressa no texto
anteriormente, e sua substituição causaria uma incoerência no texto.
Ficou com dúvida? Pense nessa frase iniciando um texto:
Ela chegou tarde hoje.
Ela quem? Para que esse pronome tenha coesão e coerência no texto, deve
substituir um substantivo escrito anteriormente no texto:
Margarida saiu às cinco horas da manhã. Ela chegou tarde hoje.
Agora eu sei quem é ela: Margarida.
Na alternativa (E), perceba que, se fosse retirada a expressão "é aquele
que", o período continuaria coerente. Com o seu uso no texto, observa-se que
houve ênfase. Esse tipo de estrutura é chamado expressão denotativa de
realce ou expletiva. Serve apenas para dar ênfase, mas, se retirada, não traz
mudanças profundas de sentido ou incoerência no texto.
Veja esse exemplo, para entendermos a intenção do autor ao enunciá-lo:
Imagine que você esteja num grupo de turistas em Paris. Nesse grupo
há pessoas de várias nacionalidades e você é o único brasileiro nessa
coletividade.
De repente, alguém quis se passar por brasileiro e tentou pegar sua
promoção. Ao abordar essa pessoa, você diria o quê?
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"Eu sou brasileiro!" ?
ou
"Eu é que sou brasileiro!" ?
Você iria querer enfatizar sua brasilidade, para não comprometer sua
estada naquele lugar, você não falaria simplesmente "Eu sou brasileiro!", pois
este contexto pede ênfase, imposição de seus argumentos, então caberia: "Eu
é que sou brasileiro!".
O mesmo ocorre no texto, "O indivíduo completo é aquele que tem a
capacidade de entender o mundo... "
Até se poderia escrever sem a expressão expletiva "é aquele que"; mas
perceba a intenção de realce. Por isso essa é a alternativa correta.
Gabarito: E

7. Assinale a opção correta quanto à pontuação.


(A) Promotores representantes da Associação do Ministério Público do Estado
do Maranhão (AMPEM), vão propor à Controladoria-Geral da União (CGU) a
realização de convênio no projeto Contas na Mão. Nascido há cinco anos, o
projeto tem como objetivo, formar comitês de cidadania para fiscalizar
contas públicas em estados e municípios.
(B) Em 2003, o projeto ganhou o apoio do Tribunal de Contas do Estado do
Maranhão. A parceria culminou na instrução normativa que obriga as
prefeituras e as câmaras municipais a colocarem à disposição da
população a prestação de contas municipais. A instrução tem como
amparo a Lei de Responsabilidade Fiscal.
(C) O projeto foi então, adotado pelo Fórum Permanente dos Promotores de
Justiça, "Depois, fizemos com que esses comitês tivessem participação em
todas as atividades do estado, no planejamento do orçamento, na
execução orçamentária e até, na prestação de contas", explicou o
promotor de justiça.
(D) O projeto Contas na Mão nasceu em 2000, a partir de audiências públicas
no interior do Maranhão. Nesses encontros, os promotores discutiam com
a população, o processo eleitoral e possíveis crimes como: a compra de
votos. "Depois, achamos necessário que esse trabalho de conscientização
se estendesse para além do período eleitoral", disse, um promotor de
justiça.
(E) No Maranhão, os comitês são formados por cidadãos, indicados, pelos
promotores de cada comarca do estado. Eles obtêm capacitação por meio
de: cursos realizados na capital São Luís, e também no interior. Tudo é
mantido com recursos da Procuradoria-Geral de Justiça maranhense e por
meio de parcerias com a AMPEM.
Opções adaptadas. Internet: <http://www.cgu.gov.br>. Acesso em 17/6/2005.

Comentário: Na alternativa (A), a vírgula antes de "vão propor" está errada


porque se encontra entre sujeito e predicado. A expressão "como objetivo" ou
fica entre vírgulas, ou não há nenhuma vírgula (por ser adjunto adverbial de
pequena extensão).

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Na alternativa (B), perceba que a única vírgula é facultativa por


entendermos a locução adverbial de pequena extensão. O restante do período
está na ordem direta com vários termos substantivos, o que praticamente
elimina a possibilidade de uso de vírgula.
Na alternativa (C), "então" é uma conjunção conclusiva que se encontra
após o verbo, devendo estar entre vírgulas. Além disso, a vírgula após "até"
deve ser retirada, pois "na prestação de contas" é o último elemento da
enumeração, só cabendo vírgula se fosse no lugar da conjunção "e". Como ela
está presente, a vírgula não pode ser utilizada.
Na alternativa (D), a vírgula antes de "o processo eleitoral" está errada,
porque se encontra entre objeto indireto e direto. Devem-se retirar os dois-
pontos após a palavra "como" e inserir uma vírgula antes dele, pois "como a
compra de votos" é um trecho exemplificativo que deve ficar separado por
vírgula. Após "disse" não pode haver vírgula, porque separaria sujeito de seu
verbo.
Na alternativa (E), "indicados" não pode ficar entre vírgulas porque é
qualidade restritiva de "cidadãos". Não pode haver dois-pontos entre a
locução prepositiva "por meio de" que inicia o adjunto adverbial e seu núcleo.
Não é possível a vírgula após "São Luís", porque o adjunto adverbial de lugar
"na capital São Luís e também no interior" é composto, com núcleos somados
pela conjunção "e", a qual não admite o uso da vírgula.
Gabarito: B

8. Quanto ao emprego do sinal indicativo de crase, julgue os fragmentos


apresentados nos seguintes itens.
I Opinião favorável ou contrária à coligações partidárias.
II Direito a candidatar-se à qualquer cargo eletivo.
III Disposições aplicadas à sítio mantido por empresas públicas.
IV Tema à que se refere a legislação em vigor.
V Submissão às regras da lei eleitoral.
VI Restrições impostas às rádios e às emissoras de televisão.
VII Características semelhantes às da legislação eleitoral.
O emprego da crase está correto apenas nos itens
(A) I, II e IV.
(B) I, IV e VII.
(C) II, V e VII.
(D) III, IV e VI.
(E) V, VI e VII.
Comentário: Lembre-se de que, para haver crase, deve haver um nome ou
verbo que exija a preposição "a" e um substantivo que admita o artigo "a".
Na frase I, "coligações" encontra-se no plural. Como o vocábulo "a" está

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no singular, ocorreu apenas preposição e o sinal indicativo de crase deve ser
retirado.
Opinião favorável ou contrária a coligações partidárias.
Na frase II, o pronome "qualquer" não admite artigo "a", por isso não
pode ocorrer crase.
Direito a candidatar-se a qualquer cargo eletivo.
Na frase III, "sítio" é um substantivo masculino. Portanto, não admite
crase.
Disposições aplicadas a sítio mantido por empresas públicas.
Na frase IV, o pronome relativo "que" não admite artigo "a". Portanto,
não pode haver crase.
Tema a que se refere a legislação em vigor.
A frase V está correta, pois o substantivo "Submissão" exige preposição
"a" e o substantivo "regras" admite o artigo "as". Portanto, a crase é
obrigatória.
Submissão às regras da lei eleitoral.
A frase VI está correta, pois o adjetivo "impostas" exigiu preposição "a"
e os substantivos femininos "rádios" (estações) e "emissoras" admitiram o
artigo "as".
Restrições impostas às rádios e às emissoras de televisão.
A frase VII está correta, pois o adjetivo "semelhantes" exigiu a
preposição "a" e o substantivo "características" está subentendido antes da
preposição "da", por isso há crase.
Características semelhantes às da legislação eleitoral.
Gabarito: E

Agora, somente os simulados com o gabarito no final!!!!

Prova 1
(Correios - nível superior - 2011)

Texto para os itens de 1 a 9

1 O Pe. Antônio Vieira foi submetido a residência forçada, em Coimbra,


de fevereiro de 1663 até setembro de 1665 e, finalmente, preso pela
Inquisição no dia 1.° de outubro. Publicou-se uma importante série de
cartas escritas por ele nesse período, que se escalonaram com bastante
5 regularidade de 17 de dezembro de 1663 a 28 de setembro de 1665.
Em cerca de trinta cartas que foram conservadas, encontram-se
alusões mais ou menos desenvolvidas ao "tempo que faz". Para apreciar o
valor e o significado dessas indicações, é preciso entender as principais
razões que levavam o padre a interessar-se pelo tempo. A principal era,
10 sem dúvida, as repercussões que certos tipos de tempo tinham sobre a

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regularidade do funcionamento das comunicações, em especial a
circulação das cartas e notícias. Sujeitado a residência forçada, Antônio
Vieira ansiava pela chegada do correio, sobretudo o que provinha de
Lisboa e da Corte, mas também dos outros lugares onde tinha amigos. Em
15 certos períodos do ano, inquietava-se também pelas condições de
navegação do Atlântico, perigosas para as frotas do Brasil e da Índia.
Outra razão do seu interesse eram as repercussões do tempo sobre a
própria saúde e a dos amigos, e sobre os rebates da peste. Enfim, não
podia esquecer as campanhas militares que, a partir da primavera,
20 decorriam então no Alentejo.
Convém não esquecer que as anotações climáticas nas cartas de
Antônio Vieira podiam ter, às vezes, valor puramente metafórico. No
ambiente de acesas intrigas palacianas que o Padre acompanhava a
distância, ele deixa mais de uma vez transparecer o receio de que as
25 cartas dele e dos seus correspondentes fossem abertas e lidas. Por isso,
expressa-se muitas vezes por alusões e metáforas. Por exemplo, a 20 de
31 julho, escrevia a D. Teodósio: "Em tempo de tanta tempestade, não é
seguro navegar sem roteiro." Tratava-se apenas, na realidade, de
combinar o percurso para um encontro clandestino estival nas margens do
30 Mondego. O contexto permite, quase sempre, desfazer as dúvidas.
Suzanne Daveau. Os tipos de tempo em Coimbra (dez. 1663 - set. 1665), nas
cartas de Padre Antônio Vieira. In: Revista Finisterra, v. 32, n.° 64, Lisboa,
1997, p. 109-15. Internet: <www.ceg.ul.pt> (com adaptações).

Acerca das ideias expressas no texto e da tipologia que o caracteriza, julgue os


itens a seguir.
1 Em todas as trinta cartas escritas durante os dois anos de degredo, o Padre
Antônio Vieira mencionava o clima em Portugal.
2 Nesse texto, essencialmente informativo, o assunto está centrado nas
menções feitas ao clima pelo Padre Antônio Vieira em cartas escritas no
exílio.
3 De acordo com o texto, as cartas do Padre Antônio Vieira merecem
destaque porque foram escritas durante o período em que esteve exilado.
4 Conforme o texto, entre as razões que motivavam o interesse do Padre
Antônio Vieira pelo tempo, algumas eram de cunho pessoal.
5 Constata-se no texto que o emprego da linguagem conotativa nas
anotações climáticas nas cartas de Antônio Vieira visava obstar a
compreensão da leitura dessas cartas por quem não fosse o seu
destinatário.
A respeito do vocabulário e da estrutura linguística do texto, julgue os
próximos itens.

6 O emprego do sinal indicativo de crase em "Sujeitado a residência forçada"


(linha 12) manteria a correção gramatical do texto.

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7 Seria mantida a correção gramatical do texto, se a preposição "de", em sua
primeira ocorrência, no trecho "de 17 de dezembro de 1663 a 28 de
setembro de 1665" (linha 5), fosse substituída por entre.
8 Estariam preservados o sentido e a correção gramatical do texto caso se
substituísse "encontram-se" (linha 6) por são encontradas.
9 O emprego de vírgula logo após o vocábulo "indicações" (linha 8) é
obrigatório.
10 O vocábulo "onde" (linha 14) poderia ser corretamente substituído por
aonde.
11 A flexão de plural na forma verbal "podiam" (linha 22) justifica-se pela
concordância com "anotações" (linha 21).

Texto para os itens de 10 a 17

1 Os garotos da Rua Noel Rosa


onde um talo de samba viça no calçamento,
viram o pombo-correio cansado
confuso
5 aproximar-se em voo baixo.

Tão baixo voava: mais raso


que os sonhos municipais de cada um.
Seria o Exército em manobras
ou simplesmente
10 trazia recados de ai! amor
à namorada do tenente em Aldeia Campista?

E voando e baixando entrançou-se


entre folhas e galhos de fícus:
era um papagaio de papel,
15 estrelinha presa, suspiro
metade ainda no peito, outra metade
no ar.

Antes que o ferissem,


pois o carinho dos pequenos ainda é mais desastrado
20 que o dos homens
e o dos homens costuma ser mortal
uma senhora o salva
tomando-o no berço das mãos
e brandamente alisa-lhe
25 a medrosa plumagem azulcinza
cinza de fundos neutros de Mondrian
azul de abril pensando maio.

283235-58-Brasil
dizia o anel na perninha direita.

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30 Mensagem não havia nenhuma
ou a perdera o mensageiro
como se perdem os maiores segredos de Estado
que graças a isto se tornam invioláveis,
ou o grito de paixão abafado
35 pela buzina dos ônibus.
Como o correio (às vezes) esquece cartas
teria o pombo esquecido
a razão de seu voo?

Ou sua razão seria apenas voar


40 baixinho sem mensagem como a gente
vai todos os dias à cidade
e somente algum minuto em cada vida
se sente repleto de eternidade, ansioso
por transmitir a outros sua fortuna?

45 Era um pombo assustado


perdido
e há perguntas na Rua Noel Rosa
e em toda parte sem resposta.

Pelo quê a senhora o confiou


50 ao senhor Manuel Duarte, que passava
para ser devolvido com urgência
ao destino dos pombos militares
que não é um destino.
Carlos Drummond de Andrade. Pombo-correio. In: Carlos
Drummond de Andrade: obra completa. Rio de Janeiro: Nova
Aguilar, 2002, p. 483. Internet: <www.releituras.com>.

No que concerne às ideias do texto e a sua tipologia, julgue os itens que se


seguem.
12 O texto pode ser considerado, simultaneamente, poético e narrativo.
13 Conforme explicitado nos versos "Antes que o ferissem" (v.18) e "uma
senhora o salva" (v.22), os meninos que encontraram o pombo-correio na
rua tinham intenção de machucá-lo.
14 Conclui-se da leitura do texto que o pombo-correio estava confuso porque
havia perdido a correspondência que deveria entregar.
15 De acordo com o poeta, invioláveis, de fato, são os segredos de Estado que
se perdem pelo caminho.
16 Infere-se da sexta estrofe do texto que as pessoas, a maior parte do
tempo, passam despercebidas, isto é, sem chamar a atenção das outras
pessoas.
17 Na sétima estrofe, o poeta denota seu descontentamento com o fato de
não haver resposta a todas as perguntas.

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18 Infere-se da leitura do texto que os pombos-correios só voam baixo
quando estão cansados e confusos.

No que se refere à estrutura linguística e vocabular do texto, julgue os itens a


seguir.
19 As palavras "ônibus" e "invioláveis" são acentuadas de acordo com a
mesma regra de acentuação gráfica.
20 A forma verbal "viça" (v.2), empregada, no texto, com sentido conotativo,
significa manifesta-se com força.
21 Do ponto de vista sintático, pode-se atribuir à expressão "à namorada"
(v.11) a função de complemento da forma verbal "trazia" (v.10) ou do
nome "amor" (v.10); em ambas as possibilidades de interpretação, o
sentido do período permanece o mesmo.
22 O vocábulo "o" empregado nos versos 18, 22 e 23 desempenha função de
complemento verbal.
Tendo em vista as normas que regem a redação de correspondências oficiais,
julgue os itens seguintes.
23 O emprego da linguagem técnica, com a utilização de termos específicos de
determinada área do conhecimento, deve ser privilegiado em expedientes
destinados a órgãos públicos.
24 Como medida de proteção aos servidores da administração pública, a
identificação do signatário é facultativa nos expedientes oficiais.
25 Nas correspondências oficiais, a informação deve ser prestada com clareza
e concisão, utilizando-se o padrão culto da linguagem.
26 Admite-se o uso de expressões de cunho pessoal na identificação nominal
do signatário e do destinatário de correspondências oficiais.

Prova 2
(Secretaria da Educação AM - nível superior)

1 A dúvida nos mete medo. Interrogar, determinar com exatidão,


situar-se; todos esses atos de liberdade, de decisão e de responsabilidade
são terrivelmente angustiantes; trata-se de angústia análoga àquela de
uma criança que rompe o cordão que a liga a seus pais, a seus mestres,
5 aos grupos dos quais faz parte e vai perdendo assim a doce segurança da
dependência, da obediência, do conformismo. Essa angústia é inevitável:
ela leva o selo da existência; nela se exprime a vertigem perante a
liberdade. Não se trata, nessas condições, de querer liquidar a angústia,
mas de saber se o homem deve procurar evitá-la, fugir dela por qualquer
10 saída, ou se, em vez disso, deve aceitá-la e aventurar-se a viver longe da
terra firme.
Ora, o que vale para a existência em geral vale também e muito
particularmente para aqueles que estão ligados à educação, que é, na
realidade, grande geradora de angústias. De um lado, toda relação

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15 pedagógica é fonte de tensão, de desequilíbrio para aqueles que a vivem,
na medida em que ela os implica naquilo que são, os interroga, coloca em
questão suas preferências, seus valores, seus atos, sua maneira de ser,
seu projeto de existência. Por outro lado, essa tensão e essa interpelação
vão além dos envolvidos como atores particulares e individuais, pois o que
20 importa pedagogicamente é o projeto educativo-histórico de uma
sociedade no interior da qual a pedagogia desempenha papel importante.
A educação faz com que toda a nossa sociedade se interrogue a respeito
de si mesma, se debata e se busque. Educar é reproduzir ou transformar:
repetir servilmente aquilo que foi, optar pela segurança do conformismo,
25 pela fidelidade à tradição ou, ao contrário, fazer frente à ordem
estabelecida e correr o risco da aventura; é querer que o passado
configure todo o futuro ou partir desse passado para construir outra coisa.
Moacir Gadotti. Educação e poder: introdução à pedagogia do
conflito. São Paulo: Cortez, 1998, p. 18 (com adaptações).

Acerca do texto acima, julgue os itens de 1 a 8.


1 Para o autor do texto, os conflitos gerados na relação pedagógica são
restritos àqueles diretamente envolvidos nessa relação: professores, alunos
e outros agentes do sistema educacional.
2 A educação é apresentada no texto como mecanismo que leva
necessariamente à mudança, em consequência dos questionamentos e das
tensões que ocorrem em sala de aula.
3 No trecho "A dúvida (...) angustiantes" (linhas 1 a 3), os verbos
"Interrogar", "determinar" e "situar-se", empregados em sua forma nominal
de infinitivo, exercem a função de sujeito da oração em que ocorrem; por
isso, a forma verbal "são" está empregada no plural.
4 Seriam mantidos a correção gramatical e o sentido original do texto se, na
linha 3, o ponto e vírgula empregado logo após "angustiantes" fosse
substituído por ponto e o termo "trata-se" fosse iniciado com letra
maiúscula.
5 No texto, a noção do familiar contrapõe-se à ideia do novo e do
desconhecido e é referida por expressões como "dependência" (linha 6),
"conformismo" (linha 6), "terra firme" (linha 11), "reproduzir" (linha 23),
"repetir" (linha 24) e "fidelidade à tradição" (linha 25), entre outras.
6 Infere-se do texto que a dúvida e a angústia a ela associada são traços
inerentes à existência e ao desenvolvimento humanos.
7 O trecho "vertigem perante a liberdade" (linhas 7 e 8) retrata, no texto, a
condição de incerteza e insegurança que tipicamente ocorre em situações
em que muitas opções estão abertas àquele que deve decidir.
8 Em "Não se trata" (linha 8), a partícula "se" poderia ser corretamente
empregada após o verbo, escrevendo-se Não trata-se.

1 Uma aula é como comida. O professor é o cozinheiro. O aluno é


quem vai comer. Se a criança se recusa a comer, pode haver duas

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explicações. Primeira: a criança está doente. A doença lhe tira a fome.
Quando se obriga a criança a comer quando ela está sem fome, há
5 sempre o perigo de que ela vomite o que comeu e acabe por odiar o ato
de comer. É assim que muitas crianças acabam por odiar as escolas. O
vômito está para o ato de comer como o esquecimento está para o ato de
aprender. Esquecimento é uma recusa inteligente da inteligência.
Segunda: a comida não é a comida que a criança deseja comer: nabo
10 ralado, jiló cozido, salada de espinafre... O corpo é um sábio: não come
tudo o que jogam para ele, mas opera com um delicado senso de
discriminação. Algumas coisas ele deseja. Prova. Se são gostosas, ele
come com prazer e quer repetir. Outras não lhe agradam, e ele recusa. Aí
eu pergunto: "O que se deve fazer para que as crianças tenham vontade
15 de tomar sorvete?". Pergunta boba. Nunca vi criança que não estivesse
com vontade de tomar sorvete. Mas eu não conheço nenhuma mágica que
seja capaz de fazer que uma criança seja motivada a comer salada de jiló
com nabo. Nabo e jiló não provocam sua fome.
(...)
20 As crianças têm, naturalmente, um interesse enorme pelo mundo.
Os olhinhos delas ficam deslumbrados com tudo o que veem. Devoram
tudo. Lembro-me da minha neta de um ano, agachada no gramado
encharcado, encantada com uma minhoca que se mexia. Que coisa
fascinante é uma minhoca aos olhos de uma criança que a vê pela
25 primeira vez! Tudo é motivo de espanto. Nunca esteve no mundo. Tudo é
novidade, surpresa, provocação à curiosidade. Quando visitei uma reserva
florestal no Espírito Santo, a bióloga encarregada de educação ambiental
me contou que era um prazer trabalhar com as crianças. Não era
necessário nenhum artifício de motivação. As crianças queriam comer
30 tudo o que viam. Tudo provocava a fome dos seus olhos: insetos,
pássaros, ninhos, cogumelos, cascas de árvores, folhas, bichos, pedras.
(...) Os olhos das crianças têm fome de coisas que estão perto. (...) São
brinquedos para elas. Estão naturalmente motivadas por eles. Querem
comê-los. Querem conhecê-los.
Rubem Alves. Por uma educação romântica.
Campinas: Papirus, 2002, p. 82-4 (com adaptações).

A respeito das ideias veiculadas no texto acima e de suas estruturas


linguísticas, julgue os itens de 9 a 15.

9 A predominância, no texto, das formas verbais no presente do indicativo


tem o efeito de dar aos fatos apresentados o caráter de fatos reais,
habituais e naturais, o que reforça os argumentos do autor com relação
aos processos de aprendizagem das crianças.
10 O autor constrói seu texto com base na comparação entre o ato de comer e
o de aprender ou conhecer, relação que explicita no trecho "Querem comê-
los. Querem conhecê-los" (linhas 33 e 34).
11 O texto é predominantemente argumentativo; nele, o autor expõe suas
ideias de forma a convencer o leitor e usa, para esse fim, imagens do
mundo real e exemplos tirados de sua própria experiência.

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12 Na linha 21, a forma verbal "Devoram" está no plural para concordar com
seu sujeito: "As crianças" (linha 20).
13 No período "Nunca esteve no mundo" (linha 25), o sujeito oculto da forma
verbal "esteve" refere-se a "uma minhoca" (linha 24), e "Nunca" e "no
mundo" exercem a função de adjunto adverbial.
14 Ao utilizar formas típicas da linguagem oral e coloquial, produzindo um
texto com tom predominantemente informal, o autor aproxima-se do leitor.
15 O emprego das vírgulas logo após "sem fome" (linha 4) e "gostosas" (linha
12) é facultativo; essas vírgulas poderiam, portanto, ser omitidas sem
prejuízo para a correção gramatical do texto.

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SFTTA. SIM,
WORMWOOD? CALVIN?

PEIO MENOS AS NOSSAS


TELEVISÕES NOS ENTENDEM,

Bill Watterson. Felino selvagem psicopata homicida: um livro de Calvin e


Haroldo por Bill Watterson. Vol. 2. Best News: Cambuci/SP, 1996, p. 9.

Julgue os itens de 16 a 19 com referência à tirinha ilustrada acima, que mostra


diálogo entre o personagem Calvin e a sua professora, Srta. Wormwood.
16 O texto aborda, de forma cômica, a distância entre a linguagem mais
atraente ao aluno e a linguagem e os meios empregados na prática de sala
de aula pela professora de Calvin.
17 É correto concluir da leitura da tirinha que a professora tem a tendência de
acolher as críticas feitas por Calvin e de adotar práticas novas com base
nessas críticas.

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18 O texto da fala de Calvin no segundo quadrinho poderia ser corretamente
reescrito em registro formal, para uso em outra situação comunicativa em
que o aluno se dirigisse, por exemplo, por escrito à professora, da seguinte
forma: Tendo em vista o fato de que a geração mais nova tem mais
facilidade para absorver informações veiculadas pelos meios de
comunicação visual, solicito à professora, Srta. Wormwood, que apresente
o conteúdo em forma de videoclipe.
19 Nas duas falas da professora, o emprego da vírgula é obrigatório devido à
presença do vocativo: "Calvin", no primeiro quadrinho, e "classe", no
segundo.

Considerando que, em determinada escola, a diretora deva escrever um


documento ao ocupante do cargo de secretário de educação, solicitando-lhe
prioridade na reforma da escola, julgue os itens seguintes com base nos
princípios da correspondência oficial.
20 Devem constar do documento a data de sua emissão, a referência ao
assunto tratado e a identificação do emitente, no caso, a diretora.
21 No documento, deve ser empregado o pronome de tratamento Vossa
Excelência, forma correta para correspondência dirigida a secretários de
estado.
22 Ao final do documento, após apresentar seu pedido, a diretora deverá
utilizar, como fecho, qualquer uma das seguintes expressões:
Atenciosamente, Respeitosamente, Gentilmente, Com respeito e
admiração.

Prova 3

(TRT RJ - 2008 - nível superior)

Formalidade bate recorde


1 Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED)
divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) apontam
para a criação de 554 mil postos de trabalho com carteira assinada no
primeiro trimestre deste ano, o que representa recorde histórico para esse
5 período. A série de dados do CAGED tem início em 1992. Contra os três
primeiros meses de 2007, quando foram criadas 399 mil vagas (recorde
anterior), segundo informações do MTE, o crescimento no número de
empregos formais criados foi de 38,7%. "Esse primeiro trimestre, como
dizem meus filhos, bombou", afirmou o ministro do Trabalho a jornalistas.
10 Para o ano de 2008 fechado, o ministro manteve a previsão de criação de
1,8 milhão de postos de trabalho com carteira assinada. "Vai ser novo
recorde, apesar da taxa de juros", disse ele em referência à decisão do
Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central de elevar os juros
de 11,25% para 11,75% ao ano. Em 2007, recorde para um ano fechado,
15 foram criados 1,61 milhão de empregos formais.
Segundo o ministro, a demanda interna permanece "muito

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aquecida". "Esse aumento de 0,5 ponto percentual na taxa de juros, até
chegar ao consumidor, demora. Quem compra fogão, geladeira e carro a
prazo vai perceber um aumento real de juros maior do que 0,5 ponto
20 percentual. Pode haver uma diminuição na escalada de compra de bens
duráveis", disse ele. Para o ministro do Trabalho, a decisão do COPOM de
subir os juros neste mês, e nos subseqüentes, conforme projeção do
mercado financeiro, pode impactar um pouco a criação de empregos
formais mais para o final de 2008. "Esses próximos três meses vão
25 continuar sendo muito fortes na criação de empregos com carteira
assinada", avaliou ele.
O ministro do Trabalho classificou a decisão do COPOM de subir os
juros de "precipitada". "É um erro imaginar que há inflação no Brasil.
Temos alguns produtos subindo de preços, como o trigo e outros produtos,
30 por causa das chuvas, ou falta de chuvas. Os preços dos bens duráveis
(fogões, geladeiras e carros, por exemplo, que são impactados pela
decisão dos juros) não estão aumentando", disse ele a jornalistas. O
ministro avaliou, entretanto, que o impacto maior se dará nas operações
de comércio exterior. Isso porque a decisão sobre juros tende a trazer
35 mais recursos para o Brasil e, com isso, pressionar para baixo o dólar.
Dólar baixo, por sua vez, estimula importações e torna as vendas ao
exterior mais caras. Por conta principalmente do dólar baixo, a balança
comercial teve queda de 67% no superávit (exportações menos
importações) no primeiro trimestre deste ano. A criação de empregos
40 formais no primeiro trimestre deste ano cresceu em quase todos os
setores da economia. No caso da indústria de transformação, por exemplo,
foram criadas 146 mil vagas nos três primeiros meses deste ano, contra
110 mil em igual período de 2007.
Tribuna do Brasil, 11/4/2008. Internet: <www.tribunadobrasil.com.br>
(com adaptações).

1. De acordo com o texto,


(A) já foram criados 1,8 milhão de empregos com carteira assinada no
primeiro trimestre de 2008.
(B) a elevação da taxa de juros poderá influenciar negativamente a criação de
novos empregos, segundo o ministro do Trabalho.
(C) os preços dos eletrodomésticos e dos automóveis vão ter um aumento real
de 0,5 por cento em 2008.
(D) a demanda interna aquecida provocará uma diminuição de compra de bens
duráveis pelos consumidores.
(E) a indústria de transformação foi o setor da economia que mais cresceu em
2007.

2. Assinale a opção que contém uma informação correta a respeito da


estrutura do texto.
(A) O texto representa a transcrição completa da entrevista feita por
jornalistas ao ministro do Trabalho.

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(B) Observam-se, claramente, no texto, argumentos em favor do aumento da
criação de postos de trabalho nas indústrias de bens duráveis.
(C) A intercalação entre os dados a respeito do crescimento da oferta de
empregos e as opiniões do ministro do Trabalho sobre esse tema
caracteriza a estrutura do texto.
(D) O texto é introduzido por meio de uma narração, em que são apresentados
o personagem (ministro) e o tempo da narrativa (o primeiro trimestre de
2008).
(E) No segundo parágrafo, é desenvolvido o seguinte tópico frasal: "Dados do
Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (...) recorde histórico
para esse período" (linhas 1 a 5).

3. Com referência às idéias e às estruturas do texto, assinale a opção correta.


(A) De acordo com a argumentação textual, verifica-se que os dados do
CAGED são produzidos pelo COPOM.
(B) A palavra "Formalidade", no título do texto, remete aos postos de trabalho
em que é efetuado registro na carteira de trabalho dos empregados.
(C) Na frase que se inicia por "A série" (linha 5), a substituição da forma
verbal no presente pela forma correspondente no pretérito perfeito
alteraria o sentido do texto.
(D) De acordo com a ortografia oficial, a palavra "recorde" admite a grafia
alternativa record, que deve ser lida como palavra proparoxítona, a
exemplo do que ocorre nos textos de muitos telejornais.
(E) Na linha 16, a expressão "demanda interna" refere-se ao aumento de
postos de trabalho de que trata o primeiro parágrafo do texto.

4. O texto, em que foi empregada uma linguagem simples, de fácil


compreensão, apresenta um termo típico da linguagem coloquial no trecho
(A) 'Esse primeiro trimestre, como dizem meus filhos, bombou' (linha 9).
(B) "Segundo o ministro, a demanda interna permanece 'muito aquecida'"
(linha 16).
(C) 'Pode haver uma diminuição na escalada de compra de bens duráveis'
(linhas 20 e 21).
(D) "a decisão do COPOM (...) pode impactar um pouco a criação de empregos
formais" (linhas 21 a 24).
(E) "a decisão sobre juros tende a trazer mais recursos para o Brasil" (linhas
34 e 35).

5. As conjunções destacadas nos trechos a seguir estão associadas a uma


determinada interpretação. Assinale a opção que apresenta trecho do texto
seguido de interpretação correta da conjunção destacada.
(A) "quando foram criadas 399 mil vagas" (linha 6) - proporcionalidade

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(B) 'como dizem meus filhos' (linhas 8 e 9) - comparação
(C) 'É um erro imaginar que há inflação no Brasil' (linha 28) - consequência
(D) "O ministro avaliou, entretanto, que o impacto maior" (linhas 32 e 33) -
oposição
(E) "Isso porque a decisão sobre juros tende a trazer mais recursos para o
Brasil" (linhas 34 e 35) - conclusão

6. As aspas foram empregadas no texto para


(A) realçar ironicamente palavras ou expressões.
(B) destacar termos emprestados de outras línguas.
(C) indicar a interrupção de idéias que o autor começou a exprimir.
(D) marcar suspensões do pensamento, provocadas por hesitação de quem
fala.
(E) destacar as falas do ministro e os termos que ele utilizou na conversa com
jornalistas.

7. O texto apresenta uma oração na voz passiva no trecho


(A) "A série de dados do CAGED tem início em 1992" (linha 5).
(B) "o crescimento no número de empregos formais criados foi de 38,7%"
(linhas 7 e 8).
(C) "'Pode haver uma diminuição na escalada de compra de bens duráveis'"
(linhas 20 e 21).
(D) 'Os preços dos bens duráveis (...) não estão aumentando' (linhas 30 a 32).
(E) "No caso da indústria de transformação, por exemplo, foram criadas 146
mil vagas" (linhas 41 e 42).

Texto para as questões de 8 a 10

A raça humana

1 A raça humana é
Uma semana
Do trabalho de Deus.

A raça humana é a ferida acesa


5 Uma beleza, uma podridão
O fogo eterno e a morte
A morte e a ressurreição.

A raça humana é o cristal de lágrima


Da lavra da solidão
10 Da mina, cujo mapa
Traz na palma da mão.
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A raça humana risca, rabisca, pinta


A tinta, a lápis, carvão ou giz
O rosto da saudade
15 Que traz do Gênesis
Dessa semana santa
Entre parênteses
Desse divino oásis
Da grande apoteose
20 Da perfeição divina
Na grande síntese.

A raça humana é
Uma semana
Do trabalho de Deus.
Gilberto Gil.

8. No texto, que é a letra de uma canção, o verbo ser encontra-se no presente


do indicativo porque o autor pretende
(A) marcar fatos que ocorrerão em um futuro próximo.
(B) expressar ações habituais dos seres humanos que ainda não foram
concluídas.
(C) dar vida a fatos ocorridos no passado, como se fossem atuais.
(D) apresentar uma condição ou situação como permanente.
(E) enunciar fatos que ocorrem no momento em que o texto é escrito.

9. Assinale a opção em que a preposição em apresenta a mesma interpretação


que recebe no verso 11: "Traz na palma da mão".
(A) Arrumei os livros na estante da sala.
(B) De vez em quando, vamos juntos ao cinema.
(C) A notícia correu de boca em boca.
(D) A cidade entrou em festa.
(E) Cremos na vitória da democracia.

10. A respeito do emprego dos pronomes relativos, assinale a opção correta.


(A) É correto colocar artigo após o pronome relativo cujo (cujo o mapa, por
exemplo).
(B) O relativo cujo expressa lugar, motivo pelo qual aparece no texto ligado
ao substantivo mapa na expressão "cujo mapa" (v.10).
(C) O pronome cujo é invariável, ou seja, não apresenta flexões de gênero e
número.

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(D) O pronome relativo quem, assim como o relativo que, tanto pode referir-
se a pessoas quanto a coisas em geral.
(E) O pronome relativo que admite ser substituído por o qual e suas flexões
de gênero e número.

11. Assinale a opção em que a frase apresenta o emprego correto do acento


grave indicativo de crase.
(A) Isto não interessa à ninguém.
(B) Não costumamos comprar roupas à prazo.
(C) O estudante se dirigiu a diretoria da escola.
(D) Caminhamos devagar até à entrada do estabelecimento.
(E) Essa é a instituição à que nos referimos na conversa com o presidente.

12. Uma das funções dos parênteses é a de


(A) separar os diversos itens de uma enumeração.
(B) imprimir a um texto um tom coloquial.
(C) indicar que termos foram deslocados na oração.
(D) isolar explicações, indicações ou comentários em geral.
(E) caracterizar um texto como essencialmente didático.

13. Com referência à ortografia oficial e às regras de acentuação de palavras,


assinale a opção incorreta.
(A) Os vocábulos lágrima e Gênesis seguem a mesma regra de acentuação.
(B) As palavras oásis e lápis são acentuadas pelo mesmo motivo.
(C) A grafia correta do verbo correspondente a ressurreição é ressucitar.
(D) Apesar de a grafia correta do verbo poetizar exigir o emprego da letra "z",
0 feminino de poeta é grafado com s.
(E) O vocábulo traz corresponde apenas a uma das formas do verbo trazer; a
forma trás é empregada na indicação de lugar (equivale a parte posterior).

14. Julgue os fragmentos de texto apresentados nos itens abaixo quanto à


concordância verbal.
1 De acordo com o respectivo estatuto, a proteção à criança e ao adolescente
não constituem obrigação exclusiva da família.
II Na redação da peça exordial, deve haver indicações precisas quanto à
identificação das partes bem como do representante daquele que figurará
no pólo ativo da eventual ação.
III A legislação ambiental prevê que o uso de água para o consumo humano e
para a irrigação de culturas de subsistência são prioritários em situações de
escassez.

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IV A administração não pode dispensar a realização do EIA, mesmo que o
empreendedor se comprometa expressamente a recuperar os danos
ambientais que, por ventura, venham a causar.
V A ausência dos elementos e requisitos a que se referem o CPC pode ser
suprida de ofício pelo juiz, em qualquer tempo e grau de jurisdição,
enquanto não for proferida a sentença de mérito.

A quantidade de itens certos é igual a

(A) 1.
(B) 2.
(C) 3.
(D) 4.
(E) 5.

Prova 4
(TRE MA - superior - 2006)

1 Para que a democracia seja efetiva, é necessário que as pessoas se


sintam ligadas aos seus concidadãos e que essa ligação se manifeste por
meio de um conjunto de organizações e instituições extramercado. Uma
cultura política atuante precisa de grupos comunitários, bibliotecas,
5 escolas públicas, associações de moradores, cooperativas, locais para
reuniões públicas, associações voluntárias e sindicatos que propiciem
formas de comunicação, encontro e interação entre os concidadãos. A
democracia neoliberal, com sua idéia de mercado über alles, nunca leva
em conta essa atuação. Em vez de cidadãos, ela produz consumidores.
10 Em vez de comunidades, produz shopping centers. O que sobra é uma
sociedade atomizada, de pessoas sem compromisso, desmoralizadas e
socialmente impotentes.
Em suma, o neoliberalismo é o inimigo primeiro e imediato da
verdadeira democracia participativa, não apenas nos Estados Unidos, mas
15 em todo o planeta, e assim continuará no futuro previsível.
Robert W. McChesney. Introdução. In: Noam Chomsky. O lucro ou
as pessoas? Neoliberalismo e ordem global. Pedro Jorgensen Jr.
(Trad.). 4.a ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004 (com adaptações).

1. Assinale a opção que está de acordo com as idéias do texto I.


(A) O setor econômico da sociedade inibe qualquer iniciativa de se construir
uma cultura política verdadeiramente democrática.
(B) A democracia neoliberal, ao desprezar as ações da sociedade civil
organizada, reduz a condição política do cidadão a um plano mínimo.
(C) É previsível que, em um futuro próximo, o neoliberalismo evolua para uma
democracia extramercado.
(D) A política neoliberal produz um tipo de democracia voltada,
exclusivamente, para a defesa dos interesses do consumidor.
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(E) Os sindicatos destacam-se das demais instituições associativas por
promover a interação entre seus associados.

2. Assinale a opção correta com referência à tipologia do texto I.


(A) O produtor do texto apresenta, em narrativa concisa, a trajetória
contemporânea da democracia neoliberal em direção a um futuro
previsível.
(B) Trata-se de texto expositivo, de caráter intimista, em que o autor
apresenta suas impressões pessoais a respeito do neoliberalismo e da
influência norte-americana sobre o futuro da humanidade.
(C) Em um texto eminentemente descritivo, o autor estabelece, de modo
subjetivo, um paralelo entre dois tipos de democracia cujas ações
atendem, de modo diferenciado, aos interesses populares.
(D) No texto, identifica-se uma parte narrativa, em que o autor relata o
surgimento da democracia neoliberal, e outra descritiva, por meio da qual
o produtor enumera, objetivamente, as características da democracia
participativa.
(E) O texto caracteriza-se como dissertativo-argumentativo, no qual o autor,
contrapondo dois tipos de sistema político, manifesta-se contra os efeitos
nocivos de um sobre o outro.

3. Com referência às palavras e expressões empregadas no texto I, há


equivalência de sentido entre
(A) "conjunto de organizações e instituições extramercado" (linha 3) e
"democracia neoliberal" (linha 8).
(B) "concidadãos" (linha 2) e "consumidores" (linha 9).
(C) "efetiva" (linha 1) e "participativa" (linha 14).
(D) "atuante" (linha 4) e "atomizada" (linha 11).
(E) "grupos comunitários" (linha 4) e "shopping centers" (linha 10).

4. Julgue os itens abaixo, considerando o emprego de estruturas lingüísticas no


texto I.
I Caso a oração adverbial que inicia o texto estivesse imediatamente após a
expressão "é necessário", não haveria necessidade de emprego da vírgula,
visto que estaria restabelecida a ordem direta do período.
II A substituição da forma verbal "precisa" (linha 4) por prescinde preserva o
sentido original do texto e aumenta a força argumentativa do enunciado
lingüístico.
III Na linha 6, a forma verbal subjuntiva "propiciem" poderia ser substituída,
sem prejuízo da coerência do texto e da correção gramatical, pela forma
indicativa propiciam, desde que fosse empregada a vírgula antes do
conector "que".

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IV Na linha 8, a forma de presente do indicativo "leva", associada ao emprego
do advérbio "nunca", confere ao enunciado um tom assertivo, categórico,
que não admite contestação.
V Estariam garantidas a coerência do texto e a correção gramatical se o
período "O que sobra (...) socialmente impotentes" (linhas 10 a 12) fosse
assim reescrito: Disso resulta uma sociedade atomizada, constituída de
pessoas sem compromisso, desmoralizadas e socialmente impotentes.
A quantidade de itens certos é igual a
(A) 1.
(B) 2.
(C) 3.
(D) 4.
(E) 5.

5. No texto abaixo, de autoria de Mário Quintana e reproduzido com


adaptações, os itens em algarismos romanos referem-se aos termos em
negrito que os antecedem. Julgue-os com relação ao emprego dos vocábulos e
das expressões quanto à sintaxe de construção do período e à grafia.
O milagre
Dias maravilhosos em que (I) os jornais vêm (II) cheios de poesia e do lábio
amigo brota (III) palavras de eterno encanto. Dias mágicos em que os
burgueses espiam (IV), através das vidraças dos escritórios, a graça gratuita
(V) das nuvens.
Estão certos apenas os itens
(A) I, II e IV.
(B) I, III e V.
(C) I, IV e V.
( D ) II, III e IV.
(E) II, III e V.

Ser cidadão, perdoem-me os que cultuam o direito, é ser como o Estado,


é ser um indivíduo dotado de direitos que lhe permitem não só se defrontar
com o Estado, mas afrontar o Estado. O cidadão seria tão forte quanto o
Estado. O indivíduo completo é aquele que tem a capacidade de entender o
mundo, a sua situação no mundo e que, se ainda não é cidadão, sabe o que
poderiam ser os seus direitos.
Milton Santos. Cidadania e consciência negra. Internet:
<http://geocities.yahoo.com.br>. Acesso em jun./2005.

6. No texto acima,
(A) o sujeito gramatical da oração expressa pela forma verbal "perdoem" (R.1)
está elíptico.
(B) estaria garantida a obediência às regras de regência verbal, caso se
substituísse a expressão "afrontar o Estado" (linha 3) por afrontar-lhe.

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(C) caso a locução verbal "poderiam ser" (linha 6) estivesse no singular,
haveria concordância do verbo auxiliar com o sujeito da oração, expresso
na forma pronominal "o", que a antecede.
(D) a substituição da expressão "capacidade de entender o mundo" (linhas 4 e
5) por capacidade de entendê-lo mantém a coesão e a coerência do
texto, além de conferir ao período maior concisão.
(E) a expressão "é aquele que" (linha 4) é empregada, no período, para realçar
o termo "O indivíduo completo" (linha 4).

7. Assinale a opção correta quanto à pontuação.


(A) Promotores representantes da Associação do Ministério Público do Estado
do Maranhão (AMPEM), vão propor à Controladoria-Geral da União (CGU) a
realização de convênio no projeto Contas na Mão. Nascido há cinco anos, o
projeto tem como objetivo, formar comitês de cidadania para fiscalizar
contas públicas em estados e municípios.
(B) Em 2003, o projeto ganhou o apoio do Tribunal de Contas do Estado do
Maranhão. A parceria culminou na instrução normativa que obriga as
prefeituras e as câmaras municipais a colocarem à disposição da
população a prestação de contas municipais. A instrução tem como
amparo a Lei de Responsabilidade Fiscal.
(C) O projeto foi então, adotado pelo Fórum Permanente dos Promotores de
Justiça, "Depois, fizemos com que esses comitês tivessem participação em
todas as atividades do estado, no planejamento do orçamento, na
execução orçamentária e até, na prestação de contas", explicou o
promotor de justiça.
(D) O projeto Contas na Mão nasceu em 2000, a partir de audiências públicas
no interior do Maranhão. Nesses encontros, os promotores discutiam com
a população, o processo eleitoral e possíveis crimes como: a compra de
votos. "Depois, achamos necessário que esse trabalho de conscientização
se estendesse para além do período eleitoral", disse, um promotor de
justiça.
(E) No Maranhão, os comitês são formados por cidadãos, indicados, pelos
promotores de cada comarca do estado. Eles obtêm capacitação por meio
de: cursos realizados na capital São Luís, e também no interior. Tudo é
mantido com recursos da Procuradoria-Geral de Justiça maranhense e por
meio de parcerias com a AMPEM.
Opções adaptadas. Internet: <http://www.cgu.gov.br>. Acesso em 17/6/2005.

8. Quanto ao emprego do sinal indicativo de crase, julgue os fragmentos


apresentados nos seguintes itens.
I Opinião favorável ou contrária à coligações partidárias.
II Direito a candidatar-se à qualquer cargo eletivo.
III Disposições aplicadas à sítio mantido por empresas públicas.
IV Tema à que se refere a legislação em vigor.

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V Submissão às regras da lei eleitoral.
VI Restrições impostas às rádios e às emissoras de televisão.
VII Características semelhantes às da legislação eleitoral.
O emprego da crase está correto apenas nos itens
(A) I, II e IV.
(B) I, IV e VII.
(C) II, V e VII.
(D) III, IV e VI.
(E) V, VI e VII.
Gabaritos
PROVA 1
1. E 2. C 3. E 4. C 5. C
6. C 7. E 8. C 9. C 10. E
11. C 12. C 13. E 14. E 15. C
16. C 17. E 18. E 19. E 20. C
21. E 22. C 23. E 24. E 25.C
26. E

PROVA 2
1. E 2. E 3. E 4. C 5. C
6. C 7. C 8. E 9. C 10. C
11. C 12. E 13. E 14. C 15. E
16. C 17. E 18. C 19. C 20. C
21. X 22. E
X = questão anulada

PROVA 3
I. B 2. C 3. B 4. A 5. D
6. E 7. E 8. D 9. A 10. E
II. D 12. D 13. C 14. A

PROVA 4
1. B 2. E 3. C 4. C 5. A
6. E 7. B 8. E

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