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Vamos trabalhar com a base {|z, +i, |z, −i} formada pelos autoestados de Ŝz ,
~ ~
Ŝz |z, +i = |z, +i Ŝz |z, −i = − |z, −i.
2 2
Se levarmos em conta que as representações dos operadores Ŝx , Ŝy e Ŝz nesta base
são da forma
~ 0 1 ~ 0 −i ~ 1 0
Sx = , Sy = , Sz = ,
2 1 0 2 i 0 2 0 −1
1
Note que temos um sistema linear homogêneo. Para admitir soluções não-triviais
devemos ter
cos θ − 2λ e−iφ
sin θ
det ~ = 0.
eiφ sin θ − cos θ − 2λ~
A equação acima é a chamada equação caracterı́stica. Facilmente concluı́mos que
~
λ=± . (1)
2
Observe que os autovalores são reais como era de se esperar pois Ŝ · n é um operador
hermiteano. Agora vamos determinar os autovetores normalizados de Ŝ · n.
~
i. λ = 2
→ Ŝ · n|n, +i = ~2 |n, +i:
cos θ − 1 e−iφ sin θ a
iφ = 0.
e sin θ − cos θ − 1 b
Temos o sistema: (
a = e−iφ cot θ2 b
, (2)
|a|2 + |b|2 = 1 (normalização)
de onde obtemos
θ θ
|a|2 = cos2 ⇒ a = cos
2 2
e
θ θ
|b|2 = sin2⇒ b = eiφ sin .
2 2
Note que temos liberdade de fixar uma fase global. Assim:
cos 2θ
θ θ
|n, +i = cos |z, +i + eiφ sin |z, −i → . (3)
2 2 eiφ sin 2θ
Temos o sistema:
(
a = −e−iφ tan 2θ b
, (4)
|a|2 + |b|2 = 1 (normalização)
de onde obtemos
θ θ
|a|2 = sin2 ⇒ a = e−iφ sin
2 2
2
e
θ θ
|b|2 = cos2 ⇒ b = − cos .
2 2
Assim:
e−iφ sin θ2
−iφ θ θ
|n, −i = e sin |z, +i − cos |z, −i → . (5)
2 2 − cos 2θ
(b) Vamos supor que a partı́cula esteja no estado |n, −i. A probabilidade p(Sz = ~2 ) de
numa medida de Sz acharmos o valor ~2 é
~ θ
p Sz = = |hz, +|n, −i|2 = sin2 . (6)
2 2
(c) Se a partı́cula está no estado |n, −i, o valor médio das medidas de Sx é dado por
(a) Primeiramente, vamos calcular a fração dos átomos do feixe emergente que têm
Sz = ~2 e Sz = − ~2 na situação onde o filtro aceita o estado com Sn = − ~2 e rejeita o
estado com Sn = ~2 . No esquema abaixo ilustramos o processo de medida:
Note que em ambos os casos só existe um caminho de modo que a probabilidade
da partı́cula inicialmente no estado |z, +i continuar no estado |z, +i ou mudar para
|z, −i passando pelo estado intermediário |n, −i é igual ao módulo ao quadrado da
amplitude de probabilidade da partı́cula percorrer esse caminho. Nessas condições,
a fração do feixe emergente que têm Sz = ~2 é dada por
~
f Sz = = |hz, +|n, −i|2 |hn, −|z, +i|2
2
3
que resulta em
~ θ
f Sz = = sin4 . (9)
2 2
Já a fração do feixe emergente que têm Sz = − ~2 é dada por
~
f Sz = − = |hz, −|n, −i|2 |hn, −|z, +i|2
2
que resulta em
~ θ θ
f Sz = − = sin2 cos2 . (10)
2 2 2
Observe que a soma das frações não é igual a 1 uma vez que parte do feixe é bloqueada
no filtro de Stern-Gerlach que permite apenas a saı́da das partı́culas com Sn = − ~2 .
(b) Agora repetiremos o exercı́cio anterior admitindo que o filtro está operando sem
rejeitar nenhum estado. Nesse caso, quando medimos Sn sem selecionar identificamos
o caminho percorrido pelo feixe e a probabilidade é igual a soma das probabilidades
da partı́cula percorrer os dois caminhos.
Assim, a fração do feixe emergente que têm Sz = ~2 é dada por
~
f Sz = = |hz, +|n, −i|2 |hn, −|z, +i|2 + |hz, +|n, +i|2|hn, +|z, +i|2
2
que resulta em
~ θ θ
f Sz = = sin4 + cos4 . (11)
2 2 2
4
Já a fração do feixe emergente que têm Sz = − ~2 é dada por
~
f Sz = − = |hz, −|n, −i|2 |hn, −|z, +i|2 + |hz, −|n, +i|2|hn, +|z, +i|2
2
que resulta em
~ θ θ
f Sz = − = 2 sin2 cos2 . (12)
2 2 2
Aqui podemos verificar que a soma das frações é igual a 1 pois aqui o filtro não bloqueia
nenhuma partı́cula do feixe incidente.
3. Considere uma molécula triatômica linear formada por três átomos equidistantes, E, C e
D com um elétron livre. Uma base ortonormal no espaço dos vetores de estado do elétron
é dada pelos estados |ψE i, |ψC i e |ψD i, onde o elétron está localizado na vizinhança dos
átomos E, C e D, respectivamente.
A hamiltoniana do sistema é
Ĥ = Ĥ0 + Ŵ ,
onde |ψE i, |ψC i e |ψD i são autovetores degenerados de Ĥ0 com energia E0 e Ŵ é um
operador que transfere o elétron de um átomo para o outro definido por
5
(a) Levando em conta que a representação do operador hamiltoniana na base {|ψE i, |ψC i, |ψD i}
é determinada pela ação de Ĥ em cada um dos vetores da base,
X
Ĥ|ψn i = |ψm ihψm |Ĥ|ψn i n, m = E, C, D
m
facilmente obtemos
E0 −a 0
H = −a E0 −a . (13)
0 −a E0
Ĥ|Ei = E|Ei,
Para que o sistema homogêneo acima admita soluções não-triviais devemos ter
E0 − E −a 0
det −a E0 − E −a = 0,
0 −a E0 − E
que é uma
√ equação cúbica
√ em (E0 − E). Identificamos três soluções E = E0 , E =
E0 + a 2 e E = E0 − a 2. Assim as energias do sistema são:
√ √
E = E0 − a 2, E = E0 , E = E0 + a 2. (14)
6
√
i. E = E0 − a 2:
√
a 2 −a
√ 0 x
−a a 2 −a y = 0.
√
0 −a a 2 z
Temos o sistema:
√
y = 2x
z=x , (15)
2 2 2
|x| + |y| + |z| = 1 (normalização)
7
e
1
z = −√ .
2
Assim:
1
1 1
|E0 i = √ (|ψE i − |ψD i) → √ 0 . (18)
2 2 −1
√
iii. E = E0 + a 2:
√
−a 2 −a√ 0 x
−a −a 2 −a
√
y = 0.
0 −a −a 2 z
Temos o sistema:
√
y = − 2x
z=x , (19)
2
|x| + |y|2 + |z|2 = 1 (normalização)
onde a fase foi escolhida de modo que
1
x= ,
2
√
2
y=−
2
e
1
z= .
2
Assim:
√ √ 1
√
1 1
|E0 + a 2i = (|ψE i − 2|ψC i + |ψD i) → − 2 . (20)
2 2
1
(b) Vamos supor que o sistema √ se encontre no estado fundamental, ou seja, no estado
de menor energia |E0 − a 2i. As probabilidades de encontrar o elétron nos estados
|ψE i, |ψC i e |ψD i são, respectivamente,
√ 1
P (|ψE i) = |hψE |E0 − a 2i|2 = = 25%,
4
√ 1
P (|ψC i) = |hψC |E0 − a 2i|2 = = 50%
2
e
√ 1
P (|ψD i) = |hψD |E0 − a 2i|2 = = 25%.
4
8
(c) Se medimos a energia do sistema os possı́veis valores serão os autovalores calculados
no primeiro item: √ √
E = E0 − a 2, E0 e E0 + a 2.
Admitindo que o sistema esteja no estado |ψE i, as probabilidades de obter cada um
desses valores de energia são, respectivamente,
√ √ 1
P (E0 − a 2) = |hE0 − a 2|ψE i|2 = = 25%,
4
1
P (E0 ) = |hE0 |ψE i|2 = = 50%
2
e
√ √ 1
P (E0 + a 2) = |hE0 + a 2|ψE i|2 = = 25%.
4
(d) Queremos calcular o valor médio e a dispersão das medidas de energia se o sistema
está no estado |ψE i. O valor médio da energia é:
E 0 −a 0 1
hHi = hψE |Ĥ|ψE i = 1 0 0 −a E0 −a 0
0 −a E0 0
= E0
Portanto
hHi = E0 . (21)
Para calcular a dispersão das medidas de energia precisamos calcular explicitamente
hH 2 i = hψE |Ĥ 2 |ψE i, que fornece
2 2 2
E 0 + a −2aE 0 a 1
2 2 2 2
hH i = hψE |Ĥ |ψE i = 1 0 0 −2aE0 E0 + a −2aE0 0
a2 −2aE0 E02 + a2 0
= E02 + a2 .
Logo
hH 2 i = E02 + a2 .
Finalmente concluı́mos que:
2
σH = hH 2 i − hHi2 = a2 . (22)
(a) É fácil observar que Ŝy é um observável fı́sico uma vez que sua representação na base
formada pelos autovetores |z, +i e |z, −i é uma matriz hermiteana:
~ 0 −i
Sy† = = Sy . (23)
2 i 0
(b) Vamos denotar por |y, λi um particular autovetor de Ŝy associado ao autovalor λ, ou
seja,
Ŝy |y, λi = λ|y, λi.
Se na base {|z, +i, |z, −i} esse autovetor é escrito da forma
a
|y, λi = a|z, +i + b|z, −i → ,
b
Note que temos um sistema linear homogêneo. Para admitir soluções não-triviais
devemos ter 2λ
− ~ −i
det = 0,
i − 2λ
~
implicando que
~
λ=± . (24)
2
Observe que os autovalores são reais como era de se esperar pois Ŝy é um operador
hermiteano. Agora vamos determinar os autovetores normalizados de Ŝy .
10
~
i. λ = 2
→ Ŝy |y, +i = ~2 |y, +i:
−1 −i a
= 0.
i −1 b
Temos o sistema: (
b = ia
, (25)
|a|2 + |b|2 = 1 (normalização)
onde escolhemos a fase de modo que
1
a= √
2
e
i
b= √
2
Assim:
1 1 1
|y, +i = √ (|z, +i + i|z, −i) → √ . (26)
2 2 i
Temos o sistema: (
b = −ia
, (27)
|a|2 + |b|2 = 1 (normalização)
onde a fase foi escolhida de modo que
1
a= √
2
e
i
b = −√
2
Assim:
1 1 1
|y, −i = √ (|z, +i − i|z, −i) → √ . (28)
2 2 −i
De um cálculo direto temos,
1 1 1
hy, +|y, −i = √ 1 −i √ = 0,
2 2 −i
11
(c) A transformação unitária que diagonaliza a matriz Sy é representada por uma matriz
cujas colunas são os autovetores obtidos no item anterior:
1 1 1
U=√ . (29)
2 i −i
(a) Observando diretamente a representação do operador  na base {|1i, |2i, |3i} facil-
mente verificamos que o autovalor −a é duplamente degenerado, ou seja, existem
dois autovetores linearmente independentes, |2i e |3i, associados a esse autovalor.
Para verificar se existe degenerescência no espectro de B̂ devemos obter explicita-
mente os autovalores e autovetores. Note que a estrutura da matriz que representa o
observável B̂ na base {|1i, |2i, |3i} já nos permite identificar um autovalor: b. Assim,
nos resta apenas diagonalizar o bloco
0 −ib 0 −i
=b ,
ib 0 i 0
12
que possui a mesma estrutura da matriz tratada no exercı́cio anterior. Assim, segue
que o autovalor b possui multiplicidade dois, ou seja, é duplamente degenerado. Os
autovetores normalizados são:
|b, 1i = |1i,
1
|b, 2i = √ (|2i + i|3i)
2
e
1
| − bi = √ (|2i − i|3i)
2
(b) De fato  e B̂ são operadores compatı́veis uma vez que suas representações são
matrizes que comutam.
(c) Note que, como consequência desses observáveis serem compatı́veis, os autoestados
de B̂ obtidos anteriormente também são autoestados de Â:
Â|b, 2i = −a|b, 1i
e
Â| − bi = −a|b, 1i,
mostrando que
|a, bi = |1i,
1
| − a, bi = √ (|2i + i|3i)
2
e
1
| − a, −bi = √ (|2i − i|3i)
2
formam uma base de autovetores simultâneos de  e B̂. Uma vez que as duplas de
autovalores definem de maneira unı́voca os autovetores simultâneos podemos dizer
que os operadores  e B̂ são um conjunto completo de observáveis que comutam.
(d) Se o sistema está no estado |3i, a probabilidade de numa medida simultânea de  e
B̂, acharmos os valores −a e b é
1
P (−a, b) = |h−a, b|3i|2 = = 50%. (33)
2
6. Dado o operador
ilx̂
B̂(l) = exp
~
e o estado
|βi = B̂(l)|αi. (34)
13
(a) Queremos calcular φβ (p) = hp|βi dado φα (p) = hp|αi. De (??) facilmente verificamos
que Z
ilx′
hp|βi = hp|B̂(l)|αi = dx′ hp|x′ ihx′ |αie ~ .
onde utilizamos o fato que p̂B̂(l) = B̂(l)p̂ + [p̂, B̂(l)]. Levando em conta que:
finalmente obtemos:
hβ|p̂|βi = hα|p̂|αi + l. (36)
(c) O operador B̂ está associado fisicamente a uma translação finita no espaço dos mo-
mentos e o operador x̂ é o gerador dessas translações.
14