O Que Você Precisa Saber

Sobre a Depressão
Flávio Silveira de Carvalho

A Depressão e Seus Efeitos

O Que Você Precisa Saber Sobre a Depressão

Introdução

Considerada “o mal do século” pela Organização Mundial da Saúde, a

depressão atinge cerca de 350 milhões de pessoas em todo o mundo. E
mesmo avanços dos meios de informação, ainda existem muitas dúvidas
e medo em falar sobre o assunto.

Por essa razão é extremamente necessário falar e entender melhor o que 2

de fato é essa doença. A ideia de criar um e-book veio dessa necessidade
eminente de discutir sobre esse tema — que ainda é muito tabu e está
associado à grande parte dos suicídios.

Contra a depressão, a melhor solução ainda é o conhecimento. Por isso,

nas próximas páginas você encontrará informação sobre o que de fato é
essa doença, suas causas, seus sintomas e os fatores de risco.
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Índice

Introdução 2
O Que é a Depressão? 4
Depressão Infantil 5
A Depressão Tem Cura? 7
3
Quais são os Tratamentos da Depressão? 8
Depressão X Ansiedade 10
Conclusão 12
Contato 13
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O Que é a Depressão
Muitas pessoas associam a depressão a um sentimento de Sintomas da Depressão:
tristeza profunda, um desânimo ou uma falta de vontade de fazer as
coisas; porém a depressão não é somente isso. Enquanto a tristeza tem • Perda do interesse por atividades que
uma causa, um motivo e que desaparecerá em um período curto de antes sentia prazer;
tempo, por no máximo algumas semanas; já a depressão nem sempre • Falta de esperanças na vida;
tem uma causa clara. Principalmente porque ela pode ter várias • Mal-estar persistente;
origens: pode ser genética (hereditária), filhos com pais que tem • Aumento do sono ou a perda dele;
depressão tem mais chances e desenvolver a doença; pode ser biológica
• Autocrítica exagerada;
porque está relacionada a um desarranjo bioquímico no cérebro e por
isso existem medicamentos para regular; e pode ser psicológica ou • Sentimentos de Culpa;
emocional, que está associada a traumas, momentos difíceis e de • Dificuldades em se concentrar; 4
perda. • Aumento ou redução do apetite;
• Fadiga; Agitação;
Independente da origem ela causa uma modificação na forma • Irritabilidade;
que vemos, sentimos e percebemos o mundo, e por essa razão é • Problemas digestivos;
classificada como um transtorno afetivo que tem variações entre leve, • Sentimento de inutilidade;
moderada ou grave, e normalmente somente na última situação é que • Baixa autoestima;
vamos procurar ajuda. Enquanto a tristeza, mesmo que por um curto
período de tempo você esquecê-la ou se distrair, na depressão não
• Pensamentos frequentes sobre a
importa o que você faça nada fará você parar de senti-la — claro que morte;
quando não tratada. • Comportamentos compulsivos;
• Entre muitos outros.
E agora que sabemos que não é somente tristeza ou desanimo,
vamos ver os outros sintomas.
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Depressão Infantil:
Crianças podem desenvolver?

Como vimos anteriormente a depressão é um transtorno afetivo

que modifica a forma que percebemos e vemos o mundo, e não tristeza,
desanimo ou preguiça e por isso Sim! Crianças podem desenvolvê-la.
Contudo a depressão infantil é bem diferente da depressão no adulto já
que elas normalmente demonstram isso através de sintomas físicos e
comportamentos; porque elas não conseguem traduzir em palavras o que
sentem, sendo a ocorrência maior em crianças de 6 a 11 anos.
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As causas podem ser várias, desde causas biológicas como uma
disfunção bioquímica no cérebro; emocional, como mudança de cidade,
escola, separação dos pais ou famílias que possuem muitos conflitos.
Claro, que nem toda criança que passa por essa situação vai desenvolver a
doença, porque cada indivíduo é único e reage de formas muito diferentes
a mesma situação. Além disso, doenças crônicas, diabetes, problemas no
sono, internação cirúrgica ou uma internação de longa duração podem ser
fatores desencadeante para os sintomas depressivos.

E como saber se meu filho ou filha pode estar com sintomas

depressivos?
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Cada idade apresenta sintomas diferentes, de zero a dois anos o bebê

pode apresentar recusa do alimento, desenvolvimento motor e da linguagem
tardias e problemas no sono.
Crianças de 2 a 6 anos (idade pré-escolar) podem apresentar uma
regressão no desenvolvimento, coisas que ela já fazia deixa de fazer, como
controlar o xixi, querer voltar a mamar no peito, ou voltar com a chupeta, se já
tinham parado. É importante ressaltar que não é porque elas estão
apresentando esses sintomas que significa que estão desenvolvendo
depressão. Um exemplo disso são crianças que ganham um irmão mais novo
nessa idade, podem também apresentar essas características, então é mais um
alerta para os pais de que algo não está bem.
A partir dos 6 anos os sintomas tem uma variação maior como baixa
autoestima, autocrítica elevada, sentimento de inferioridade, comportamento 6
agressivo, ideias de culpa e de inutilidade, tiques, anorexia, medos, problemas
de memória, hipoatividade, apatia, mudanças de peso e de apetite, entre
vários outros.
É muito importante os pais procurarem um profissional capacitado para
o atendimento de crianças, para desenvolver estratégias para a resolução
desses problemas e assim ter uma melhora significativa.
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A Depressão tem cura?

Por ter origem em vários fatores (biológicos, genéticos, psicológicos e
emocionais), ela pode apresentar-se como um episódio único ao longo da vida
ou pode ocorrer de forma cíclica, repetindo-se ao longo do tempo, o que
chamamos de recorrente. A doença tende a ser recorrente em mais ou menos
50% das pessoas que tiveram um quadro depressivo. Qualquer pessoa pode
tornar-se deprimido sob circunstâncias propícias, mas pessoas obsessivas,
dogmáticas, rígidas e que escondem seus sentimentos tem um risco maior, e é
por isso que devemos estar sempre atentos aos nossos padrões de
comportamento.

Para quem já teve dois episódios, o risco aumenta para 70% e, para
7
quem já teve 3, sobe para mais de 90%. Portanto, alguns pacientes precisaram
tomar medicamentos durante anos e outros, por toda a vida com o intuito de
prevenir a recorrência.

Muitas pessoas não buscam ajuda porque atribuem a depressão a um

mau momento da vida ou relacionam a um obstáculo a ser superado, e não
identificam como anormal o que estão sentindo, e por isso demoram muito
tempo para procurarem um profissional, agravando muitas vezes o quadro.

Haverá pessoas que enfrentaram a depressão e nunca mais irão

apresentar um sintoma depressivo, como há pessoas que precisaram de um
acompanhamento por muito mais tempo, até se sentirem fortalecidos
emocionalmente para conseguir viver tranquilamente. O importante é buscar
ajuda profissional e apoio da família e dos amigos, para se sentir mais seguro e
ter uma qualidade de vida melhor.
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Quais são os tratamentos da

Depressão?
Primeiramente precisamos saber quem pode diagnosticar a doença: o
clínico geral, o psiquiatra e o psicólogo. Como a depressão é multifatorial,
pode ter várias origens, como vimos anteriormente, o tratamento também
normalmente é multiprofissional, o psiquiatra vem com o medicamento para
regularizar a química cerebral e aí estão pincipalmente os antidepressivos, e o
psicólogo vai trabalhar as questões mais subjetivas para que o cliente se
fortaleça emocionalmente, consiga perceber as situações e problemas de
forma diferentes, aprender a lidar melhor com suas dores e angustias, tendo 8
uma qualidade de vida muito melhor, e por isso normalmente o tratamento
consiste na medicação junto à psicoterapia, porque elas se complementam e
tornam o tratamento muito mais eficiente.

A família tem uma função fundamental no tratamento, porque ela pode

oferecer parâmetros da realidade (já que a pessoa tem uma distorção na
percepção da própria vida) e assim sair mais rápido da crise.

Não se deve nunca deixar quem está enfrentando a doença trancada no

quarto, nem desrespeitar a necessidade de alimentação e higiene.
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A estimulação é muito importante, mas na medida do que a pessoa

consegue fazer, deve-se lembrar que a depressão é uma doença incapacitante
e que se ela não consegue fazer algo, não é porque está com preguiça ou não
quer fazer, mas porque realmente não consegue, mesmo que para você pareça
simples ou fácil. E por isso precisa-se ter muita paciência, para que a pessoa
não se sinta mal em não realizar o que está pedindo, porque ao invés de ajudar
estará prejudicando na recuperação, pois ela se sentirá inútil ou um fardo por
não dar conta de realizar aquilo que se está pedindo.

Por isso é muito importante que todos saibam o que está sendo feito,
que riscos correm os doentes, os benefícios do tratamento e o prognóstico a
longo prazo. Acima de tudo, é preciso vencer o medo. De modo geral, tanto os
pacientes quanto as suas famílias têm medo da doença mental. Abordados
esses temas, nós conseguimos melhorar o resultado do tratamento e as
relações interpessoais desses indivíduos, espero que tenha ficado claro a
9
importância do engajamento dessas pessoas no tratamento.
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Depressão X Ansiedade
Muitas pessoas acreditam que a Depressão e a Ansiedade são
problemas completamente diferentes e que não tem nada a ver uma com a
outra, mas muito pelo contrário elas estão muito relacionadas e são duas
doenças que podem coexistir simultaneamente na mesma pessoa. Primeiro
precisamos entender o que é a ansiedade.

É um sentimento que causa desconforto, uma apreensão desagradável

que pode surgir frente a um perigo real, ou imaginário, onde prepara o
indivíduo para uma situação potencialmente danosa, como punições,
privações ou ameaças físicas ou morais. A ansiedade impulsiona a pessoa a
resolver a situação, aumentando o grau de vigília e sua capacidade de ação, é
10
natural do ser humano e adaptativo, necessário para a autopreservação.

A ansiedade se torna uma doença quando passa a atrapalhar a vida do

indivíduo, trazendo prejuízo ao bem estar e ao seu desempenho, impedindo-o
de enfrentar as situações ameaçadoras. Os sintomas são intensos e aparecem
como medos exagerados, estados em que não se consegue relaxar, sensação
de que sempre algo ruim está para acontecer, falta de controle sobre seus
pensamentos, fixação em seus problemas, pavor de situações difíceis,
dificuldade de concentração, fadiga, irritabilidade, problemas sexuais,
dificuldades para dormir. Esses pensamentos geralmente vêm associados a
sensações físicas como mal estar, dor de estômago, aperto no tórax,
palpitações, inquietação, sudorese, entre outros. Conseguiram perceber como
os sintomas da ansiedade são parecidos com a Depressão? Da mesma forma
que a depressão não é só tristeza, a ansiedade não é só agitação ou
irritabilidade.
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Esses sintomas podem levar à queda na autoestima, angústia gerada

pela perda no desempenho profissional causada pelo cansaço e pela
dificuldade de atenção. A inquietação, nervos à flor da pele e irritabilidade
geram brigas familiares e com pessoas queridas. Vendo-se nessa situação, com
tantos entraves causados pela sua ansiedade, a pessoa passa a se sentir triste,
desanimada e sem vontade, sintomas típicos de um quadro depressivo. Temos
então, um quadro típico de um Transtorno de Ansiedade Generalizada com
sintomas depressivos.

Mas como podemos identificar se tenho as duas, ou se tenho uma com

sintomas da outra? A princípio, o ideal não é identificar o que de fato está
ocorrendo, mas sim se algo está acontecendo. A caracterização mais específica
em termos de diagnóstico é feita pelo médico psiquiatra ou psicólogo. O
importante é reconhecer o que está de errado com seu corpo e com a sua
mente em relação ao seu estado natural. Que então o profissional vai perceber
11
qual é o diagnóstico mais correto.
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Por tanto...
É importante estarmos atentos para nossos sentimentos e
emoções, a fim de identificar se existe algo de errado e buscarmos
ajuda.

Esse foi um pequeno e-book respondendo algumas dúvidas

que vêm surgindo referentes à depressão e seus principais
aspectos. Lembrando que nunca devemos esquecer da
individualidade de cada pessoa e não é porque ela apresenta
sintomas diferentes que significa que não esteja passando por um
momento difícil. Cada ser humano é único e lida cada situação da
sua própria forma, por isso devemos sempre ter empatia com a dor
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e o sofrimento do outro.

E, se você percebeu que muito do que foi escrito condiz com o

que você sente, não ignore! Procure ajuda, não é vergonhoso ou
errado, seus sentimentos e emoções são tão sérios quanto qualquer
outro aspecto de sua saúde.

Espero que tenha sido esclarecedor a leitura e, caso ainda

existam dúvidas ou questões que não foram abordadas nesse
material, entre em contato, que ficarei muito feliz em poder ajudar!

Flávio Silveira de Carvalho.

 Flávio Silveira de Carvalho
Psicólogo Clínico CRP: 06/145909

❖ Atendimento online e presencial.

❖ Workshop.
❖ Grupo terapêutico.

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