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1.1.

Introdução

O problema da violência doméstica constitui uma chaga social no nosso país. Na


verdade e infelizmente correspondendo a uma cultura longamente enraizada em alguns meios
sociais e familiares acerca do uso da violência contra familiares e próximos, o país continua a
ser tragicamente conhecido por altas taxas deste tipo de criminalidade. As consequências são
conhecidas nas cifras negras das vítimas, na ocupação do sistema judicial, em números
elevados de reclusão, em indemnizações não pagas pelos agressores, nas famílias desfeitas e,
frequentemente, na reprodução de comportamentos delinquentes nas gerações seguintes dos
carrascos e das vítimas. Ao longo dos últimos anos, o Estado tem dedicado atenção particular
a esta temática, quer no âmbito da formação inicial de magistrados, quer no da formação
contínua de magistrados e de outros profissionais do Direito e, finalmente, também na
formação de dirigentes das novas comarcas. E fê-lo ainda no âmbito do programa Justiça para
todas, no qual os temas da violência no namoro e na escola (bullying e ciberbullying)
constituem preocupações centrais, não apenas com vista à sensibilização dos jovens acerca da
violência em si, como também sobre as consequências dos seus actos perante o Direito e a
Justiça.
Na formação inicial como na formação contínua a atenção incidiu não apenas nas
questões técnico-jurídicas cujo domínio é indispensável pelos magistrados, como na
necessidade de humanizar a relação entre a justiça e os cidadãos. A justiça, os seus
magistrados e os seus funcionários, têm que saber lidar com o público, especialmente com as
pessoas vulneráveis, vítimas directas e indirectas de actos e situações violentas. Só assim se
consegue uma justiça de rosto humano, programa cuja realização sempre se impõe convocar.
É ilusório, no entanto, pretender que é apenas através da formação dos agentes do
Estado que se podem resolver situações sociais complexas, frequentemente o resultado, como
acima referido, de contextos educacionais problemáticos. Enfrentamos, de um lado, a ilusão
de que se pode ter um polícia atrás de cada pessoa, e, de outro, o preconceito de que, por trás
de cada situação levada aos tribunais, encontraremos sempre crianças complexadas, pais
violentos e desinteresse do Estado.
Violência Doméstica - implicações sociológicas, psicológicas e jurídicas do fenómeno
É importante, de outro lado, ter atenção às questões simbólicas: o sistema judicial não só tem
que ser mais eficiente no modo como lida com a violência doméstica, como deve adoptar uma
estratégia que demonstre à opinião pública a sua preocupação com as vítimas, com a justiça e
adequação dos procedimentos, com a punição e regeneração dos criminosos.
Sabe-se bem quais são os limites de uma escola de magistratura, na sua relação com a
autonomia do Ministério Público e a independência dos Tribunais. Mas também se sabe que a
legitimidade dos tribunais e a confiança na justiça se adquirem através de uma cultura de
cidadania, que eleve os níveis da literacia jurídica da sociedade. Frequentemente
desconhecidos pela opinião pública, existem boas práticas já implementadas há muito em
diferentes departamentos das instituições do Estado, do Ministério Público aos tribunais e
polícias de proximidade, sem esquecer importantes Organizações Não Governamentais. Foi
também para estas instituições e boas práticas que se quis chamar a atenção.
Uma obra como a que agora se apresenta nunca está concluída: na realidade, sabemos
que leis e regulamentos da administração estão continuamente a ser alterados e que instruções
e orientações administrativas igualmente são reformuladas periodicamente. E que as boas
práticas institucionais e funcionais sempre podem ser melhoradas.
Ao longo de cerca de um ano possível o Estado articular diversos planos científicos e
profissionais e conjugar matérias muito diferentes, de modo a proporcionar um retrato do
direito aplicável, não apenas penal e processual penal, mas também organizativo,
administrativo, da família e das crianças e laboral.

1.1.1. Delimitação do Tema


O presente trabalho foi desenvolvido no município de Belas, Distrito Urbano de
Cabolombo, província de Luanda no ano 2008. O estudo segue os princípios éticos e legais,
de acordo com as Leis previstos na Constituição e Código Penal da República de Angola.

1.1.2. Justificação do tema


A pesquisa é de enorme relevância, tendo em vista que a violência doméstica atinge
um grande número de pessoas em nossa sociedade, não só mulheres, como também crianças,
adolescentes e idosos e até mesmo homens, de forma silenciosa e dissimulada. Sua
importância também é relevante porque não obedece a nenhum nível social, económico,
religioso ou cultural específico, e pelo fato de imputar às vítimas um sofrimento indescritível.
Outro fato que torna a pesquisa importante é que as agressões constituem a principal causa de
morte de jovens entre 5 e 19 anos e a maior parte dessas agressões são provenientes do
ambiente doméstico. O direito à integridade pessoal como previsto no n.º 1 e n.º 2 do artigo
31.º da CRA. Apesar de existirem leis que protegem a mulher, a criança e o adolescente e o
idoso, a violência doméstica continua, de forma intensa, o que leva à necessidade de um
número maior de pesquisas quê estudem a questão, na busca de soluções.

1.2. Formulação do problema


Nos dias atuais, a violência pode ser considerada um dos maiores problemas da
sociedade angolana. Dentre as mais variadas formas de violência, destaca-se a violência
doméstica que ocorre no seio familiar, local onde nos imaginamos seguros, protegidos. A
violência doméstica atinge, principalmente, crianças, adolescentes, mulheres e idosos, sendo
que os agressores, na maioria das vezes, são os próprios familiares das vítimas. Há várias
formas de violência doméstica, tais como a violência física, a psicológica ou emocional, a
verbal e a sexual. Um dos grandes factores que favorecem a violência física, como o
espancamento, é a personalidade desestruturada para um convívio particular do agressor, que
não sabe lidar com pequenas frustrações que essas relações provocam no decorrer do
quotidiano. A pesquisa pretende estudar esses diferentes tipos de violência doméstica e
procurará responder a estas questões:
- Quais as causas mais frequentes de violência doméstica?
- Que falhas podem ser observadas na legislação que trata dos diferentes tipos de
violência doméstica?
- Quais os principais obstáculos encontrados na aplicação das penas cabíveis?
- Como os tribunais têm solucionado os casos de violência doméstica?
1.3. Hipótese
Apesar da violência domestica ser um problema transversal, acontece em diferentes
contextos, independentemente de factores sociais, económicos, culturais, etários. Apesar de
ser exercida, na grande maioria, sobre mulheres, atinge directa, ou indirectamente crianças,
dando exemplo concerto das mulheres no mercado de trabalho apesar de serem independente
do homem, porque será que muitas delas ainda são sujeitas a sobreviverem com homens que
as violentam e espancam como foi visto no bairro pesquisado?
Porque as mulheres em situação de violência doméstica frequentemente possuem o
perfil de dependência económica e emocional do parceiro?

1.4. Objectivos

1.4.1. Objectivo geral


Identificar as principais formas de violência doméstica dentro da sociedade angolana
mais especificamente na província de Luanda, suas causas e consequências.

1.4.2. Objectivos específicos

 Analisar as diferentes formas de violência doméstica e as consequências trazidas para


a sociedade.
 Discutir a legislação pertinente e os obstáculos a sua aplicação.
 Analisar casos julgados pelos tribunais brasileiros envolvendo violência doméstica

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