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RECURSOS ORDINÁRIOS EM AÇÃO ANULATÓRIA. CLÁUSULA QUE PREVÊ A
SUPRESSÃO DAS HORAS IN ITINERE. COMPROVADA CONTRAPARTIDA. AUTONOMIA
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verifica a mesma situação de assimetria de poder presente nas relações individuais de trabalho. Como
consequência, a autonomia coletiva da vontade não se encontra sujeita aos mesmos limites que a
autonomia individual. 4. A Constituição de 1988, em seu artigo 7º, XXVI, prestigiou a autonomia
coletiva da vontade e a autocomposição dos conflitos trabalhistas, acompanhando a tendência mundial
ao crescente reconhecimento dos mecanismos de negociação coletiva, retratada na Convenção n.
98/1949 e na Convenção n. 154/1981 da Organização Internacional do Trabalho. O reconhecimento dos
acordos e convenções coletivas permite que os trabalhadores contribuam para a formulação das normas
que regerão a sua própria vida. 5. Os planos de dispensa incentivada permitem reduzir as repercussões
sociais das dispensas, assegurando àqueles que optam por seu desligamento da empresa condições
econômicas mais vantajosas do que aquelas que decorreriam do mero desligamento por decisão do
empregador. É importante, por isso, assegurar a credibilidade de tais planos, a fim de preservar a sua
função protetiva e de não desestimular o seu uso. 7. Provimento do recurso extraordinário. Afirmação,
em repercussão geral, da seguinte tese: “A transação extrajudicial que importa rescisão do contrato de
trabalho, em razão de adesão voluntária do empregado a plano de dispensa incentivada, enseja quitação
ampla e irrestrita de todas as parcelas objeto do contrato de emprego, caso essa condição tenha constado
expressamente do acordo coletivo que aprovou o plano, bem como dos demais instrumentos celebrados
com o empregado”. (STF, Pleno, RE 590415, Relator Min. ROBERTO BARROSO, publicado em 29-
05-2015)
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TRABALHISTA. AGRAVOS REGIMENTAIS NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
ACORDO COLETIVO DE TRABALHO. TRANSAÇÃO DO CÔMPUTO DAS HORAS IN
ITINERE NA JORNADA DIÁRIA DE TRABALHO. CONCESSÃO DE VANTAGENS DE
NATUREZA PECUNIÁRIA E DE OUTRAS UTILIDADES. VALIDADE. 1. Conforme assentado
pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal no julgamento do RE 590.415 (Rel. Min. ROBERTO
BARROSO, DJe de 29/5/2015, Tema 152), a Constituição Federal “reconheceu as convenções e os
acordos coletivos como instrumentos legítimos de prevenção e de autocomposição de conflitos
trabalhistas”, tornando explícita inclusive “a possibilidade desses instrumentos para a redução de
direitos trabalhistas”. Ainda segundo esse precedente, as normas coletivas de trabalho podem prevalecer
sobre “o padrão geral heterônomo, mesmo que sejam restritivas dos direitos dos trabalhadores, desde
que não transacionem setorialmente parcelas justrabalhistas de indisponibilidade absoluta”. 2. É válida
norma coletiva por meio da qual categoria de trabalhadores transaciona o direito ao cômputo das horas
in itinere na jornada diária de trabalho em troca da concessão de vantagens de natureza pecuniária e de
outras utilidades. 3. Agravos regimentais desprovidos. Inaplicável o art. 85, § 11, do CPC/2015, pois
não houve prévia fixação de honorários advocatícios na causa. (STF, 2ª Turma, AgR-RE 895759,
Relator: Min. TEORI ZAVASCKI, publicado em 23-05-2017)
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RECURSO DE EMBARGOS REGIDO PELA LEI 11.496/2007. HORAS IN ITINERE.
ACORDO COLETIVO. EXCLUSÃO DA JORNADA DE TRABALHO E DO CÁLCULO DAS
HORAS EXTRAS. O debate se trava acerca da validade de cláusula de norma coletiva que atribuiu à
remuneração do tempo in itinere a característica de ser parcela indenizatória, devida sem o adicional de
horas extras e sem reflexo no cálculo de outras verbas. Em rigor, discute-se sobre tal cláusula revestir-
se de eficácia que derivaria da autonomia privada coletiva ou, por outra, se teria tal preceito excedido o
limite de disponibilidade reservado à autodeterminação dos atores sociais. Ao considerar, tendo em
perspectiva o caso dos autos, que a remuneração do tempo de trabalho ou do tempo à disposição do
empregador, nos limites da lei, não poderia ter sofrido redução ou desvirtuamento, o Tribunal Superior
do Trabalho remete às seguintes razões de decidir: 1. Em sistemas jurídicos fundados em valores morais
ou éticos, a autonomia privada não é absoluta; 2. Os precedentes do STF, como os precedentes em geral,
não comportam leitura e classificação puramente esquemáticas, como se em seus escaninhos se
acomodassem, vistos ou não, todos os fragmentos da realidade factual ou jurídica. Para além das razões
de decidir, acima enumeradas, cabe registrar que os precedentes do STF (RE 590.415/SC e RE
895759/PE) que enlevam a autodeterminação coletiva cuidam de situações concretas nas quais a Excelsa
Corte enfatizou a paridade de forças que resultaria da participação de sindicato da categoria profissional,
não se correlacionando com caso, como o dos autos, em que o Tribunal Regional do Trabalho constata
não ter havido qualquer contrapartida, sob as vestes da negociação coletiva, para compensar a renúncia
de direito pelos trabalhadores. Embargos conhecidos e não providos. (E-RR - 205900-
57.2007.5.09.0325, Relator Ministro: Augusto César Leite de Carvalho, Data de Julgamento:
26/09/2016, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DEJT 03/02/2017)
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AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. HORAS "IN ITINERE". FORMA
DE PAGAMENTO DISCIPLINADA EM NORMA COLETIVA. AUSÊNCIA DE
REPERCUSSÃO GERAL. Trata-se de agravo interno interposto em face de decisão da Vice-
Presidência do TST pela qual fora denegado seguimento ao recurso extraordinário com base em
precedente de repercussão geral. O Supremo Tribunal Federal, ao examinar o Recurso Extraordinário nº
820.729/DF, concluiu que não há questão constitucional com repercussão geral no exame da validade
de norma coletiva de trabalho que limita o pagamento de horas "in itinere" a menos da metade do tempo
efetivamente gasto pelo trabalhador no seu trajeto até o local do serviço, por tratar de controvérsia cuja
natureza é infraconstitucional (Tema 762). Nesse contexto, ficam mantidos os fundamentos adotados
pela decisão agravada. Agravo interno não provido. (Ag-RR - 491-89.2012.5.08.0114 , Relator Ministro:
Renato de Lacerda Paiva, Data de Julgamento: 01/04/2019, Órgão Especial, Data de Publicação: DEJT
24/04/2019)
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Antonio Umberto de Souza Júnior, Fabiano Coelho de Souza, Ney Maranhão e Platon Teixeira de
Azevedo Neto: REFORMA TRABALHISTA: Análise comparativa e crítica da Lei nº 13.467/2017, 2ª
edição. São Paulo, Rideel, 2018, p. 336.
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Destaco o leading case afetado no Tema 762, sobre horas in itinere: PROCESSUAL CIVIL.
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. NORMA COLETIVA DE TRABALHO. PAGAMENTO DAS
HORAS IN ITINERE. FIXAÇÃO DE LIMITE INFERIOR À METADE DO TEMPO
EFETIVAMENTE GASTO NO TRAJETO ATÉ O LOCAL DO SERVIÇO. VALIDADE.
MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. 1. A
controvérsia relativa à validade de norma coletiva de trabalho que limita o pagamento de horas in itinere
a menos da metade do tempo efetivamente gasto pelo trabalhador no seu trajeto até o local do serviço,
fundada na interpretação da Consolidação das Leis do Trabalho e da Lei 10.243/01, é de natureza
infraconstitucional. 2. É cabível a atribuição dos efeitos da declaração de ausência de repercussão geral
quando não há matéria constitucional a ser apreciada ou quando eventual ofensa à Carta Magna se dê
de forma indireta ou reflexa (RE 584.608 RG, Min. ELLEN GRACIE, DJe de 13/3/2009). 3. Ausência
de repercussão geral da questão suscitada, nos termos do art. 543-A do CPC. (RE 820729, Relator: Min.
TEORI ZAVASCKI, DJe 03-10-2014 )
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próxima 5ª feira, dia 3 de maio de 2019. Até agora já há quórum mais que
suficiente para o reconhecimento da existência de questão constitucional
e da repercussão geral sobre o tema, pela unanimidade de votos dos 6
Ministros que até o domingo, dia 28 de abril de 2019, já votaram (Gilmar
Mendes, Marco Aurélio, Dias Toffoli, Luiz Fux, Ricardo Lewandowski e
Rosa Weber). Em geral, reconhecida a repercussão geral, a questão
segue para o Pleno para debate e julgamento do mérito. No entanto, o
relator pode propor um caminho abreviado quando a situação for de
reiteração da jurisprudência. E foi essa a via eleita pelo Ministro Gilmar
Mendes.
O relator propôs o julgamento de mérito desde já, com reafirmação
de jurisprudência, em razão do quanto decidido no Tema 152 (PDV do
BESC, de relatoria do Ministro Roberto Barroso, citado no início deste
material) e da decisão relatada pelo Ministro Teori Zavascki na 2ª Turma
(também mencionada no material). Sugere a revisão dos Temas 357 e
762 da Tabela de Repercussão Geral (mencionados neste material) e
pontua que o princípio da irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas é
construção aplicável ao direito individual, mas não ao direito coletivo do
trabalho, já que este último rege-se pela liberdade sindical e autonomia
coletiva, citando o professor Amauri Mascaro do Nascimento.
Acrescentou, citando o voto do Ministro Teori Zavascki no RE 590.415
(PDV do BESC), que a norma coletiva deve ser interpretada na diretriz do
conglobamento, pelo qual a norma coletiva parte de concessões mútuas,
“cuja anulação não pode ser apenas parcial em desfavor de um dos
acordantes”. Assim, o relator menciona ser desnecessária a explicitação
da vantagem compensatória ofertada e que justifica a redução de direitos.
Por fim, por reconhecer que a autonomia negocial não é absoluta, por
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Aos estudos!