Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Jaison Kurylo1
Reinaldo Francisco2
RESUMO
As modificações instituídas por força de Leis nas diretrizes da educação, algumas vezes, não
proporcionam alterações significativas na rotina educacional. Teme-se que algo semelhante ocorra com
as orientações dadas pelas Leis nº 10.639/03 e nº 11.645/08 - que insere as histórias e as culturas
negras afro-brasileiras e indígenas como estudos obrigatórios na escola básica. A proposta do presente
artigo é apresentar metodologias na forma de atividades práticas que favoreçam um ensino de
Matemática aliado a Etnomatemática. São recorrentes os discursos de que o ensino da matemática
deve estar voltado para uma melhor compreensão da realidade, dos fenômenos sociais, do
desenvolvimento da cidadania, contribuindo para com as transformações sócio históricas. Entretanto,
cotidianamente, muitos professores de matemática consideram que, no ensino da disciplina, não lhes
cabe explorar questões de importância fundamentais como os preconceitos raciais e culturais. De fato,
não são raros aqueles que manifestam o desejo, mas também as dificuldades de redimensionar suas
ações, de modo a abrigar reflexões referentes à diversidade cultural e racial. Neste sentido na disciplina
de matemática temos dificuldades em contribuir significativamente para com a valorização social da
história e cultura Africana, Afro-Brasileira e Indígena. Seja pelo despreparo dos professores, pela falta
de materiais que auxiliem nesta tarefa ou mesmo pela falta de compromisso com questões que
envolvam questões de preconceito. Neste sentido, este trabalho procurou discutir com o coletivo de
professores, questões relacionadas à aplicação das Leis nº 10.639/03 e nº 11.645/08 no ensino de
matemática, sugerindo atividades práticas que relacionem aspectos das Culturas Africana, Afro-
brasileira e Indígena de uma maneira simples, sem que o professor necessite parar sua aula para
abordá-las, tornando isso uma prática normal e não apenas fazendo abordagens pontuais, desta forma
preconizando o que está contida nas referidas Leis.
1 INTRODUÇÃO
reinaldo1001@hotmail.com.
dos temas Culturas Africana, Afro-Brasileira e Indígena é obrigatório em todas as
Disciplinas da Base Nacional Comum. O trabalho se justifica, devido ao discurso
comum, de que dentro das disciplinas tidas como exatas estas temáticas não
encontram campo fértil para se desenvolverem. Outros ainda alegam desconhecer
maneiras de incorporar conteúdos destas culturas com os mesmos já sistematizados.
E ainda existe aquele que julga desnecessário ou irrelevante trabalhar tais temas e
por ignorância ou descaso suprimem estes conteúdos de suas aulas. Assim sendo,
destaca-se a necessidade de contribuir significativamente para com a valorização
social da história e cultura Africana, Afro-Brasileira e Indígena. Para tanto é necessário
que se compreenda que não existe apenas uma única “cultura brasileira”, neste
sentido a fala de Lopes (2008, p. 159) é importante:
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
4 DESENVOLVIMENTO
1° Encontro (Professores)
Esse encontro teve a participação de 09 professores, onde foi aplicado um
questionário para investigar quais os conhecimentos que os participantes tinham
sobre as Leis nº 10.639/03 e nº 11.645/08, quais as ações que os docentes
desenvolviam sobre a temática e a importância de abordar estes temas durante as
aulas. Ficou claro que a maioria desconhece o sentido real destas leis e como deve
ser trabalhado em sala de aula. Ficando explicito que os professores trabalham de
forma pontual tais temas, por não terem ideia de como abordá-las.
1° Encontro (Alunos)
Na realidade não foi um encontro, como dito anteriormente foi utilizado às aulas
desta semana para realizar o trabalho. A primeira ação com os alunos foi aplicar um
breve questionário para descobrir o que eles conheciam sobre a Cultura Africana,
Afro-Brasileira e Indígena. Foi perguntado como os alunos se reconheciam, como
brancos? Pardos? Negros? Ou Indígenas? E, para surpresa, quase a totalidade se
reconhece como brancos ou pardos, mesmo que visualmente sabemos que não. E
este fato se confirmou em uma Reunião Pedagógica, onde a equipe da escola relatou
que dos quase 500 alunos do Colégio menos de um por cento se declara como negro.
Fato este que demonstrou à necessidade de se trabalhar a valorização destes grupos
raciais.
2º Encontro (Professores)
Nesse momento foram iniciadas as atividades propriamente ditas, sugerindo as
relacionadas ao Conteúdo Estruturante Números e Álgebra. As atividades tiveram boa
aceitação pelos participantes, os quais relataram que estas poderiam ser facilmente
utilizadas durante as aulas. O ponto alto desse encontro foi quando os participantes
confeccionaram o Osso de Ishango. (Artefato encontrado em terras do Congo).
2º Encontro (Alunos)
Com os alunos nessa segunda semana, foram incorporadas as atividade
sugeridas aos professores, como por exemplo, a “História do Osso de Ishango”, onde
os alunos confeccionaram em argila, cada um seu próprio osso, fazendo o registro de
um exercício do conteúdo trabalhado no mesmo.
3º Encontro (Professores)
Nesse encontro, os professores já estavam mais à vontade e ansiosos pelas
novas atividades, foram expostas as atividades do Conteúdo Estruturante Medidas e
Tratamento da Informação. A grande maioria das atividades propostas surgiu das
entrevistas realizadas no Quilombo Paiol de Telha, localizado no Município de
Guarapuava - PR. Foi o momento de partilhar com os participantes as experiências
vivenciadas quando foram entrevistados os moradores desta comunidade. E seria
realizada uma visita no 6º encontro a esta comunidade. Aqui foram trabalhadas
atividades de medições, utilizando unidades de medidas não convencionais, como
palmos, mãos, braças, taquaras, talhas entre outras (nomenclaturas usadas pelos
povos remanescentes de quilombos e de terras indígenas).
3º Encontro (Alunos)
Nessa semana foi realizada a medição da sala de aula usando algumas
técnicas que os descendentes de escravos do Quilombo Paiol de Telha do Município
de Guarapuava - PR utilizavam. Foi uma aula muito proveitosa, pois os alunos
realizaram a atividade e visualizaram como é difícil trabalhar sem instrumentos de
medidas convencionais.
4º Encontro (Professores)
Nesse momento concluiu-se as atividades referentes ao Conteúdo Estruturante
Tratamento da Informação e iniciamos as atividades do Conteúdo Estruturante
Geometrias. Aqui, trabalhamos atividades envolvendo o artesanato dos Índios
Kaingang e também a confecção da Boneca Abayomi, esta carregada de simbologia
e tradição.
4º Encontro (Alunos)
Nessa semana foi realizada também a confecção da Boneca Abayomi. Foi um
momento muito especial do Projeto. Como havia a programação de visitar a
comunidade Quilombola Paiol de Telha na cidade de Guarapuava, que fica distante
aproximadamente 140 km de Laranjeiras do Sul, foi necessário viabilizar o transporte
e o dinheiro para custear as despesas de alimentação dos alunos no dia da visita.
Como não tivemos êxito junto ao poder público, o diretor do colégio sugeriu a criação
de outro projeto paralelo, o qual foi batizado de “Adote um Aluno”, onde se procurou
sensibilizar a comunidade escolar e o comercio local a adotar um aluno e a
proporcionar a este a oportunidade de realizar o passeio. Para surpresa, o projeto foi
muito bem recebido por estes parceiros, graças a eles todos os alunos da turma foram
apadrinhados. Como citado anteriormente, este momento foi muito especial, pois às
bonecas que foram confeccionadas pelos alunos, além do cunho pedagógico com
todo o conteúdo de Geometria que pode ser abordado com esta atividade, ainda serviu
para adornar o envelope da carta de agradecimento que cada aluno enviou ao seu
padrinho após o passeio.
5º Encontro (Professores)
Deu-se continuidade nas sugestões de atividades envolvendo as Culturas
Africanas, Afro-Brasileira e Indígena. Os participantes compartilharam algumas
atividades que eles haviam desenvolvido em suas aulas. Todos trouxeram atividades,
estas que podem ser adaptadas à realidade do nosso dia a dia e dos conteúdos
trabalhados. Nesse dia, foi realizada uma atividade relacionada aos Tecidos de Gana
e seus Teares, onde os participantes criaram seus próprios Teares e produziram um
pequeno pedaço de tecido. Esta atividade também possibilita a exploração de
inúmeros conceitos da Geometria, como pontos, retas, áreas, ângulos, medidas de
comprimento, diagonais entre outros.
5° Encontro (Alunos)
Nessa etapa, foi trabalhada uma aula sentada ao chão. Tal atividade remete ao
princípio da circularidade muito presente na cultura Africana. Roda de samba, roda de
capoeira. Uma atividade extremamente simples, mas carregada de simbologia. Os
alunos foram convidados a relatar o que estavam achando das atividades que já
haviam realizados. Foi um momento mais descontraído, mas carregado de conceitos
culturais.
7º Encontro (Professores)
Nesse dia, aconteceu a visita a Terra Indígena Rio das Cobras, localizada no
Município de Nova Laranjeiras, distante 20 km de Laranjeiras do Sul - PR. Na semana
da visita estava acontecendo as comemorações alusivas ao dia do índio, então foi
possível assistir a várias apresentações culturais como danças, teatro, além de
apreciar a exposição de seu artesanato, conhecer costumes e interagir com a
comunidade. Nessa ocasião os professores participantes do curso, tiveram contato
com as formas geométricas utilizadas na confecção do artesanato, seu trançado, além
de outros conceitos matemáticos que são utilizados para elaborar este trabalho. Foi
um dia de grande aprendizado.
7º Encontro (Alunos)
Essa semana foi um pouco frustrante para os alunos, pois havia sido
programado que eles participariam da visita a Terra Indígena Rio das Cobras, porém
devido a problemas de transporte não foi possível levá-los. Mas durante as aulas
foram trabalhados as riquezas destes povos e suas contribuições para com a cultura
nacional, bem como atividades de Matemática envolvendo o artesanato produzido
pelas duas etnias que vivem na Terra Indígena de Rio das Cobras. Nessa ocasião, os
alunos tiveram contato com os balaios, peneiras, chocalhos, arco e flechas, etc., todos
confeccionados com uma rica trama, impregnados de conceitos matemáticos, além
da riqueza das cores e de grande beleza.
8º Encontro (Professores)
Com este grupo, as atividades foram encerradas com a aplicação de um novo
questionário, agora investigando o que mudou em relação ao início do curso. Os
relatos foram satisfatórios, encorajadores e estimulantes. Pois relataram que
realmente não conheciam como trabalhar as Leis nº 10.639/03 e nº 11.645/08 e que
com o material disponibilizado nas oficinas, com as visitas e com a troca de
experiências, isso agora parecia ser muito tranquilo e possível.
8º Encontro (Alunos)
Com os alunos foi encerrado um ciclo, pois era necessário delimitar um espaço
de tempo. Foi realizada uma conversa com os estudantes para verificar o que estavam
achando das atividades que foram realizadas. Relataram que eram boas e que era
uma forma fácil e divertida de gravar os conteúdos. Mas, o principal foi ouvir de um
aluno que hoje ele não tem mais vergonha da sua cor.
No segundo trimestre serão aplicadas outras atividades com a turma.
4.2 AVALIAÇÃO DO TRABALHO
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS