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La vie intellectuelle – son esprit, ses conditions, ses

méthodes

Concebe-se o trabalho intelectual como vocação inscrita em nosso


espírito pela Providência Divina, que tem como condições essenciais de
exercício: a penetração; a continuidade; o esforço metódico; a
tenacidade para arrostar as privações e as pesadas obrigações que a
atividade demanda; a capacidade de aceitar os meios indispensáveis; a
paciência e a perseverança1; certa dose de ascetismo e de heroísmo; um
querer profundo e ardente; e, sobretudo, o amor à verdade.
O intelectual, ademais, deve ser homem de seu tempo2 e, embora
guarde a solitude, que vivifica, não deve viver em isolamento, pois “la
vie réelle est une vie en un, une vie de famille immense avec la charité
pour loi”.
Dadas a unidade da alma e da vida e a identidade que se
estabelece entre a verdade e o bem, o pensamento e a inteligência não
podem estar desacompanhados da virtude, que, guiando-nos ao nosso
fim, constitui o saber supremo.3 Nesse aspecto, as virtudes próprias do
intelectual são a studiosidade; a temperança moderadora, que evita
tanto a vã curiosidade como o carregar fardos acima de nossas forças –
altiora te ne quaesieries e volo ut per rivulos, non statim, in mare eligas
introire4; equilíbrio; prece; cuidado de si; prudência; conhecimento de si.
O intelectual, ademais, deve em tudo manter um espírito de
oração e contemplação, pois que toda verdade, embora particular, é

1 “Contraint, on se concentrera davantage, on apprendra le prix du temps, on se


réfugiera avec élan dans ces heures rares où, le devoir satisfait, on rejoint l’idéal, où l’on
jouit de la détente dans l’action de choix après l’action impose par l’âpre existence”, pág.
15.
2 “Tous les temps ne se valent pas, mais tous les temps sont des temps chrétiens, et il

em est um qui, pour nous et pratiquement, les surpasse tous: le nôtre. Em vue de
celui-là sont nos ressources natives, nos grâces d’aujourd’hui et de demain, doc aussi
les efforts qui y doivent répondre”, pág. 21.
3 “Les qualités du caractere ont em toute chose un rôle prépondérant. L’intellecct n’est

qu’um outil; le maniement em déterminera les effets”, pág. 22.


4 “Le sage commence par le commencement et ne fait un nouveau pas qu’après avoir

assuré l’autre [...]. Il ne faut pas se surestimer, mais se juger. Nous accepter tels que
nous sommes, c’est obéir à Dieu et nous préparer de sûres victoires”, pág. 32.
sempre eterna, na medida em que é veleção da verdade suprema –
Deus. Todo conhecimento é manifestação do Logos divino.
Há também uma unidade entre as funções espirituais e as
funções corporais, de modo que o intelectual deve sê-lo durante todo o
tempo, buscando cuidar do próprio corpo com alimentação e sono
adequados, praticando exercícios físicos, guardando o respouso
necessário, saindo em férias de tempos em tempos, convivendo com a
natureza e o ar puro.
No que se refere à organização de sua vida, Sertillanges afirma
que o intelectual deve buscar a simplicidade na forma de um ascetismo
livre de afetações e sempre cultivar a solitude, o silêncio, o recolhimento
e a noite, os quais são condição da imaginação, da personalidade, da
inspiração e do conhecimento de si e de Deus5. Ao mesmo tempo,
importa sopesar o recolhimento com o cultivo das relações necessárias e
o cumprimento do dever que a vida em sociedade impõe, pois o
intelectual não se separa do homem.6 Bem assim uma dose de ação
constitui elemento indispensável para manter o equilíbrio e impedir que
o silêncio transborde dos seus limites e fins7.
Examinando mais particularmente o trabalho tomado em si
mesmo, Sertillanges assevera que ele pode ocorrer a todo o tempo, visto
que, de um lado, a verdade universal, objeto do saber, em tudo se
manifesta, e, de outro, o cérebro, de onde exsurgem as ideias, funciona
ininterruptamente e inesgotável é o desejo de conhecer, de modo que

5 “La solitude qui lui est recommandée est moins une solitude de lieu qu’une solitude
de recueillement; elle est élévation plus qu’éloignement”, pág. 71.
6 “Le temps donné au devoir ou au réel besoin n’est jamais perdu; le souci qu’on y

consacre est une partie de la vocation et n’em serait ennemi que si l’on considérait
celle-ci abstraitement, hors la providence. [...] Ce qui se doi et ce qu'il faut, faites-le.
[...] Il est pénible de sacrifier de belles heures à des fréquentations et à des démarches
em eles-mêmes inférieures à notre ideal; mais puisque le cours de ce monde est tout
de même fait pour s’allier à la vertu, il faut penser que la vertu y trouvera son
compete, vertu intellectuelle ou vertu morale. A certains jours, ce sera uniquement à
traves la moralité que l’intellectualité atteindra son gain malgré ses concessions
vertueus; dans d’autres circonstances, ce sera par elle-même”, págs. 61-62.
7 La dose d’action recommandée au penseur aura donc cet avantage de lui stabiliser

l’esprit. Elle aura également celui de l’enrichir. Que d’expériences l avie nous propose
chaque jour! Nous les laissons passer, mais um penseur profond les cueille et em
composse ses trésors; ses cadres spirituels em seront peu à peu remplis, et ses idées
générales, contrôlées d’une part, seront em outre illustrées d’une documentation
vivante”, pág. 67.
bastaria o hábito e a disciplina constante para estabelecer esse vínculo
fecundo.
O resultado do trabalho diário é aperfeiçoado, simplificado,
clarificado e reelaborado durante o sono noturno, que age por seus
próprios meios e leis na prolongação da atividade intelectual. Desse
modo, de grande valia ao intelectual é estar sempre pronto, seja ao meio
da noite, seja ao despertar, para dispor no papel das inspirações que a
noite do espírito lhe forneceu.
As manhãs, sagradas, constituem ocasião fecunda para pôr em
rápida revista nossa vida e nossos atos, rememorando os objetivos e o
ofício a que somos chamados a exercer, e, precisado o momento
presente em que nos encontramos, compor o dia que se inicia.
Oportunidade de prece e meditação, de contemplação e agradecimento.
As noites, por outro lado, são próprias para o recolhimento e a
renúncia, para o falecimento do desejo e da vontade, para a preparação
do dia vindouro.
Nos instantes de plenitude, nas horas ardentes e sagradas,
devemos entregar-nos inteiramente ao trabalho, em espírito de oração e
solitude, submissos à verdade, abstraídos das questões mundanas e
totalmente abertos à inspiração e à imaginação.
Com relação ao campo de trabalho, Sertillanges reflete que o
intelectual deve evitar a pura especialidade e, antes, cultivar a “ciência
comparada”8, de aspecto geral, pela busca das causas primeiras de
cada ciência e pelo conhecimento das relações que infalivelmente elas
estabelecem entre si, dispondo-os de maneira hierarquicamente
ordenada, 9os princípios fundantes regendo todo o conjunto. Toda
ciência afirma, é manifestação parcial de uma verdade que é una. O
conjunto dos conhecimentos humanos subordina-se à filosofia; o dos

8
“Science comparée, disons-nous, et par là nous entendons l’élargissement des spécialités par le
rapprochement de toutes les disciplines connexes, puis le rattachement de ces spécialités et de leur
ensemble à la philosophie générale et à la théologie”, pág. 105.
9
“L’ordre ne vient, en aucun genre d’objets ou de disciplines, qu’au moment où les príncipes,
hiérarchiquement rangés jusqu’au príncipe permier, jouent leur rôle de principes, de chefs [...]”, pág. 112.
conhecimentos divinos, à teologia. Para o autor, a Suma Teológica de
Tomás de Aquino é o modelo ideal dessa concepção de conhecimento.
No entanto, adverte, o cultivo de uma ciência comparada não
exclui a necessidade de especialização, ao fim e ao cabo, pois todo o
conhecimento deve ser elaborado em vista de um agir posterior.10 A
definição dos limites de nossa atividade deve ser fruto da humildade e
da resignação quanto aos sacríficios necessários, particulares a cada
um.
A vocação intelectual é recomendado que seja exercida com ardor,
pertinácia e continuidade, cada conclusão representando ao intelectual
novo ponto de partida. Sua atenção e todos os seus recursos precisam
convergir em um único ponto de aplicação, uma ideia dominante, forte
por sua coerência e capacidade de pôr em relações muitos elementos, a
qual os agrupe e ordene em um sistema harmônico. Animará o
trabalho, igualmente, o sentimento de submissão à verdade11, de
humildade, de simpatia, de obediência.
A concentração todavia se concilia com a atividade de
“ampliação”12
O pensamento de que todos os conhecimentos estão mais ou
menos relacionados decorre da afirmação que todos originam-se de uma
mesma fonte comum, que, no pensamento cristão, é Deus, causa de
todas as coisas. Deus, pois, é a unidade da verdade eterna e universal,
que se manifesta parcialmente em cada figuração particular sua.

10
“L’ensemble examiné, jugé dans ses relations et son unité de principes fondamentaux, il est urgent, si
l’on ne veut piétiner sur place, de s’attaquer à une tâche précise, limitée, proportionnée à ses forces et de
s’y donner désormais de tout son coeur”, pág. 120.
11
“Voici le travail profond: se laisser pénétrer par la vérité, en être submergé doucement, s’y noyer, ne
plus penser que l’on pense, ni que l’on soit, ni que rien au monde soit, hors la vérité elle-même. Telle est
la bienheureuse extase. […] Aimer la vérité assez ardemment pour s’y concentrer et se transporter ainsi
dans l’universel, dans ce qui est, au sein des vérités permanentes, c’est l’attitude de contemplation et de
production féconde », págs. 132-133.
12
“J’appelle concentration la convergence de l’attention sur un point; j’appelle élargissement le
sentiment que ce point est le centre d’un vaste ensemble », pág. 137. Acrescenta : « Nous devons isoler
pour mieux pénétrer, mais ensuite il faut unir, afin de mieux comprendre », pág. 137.

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