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Jorge Ferreira (org.

O Brasil Republicano (V.4): o tempo da ditadura: regime militar e movimentos sociais em fins do século XX.

Apresentação

P.9 - Análises interpretações relativas à história do Brasil republicano têm, na maior parte das vezes, destacado uma
questão recorrente: a de que a contrução e consolidação da cidadania e da democracia são, simultaneamente, dilema e
desafio que perpassam o cotidiano nacional brasileiro (...) Dilema, pois a herança do passado colonial/patrimonial
persiste sob diferentes formas e graus ao londo da trajetória republicana, reproduzindo manifestações de práticas
autoritárias, tanto na esfera privada quanto na pública (...) Desafio, pois a construção da democracia tem encontrado
inúmeros focos de resestência que se manifestam sob diferentes formas de comportamento político autoritário,
destacando-se períodos ditatoriais, tanto o do Estado Novo quanto o do regime militar, além das antigas, mas ainda
usuais, práticas de mandonismo local, que teimam em persistir, mesmo que no alvorecer d eum novo milênio possam
parecer ultrapassadas (...) Na verdade, a democracia e a plena realização da cidadania no Brasil apresentam-se como
um dilema histórico ainda a ser decifrado e um desafio a ser enfrentado.

P.9 - O eixo que interliga os diferentes textos, como suas múltiplas abordagens e temáticas diversas, é a questão da
cidadania, analisada de ângulos e perspectivas pluralistas.

1. A Doutrina de Segurança Nacional e os governos militares (Notas - p.26)

Nilson Borges

Os Militares no Poder

P.14 - No caso brasileiro, especificamente, muito embora queriam delimitar a entrada dos militares no processo político
a partir de 1964, a história tem demonstrado que, em todo os momentos de crise institucional, as Forças Armadas
apresentam-se como atores políticos atuantes. Assim foi, em 1889, com a proclamação da República, mediante um
golpe articulado por Deodoro da Fonseca, Floriano Peixoto e a mocidade militar, liderada por Benjamin Constant, e
assim sendo em 1930, com a derrubada da República Oligárquica, que permitiu a instauração da ditadura do Estado
Novo e a deposição de Getúlio vargas em 1945. Mas foram também os militares que participaram do processo de
estabeler um regime democrático, que vigorou de 1945 a 1964, e garantiram a posse de Juscelino Kubitschek em 1955,
abortando um gope preaparado das Forças Armadas (...) Há autores que colocam a questão militar no Brasil ainda no
Império, pois o Exército, principalmente, jamais ficou alheio à política.

P.15 - Assim, ao se analisar o papel da Forças Armadas no processo político brasileiro, deve-se levar em consideração
duas fases: a primeira, antes de 1964, quando os militares intervinham na política, restabeleciam a ordem institucional,
passavam a condução do Estado ao civis e retornavam aos quartéis, exercendo a função arbitral-tutelar; a segunda,
depois de 1964, soba a égide de Doutrina de Segurança Nacional (instrumentalizada pela Escola Superior de Guerra),
quando os militares, após o golpe, assumem o papel de condutores dos negócios do Estado, afastando os civis dos
núcleos de participação e decisão política, transformando-se em verdadeiros atores políticos, com os civis passando a
meros coadjuvantes no sentido de dar ao regime uma fachada democrática.

P.15 - Até 1964 o aparelho militar brasileiro se posicionou na condição arbrital-tutelar, isto é, com a ameça ou em meio
a uma crise institucional, os militares deixavam os quartéis e intervinham na ordem política para, logo em seguida,
transferir o poder aos civis. Após o processo intervencionista, já com os civis na direção do Estado, as Forças Armadas
abandonavam o papel de árbitros e transformavam-se em forças tutelares, estabelecendo os limites da ação cívil.
Porém, a partir de 1964, as Forças Armadas intervêm no processo político, sem, contudo, transferir o poder ao civis,
agindo, nesso contexto, como atores dirigentes e hegemônicos.

P.15 - Após a proclamação da República, o intervencionismo militar foi uma constante na história brasileira, sendo,
inclusive, legitimado até pelo hábito. Recorria-se à intervenção militar, segundo a lógica da época, como forma de
corrigir o que consideravam como desvios do meio político e dos resultados eleitorais. As Forças Armadas eram
reconhecidas como poder moderado, pois tal prerrogativa "estava implícita no próprio texto constitucional ao
subordinar sua ação como aparelho do Estado, dentro dos limites da lei".

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