Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Lição 5
Os Balões
Fig.: 67
Diálogos e Pensamentos
Balão Eléctrico
Com este balão em forma de dentes de serra pode representar a voz saída de
um altifalante ou robot assim como uma voz ao telefone. Um grito, por ser uma
voz contundente, também pode ser representado com este balão. Figura 67,
ilustração 6.
Balão de Angústia
Este balão representa a voz trémula de alguém em fim de vida ou que sente
muito frio, ou, ainda, aterrorizada de uma personagem. Figura 67, ilustração 5.
Duplo Balão
O Efeito do duplo balão é o que se pode ver na ilustração 8 da figura 67. Como
vê, são dois balões unidos por uma junção e servem para indicar que entre um
balão e outro a personagem fez uma pausa no diálogo ou mudou de assunto.
Ordem de Leitura
Existe uma norma para seguir essa ordem porque sem ela o leitor não seguiria
o caminho traçado pelo guionista e poderia dar-se o caso de ler as respostas
antes das perguntas, o que baralharia bastante a compreensão do relato.
Vamos então ver na figura 68 algumas imagens desenhadas pelo meu amigo
José Ruy para a história “Os Lusíadas” e que eu tive a liberdade de alterar os
balões para uma melhor compreensão dessa ordem da leitura.
Figura 68-A. Os Balões seguem por ordem da esquerda para a direita sendo a
personagem colocada à esquerda a primeira a falar.
O primeiro balão que deverá ser lido será sempre o que se encontra na parte
superior da vinheta. Figura 68-C não há hipótese de engano visto que estão na
vertical, um sobre o outro, falando primeiro a personagem da esquerda, mas os
problemas aumentariam se falasse primeiro a personagem da direita, vejamos:
figura 68-D, havendo espaço para fugir ao esquema B, que estando correcto
não deverá ser muito empregue, a solução seria colocar os balões em
diagonal, o balão colocado mais alto mesmo que esteja à direita da vinheta tem
sempre a precedência sobre o balão da esquerda, que se situa a um nível mais
baixo.
Portanto, mais uma vez lhe repito que a ordem de leitura deverá seguir da
esquerda para a direita e/ou de cima para baixo.
A Cartela
Cartelas são o espaço que contêm a voz do narrador; são, portanto, os textos
narrativos. O formato da cartela é geralmente rectangular e quando o texto é
pequeno pode até não existir, ficando a narração sem o seu enquadramento,
incorporando-se assim ao desenho.
Porquê à esquerda da vinheta? O texto narrativo é algo que diz respeito ao que
ficou para trás, ou seja, descrevem alguma lacuna (texto narrativo de enlace)
existente anterior à vinheta onde ela se incorpora; portanto, terá de ser lida
antes dos balões e da visão do desenho. Se a ordem de leitura, assim como o
percurso visual, seguem o seu caminho da esquerda para a direita è obvio que
a cartela se coloque à esquerda pois entraremos nela primeiro que no
desenho. Existem, porém, casos em que a cartela se situa à direita e mais
propriamente na parte inferior. Estes casos são os menos existentes
aparecendo somente quando o que se está a narrar seja referente ao futuro;
portanto, que suceda depois da acção da vinheta onde ela se encontre, assim
como no final da história.
Onomatopeias
Fig.70
Signos Cinéticos
A Legendagem
Um bom ilustrador deverá saber legendar as suas histórias, embora esta não
seja uma tarefa obrigatória pois, para o efeito, as editoras contam com
profissionais que poderão resolver esse trabalho com grande mestria. Hoje em
dia a banda desenhada muito raramente é uma história de autor, isto é,
executada unicamente por uma só pessoa, pois na maioria dos casos as
histórias são realizadas entre dois e mais artistas, há quem escreva o guião,
quem desenhe a lápis as figuras e quem realize os fundos, quem passe a tinta
e quem aplique a cor, além dos profissionais da impressão, cujos nomes nunca
figuram na obra mas que sem eles os resultados nunca seriam os que
conhecemos. Como vê, tal como o cinema também a BD começa a ser um
trabalho colectivo e quanto mais gente nela trabalhar, melhor será o resultado
final.
Mas voltemos à legendagem. Como fazer? Vou explicar um truque que utiliza
José Ruy.
Mas, apesar de tudo, entrámos no séc. XXI, podemos adoptar outros meios e
temo-los à mão — o computador. O Windows vem munido de um tipo de fonte
que se chama “Comic Sans MS” este tipo de letra pode ser-nos muito útil para
legendar nossas pranchas, basta escrever no computador, imprimir, recortar o
texto e colar sobre a prancha.
Falando a verdade a inventiva dos artistas não tem nem pode ter limites,
deveremos utilizar tudo o que esteja ao nosso alcance, só o resultado final
interessa, pouco importa como será realizado.
Veja na figura seguinte o tipo de letra de que lhe falei anteriormente, ela é a
utilizada na BD em todo o mundo, embora seja feita no computador, imita muito
bem a caligrafia feita à mão.
Por agora é tudo, o próximo passo será mais uma história, mais um exercício
de guião e desta vez tentarei aplicar-lhe tudo o que se aprendeu até ao
momento.
Até já Amigo
Guião
Lição 5
Guião Literário
Continua ??
Introdução, Sequências
Desenvolvimento, Sequências
Sequência 24. Consultando o mapa chegam a uma enorme sala que guarda,
sobre um pedestal, um grande cristal de quartzo, motivo da missão.
Conclusão, Sequências
Sequência 27. perante a sua admiração, uma voz nas suas costas dá-lhes as
boas vindas.
Pois bem, vamos agora falar um pouco do que estivemos a fazer.
Este guião poderia continuar por muitas mais páginas, mas terminámos aí,
nesse ponto, com um momento de suspense pois não adiantaria muito, para
nós, continuar. Estes truques utilizam-se quando uma história é publicada por
partes em revistas e, por interesse do editor, termina sempre com um momento
de suspense que faz com que o leitor espere o próximo número para continuar
a ler a história. Uma ideia de negócio e longevidade bem estudada.
Não apresento aqui o Story Board mas ele teria de existir logo depois da
divisão do guião nas três partes principais. Como vê, as 27 sequências do
guião dão-nos um número de 53 vinhetas o que poderia corresponder a 9 ou
10 páginas.
E o próximo passo será o guião Técnico; portanto, atenção, cabeça fresca, pois
agora é que vamos necessitar de toda a imaginação.
Plano de Conjunto
A mesma personagem Abhar: Olá Nirko!
sentada em primeiro Andava à tua procura!
plano, perto chega uma
3 outra de nome Abhar, Nirko: Olá, velho amigo!
jovem, está de pé. Outra vez com
Plano de Conjunto problemas, não é
verdade?
Plano Médio das duas Abhar: Vejo que me vais
4 personagens conhecendo!
Nirko: ...É que sempre
foste mau actor!
Primeiro Plano de Nirko Nirko: ...O que é que
5 levando um copo à queres desta vez,
boca. Indiferente. desembucha?!!
Guião Técnico Página 2
Altifalante: Ok!
Amigo!!
Primeiríssimo Plano Abhar: 19 megas!
3 dos olhos AGORA!!!!
semicerrados de
Abhar.
Plano Geral do céu
com as duas naves. SEM TEXTO
Sequência de três
4 vinhetas mostrando
o fundido das naves
que desaparecem,
tornando-se
invisíveis.
Plano geral parecido Narração: E
com o anterior, aqui segundos depois nos
5 as naves tornam-se céus de Kan.
visíveis, em segundo
plano a paisagem de
outro planeta.
Guião Técnico Página 7
Em segundo plano as
duas naves em terra
com as personagens já SEM TEXTO
5 fora. Falam...
Em primeiro plano a
silhueta de um
humanóide escondido
entre umas rochas.
Guião Técnico Página 8
Vamos agora fazer uma curta crítica dos textos e das sequências especiais que
utilizei neste exercício de guião.
Na quinta vinheta um Slowness de uma mão que agarra uma pistola. Com essa
sequência e a vinheta anterior do primeiro plano da personagem surpreendida,
sabemos de quem é a mão e como foi cauteloso, sem gestos bruscos que lhe
poderiam custar a vida.
Isto pode ser tudo mas não, isto é só o principio. Veja além destes textos e
sequências especiais, como se pode e se deve mudar de planos e ângulos de
visão nas sequências demasiado longas; por exemplo, a sequência número 13,
tornando-se assim menos cansativas.