Penhane BOLETIM OFICIAL DA ASSOCIAÇÃO DE APOIO E ASSISTÊNCIA JURÍDICA AS COMUNIDADES
Director Executivo: Rui Vasconcelos* Sede: AAAJC* Telefone: 20030252*Cidade de Tete* Bairro Chingodzi* Editado em Português e Inglês
Pobreza e desenvolvimento concorrem no trabalho infantil
Em workshop realizado ontem no distrito de Macanga, em
Tete envolvendo a sociedade civil, organizações comunitá-
rias de base, instituições do Estado e até privadas bem co-
mo outras forças vivas da sociedade incluindo líderes das
confissões religiosas, foi estabelecido pela Associação de
Apoio e Assistência Jurídica as Comunidades, co-
financiadora do evento que o trabalho infantil está aliado a
pobreza. Explicando doutro modo, entende a AAAJC que
quando não há algo para comer pensa-se numa actividade
que dê comida. Quando não há roupa para vestir, pensa-se
logo em realizar uma actividade, que gere dinheiro para a
compra de roupas. Mesmo quando algumas crianças de
famílias de renda média ou alta exibem novas roupas, então
as outras, pensam logo numa actividade que permita as
mais necessitadas a adquirir, também algo para exibir. É o
fenómeno do desenvolvimento que caracteriza ao ser hu-
mano. Então, a baixa renda familiar, leva as crianças a opta-
rem por abraçar uma actividade que renda algum dinheiro
ou bens para sua subsistência. Algumas dessas actividades
são até ilícitas, chocantes, ilegais mas outras são de dignida-
de, porém, não compatíveis a idade infantil. A Direcção
Provincial do Trabalho, Emprego e Segurança Social em
Tete que promoveu o evento, abraçou as iniciativas desses
segmentos da sociedade civil no combate as piores formas
de trabalho infantil, respeitando que o efeito do aumento
dos rendimentos no trabalho infantil, acha-se, por vezes,
mais evidente nas famílias próximas da linha de pobreza.
Ou seja, vê-se maiores declínios ao trabalho infantil entre as
AAAJC, FAA e Sector de trabalho de mãos dadas
Embora as análises nas nossas comunidades, mos-
trem claro que as crianças pobres são mais vulne-
ráveis ao trabalho infantil, é de salientar também
que nem todas as crianças pobres estão em igual
risco de trabalho infantil. Há grupos de crianças
afectadas por circunstâncias que, aliadas à pobre-
za, aumentam a sua susceptibilidade ao trabalho
infantil. Refira-se que a AAAJC proporcionou,
para além do apoio financeiro as actividades da
efeméride que celebra o dia 12 de Junho, dia mun-
dial de combate as piores formas de trabalho in-
fantil, um apoio substancial em material escolar
para as crianças em idade escolar que estão envol-
Quem somos? Associação de Apoio e Assistência Jurídica as Comunidades (AAAJC), é uma organização da Sociedade Civil Moçambicana, não-
governamental, sem fins lucrativos, de âmbito nacional, fundada em 2008 e com os seus estatutos legalmente publicados em 2010 no Boletim da República nº. 2, III serie, 4º suplemento de 19
de Janeiro. A sede é na cidade de Tete.
famílias mais necessitadas. Algumas dessas famílias, encon-
travam-se quase na linha de pobreza e conseguem reduzir
esses índices, graças ao aumento do rendimento de seus fi-
lhos menores, envolvidos no trabalho infantil. No que consti-
tuiu reflexão da AAAJC ficou saliente que a teoria mais sim-
ples sobre trabalho infantil postula que as crianças trabalham
apenas quando a sua mão-de -obra é necessária para ajudar a
família a suprir as suas necessidades de subsistência. Daqui
se depreende que os aumentos de rendimento que deixassem
as famílias ainda abaixo do nível de subsistência teriam pou-
co efeito no trabalho infantil, uma vez que a família continua-
ria pobre e, portanto, com necessidade do trabalho infantil.
Do mesmo modo, os aumentos de rendimento entre famílias
que já se encontrem acima do nível de subsistência não pro-
duzem alterações significativas no trabalho infantil. Nesta
teoria, apenas os ganhos de rendimento que permitam às
famílias atravessar o limiar da subsistência tem probabilida-
de de exercer um impacto importante nas decisões da família
de pôr as crianças a trabalhar. É o desejo de escapar às difi-
culdades da pobreza que permite uma alteração qualitativa
na forma como as famílias planeiam o futuro, inclusive o
futuro dos filhos. No entanto, a extrapolação das implicações
políticas deste resultado requer precaução. Para induzir uma
mudança real no comportamento familiar, os aumentos de
rendimento deverão ser a uma escala suficiente para propor-
cionar um alívio efectivo da pobreza profunda.
vidas em actividades de cunho cultural e que desencora-
jam a participação das crianças nos trabalhos infantis.
Na efeméride, estiveram também a Fundação Apoio
Amigo, FAA que fez uma reflexão sobre parcerias ten-
dente a eliminação do trabalho infantil em áreas de culti-
vo de tabaco no país.
Parceiros:
 Penhane OFICIAL REPORT CARD OF THE ASSOCIATION FOR SUPPORT AND LEGAL ASSISTANCE TO COMUNITIES

Director Executivo Rui Vasconcelos* Sede: AAAJC* Telefone: 20030252*Cidade de Tete* Bairro Chingodzi* Editado em Português e
Edition nº103

Poverty and development contribute to child labor

labor is, sometimes more evident in families close to the poverty
In a workshop held yesterday in Macanga district in Tete involving
line. That is, there are greater declines in child labor among the
Civil Society, CBO’s, state and even private institutions as well as
neediest families. Some of these families were almost on the poverty
other living forces of society including leaders of religious denomi-
line and were able to reduce these rates, thanks to the increased
nations, was established by the Association for Support and Legal
income of their minor children involved in child labor. In what has
Assistance Communities, co-financier of the event that child labor is
been AAAJC's reflection, it was emphasized that the simpler theory
allied with poverty. Explaining in another way, AAAJC understands
of child labor postulates that children work only when their work-
that when there is something to eat, it is thought of an activity that
force is needed to help the family meet their subsistence needs. It
gives food. When there is no clothing to wear, one immediately
follows that increases in income that would leave families still below
thinks of performing an activity, which generates money for the
subsistence level would have little effect on child labor, since the
purchase of clothes. Even when some children from middle- or up-
family would remain poor and therefore in need of child labor. Like-
per-income families display new clothes, then the other children
wise, increases in income among families that are already above the
immediately think of an activity that allows the most needy to pur-
level of subsistence do not produce significant changes in child la-
chase, also something to display. It is the phenomenon of develop-
bor. In this theory, only the income gains that allow families to cross
ment that characterizes the human being. So, the low family income,
the subsistence threshold are likely to have a major impact on the
leads the children to choose to embrace an activity that yields some
family's decisions to get the children to work.
money or goods for their subsistence. Some of these activities are
It is the desire to escape the difficulties of poverty that allows for a
even illegal, shocking, illegal, but others are dignified, but not child-
qualitative change in the way families plan for the future, including
friendly. The Provincial Directorate of Labor, Employment and So-
the future of their children. However, extrapolating the policy impli-
cial Security in Tete, which promoted the event, embraced the initia-
cations of this outcome requires caution. To induce a real change in
tives of these segments of civil society in combating the worst forms
family behavior, income increases should be on a sufficient scale to
of child labor, observing that the effect of increased income on child
provide effective relief from deep poverty.

AAAJC, FAA are sectors working in joined hands

While analyzes in our communities make it clear that port in school material for school-aged children who
poor children are most vulnerable to child labor, it are involved in cultural activities and discouraging the
should also be noted that not all poor children are at participation of children in child labor. Also on the
equal risk of child labor. Groups of children are affect- anniversary were the Friend Support Foundation
ed by circumstances that, together with poverty, in- (FAA), which reflected on partnerships aimed at elimi-
crease their susceptibility to child labor. It should be nating child labor in tobacco growing areas in the
noted that the AAAJC provided, in addition to finan- country.
cial support, the activities of the June 12, World Day of
Partners:
Fighting Worst Forms of Child Labor, substantial sup-

Who Are We? The Association for Support and Legal Assistance to Communities (AAAJC) is an mozambican Civil Society Organization (CSO) based in Tete province, non-

governmental and non proffit, created in 2008 by a group of Paralegals in natural resources and development law, formed by the Center for Legal and Judicial Training (CFJJ), now Ministry of Justice, who decided to organize
themselves based on their knowledge to promote social and economic development and respect for human rights based on observance of the principles of social justice, equity and sustainability. Its scope of action was limited to
the areas of economic development and poverty reduction in a participatory manner, legal support to communities and citizens, environmental education, conflict resolution, advocacy of public policies and human rights. In 2010,