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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DA 12ª VARA FEDERAL DA

SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE ALAGOAS

Ref. Processo n. 0800702-91.2017.4.05.8001

CASTRO E DANTAS ADVOGADOS, devidamente qualificado nos autos da Ação Civil


Pública em epígrafe, movida pelo Ministério Público Federal em desfavor desta banca de
advocacia, do município de Feira Grande/AL e de outro escritório de advocacia, em razão
de APELAÇÃO CIVIL interposta pelo autor (id. 3348086), vem, à presença de Vossa
Excelência, com fulcro no art. 997 do CPC, interpor o presente RECURSO ADESIVO, em
face a sentença de id. 3229146, pelas razões anexas.
Nesses termos, pede deferimento.

Maceió, 03 de outubro de 2018.

ADRIANO CASTRO E DANTAS


OAB/GO 29.138 - OAB/PE 24.421 - OAB/AL 12.933

Rua 10 n. 365, Centro - Goiânia - GO - Tel.: (62) 3941-8772 / adriano@castroedantas.com.br 1

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AO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL 5ª REGIÃO
COLENDA TURMA
EMÉRITO RELATOR
Processo n. 0800702-91.2017.4.05.8001

1. CABIMENTO

Nos termos do art. 997 do CPC, o recurso adesivo é admissível em razão de


apelação apresentada pela outra parte, sendo-lhe aplicadas as mesmas regras do recurso
independente. Veja-se:

Art. 997. [...]


§ 1º Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer
deles poderá aderir o outro.
§ 2º O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente,
sendo-lhe aplicáveis as mesmas regras deste quanto aos requisitos de
admissibilidade e julgamento no tribunal, salvo disposição legal
diversa, observado, ainda, o seguinte:
I - será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora
interposto, no prazo de que a parte dispõe para responder;
II - será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso
especial; (Grifou-se)

Cabível, portanto, o presente recurso.

2. TEMPESTIVIDADE

O art. 997, § 2º, I, CPC determina que o prazo do recurso adesivo será o que a
parte dispõe para responder o recurso independente, sendo-lhe aplicadas as mesmas regras.
Em 14/09/2018 a Castro e Dantas foi intimada (id. 3668231) para apresentar
contrarrazões ao apelo do Parquet. Assim, reputa-se tempestivo este recurso adesivo.

3. BREVE ESCORÇO DA LIDE

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Trata-se de Ação Civil Pública proposta pelo Ministério Público Federal em
desfavor do município de Feira Grande/AL, deste Escritório e de outra banca de advocacia.
O MPF pleiteia que os valores referentes ao precatório PRC143399-AL –
decorrente da execução Contra a Fazenda Pública nº 0803236-16.2014.4.05.8000 – tenham
sua aplicação vinculada à educação, sendo a quantia administrada em uma conta específica.
Em sua peça vestibular, o Parquet formulou pedido requerendo que os valores da
Municipalidade sejam aplicados integralmente na educação, não podendo existir, inclusive,
destaque de honorários advocatícios.
Assim, o MPF requereu a inclusão desta Banca no feito (id. 2579872).
O N. Magistrado de piso proferiu sentença (id. 2829348), em que: declarou a perda
de objeto quanto ao pedido de impossibilidade de destaque de honorários, em razão do
trato dado à questão em sede dos embargos à execução; homologou acordo firmando entre
o MPF e a Edilidade.
Portanto, em relação ao destaque de honorários contratuais, o feito foi extinto sem
resolução do mérito, por força da ausência de interesse de agir, nos termos do art. 485, VI e
§3º do CPC.
Todavia, a despeito de reconhecer a impossibilidade de se rediscutir a matéria,
o Ilmo. Magistrado condicionou a liberação dos honorários ao trânsito em julgado da
sentença.
Nesse âmbito – e somente nele – merece reforma o aludido decisum, conforme
expõe-se a seguir.

4. RAZÕES PARA A REFORMA

Como visto, a sentença a quo declarou, brilhantemente, a perda de objeto quanto


ao pedido de impossibilidade de destaque de honorários em precatório, todavia condicionou
a liberação do valor ao trânsito em julgado do feito.
Nesse sentido, merece reforma o decisum. Por certo, se a questão do destaque já
foi assentada em decisão judicial anterior, sendo justamente esse o motivo determinante
para a extinção do feito sem resolução do mérito nesse âmbito, é incongruente condicionar

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a disponibilização da quantia ao trânsito em julgado desta demanda, que deixou de
conhecer o mérito da questão.
De modo bastante didático e esclarecedor, assim declinou o R. Julgador em sua
sentença:

“Apesar de o Juízo não acompanhar na integralidade a tese de


expansão do conceito de coisa julgada, tal como acima explicitado, é
inegável que o argumento da verificação da relação jurídica base deve
ser aproveitado para a preservação do postulado da segurança
jurídica, implicitamente previsto na Constituição Federal, a teor do
inciso XXXVI, "b", de seu artigo 5º [...] não se pode simplesmente
desconsiderar os pronunciamentos judiciais que ratificaram a
retenção do montante com base no artigo 22, parágrafo 4º, do
Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil [...] há claro
perecimento do objeto; carece o MPF de interesse de agir-utilidade
já que a relação jurídica encontra-se devidamente resolvida no
âmbito do Poder Judiciário, que exauriu a discussão sobre a temática
do destaque dos honorários no plano da eficácia do contrato
advocatício, sem qualquer pronunciamento sobre a
validade/invalidade do referido instrumento negocial, frise-se.”
(Grifou-se)

Com efeito, a relação jurídica de base deste feito – contratação firmada entre este
Apelante e o município de Feira Grande/AL, prevendo a remuneração mediante destaque de
honorários em precatório – já passou pelo crivo do Poder Judiciário.
A saber, no bojo dos embargos à execução movidos pela União (0803715-
09.2014.4.05.8000), a D. Magistrada da 2ª Vara da Seção Judiciária de Alagoas consignou
em sentença (id. 2757976), expressamente, a possibilidade de destaque de honorários,
aduzindo que o fato de a verba ser destinada ao FUNDEF “...não impede o cumprimento do
contrato firmado entre o município exequente e o seu escritório de advocacia, negócio jurídico contratual
e autônomo, com previsão na Lei 8.906/94”.
A União não apelou de tal ponto da sentença, restringindo-se a seguir discutindo
índice de correção monetária e juros (id. 2757977). Logo, tem-se que a questão se sujeitou à
preclusão, impedindo sua rediscussão na presente ACP, nos termos do art. 337 §§ 2º e 4º c/c
art. 485, V do CPC.

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O MPF é alcançado pela eficácia preclusiva de tais decisões, dado que, conforme
bem apreendeu o Magistrado sentenciante nesta ACP, a relação jurídica-base foi tratada e
exaurida em discussões – em que a União exerceu seu direito ao contraditório e à ampla defesa.
Há perda do objeto em relação ao Parquet porque há identidade entre a relação
jurídica de base e o pleito da União foi julgado e alcançado pela eficácia preclusiva da coisa
julgada. Em sendo o MPF apenas um dos possíveis colegitimados para a substituição
processual da coletividade, está adstrito à coisa julgada erga omnes em relação ao direito difuso
à educação (art. 81, I c/c art. 103, I ambos do CDC).
Prescinde-se de identidade de partes para a extensão dos efeitos da sentença.1
Portanto, tendo em conta que a matéria foi exaurida, não se mostra congruente
manter tutela de urgência condicionando a liberação dos valores do destaque ao trânsito em
julgado deste feito. Se a matéria, após sentença, não é devolvida ao Juízo a quo para
conhecimento, muito menos deverá ser objeto de tutela de urgência que obste acesso aos
valores do destaque, que, como visto, já foi reconhecido como direito deste Apelante.
Ao submeter o acesso aos valores ao trânsito em julgado desta Ação Civil Pública,
o decisum a quo, a despeito de extinguir o feito sem resolução do mérito, mantém os efeitos da
decisão (id. 2151087) que acolheu o pedido liminar formulado pelo MPF.
A tutela de urgência – no sentido de indisponibilizar os valores referentes ao
destaque de honorários – foi concedida em sede de cognição sumária, alegando-se a presença
de probabilidade do direito e perigo de dano. Ocorre, todavia, que, sobrevindo declaração da
perda de objeto, não há que se falar em manutenção da indisponibilidade dos valores, uma
vez que o Órgão Ministerial sequer tem interesse de agir para o pleito em questão, restando
afastada a incidência do art. 300 do CPC.
Essa é, inclusive, a lógica lançada pelo STF em sua súmula de nº 405, que, tratando
do Mandado de Segurança – muito embora a razão de ser/o raciocínio estenda-se a todos os
casos, embora não de modo automático, como ocorre com o MS –, prevê que, uma vez negada

1
Cf. DIDIER JÚNIOR, Fredie. Curso de Direito Processual Civil: teoria da prova, direito probatório, ações
probatórias, decisão, precedente, coisa julgada e antecipação dos efeitos da tutela. 12. ed. Salvador: Jus Podivm,
2016. p. 589.

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a segurança em sentença, fica sem efeito a liminar concedida. In casu, o Magistrado optou por
reforçar a medida liminar.
Se este Juízo não pode conhecer do pedido, por que então deveria manter os efeitos
de tutela provisória – adotada em sentido contrário ao que já foi decidido anteriormente pelo
Judiciário ao analisar a mesma relação jurídica-base que influenciam diretamente no mérito
de tal pedido – em relação a esse mesmo pedido?
O Magistrado, ao sustentar a manutenção da indisponibilidade, argui a
irreversibilidade do provimento de desbloqueio.
No entanto, sobre o precatório repousam uma pluralidade de ordens de bloqueio
– como faz prova recente despacho lançado nos autos da execução (Doc. 01) – de modo que
esse risco de irreversibilidade não está presente, dispensando medidas ad cautelam.
Desse modo, merece reforma o decisum a quo, a fim de que se retire o bloqueio
lançado sob a parcela do precatório que diz respeito aos honorários advocatícios
contratuais.

5. CUSTAS

Esclarece-se que, como o presente recurso adesivo não visa discutir a possibilidade
de destaque de honorários – enquanto direito em si –, mas apenas visa reverter tutela
provisória de urgência, tem-se pleito eminentemente declaratório, não correspondente ao
valor da causa declinado. Nesse diapasão, foram recolhidas as custas.
A valer, o proveito econômico é subjacente apenas à apelação do MPF e às
respectivas contrarrazões.
De mais a mais, considerando o TAC firmado entre o MPF e o município de Feira
Grande/AL, o valor da causa atribuído pelo Parquet – referente ao quantrum total do
precatório – sequer corresponde à real discussão quanto ao destaque de honorários contratuais.

6. DOS PEDIDOS

Face ao exposto, requer-se:

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a) a concessão de efeito suspensivo ao presente recurso de apelação, nos termos do
art. 1.012 do CPC, afastando a medida de cautela lançada no item “a” do dispositivo da
sentença;
b) o conhecimento do recurso e seu posterior provimento, a fim de que a sentença
de piso seja reformada tão somente no que diz respeito à sujeição da disponibilidade dos
valores do destaque de honorários ao trânsito em julgado do feito.
Nesses termos, pede deferimento.
Maceió, 03 de outubro de 2018.

ADRIANO CASTRO E DANTAS


OAB/GO 29.138 - OAB/PE 24.421 - OAB/AL 12.933

Documentos anexos:

Doc. 01 – Despacho indicando a existência de ordens de bloqueio sobre o precatório.


Doc. 02 – Comprovante do preparo.

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Processo: 0800702-91.2017.4.05.8001
Assinado eletronicamente por:
adriano castro e dantas - Advogado 18100517495545900000003762683
Data e hora da assinatura: 05/10/2018 17:51:06
Identificador: 4058001.3742097
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfal.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 7/7

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