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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

ESCOLA DE CIÊNCIAS HUMANAS


CURSO DE TEOLOGIA

ADRIANE C. PROENÇA DOS SANTOS


BRUNO HENRIQUE CAMPOS
CARMEN CRISTINA L. DA SILVA
FELIPE CAMILLO
JEFERSON SCHUTZLER
JEVERSON GABRIEL DOS SANTOS
LEANDRO PEREIRA ANTONIO

95 TESES – MARTINHO LUTERO

Trabalho apresentado à disciplina de


Introdução ao Método Teológico,
ministrada pela Prof.ª Andreia Cristina
Serrato do Curso de Graduação em
Teologia da Pontifícia Universidade
Católica do Paraná.

CURITIBA
2019
MARTINHO LUTERO

A Reforma Protestante completará 502 anos em 2019. Mas, há 5 séculos


atrás, era a Igreja Católica que normatizava a vida de todos, ao determinar regras
comportamentais, monopolizar o conhecimento e a educação, e enriquecer seus
cofres através da venda de perdão, as famosas indulgências a partir do século XIII,
para cobrir despesas com construções e gastos militares. Entretanto, no início do
século XVI, o poder do clero entrou em declínio. Uma nova forma de pensamento
surgiu através dos Humanistas, que não aceitavam mais as respostas da Igreja e
sua visão de mundo.
Foi neste contexto social que Martinho Lutero nasceu e cresceu. De origem
Alemã, sua família era camponesa, mas, seu pai tornou-se sócio de uma indústria
de mineração, o que proporcionou a Martinho a possibilidade de frequentar a escola
e, posteriormente, a universidade onde estudou: Direito, Artes, Teologia formando-
se ao final de seus estudos como em doutor em Filosofia.
Sua vida eclesiástica teve inicio no ano de 1505, durante o retorno de uma
visita aos pais. No percurso de volta, um raio atingiu o grupo em que estava e com
medo, Martinho clamou para Santa Ana: “Salva-me! E eu me tornarei monge!”.
Mesmo contra a vontade do pai ao final daquele verão entrou para o Convento dos
Eremitas Agostinianos, aos 22 anos de idade, tornando-se um monge inflexível,
rigoroso, porém, coerente e entregue a esforços para alcançar a perfeição cristã.
Dentre as práticas empregadas para atingir tal objetivo, destacavam-se, a
autotortura, mutilação e penitencias rigorosíssimas, além de hábitos de oração,
silêncio e jejuns.
Em 1507 foi ordenado padre e encaminhado para a Universidade de
Wittenberg, tornando-se professor de Bíblia. Com base no estudo das Escrituras, ele
vai descobrir um novo tipo de teologia muito diferente do vigente na época.

A IGREJA E SUAS TRANSFORMAÇÕES


A primeira grande mudança na igreja cristã ocorreu com a separação da
igreja em Ocidental (Igreja Católica Apostólica Romana) e Oriental (Igreja Ortodoxa
Grega), em 1504. Contudo, a cúpula da igreja ocidental, na idade Média, estava
mais empenhada na conquista de bens materiais e poder político do que para o
acompanhamento espiritual dos fiéis. Foi nesta época, que Lutero passou a
questionar a massiva cobrança de indulgências, uma das principais formas de
arrecadação da igreja. Membro do baixo clero, composto por padres e monges,
Matinho levantou-se contra as ordens do Papa Leão X, que houvera outorgado
autoridade a João Tetzel, clérigo como Lutero, para aumentar as vendas de
indulgências e dispensas, sob a justificativa de angariar fundos para a construção
basílica de São Pedro.
Escandalizado com tais práticas e angustiado em encontrar “um Deus
misericordioso”, escreveu 95 teses e, em 31 de outubro de 1517, véspera do Dia de
Todos os Santos, enviou-as a seus superiores eclesiásticos e afixou-as na porta da
Igreja do Castelo de Wittenberg, iniciando assim, sua jornada como reformador. No
entanto, seu objetivo ao publicá-las, não era fundar uma nova religião, mas sim,
causar uma renovação, baseada tão somente nos textos bíblicos. No documento,
Lutero buscava mostrar que Deus não cobra pelo perdão, Ele o faz graça, e que tal
dádiva não pode ser comprada, ou tão somente, conquistada por méritos: “O papa
não pode perdoar a culpa de ninguém, mas somente declarar que ela já foi
perdoada por Deus”, destacava a 6ª tese.
Porém, Martinho Lutero não era o único a clamar por mudanças. Os
chamados ‘pré-reformadores’ deram inicio ao movimento, pois, desejavam que a
igreja fosse mais próxima dos Ensinamentos de Jesus Cristo, e assim como o
monge, criticavam a busca por poder e riqueza da igreja. A participação destes
homens e mulheres neste processo influenciaram as transformações ocorridas
posteriormente na Igreja Católica, assim como, levaram ao surgimento de outras
igrejas reformadas, além da Luterana. A resposta da Igreja Católica foi dura e muitos
reformadores foram mortos queimados na fogueira.

AS 95 TESES DE LUTERO E SUAS CONSEQUÊNCIAS


A visão teologia de Lutero surgiu muito antes da publicação de suas 95 teses.
Sua teoria baseava-se em quatro fundamentos principais:
 A Bíblia é a única referência da verdade – a Igreja Católica utilizava
outros textos escritos por Papas e pelo Sínodo (assembleia de párocos
convocada pelo bispo).
 A salvação só vem por meio da graça de Deus e não pelas boas ações
– a venda de indulgências seria uma ação arcaica.
 Jesus Cristo, através de sua morte na cruz, pagou a pena por todos
os pecados e é a única ponte entre o homem e Deus – esse princípio
extingue a função do clero e santos como intercessores entre os fiéis e
Deus.
 As pessoas são salvas somente pela fé – nesse princípio a salvação
independe das indulgências, da confissão, da peregrinação a lugares
santificados ou qualquer outra exigência Igreja.
As 95 teses, em suma, listavam uma série ideias que Lutero acreditava ser a
base para a renovação da Igreja. A primeira e mais famosa diz: 'Fazei penitência',
As primeiras teses, argumentam que o arrependimento do cristão deve ser luta
interna contra o pecado, e não um ato externo de confissão. As teses de 5 a 7,
afirmam que o papa tem o direito de libertar de punições àqueles que ele mesmo, ou
os cânones puniram, e não por cometimento de pecado. As teses de 14 a 26
discorrem sobre a punição no purgatório, e afirmam que nada pode ser comprovado
sobre a situação espiritual das pessoas enviadas para lá. E refuta que o papa tenha
qualquer poder sobre elas no purgatório. Nas teses 27 a 29, contesta que o
pagamento da indulgencia liberte do purgatório a alma do ente querido do pagador.
Para Lutero tal atitude apenas encorajaria a ganância e que somente Deus tem
poder supremo em perdoar. Critica ainda, a doutrina do tesouro da Igreja, que serve
de base para cobrança indulgências, nas teses de 56 a 66, ressaltando que os fiéis
estão sendo enganados, visto que, o verdadeiro tesouro da Igreja é o Evangelho de
Jesus Cristo. Este tesouro, nas palavras de Martinho, acaba por ser odiado "pois faz
com que os primeiros sejam os últimos", e embasa seu pensamento palavras de
Mateus 19, 30 e Mateus 20, 16.
As teses de 67 a 80 discorrem a respeito da forma que as indulgências eram
promovidas, ou seja, a maior das graças disponíveis na igreja, e rotula, várias outras
as declarações dos pregadores de indulgência como blasfêmia. Nas teses 81–91
apresenta as indagações dos fiéis que questionam o porquê do Papa não livrar
todos do purgatório apenas por amos e caridade às almas. Lutero assegura que
ignorar tais questões exporia a Igreja e o Papa ao ridículo e deixaria os cristãos
infelizes. Lutero encerra as Teses incentivando os cristãos seguir os passos Cristo,
mesmo que esta atitude resulte em dor e sofrimento: "E que confiem entrar no céu
antes passando por muitas tribulações do que por meio da confiança da paz”.
As Teses foram escritas como uma proposta de discussão acadêmica formal,
e não um chamado a revolução popular, porém, acredita-se que ele tenha em sua
atitude uma ação profética e essencial. Neste interim, começou a usar apenas o
nome "Lutero" e às vezes "Eleutherius", "livre", em grego. Esta atitude relaciona-se
ao fato de não seguir mais a teologia escolástica. Lutero, algum tempo depois,
confessou que não intencionava que as Teses fossem amplamente distribuídas.
A revolução causada por Lutero não foi planejada. Essa reforma abrangeu
não somente a religião, mas sim a política e questões sociais. Suas ideias foram
capazes influenciar na arrecadação financeira de Roma, fazendo com que
diminuíssem drasticamente. Ao questionar as indulgências, Lutero criticava também
economia da época, na qual “se faz dinheiro com dinheiro e não mais a partir da
agricultura”.
Sua recusa em se retratar, teve como consequência a sua excomunhão da
Igreja Romana. A ordem partiu do Papa Leão X e do Imperador Carlos V e foi um
dos principais motivos para a eclosão da “Reforma Protestante”.
Após sua excomunhão em Janeiro de 1521, Lutero perdeu os direitos políticos
e seria banido de seu país, todavia, Felipe V, príncipe da Saxônia, o isolou no
Castelo de Wartburgo, onde permaneceu por dez meses. Durante seu exílio traduziu
o Novo Testamento do grego para o alemão. Ao retornar casou-se, com a também
monja Katharina Von Bora, com quem teve seis filhos. O precursor da Reforma
Protestante faleceu no dia 18 de fevereiro de 1546, em sua cidade natal, Eisleben,
vítima de um derrame cerebral.
Os Príncipes que passaram a praticar o ensino das teses de Lutero em seus
territórios foram proibidos de continuar a fazê-lo, pelo Imperador Carlos V.
Inconformados com a ordem, em abril de 1529, realizaram uma manifestação
conjunta, passando a serem chamados de “protestantes”. O imperador então
convocou uma assembleia, para debater sobre as diferentes vertentes religiosas.
Em 25 de junho de 1530, os textos defensores dos princípios da fé evangélica foram
lidos para o Imperador. A chamada Confissão de Augsburgo é ainda hoje, norteador
para as Igrejas Evangélicas Luteranas.
Entretanto, a discordância entre protestantes e católicos estava apenas
começando. Já no século XVII, 72 anos após a morte de Lutero, a luta por poder
político envolvendo protestantes e católicos culminou na Guerra dos 30 anos (1618
a 1648). Somente após este episódio terrível, passou-se a admitir na Europa, que
além de católicos podia haver também cristãos não católicos.

REFERÊNCIAS
BAYER, Oswald. A teologia de Martim Lutero: uma atualização. 1ª Edição. São
Leopoldo: Sinodal, 2007.
GARCIA-VILLOSALADA, Ricardo. Martín Lutero II: en lucha contra Roma. 1ª
Edición Rustica. Madrid: Biblioteca de Autores Cristianos, 2008.
LUTERO, Martim. 95 Teses: edição comemorativa 500 anos da reforma. São
Leopoldo: Sinodal, 2017.
ZAGHENI, Guido. A Idade Moderna: Curso de Historia da Igreja III. São Paulo:
Paulus, 1999.
JORNAL NOVO HAMBURGO. 500 Anos da Reforma Luterana, 2017. Disponível em:
https://www.jornalnh.com.br/_conteudo/2017/10/noticias/regiao/2192775-500-anos-
da-reforma-luterana--parte-i.html. Acessado em 30 de maio de 2019.

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