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FACULDADE DE DIREITO DA UFBA

ALUNA: MARIANA RIBEIRO DE ALMEIDA


PRÁTICA TRABALHISTA
PROFESSORA: ROSÂNGELA LACERDA

AULA 1 – 15/05/2017

 AVALIAÇÕES

1ª AVALIAÇÃO:
6 audiências de instrução em Varas do Trabalho. Não pode ser de conciliação ou
adiamento, tem que ter oitiva de parte ou de testemunha. Precisam ser juízes
diferentes, mas podem ser na mesma vara. Em geral, as audiências de instrução são as
últimas da pauta. Normalmente, as audiências são feitas de manhã.
2 audiências no MPT, com procuradores diferentes. Podem ser de qualquer coisa, menos
adiamento.
2 sessões de turma do TRT, em turmas e datas diferentes. Se forem na mesma data,
precisa provar, por meio do diário oficial, que foram em horários diferentes. As turmas
do TRT ficam no final de linha de Nazaré.
Data de entrega das atas e certidões: 23 de agosto. Não tem aula, mas a professora vai
estar aqui das 8 as 11h. Se assistir tudo antes, pode trazer antes sem problemas. Só
aceita ata impressa e entregue aqui na UFBA! Não precisa de relatório, basta o
comparecimento.

2ª AVALIAÇÃO
Prova escrita e individual: peça processual
1ª chamada: 21/08
2ª chamada: 23/08
Não tem terceira chamada. Não precisa formalizar o pedido de 2ª chamada na
secretaria, basta comparecer.
Será: peticão inicial ou contestação ou sentença ou recurso ordinário.

ATENÇÃO - SOBRE A PEÇA:


Não identificar a prova, senão ela zera! Não pode inventar data ou nome de advogado
que não está na prova, nem endereçamento que não está na prova. Ou seja, não
inventar nem identificar nada. Ela não gosta que fique no celular, principalmente nas
audiências.

Algumas aulas serão teóricas, mas a maioria será de resolução de peças. A professora
enviará as peças por e-mail.
Vamos trabalhar com o direito material vigente, caso a legislação mude antes da prova,
vamos discutir em sala.

BIBLIOGRAFIA
Qualquer livro de prática serve. Muitos deles pecam porque parecem muito mais livros
de processo do trabalho. A professora aconselha a pegar as provas antigas da OAB e
resolver. Melhor livro de direito material: Maurício Godinho Delgado - mas o livro é
enorme. Se quiser apenas revisar, o livro que parece uma apostila é o de Renato Saraiva,
que sempre fecha com o TST, sendo possível a revisão das súmulas. Quanto a processo do
trabalho, a professora indica para a parte inicial (até recursos e execução) a obra de
Mauro Scchiavi. A parte de recursos do livro dele não é boa, por isso, a professora indica
Carlos Henrique Bezerra Leite para a parte de recursos. Esses são livros mais
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aprofundados, se quiser apenas revisar, estudar por Renato Saraiva.

IN TST 39 E 40 de 2016. Indispensáveis. Vamos precisar delas ao longo do semestre. A


aplicação do CPC ao processo do trabalho imprescinde de lacuna legislativa e
compatibilidade com os princípios do direito do trabalho. A observância desses requisitos
é analisada pela jurisprudência, o que é resolvido por meio dessas instruções. Hoje em
dia, não se trabalha mais sem essas instruções. Imprimir e trazer.

A CLT do vade não vem com um índice adequado. Por ser um texto muito antigo, ela veio
sofrendo diversas modificações legislativas e interpretativas. Não tem como decorar
todas as súmulas e OJs do TST que cumprem esse papel. Por isso, para fazermos as
peças, precisaremos do índice da CLT grandona, o do vade não serve. A professora gosta
bastante da CLT da LDR. Para a prova, pode usar a CLT toda, inclusive sumula e OJ, mas
não pode estar comentada. É bom trazer o vade, porque pode precisar de normas do
CPC e CC. Precisa ser a CLT de 2017.

REVISÃO GERAL DE PROCESSO DO TRABALHO

1. ESTRUTURA DO PODER JUDICIÁRIO NO BRASIL - ART. 92 DA CF


STF: tribunal constitucional e órgão de cúpula do PJ (opção legislativa, não é assim em
todos os países)
Tribunais superiores: STJ STM TSE TST
Abaixo do STJ: TRF (a Bahia se vincula ao da 1ª região, que fica em Brasília) e TJs (1 em
cada estado)
Abaixo do TRF: justiça federal de 1ª instância
Abaixo do TJ: juízes de direito, que em regra são especializados, mas no interior os
juízes fazem de tudo
Abaixo do STM: CJM - Conselhos de Justiça Militar. A JM só tem duas instâncias, funciona
para processar e julgar as Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica). O policial
militar é julgado por uma câmara especial do TJ. Em alguns estados existe TJM, mas
essa não é a regra.
Abaixo do TSE: TREs. Abaixo dos TREs, os juízes eleitorais. Não existe concurso para juiz
eleitoral, o corpo da Justiça Eleitoral é formado a partir dos juízes dos outros ramos (da
justiça estadual e da justiça federal, que exercerão essa função).
Abaixo do TST tem os TRTs. A regra é que exista 1 TRT para cada estado brasileiro, mas
existem exceções. Os TRTs são instalados de acordo com o desenvolvimento econômico
da região. Em decorrência disso, SP tem dois TRTs. Abaixo dos TRTs, estão os juízes do
trabalho, que funcionam como a 1ª instância trabalhista. Ate 1999, eram as juntas de
conciliação e julgamento, compostas por 2 juízes classistas, um representante dos
empregados e outro representante dos empregadores, alem de um juiz togado. Eram
esses dois membros. Tem que ter cuidado, porque a CLT ainda não foi atualizada, e
remete às Juntas de Conciliação.

Atenção, o TST não se submete ao STJ, mas tão somente ao STF. O STJ só interfere
quando há conflito de competência, por ex, juiz de direito diz que é matéria trabalhista,
e o juiz do trabalho diz que é matéria da competência da justiça comum. Quem resolve
esse tipo de conflito é o STJ, decidindo sempre a favor da Justiça Estadual, é uma
questão política, de poder. Não existe, portanto, recurso especial na JT. Entretanto,
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existe recurso de revista para o TST. O TST, nas instruções normativas, diz qual parte da
disciplina dos recursos especiais do CPC aplica-se ao recurso de revista.

2. ESTRUTURA DA JUSTIÇA DO TRABALHO

Nem todas as cidades são sede de vara do trabalho. Somente as cidades de maior
pujança econômica o são. A vara do trabalho, a depender da lei, pode ter jurisdição
também nas cidades vizinhas, não somente nas cidades sede. Nas cidades onde não havia
vara do trabalho nem sede nem vizinha, os juízes de direito da cidade assumiam a
função de juiz do trabalho. Hoje em dia, isso não existe mais, porque ampliou-se tanto a
jurisdição trabalhista quanto a quantidade de varas.

AULA 2 – 17/05/2017

3. REVISÃO DE TEORIA DA AÇÃO TRABALHISTA

3.1. AÇÕES INDIVIDUAIS


Trata-se da reclamação trabalhista clássica. A grande maioria das ações trabalhistas é
individual. É uma ação que tutela direitos individuais.

3.2. AÇÕES COLETIVAS STRICTU SENSU


Direitos difusos são aqueles que não tem um titular específico, o titular é a própria
sociedade. Não há uma pessoa física ou jurídica que seja especificamente lesionada
quando aquele direito é violado. Por ex: direito ao meio ambiente, direito do
consumidor. No caso trabalhista, temos o meio ambiente do trabalho. Existem diversas
NRs que são editadas pelo MTE, sendo atos normativos administrativos, posto que
emanados do poder executivo. São normas muito minudentes, de forma que não caberia
toda essa minúcia na lei. Uma vez violada essa norma, toda a sociedade é atingida por
isso, e não somente os trabalhadores que estão ali, até porque os trabalhadores futuros
estarão sujeitos àquelas mesmas condições, e todos nós temos que suportar, por meio da
previdência social, as pessoas acometidas por doença ocupacional, que é uma grave
consequência do descumprimento dessas NRs.
Nos direitos difusos, não existe uma relação jurídica entre os sujeitos.
Direitos coletivos são aqueles relativos a um grupo ou categoria, e são muito caros ao
direito do trabalho, que constantemente trabalha com essa ideia de categoria. Adicional
por risco de vida, por ex, é um direito coletivo dos vigilantes, independente de filiação
ao sindicato. São direitos determináveis, porém, logicamente, não é interessante
determiná-los. Entre os membros da categoria e entre os membros da categoria e a
parte contrária existe um vínculo jurídico. Os direitos coletivos são aqueles relativos a
uma categoria ou grupo.
Já os direitos individuais homogêneos são de fato individuais, tem um titular específico,
sendo tratados coletivamente devido à celeridade e economia processual. Visa evitar
uma sobrecarga de trabalho. Por ex: imagine que existe uma cooperativa de trabalho
fraudulenta. Ou seja, existe um rótulo de cooperativa, mas o trabalho não é prestado de
acordo com os requisitos de uma cooperativa. Cada um dos cooperados pode plenamente
pleitear individualmente os seus direitos. No entanto, é possível reunir os pedidos de
todos os cooperados em uma ação só.
A relação entre os titulares de direitos individuais homogêneos não necessariamente é
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de direito, pode ser apenas de fato.


Teremos a tutela desses 3 tipos de direito nas ações coletivas strictu sensu. Em outros
países, optou se pela possibilidade de o próprio lesado ingressar com a ação coletiva.
Aqui no Brasil, optou se por conferir essa legitimidade para outras pessoas jurídicas ou
órgãos. Essas pessoas estão previstas no art. 5º da Lei de Ação Civil Pública, Lei 7347/85.
OBS) Mandado de segurança não é recurso.

OBS2) Trabalho na ADM Pública


Regime estatutário (lei própria de cada ente público)
Regime Celetista (CLT) - empregados públicos. Aplica-se predominantemente a CLT, mas
em alguns trechos ela será relativizada. Os empregos públicos somente podem ser
contratados validamente mediante concurso público.
Regime de contratação temporária (REDA) - art. 37, IX, CF. Trata-se de exceção
constitucional à regra do concurso público, aplicável em casos emergenciais, que vem
sendo indevidamente utilizada pelos entes federativos. O REDA, apesar de seguir
premissas federais gerais, é previsto em lei própria de cada ente. Não precisa de
concurso público para uma contratação válida.
Cargo ou função comissionada: relaciona-se com a fidúcia. Não precisa de concurso.
Pode ser estatutário ou celetista, depende da escolha do ente publico. A função só pode
ser exercida por concursados, já o cargo pode ser exercido por qualquer pessoa.
Admissão nula: não tem contrato, não tem nada, o governo simplesmente insere o nome
da pessoa na folha. Estão regidos pela sumula 363 do TST. Não se chama nem de salário,
porque não há vinculo jurídico valido, mas apenas uma contraprestação pactuada e FGTS
sem multa de 40%.
Pelo regime estatutário, a competência é da justiça estadual ou federal; regime
celetista, competência da JT; contratação temporária, independente da sua validade,
justiça estadual ou federal; cargo ou função comissionada, depende de como o ente
estabeleceu, poderá ser da justiça estadual/federal ou da justiça do trabalho.

Em tese, os estatutários deveriam estar na ADM direta, nas autarquias e nas fundações.
Já o regime celetista deveria estar nas empresas publicas e sociedades de economia
mista, que tem personalidade de pessoa jurídica de direito privado. A função delas é a
intervenção no domínio econômico, elas não prestam serviço publico (em regra).

Ações coletivas strictu sensu: servem para tutelar direitos coletivos, difusos e individuais
homogêneos. A competência não é do tribunal, mas sim da vara do trabalho da
localidade onde estiver ocorrendo o dano.

3.3. Dissídios coletivos


Função jurisdicional muito estranha, porque, alem de ser função jurisdicional,
consubstanciam uma função legislativa. É o poder judiciário exercendo o poder
normativo previsto na CF, que consiste no poder de criar normas que irão reger
determinadas categorias de empregados e empregadores durante um determinado
período de tempo. A origem desse poder normativo é fascista, italiana.

Dissídios coletivos de natureza econômica: visam levar ao PJ, para julgamento, a pauta
de reivindicações da categoria. O PJ, para exercer o poder normativo, precisa verificar a
constitucionalidade e legalidade da reivindicação, assim como o histórico de conquistas
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sociais daquela categoria, por meio de acordos e convenções coletivas. Se tiver


conquista, defere; se não tiver conquista, indefere. O poder normativo esta ai para
manter o status quo, e não para elevar a situação a um novo patamar.
Norma coletiva é gênero do qual fazem parte 3 especies: acordo coletivo, convenção
coletiva, sentença normativa (fruto do dissídio coletivo).
A diferença é que a convenção é firmada sempre entre dois sindicatos, o dos
empregados e o dos empregadores; já o acordo é firmado entre o sindicato dos
empregados e uma ou mais empresas.

Já os dissídios coletivos de natureza jurídica servem para aclarar a posição do tribunal


quanto a uma norma coletiva, é como se fosse embargos de declaração.

Já o dissídio coletivo de greve é aquele que precede a greve. Não existe greve ilegal! A
greve pode ser abusiva quando desrespeita os requisitos legais; e pode ser
inconstitucional se exercida por quem não pode, Forças Armadas por ex, mas ilegal não.
A primeira parte meritória do dissídio coletivo de greve é verificar se se trata de greve
abusiva. Se não for abusiva, parte-se para julgar os direitos que estão sendo
reivindicados.

O dissídio coletivo jamais sera julgado pela vara, sempre pelos tribunais. Via de regra, é
o TRT que julga, mas se for supra regional ou nacional, é o TST que julga.
Se o conflito abranger a jurisdição dos dois TRTs de São Paulo, porém, devido a uma lei
especial, o dissídio é julgado não no TST, mas no TRT da capital.

No dissídio coletivo de natureza econômica, a CF impõe como pressuposto o comum


acordo, o que é muito estranho. O que o sindicato faz, diante disso? Greve! Isso porque,
aquele requisito só existe para o dissídio econômico. No dissídio de greve, após a
verificação de que não é abusiva, analisa-se a pauta de reivindicações, de modo que
acaba conseguindo a mesma coisa, sem precisar observar o requisito do comum acordo.
OBS) Nos dissídios coletivos, as partes são chamadas de suscitantes e suscitados.
OBS) O nome é sentença normativa, mas na verdade é um acordão.

As normas coletivas negociadas tem prazo mínimo de um ano e máximo de dois anos.
Não se usa muito o prazo máximo. A sentença normativa tem prazo mínimo de 1 ano e
máximo de 4 anos. É por isso que os sindicatos preferem os dissídios coletivos, porque as
normas tem prazo de validade pequeno. O TST entende que as normas coletivas tem
ultratividade, ou seja, aplicam-se além do seu prazo, até o advento de uma nova norma
coletiva negociada. Essa é uma questão polêmica, e que é um dos objetos da reforma
trabalhista. Súmula 277 do TST.

4. Configuração geral do processo de conhecimento


Distingue-se do processo de execução trabalhista. Não importa se o título é judicial ou
extrajudicial, a execução sempre será separada.
Existem algumas ações que já começam no tribunal, como a ação rescisória, dissídio
coletivo, mandando de segurança impetrado contra o juiz...mas a maioria começa na
vara.
Protocolo na Vara do Trabalho - iniciativa da parte. O fim do processo de conhecimento é
a sentença, ressalvada a hipótese dos embargos de declaração. A CLT determina que a
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audiência deve ser una, porem, por uma questão de logística, geralmente as varas do
trabalho fazem duas audiências. A primeira é inauguração de conciliação, já a segunda é
a de instrução.

Não há muitos atos processuais praticados em cartório. A petição inicial e os documentos


são protocolados online, pelo PJE. Atualmente, é o advogado que faz muitos dos atos
que eram praticados pela secretaria. No entanto, a secretaria precisa notificar o
reclamado, para que este compareça a audiência inaugural, onde é tentada uma
conciliação, e, se frustrada, a parte ré oferece defesa. Essa defesa precisa ser
encaminhada pelo sistema até a véspera, não se entrega mais papel. Se não mandar,
tem que fazer defesa oral na hora da audiência. Feita a defesa, o reclamante manifesta-
se sobre os documentos apresentados pela defesa e sobre as preliminares processuais
suscitadas. A manifestação é enviada pela internet, no prazo estabelecido. Na primeira
audiência, designa se a data da audiência de instrução, que começa sempre pelo
interrogatório do reclamante, depois, interrogatório do reclamado, oitiva de
testemunhas do reclamante
, oitiva de testemunhas do reclamado. Terminada essa parte, o juiz da prazo para as
razoes finais. Terminadas as razões finais, há uma nova tentativa de conciliação. Se
frustrada essa tentativa, como normalmente é, os autos são conclusos para sentença. A
prova documental no processo trabalhista, como regra geral, acompanha a petição
inicial e a defesa. A jurisprudência admite a juntada de documentos ate o final da
instrução, com anuência da parte contraria, devido ao jus postulandi. Já a prova
pericial, ou é feita na pessoa, ou é feita no meio ambiente de trabalho. Obviamente, a
prova pericial não é feita em audiência, mas sim em um momento processual entre a
audiência de conciliação e a de instrução.

AULA 3 – 24/05/2017

REVISÃO GERAL DE DIREITO DO TRABALHO

1. VERBAS RESCISÓRIAS
Existem diversas circunstâncias que podem ocasionar a rescisão contratual, fato que dá
ensejo às verbas rescisórias. Estas não são devidas durante o vínculo, mas justamente
com o fim dele. Uma parte do FGTS se converte em verbas rescisórias. É comum que não
sejam pagas.
A depender do motivo da rescisão, as verbas rescisórias variam. Existe um modelo
básico, que é o da despedida sem justa causa, englobando todas as verbas rescisórias. A
partir dele, entenderemos todos os demais. Precisamos decorar as 9 verbas rescisórias.

Exemplo de cálculo
Data de início do vínculo: 12/03/2012
Data de término do vínculo: 24/05/2017

1. Saldo de salário: geralmente é pago pelo empregador mensalmente, até o quinto dia
útil do mês subsequente. O empregador costuma pagar o valor cheio, e não fracionado.
Ou seja, em abril, o empregador paga o salário referente ao mês de março. Porém, pode
acontecer, embora não seja comum, que o empregador pague no dia 25 o salário
daquele mesmo mês. Nesse dia 25, ele vai pagar o valor cheio, como se a pessoa tivesse
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trabalhado o mês todo já.


No momento da rescisão, quase sempre existe um saldo de salário, que são dias
efetivamente trabalhados que não se incluem no salário do mês anterior. Por ex,
considerando que o empregador paga o salário no quinto dia útil do mês subsequente, se
o contrato se encerra no dia 15, o empregado tem que receber o salário referente a
esses 15 dias.
Se o cidadão recebe 1200 reais por mês, como faremos esse cálculo? Para a CLT, para fins
de cálculo, o mês sempre tem 30 dias, não importa se na verdade tem 28, 31...então
dividimos 1200 por 30 e multiplicamos o valor pela quantidade de dias trabalhados.

2. Aviso prévio proporcional


A partir da lei 12506/12, o aviso prévio se tornou proporcional. A lei determinou o
acréscimo de três dias para cada ano de serviço trabalhado. Ou seja, o aviso prévio leva
em consideração o tempo de prestação de serviço para a empresa. Como se calcula isso?
Vamos ter que calcular na prova. Quando é indenizado, o aviso prévio projeta a data de
rescisão para frente, e essa data posterior interferirá no cálculo de todas as demais
verbas.
30 + 3x
X é o número de anos completos de tempo de serviço
Meses incompletos: a jurisprudência tem admitido que toda fração de meses acima de 6
é considerada como ano completo. Porém, a lei nua e crua não fala nada, e a OAB adota
a lei.
Usando as datas que colocamos aqui, temos que transcorreram 5 anos completos entre a
admissão e o termino do vínculo.
30 + 3.5= 45 dias
A lei estabelece um teto de 90 dias.
Nota técnica 184/2012 do MTE: foi essa nota que instituiu esse cálculo.
Divide o valor do salário por 30, multiplica o valor por 45, que foram a quantidade de
dias, e acha o valor respectivo, em caso de aviso prévio indenizado, no caso 1200 reais.
Esse é o cálculo do dinheiro, mas precisamos calcular também a projeção da data.
Aviso prévio: manifestação receptícia de vontade. É uma declaração que pode ser
prestada pelo empregado ou pelo empregador, que serve para avisar a pessoa que o
contrato será rescindido dali a um tempo. O aviso prévio sempre precisa da prova do
recebido. Na prática, é uma folha de papel, não pode ser verbal, porque precisa do
recebido da parte contrária. Se o empregado pede demissão sem aviso prévio, desconta
se esse valor das verbas rescisórias.
Ou o aviso prévio é indenizado ou é trabalhado. Trabalhado, a pessoa trabalha
normalmente até a data de formalização do termino do aviso prévio, há uma
correspondência com a data em que se parou de trabalhar. Já no aviso prévio
indenizado, há uma ficção, pois projeta se uma data para frente, mas a pessoa para de
trabalhar desde logo.
Para calcular o x naquela forma, usa-se a data em que efetivamente a pessoa parou de
trabalhar, e não a data projetada. A projeção não serve para calcular o próprio aviso
prévio, senão seria uma retroalimentação; serve para calcular ferias vencidas, X e X.
Obs. O aviso prévio indenizado compreende todas as verbas! Por ex, se a remuneração
compreendia adicional de insalubridade, ainda que o empregado esteja cumprindo aviso
prévio indenizado, em casa, assistindo tv, ele vai receber toda a remuneração, inclusive
aquela referente ao adicional de insalubridade.
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A primeira interpretação dada pela jurisprudência entendeu que o aviso prévio dado
pelo empregado avisando da demissão seria sempre de 30 dias. Porém, depois, essa
interpretação mudou, de modo que o aviso prévio do empregado também deve ser
proporcional. Quando o empregado opta pelo aviso prévio indenizado, muitas vezes o
empregador abre mão do valor, porque a pessoa não tem muitas condições, ou porque
seria muito difícil correr atrás daquele dinheiro.

Projeção de data: são os dias exatos corridos, importa se o mês tem 30 ou 31, tem que
ver direitinho! Não tem aquela presunção de que é sempre 30. Tem que fazer a regra da
mão direita. A data projetada é muito importante. Colocar de vermelho. O prazo
começa a contar do primeiro dia útil subsequente ao aviso.

Aviso prévio trabalhado: ou trabalha com carga horaria reduzida todos os dias, ou
trabalha com carga horaria normal todos os dias e folga em alguns. Isso serve para o
empregado poder procurar um novo emprego.
A data de extinção do vínculo é sempre a data de termino do aviso prévio, seja ele
trabalhado ou indenizado. Isso vai refletir no registro na CTPS, na qual deve constar a
data projetada.

3. Décimo terceiro proporcional


Primeira parcela: equivale a 50% da remuneração bruta, que deve ser pago entre 01/02
a 30/11. Não precisa pagar a todos os empregados de uma vez só, pode escalonar.
Segunda parcela: equivale a diferença entre a remuneração líquida e o que já foi pago
na primeira parcela. Pode ser paga até 20.12 de cada ano.
O legislador foi sensível ao fato de que o 13º causa muito impacto nas empresas,
portanto, pode ser pago em 2 parcelas.
No recibo de salário, identificam-se os créditos a serem recebidos pelo empregado, cuja
parte expressiva costuma ser o salário, o qual pode ser acrescido de gratificações,
adicional de periculosidade.
Identificam-se também os descontos, como o INSS, imposto de renda, vale transporte
(uma parte é paga pelo empregado, e a outra pelo empregador - a parte do empregado é
de 6%).
No fim do recibo, indica se o salário líquido, a diferença entre os créditos e os
descontos. Ninguém recebe o bruto, porque sempre terá desconto de INSS. Ou seja, é
plenamente possível que a pessoa receba menos que um salário mínimo.
O vale transporte jamais poderá ser pago em dinheiro. Nos municípios em que não tem
smart card, é dado em um papelzinho, num vale que se entrega ao cobrador. Se for pago
como dinheiro, se incorpora ao salário, incidindo 13º, ferias etc. O auxílio alimentação
não está previsto em lei! Como se torna obrigatório? Norma coletiva, ou a empresa,
voluntariamente, filiou se ao PAT, um programa. Só é obrigatório nessas duas
modalidades, sendo que, na segunda, depende de uma iniciativa da empresa.

AULA 4 – 29/05/2017

Revisão Geral de Direito do Trabalho - Continuação

1. Verbas rescisórias na despedida em justa causa


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1.1. Saldo de salário


1.2. Aviso prévio proporcional
Aqui, a data de admissão não será importante, o que importa é a data de rescisão. Já
para as férias, a data de admissão é muito importante.
Início: 12/03/2011
Término: 24/05/2017
Logo, a data projetada será 08.07.2017

1.3. Décimo terceiro proporcional


6/12 de décimo terceiro pagos

1.4. Férias vencidas +1/3


Período aquisitivo: primeiros 12 meses em que o trabalhador labora para fazer jus às
férias.
Período concessivo: próximos 12 meses que o empregador dispõe para conceder as
férias.
Os períodos aquisitivos e concessivos coincidem, exceto nos primeiros doze meses, em
que somente há o período aquisitivo.
AS FÉRIAS SÃO CALCULADAS DE ACORDO COM A DATA DE ADMISSÃO DO EMPREGADO
(ANIVERSÁRIO DO VÍNCULO). Por isso, cada empregado terá um período diferente, não é
como no décimo terceiro, em que não importa a data de admissão.
12/03/2012
11/03/2013

12/03/2013
11/03/2014

12/03/2014
11/03/2015

12/03/2015
11/03/2016

12/03/2016
11/03/2017

12/03/2017
08/07/2017 (DATA PROJETADA)

Trabalhou 3 meses e 26 dias de período aquisitivo. Como 26 é maior que 15, considera-se
como 4 meses, de modo que deverá o empregado receber o equivalente a 4/12 de
férias.
Quando o empregador violar o período concessivo, ele deve indenizar as férias em
dobro! Ou seja, o empregado goza do período normal de férias, mas recebe o dobro do
que deveria receber.
Se, no entanto, a rescisão contratual ocorrer durante o período concessivo, o
empregador deverá pagar as férias devidas de modo simples. Nesse caso, será ferias
vencidas, verba rescisória. A professora disse que é para puxar um tópico diferente
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quando for assim, não listar junto com as férias que serão indenizadas em dobro.

1.5. Férias proporcionais + 1/3

1.6. FGTS + 40%


A CLT, em 1943, determinou que todos os empregados que tinham 10 anos na mesma
empresa adquiriam estabilidade, de modo que só poderiam ser despedidos por justa
causa. E se o empregador quisesse demitir? Teria que pagar uma indenização em dobro,
sendo que a indenização normal, por tempo trabalhado, era de uma remuneração por
ano de serviço. Para despedir trabalhador decenal, seriam no mínimo 20 remunerações,
posto que 2 para cada ano de serviço.
Porém, em 1967, essa disposição mudou, e foi criado o FGTS, fruto de uma imposição do
FMI ao governo militar. Quando criado, o FGTS, pelo menos no papel, era um regime
optativo. Quando admitido, o empregado podia escolher entre FGTS ou regime decenal.
Mas, na prática, os empregados só eram admitidos caso escolhessem FGTS. O
empregador, todo mês, pagaria o equivalente a 8% da remuneração do empregado e
depositava. O FGTS não é descontado do salário do empregado, pois, para o empregador,
tem natureza tributária, e, para o empregado, é uma poupança forcada. Forçada no
sentido de que ele não pode sacar, embora não tenha contribuído, porque somente o
empregador paga FGTS, é um encargo social. A multa era de 10% do valor depositado,
quando da rescisão.
Em 1988, o FGTS passou a ser um regime obrigatório. O percentual mensal continuou
sendo 8% da remuneração. A multa passou a ser de 40% do valor depositado, em caso de
rescisão. A conta para recolhimento é especifica para aquele trabalhador e para aquele
vínculo! A multa de 40% incide sobre o valor que DEVERIA estar depositado. Isso porque,
às vezes, o empregador não deposita tudo o que deve.
É uma conta para cada CPF e para cada vínculo, o atual empregador não responde por
vínculos anteriores. Mas não se trata de uma conta normal, em que se pode fazer saques
livremente, de acordo com o valor em conta. As hipóteses de saque do FGTS estão
taxativas na lei, sendo que a principal delas é a rescisão contratual, mas existem outras
possibilidades: aquisição de casa própria, acometimento por doença grave, como HIV e
câncer.
Outra possibilidade: toda conta inativa por mais de 3 anos pode ser sacada. Rosangela
aconselha a fazer a conta do FGTS o mais rápido possível, porque remunera somente
correção monetária e juros de 3% anual. É menor ainda do que a poupança!
OBS) A CF estabeleceu que todas as férias devem ser pagas com um adicional de 1/3.
A multa de 40% incide sobre um saldo virtual, desconsiderando eventuais saques que o
empregado poderia ter feito; leva em consideração o valor todo.

LC 110/2001: estabeleceu que o empregador deveria depositar 50%, e não 40%, para
cobrir os desvios que o governo fez com o dinheiro do FGTS.
O normal é que o empregado recolha os 40% junto com o FGTS que está na conta. A
multa deverá ser paga, em geral, na rescisão sem justa causa. O empregado que pede
demissão não tem direito a multa, nem a sacar o que está lá na conta do FGTS, mas, ele
pode ter acesso ao extrato, e reivindicar diferenças a serem recolhidas. A secretaria da
vara, quando houver execução desse pedido, recolherá o dinheiro para a Caixa
Econômica Federal. O empregado não coloca o dinheiro no bolso imediatamente,
somente quando ocorrer uma das hipóteses taxativas.
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PROFESSORA: ROSÂNGELA LACERDA

Então, o FGTS tem uma parte de recolhimento mensal, e uma outra verba que é de
multa.

1.7. Indenização substitutiva do seguro desemprego


Disciplinado pela Lei 7998/90
Trata-se de um benefício pago pelo governo federal em caso de desemprego
involuntário. É um benefício social custeado pelo Fundo de Amparo ou Trabalhador. É
preciso que o empregador forneça guias, caso contrário, ele deverá pagar a indenização
substitutiva.

1.8. Aplicação do art. 467 da CLT


Trata-se de uma verba rescisória que independe da causa de extinção do vínculo.
Dependerá da qualificação técnica do advogado da reclamada. Todas as verbas
rescisórias devem ser contestadas, ou, se não o forem, devem ser pagas em primeira
audiência. Se o adv. da reclamada nem contesta nem paga na primeira audiência, ele
deverá pagá-las com um acréscimo de 40%.

1.9. Multa do §8º, art. 477 da CLT


Independe da causa de extinção do vínculo. Depende da data de pagamento das verbas
rescisórias, ou seja, se foi ou não desrespeitado o prazo legal para pagamento. Que
prazo é esse? Só existem 2 tipos de aviso prévio, trabalhado e indenizado. Se for
trabalhado, é o primeiro dia útil subsequente ao seu termino. Se for indenizado, dez
dias após o efetivo afastamento, e não a data projetada. Esses dispositivos preveem as
sanções cabíveis nesses casos. A primeira é a multa administrativa, cabível quando da
fiscalização do MTE, que lavrará um auto de infração. Mas existe também uma multa
rescisória que vai para o bolso do empregador. Obviamente, não se usa mais BN, logo, a
multa é fixada a partir de uma tabelinha do MTE.

Atividade: dizer quais são as verbas devidas em caso de demissão sem justa causa, com
justa causa ou a pedido do empregado.

Pediu demissão: saldo de salário SIM; aviso prévio NAO; 13º salário proporcional SIM;
ferias vencidas + 1/3 SIM; ferias proporcionais + 1/3 SIM; Multa de 40% do FGTS não;
pode pedir diferenças no FGTS se identificar no extrato, mas não poderá sacar, vai ficar
lá retido na conta; indenização substitutiva do seguro desemprego NÃO; 467 se
conseguir; 477 dependendo da data (conta se como se fosse aviso prévio indenizado).

AULA 5 – 31/05/2017

REVISÃO GERAL DE DIREITO DO TRABALHO (FINAL)

Na aula passada, vimos que as verbas rescisórias podem variar de acordo com a causa da
rescisão.

2. PRESCRIÇÃO: a prescrição trabalhista, em nenhuma de suas modalidades, pode ser


reconhecida pelo juiz, precisa ser alegada pelas partes. Será alegada pela reclamada,
porque é matéria de defesa.
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2.1. BIENAL: deve ser analisada primeiro, antes da quinquenal, embora trabalhem
juntas. A bienal é computada dois anos para a frente, a partir da data projetada do aviso
prévio, se for indenizado. Se for trabalhado, na própria data de encerramento do
vínculo. Também é chamada de prescrição total, porque alcança todas as verbas
trabalhistas.
Usando as datas da aula passada:
Início 12/03/2012
Término 24/05/2017
Data projetada 08/07/2017

Mesmo que a prescrição bienal esteja escancarada, precisa contestar todos os pedidos,
um a um, vai dar trabalho mesmo. Ainda que você saiba que o processo será extinto sem
julgamento do mérito, argua todas as matérias de defesa. Argui primeiro a bienal, e
depois a quinquenal.

2.2. QUINQUENAL
Essa é computada cinco anos para trás, a partir da data de protocolo da petição inicial.
Todas as verbas anteriores a essa data estarão prescritas.
Por isso, não adianta trabalhar 20 anos para alguém que faz tudo errado, porque,
quando for ajuizar reclamação, só poderá pleitear os direitos relativos aos últimos 5
anos (caso o advogado da parte contraria argua a prescrição, o que ocorre 90% das
vezes).

Prescrição: extinção do pedido COM julgamento de mérito. Não se trata de


indeferimento.
OBS) A jurisprudência admite a arguição de prescrição até as contrarrazões de recurso
ordinário, tendo em vista o jus postulandi. No entanto, o momento correto para arguição
é na contestação. Se não arguir na peça, perde muito ponto, porque, na vida real, isso
prejudicaria muito o cliente reclamado. Quanto mais tempo demora para ajuizar
reclamação trabalhista, é pior, a pessoa tem que ajuizar logo, para contemplar mais
verbas trabalhistas.

Prescrição em acidentes de trabalho: a doença ocupacional se equipara ao acidente de


trabalho para todos os efeitos legais. Trata-se de doença originada pelo meio ambiente
de trabalho ou pelo próprio trabalho em si.
Teoria da actio nata: nos casos de acidente de trabalho ou doença ocupacional, a
necessidade de acionar o judiciário somente surge quando do aparecimento dos sintomas
ou resultados biológicos, de modo que, o prazo de prescrição bienal só começa a correr
a partir do surgimento dos sintomas/resultado biológico. Por isso, o advogado do
reclamante não vai juntar exames com mais de 2 anos, o qual, se acessado pelo
reclamado, pode ensejar a arguição de prescrição.

HORAS EXTRAORDINÁRIAS
Decorrem do labore sobre jornada ou do intervalo intrajornada suprimido. Existem essas
2 hipóteses. Imagine que a pessoa tem uma remuneração de 1200 semanais, e trabalha
44h semanais. O divisor, que depende da quantidade de horas semanais, para 44h, é 220.
Logo, o valor normal da hora de trabalho será 5,45. Se for uma quantidade de horas
diferentes, tem que fazer regra de três para saber qual é o divisor.
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As horas extras são remuneradas acima do valor das horas normais. Se for 50%, nesse
caso, o valor da hora extra será 8,18. Suponhamos que esse trabalhador:
Março 2017 - 10h extras: 81,80
Abril 2017 - 17h extras: 139,06
Maio 2017 - 20h extras: 163,60
Junho 2017 - 15h extras: 122,70
As horas extras compõem uma remuneração variável, é diferente das gratificações, por
ex, que tem um valor fixo. A remuneração das horas extras vai depender da quantidade
de horas trabalhadas.
As horas extras vão refletir em 5 outras verbas trabalhistas. As verbas trabalhistas não
podem ser pensadas de forma estanque, porque umas interferem no cálculo das outras.
As horas extraordinárias possuem os seguintes reflexos:
Aviso prévio proporcional
13º salário integral e proporcional
Férias integrais e proporcionais, acrescidas de 1/3
FGTS + 40%
Repouso semanal remunerado – Súmula 172 do TST
PESQUISAR O CÁLCULO DESSES REFLEXOS E DECORAR. A professora vai cobrar, mas não
vai ensinar. Olhar a lei e jurisprudências.

Como se considera que uma determinada verba é habitual? É um conceito


indeterminado, que dependerá do bom sendo do juiz, que analisará o período de tempo
em que houve vínculo empregatício.
Não existe cálculo de repouso semanal remunerado, já está embutido, para quem
recebe por quinzena ou por mês.

3. GARANTIAS DE EMPREGO

3.1. DECENAL: já falamos dela. Tem uma importância histórica, porque foi substituída
pelo regime do FGTS + 40%. Trata-se, contudo, de um gancho para falarmos sobre
garantia de emprego. A professora prefere esse termo do que "estabilidade". Vamos ver
algumas delas, existem outras.

3.2. DIRIGENTE SINDICAL - ART. 8, VIII, CF e S 369 do TST. O dirigente sindical não pode
ser dispensado pelo empregador, salvo em caso de falta grave, caso em que se exige,
ainda, a instauração do inquérito judicial para apuração de falta grave. Apesar do nome,
é uma verdadeira ação judicial, ajuizada pela empresa em face do trabalhador. Busca-se
a demonstração da ocorrência da falta grave. O pedido é a constatação da falta grave e
a extinção do vínculo. Se a sentença for procedente, ela será constitutiva, e não
declaratória. O vínculo extingue-se a partir do transito em julgado da sentença. Se a
sentença for improcedente, ela será declaratória, significando que não houve falta
grave.
O dirigente sindical pode ficar bastante tempo com essa estabilidade, porque é o
estatuto dos sindicatos que indica o período de mandato, e a garantia se estende desde
o registro da candidatura até 1 após o termino do mandato. Isso deu ensejo a muitos
abusos por parte dos sindicatos, que indicavam muitos dirigentes. O TST, então,
estabeleceu que, embora o estatuto do sindicato possa indicar quantos dirigentes quiser,
no máximo 7 teriam direito a estabilidade sindical. Súmula 369 do TST. Art. 522 da CLT
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(limitação da estabilidade - no máx. 14 pessoas, 7 dirigentes e 7 suplentes).


Paralelismo simétrico: categorias de empregados e empregadores. A dos empregadores é
determinada a partir da categoria da empresa. Mas existe a exceção das categorias
diferenciadas, estabelecidas naquele anexo da CLT. Por ex: todos os trabalhadores da
indústria têxtil pertencem a essa categoria. Contudo, o piloto de helicóptero da
indústria integra a categoria diferenciada dos aeroviários, e não a categoria dos
trabalhadores da indústria têxtil.
3.3. CIPISTA - ART. 10, II, a, do ADCT e ART. 165 da CLT
NR 05
3.4. GESTANTE - art. 10, II, b, do ADCT
3.5. ACIDENTADO - art. 118 da Lei 8213/1991

AULA 6 – 12/06/2017

REVISÃO GERAL DE DIREITO DO TRABALHO - FINAL

4. Garantias de emprego
4.1. Decenal: importância histórica, vigente quando da edição da CLT. Foi instituído por
força do regime militar o regime de FGTS, primeiramente opcional e depois obrigatório.
4.2. Dirigente Sindical - art. 8, VIII, CF

4.3. Cipista - art. 10, II, a, do ADCT


Art. 165 da CLT
CIPA significa Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. As empresas, a partir de
determinado numero de trabalhadores, são obrigadas a constituir uma CIPA. Deve-se
deliberar quais as medidas internas que devem ser adotadas para evitar acidentes de
trabalho e doenças ocupacionais.
Tudo isso está regulamentado na NR 5, ato administrativo expedido pelo MTE,
disciplinando o meio ambiente de trabalho.
A CIPA é composta paritariamente, metade por trabalhadores nomeados pelo
empregador e a outra metade trabalhadores escolhidos por seus pares. Só fazem jus a
garantia de emprego os empregados eleitos pelos seus pares! A metade nomeada não
tem direito a garantia.
O próprio ADCT fala em cipista ELEITO, e a garantia começa a valer desde o registro de
candidatura até 1 ano apos o fim do mandato.
Art. 165 da CLT: flexibiliza o requisito material, ou seja, outras causas, além da justa
causa, poderão ensejar a despedida do cipista.

4.4. Gestante - art. 10, II, b do ADCT: se estende desde a confirmação da gravidez ate
cinco meses apos o parto. É uma responsabilidade objetiva, não precisa que o
empregador saiba da gravidez, nem mesmo que a própria gestante saiba. E qual é o
parâmetro? A data da ultrassom. Como assim? Se na ultrassom estiver dizendo que no dia
X a gestante estava com “n” semanas, tem que fazer a conta para aferir o momento de
concepção. Se já estava grávida, a garantia é devida. Se a mulher engravidar durante o
prazo de aviso prévio de emprego, ela faz jus à garantia mesmo assim.
E se a empresa mandou embora mas não sabia que estava gestante? Aí depois a
empregada avisou que estava grávida? A empresa deve mandar uma carta com AR para
residência da empregada, oferecendo o emprego de volta em caso de confirmação da
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gravidez.
As empregadas domésticas também adquiriram essa mesma estabilidade, pois antes elas
não tinham.

4.5. Acidentado - art. 118 da Lei 8.213/91


A doença ocupacional é equiparada ao acidente de trabalho para todos os efeitos legais.
O empregado tem direito a uma estabilidade que é de, no mínimo, 12 meses após o
retorno do auxílio doença acidentário. O que acontece quando trabalhador fica doente?
Os 15 primeiros dias serão um ônus financeiro a ser suportado pelo empregador. Embora
a pessoa não trabalhe, ela vai receber do empregador. A partir do décimo quinto dia, o
trabalhador passa a receber um beneficio previdenciário do INSS, o ônus deixa de ser do
empregador. O beneficio pode ser auxilio doença comum ou auxilio doença acidentário.
Eles têm códigos diferentes, o primeiro é B 31 e o segundo é B91.
Somente o auxilio doença acidentário dará ensejo a garantia prevista no art. 118.
Lembrando que a garantia é a partir do retorno ao trabalho, a partir do qual contam se
no mínimo 12 meses. Se durante esse período o empregado ficar doente de novo e
receber outro auxilio doença acidentário, o prazo recomeça quando do novo retorno.
No auxilio doença comum não recolhe FGTS! No auxilio doença acidentário, recolhe
normalmente.

O que significa independentemente de auxilio acidente? É um outro benefício


previdenciário, que é pago pelo INSS em caso de sequela. Existe para compensar o
trabalhador da sua perda de capacidade laborativa. O auxilio acidente está previsto no
art. 86 da lei 8213/91.
O art. 118, por sua vez, dispõe sobre o auxílio doença acidentário, que é completamente
diferente do auxílio acidente.
Só há garantia de emprego quando o afastamento do trabalhador decorre de auxilio
doença acidentário. Auxilio doença comum, B31, não enseja garantia de emprego.
OBS) Em regra, não se necessita de inquérito para apuração de falta grave, que é uma
ação que tramita perante a justiça do trabalho. Porem, 2 garantias exigem o
ajuizamento: decenal e dirigente sindical, as quais exigem, alem do requisito material,
esse requisito processual também.

POSTULAÇÃO DO AUTOR

1. Princípio dispositivo: o processo não começa sozinho, precisando de iniciativa da


parte, que fará o protocolo da petição inicial. Na primeira instância do processo de
conhecimento, o processo termina com a sentença. A CLT manda que se faça uma
audiência, independente do procedimento. No entanto, é comum que se façam duas,
uma inaugural e uma de instrução. Somente por exceção os atos processuais trabalhistas
são praticados em cartório. A maior parte é praticada em audiência. Entre a inicial e a
audiência de conciliação, o juiz nem pega no processo, que será tramitado pelos
servidores da vara. Após o protocolo da inicial, a secretaria procede com a notificação
do reclamado, que é a citação no processo trabalhista. A primeira coisa que o juiz
pergunta em audiência é se tem acordo.
Qual é o remédio possível para acordo homologado em juízo? Somente ação anulatória,
de competência da vara. Não cabe mais ação rescisória, por força do NCPC. A ação
anulatória tem prazo decadencial de 4 anos, ao passo que a rescisória tem prazo
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decadencial de 2 anos. Esta última precisa de deposito prévio, já aquela não. E lembre-
se que a ação anulatória só é cabível diante da alegação de que houve vício de
consentimento.
Se não há acordo, o juiz deve abrir os arquivos de defesa. Até a véspera da audiência, os
arquivos de defesa devem ser enviados pelo reclamado. Defesa é gênero, do qual são
espécies: contestação, exceção e reconvenção. O processo é eletrônico, razão pela qual
o juiz não recebe nada em papel. O juiz vai fixar um prazo para manifestação do
reclamante. O protocolo é feito pela internet.
Audiência de instrução: oitiva do reclamante, depois, do reclamado ou preposto. O juiz
pode dispensar, porque existe interrogatório, e não depoimento. Não se pode dispensar a
oitiva de testemunha, porque isso violaria o contraditório. Depois de ouvir as partes,
ouvem-se as testemunhas, primeiro as do reclamante e depois as do reclamado. Depois
disso, encerra-se a instrução processual. Depois disso, vem as razões finais, que
normalmente são reiterativas. O prazo das razões é de dez minutos, independente da
quantidade de litisconsortes no pólo ativo ou passivo da demanda. Depois, há a segunda
tentativa de conciliação, que, em geral, é inexitosa.

2. Reclamação verbal ou escrita - art. 840, caput, CLT - em desuso. Esse artigo prevê
que a reclamação trabalhista pode ser verbal ou escrita. A parte que prevê reclamação
trabalhista verbal esta em desuso. O PJE não comporta arquivos de áudio, é um sistema
pensado para arquivos escritos. Como faz para juntar mídias de vídeo ou áudio ao
processo? Grava em um CD e este é entregue em audiência, para que a ata valha como
recibo.

3. Requisitos da inicial trabalhista - art. 840, parágrafo 1º, CLT versus art. 319 do CPC.
Repare que nem precisa indicar os fundamentos jurídicos, de acordo com o art. 840.
Logo, na condição de partes, vamos usar os requisitos previstos no CPC.

4. Valor da causa: é necessário? Antes, havia uma controvérsia sobre isso, porque o art.
840 não traz como requisito. No entanto, precisa saber qual o valor da causa, para
determinar o rito. Essa discussão foi superada, porque, no PJE, tem que colocar o valor
da causa, senão, simplesmente não protocola o processo.

5. Aditamento da inicial - analogia do art. 329 do CPC


É possível aditar a reclamação trabalhista, ou seja, acrescentar pedido a petição inicial,
por forca de analogia ao CPC. Não existe despacho da petição inicial no processo
trabalhista. Ou seja, como se adapta o dispositivo do CPC? É possível aditar sem o
consentimento do réu ate imediatamente antes da apresentação de defesa. Com o
consentimento do réu, é possível aditar até imediatamente antes da audiência de
instrução, senão fica uma bagunça. Esse é o entendimento jurisprudencial.

AULA 7 – 14/06/2017

POSTULAÇÃO DO AUTOR - CONTINUAÇÃO

OBS) Quando o empregador viola o período estabilitário, despedindo o empregado, neste


período, sem justa causa, ele tem que pagar indenização substitutiva. Quando isso
ocorrer com a empregada gestante, por ex, ela não precisa ajuizar demanda requerendo
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a verba imediatamente, porque o prazo prescricional é de dois anos. No entanto, a


reintegração somente é devida enquanto o período estabilitário estiver em vigor. Por ex,
se a empregada gestante foi demitida em 01/03/2016, ela tem até 01/03/2018 para
propor ação. A estabilidade da empregada gestante, por sua vez, só vai ate marco de
2017. Então, se ela propuser ação em dezembro de 2017, ela pode pleitear tão somente
a indenização, mas não a reintegração. O empregador vai pagar a indenização referente
ao período estabilitário violado, que não necessariamente coincidira com o período
estabilitário todo.

2. Petição inicial verbal ou escrita - art. 849, caput da CLT em desuso


Não pode ser verbal, porque o PJE não aceita arquivos de áudio. Precisa ser escrita. O
setor do TRT onde os servidores reduziam as reclamações verbais a termo foi extinto,
não existe mais.

3. Requisitos da inicial trabalhista - art. 840, ss1, CLT versus art. 319 do CPC
Os requisitos do art. 840 são muito simplórios, não devem ser observados de forma
exclusiva. O advogado deve atentar para os requisitos do art. 319 do CPC. Se não tiver
domínio de todos os dados, pode fazer a petição inicial dizendo que os dados serão
complementados depois. Porém, existem determinados dados sem os quais a pessoa não
consegue nem cadastrar o processo.
O inciso VII não se aplica ao processo trabalhista, porque aqui não ha opção de dispensar
a tentativa de conciliação.

4. Indicação do valor da causa - controvérsias


A controvérsia foi superada, porque se não colocar o valor da causa no PJE,
simplesmente o processo não é cadastrado.

5. Aditamento da inicial - analogia ao art. 329 do CPC


Esse dispositivo é muito peculiar do processo civil, porque, neste, existem dois
despachos que não existem no processo trabalhista. No cível, o juiz despacha "cite se".
No processo trabalhista, a notificação do reclamado é feita pela secretaria da vara,
independentemente de despacho judicial. Logo, para fins de adaptação, entende-se
que, no processo trabalhista, o aditamento sem consentimento do réu pode ser feito até
imediatamente antes da defesa. Se houver aditamento na véspera, o juiz nem faz a
conciliação, ele adia a audiência, justamente porque o réu precisa apresentar nova
defesa. Ha um interstício mínimo de 5 dias. Não existe uma limitação objetiva de
quantos aditamentos a parte pode fazer, mas, se o juiz considerar que há abuso, poderá
condenar a parte por litigância de ma fé.
Quando o reclamado não vai, mas o seu advogado sim, apresentando documentos, ocorre
revelia, implicando na confissão ficta, porém, a confissão ficta pode ser elidida por
prova em contrário nos autos, no caso, pelos documentos juntados pelo advogado do
reclamado.
Com o consentimento do réu, a inicial pode ser aditada até imediatamente antes da
instrução.

6. Emenda e indeferimento da inicial - art. 321 do CPC e S. 263 do TST


O despacho citatório do processo civil atesta a aptidão da inicial. Porém, no processo do
trabalho, não tem despacho citatório, então, é na audiência de conciliação que o juiz
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PROFESSORA: ROSÂNGELA LACERDA

verifica se a petição inicial respeita os requisitos do art. 840 do CLT. Devido à


simplicidade desse dispositivo, na grande maioria das vezes a petição inicial está apta.
Por isso, é raro, mas possível, que o juiz do trabalho mande emendar a inicial no prazo
de 15 dias. O NCPC estabelece que não basta que o juiz mande emendar, ele precisa
especificar o que precisa ser emendado, e em qual sentido.

S. 269 do TST: o indeferimento somente é cabível se, mesmo intimada para suprir o
defeito em 15 dias, a parte ainda assim não o fizer.

ATENÇÃO PROVA - A petição inicial não será líquida, porque aí precisaríamos fazer os
cálculos.
NÃO É PRA COLOCAR XXXX NO LUGAR DOS NÚMEROS
O VALOR DA CAUSA TEM QUE SER SEMPRE SUPERIOR A 37.480 REAIS - NÃO SE REFERIR A 40
SALÁRIOS MÍNIMOS. Por segurança, colocar sempre 40 mil.
Pode colocar qualquer valor acima de 40 salários mínimos, ela não vai considerar como
identificação, mas não pode escrever “salário mínimo” na prova. Quanto aos pedidos,
não é pra calcular nada! Se calcular, tem que colocar o valor certo e em reais, senão
zera. Por isso, é melhor não calcular. Bota, por ex: aviso prévio proporcional, mas não
indica o valor.
O valor da causa é soma dos pedidos. Para fugir do rito sumaríssimo, muitos escritórios
pequenos inventam um dano moral e colocam o valor que querem, aí fica acima de 40
salários mínimos.

7. Petição inicial no rito sumaríssimo - art. 852 B, I e §1º, CLT


Na petição inicial do rito sumaríssimo, não cabe nem aditamento e nem emenda da
exordial. Os pedidos precisam ser líquidos!

ESTRUTURA DA PETIÇÃO INICIAL


1. Endereçamento: Justiça do Trabalho, local de prestação dos serviços (competência
material e territorial)

Pula 10 linhas

Cabeçalho - decorar modelo para não perder tempo com isso. Precisa ter:
Nome do reclamante
Qualificação do reclamante - art. 319, II, CPC
Numero de PIS e numero de CTPS
Dizer que o autor esta acompanhado por advogado
Nome da ação, que em geral será reclamação trabalhista, mas pode ser ACP, ação de
consignação em pagamento
Rito ordinário (vai ser sempre ordinário na prova)
Fundamento legal: o art. 840 da CLT é o fundamento da reclamação trabalhista
Nome do réu, qualificação (art. 319, II do CPC)

Pula 2 linhas

Na petição inicial cível, quando chega nessa parte, puxa um tópico dos fatos e outro do
direito. Mas, na reclamação trabalhista, o comum é ter 20 ou 30 pedidos. Como deve ser
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PROFESSORA: ROSÂNGELA LACERDA

feito? Puxa um tópico (atribui um número e um título, seguidos por um texto embaixo)
para fazer um breve relato dos fatos. Não é para colocar todos os fatos que a peça lhe
der. Coloca data de admissão e dispensa, causa de extinção e remuneração, função. Esse
tópico deve ter no máximo 4 ou 5 linhas. Peça processual não é para divagar.

Puxa o tópico 2 para falar de jornada de trabalho

OBS) ENTRE CADA TÓPICO SALTAR UMA LINHA

Puxa o tópico 3 para falar das diferenças salariais da equiparação salarial

Puxa o tópico 4 para falar das verbas rescisórias (fala de todas no mesmo tópico)

Puxa o tópico 5 para falar da gratuidade de justiça. Esta regida pelo art. 790 §3º da CLT.
Deferida para todos que recebem menos que o dobro do salário mínimo e também para
aqueles que se declaram fora das condições de arcar com as custas.

Puxa o tópico 6 para falar de PEDIDO. Fazer igual a lista de supermercado:


Isto posto, pede o reclamante:
A) xxxxxx;
B) xxxxxx;
Tem que falar de todos os reflexos das horas extraordinárias. Cada verba rescisória
daquelas ocupa uma linha. Não precisa colocar quantos doze avos de decimo terceiro
são.
A gratuidade da justiça pode ser listada como pedido, ou nos parágrafos de
requerimento, que vem em seguida. Rosangela prefere como parágrafo.

Parágrafo requerendo gratuidade da justiça


Parágrafo requerendo producao de prova
Parágrafo atribuindo valor à causa

Finalização da peça: Termos em que, pede deferimento. BASTA ISSO

Embaixo, escrever exatamente assim: Local, data. NÃO INVENTAR LOCAL NEM DATA!
SENÃO ZERA.

ESCREVER: Advogado...
OAB...

Exatamente assim!

Na prova, é simplesmente para dar valor da causa superior a 40 salários mínimos. Não é
para inventar dano moral! Isso é vida real.
O art. 329 do CPC é um bom guia para verificar se colocou tudo.

AULA 8 – 19/06/2017
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PEÇA 1 – RESOLUÇÃO

"1. João da Silva foi contratado pela Metalúrgica Boa Esperança, cuja sede fica em Belo
Horizonte, em 07.01.2005, para a função de torneiro mecânico, com salário inicial de R$
3.200,00, exercendo suas atividades, inicialmente, em Belo Horizonte, mas depois foi
transferido definitivamente, em 2006, para a filial da cidade de Salvador. Foi dispensado
sem justa causa em 12.11.2016, não tendo trabalhado no período de aviso prévio e não
tendo recebido nenhuma verba rescisória. Trabalhava de segunda a sexta-feira, em
média das 07 às 19:30h, usufruindo de intervalo de 40 minutos para refeição; aos
sábados, trabalhava das 08 às 15h, sem intervalo. Nunca trabalhou aos domingos, porém
em todos os feriados do período. A convenção coletiva de trabalho que rege a categoria
determina o pagamento de horas extraordinárias com adicional de 70% sobre a hora
normal de trabalho, exceto quanto aos sábados e domingos, quando o adicional é de
100%. A empresa contratou José de Alencar Barbosa, em 05.07.2004, para o exercício das
mesmas funções de João da Silva, com salário de R$ 4.500,00 (quatro mil e quinhentos
reais), porém o despediu em 02.01.2005. A CTPS de João da Silva jamais foi assinada e
seu FGTS jamais foi recolhido. A empresa também fornece transporte a seus
empregados, embora exista transporte público no trajeto de suas residências até a sede
da empresa, por causa dos engarrafamentos e constantes atrasos de seus funcionários,
mas desconta o vale-transporte. Nos dias 04 e 05 de maio de 2015, João da Silva faltou
ao trabalho devido ao falecimento de sua enteada, que vivia em sua residência, e teve
desconto em seu salário. No ano de 2015, decidiu vender a totalidade de suas férias,
pois estava precisando de dinheiro.”

Redija a petição inicial.

END: VT de Salvador
10 linhas

OBS: As informações que tiverem na prova, é pra copiar, e as que não tiverem, coloca
reticências.
Cabeçalho: Joao da Silva, qualificação, PIS, CTPS, acompanhado por advogado
Reclamação trabalhista, pelo rito ordinário, com fulcro no art. 840 da CLT
Metal Boa Esperanca Ltda, qualificação (reticências para cada coisa que não souber)

PULAR 2 LINHAS

Puxar tópico: breve relato dos fatos


DE 07/01/2005 a 12/11/2016; despedida sem justa causa
Torneiro mecânico, R$3200.
Na petição inicial, tudo é mérito, não existe uma ordem de apresentação de matérias.
Qualquer ordem está ok, correta.

Puxar o tópico: da jornada de trabalho


Fundamentos fáticos: repetir os fatos que a prova da - jornada de segunda a sexta, 7 as
19, 40 min de intervalo, sábado das 8 as 15 sem intervalo

Pausa para explicar o direito material


FACULDADE DE DIREITO DA UFBA
ALUNA: MARIANA RIBEIRO DE ALMEIDA
PRÁTICA TRABALHISTA
PROFESSORA: ROSÂNGELA LACERDA

7 as 19:30 com 40 min de intervalo


A pessoa trabalha 3h e 50 min de sobrejornada
Porém, QUALQUER supressão no intervalo intrajornada, mesmo que seja de 5min, enseja
uma sanção ao empregador, que deverá pagar uma hora inteira de hora extraordinária,
devido à supressão. Por isso, serão 3h50min + 1h como sanção.

Vamos ver uma outra hipótese: a pessoa trabalha das 8 as 16h, sem intervalo para
refeição.
Essa pessoa trabalha, efetivamente, 8h por dia, logo, não são devidas horas
extraordinárias em função da sobrejornada. Porém, devido a supressão do intervalo, lhe
é devida 1h extra.

Outra hipótese: 8 as 20h, com intervalo de 1h. A pessoa trabalha, efetivamente, 11h.
Logo, terá 3h extra devido a sobrejornada. Como o intervalo foi normalmente
concedido, não fara jus a hora extra por supressão do intervalo.

Voltando para a peça

Fundamento jurídico: art. 59 da CLT e art. 7, XVI, CF, Sumula 437 do TST, Convenção
Coletiva de Trabalho

Fundamentação da habitualidade: basta dizer que as horas extras perduraram durante


todo o vínculo jurídico, que durou 11 anos.

Esboço do pedido:
Horas extras decorrentes da sobrejornada e do intervalo suprimido e seus reflexos (não
precisa quantificar).
OBS. Horas extras habituais refletem em 5 verbas rescisórias. Horas extras não habituais
refletem somente em FGTS + 40%.

Puxa o tópico: dos feriados laborados


Fundamentos fáticos: não pode inventar, falar como esta na prova. Dizer que o
reclamante trabalhou em todos os feriados estaduais, municipais e nacionais do período.
Quando for feriado, sempre tem que especificar nacionais, estaduais e municipais,
porque senão o juiz somente computa os nacionais, para fins de liquidação.

Pausa para explicar o direito material


Essa prova diz especificamente que a convenção coletiva estabelece um percentual para
as horas extras devidas em dias uteis e sábados e domingos. Mas e o labor em feriados? A
norma coletiva não diz. Por ex: a remuneração é 1200 reais. Se a pessoa trabalhou no
feriado de 2 de maio, quanto ela devera receber? Divide 1200 por 30, para saber o valor
do dia, achando 40. Como, pela lei, no feriado, recebe em dobro, aquele trabalhador
recebera 80 reais a mais no mês, referente ao feriado que ele trabalhou.

E se houver norma coletiva, feriado como hora extra a 100%, trabalhou 8h no feriado
Pega a remuneração total, que é 1200, divide por 220, e multiplica por 2, para achar o
valor da hora. Ai, é só multiplicar por 8, já que trabalhou 8h.
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Voltando para a peça:


Fundamentação jurídica dos feriados laborados: Lei 605/49, art. 4.
Fundamentação da habitualidade: não precisa se estender muito, é só para a peça ficar
coerente.

Esboço de pedido
Pagamento em dobro de todos os feriados laborados e seus reflexos (nesse momento,
não especifica quais são os reflexos).

Tem aspectos da prova que você ganha ponto por NÃO pedir. Equiaparação salarial é um
desses. Aqui, não é devido, porque o empregado somente faz jus a equiparação salarial
quando, em algum momento, ele trabalhou concomitantemente ao paradigma naquela
função.
No caso, o paradigma foi dispensado em 02/08/2005, e o reclamante foi admitido
depois, em 07/01/2005. Não houve concomitância de labor! Esse fenômeno é chamado
de downsizing.
Horas in itinere também não são devidas, porque embora a empresa transporte o
empregado ate sua sede, existe transporte publico cobrindo o trajeto.

Puxar tópico: dos descontos indevidos (4)


4.1. Do vale transporte
Fundamentação fática: repetir os fatos que estão narrados na prova.
Fundamentação jurídica: Lei 7418/85, art. 1
Esboço do pedido: a restituição dos valores indevidamente descontados a titulo de vale
transporte

4.2. Dos dias 4 e 5 de maio de 2015


Fundamentação fática
Fundamentação jurídica: dias que a lei prevê como faltas justificadas - art. 473, I, da
CLT + a culpa do empregador pela falta de registro da enteada.
Esboço de pedido: restituição ou ressarcimento do dia descontado que em verdade foi
falta justificada

AULA 9 – 21/06/2017

CONTINUAÇÃO – REDAÇÃO DA PEÇA PROCESSUAL 1

TÓPICO 4.2
(...) Esboço de pedido: restituição ou ressarcimento do dia descontado que em verdade
foi falta justificada

*Não pede equiparação salarial porque eles nunca trabalharam ao mesmo temporalidade
*Não pede horas in itinere porque há o fornecimento de transporte regular nesse mesmo
trajeto (súmula 90)
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5. Das férias 2014/2015 convertidas integralmente em pecúnia


- Fund. fática: fala resumidamente que o reclamante converteu em pecúnia (como está
na prova)
- Fund. jurídica: ele não pode converter a integralidade, o máximo é um 1/3. A
fundamentação jurídica é o art. 143 da CLT (vai na letra A de abono de férias ou letra F
de férias). Houve a violação de uma norma de ordem pública, que trata de medicina e
segurança do trabalho esculpida no art. 7o, XXII da CF. Não vai ser pleietado apenas o
2/3 que foram vendidos erroneamente, mas a integralidade como forma de sanção.
- Esboço de pedido: Pagamento das férias 2014/2015 + 1/3 na sua integralidade, na
forma dobrada.

6. Das verbas rescisórias


Possuem uma peculiaridade: não precisa colocar a fundamentação jurídica de cada uma
delas, apenas a fundamentação fática e o esboço de pedido
- Fund. fática: data de admissão e dispensa e foi despedido SJC. Não recebeu nenhuma
verba rescisória e nunca teve o FGTS recolhido.
- Esboço de pedido:
a) saldo de salário (não é preciso fazer cálculo, apenas o de aviso prévio proporcional
porque ele afeta os demais);

b) aviso prévio proporcional: esse precisa ser calculado.


30 + 3x
11 anos completos de tempo de serviço e 10 meses. Normalmente, apesar da
jurisprudência admitir que mais de seis meses formariam um ano cheio, a oab e a prova
levam em consideração a letra fria da lei.
30 + 3.11= 63 dias
Tem 18 dias de aviso prévio usufruído em novembro de 2016. O mês de dezembro de
2016 inteiro também será de aviso prévio (31 dias) e 14 dias do mês e janeiro de 2017.
Portanto, a data projetada de aviso prévio é 14/01/2017.
Portanto, o aviso prévio proporcional é de 63 dias, projetando-se a data para
14/01/2017.

c) Férias vencidas 2015/2016, acrescidas de 1/3, em dobro;

d) Férias 2016/2017, acrescidas de 1/3, de forma simples e integral;

e) 13o integral de 2016;

f) FGTS + 40%

g)Fornecimento das guias para percepção do seguro-desemprego, sob pena de


pagamento de indenização substitutiva; (Esse é o pedido correto!!)

h) Aplicação do art. 467 da CLT;

i) Multa do art. 471, parágrafo oitavo da CLT


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7. Da anotação da CTPS
- Fund. fática
- Fund. jurídica art. 29 d CLT e OJ 82 da SDI-I do TST
- Esboço de pedido

8. Gratuidade de Justiça (se trata de um requerimento, e não de um pedido)


Art. 790, parágrafo terceiro, CLT

9. Do pedido
Isto posto, pede o reclamante: (pode ser o verbo pedir ou pleitear, só não pode usar o
verbo requerer)
a) Horas extraordinárias decorrentes do labor e sobrejornada e do intervalo intrajornada
suprimido, com adicionais de 70% e 100%, bem como seus reflexos em: aviso prévio
proporcional indenizado, férias integrais acrescidas de 1/3, décimos terceiros salários
integrais, FGTS +40% e repouso semanal remunerado.
b) Feriados nacionais, estaduais e municipais em dobro, durante todo o vínculo
empregatício, bem como seus reflexos em: aviso prévio proporcional indenizado, férias
integrais acrescidas de 1/3, décimos terceiros salários integrais e FGTS +40%;
c) Ressarcimento dos descontos a título de vale-transporte, indevidamente realizados;
d) Ressarcimento dos valores relativos aos dias 04 e 05 de maio de 2015, indevidamente
descontados;
e) Férias 2014/2015 acrescidas de 1/3, de forma dobrada e integral;
f) Saldo de salário;
g) Aviso prévio proporcional de 63 dias, com a sua incorporação ao tempo de serviço
para todos os efeitos legais, projetando-se a data de despedida para 14.01.2017;
h) Férias vencidas 2015/2016 acrescidas de 1/3, em dobro;
i) Férias 2016/2017 acrescidas de 1/3, de forma simples e integral;
j) 13o integral de 2016;
k) FGTS + 40%
l) Fornecimento das guias para percepção do seguro-desemprego, sob pena de
pagamento de indenização substitutiva;
m) Aplicação do art. 467 da CLT;
n) Multa do art. 477, parágrafo oitavo da CLT;
o) Anotação da CTPS, com datas de início e término do vínculo de 07.01.2005 e
14.01.2017, respectivamente.
p) Juros e correção monetária

Requer a concessão do benefício da gratuidade de justiça, com espeque no art. 790,


parágrafo terceiro da CLT.

Requer ainda a produção de todos os meios de prova em direito admitidos, em especial o


depoimento da parte contrária, prova documental, prova testemunhal, prova pericial e
inspeção judicial.

Dá à causa/Atribui à causa o valor de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais) - (tem que ser
um valor igual ou superior a R$40.000,00).

Termos em que,
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Pede deferimento.

Local, data…
Advogado…
OAB...

AULA 10 – 26/06/2017
CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO – TEORIA

1. Hipóteses (art. 335, CC) e finalidade


Não há art. na CLT sobre consignação em pagamento. É preciso utilizar o CPC, porque
trata-se de algo aplicável ao direito do trabalho. É preciso adaptar o que existe no
processo civil. Pelo art. 769 da CLT, as regras do processo civil podem ser aplicados ao
processo do trabalho, precisando existir dois requisitos: a existência de lacuna e a
existência de compatibilidade. Trata-se de ação proposta pelo credor contra o devedor,
quando este último não aceita o pagamento ou não quer dar o recibo ou quando não se
sabe quem é o credor. O primeiro tópico da petição será justamente a
justificativa/fundamentação baseando-se em alguns desses incisos. A finalidade é eximir
o devedor do pagamento de multas, juros, correção monetária, eventual risco de
perecimento da coisa.

2. Multa do art. 477, parágrafo oitavo, CLT – data de EFETIVO depósito das verbas
rescisórias
No processo do trabalho existe uma peculiaridade, existe uma multa do art. 477 do CLT.
O devedor tem um prazo para o pagamento das verbas rescisórias (normalmente é de
dez dias, já que o aviso prévio é normalmente indenizado). Se ele viola esse prazo, a
consequência é o pagamento dessa multa. Esta é equivalente a um salário mensal. Sobre
a multa, origina-se a primeira controvérsia. A jurisprudência majoritária define que
pouco importa a data de protocolo da petição inicial (desde que seja nos dez dias), para
a incidência da multa, o que importa é o efetivo depósito das verbas rescisórias. Essa
multa constitui um dos principais motivos de ajuizamento dessa ação, pois o empregador
deseja se eximir do pagamento da multa.

3. Inadmissibilidade da consignação em pagamento extrajudicial no processo do trabalho


No processo civil existe a possibilidade de consignação em pagamento extrajudicial.
Nela, o devedor, quando tem uma dívida líquida, certa e em dinheiro, ele pode depositar
esse dinheiro no banco, o qual faz uma notificação extrajudicial (carta com aviso de
recebimento) para o credor para que ele retire o dinheiro no prazo de dez dias ou para
contestar a recusa. Encerrado o prazo e nada sendo feito pelo credor, a dívida é
considerada quitada. Por conta desse efeito liberatório, essa consignação em pagamento
é proibida porque ela viola o princípio da hipossuficiência. Só é possível, então, a
consignação judicial.

4. Quando deve ser feito o depósito


Em geral, a consignação em pagamento consiste na consignação em dinheiro, já que as
verbas trabalhistas, normalmente, devem ser adimplidas em dinheiro. Existe a
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possibilidade de se consignar documentos ou objetos, como a carteira de trabalho, guias


para percepção do seguro-desemprego e saque de FGTS.

4.1. Primeira corrente – não se aplica o art. 542, I do CPC


Esse artigo não seria compatível com o processo do trabalho. Segundo ele, deve haver
um despacho do juiz determinando o depósito. Portanto, esse é o momento do depósito.
Porém, no processo do trabalho não existe despacho após a petição inicial, o juiz
conhece o processo na mesa de audiência. Então quando seria feito esse despacho para
a notificação do devedor? A primeira corrente diz que esse artigo não se aplica diante
dessa ausência de despacho, logo, o comprovante de depósito deve acompanhar a
petição inicial, ou seja, o depósito deve ser realizado dias antes ou momentos antes do
protocolo da petição inicial. Se o depósito não tiver sido realizado até então, a petição é
considerada inepta por falta de documento indispensável e extingue-se o processo sem
julgamento do mérito.

4.2. Segunda corrente – aplica-se o art. 542, I do CPC


Deve ser aplicado o artigo, de forma que a secretaria da vara deve fazer os autos
conclusos ao juiz antes da audiência de conciliação, o qual determinará ou não que o
devedor realize o depósito. Existe uma adaptação dessa corrente que diz que o depósito
pode ser realizado até a audiência de conciliação.

4.3. Problemas das duas correntes


O problema da primeira corrente é se tiver um objeto a ser depositado. Se for só
dinheiro, melhor aplicar a primeira corrente, de forma que o devedor para de responder
por multa e etc. Porém, sendo uma carteira de trabalho, por exemplo, como será feito o
depósito antes do ajuizamento da ação e sem uma determinação judicial para tanto.
Já o problema da segunda corrente é que o critério para a aplicação da multa do art.
477 é a data do efetivo depósito. Não é possível controlar a data em que o juiz irá
despachar nem a data que será realizada a primeira audiência. Dessa forma, é possível
que se ultrapasse o prazo, de forma que não valerá de nada para escapar do pagamento
da multa. Porém, em se tratando de objeto, essa é a melhor corrente.
Na prática (não em prova), se tiver só dinheiro deve-se aplicar a primeira corrente, o
dinheiro será depositado antes da petição inicial. Se tiver dinheiro e objetos, deverá ser
feito uma mistura das duas correntes. O dinheiro deposita antes do protocolo da petição
inicial, para se eximir do pagamento da multa do 477, e na petição inicial será requerido
que os autos sejam conclusos para despacho determinando que sejam os objetos sejam
depositados em cinco dias ou que sejam entregues ao consignatário na primeira
audiência. Na prova, ou se adota uma corrente ou outra. Se nela tiver só dinheiro, deve-
se adotar a primeira corrente. Se for dinheiro e coisa ou só coisa, deve-se adotar a
segunda corrente.

5. Onde deve ser efetuado o depósito


5.1. De valores em dinheiro
O depósito deve ser realizado, preferencialmente, na conta vinculada do FGTS do
empregado. Se ela não existir, deve ser depositado em conta remunerada a disposição
do juízo, preferencialmente em banco oficial.

5.2. De objetos
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Devem ser depositados na secretaria da vara. Há um armário específico para o depósito


desse objeto, que estarão sob custódia da vara. Não existe um depósito judicial na
justiça do trabalho.

6. Foro competente – não se aplica o art. 540 do CPC


No processo do trabalho a competência territorial é determinada pelo local da prestação
do serviço (art. 651 da CLT). Só que o art. 540 do CPC traz uma disciplina diferente nos
casos de consignação em pagamento. A jurisprudência majoritária entende que não se
aplica o art. 540 do CPC, ou seja, ao invés de ser o local do pagamento, deve ser o local
da prestação do serviço. Pouco importa se o empregador é autor ou réu.

AULA 11 – 05/07/2017

RESOLUÇÃO PEÇA 2

Prova OAB aplicada em 16/06/2013

“Zenga Modas Ltda., CNPJ 1.1.0001/00, com sede na Rua Lopes Quintas, 10 – Maceió
– AL, encontra-se na seguinte situação: Joana Firmino, brasileira, casada, costureira,
residente na Rua Lopes Andrade, 20 – Maceió – AL – CEP 10.0001-00, foi contratada
pela empresa, em 12.09.2008, para exercer a função de costureira, na unidade de
Maceió - AL, sendo dispensada sem justa causa em 11.10.2012, mediante aviso
prévio indenizado. Naquele dia Joana entregou a CTPS à empresa para efetuar as
atualizações de férias, e tal documento ainda se encontra custodiado no setor de
recursos humanos.
Joana foi cientificada de que no dia 15.10.2012, às 10:00h, seria homologada a
ruptura e pagas as verbas devidas no sindicato de classe de Joana. Contudo, na data
e hora designadas, a empregada não compareceu, recebendo a empresa certidão
nesse sentido emitida pelo sindicato.
Procurado por Zenga Modas Ltda. em 17.10.2012, apresente a medida judicial
adequada à defesa dos interesses empresariais, sem criar dados ou fatos não
informados, ciente de que a empregada fruiu férias dos períodos 2008/2009 e
2009/2010 e de que, no armário dela, foi encontrado um telefone celular de sua
propriedade, que se encontra guardado no almoxarifado da empresa.
É desnecessária a indicação de valores.”

Endereçamento: não é para seguir a regra do art. 540 do CPC! Mas sim a CLT, que
determina que a competência será do foro do local de prestação dos serviços.
" Excelentissimo (A) Senhor (A) Doutor (A) Juiz (A) Da. ... VT De Maceió"

Pula 10 linhas

Cabeçalho
Zenga Modas Ltda, qualificação, acompanhado por advogado
Ação de consignação em pagamento
Rito ordinário, com fundamento nos arts. 539 e 540 do CPC c/c art. 840 da CLT
OBS) os dados que tiver na prova, colocamos, os que não tiverem, coloca reticências.
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PRÁTICA TRABALHISTA
PROFESSORA: ROSÂNGELA LACERDA

Joana Firmino, qualificação, número de CTPS e PIS

Saltar 2 linhas

Começar a puxar os tópicos

1. Da necessidade de consignação em pagamento


O primeiro tópico tem que ser esse, é obrigatório começar fundamentando quanto à
necessidade.
Fundamentação fática: a mesma que a prova dá. Não pode criar fatos novos!
Fundamentação jurídica: art. 335 do cc. Nesse caso, é cabível o inciso I. Fundamentar
também no art. 539 do CPC.
Esboço do pedido: procedência do pedido de consignação, ...

Agora é hora de falar para o juiz sobre o que se quer consignar.

2. Das verbas trabalhistas a serem depositadas


Adota-se a segunda corrente, logo, nada foi pago ainda. Vai depositar tudo!
No caso, temos duas verbas para depositar: verbas rescisórias e férias.

2.1. Das verbas rescisórias


Não precisa fazer fundamentação jurídica, porque cada uma tem a sua.
Fundamentação fática: a empregada manteve vinculo de 12/09/2008 a 11/10/2012.
Esboço de pedido:
Saldo de salário - não precisa colocar a quantidade de dias, mas, a título de curiosidade,
são 11 dias.
Aviso prévio proporcional: precisa calcular, dizer quantos dias são. A própria prova diz
que esse aviso prévio é indenizável, projetando-se a data de afastamento para frente.
30 + 3x
30 + 3x4 = 42 dias
X será igual a 4, porque foram quatro anos inteiros, e a fração não ultrapassou 6 meses
(entendimento jurisprudencial).
Outubro/12 = 20 dias
Novembro/12 = 22/11/2012 (data projetada do aviso prévio proporcional).

OBS) para a prova, não devemos levar em consideração a questão jurisprudencial dos 6
meses, somente a lei pura e seca.

13 proporcional - 11/12

Férias vencidas: as férias dependem da data de admissão, por isso são especificas para
cada trabalhador.
12/09/2008
11/09/2009

12/09/2009
11/09/2010
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ALUNA: MARIANA RIBEIRO DE ALMEIDA
PRÁTICA TRABALHISTA
PROFESSORA: ROSÂNGELA LACERDA

12/09/2010
11/09/2011

12/09/2011
11/09/2012

12/09/2012
22/11/2012

Férias vencidas 2011/2012 + 1/3, de forma simples

Férias proporcionais + 1/3 (2/12)

Pedir a extinção da obrigação de pagar

2.2. Das férias 2010/2011 em dobro


Serão consignadas em pagamento
Fundamentação fática: as férias 2010/2011 não foram usufruídas nem pagas
Fundamentação jurídica: art. 137 CLT
Esboço de pedido: extinção da obrigação de pagar as férias 2010/2011

3. Dos objetos/documentos a serem depositados

3.1. Guias para saque do FGTS e percepção do seguro desemprego


Fundamentação fática:
Fundamentação jurídica: S. 389, II, TST - justifica a necessidade. Arts. 36 e seguintes do
decreto 99.684/90.
Esboço de pedido: extinção da obrigação de fazer a entrega das guias

3.2. Da CTPS e telefone celular


Fundamentação fática: colocar os mesmos dados que tem na prova
Fundamentação jurídica: direito de propriedade, art. 5, inciso XXII da CF e art. 53 da
CLT
Esboço de pedido: extinção da obrigação de fazer a entrega da CTPS e do telefone
celular

4. Do pedido
Isto posto, pede a consignante:
A) a procedência do pedido de consignação em pagamento, em face da recusa em
receber as verbas trabalhistas e realizar a homologação do TRCT;

B) a extinção da obrigação de pagar as seguintes verbas trabalhistas: 11 dias de saldo de


salário; 42 dias de aviso prévio proporcional e indenizado, com projeção da data de
despedida para 22/11/2012; 11/12 de 13º salario proporcional; férias 2011/2012
acrescidas de 1/3, de forma simples; 2/12 de férias proporcionais, acrescidas de 1/3;
férias 2010/2011 acrescidas de 1/3, em dobro;

C) extinção da obrigação de fazer a entrega dos seguintes documentos e objeto: guias


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PROFESSORA: ROSÂNGELA LACERDA

para saque do FGTS e multa de 40%; guias para percepção do seguro desemprego; CTPS
e telefone celular;

Na consignação em pagamento, ha também dois requerimentos previstos no art. 542 do


CPC:

Pula linha e faz requerimentos como parágrafo:

Requer a concessão do prazo de 5 dias para deposito da quantia devida a título de


verbas trabalhistas, e deposito dos seguintes documentos e objeto: guias para saque do
FGTS e multa de 40%; guias para percepção do seguro desemprego; CTPS e telefone
celular.
Requer, também, a citação da consignatária para comparecimento a audiência inaugural,
a fim de levantar o deposito ou oferecer contestação.
Requer também a produção de todos os meios de prova em direito admitidos, em
especial a prova documental, prova testemunhal, depoimento da parte contrária, prova
pericial e inspeção judicial.
Da- se a causa valor superior a 40 salários mínimos. [a professora mudou de
entendimento, pode colocar assim ou pode colocar um valor acima].

Termos em que,
Pede deferimento.

Local. .., data. ...


Advogado. ..
OAB...

Quando terminar, é para fazer um checklist, pegar o art. 319 do CPC e ver se preencheu
todos os requisitos. No caso da consignação em pagamento, é para verificar também
com base no art. 542 do CPC.

AULA 12 – 12/07/2017
RESPOSTA DO RÉU

1. Arts. 335, 337, II e 343 do CPC


A CLT chama todas as respostas do réu de defesa. Porém, o CPC disciplina isso de uma
maneira muito mais detalhada, falando de contestação e reconvenção. O CPC
anteriormente falava em exceção, mas isso mudou com o CPC 15, permanecendo no
processo do trabalho.

2. Modalidades: contestação, exceção e reconvenção

3. A questão da incompetência relativa no art. 337, II, CPC e inaplicabilidade do art. 340
do CPC ao processo do trabalho.
O novo CPC estabelece que a incompetência relativa (que para o processo do trabalho é
só a territorial) vai ser arguida pelo processo civil na contestação, e não mais na
exceção. Porém, o TST determinou que essa regra da incompetência não vale para o
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processo do trabalho. Também não se aplica ao processo do trabalho o art. 340, porque
quando o juiz do trabalho define qual o juízo competente por meio de decisão
interlocutória, é nesse juízo que deve ser apresentada a contestação.

CONTESTAÇÃO

1. Conceito
É um instrumento processual mediante o qual o réu se insurge em face da postulação do
autor.

2. Princípio da impugnação especificada - art. 341 do CPC


A confissão é ficta, pode ser elidida por prova em contrário, produzida por qualquer das
partes, até mesmo o autor. A Fazenda Pública (administração direta, autarquia e
fundações publicas - entes que possuem personalidade jurídica de direito público)
também pode sofrer confissão ficta, no processo do trabalho. A maioria das matérias,
aqui, admite confissão.

3. Princípio da eventualidade - art. 342 do CPC: as matérias em defesa do réu devem ser
alegadas na contestação, sob pena de preclusão. Tem que falar na contestação, não
pode arguir depois, exceto em raras exceções, como quando se referir a fatos
supervenientes. Nos recursos extraordinários, ou seja, aqueles em que é vedado o
exame de matéria fática, nem mesmo as questões de ordem pública podem ser
examinadas.

4. Peculiaridades da aplicação dos dois princípios no processo do trabalho


Muito importante: suponhamos que o reclamante move uma reclamação pedindo aviso
prévio proporcional, 13º proporcional, horas extras extraordinárias e reflexos, dano
moral de cem mil por assédio moral. Você, advogado do reclamado, limita se a alegar,
na contestação, que não houve vínculo algum, que o reclamante jamais trabalhou
naquela empresa, o que se chama de negativa absoluta de vinculo. Mas aí, se o
reclamante conseguir uma testemunha mentirosa, que afirme que ele trabalhou sim na
empresa, e o juiz se convença, todos os pedidos do autor, por não terem sido
impugnados, são deferidos! Para evitar isso, além da negativa absoluta, o advogado do
reclamado precisa impugnar, na contestação, um a um dos pedidos do reclamante. Nesse
caso, se o juiz considerar que houve prestação de serviços, caso em que se presume a
subordinação, ainda assim ele só deferiria o aviso prévio e o 13º, pois, quanto às horas
extras e assédio, o reclamante teria que provar.
A dica de Rosangela é fazer um checklist da contestação, de acordo com os pedidos da
inicial.
OBS) O ônus de provar que a prestação do serviço não foi subordinada é do reclamado. O
advogado do reclamado pode alegar que não houve prestação de serviço alguma, e em
seguida, pelo princípio da eventualidade, alegar que a prestação de serviços não era
subordinada, em seguida, impugnar os pedidos um a um. Parece contraditório, mas é
necessário, em atenção aos princípios supracitados.

OBS) No processo do trabalho, não existe rol de testemunhas, é mais informal. Na data
da audiência de instrução, a parte deve trazer suas testemunhas, independentemente
de notificação. Se a parte pedir, o juiz pode notificar as testemunhas. Quando a
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testemunha não comparece de jeito nenhum, a parte pode pedir condução coercitiva,
mas a professora não indica isso, porque aquela testemunha poderá tentar lhe
prejudicar. O não comparecimento da testemunha é ônus da parte, caso a testemunha
não compareça, a instrução segue normalmente.

5. Conteúdo da contestação
As matérias devem ser arguidas nessa ordem:

5.1. Preliminares processuais - art. 337 do CPC


A) Pressupostos Processuais
B) Condições da Ação
OBS) Incompetência relativa pela incorreção do valor da causa não se aplica ao processo
do trabalho. Porém, pode-se arguir a inépcia da inicial, por indicar valor inferior a 40
salários mínimos, fazendo referência ao rito sumaríssimo, o qual impõe que a petição
inicial deve ser liquida.

5.2. Preliminares de mérito

A) Decadência: 3 hipóteses comuns - decadência no prazo do mandado de segurança


(120 dias), ação rescisória (2 anos), art. 853 da CLT (prazo de 30 dias para ajuizamento
do inquérito para apuração da falta grave, a partir da suspensão do trabalhador).
Quando o empregador não suspende o empregado, ele não se submete a esse prazo, mas
deve ter cuidado com o instituto do perdão tácito.
OBS) Do acordo homologado na JT não cabe ação rescisória, mas somente anulatória, se
se conseguir provar que houve vício.

B) Prescrição: bienal e quinquenal. A bienal conta-se a partir da data de extinção do


vínculo, considerando-se a data projetada do aviso prévio, se houver. A quinquenal é 5
anos para trás, a partir da data de protocolo da inicial.
Decadência e prescrição extinguem o processo com resolução do mérito, fazendo coisa
julgada material.

5.3. Defesas de mérito: são as defesas efetivas. É comum que os juízes trabalhistas
rejeitem preliminares processuais.
A) defesas diretas de mérito
B) defesas indiretas de mérito:
Quando não há CTPS anotada: a parte não pode se beneficiar da sua própria torpeza. A
multa para não anotação é alta, deve ser feita em até 48h do início do vínculo. Quando
a CTPS não é anotada, há inversão do ônus da prova, o ônus de provar será do
reclamado.
Se a empresa tiver mais de 10 empregados, é do reclamado o ônus de provar a jornada,
seja por ponto manual, x ou eletrônico. Sumula 338.

Art. 74 da CLT: o intervalo intrajornada já vem pré assinalado, para que os empregados
não percam tempo. Por isso, o ônus de provar a supressão do intervalo intrajornada é do
reclamante.

6. Compensação e dedução
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A compensação é um instituto de direito civil. No direito do trabalho, a compensação só


é admitida se se tratarem de verbas trabalhistas. Não pode compensar verba trabalhista
com outra de outra natureza.

A dedução é a pura e simples aplicação do princípio do não enriquecimento sem causa.


Os valores serão deduzidos sob a mesma rubrica. Como assim? Suponhamos que o
empregador pagava algumas das horas extras, não todas. Ajuizada reclamação
trabalhista, o juiz pode determinar o pagamento das horas extras, deduzido o que já foi
pago a título de horas extras, de acordo com os contracheques.

AULA 13 – 17/07/2017

RESPOSTA AO RÉU - RECONVENÇÃO

1. Conceito

2. Mesma peça de contestação, mesmos autos


Antes, as peças eram separadas, mas agora, contestação e reconvenção são
apresentadas juntas, na mesma peça, é um mix. No processo trabalhista, autos
apartados são raros.

3. Requisitos
A) Matéria de competência da JT: a matéria discutida na reconvenção deve ser da
competência da JT, ou seja, precisa ser relação empregatícia ou de trabalho,
apresentado, ainda, conexão com a ação principal ou com os fundamentos da defesa.
Devemos lembrar que o acordo homologado transita em julgado no momento da
homologação, não cabendo recurso. Também não cabe ação rescisória! O que cabe é
ação anulatória, se se provar que houve algum vicio. Frustrada a conciliação, na
audiência inaugural, a parte contraria apresenta a sua defesa. No presente caso, a
defesa consistira em uma contestação e reconvenção. Assim, na próxima audiência, deve
ser apresentada a defesa da reconvenção. A última tentativa de conciliação é o último
ato processual, suprimindo qualquer eventual nulidade. Por isso, Rosangela diz que o
processo trabalhista acaba da mesma forma que ele começa.

B) Ação principal em curso

C) Conexão com a ação principal ou com os fundamentos da defesa

4. Reconvenção no rito sumaríssimo


Todos os autores dizem que não se admite reconvenção no processo sumaríssimo, porque
seria preciso adiar a audiência. O único que acha que pode é Renato Saraiva.

5. Defesa na convenção - quinquídio legal


Deve haver um interstício mínimo de 5 dias entre a audiência inaugural e a audiência
para apresentação de defesa do reconvindo. Esse prazo só pode ser reduzido se o
reconvindo concordar com tal coisa, renunciando ao prazo a que tem direito.

6. Decisão por sentença: a mesma sentença que julga o pedido da inicial, julga os
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pedidos da reconvenção. Na instrução, faz-se a prova de tudo também. Não são decisões
distintas. A sentença desafia recurso ordinário, no qual também devem ser tratadas, por
tópicos, as questões da reclamação e da reconvenção.

OBS) A reconvenção não altera o número máximo de seis testemunhas! Continuam sendo
três para cada parte.

Esquema

Endereçamento

Nº do processo

Cabeçalho

1. Da contestação
1.1. Inépcia quanto ao pedido de danos morais
1.2. Da prescrição
1.3. Da jornada de trabalho
1.4. Da equiparação salarial
1.5. Verbas rescisórias

2. Da reconvenção
2.1. Do dano doloso
2.2. Do pedido

3. Dos requerimentos finais


Da contestação
Da reconvenção
Finalização de peça

OBS) Esse é o caso em que o reclamante, empregado, ajuíza ação em face da


empregadora. Porém, esse empregado causou um dano a empresa, e, por isso, ela
contesta e reconvém. O dano doloso pode ser normalmente cobrado, mas o dano culposo
depende de previsão contratual. Suponhamos que o valor da causa seja de 40 mil, mas o
dano causado equivale a 1 milhão de reais. E aí? Reconvenção!

EXCEÇÃO

A única incompetência relativa do processo do trabalho é a incompetência territorial.


Portanto, pode se alegar, na exceção:

Incompetência territorial
Suspeição
Impedimento

Essas três matérias só podem ser arguidas por meio de exceção! E a reciproca é
verdadeira, a exceção só pode veicular essas três matérias (art. 799 da CLT -
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incompleto, porque não fala sobre impedimento. Em 1943, quando da edição da CLT, a
ciência processual não era tão desenvolvida como hoje, não havia separação entre
impedimento e suspeição. Outrossim, a incompetência referida no artigo deve ser
entendida como incompetência relativa, pois a incompetência absoluta sempre será
veiculada na contestação, como preliminar).

O art. 800, que trata da competência territorial, foi alterado pela reforma. Esse
dispositivo determina que a exceção de incompetência territorial deve ser arguida pelo
menos 5 dias após a notificação), mediante uma peça apartada, obviamente, da
contestação. Dessa forma, o processo fica suspenso até a decisão quanto à
incompetência. Com o processo suspenso, não é realizada a audiência de conciliação,
até que seja resolvida a exceção.

Após a apresentação da exceção, o juiz dá outros 5 dias para manifestação do exceto. A


partir disso, há a audiência de instrução da exceção, e, em seguida, uma decisão
interlocutória quanto a exceção. Decidida a exceção, o processo segue seu curso normal,
com a audiência de instrucao. Dessa decisão interlocutória, via de regra, não cabe
recurso, porque no processo do trabalho as decisões interlocutórias não são recorríveis
de imediato, somente podendo ser impugnadas em preliminar de recurso ordinário.
Porém, existe uma exceção, sumulada inclusive, que é quando há remessa dos autos
para um juízo submetido à jurisdição de um TRT distinto, caso em que a decisão
interlocutória em questão desafia recurso ordinário imediato. O recurso ordinário deve
ser interposto perante o TRT que tem hierarquia sobre o juiz que prolatou a decisão, que
é quem tem poder para modificar aquela decisão. E se, na decisão interlocutória, o juiz
rejeitar a exceção? Nesse caso, não cabe nenhum recurso imediato, somente recurso
ordinário após a prolação de sentença.

Exceção de suspeição e impedimento


Não aplicaremos o art. 801 da CLT, pois é muito resumido. Aplicaremos os arts. 144 e 145
do CPC.
A exceção é sempre em peca apartada, ao contrário da reconvenção. Nos três casos, a
exceção é separada da contestação. A sua estrutura assemelha-se a uma petição inicial.
A exceção de impedimento ou suspeição deve ser apresentada com a contestação, e
antes, porque senão preclui. A exceção sempre tem preferência em relação à
reconvenção e à contestação.

Então, frustrada a audiência de conciliação, no prazo da defesa, o reclamado deverá


apresentar, primeiro, a exceção de suspeição ou impedimento, e, depois, a contestação.
E no PJE? Tem que mandar os dois arquivos, sempre, nomeando-os! Isso porque, pode
acontecer algum embrulho processual e ir somente a exceção sozinha, de modo que a
contestação não será apreciada, e o advogado terá que fazer defesa oral em 20 minutos.

Na exceção de suspeição ou impedimento, o excipiente é o réu, e o excepto é o juiz, e o


rito não mudou com a reforma trabalhista, está exatamente igual. O juiz terá 48h para
se manifestar. Antes, a exceção de incompetência territorial seguia esse mesmo rito,
com a diferença de que o prazo era de 24h, e o excepto era o autor.

Continuando exceção de impedimento e suspeição, após a manifestação do juiz, há uma


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decisão interlocutória resolvendo a questão, e depois há uma audiência de conciliação,


na qual se abre a contestação já apresentada quando se apresentou a exceção.

Quem julga a exceção de impedimento e suspeição? Parte dos processualistas entendem


que é o próprio juiz que julga, o juiz suspeito ou impedido, chamado de juiz peitado.
Rosangela acha isso incongruente, mas há quem defenda, como Rodolfo Pamplona. O TRT
da 5 região adota o segundo posicionamento, de que os autos, após a manifestação do
excepto, devem ser encaminhados para o tribunal, para que este decida. Trata-se de
uma decisão irrecorrível, em qualquer caso.

OBS) Embora não seja aconselhável, o reclamado pode apresentar apenas reconvenção,
sem contestação.

AULA 14 –24/07/2017

RESOLUÇÃO DE PEÇA 3

PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – Prova de 13.09.2015, com alterações

Você foi procurado pelo Banco Dinheiro Bom S/A, em razão de ação trabalhista nº
0000001-11.2016.5.08.0099, distribuída para a 99ª Vara do Trabalho de Belém/PA,
ajuizada pela ex-funcionária Paula, que foi gerente geral de agência de pequeno
porte por 4 (quatro) anos, período total em que trabalhou para o banco. Sua agência
atendia apenas a clientes pessoa física. Paula era responsável por controlar o
desempenho profissional e a jornada de trabalho dos funcionários da agência, além
do desempenho comercial desta.

Na ação, Paula aduziu que ganhava R$ 8.000,00 mensais, além da gratificação de


função no percentual de 50% a mais que o cargo efetivo. Porém, seu salário era
menor que o de João Petrônio, que percebia R$ 10.000,00, sendo gerente de
agência de grande porte e atendendo contas de pessoas físicas e jurídicas. Requer as
diferenças salariais e reflexos. Paula afirma que trabalhava das 8h às 20h, de
segunda a sexta-feira, com intervalo de 20 minutos para refeição. Requer horas
extras e reflexos. Paula foi transferida de São Paulo para Belém, após um ano de
serviço, tendo lá fixado residência com sua família. Por isso, ela requer o pagamento
de adicional de transferência. Paula requer a devolução dos descontos relativos ao
plano de saúde, que assinou no ato da admissão, tendo indicado dependentes.
Requer ainda o pagamento de multa prevista no art. 477 da CLT, pois foi notificada
da dispensa em 07.03.2016, uma segunda-feira, e a empresa só pagou as verbas
rescisórias e efetuou a homologação da dispensa em 17.03.2016, um dia após o
prazo, segundo sua alegação. Paula pede também o pagamento de indenização por
dano moral coletivo, sob alegação de que os funcionários da agência trabalhavam em
jornada extenuante e exaustiva, o que caracteriza trabalho escravo, na forma do art.
149 do Código Penal.

Redija a peça prático-profissional pertinente ao caso. (Valor: 5,00)


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Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo


legal não confere pontuação.

Endereçamento: nesse caso, a prova indica qual a vara, mas, se não indicar, ou coloca
reticencias ou deixa o espaço. Não inventar uma vara, senão zera.

Pula 6 linhas

Coloca o número do processo. Não pode esquecer! Nesse caso, a prova deu, se não
desse, reticencias.

Pula 4 linhas

Cabeçalho: precisa preencher alguns requisitos. Tem que ter o nome do réu, que nesse
caso é o banco. Precisa também da qualificação do réu de acordo com os requisitos do
art. 319, II do CPC. Se a prova lhe der essas informações, você copia, se não der,
reticencias. Por ex, a prova não deu CNPJ nem endereço eletrônico do banco. Dizer que
esta acompanhado por advogado.
Indicar que se trata de contestação, oferecida com fulcro no art. 847 da CLT. Se tiver
reconvenção, tem que indicar aqui também, inclusive o art. Do CPC que fala sobre ela,
que é o 343.
Em face de Paula, qualificação (art. 319, II, CPC), PIS e CTPS.

Pula 1 linha

Devemos lembrar que, na defesa, existe uma ordem para alegação das matérias, que
deve ser obedecida. Precisamos nos perguntar se há algum pressuposto processual que
possa ser alegado, seja de constituição ou desenvolvimento valido e regular do processo.
O art. 337 do CPC elenca várias preliminares processuais. Nessa prova não tem nenhum
pressuposto que possa ser arguido. As condições da ação, por sua vez, são legitimidade
de parte e interesse processual. Podemos arguir ilegitimidade de parte quanto ao dano
moral coletivo.

Puxa o tópico: da ilegitimidade de parte quanto ao dano moral coletivo.


É possível arguir somente em relação a um pedido.
Fundamentação fática: dizer qual é o pedido, repetindo os fatos que estão na prova
Fundamentação jurídica: a tutela dos direitos coletivos, difusos e individuais
homogêneos tem legitimados específicos, previstos no art. 5 da LACP (7347/85)
O dano moral coletivo é recolhido a um fundo, o FAT, e visa coibir a lesão a direitos
difusos e coletivos
Conclusão: isto posto, requer o reclamado a extinção do pedido de dano moral coletivo,
sem julgamento de mérito, por ausência de condição da ação, com fulcro no art. 485 do
CPC.
A lide individual não produz litispendência em relação a coletiva.

Devemos seguir nos questionando se cabe a arguição de outra condição da ação e demais
preliminares. Não tem decadência. Tem alguma hipótese de prescrição? Sem a data de
ajuizamento da ação, não temos como alegar a prescrição. Vamos agora contestar cada
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uma das matérias de mérito.

A professora gosta de colocar cada pedido como um tópico. Não é para fazer subtópicos,
tendo como gerais preliminar e mérito.

2. Da equiparação salarial
Resumir
Refutar
Requerer
É para ser sintético. No primeiro parágrafo, vamos resumir o que está na inicial. Refutar
é para desconstruir o argumento trazido pelo reclamante, comparando o paradigma e o
caso concreto, evidenciando as diferenças. Mas atenção, não é para inventar nenhum
fato que não esteja na prova, é para usar os fatos e fundamentos da prova.
Requerer é apenas uma linha, mas tem que colocar, requerendo o indeferimento ou
improcedência do pedido.

OBS. Na contestação trabalhista, não existe "dos fatos" e do direito, como no processo
civil. Vai puxando por matéria, em tópicos individuais, em que se fala dos fatos e do
direito.

3. Das horas extraordinárias


Resumir a inicial
Refutar o pedido: a reclamante não tem o alegado direito, por estar incluída no art. 62,
II e parágrafo único da CLT. É um elenco taxativo.
Requerer em uma linha o indeferimento/improcedência (são sinônimos) do pedido.

A reforma trabalhista não será cobrada na prova. Devemos usar a CLT velha. Porém,
devemos saber que o rol do art. 62 foi acrescido pelos empregados em regime de
teletrabalho.

3. Adicional de transferência
Fundamentação fática
Fundamentação jurídica: somente é devido na transferência provisória, na definitiva
não.
Art. 469, ss3, CLT
Requerer em uma linha

5. Dos descontos relativos ao plano de saúde


Resumir
Refutar: art. 462, caput da CLT e sumula 342 do TST

Estrutura do contracheque

Identificação
Créditos
Descontos: INSS, IR, vale transporte. Art. 462 da CLT - a regra é a impossibilidade de
desconto, com exceções.
Requerer a improcedência ou indeferimento do pedido
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6. Da multa do art. 477 da CLT


Resumir:
Refutar: art. 487, §6 da CLT c/c art. 132 do cc. O prazo foi respeitado, posto que
computado nos moldes do art. 132 do cc.
Requerer o indeferimento ou improcedência do pedido

OBS) O art. 477 foi totalmente reformado pela reforma trabalhista.


Não existe mais homologação de verba rescisória pelo sindicato, independentemente do
tempo de servico.

AULA 15 –31/07/2017

RESOLUÇÃO PECA 3 – FINAL

Fazer contestação é mais fácil do que petição inicial, porque basta "ticar os pedidos" da
inicial. Tem que contestar os pedidos do mérito, também, um a um!

7. DO DANO MORAL COLETIVO


Resumo: como, nesse caso, a peça esta pequena, dá para copiar. Quando estiver prolixa,
tem que resumir de fato.
Refutar: todos os fatos da prova são presumidos como verdadeiros. Logo, não vamos
negar o fato, mas dar uma interpretação restritiva ao dispositivo legal, mostrando que
não há ilícito penal nem dano moral coletivo. O objetivo é mostrar que não há
enquadramento.
Requerer: improcedência/indeferimento

8. Dos requerimentos finais


Muito importante! Contestação não tem pedido, não é ora colocar de jeito nenhum "dos
pedidos".
Rosangela costuma dividir em duas partes os requerimentos finais:
- Núcleo Duro: começamos com a frase: isto posto/destarte, requer o reclamado:
(outra linha): a) resumir as preliminares processuais: pressupostos processuais e
condições da ação
B) resumir as preliminares de mérito: prescrição e decadência
C) resumir o mérito

Isto posto, requer o reclamado:


A) a extinção do pedido de dano moral coletivo, com fulcro no art. 485, inciso VI do CPC
C) a improcedência de todos os pedidos veiculados na inicial

Para fazer esses resumos, basta olhar a última linha de cada tópico. Lembrando que
pode não ter as três categorias!

- Parágrafo de requerimento (usar como parâmetro o art. 385 do CPC)


Requer a produção de todos os meios de prova em direito admitidos, em especial,
pericial, documental, testemunhal, depoimentos da parte contraria e inspeção judicial;
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[o parágrafo de requerimento será sempre assim, somente sobre isso de prova]

- Finalização:
Termos em que,
Pede deferimento.
Local, data...
Advogado...
OAB...

(É para colocar exatamente assim, não pode botar, por ex, Salvador, 31 de julho).

Quando terminar a prova, vamos para o art. 319 do CPC, fazer o checklist. Isso porque,
com adaptações, aplicam-se os pressupostos da inicial à contestação.

SENTENÇA - TEORIA

É muito semelhante ao que vimos em processo civil. Rosangela só vai dar os requisitos
essenciais, mas não os acessórios.

1. Conceito: ato jurisdicional que encerra o feito em 1 instância, decidindo ou não o


mérito. A questão do encerramento do feito cabe temperamento, pois encerra-se em
primeira instancia, mas não para sempre. O que encerra o feito para sempre é o
despacho "arquive se". Se houve sentença, o feito pode continuar, ou em outra fase,
como execução, ou em outra instância. Ha, ainda, a hipótese dos embargos de
declaração, que são julgados pelo próprio juiz que prolatou a sentença.

2. Classificação - existem diversas classificações, mas a professora selecionou as mais


importantes.
2.1. Meramente declaratórias, constitutivas ou condenatórias: isso vai depender do
objeto sobre o qual a sentença versa. A sentença meramente declaratória é a que
declara a existência ou não de relação jurídica entre as partes. O que será declarado é
uma relação jurídica, e não um fato! Não existe ação declaratória de fato. Havia uma
grande quantidade de ações trabalhistas que pediam apenas o reconhecimento do
vínculo de emprego (único pedido), pois a sentença reconhecendo tal vinculo repercutia
no direito previdenciário. Hoje em dia, não tem mais essa utilidade, porque não mais
existe aposentadoria por tempo de serviço, mas tão somente aposentadoria por tempo
de contribuição. O pedido meramente declaratório é imprescritível.
Sentença constitutiva é aquela que cria, modifica ou extingue relação jurídica. No
processo do trabalho, qual é a grande vedete das ações constitutivas? Quando o
empregador ajuíza inquérito para apuração de falta grave, buscando a extinção do
vínculo empregatício com o representante sindical (a outra hipótese é com o decenal,
que quase não existe mais). Se for procedente, tal ação é constitutiva, porque, a partir
daquela data, o vínculo empregatício não mais existira.
99% das sentenças trabalhistas são condenatórias: aquelas que condenam o réu ao
cumprimento de uma obrigação de dar, fazer ou não fazer. Obrigação de pagar é
obrigação de dar dinheiro! Um ex de obrigação de fazer é a obrigação de assinar a CTPS?
Quanto as obrigações de não fazer, é mais raro nas ações individuais, mas muito comum
nas ações coletivas, como por ex abster se de praticar a pejotização.
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2.2. Terminativas ou definitivas - diz respeito aos efeitos da sentença. A sentença


terminativa extingue o processo sem julgamento de mérito (coisa julgada formal). As
definitivas extinguem o processo com julgamento de mérito (coisa julgada material).
Prescrição e decadência implicam em extinção do processo com julgamento do mérito!

3. Requisitos essenciais
3.1. Relatório: dispensado no rito sumaríssimo

3.2. Fundamentação: existe uma ordem na arguição das matérias:


- Incidentes e nulidades processuais: deve haver menção às decisões interlocutórias
proferidas no processo, ratificando as. Caso o juiz entenda de modo diverso, pode
converter o feito em diligencia. Obviamente, não é para a gente fazer isso
- Pressupostos processuais
- Condições da ação
- Preliminares de mérito: prescrição e decadência
- Mérito

3.3. Conclusão ou dispositivo


O normal, na sentença trabalhista, é a procedência parcial. A conclusão é que faz coisa
julgada material. Na pratica, todo juiz remete à fundamentação, na hora da conclusão,
para não perder tempo. Porém, em provas e concursos, não podemos fazer isso de jeito
nenhum. Precisa especificar, de um por um, todos os pedidos que foram deferidos.

OBS) As peças que podem cair na prova são: petição inicial (incluindo consignação em
pagamento), contestação (incluindo reconvenção), e recurso ordinário.

TEORIA GERAL DOS RECURSOS

1. Conceito: instrumento processual para manifestação da irresignação da parte


contrária. O recurso não inaugura uma relação processual, apenas dá continuidade!

2. Classificação
2.1. Próprios ou impróprios: próprio é o recurso analisado por uma autoridade judicial
diferente daquela que prolatou a decisão. Recurso impróprio é aquele analisado pela
própria autoridade prolatora da decisão (por ex: embargos de declaração e embargos
infringentes nos dissídios coletivos).
2.2. Principal ou adesivo (art. 997, CPC e s. 283 do TST): principal é o recurso interposto
autonomamente pela parte, dentro do seu prazo ordinário de recurso. Já o adesivo é
interposto pela parte no prazo de contrarrazões, sendo sempre subordinado ao recurso
principal. O recurso adesivo é um convite a deposição de armas pela parte que o
interpõe. O recurso adesivo não é cabível em todas as hipóteses, é cabível no recurso
ordinário, recurso de revista e embargos no TST, que são as hipótese legais. A S. 283 do
TST faz uma adaptação do recurso adesivo ao processo do trabalho (cabível no prazo de
8 dias nos casos de recurso ordinário, agravo de petição, recurso de revista e embargos
no TST, bastando a ocorrência de sucumbência recíproca, inexistindo vinculação à
matéria alegada no principal).
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PROFESSORA: ROSÂNGELA LACERDA

2.3. Ordinários e extraordinários: ordinário é o recurso em que é possível a discussão de


fato e prova. No extraordinário, não pode, somente é possível alegar exclusivamente
matéria de direito, e, deve haver prequestionamento da parte. Recurso ordinário não
precisa de prequestionamento.
Recursos ordinários: recurso ordinário, agravo de petição
Recursos extraordinários: recurso de revista, embargos para o TST, recurso
extraordinário para o STF

3. Peculiaridades recursais trabalhistas


3.1. Súmula 214, TST: as decisões interlocutórias são irrecorríveis de imediato. A letra
“b” refere-se ao agravo regimental; na “c”, o recurso cabível é o ordinário;
3.2. Ausência de efeito suspensivo: nenhum recurso trabalhista tem efeito suspensivo.
Se precisar de efeito suspensivo, a parte tem que entrar com uma ação cautelar
inominada, dirigida ao mesmo juízo que vai julgar o recurso.
3.3. Uniformidade de prazo: 8 dias
- exceções
1. Embargos de declaração: 5 dias
2. Recurso extraordinário: 15 dias
3. Agravo regimental: depende do regimento de cada tribunal. No TST, tem o prazo de 8
dias. O TRT da 5 região prevê esse mesmo prazo.

AULA 16 –09/08/2017

ESTRUTURA DO RECURSO ORDINÁRIO

FOLHA DE ROSTO

Endereçamento: Exmo. (A) Sr. (A) Dr. (A) Juiz (A) Do Trabalho Da 99 Vara Do Trabalho De
Salvador

(pula 7 linhas)

Número do processo

(3 linhas)

Cabeçalho: nome do recorrente, qualificação (apesar de já estar a parte qualificada nos


autos, a OAB exige que qualifique de novo)
Nome do recurso (RO), fundamento legal (art. 895, I, CLT)
Nome do recorrido, qualificação
Requerimento de remessa dos autos à instância superior

(pula 1 linha)

Fazer um parágrafo falando sobre tempestividade, custas e deposito recursal:


"o presente RO é tempestivo. Custas e deposito recursal recolhidos, conforme
comprovante em anexo. Custas e deposito recursal dispensados na forma da lei"
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(pula 1 linha)

Finalização: termos em que, pede deferimento.

Local, data...
Advogado...
OAB...

NA OUTRA FOLHA: RAZÕES DE RECURSO

Não começa pelo endereçamento, começa pelo cabeçalho das razões de recurso:
Número do processo
Recorrente
Recorrido

(pula 2 linhas)

Título (caixa alta e centralizado): razões de recorrente

(pula 1 linha)

Endereçamento: é para colocar o órgão especifico do Tribunal que vai julgar o seu
recurso:
Egrégia turma do TRT,
Nobres julgadores

(pula 1 linha)

O primeiro tópico sempre será:


1. Do conhecimento do recurso
Falar sobre tempestividade, custas e deposito recursal. Se não forem devidos, explicar
porque não são.

2. Incidentes/nulidades processuais
Tem que ser o segundo tópico, e vamos abordar as matérias de acordo com a ordem da
sentença. Isso porque, para que possamos recorrer de uma sentença, essa sentença
precisa ser válida. Se essas alegações forem acolhidas no tribunal, a sentença é anulada,
e volta para o juízo de origem re-julgar. É diferente da reforma, que é quando o juiz
julga mal, e, por isso, há uma modificação, de modo que a sentença do tribunal substitui
a sentença do juízo de origem. Nesse tópico então, o recorrente pede a anulação do
julgado e o retorno dos autos ao juízo de origem.

Dos próximos tópicos em diante, o que será requerido é a reforma do julgado.

3. Matérias que, em primeiro grau, foram preliminares processuais. Isso porque, aqui no
recurso, as preliminares constituem mérito do recurso. As preliminares processuais estão
sintetizadas no art. 337 do CPC.
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4. Matérias que, no 1º grau, foram preliminares de mérito (prescrição e decadência)

5. Matérias que, em 1º grau, foram mérito

6. Requerimentos finais
"isto posto, requer o recorrente o conhecimento e o provimento total do recurso ora
interposto"

Finalização:
Termos em que,
Pede deferimento.

Local, data...
Advogado...
OAB...

Esse script deve ser observado em todo e qualquer RO.

RESOLUÇÃO DA PEÇA PROFISSIONAL – RO

XV exame de ordem unificado (2014.3)


FGV - prova aplicada em 11/01/2015

Peça profissional

Tramita perante a 89ª vara do trabalho de curitiba a rt nº 000153-


80.2012.5.09.0089, ajuizada em 06/05/2012 por sérgio camargo de oliveira,
assistido por advogado particular, contra o supermercado onofre ltda. Nela foi
proferida sentença que, em síntese, assim julgou os pedidos formulados a seguir.
(1) foi reconhecida a ilicitude da confessada supressão das comissões, que eram
pagas desde a admissão, ocorrida em 13/10/2005, mas abruptamente ceifadas pelo
empregador em 25/12/2006. Entendeu o magistrado que a prescrição, na hipótese,
era parcial, alcançando os últimos 5 anos, e não total como advogado na peça de
bloqueio, já que se tratava de rubrica assegurada por preceito de lei, além de se
tratar de alteração prejudicial ao empregado, vedada pelo art. 468, caput, da CLT.
(2) foi deferido o pagamento de duas cotas mensais de salário-família para os filhos
capazes do reclamante que, na admissão do obreiro, contavam com 15 e 17 anos,
respectivamente. Enfatizou o magistrado que não foi solicitada a documentação
pertinente quando do ingresso do demandante, gerando prejuízo financeiro para o
trabalhador.
(3) foi concedida indenização por dano moral pela humilhação sofrida pelo
reclamante na saída. É que, por determinação do empregador, ele foi comunicado de
sua dispensa por intermédio de um colega de trabalho que exercia a mesma função,
que o chamou em particular numa sala, para lhe dar a fatídica notícia.
Encampou o magistrado o entendimento do reclamante, no sentido de que somente
um superior hierárquico poderia informar acerca da ruptura contratual, e que a
forma eleita pela ré seria indigna e vexatória.
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Uma vez que o autor foi contratado em substituição ao sr. Paulo, dispensado em
05/10/2005, foi deferida a diferença salarial, porque o antecessor auferia salário
20% superior ao do reclamante, o que, segundo a decisão, violaria os princípios
constitucionais da isonomia e da dignidade da pessoa humana.
Foi deferida a reintegração ao emprego, porque na dispensa, ocorrida em
06/04/2012, o autor não foi submetido a exame demissional, conforme previsto no
art. 168, ii, da CLT, gerando então, na ótica do reclamante e do magistrado, garantia
no emprego. Contudo, a tutela antecipada foi indeferida, pois foi constatado por
perícia judicial que o autor encontrava-se em perfeito estado de saúde.
Considerando que todos os fatos apontados são verdadeiros, e não cabendo embargos
de declaração, visto que a decisão foi clara em todos os aspectos, apresente a peça
pertinente aos interesses da empresa, sem criar dados ou fatos não informados.
(valor: 5,00)
A peça deve abranger todos os fundamentos de direito que possam ser utilizados para
dar respaldo à pretensão.

FOLHA DE ROSTO

Endereçamento: 89 VT Curitiba

(pula 7 linhas)

Processo n. Tal

(3 linhas)

Cabeçalho: Supermercado Onofre Ltda, qualificação, acompanhado por advogado


RO, art. 895, I, CLT
Sergio Camargo de oliveira, qualificação
Requerimento de remessa: TRT da 9ª região

Parágrafo: tempestividade; custas e deposito recursal. O empregador recorrente sempre


tem que pagar custas, antes e depois da reforma. O deposito recursal é devido pelo
futuro executado, então, in casu, é devido sim.

Finalização

ESQUEMA DAS RAZÕES DE RECURSO

Cabeçalho (extremamente sintético)


Processo n. tal
Recorrente: Supermercado Onofre Ltda
Recorrido: S. C. Oliveira

(2 linhas)

Título: razões de recurso


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(1 linha)

Endereçamento: turma do TRT

(1 linha)

1. Do conhecimento do recurso
Especificar cada um dos pressupostos e dizer que foram atendidos.

Houve algum incidente ou nulidade processual nesse processo, que poderia ensejar a
nulidade do processo? Nessa prova, especificamente, não tem. Quais são os incidentes
mais comuns? Indeferimento de provas, de perguntas a testemunha, incidentes ocorridos
durante a audiência que violem contraditório e ampla defesa, incidentes relativos à
citação.

Em seguida, a própria sentença dirá se ela acolheu ou rejeitou alguma preliminar


processual. Nesse caso, não tem.

E quanto as preliminares de mérito (prescrição e decadência)? Existe na prova uma


prescrição que alcança um só pedido.

2. Da prescrição total quanto ao pedido de comissões


Resumir a sentença!
A sentença monocrática rejeitou a prescrição total quanto ao pedido de comissões, sob o
fundamento de que se tratava de verba assegurada por preceito de lei, além de ser
alteração prejudicial ao empregado, vedada pelo art. X.
Refutar a sentença:
- Pausa para falar sobre a prescrição
Comissão é uma verba típica de quem trabalha com vendas, do que quer que seja,
exatamente para fazer com que a pessoa tenha um estimulo financeiro.
Inicio do vínculo: 13/10/2005
Mudança: 25/12/2016
Fim do vínculo: 06/04/2012

Súmula 294 do TST. Se a verba estiver assegurada por lei em sentido estrito, incide a
prescrição parcial, que é a quinquenal (5 anos para trás do protocolo da inicial). Se a
verba não estiver assegurada por lei, a prescrição é total, ou seja, bienal e quinquenal.
Devemos ter isso em mente quando a prova trouxer alterações anódnas aos empregados.

Logo, para refutar, diremos que, pela sumula 294 do TST, o reclamante tinha até
25/12/2008 para ajuizar a ação, e só o fez em abril de 2013, logo, incidiu prescrição
total. A prescrição total ferra com o trabalhador! Devemos mencionar ainda a OJ 75 da
SDI-I do TST, quanto as comissões.
Requerer: isto posto, requer a reforma do julgado, para que seja reconhecida a
prescrição do pedido de comissões.

OBS) peça de bloqueio é a contestação!


OBS) se não souber nada sobre aquela matéria, não é para deixar em branco, coloca um
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princípio constitucional, enrola.

AULA 17 –14/08/2017

CONTINUAÇÃO DA RESOLUCAO DA PEÇA


Vamos continuar a partir da abordagem do que foi mérito na sentença.

3. Do salário família
Resumir a sentença: foi deferido, na sentença monocrática, o pagamento de dois (...) -
pode colocar igual está na sentença.
Refutar: parêntese - vamos conversar sobre salario família. Trata-se de um benefício
previdenciário, pagamento efetuado aos trabalhadores de baixa renda pelo INSS, uma
autarquia federal. A obrigação de fornecimento das informações é do empregador! E é
isso que o juiz está afirmando, que o empregador não solicitou os respectivos
documentos ao empregado, como deveria ter sido feito. O salário família somente é
pago aos indivíduos de até 14 anos. Se o empregador deixar de fornecer as informações
ao INSS, ele deve pagar uma indenização substitutiva. A lei que disciplina isso é a 8213
(olhar no índice remissivo). Assim:
Refutar: os filhos eram capazes e com idade superior a 14 anos. O art. 66 da lei 8213/91
não atribui o benefício a pessoas nessa condição.
Requerer: reforma do julgado para que seja excluído da condenação o pagamento do
salário família.

4. Do dano moral
Resumir: a sentença de 1º grau deferiu o pagamento de indenização pela suposta
humilhação sofrida pelo reclamante. Não precisa especificar a sentença de forma
detalhada.
Refutar: não há fundamento legal que embase a sentença, porque não existe nenhuma
norma de lei que preveja a obrigatoriedade de que a dispensa seja realizada por nenhum
superior hierárquico. Não há que se cogitar de vexame ou humilhação. Pode se dizer,
ainda, que a empresa sempre primou pelo princípio da dignidade da pessoa humana e do
valor social do trabalho.
Requerer a reforma

5. Da substituição
Resumir: a sentença monocrática deferiu diferença salarial, sob o fundamento de que o
reclamante (...). Não é equiparação porque não houve concomitância!
Refutar: s. 159, II, TST
Requerer

OBS: no recurso ordinário, ou você pede anulação, ou pede reforma, no requerimento de


cada tópico, e são pedidos excludentes.

6. Da garantia de emprego
Resumir: o magistrado entendeu que o requerente teria direito a reintegração do
emprego, porque o requerente não foi submetido ao exame admissional.
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Refutar: não há dispositivo legal, constitucional ou em norma coletiva que assegure ao


empregado garantia de emprego pela ausência de exame admissional. Tal fato enseja o
eventual pagamento de multa administrativa, somente isso. Essa última parte seria
opcional colocar, porque você não tem que entregar o seu próprio cliente.
Requerer: reforma do julgado. A palavra reforma será repetida várias vezes.

Atenção! Precisamos diferenciar error in judicando, que é o mal julgamento, ensejador


de reforma, do error in procedendo, eivado de nulidade, que enseja a nulidade do
julgado.

7. Dos requerimentos finais


Isto posto, requer o recorrente o conhecimento e o provimento total do recurso
interposto.

Finalização:
Termos em que, pede deferimento.
Local, data...
Advogado...
OAB...

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