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Introdução
Figura 1-1
Figura 1-2
Neste sistema, que é muito simples, não foi necessário o uso de nós para a
constituição de redes. Para os sistemas atuais, os nós são empregados na rede,
tendo funções de comutação encaminhamento e armazenamento da informação.
É claro que o sistema mostrado na Figura 1-2, para ter utilidade prática, deveria
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Formas de Conectividade
Figura 1-3
Figura 1-4
Figura 1-5
Por exemplo, a transmissão de uma rádio FM, feita em broadcasting (isto significa
um só transmissor para vários receptores) é uma transmissão simplex, no sentido do
transmissor para os receptores.
Figura 1-6
Multiplexação
Figura 1-7
Múltiplo Acesso
Figura 1-8
Tipo de Informação
retardo pode ser causado por tempos de armazenamento em nós de rede, enquanto
a mensagem aguarda por disponibilidade de RC para transmissão a outro nó.
Como outro exemplo temos a transmissão de dados de mensagens de telemetria
(em experimentos não críticos), e de serviços de transferência de documentos e
mensagens de um modo geral.
Conclui-se, portanto, que independentemente da tecnologia utilizada para
implementação das redes utilizadas na troca de informações, estas podem ser
classificadas em informações que devem ser enviadas em tempo real e aquelas que
suportam retardos significativos (horas, até) na transmissão.
Dois tipos de tecnologia de redes podem atualmente ser implantadas. As redes
podem ser construidas baseadas em comutação de circuitos e redes baseadas em
comutação de pacotes. Ambas as tecnologias podem ser usadas para a implantação
de redes capazes de manipular informações em tempo real e em tempo não real.
Historicamente, a tecnologia de redes baseada na comutação de circuitos foi
empregada em primeiro lugar, e é empregada até hoje, constituindo a espinha dorsal
do sistema telefônico fixo e celular, e dos sistemas de transmissão de TV.
Com a evolução tecnológica, foram desenvolvidas tecnologias que possibilitaram a
implantação de redes de dados baseadas na comutação de pacotes.
As redes baseadas na comutação de circuitos nasceram e foram desenvolvidas
voltadas principalmente para a transmissão da informação em tempo real, e por isso
podem ser facilmente adequadas à transmissão de informação em tempo não real.
As redes baseadas na comutação de pacotes surgiram com o desenvolvimento da
comunicação de dados, em forma digital, sendo inicialmente usadas para
transmissão de informações com retardos grandes demais para transmissão de
sinais telefônicos e de TV.
Posteriormente, foram desenvolvidas tecnologias de comutação e de codificação
de fonte (ATM, MPEG3, MPEG4, VoIP) que permitiram a transmissão, através da
rede de pacotes, de informação com requisitos de retardo mínimo e garantias de
qualidade de serviço (informação em tempo real). Isso possibilitou, por exemplo, o
serviço telefônico a ser prestado na Internet.
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Comutação de Circuitos
(pares de fios metálicos). Mais tarde, com o crescimento da rede, e com a evolução
tecnológica, os nós passaram a ser interligados por enlaces analógicos constituídos
sobre MUX-FDM (Frequency Division Multiplex) e as centrais foram automatizadas,
dispensando o uso de telefonistas para a interligação normal de circuitos. Ocorreu,
então, o auge da tecnologia analógica. Aqui no Brasil isto ocorreu durante o século
XX, na década de 1960. A tecnologia empregada nas centrais era a eletromecânica,
e as centrais usadas então eram as chamadas passo a passo (mais antigas) que
utilizavam motores de passo e as Cross-bar que utilizavam relés para implementar a
comutação.
Nesse meio tempo havia surgido a tecnologia de transmissão a longa distância via
satélite e via cabo submarino, que imperavam na realização de enlaces interurbanos
usados em ligações nacionais de longa distância e internacionais.
A partir de 1970 começou o processo de digitalização da rede telefônica.
Inicialmente, os circuitos de transmissão que interligavam os nós urbanos passaram
a utilizar a tecnologia do PCM (Pulse Code Modulation), e rádio digital nos enlaces
de micro-ondas que constituíam os circuitos interurbanos.
Nota-se que a digitalização sempre foi motivada por razões econômicas (a
alternativa digital era mais barata que as opções analógicas).
Numa etapa posterior, o processo de digitalização se estendeu às próprias
centrais, que passaram a utilizar a tecnologia CPA-T (Central Temporal com
Programa Armazenado), possibilitando a integração dos processos de transmissão e
comutação (As CPA-T utilizam internamente uma estrutura semelhante aos MUX-
digitais), pois apresentam uma organização de canais análoga a um MUX-PCM 30
canais, que representa a hierarquia básica de multiplexação (estrutura de quadro de
um MUX-TDM PDH operando a 2048kbits/s).
PDH-TDM referia-se à tecnologia então empregada na constituição deste
equipamento (Plesiochronous Digital Hierachy -Time Division Multiplex)
No final do século XX a tecnologia digital de transmissão foi aperfeiçoada,
passando a incluir o MUX-SDH (Synchronous Digital Hierarchy) e Transmissão Ótica,
tanto nos enlaces urbanos quanto interurbanos. Não esquecer a tecnologia dos
enlaces via satélite e cabos submarinos, que incorporaram rapidamente a tecnologia
digital, nais barata e eficiente do que sua alternativa analógica.
O final do século viu também o surgimento da tecnologia celular que acompanhou
a evolução então verificada (quem náo se lembra dos primeiro aparelhos celulares,
23
Comutação de Pacotes
Sinal Analógico
Sinal Digital
Sistema Analógico
Um sistema analógico é aquele projetado para processar sinais derivados
diretamente de sinais analógicos, isto é, sinais que podem variar continuamente em
uma faixa de valores.
Exemplos de sistemas analógicos:
1-Um amplificador convencional.
2- Linha telefônica de assinante fixo convencional (conjunto formado pelo
aparelho fixo e o par de fios de cobre que conecta o aparelho à central telefônica ou
armário).
3- Sistema de radiodifusão comercial (AM - ondas médias e FM - frequência
modulada).
28
Sistema Digital
do sinal, enquanto sistemas digitais são projetados para manter a integridade dos
símbolos transmitidos.
Assim, em um sistema analógico qualquer distorção ou ruído associado a forma
de onda do sinal representa uma alteração da mensagem original, e portando
constitui-se em perda de informação. Em um sistema digital, distorções e ruídos
podem ocorrer na forma de onda sem haver necessariamente perda de informação,
desde que a mensagem original possa ser reconstituída a partir do sinal recebido,
ou seja, que a mensagem original seja reconhecível a partir de um sinal recebido que
pode estar distorcido e com ruído adicionado.
Por exemplo, podemos considerar que uma página manuscrita é um sistema de
comunicação digital. A fonte de informação é o cérebro da pessoa que escreveu, ou
digitou, o texto manuscrito, e o destino é o cérebro da pessoa que o lê.
Desde que o texto esteja escrito em um idioma conhecido da pessoa que lê, e a
informação consegue ser impressa no papel de uma forma que possa ser
mecanicamente percebida (por exemplo, se a caneta ou objeto utilizado na escrita
apresenta poucas falhas) a informação é transmitida com poucos erros ou mesmo
sem erros, não importando (até certo ponto) a forma exata de cada símbolo escrito,
ou até mesmo se todos os símbolos conseguem ser lidos.
Figura 1-3
Figura 1-4
Figura 1-5
Quantização
ocorre uma quantização da escala vertical que indica o valor de uma amostra.
Uma vez estabelecido um “range”, ou limites, para a faixa de valores que uma
amostra pode assumir, a quantização estabelece o número máximo de valores a
serem codificados.
No sistema PCM, a quantização é feita definindo-se um total de 256 intervalos
distintos na escala vertical, sendo 128 positivos e 128 negativos. Cada amostra é
então aproximada para o valor de cada intervalo, mais próximo do valor real da
amostra.
Figura 1-6
Assim, por exemplo, na Figura 1-6, a amostra em 2Ts, xs(2Ts) = 5,1, foi aproximada
para o intervalo de valor = 5.
Codificação
A codificação transforma cada amostra quantizada em um código digital binário.
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O código digital binário tem comprimento fixo, isto é, o tamanho de cada palavra do
código é constante e igual a N bits. O número total de níveis de quantização, L,
determina o tamanho do código N, pois a cada nível de quantização corresponde
uma palavra do código binário, portanto N = log 2 L.
Por exemplo, suponha que L = 16, ou seja, a escala vertical que mede o valor das
amostras é dividida em 16 intervalos. N = log 2 16 = 4. A cada nível de quantização,
ou seja a cada um dos 16 intervalos, faz-se corresponder uma palavra do código
binário, no caso com N = log 2 16 = 4 bits.
Quadro 1
L=256 níveis de quantização, a cada amostra corresponde uma palavra binária com
N = 8 bits. A taxa final em bit/s na saída do codificador é:
r = 8.000 x 8 = 64.000 bit/s
Conversão D/A
Podemos identificar duas etapas funcionais em um conversor D/A, mostradas na
Figura 1-7.
Figura 1-7
Decodificação
A decodificação é a etapa responsável por gerar valores de amostras
correspondentes ao código digital recebido.
Esta geração é feita eletronicamente à partir de um conjunto de fontes de
corrente, mostradas na Figura 1-8, que são acionadas conforme o código recebido,
gerando assim um valor de tensão correspondente à amostra codificada.
36
Figura 1-8
Figura 1-9
Ruído de quantização
Como as amostras geradas na etapa de codificação constituem aproximações das
amostras reais originais, devido ao processo de quantização, o sinal analógico de
saída do conversor D/A não é exatamente igual ao sinal original, mas sim à um
suposto sinal analógico do qual pode-se derivar a sequência de amostras
codificadas, recebidos pelo conversor D/A, que é o sinal quantizado.
Essa diferença traduz-se em perda de informação do sinal original, pois a
informação analógica está contida na forma de onda.
Na prática, esta perda de informação pode ser encarada como se houvesse um
ruído associado ao sinal analógico reconstituído. Este é um tipo especial de ruído,
pois está associado ao processo de conversão A/D-D/A , e tem características
especiais. É chamado ruído de quantização. Para reduzir este valor de ruído a um
nível aceitável, normas internacionais especificam a utilização da quantização não
uniforme.
Transmissão Digital
.
39
Figura 1-10
Este sinal poderia enviado ao meio de transmissão, que pode ser um cabo de fios
elétricos, por exemplo, O cabo transmitirá este sinal ao receptor. No processo de
transmissão, poderão atuar distorções e interferências sobre este sinal.
No sistema digital, o que importa é o reconhecimento, pelo receptor, da
mensagem original; a forma de onda percebida pelo receptor pode ser bastante
distorcida ou sofrer bastante deterioração por ruído, distorções e interferências.
Técnicas diversas são utilizadas, que poderão permitir a reconstituição da forma
de onda digital. Assim todas as deteriorações agregadas ao sinal durante a
transmissão pelo meio de transmissão podem ser até completamente superadas.
Desta forma, a figura de mérito para um sistema de comunicação digital pode ser
a possibilidade de que o receptor cometa um erro, ou equívoco, ao detectar um
símbolo ou dígito. Este valor de figura de mérito é a taxa de erro, ou probabilidade
de erro, de dígito ou de símbolo.
Quando os bits são organizados em palavras de um certo comprimento (por
exemplo, uma palavra de 8 bits se constitui em 1 (um) byte), e um conjunto de N
bytes constitui uma mensagem, dependendo da organização do sistema, a taxa de
erro de mensagens pode ser também um parâmetro de avaliação de qualidade.
40
Sinais Senoidais
Figura 1-11
Largura de Banda
1
A taxa de transmissão da informação é um conceito geral, introduzido pelos estudos de Shannon
e Nyquist. È válida tanto para sinais analógicos quanto digitais. A unidade de medida da
informação é o bit, e a taxa de informação é medida em bit/s.
44
Figura 1-13
2
Os fundamentos da Teoria da Informação foram estabelecidos por Shannon em 1948, através da
publicação do artigo SHANNON,C.,E.,Mathematical Theory of Communications. Bell Systems
Technical Journal, v. 27, pp. 379-423, jul. 1948; pp. 623-656, out. 1948.
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sendo que a unidade de informação é 1 (um) bit, e não da potência média S do sinal
recebido, Shannon demonstra que existe um limite para a relação E b/N0, onde Eb
representa a energia de bit e N0 a densidade espectral de potência do ruído, abaixo
do qual a largura de banda torna-se infinita, por mais complexo que seja o sistema.
Este valor de Eb/N0 é conhecido como o limite de Shannon, e vale -1,59 dB.
Felizmente, nos sistemas práticos atuais, a relação Eb/N0 é bem maior que o limite
de Shannon situando-se de 7 a 20 dB, de modo que já temos ao nosso dispor
diversas tecnologias que podem ser empregadas.
De um modo ou de outro, a relação custo/benefício tem que ser avaliada ao se
planejar seja uma troca de sistema ou uma modificação nos parâmetros de
transmissão. A consideração de aspectos legislativos é também importante.
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Significa um sinal cujas características originadas pela fonte ainda não sofreu
qualquer processo que modifique sua forma de onda ou espectro de frequências.
Observe que o conceito de fonte é aqui usado de uma forma geral e recorrente,
podendo significar inclusive um outro sistema anterior, que gera o sinal de entrada
a ser processado pelo sistema sendo analisado.
O espectro de frequências, a Largura de Banda (LB) e a potência média são
parâmetros importantes do sinal de Banda Básica (BB), pois representam
características fundamentais do sinal que geralmente é aplicado na entrada de um
certo sistema.
Geralmente, os instrumentos de medida tentam reproduzir essas características
de um sinal que será aplicado à um determinado sistema, para fins de testes de
verificação de desempenho ou ajuste e alinhamento do sistema.
49
Modulação
A modulação, tal como definida no ítem anterior, envolve dois processos básicos,
um na transmissão, onde o sinal de banda básica é processado pelo modulador para
ser enviado ao meio de transmissão, e outro na recepção, onde o sinal modulado
recebido do meio de transmissão, enfraquecido, distorcido e com ruído adicionado é
demodulado, para recuperar a informação que estava contida na banda básica na
entrada do modulador.
A Figura 1-14 ilustra a diferença entre a modulação digital e analógica,
apresentando como exemplo a transmissão de um sinal de televisão. A fonte e o
destino são os mesmos, porém os processos envolvidos são diferentes em cada
caso.
52
Figura1-14
3
VHF é a sigla de “Very High Frequency” uma banda de frequências de transmissão A definição
completa das bandas pode ser encontrada no site http://en.wikipedia.org/wiki/Radio_spectrum .A
banda de VHF vai de 30 a 300 Mhz.
53
em uma sequência de bits codificados) gerando uma banda básica digital, incluindo
sincronismo, crominância, etc. Esta banda básica tem uma forma particular, mas é
formada por símbolos de um alfabeto finito. Fica claro que para representar
fisicamente esses símbolos são empregados alguma forma de sinal elétrico,
geralmente pulsos de tensão.
Existem vários tipos de modulação digital. O meio de transmissão, a existência de
distorções e ruídos, as características de propagação, o alcance desejado, as
facilidades e recursos a serem alcançados, tudo isso influi na técnica de modulação.
Para a transmissão de TV, esses requisitos impuseram o desenvolvimento de
novos sistemas e métodos. Esse desenvolvimentos ocorreram nas principais
companhias no mundo, com resultados diversos quanto à técnica e frequências a
serem utilizadas4.
No Brasil, foi criado o padrão ISDB-TB desenvolvido para a TV aberta a partir do
modelo japonês 5.
de modulação correspondente.
A ideia básica da modulação é transportar o sinal de banda básica (sinal
modulante) através do meio de transmissão disponível7 por determinadas
características de um outro sinal, chamado portadora, mais apropriado à
transmissão pelo meio disponível do que o sinal modulante.
Na recepção, realiza-se a demodulação, buscando-se recuperar a informação
contida no sinal de banda básica (sinal modulante) que foi transportada através do
meio disponível pela portadora.
Em realidade, esta operação de transporte gera um sinal modulado, para ser
enviado ao meio de transmissão disponível pelo modulador, equipamento que
realiza fisicamente a modulação. Mas sempre se busca uma maior facilidade de
transmissão da informação, em função das condições oferecidas pelo meio.
As características da portadora a ser utilizada para o transporte da informação
variam. Geralmente, a portadora é um único sinal elétrico senoidal, mas pode ser
também um sinal retangular multinível, um pulso ótico, ou mesmo uma composição
de várias portadoras senoidais.
Quando a modulação é analógica e a portadora é um único sinal elétrico senoidal,
é usual a utilização de parâmetros típicos deste sinal para o transporte da
informação, ou mesmo uma combinação deles. Os parâmetros típicos são a
amplitude A, a frequência f0 e a fase relativa θ. Obtemos então genericamente uma
modulação em amplitude AM, uma modulação em frequência FM e uma modulação
em fase PM.
Um Pouco de História
Historicamente, os sinais modulados em amplitude por uma banda básica
analógica foram os primeiro a serem gerados, com a finalidade de transmissão
radiofônica. Conforme citado por Wikipedia, no site
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rádio_AM , “No Brasil as primeiras transmissões AM
surgiram com a emissora de Roquette-Pinto, que em 1923 fundou a Rádio Sociedade
do Rio de Janeiro. Em 1936 a rádio transformou-se em Rádio Ministério da Educação,
que propaga o ensino à distância.
7
O meio de transmissão disponível pode ser um cabo de fios de pares metálicos, uma fibra ótica,
um enlace de micro-ondas, um enlace satélite, a propagação omni direcional no espaço livre, um
cabo coaxial, um guia de ondas, um cabo submarino etc. Maiores informações sobre meios de
transmissão pode ser obtida em uma busca na Internet.
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Sinal Periódico
Um sinal x(t) é dito periódico no tempo se existe uma constante T0 > 0 tal que:
x ( t)=x( t + T0) (2-1)
para
−∞< t< ∞
T0 é chamado período de x(t). O período T 0 define a duração de um ciclo completo
de x(t).
A Figura 2.1 apresenta um sinal periódico x(t), no caso um trem de pulsos
retangulares periódico de período T0 e nível médio, ou de CC, igual a Aτ/T0, sendo A
amplitude do pulso, τ sua largura e T0 o período.
Figura 2.1
Figura 2.2
Figura 2.3
59
Potência e Energia
Potência instantânea
Figura 2-4
Assim,
p ( t)=x 2( t ) (2-2)
Figura 2-5
62
Energia.
Sinal de energia.
Sinal de potência.
Decibel
O valor assim obtido (X) diz-se estar expresso em decibel (a relação abrevia-se
dB, de decibel).
O valor expresso em dB pode representar uma perda ou um ganho. Se P a
representa a potência no ponto A e Pb no ponto B, se X(dB) for positivo então Pa>Pb.
Se X(dB) for negativo, então Pa<Pb.
A relação X(dB) também pode representar a relação entre as potências de dois
sinais A e B no mesmo ponto do sistema. É o caso, por exemplo, da relação entre a
potência de um sinal útil (sinal de informação - SdB) e um sinal de ruído (NdB) [o
ruído é um sinal indesejável, e infelizmente está presente em todos os pontos de
um sistema , com maior ou menor intensidade – a simbologia N é derivada da
expressão “Noise”, que significa ruído, em inglês].
Assim , se S/N = 30dB, significa que naquele ponto do sistema o sinal útil tem
potência 1000 vezes maior do que o sinal de ruído.
65
dB em relação à 1W - dBW
Algumas vezes usa-se um valor de referência P0= 1W. Neste caso, a unidade de
medida recebe o nome de dBW (dB em relação a 1W).
Em cálculos de balanceamento de enlaces em sistemas de transmissão via
satélite, costuma-se usar dBW na indicação de potências.
Exemplo de alguns valores: Potência de sinal gerada pelo transmissor para o
satélite: 20dBW (100w). Sinal transmitido para o satélite (inclui potência do
transmissor+ ganho da antena parabólica): +70dBW (enlace de subida a 8,0GHz).
Potência recebida pelo satélite: -110,0dBw (10-11w). (Satélite geoestacionário a
35800 km de altitude). Inclui perdas no caminho de transmissão (203dB: perda de
propagação no espaço livre ) e ganho da antena parabólica de recepção no satélite
(+36dB) e alguns outros fatores.
Cálculo de Balanceamento
Potência do transmissor (+) = : dBW
Ganho de transmissão da antena (+) = : dB;
Potência total transmitida = : dBW
Perdas de propagação (-) = : dB;
Tolerância para desvanescimentos
de sinal e outras perdas (-) = : dB;
Ganho das antenas de recepção no
Satélite (+) = : dB;
Figura 2-9
Esta é apenas uma das possíveis representações.
Outra representação veremos adiante, com a série de Fourier.
68
Figura 2-10
69
Funções senoidas:
y1=Asen θ ou y2=Acosθ
Asen θ = Acos (θ -90°)
Parâmetros:
Figura 2-13
Série de Fourier
(2.13)
onde
72
sendo T0 o período de x(t).
Cada componente da série tem frequência n ω0. Na série trigonométrica, cada
frequência tem uma componente em cosseno de amplitude an e uma componente
em seno de amplitude bn. O coeficiente a0 fornece a chamada componente de
corrente contínua (CC) do sinal.
Dado um determinado sinal periódico x(t), o conjunto das componentes a0, an, bn e
a frequência da fundamental ω0 completamente identificam o sinal.
Assim , um sinal periódico pode ser analisado no domínio do tempo, através de
sua forma de onda x(t), ou no domínio da frequência, através de seu espectro,
73
(2.17)
(2.19)
(2-20)
Quando f(t) é uma função não periódica qualquer seu espectro de frequências é
calculado através da transformada de Fourier. A transformada de Fourier pode ser
justificada como uma passagem ao limite da série de Fourier. Para visualizarmos
essa passagem, consideremos um sinal periódico qualquer, fT(t), conforme ilustrado
na Figura 2-18, e imaginemos que seu período T tende a infinito.
Figura 2-18
Função periódica quando T tende a infinito
Um sinal x(t) pode ser transmitido através de um sistema LTI sem sofrer
distorção. Isto ocorre se a saída y(t) for uma réplica da entrada x(t), Assim, se
y(t)=Kx(t-t0), sendo K e t0 constantes, admite-se que o sistema LTI transmitiu sem
distorções o sinal de entrada x(t). Desta forma, para que o sinal de saída seja uma
réplica do sinal de entrada, caracterizando a transmissão sem distorção, admite-se
que possa existir um fator de escala K e um fator de tempo, ou retardo de tempo, t0 ,
entre a saída y(t) e a entrada x(t) aplicada ao sistema.
(2-49)
verdade, quanto maior a frequência, mais negativa é a fase introduzida, para que
seja obedecida a característica -ω t0.
76
Largura de Banda
Filtros Ideais
Figura 2-27
Para o FPA, o valor W=ωc/2π tem significado diferente do FPB. Enquanto para
este W é o valor da largura de banda, em Hz, para o FPA W é infinita.
Figura 2-29
O FPF, como o nome indica, permite a passagem livre de apenas uma faixa de
frequências. Possui duas frequências de corte, ωci (frequência de corte inferior) e
ωcs (frequência de corte superior). Naturalmente, ωcs > ωci e W = (ωcs- ωci)/2π. A
81
Figura 2-30
O FRF, como o nome indica, permite a passagem livre de apenas do sinal que está fora de
uma faixa de frequências. É, portanto, o inverso do filtro passa faixa e seu estudo é similar.
82
Um filtro fisicamente realizável deve ser causal. Isto significa que um filtro
fisicamente realizável deve ter h(t)=0 para t<0 . [h(t) é a resposta do filtro ao
impulso unitário]. A função de transferência H(ω) é transformada de Fourier de h(t).
Pode ser demonstrado que h(t) causal implica em que |H(ω)| não pode ser zero,
qualquer que seja o intervalo de frequências considerado. Desta forma, um filtro
fisicamente realizável sempre permitirá a transferência de sinais da entrada para a
saída.
O que acontece é que existe uma banda de frequências, chamada banda de
passagem do filtro, em que a transferência é feita quase sem perdas, às vezes até
com um pouco de ganho, enquanto que fora da banda de passagem do filtro esta
transferência é muito atenuada.
No filtro ideal, H(ω) tem características de transmissão sem distorção dentro da
banda de passagem, e se anula completamente fora desta banda. Na frequência de
corte, há uma descontinuidade, pois a característica de corte é vertical. De um lado, |
H(ω)|=1, e do outro, |H(ω)|=0.
Em um filtro fisicamente realizável isso não pode acontecer, a curva de corte tem
uma característica monotônica, sendo sempre uma curva crescente ou decrescente
com ω. Conforme a complexidade e o tipo de construção do filtro, essa
característica pode ser mais ou menos inclinada.
Também dentro da banda de passagem do filtro, a característica de fase não é
ideal, portanto a característica de transferência tenta se aproximar de uma
transmissão sem distorção.
De um modo geral, deve existir uma troca entre a inclinação da curva de corte e a
característica de fase; quanto maior a inclinação, mais distante do ideal é a fase, e
vice-versa (a fase ideal tem uma relação linear com ω, ou seja, -ωt0, sendo t0 o
retardo de transmissão através do filtro).
Outro ponto a considerar é a atenuação fora da banda de passagem, ou a
chamada atenuação na banda de rejeição do filtro. Como vimos, para um filtro
fisicamente realizável, |H(ω)| nunca pode ser completamente anulada. Portanto, na
banda de rejeição, |H(ω)| terá sempre um valor residual, ainda que muito baixo.
Poderá apresentar variações significativas, afastando-se bastante de uma
83
(2-52)
(2-53)
Um filtro fisicamente realizável pode ter características de FPB, FPF e FPA. Se for
um FPB, a curva de corte é decrescente, no sentido de que o ganho na faixa de
passagem do filtro decresce com o aumento de ω, durante o corte. Se for um FPA, a
curva é crescente, no sentido de que o ganho vai aumentando com ω durante o
corte. Se for um FPF, possui duas curvas de corte, uma crescente e outra
decrescente.
A frequência de corte é definida estabelecendo-se pontos específicos da curva de
corte. Um ponto específico muito usado é o ponto de -3dB. Neste ponto, a potência
nominal de saída é ½ da potência nominal na entrada do filtro, o que conforme a
Equação 2-53 corresponde a 3dB de atenuação, ou seja, um ponto de -3dB na curva
de corte.
84
Figura 2-33
Assim como foram utilizados os pontos de -3dB para definir a LB, poderiam ter
sido empregados pontos de -10dB, ou -30dB, ou algum outro critério a ser definido.
Desta forma, antes de falarmos em LB de um filtro fisicamente realizável, devemos
definir qual critério será utlizado para definição de sua LB.
Esta definição de LB pode também ser apllicada aos sinais na entrada do filtro e
na saída do filtro, fixando desta forma o valor de B.
Geralmente, critérios equivalentes são empregados para definição da LB W do
filtro e B dos sinais de entrada e saída, de modo que B=W nos pontos de entrada e
saída do filtro.
A Figura 2-24 apresenta um circuito RC que pode ser considerado um filtro passa
baixa fisicamente realizável. Este é um filtro simples, mas bastante utilizado, em
85
várias aplicações.
Das fórmulas acima, verifica-se que para ω=0, log 10 | H(ω) |=0. Este é o ponto
máximo da curva de atenuação.
Para ω=a, 10 log 10 | H(ω) |2= -3
Portanto, em ω=a, temos um ponto de meia potência. Sendo um ponto
característico do FPB RC, podemos dizer que para este filtro a largura de banda
W=a/2π Hz, sabendo que ωc= a = 1/RC rad/s
RC é chamado a constante de tempo do filtro.
86
Amostragem
Teorema da amostragem
por seus valores (amostras) tomados à intervalos uniformes e menores do que 1/2B
segundos”
Normalmente, x(t) vai de baixas frequências até certa fmax, e sua largura de banda
é aproximadamente B=fmax, e portanto deve ser amostrado à uma taxa superior a
2BHz, ou seja, a frequência de amostragem é f0≥2BHz.
BHz representa a maior frequência que x(t) é capaz de gerar com amplitude
significativa.
Aqui, como método aproximado, será empregado o espectro de densidade de
frequências de x(t) para representação no domínio da frequência, dado por sua
transformada de Fourier, X(ω).
A justificativa é que a medição ou determinação da forma exata do espectro não
é importante, bastando a suposição de que X(ω) ≃ 0 para ω> ωmax, sendo desta
forma ωmax considerada a frequência máxima do espectro de x(t), ou seja, a
frequência a partir da qual a contribuição espectral de x(t) é considerada
insignificante ou desprezível. Esta frequência ωmax é importante para determinação
da frequência de amostragem, f0Hz.
A frequência de amostragem, em rad/s, é ω0, que deve ser superior a no mínimo
2ωmax, sendo ω max=2πB rad/s.
Mas o que é, exatamente, uma amostra do sinal x(t)?
elas sejam adequadamente registradas, para posterior codificação (veja a Figura 1-4,
na Parte 1).
O fato de que a tomada de amostras é muito rápida, permite uma simplificação
no modelo matemático usado para representá-la, o qual é mostrado na Figura 2-40.
Na Figura 2-40, o modelo matemático da amostragem utiliza um elemento
central, que é um elemento multiplicador.
Assim, a operação de amostragem é representada, essencialmente, por uma
multiplicação entre x(t), o sinal de entrada, e uma sequência de impulsos unitários.
Essa sequência é periódica, e a taxa de amostragem é ω0=2π/T.
Como resultado temos o sinal amostrado, xs(t). Cada amostra é representada por
um impulso cuja área não é mais unitária, mas sim proporcional ao valor da amostra,
x(t0).
x(t) é um sinal limitado em frequência. Portanto, seu espectro é nulo acima de um
determinado valor de frequência, ωmax...
Figura 2-40
Figura 2-41
89
As amostras da Figura 2-40 não podem ser produzidas por sistemas físicos reais,
pois foram geradas a partir de funções impulso, que têm amplitude infinita.
Na prática o valor de cada amostra é representada pela amplitude de um pulso
muito estreito, gerado pela base de tempo do circuito amostrador.
Entretanto, nesta etapa, é conveniente utilizarmos o modelo teórico apresentado
na Figura 2-40, pois é simples de ser analisado e atende ao que se deseja, que é
mostrar como funciona o teorema da amostragem.
Figura 2-42
Analiticamente, podemos escrever
Então
90
Portanto
Figura 2-43
91
Figura 2-44
Quadro 1
93
Figura 2-46
Na prática, essas características não são fáceis de serem conseguidas [isto é, é um
filtro complexo e caro para ser construído], principalmente se a frequência de
94
Efeito “aliasing”
O efeito “aliasing” ocorre quando, por um motivo ou por outro, o sinal a ser
amostrado possui energia significativa em frequências maiores do que ω0/2 (ω0 é a
frequência de amostragem).
Em primeiro lugar, vamos compreender melhor o efeito "aliasing", como ocorre e
que problemas acarreta, e em seguida como minimizá-lo na prática.
Para começar, imaginemos que pretendemos amostrar um sinal x(t) senoidal de
frequência f1Hz. Pelo teorema da amostragem, esse sinal deve ser amostrado à uma
taxa f0 = 1/T ≥ 2f1Hz. A Figura 2-47 apresenta o que acontece com o sinal x(t) após a
amostragem, do ponto de vista do espectro. Estamos usando o modelo da Figura
2.40. Na Figura 2-47, o teorema da amostragem é obedecido; portanto, o sinal
senoidal que foi amostrado é perfeitamente recuperado após o FPB.
Suponha agora que o sinal senoidal de entrada altere sua frequência para 2f1Hz,
tornando-se maior que f0/2. Com estes valores de frequência do sinal de entrada,
não será possível a recuperação do sinal original na recepção, após o FPB, se a
frequência de amostragem não for modificada;
95
Figura 2-47
Figura 2-48
Figura 2-49
A Figura 2-50 ilustra o que acontece quando o sinal de entrada possui várias
frequências, representadas por um espectro contínuo. Para que aconteça o efeito
"aliasing", ωmax>ω0/2. E isto é exatamente o que acontece na Figura 2-50.
Figura 2-50
potência do ponto de vista de sinais determinísticos, isto é sinais definidos por uma
fórmula g(t) conhecida. Isso não significa que os resultados obtidos não valem para
sinais aleatórios. Apenas têm que ser corretamente interpretados.
Um sinal aleatório, por exemplo um sinal de ruído, pode ser caracterizado de
várias formas. Ele pode ser representados pelo seus parâmetros estatísticos, como
também pode ser representado por amostras registradas em um aparelho qualquer
que guarde uma memória de seus valores, como um registrador gráfico, por
exemplo.
Neste último caso obtém-se uma forma de g(t) para o sinal aleatório,
observando-se que o g(t) assim foi obtido em instantes de tempo passados, e
portanto representa apenas amostras que já ocorreram, do sinal aleatório em
questão. Portanto, toda função derivada destes valores registrados representará
amostras de funções deste processo aleatório. Quando, porém, este tempo de
registro for suficientemente longo em relação aos parâmetros estatísticos que
caracterizam o processo, essas amostras de funções podem , na média, se aproximar
o suficiente dos resultados do processo.
Ruído
minimizar o efeito causado pelo ruído, seja controlando sua intensidade em pontos
específicos do sistema ou diminuindo suas consequências, porém nem todo sistema
de comunicações precisa ser projetado visando diminuir os efeitos de uma
interferência proposital. Por exemplo, um receptor comercial de rádio FM não é
construído para ser imune a interferências propositais. Uma estação “pirata” é capaz
de sobrepor o seu sinal ao de uma estação comercial registrada e em dia com a
legislação vigente, em uma certa área geográfica.
Entretanto, um sistema militar, principalmente se for utilizado em situações
extremas, precisa ser construído de modo a suportar a presença de sinais
interferentes capazes de prejudicar ou mesmo impedir a sua operação.
Por essas e outras razões, é muito importante o estudo dos sinais de ruído. Uma
das facetas desses estudos está voltada para a caracterização do ruído, com o
objetivo de construir modelos matemáticos que possam ser utilizados na simulação
de sistemas e na predição de seus efeitos na comunicação.
Já foi mencionado neste livro o parâmetro “relação S/N”, que é a relação entre a
potência do sinal útil (S) e a potência do sinal de ruído (N), em um determinado
ponto de um sistema. O conhecimento deste valor no “front-end” de receptores é
fundamental ao projeto e dimensionamento desses subsistemas, cuja função básica
é justamente captar e reforçar o sinal útil em um ponto extremo de um enlace de
comunicações, quando ele está mais enfraquecido pelas atenuações e distorções
provocadas pelo meio de transmissão utilizado.
O valor de N (potência do ruído) geralmente adotado é um valor médio, derivado
das causas mais prováveis. Um modelo muito usado, pela sua simplicidade, é o do
ruído AWGN (“aditive white gaussian noise”)8. O modelo AWGN é baseado em que o
ruído, sendo um sinal aleatório, e sendo várias as fontes de ruído, em se somando
dão como resultado uma distribuição gaussiana para suas amplitudes.
A caracterização de um sinal aleatório, como o ruído AWGN, exige a definição de
termos cujo significado é principalmente estatístico, e está fora do escopo deste
livro que lida essencialmente com definições válidas para sinais determinísticos.
2 A sigla AWGN (“aditive white gaussian noise”) decorre de certas características desse sinal de ruído.
Assim, o ruído é aditivo (isto é, ele se adiciona algebricamente ao sinal útil).
A denominação “white”, que significa branco, refere-se ao espectro de densidade de potência, que possui
contribuições de todas as frequências do espectro, por analogia com a luz branca, que se decompõe em uma
combinação de todas as frequências do espectro visível.
“Gaussian” significa gaussiano, e diz respeito à um dos parâmetros estatísticos do sinal, a distribuição das
amplitudes. Isto confere à forma de onda um aspecto característico, bem representado na Figura 2-3.
“Noise, como já foi dito, significa ruído.
103
Distorções
Um fato do qual não se pode ignorar é que, por mais perfeito que seja um
sistema de comunicações, ele sempre introduzirá distorção ao sinal sendo
transmitido.
De acordo com a nossa definição de distorção, diversas formas podem serem
consideradas. Se a linearidade de amplificação não é a mesma, em função da
amplitude do sinal, se frequências espúrias forem geradas pelo sistema, se a
amplificação não for a mesma, em toda a banda de transmissão, se interferências de
outros sistemas afetam a transmissão, etc, tudo isso pode ser considerado
distorção. Entretanto, no momento, estudaremos 3 tipos de distorção, que são
bastante comuns, em se tratando de sistemas analógicos:
Um sistema contendo elementos não lineares não pode ser descrito por funções
de transferência H(ω), que são derivadas de funções íntegro diferenciais lineares.
Ao invés da função de transferência H(ω), pode-se utilizar a relação entre valores
instantâneos da entrada e da saída que define uma “característica de transferência”,
ou “curva característica do sistema”.
Sob condições de pequenas variações do sinal de entrada em torno de um ponto
de operação, pode ser possível a linearização da curva característica, conforme
exemplificado na Figura 2-53.
Figura 2-53
Um modelo mais geral é a aproximação da curva de transferência por:
(2-72)
sistema.
Este tipo de distorção não linear é também chamada distorção harmônica. Ela
pode ser quantizada relacionando-se a amplitude de cada harmônico com a
amplitude da fundamental. Assim, por exemplo, a distorção harmônica de 2ª ordem
é:
Introdução
Este tipo de modulação em amplitude é uma das mais simples de ser formulada
matematicamente, por isso iniciaremos o nosso estudo por ela.
Assim,
(3-1)
O resultado final é:
(3-2)
A Figura 3-1 apresenta, apenas para termos uma visualização gráfica, uma
possível forma de onda para um sinal modulante, x(t), que por hipótese é limitado
em frequência, e a Figura 3-2 uma portadora hipotética cosωpt, de frequência
ωp>>ωmax de x(t).
Figura 3-1
Figura 3-2
Aqui, seu espectro será representado por sua transformada de Fourier, X(ω). Sua
forma real não está estabelecida. Mais importante, agora, do que a forma são as
frequências de corte do espectro.
Figura 3-5
Note que, como x(t), em princípio, tem valor médio igual a zero, x(t)cosωpt, ou
seja, o sinal modulado, também tem valor médio nulo, e portanto |x(t)| ≠x(t).
Portanto, de um modo geral, neste tipo de modulação, a envoltória do sinal
modulado é diferente de x(t), o sinal modulante. Veja também a Figura 2-51 e o
texto correspondente.
Podemos calcular a potência média total de um sinal pela Equação (2-4). Isto
corresponde, genericamente falando, ao valor médio quadrático do sinal, que
doravante representaremos por <x2(t)>.
zero. Portanto,
(3-3)
PT é a potência transmitida.
Como temos duas bandas laterais iguais e simétricas em relação a ωp (no sentido
do espectro unilateral), PT se divide igualmente entre ambas, e
Demodulação de Sinais AM-DSB-SC
Para tanto, o receptor multiplica novamente o sinal modulado, que está sendo
recebido, por um sinal senoidal de mesma frequência e fase que a portadora
original. A Figura 3-7 ilustra esta operação:
Figura 3-7
Desta forma:
Figura 3-8
onde
Portanto
Esta solução, apesar de ser simples à primeira vista, acaba sendo complicada e
cara, face à complexidade e custo para a construção desses osciladores.
Um exemplo de como isso pode ser feito é dado no exercício B-3.1, que trata do
circuito “quadrador”.
Figura 3.12
Deteção homódina
Moduladores a Chaveamento
São obtidos multiplicando-se x(t) (o sinal modulante), por um sinal periódico sT(t),
cuja fundamental seja ωp; após um FPF obteremos o sinal modulado AM-DSB-SC .
Moduladores Multiplicadores
Moduladores Balanceados
Para eliminar a parcela da portadora que aparece no sinal de saída da Figura 3-22,
adota-se o esquema conhecido como balanceado, apresentado na Figura 3-23.
12
2
Figura 3-22
Figura 3-23
Após o somador algébrico de saída, que realiza a diferença entre os dois sinais, a
12
3
parcela das portadoras se anulam, restando apenas 2ax(t)cosωpt, ou mais
genericamente kx(t)cosωpt, que é o sinal AM-DSB-SC.
Naturalmente, para bom funcionamento, o circuito tem que ser muito bem
regulado, a amplificação do ramo superior sendo exatamente igual, em módulo, à
amplificação do ramo inferior.
Se x(t) é real (ou seja, é representado por uma seqência de números pertencentes
ao campo dos números reais, seja esta sequência aleatória ou determinística),
então:
(3-6)
(3-7)
Figura 3-37
4 Apesar da representação de fase da Figura 3-37 indicar uma função com característica de fase linear, isto não
é absolutamente necessário. A fase pode ser não linear, bastando que as relações em 3-6 e 3-7 sejam atendidas,
para a função ser Hermitiana.
12
5
Vamos imaginar um sinal cujo espectro não atenda às condições de uma função
Hermitiana. Em particular, a Figura 3-38 apresenta um exemplo: (por simplificação,
foi ilustrado apenas um gráfico, simbolizando módulo e fase). Este sinal, que possui
somente uma banda do espectro de X(ω), é chamado sinal “analítico” em relação a
X(ω).
Figura 3-38
É evidente que o sinal analítico não é real. Mas como seria formado? Qual é a
transformada inversa do espectro da Figura 3-38?
Podemos escrever:
Mas já vimos que a Transformada de Hilbert equivale a processar o sinal x(t) por
uma rede defasadora de -90°, cuja função de transferência H(ω) = j[u(-ω)-u(ω)], o
que é o mesmo que -jsgn(ω)X(ω). Logo
12
6
e portanto
(3-8)
Esta é a função analítica de x(t). É um sinal complexo. Sua parte real é o próprio
x(t), e sua parte imaginária sua Transformada de Hilbert (a menos de uma constante,
½)
cuja transformada é:
que é igual a:
Figura 3-39
12
7
Modulação AM-SSB-SC
A sigla SSB deriva do termo “Single Side Band” - Banda Lateral Única, podendo ser
usada a BLS (“Banda Lateral Superior”) ou a BLI (“Banda Lateral Inferior”).
Evidentemente, para que o SSB tenha utilidade prática, é necessário que o sinal
x(t) possa ser recuperado numa operação de demodulação.
12
8
A Geração do Sinal SSB por Filtro Passa Faixa (FPF)
Talvez a maneira mais fácil de compreendermos como pode ser gerado um sinal
SSB seja a utilização de filtragem seletiva (um filtro passa faixas) aplicado sobre um
sinal DSB. A Figura 3-44 apresenta um exemplo, onde um sinal SSB-BLI é gerado por
filtragem, a partir de um sinal DSB. Da mesma forma poderia ser gerado um sinal
SSB-BLS, bastando utilizar o filtro passa faixa adequado.
Figura 3-44
O FPF utilizado para separar a banda desejada (Hω) na Figura 3-44 pode ser um
pouco mais largo que a própria banda em si.
12
9
O Sinal Analítico e a Geração de SSB
Já o sinal analítico, derivado de x(t), possui apenas uma banda do espectro, como
na Figura 3-38, representando X+(ω), cuja representação no tempo é dada pela
Equação 3-8.
Para obter uma expressão no domínio do tempo para o sinal SSB, basta fazer
adequadamente o deslocamento espectral do sinal analítico ou do seu complexo
conjugado.
Figura 3-45
Considerando que:
Então
Em resumo:
(3-11)
(3-12)
Figura 3-46
13
2
Geração De Sinais SSB por Dupla Conversão
Uma das formas práticas de geração de sinais SSB é por meio de filtragem,
usando-se um FPF para separar a banda desejada a partir do sinal DSB, conforme
ilustrado pela Figura 3-44.
Na verdade deve existir um “gap” em torno de zero, para que o FPF fisicamente
realizável possa atuar com eficiência na separação da BLI ou BLS, gerando o SSB.
Vamos chamar de βHz o “gap” até zero do sinal modulante x(t), conforme mostra a
Figura 3-47.
Figura 3-47
13
3
Para um valor de β de 100Hz a 200Hz, como regra típica temos uma limitação
máxima para a frequência da portadora em torno de 200xβ, o que leva a valores
insuficientemente baixos de frequência de portadora.
Valores mais altos de portadora leva a inclinações percentuais muito altas para o
FPF da banda lateral, causando dificuldades práticas para sua realização.
Figura 3-48
No exemplo apresentado na Figura 3-48, a BLS é gerada. Para gerar este sinal, são
realizadas duas conversões de frequência: a 1ª conversão eleva a banda do valor fp-1,
que é calculado de modo a possibilitar a construção do FPF-1, que possui uma
inclinação de corte 2β (podemos considerar β=fmin).
A 2ª conversão eleva a BLS até seu valor final, já utilizando o novo “gap” β-2, que
pelo fato de ser muito maior que β permite com maior facilidade a construção do
filtro final FPF-2 em frequência bem elevada.
13
4
Modulação AM-DSB com Portadora Inserida
Neste caso, é importante tornar o receptor o mais barato possível, pois será pago
pelo usuário, e o sistema como um todo é beneficiado.
Figura 3-55
(3-13)
Esta equação mostra claramente que uma grande parcela da portadora deve ser
transmitida, pois A>|x(t)|máx. Esta parcela é inserida na transmissão. Daí a sigla IC
(“Inserted Carrier”). A consequência deste fato é que uma grande parcela de
potência deve ser gasta na transmissão da portadora, tornando o sistema bastante
ineficiente, já que a portadora por si só é um sinal senoidal constante, e portanto
não leva informação útil.
Mais tarde, soube-se que a ponta metálica do estilete pressionada contra o cristal
formava uma junção semicondutora, realizando assim o papel do diodo. Era o
receptor “galena”, que alguns de vocês já deve ter ouvido falar por alguém mais
velho.
Figura 3-56
Índice de modulação AM
(3-14)
sendo que μ ≤1, para que a envoltória do sinal AM-DSB-SC corresponda a x(t) e o
detetor de envoltória possa ser usado na demodulação.
Para sinais x(t) bem comportados, como são os sinais determinísticos (p.ex. um
sinal senoidal) essa amplitude máxima é bem determinada, tendo um valor bem
definido.
Para sinais de informação, que são sinais aleatórios, o valor máximo de x(t) não é
assim tão bem comportado.
Desta forma, o índice de modulação não pode ser regulado de modo a satisfazer
qualquer ocorrência de picos, mas sim algum valor limite fixado em função de
características do sinal aleatório.
Para que a envoltória do sinal modulado possa ser diretamente relacionada a x(t),
sendo detetada como A+x(t) pelo detetor de envoltória, é preciso que A>|x(t)|máx, o
que leva a um relativamente grande valor de A.
Desta forma, vemos que uma grande parcela da portadora deve ser transmitida,
representando um grande gasto de potência na transmissão.
13
9
Rendimento máximo para modulação tonal:
(3-15)
(3-16)
Potência total:
Rendimento:
(3-17)
(3-18)
14
0
Como o valor máximo de μ =1, temos que:
(3-19)
Quando x(t) é um sinal qualquer, não uma frequência única, por exemplo um sinal
de voz, o rendimento é muito menor que o rendimento máximo da modulação tonal.
Geralmente, este esquema pode ser usado na modulação em alto nível, onde a
modulação é realizada já sobre a portadora amplificada, não necessitando estágio
adicional de amplificação.
14
2
Sinais SSB com Portadora Inserida (IC)
Figura 3-60
Daí, se conclui que para AM-SSB-IC ser viável, ou, para que se possa usar o detetor
de envoltória na modulação SSB, o índice de modulação AM <<1, o que ocasiona um
rendimento muito baixo para este tipo de modulação.
14
3
Modulação AM-VSB-SC
Filtro VSB
Além do corte gradual, no filtro HVSB(ω) esta característica deve ser simétrica em
relação à ωp.
(3-23)
16 A sigla VSB significa “Vestigial Side Band”, Banda Lateral Vestigial em português.
14
4
Figura 3-61
Figura 3-62
Sendo
(3-24)
onde
(3-25)
(3-26)
(3-27)
Portanto
(3-28)
Assim sendo, o sinal VSB pode ser considerado um sinal SSB do qual foi subtraída
uma parcela xβ(t)sen(ωpt), sendo xβ(t) decorrente do processamento do sinal
modulante 1/2x(t) por um filtro Hβ(ω).
14
6
Modulação AM-VSB-IC
(2-29)
(3-30)
Mas
Portanto
Definindo-se
(3-31)
(3-32)
μζ'(t) é o termo em quadratura que cancela uma das bandas laterais, no todo ou
em parte.
14
7
A largura de banda do sinal VSB é inversamente proporcional ao valor de ζ'.
^
Se ζ'(t) =x(t) então temos o sinal SSB, com largura de banda ωm=B/2. Para valores
intermediários, temos o VSB, com largura de banda W= β+B.
Se
(3-33)
Então
(3-34)
Na verdade, este esquema pode ser aplicado a qualquer tipo de sinal modulado,
não apenas AM. Qualquer sinal de RF, possuindo uma banda básica, pode ser
submetido a um esquema semelhante.
No esquema super heteródino o oscilador local, que gera uma frequência f LO, é
variável em uma faixa, e a saída do conversor ou misturador é ligada à um FPF
centrado numa frequência fixa, denominada frequência intermediária, ou FI.
Figura 3-63
A Figura 3-65 apresenta uma ilustração que facilita a visualização dessa ideia.
Figura 3-65
Na Figura 3-65, cada canal se traduz em uma banda que ocupa uma faixa definida
de frequências do espectro. Esta faixa corresponde ao deslocamento da Banda
Básica de cada canal, em função do valor de portadora utilizada na modulação de
cada canal.
A Figura 3-65 representa a ideia de sistemas FDM em sua forma mais básica.
Pode-se dizer que recursos de comunicação (RC) do sistema são postos a disposição
do usuário (um canal, por exemplo). Como um RC tem um custo, é importante
prover métodos para que haja o compartilhamento desses RC pelos usuários do
sistema.
2 Um operador de um sistema de comunicações pode, também, ter outras finalidades. Por exemplo, pode ser
militar, da polícia ou mesmo particular. Neste caso, sua principal motivação não seria o lucro financeiro,
apesar do custo global do sistema ser um fator importante, que deve ser considerado.
15
2
novas tecnologias. O foco é sempre no custo financeiro.
Assim, a ideia do FDM não é a única hoje existente. Mas compreende-se sua
aplicação em aumentar os RC de um sistema. É fácil ver que o número de canais
pode ser aumentado ampliando-se a banda total ou reduzindo-se a banda individual
ocupada por cada canal.
Na época (anos 60 do século XX) a rede telefônica era a maior rede implantada (a
nível mundial), e era inteiramente baseada em “backbones” 4 de transmissão
construídos com base em equipamentos MUX FDM (esses equipamentos forneciam
até 900 canais de usuários telefônicos em um único meio de transmissão, cada canal
3 O conceito de rede é bem amplo, envolvendo enlaces e nós de comunicação. Normalmente, tem-se a topologia
da rede, bem como sua aplicação, os serviços envolvidos e outros. Vários influem diretamente no RC da rede.
Geralmente, os enlaces estão relacionados a recursos de transmissão, como os MUX's, transmissores e
receptores e os nós a recursos de comutação e encaminhamento. Neste livro, estamos focando principalmente
em técnicas usadas para a transmissão analógica de sinais. São, portanto, técnicas diretamente aplicáveis a
partes de enlaces de uma rede.
4 Esta palavra, “backbone”, que em português significa espinha dorsal, refere-se aos RC principais de uma
rede, responsáveis pelo transporte de informação de usuários em maior concentração de sinais.
15
3
tendo uma largura de banda nominal de 4KHz e utilizando modulação AM–SSB-SC,
hierarquizados em estruturas de multiplexação FDM padronizadas, transmitindo
sobre enlaces de rádio de micro-ondas, enlaces satélites, cabos coaxiais ou cabos
metálicos telefônicos).
Hoje em dia os equipamentos MUX FDM são obsoletos, não sendo mais usados,
tendo sido substituídos por outros utilizando tecnologias, principalmente digitais,
mais adequadas a novos meios de transmissão, como os cabos de fibras óticas.
5 A modulação FM será ainda estudada, provavelmente no Volume 4, mas isso não impede que seja visto agora
o processo de multiplexação empregado na transmissão estereofônica de sinais modulados em FM.
15
4
Transmissão Estereofônica em Sistemas FM
A Figura 3-66 apresenta o sistema de transmissão como se fosse uma caixa preta
em relação ao sinal modulante de banda básica, com uma entrada (lado de
transmissão, isto é, nas instalações físicas do transmissor) e uma saída (lado de
recepção, isto é, no aparelho radio receptor do usuário, após o circuito de
demodulação). O sinal modulante é injetado na entrada e retirado na saída da caixa
preta, mantendo a banda básica que foi gerada no transmissor.
Figura 3-66
6 A transmissão de rádio em “broadcasting” significa que temos apenas uma estação de transmissão (onde se
localiza fisicamente o transmissor e a antena) enviando sinal para muitos receptores de rádio. Cada receptor
representa um usuário. Geograficamente, os usuários estão espalhados ao redor da antena, numa distribuição
aleatória. A antena então transmite o sinal da estação de forma omnidirecional, isto é, com a mesma
intensidade para todas as direções.
15
5
simultaneamente dois sinais, gerados por dois microfones: o esquerdo (L) e o direito
(R). No receptor, eles são enviados a dois conjuntos de sistemas de reprodução
sonora, também chamados esquerdo (L) e direito (R).
AM-DSB-SC
Figura 3-67