Sei sulla pagina 1di 120

6.

DIREITO DO TRABALHO
Contrato de profissional em administração

Pelo presente instrumento particular de Contrato de Trabalho, .......... empresa rural ( ou Fazenda..... )
.........., com sede na localidade de .......... .........., cidade de........., Estado de....., inscrita no CNPJ sob n.º...,
denominada a seguir Empregadora, e .........., brasileiro, casado, administrador de empresas, domiciliado na
.........., n.º....., cidade de .........., Estado de, portador da CTPS n.º...., série......., doravante designado
Empregado, celebram o presente Contrato Individual de Trabalho que será regido pelas seguintes
cláusulas:
1ª - O Empregado é contratado para exercer as funções de administrador, obrigando-se a realizar as
seguintes tarefas: .......... ..........
2ª - A remuneração do Empregado será de R$ .......... ( .......... ) mensais, sendo R$ .......... em dinheiro
e R$......... representados pela moradia onde vai residir com sua família.
3ª - O Empregado se obriga a trabalhar 8( oito ) horas por dia e 44 ( quarenta e quatro ) horas
semanais, no horários que mais convier à Empregadora, concordando desde logo com a prorrogação ou
compensação desse horário, se assim for necessário.
4ª - O Empregado terá o direito de manter, por sua própria conta, na propriedade da
Empregadora, .......... cabeças de gado e a cultivar uma área de ..........m².
5ª - O Empregado poderá ser transferido de local de trabalho, de acordo com a conveniência da
Empregadora, inclusive com a mudança de domicílio.
6ª - O Empregado autoriza o desconto em seus salários das importâncias que lhe forem adiantadas
pelo empregador para pagamento de consultas médicas, compra de medicamentos e outras, bem como de
valores correspondentes ao fornecimento de produtos alimentícios produzidos pela Empregadora, como
leite, carne e ovos.
7ª - A Empregadora se reserva o direito de descontar do salário do Empregado as importâncias
correspondentes aos danos que este vier a causar por dolo, imprudência imperícia ou negligência.
8ª - A desídia na prestação de serviços constituirá justa causa para a rescisão do presente contrato.
9ª - O Empregado se compromete a desocupar imediatamente a moradia que vai ocupar, no caso de
rescisão do presente contrato.
10ª - As partes elegem o Foro desta Comarca, como competente para dirimir quaisquer litígios
oriundos deste contrato.
Estando, assim, justos e contratados, Empregado e Empregadora firmam o presente em duas vias de
igual teor, na presença das testemunhas abaixo.

.........., .... de .......... de .....

Empregado
Empregadora

Testemunhas:
Contrato de engenheiro agrônomo

Pelo presente instrumento particular de Contrato de Trabalho, ............... empresa rural (ou
Fazenda.....) .........., com sede na localidade de .......... .........., cidade de........., Estado de....., inscrita no
CNPJ sob n.º..., denominada a seguir Empregadora, e .........., brasileiro, casado, agrônomo, domiciliado
na .........., n.º....., cidade de .........., Estado de, portador da CTPS n.º...., série......., doravante designado
Empregado, celebram o presente Contrato Individual de Trabalho que será regido pelas seguintes
cláusulas:
1ª - O Empregado é contratado para exercer a função de agrônomo, obrigando-se a realizar as
seguintes tarefas: .......... ..........
2ª - A remuneração do Empregado será de R$ .......... ( .......... ) mensais, sendo R$ .......... em dinheiro
e R$......... representados pela moradia onde vai residir com sua família.
3ª - O Empregado se obriga a trabalhar 8( oito ) horas por dia e 44 ( quarenta e quatro ) horas
semanais, no horários que mais convier à Empregadora, concordando desde logo com a prorrogação ou
compensação desse horário, se assim for necessário.
4ª - O Empregado poderá ser transferido de local de trabalho, de acordo com a conveniência da
Empregadora, inclusive com a mudança de domicílio.
5ª - O Empregado autoriza o desconto em seus salários das importâncias que lhe forem adiantadas
pelo empregador para pagamento de consultas médicas, compra de medicamentos e outras, bem como de
valores correspondentes ao fornecimento de produtos alimentícios produzidos pela Empregadora, como
leite, carne e ovos.
6ª - A Empregadora se reserva o direito de descontar do salário do Empregado as importâncias
correspondentes aos danos que este vier a causar por dolo, imprudência, imperícia ou negligência.
7ª - A desídia na prestação de serviços constituirá justa causa para a rescisão do presente contrato.
8ª - O Empregado se compromete a desocupar imediatamente a moradia que vai ocupar, no caso de
rescisão do presente contrato.
9ª - As partes elegem o Foro desta Comarca, como competente para dirimir quaisquer litígios
oriundos deste contrato.
Estando, assim, justos e contratados, Empregado e Empregadora firmam o presente em duas vias de
igual teor, na presença das testemunhas abaixo.

.........., .... de .......... de .....

Empregadora

Empregado

Testemunhas:
Contrato de trabalho de prazo determinado

Pelo presente instrumento particular de Contrato de Trabalho Rural, .......... empresa rural ( ou
Fazenda..... ) .........., com sede na localidade de .......... .........., cidade de........., Estado de....., inscrita no
CNPJ sob n.º..., denominada a seguir Empregadora, e .........., domiciliado na .........., n.º....., cidade
de .........., Estado de, portador da CTPS n.º...., série......., doravante designado Empregado, celebram o
presente Contrato Individual de Trabalho por prazo determinado, conforme legislação trabalhista em vigor,
regido pelas cláusulas abaixo:
1ª - O Empregado é contratado para exercer as funções de .........., mas declara que exercerá qualquer
outra atividade compatível com suas condições pessoais.
2ª - A remuneração do Empregado será de R$ ..........mensais.
3ª - O prazo do presente contrato é de ....... ( meses ou anos ), a contar desta data, devendo terminar
na data de .........., independentemente de quaisquer interrupções que, por motivo de doença, acidente do
trabalho, serviço militar ou outras, ocorrerem durante sua vigência.
4ª - Findo o prazo previsto na cláusula anterior ou terminado o prazo de prorrogação, e não sendo o
empregado dispensado, passará o contrato a vigorar por prazo indeterminado, respeitadas as condições
abaixo estipuladas.
5ª - O Empregado autoriza o desconto em seus salários das importâncias que lhe forem adiantadas
pelo empregador para pagamento de consultas médicas, compra de medicamentos e outras, bem como de
valores correspondentes ao fornecimento de produtos alimentícios produzidos pela Empregadora, como
leite, carne e ovos.
6ª - A Empregadora se reserva o direito de descontar do salário do Empregado as importâncias
correspondentes aos danos que este vier a causar por dolo, imprudência, imperícia ou negligência.
7ª - O Empregado se obriga a trabalhar 8( oito ) horas por dia e 44 ( quarenta e quatro ) horas
semanais, no horários que mais convier à Empregadora, concordando desde logo com a prorrogação ou
compensação desse horário, se assim for necessário.
8ª - O Empregado poderá ser transferido de local de trabalho, se assim for necessário, inclusive com
a mudança de domicílio.
9ª - O Empregado se obriga a respeitar a praxe de serviço em vigor, adotado pela Empregadora.
10ª - Constituirão motivos para imediata dispensa do empregado, além dos previstos em lei, a
embriaguez ou as vias de fato praticadas durante o serviço.
11ª - As partes elegem o Foro desta Comarca, como competente para dirimir quaisquer litígios
oriundos deste contrato.

Estando, assim, justos e contratados, Empregado e Empregadora firmam o presente em duas vias de
igual teor, na presença das testemunhas abaixo.

.........., .... de .......... de .....

Empregadora
Empregado

Testemunhas:
Contrato individual de trabalho de prazo indeterminado

IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES CONTRATANTES

EMPREGADOR: (Nome do Empregador), com sede em ......, na Rua ......, nº ......, bairro ......, Cep ......,
no Estado ......, inscrita no C.N.P.J. sob o n° ......, neste ato representado pelo seu diretor ......,
(Nacionalidade), (Estado Civil), (Profissão), Carteira de Identidade nº ......, C.P.F. n° ......, residente e
domiciliado na Rua ......, nº ......, bairro ......, Cep ......, Cidade ......, no Estado ......;
EMPREGADO: (Nome do Empregado), (Nacionalidade), (Estado Civil), (Profissão), Carteira de
Identidade nº ......, C.P.F. nº ......, Carteira de Trabalho nº ......, série ......, residente e domiciliado na
Rua ......, nº ......, bairro ......, Cep ......, Cidade ......, no Estado .......
As partes acima identificadas têm, entre si, justo e acertado o presente Contrato Individual de
Trabalho de Prazo Indeterminado, que se regerá pelas cláusulas seguintes e pelas condições de preço,
forma e termo de pagamento descritas no presente.

DO OBJETO DO CONTRATO
Cláusula 1ª. O presente instrumento tem como OBJETO, a prestação, pelo EMPREGADO, por prazo
indeterminado, dos serviços de ......, no local ......, comprometendo-se a desempenhar seu trabalho nos
termos da legislação cabível.
Parágrafo único. Os se0rviços mencionados acima são inerentes ao EMPREGADO, não podendo
transferir sua responsabilidade na execução, para outrem que não esteja previamente contratado.

DA JORNADA DE TRABALHO
Cláusula 2ª. A jornada de trabalho consistirá em um expediente, compreendendo o período semanal
que vai de ...... a ......, havendo descanso semanal remunerado às/aos ......1 , iniciando-se às ...... horas, e
terminando às ...... horas2, com intervalo de ...... minutos/horas para almoço3, podendo não haver
expediente às/aos ......, caso haja compensação4 durante o horário da semana.

DA REMUNERAÇÃO
Cláusula 3ª. O EMPREGADO receberá, mensalmente, pelos serviços realizados, a quantia de R$ ......
(Valor Expresso), no dia ...... de cada mês.

DA RESCISÃO
Cláusula 4ª. É assegurado às partes a rescisão do presente contrato, devendo, entretanto, comunicar
à outra parte com antecedência mínima de ...... dias.5

CONDIÇÕES GERAIS
Cláusula 5ª. O EMPREGADO compromete-se a respeitar as normas e os regulamentos da empresa.
Cláusula 6ª. Este contrato passa a valer a partir da assinatura pelas partes.
Cláusula 7ª. Este contrato deve ser registrado no Cartório de Registro de Títulos e Documentos.

DO FORO
Cláusula 8ª. Para dirimir quaisquer controvérsias oriundas do CONTRATO, será competente o foro
da comarca de ......, de acordo com o art. 651, da CLT6;
Por, as estarem sim justos e contratados, firmam o presente instrumento, em duas vias de igual teor,
juntamente com 2 (duas) testemunhas.

(Local, data e ano).

(Nome e assinatura do Representante legal do Empregador)

(Nome e assinatura do Empregado)

(Nome, RG e assinatura da Testemunha 1)

(Nome, RG e assinatura da Testemunha 2)


Escritura pública de parceria pecuária, com pacto adecto de hipoteca e outras avenças

Saibam..., de um lado, como parceiros proprietários o Sr. (discriminar o dono do gado), e de outro
lado, como parceiros criadores os Srs. (discriminar quem vai receber o gado), têm entre si, justos,
contratados e acordados a presente escritura pública de arrendamento rural e parceria pecuária, com pacto
adjeto de hipoteca, que fazem nos termos seguintes:
I - Que nesta data os parceiros proprietários dão, aos parceiros criadores, ....(.....) cabeças de gado
vacum, que se encontram no mais perfeito estado físico e de saúde e que foram examinados pelos
parceiros criadores.
II - O prazo do presente contrato é de ... anos, iniciando nesta data, tendo seu término para a data
de.........................
III - Os parceiros criadores se obrigam a pagar aos parceiros proprietários o correspondente
a .............., sob pena de multa de ....... como remuneração.
IV - Os parceiros criadores poderão alienar, subarrendar, apenhar ou trocar as vacas que receberam
para criar em parceria, mantendo, em seus domínios ou posse, quantidade de gado suficiente a sempre
manter em espécie, a quantidade de gado entregue em parceria.
V - Os parceiros criadores sofrerão, sozinhos, os prejuízos decorrentes do caso fortuito e da força
maior e será por sua exclusiva conta o tratamento do gado, inclusive despesas com remédios, sal e outros.
VI - Fica ajustado que a morte de uma das partes contratantes, não rescindirá o presente contrato,
sendo os seus herdeiros ou sucessores obrigados a respeitar integralmente as cláusulas e condições deste
contrato.
VII - Todos os impostos que recaírem ou vierem a recair sobre o gado contratado serão pagos pelos
parceiros criadores.
VIII - As partes elegem o foro da Comarca de ................. para dirimir todas as dúvidas ou litígios
oriundos do presente contrato, renunciado a outro, por mais privilegiado que seja.
IX - Para plena garantia e segurança de todas as obrigações assumidas neste contrato, os parceiros
criadores dão, aos parceiros proprietários a seguinte garantia real em primeira, única e especial hipoteca, o
seguinte imóvel de propriedade de ......................., (..... discriminar imóvel ....).
E por estarem assim de pleno acordo com as cláusulas, termos e condições deste instrumento,
assinam o presente. Assim o disseram,- do que dou fé. A pedido das partes lavrei esta escritura, a qual,
feita e lhes sendo lida, a acharam em tudo conforme a sua vontade e ao que me foi declarado, a aceitaram,
outorgam e assinam, tudo perante mim, Tabelião Substituto,- do que dou fé.- Eu.......... Tabelião Substituto,
que lavrei a presente escritura no Livro de Notas n.º......, conferi, subscrevo e assino com as partes,
encerrando o ato.

------------------------------
assinatura do Tabelião
------------------------------
local e data
------------------------------
assinatura do proprietário
------------------------------
assinatura dos parceiros e cônjuges
Contrato de Parceria Pecuária

Entre ....................... (qualificação), como parceiro proprietário e ........................... (qualificação),


como parceiro pensador, fica justo e contratado, pelo presente Instrumento Particular de Parceria Pecuária
o seguinte:
a) ............................. entrega neste ato a ................................., os seguintes
animais: ................................., a fim de que o mesmo, na qualidade de parceiro pensador e nos pastos que
possui na localidade denominada .............., trate e cuide dos referidos animais, dividindo os lucros
resultantes de ..................... (especificar), da maneira seguinte:
.............................................(estipular);
.............................................(estipular).
b) Ao parceiro pensador caberá o trabalho com os animais, estrume (e o que mais interessar,
conforme o caso), cabendo ao parceiro proprietário todo o proveito que se possa tirar dos animais que
morrerem, os quais lhe deverão ser entregues, ficando-lhe facultada a substituição dos animais mortos por
outros.
c) Para os efeitos deste contrato, os animais ora entregues são avaliados em R$ ......................
( .....................................).
d) O presente contrato vigorará pelo prazo de ................ findo o qual o parceiro pensador se obriga a
restituir os animais referidos, salvo, naturalmente, os que tiverem morrido.
e) A presente parceira ficará dissolvida nos seguintes casos:
1) não implemento do contrato, por qualquer das partes;
2) imperícia, moléstia ou qualquer outro motivo de força maior, por parte do parceiro pensador;
3) morte de qualquer dos parceiros.
f) Fica eleito o foro desta cidade para dirimir qualquer dúvida oriunda deste contrato.
E assim, justos e contratados, firmam o presente, em duas vias, datilografadas, na presença de duas
testemunhas abaixo, que também assinam.

........................., ...... de .................... de .....

.....................................................
Parceiro Proprietário
.......................................................
Parceiro Pensador

Testemunhas:
................................................
................................................
Contrato de parceria agrícola identificação das partes contratantes

PARCEIROS OUTORGANTES: (Nome do Parceiro Outorgante), (Nacionalidade), (Profissão), (Estado


Civil), Carteira de Identidade nº (...), C.P.F. nº (...), residente e domiciliado na Rua (...), nº (...), bairro (...),
cidade (...), Cep. (...), no Estado (...), e sua esposa (Nome da Parceira Outorgante), (Nacionalidade),
(Profissão), Carteira de Identidade nº (...), C.P.F. nº (...), ambos capazes;
PARCEIROS OUTORGADOS: (Nome do Parceiro Outorgado), (Nacionalidade), (Profissão), (Estado
Civil), Carteira de Identidade nº (...), C.P.F. nº (...), residente e domiciliado na Rua (...), nº (...), bairro (...),
cidade (...), Cep. (...), no Estado (...), e sua esposa (Nome da Parceira Outorgada), (Nacionalidade),
(Profissão), Carteira de Identidade nº (...), C.P.F. nº (...), ambos capazes.
As partes acima identificadas têm, entre si, justo e acertado o presente Contrato de Parceria
Agrícola1, que se regerá pelas cláusulas seguintes e pelas condições de preço, forma e termo de pagamento
descritas no presente.

DO OBJETO DO CONTRATO
Cláusula 1ª. O presente tem como OBJETO, o imóvel de propriedade dos OUTORGANTES,
consubstanciada especificamente na gleba de terras citada abaixo. Situado na Rua (...), bairro (...), cidade
(...), Cep (...), no Estado (...); sob o Registro n.º (...), do Cartório do (...) Ofício de Registro de Imóveis, com
as descrições contidas no cadastro do INCRA, que se faz anexo a este, bem como livre de ônus ou
quaisquer dívidas.
Cláusula 2ª. A gleba de terras objeto do presente, se encontra demarcada, e possui (...) (alqueires,
hectares, metros quadrados).
Cláusula 3ª. Além da gleba de terras dadas em parceria, os OUTORGANTES entregam neste ato, aos
OUTORGADOS, uma pequena casa para se alojarem, juntamente com sua família, facultando aos mesmos,
a criação de animais domésticos e plantio de pequena horta, devendo, contudo mantê-lo cercado, a fim de
evitar prejuízos a terceiros.
Parágrafo único. Transmite também o direito de utilização de (...) galpões, das cercas e dos currais,
sendo assim formado de um básico conjunto de benfeitorias.

DAS CONDIÇÕES DA GLEBA


Cláusula 4ª. Os OUTORGANTES entregam aos OUTORGADOS nesta data, a gleba de terras
especificada acima, que se encontra devidamente apta a ser utilizada, sem quaisquer outros adendos.
Cláusula 5ª. As terras deverão ser devolvidas na forma as quais foram entregues, ou seja, sem
quaisquer modificações, salvo as decorrentes do uso normal.

DO USO DO SOLO
Cláusula 6ª. A utilização e exploração do solo obedecerão às normas técnicas estipuladas pelos
OUTORGANTES, evidenciando desta forma a conservação e o combate à erosão.
Cláusula 7ª. As terras demarcadas pelas partes poderão ser utilizadas para o uso familiar, para que
nela cultive ou plante aquilo que lhes aprouverem, dentro da lavoura que tenha como período base o ano
agrícola.
Cláusula 8ª. Os OUTORGADOS se comprometem a utilizarem materiais de boa qualidade. Caso faça
utilização de algum produto químico, deverão comunicar previamente aos OUTORGANTES para que os
mesmos se manifestem a respeito. Cabe salientar que todos os materiais serão comprados e pagos pelos
OUTORGADOS, sendo que os referidos pagamentos ficarão sob a responsabilidade dos mesmos, bem
como empréstimos feitos.

DO VALOR DO ALUGUEL, DESPESAS E TRIBUTOS


Cláusula 9ª. Resta desde já acordado entre PARCEIROS OUTORGANTES e PARCEIROS
OUTORGADOS, que 30 % (Trinta por cento) de tudo que for produzido na referida gleba deverá ser
repassado aos OUTORGANTES, devendo ser armazenado em depósito o qual será indicado previamente.
Tal repasse se faz, devido à participação dos mesmos no processo de plantio, exploração e colheita, ou seja,
da parceria.
Cláusula 10ª. O transporte dos produtos para o depósito dos OUTORGANTES, ao final do ano
agrícola que corresponderá ao período da safra, será feito pelos mesmos sob suas inteira responsabilidades.
Cláusula 11ª. Havendo caso fortuito ou força maior, e por via de consequência destruindo
parcialmente a produção, os frutos colhidos ou pendentes, serão suportados pelas partes contratantes na
medida de suas participações, devido aos riscos do empreendimento.
Parágrafo único. Caso haja a perda total, eximem-se as partes sem perdas e danos, cabendo aos
OUTORGADOS o ônus de todo prejuízo.

DA EXTINÇÃO DO CONTRATO
Cláusula 12ª. Havendo inadimplemento de quaisquer Cláusulas deste contrato, gerará a parte
contrária a faculdade de rescindir o presente. Caso a colheita esteja em iminência de ocorrer, os
OUTORGADOS realizarão a mesma, ressaltando que o acordo ora firmado permanecerá.
Cláusula 13ª. A parte que infringir quaisquer Cláusulas, pagará multa no valor de R$ (...) (Valor
Expresso).

DO PRAZO DA PARCERIA
Cláusula 14ª. A presente parceria terá o lapso temporal de validade de (...) meses, a iniciar-se no dia
(...), do mês (...) no ano de (...) e findar-se no dia (...), do mês (...) no ano de (...), data a qual o imóvel deverá
ser devolvido nas condições as quais foram entregues, efetivando-se com a entrega das chaves,
independentemente de aviso ou qualquer outra medida judicial ou extrajudicial.

DA PRORROGAÇÃO DO CONTRATO
Cláusula 15ª. Ultrapassando o contrato a data prevista, ou seja, tornando-se contrato por tempo
indeterminado, poderão os OUTORGANTES, rescindi-lo a qualquer tempo, desde que seja feita notificação
por escrito aos OUTORGADOS, que ficarão compelidos a saírem do imóvel dentro do prazo de 30 (trinta)
dias, a contar do recebimento da notificação.
Parágrafo único. Ocorrendo prorrogação, os OUTORGANTES e os OUTORGADOS ficarão obrigados
por todo o teor deste contrato.

DISPOSIÇÕES GERAIS
Cláusula 16ª. O presente contrato passa a vigorar entre as partes a partir da assinatura do mesmo.
Cláusula 17ª. Resta desde já vedada aos OUTORGADOS a cessão, o empréstimo, sublocação, ou
quaisquer outras formas de transferência do presente contrato, bem como modificar a destinação do
mesmo.
Cláusula 18ª. Os OUTROGADOS se eximem desde já por quaisquer ônus que venham a recair sobre
o imóvel, salvo as obrigações contraídas pelos mesmos e que onerem as partes que lhes são inerentes.
Cláusula 19ª. As benfeitorias úteis e necessárias realizadas pelos OUTORGADOS no imóvel objeto
do presente instrumento serão indenizadas pelos OUTORGANTES, findo o referido contrato.
Cláusula 20ª. Aplica-se complementarmente a este, toda legislação vigente no país, seguindo anexos
os documentos relativos ao presente instrumento.

DO FORO
Cláusula 21ª. Para dirimir quaisquer controvérsias oriundas do CONTRATO, as partes elegem o foro
da comarca de (...);
Por estarem, assim justos e contratados, firmam o presente instrumento, em duas vias de igual teor,
juntamente com 2 (duas) testemunhas.

(Local, data e ano).

(Nome e assinatura do Parceiro Outorgante e sua esposa)

(Nome e assinatura do Parceiro Outorgado e sua esposa)

(Nome, RG e assinatura da Testemunha 1)

(Nome, RG e assinatura da Testemunha 2)


Contrato individual de trabalho de administração de fazenda

IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES CONTRATANTES

EMPREGADOR: (Nome do Empregador), (Nacionalidade), (Estado Civil), (Profissão), Carteira de


Identidade nº (........................), C.P.F. nº (.......................), residente e domiciliado na Rua
(..........................................), nº (.....), bairro (.................), Cep (.................), Cidade (.................), no Estado
(.....);
EMPREGADO: (Nome do Empregado), (Nacionalidade), (Estado Civil), (Profissão), Carteira de
Identidade nº (.......................), C.P.F. nº (.......................), Carteira de Trabalho nº (.............) e série (........),
residente e domiciliado na Rua (.................................), nº (....), bairro (............), Cep (...................), Cidade
(..................), no Estado (.....).
As partes acima identificadas têm, entre si, justo e acertado o presente Contrato Individual de
Trabalho de Administração de Fazenda, que se regerá pelas cláusulas seguintes e pelas condições descritas
no presente.

DO OBJETO DO CONTRATO
Cláusula 1ª. O presente contrato tem como OBJETO, a prestação, pelo EMPREGADO, do trabalho
consistente nos serviços de administração da fazenda (..................), situada na Cidade (.....................), no
Estado (....), de propriedade do EMPREGADOR.
Cláusula 2ª. Os serviços relativos à administração da fazenda consistirão em: (.....................)
(Descrever pormenorizadamente todos os serviços que o contratado deverá realizar).

DA JORNADA DE TRABALHO
Cláusula 3ª. A jornada de trabalho consistirá em um expediente, compreendendo o período semanal
que vai de (.....) a (.....), havendo descanso semanal remunerado às/aos (.....)1, iniciando-se às (....) horas, e
terminando às (.....) horas2, com intervalo de (.....) minutos/horas para almoço, podendo não haver
expediente às/aos (.....), caso haja compensação4 durante o horário da semana.

DA REMUNERAÇÃO
Cláusula 4ª. O EMPREGADOR pagará, mensalmente, ao EMPREGADO, um salário equivalente a R$
(.....) (Valor Expresso), com os descontos previstos em lei, até o dia (.....) de cada mês.
Cláusula 5ª. Não integrará a remuneração do EMPREGADO a infraestrutura necessária para a
sobrevivência deste e de sua família, tal como a moradia, a alimentação e os instrumentos para a realização
do trabalho, que serão cedidos pelo EMPREGADOR enquanto perdurar o presente contrato de trabalho
assinado entre as partes.

DA DURAÇÃO
Cláusula 6ª. O presente contrato será de prazo indeterminado.

DA RESCISÃO
Cláusula 7ª. É assegurado às partes a rescisão do presente contrato a qualquer momento, devendo
comunicar à outra parte com antecedência mínima de (.....) dias5.
Cláusula 8ª. O presente instrumento será rescindido por justa causa, caso o EMPREGADO apresente
rendimento deficiente na realização do trabalho.
Cláusula 9ª. Caso este contrato seja rescindido, o EMPREGADO se obriga a desocupar a moradia
oferecida pelo EMPREGADOR dentro do prazo de (.....) dias.

CONDIÇÕES GERAIS
Cláusula 10ª. O presente instrumento passa a valer a partir da assinatura pelas partes.
Cláusula 11ª. Em virtude da realização dos serviços, o EMPREGADO poderá ser deslocado de
domicílio ou de residência, sem, porém, alterar suas funções já estabelecidas neste contrato.

DO FORO
Cláusula 12ª. Para dirimir quaisquer controvérsias oriundas do CONTRATO, será competente o foro
da comarca de (.....................), de acordo com o art. 651, da CLT6;

Por estarem assim justos e contratados, firmam o presente instrumento, em duas vias de igual teor,
juntamente com 2 (duas) testemunhas.

(Local, data e ano).

(Nome e assinatura do Empregador)

(Nome e assinatura do Empregado)

(Nome, RG e assinatura da Testemunha 1)

(Nome, RG e assinatura da Testemunha 2)


Contrato de safra

IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES CONTRATANTES

EMPREGADOR: (Nome do Empregador), (Nacionalidade), (Estado Civil), (Profissão), Carteira de


Identidade nº (..................), C.P.F. nº (.........................), residente e domiciliado na Rua
(.....................................), nº (....), bairro (...........), Cep (......................), Cidade (.........................), no Estado
(.....);
EMPREGADO: (Nome do Empregado), (Nacionalidade), (Estado Civil), (Profissão), Carteira de
Identidade nº (........................), C.P.F. nº (.......................), Carteira de Trabalho nº (.............) e série (......),
residente e domiciliado na Rua (.............................................), nº (....), bairro (..............), Cep (...................),
Cidade (....................), no Estado (.....).
As partes acima identificadas têm, entre si, justo e acertado o presente Contrato de Safra, que se
regerá pelas cláusulas seguintes e pelas condições descritas no presente.

DO OBJETO DO CONTRATO
Cláusula 1ª. O presente contrato tem como OBJETO, a prestação, pelo EMPREGADO, dos trabalhos
consistentes em (.....................................) (Descrever todos os serviços que o Empregado deverá realizar)
durante a safra de (................) (Época da safra), na fazenda (...................), situada na Cidade
(......................), no Estado (......), de propriedade do EMPREGADOR.

DA JORNADA DE TRABALHO
Cláusula 2ª. A jornada de trabalho consistirá em um expediente, compreendendo o período semanal
que vai de (.......) a (.......), havendo descanso semanal remunerado às/aos (..........)2, iniciando-se às (....)
horas, e terminando às (.....) horas3, com intervalo de (......) minutos/horas para almoço, podendo não
haver expediente às/aos (.......), caso haja compensação5 durante o horário da semana.

DA REMUNERAÇÃO
Cláusula 3ª. O EMPREGADOR pagará, mensalmente, ao EMPREGADO, um salário equivalente a R$
(......) (Valor Expresso), com os descontos previstos em lei, até o dia (......) de cada mês.
Cláusula 4ª. Não integrará a remuneração do EMPREGADO a infraestrutura necessária para a
sobrevivência deste e de sua família, tal como a moradia, a alimentação e os instrumentos para a realização
do trabalho, que serão cedidos pelo EMPREGADOR enquanto perdurar o presente contrato de safra
assinado entre as partes.

DA DURAÇÃO
Cláusula 5ª. O presente contrato terá o prazo equivalente ao da duração da safra, encerrando-se com
o fim dela, sem necessidade de qualquer aviso ou notificação.

DA RESCISÃO
Cláusula 6ª. É assegurada às partes a rescisão do presente contrato a qualquer momento, devendo,
no entanto, comunicar à outra parte com antecedência mínima de (......) dias7.
Cláusula 7ª. O presente instrumento será rescindido por justa causa, caso o EMPREGADO recuse-se
a prestar os serviços acertados neste contrato, ou cause algum tipo de distúrbio no ambiente de trabalho.
Cláusula 8ª. Caso este contrato seja rescindido, o EMPREGADO se obriga a desocupar a moradia
oferecida pelo EMPREGADOR dentro do prazo de (.....) dias.
CONDIÇÕES GERAIS
Cláusula 9ª. O presente instrumento passa a valer a partir da assinatura pelas partes.
Cláusula 10ª. O EMPREGADO deverá respeitar as normas de comportamento e conduta existentes
na fazenda.

DO FORO
Cláusula 11ª. Para dirimir quaisquer controvérsias oriundas do CONTRATO, as partes elegem o foro
da comarca de (..................);

Por estarem assim justos e contratados, firmam o presente instrumento, em duas vias de igual teor,
juntamente com 2 (duas) testemunhas.

(Local, data e ano).

(Nome e assinatura do Empregador)

(Nome e assinatura do Empregado)

(Nome, RG e assinatura da Testemunha 1)

(Nome, RG e assinatura da Testemunha 2)


Contrato de arrendamento de imóvel rural para fins de exploração agrícola

PARTES

(Nome do Arrendador), (Nacionalidade), (Profissão), (Estado Civil), (Documentos de Identificação -


Carteira de Identidade e C.I.C), residente e domiciliado na Rua ......, n.º ......, bairro ......, cidade ......,
Cep. ......, no Estado ......, e sua esposa (Nome), (Nacionalidade), (Profissão), (Documentos de Identificação -
Carteira de Identidade e C.I.C), ambos capazes, neste ato denominado(s) ARRENDADORES(S).
De outro lado, denominado(s) ARRENDATÁRIOS(S), (Nome do Arrendatário), (Nacionalidade),
(Profissão), (Estado Civil), (Documentos de Identificação - Carteira de Identidade e C.I.C), residente e
domiciliado na Rua ......, n.º ......, bairro ......, cidade ......, Cep. ......, no Estado ......, e sua esposa (Nome),
(Nacionalidade), (Profissão), (Documentos de Identificação - Carteira de Identidade e C.I.C), ambos
capazes.
Têm entre os mesmos, de maneira justa e acordada, o presente CONTRATO DE ARRENDAMENTO
DE IMÓVEL RURAL PARA FINS DE EXPLORAÇÃO AGRÍCOLA, ficando desde já aceito, pelas cláusulas
abaixo descritas.

CLÁUSULA 1 - OBJETO DO CONTRATO


O presente tem como OBJETO, o imóvel constituído de uma Fazenda denominada de ......, de
propriedade do ARRENDADOR, situado na (Localização da Fazenda), cidade ......, no Estado ......; sob o
Registro n.º ......, do Cartório do ...... Ofício de Registro de Imóveis, livre de ônus ou quaisquer dívidas.
PARÁGRAFO PRIMEIRO: O imóvel entregue na data da assinatura deste contrato, pelo
ARRENDADOR ao ARRENDATÁRIO, é constituído de uma área de ...... (hectares, metros quadrados, etc.),
como consta inclusive na descrição do Cadastro n.º ...... do INCRA.
PARÁGRAFO SEGUNDO: O ARRENDATÁRIO se compromete a utilizar-se somente da área
demarcada e como consta nas fotografias e medidas constantes no documento anexo.
PARÁGRAFO TERCEIRO: Para efeito deste contrato, fica também estabelecido que o ARRENDADOR
cede ao ARRENDATÁRIO os bens ...... (Descrevê-los) e o restante da área de terras, não incluídas as de
arrendamento, os quais serão usados por este último, mediante pagamento de R$ ...... (Valor Expresso) a
título de aluguel mensal.

CLÁUSULA 2 - PRAZO
O presente arrendamento terá o lapso temporal de validade de ...... meses, a iniciar-se no dia ......, do
mês ...... no ano de ...... e findar-se no dia ......, do mês ...... no ano de ......, data a qual a propriedade
(arrendada e alugada) e os bens existentes nesta deverão ser devolvidos nas condições a quais foram
entregues, efetivando-se independentemente de aviso ou qualquer outra medida judicial ou extrajudicial.

CLÁUSULA 3 - VALOR
Como valor deste arrendamento, o ARRENDATÁRIO se obrigará a pagar o preço de R$ ...... (Valor
Expresso), a ser efetuado diretamente ao ARRENDADOR.
PARÁGRAFO PRIMEIRO: O preço do arrendamento será reajustado anualmente (ano agrícola), de
acordo com os índices estabelecidos pelo INCRA.
PARÁGRAFO SEGUNDO: O pagamento do preço será feito em moeda corrente, no trigésimo dia útil
após o término do ano agrícola que corresponde ao período de 30 de junho a 30 de julho.
PARÁGRAFO TERCEIRO: A título de aluguel das benfeitorias especificadas no PARÁGRAFO
TERCEIRO da CLÁUSULA 1, e do restante de terras existente, o ARRENDATÁRIO pagará o valor de
R$ ...... (Valor Expresso), no último dia útil de cada mês.
PARÁGRAFO QUARTO: O valor do aluguel será reajustado anualmente, tendo como base, os índices
previstos e acumulados no período anual do (IGPM e IGP e IPC etc). Em caso de falta deste índice, o
reajustamento do aluguel terá por base a média da variação dos índices inflacionários do ano corrente ao
da execução do aluguel, até o primeiro dia anterior ao pagamento de todos os valores devidos.
PARÁGRAFO QUINTO: Todos os pagamentos efetuados entre os contratantes serão precedidos de
recibo, o qual deverá mencionar pormenorizadamente todos os valores.
PARÁGRAFO SEXTO: Quaisquer financiamentos que porventura o ARRENDATÁRIO faça perante
particulares ou instituições financeiras, para custear as fases do plantio, serão de sua inteira
responsabilidade, sendo que lhe fica vedado oferecer em garantia os produtos oriundos do plantio, bem
como as terras arrendadas e alugadas.

CLÁUSULA 4 - LAVOURA E TERRAS


A gleba de terras destinada à lavoura será cuidada e preservada de acordo com orientações do
ARRENDADOR constantes no documento anexo. Devendo o ARRENDATÁRIO cuidar das mesmas como se
fossem suas.
PARÁGRAFO PRIMEIRO: As terras as quais não forem utilizadas para lavoura, restará facultado ao
ARRENDATÁRIO utilizá-las para criação de animais domésticos, desde que estes não venham a afetar
aquelas destinadas a lavoura.
PARÁGRAFO SEGUNDO: Os materiais utilizados para plantação, manutenção e colheita correrão
por conta e risco do ARRENDATÁRIO, tanto com relação a sua aplicação a terra, quanto à sua compra,
ressaltando que deverá o mesmo aplicar material de boa qualidade, evitando acontecimentos como erosão.
O objetivo maior, portanto, é a utilização máxima do solo, visando, contudo a sua conservação.

CLÁUSULA 5 - DEVOLUÇÃO DA PROPRIEDADE


Findo o prazo de arrendamento que está diretamente ligado ao do aluguel, caberão as partes
acordarem previamente se haverá prorrogação do prazo de vigências dos mesmos. Caso as partes acordem
que não haverá prorrogação, o ARRENDATÁRIO fará a devolução do imóvel arrendado bem como todos os
materiais e terras alugadas.

DISPOSIÇÕES FINAIS
O presente contrato passa a vigorar entre as partes a partir da assinatura do mesmo, as quais elegem
o foro da cidade de ......, onde se situa o imóvel, para dirimirem quaisquer dúvidas provenientes da
execução e cumprimento do mesmo.

Fazem parte do presente instrumento, os documentos que descrevem a fazenda, bem como o
comprometimento do ARRENDATÁRIO em seguir as orientações do ARRENDADOR.
Os herdeiros, sucessores ou cessionários das partes contratantes se obrigam desde já ao inteiro teor
deste contrato.
E, por estarem justas e convencionadas as partes e fiadores assinam o presente CONTRATO DE
ARRENDAMENTO DE IMÓVEL RURAL PARA FINS DE EXPLORAÇÃO AGRÍCOLA, juntamente com 2
(duas) testemunhas.

Local, data e ano.

Arrendador e sua esposa


Arrendatário e sua esposa

Testemunha 1

Testemunha 2

Reconhecimento de firma de todos.


Compromisso de compra e venda de produtos de extração vegetal entre pessoa física e pessoa jurídica

Pelo presente instrumento particular de compromisso de compra e venda de imóvel, de um


lado ...................................... (nome completo e por extenso do vendendo),
nacionalidade ..................................., estado civil ......................................, profissão ............................., CIC
n.º ............................., Cédula de Identidade RG n.º .................................., residente e domiciliado à
Rua ............................................. n.º .........., na cidade de ..................................., Estado
de ......................................, de ora em diante simplesmente de VENDEDOR, e de outro
lado .........................................., (firma compradora), CNPJ n.º ............................................., estabelecida à
Rua ....................................................... n.º .........., na cidade de ................................, Estado de .................,
de ora em diante chamado simplesmente de COMPRADOR e representada neste ato
por ............................................. (nome completo e por extenso de quem representa a firma), têm, entre si,
como justo e contratado o que se segue:
1º - O VENDEDOR, na qualidade de arrendatário (ou proprietário) do imóvel rural localizado no
município de .............................., Estado de ....................... conforme
escritura ...................................................... (descrever o título de posse ou propriedade do imóvel), vende
ao COMPRADOR o direito de cortar e retirar da citada propriedade o .............................................
(descrever o produto que será extraído).
2º - O COMPRADOR obriga-se a cortar e retirar um máximo de ................................... (quantidade
transcrita também por extenso), no prazo de ................. (por extenso) meses, prorrogável por igual espaço
de tempo, a contar da data do início do presente contrato, com completa obediência às normas e
determinação do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal ou outro organismo que o substitua,
especialmente no que diz respeito a replantio e reflorestamento e deixar o terreno nas
condições .................................................................... (discriminar em que condições deverá ficar o terreno,
após a extração).
3º - O COMPRADOR pagará ao VENDEDOR a importância de ....................................... transcrita
também por extenso) por dúzia (por unidade, por dezena etc.) retirada, no endereço que for fixado pelo
VENDEDOR.
4º - Ficará o COMPRADOR obrigado a comprovar, perante o VENDEDOR, o pagamento de todos os
impostos e taxas que incidirem sobre a operação e bem assim a satisfação de outras exigências legais que
recaiam sobre a mesma, notadamente as que dizem respeito a leis trabalhistas e previdenciárias, inclusive
FUNRURAL, desde que para tanto seja solicitado.
5º - O COMPRADOR obriga-se a prestar toda a assistência, informações e esclarecimentos à pessoa
que for designada pelo VENDEDOR para acompanhar e fiscalizar os trabalhos de corte e retirada
do .............................................. (denominação do produto que vai ser extraído).
6º - O VENDEDOR, por seu lado, cede ao COMPRADOR o direito de corte
do ...................................................... (denominação do produto) contido na propriedade em área
demarcada e que acompanha este instrumento como croqui delimitador.
7º - O VENDEDOR obriga-se a permitir a entrada, na propriedade citada, do COMPRADOR, a
facilitar a sua instalação e bem assim do pessoal, material e tudo o mais que for julgado necessário à
execução de seu trabalho a ser executado dentro das normas que o regem.
8º - O presente contrato terá o seu início em ......... de ............................... de ........, sendo o seu
vencimento previsto para .......... de ................................ de ......., podendo ser prorrogado até .............
de ................................. de ......., devendo para isso o COMPRADOR manifestar-se por escrito até ........
de .............................. de ..............
E por estarem VENDEDOR e COMPRADOR de pleno acordo com o disposto neste instrumento
particular, assinam-no na presença de duas testemunhas abaixo, em duas vias de igual teor e forma,
destinando-se uma via para cada uma das partes.

........................., ....... de ..................... de ..........


..........................................................
(Comprador)

..........................................................
(Vendedor)

Testemunhas:

1ª - ...............................................
2ª - ...............................................
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA RURAL - repouso semanal remunerado - verbas rescisórias – FGTS – PIS
- INSS

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA .... VARA DO TRABALHO DO


FORO ........

........................... (nome completo), ............ (nacionalidade), .............. (estado civil), ................


(profissão), portador da cédula de identidade RG n o ................, inscrito no CPF/MF sob nº .............,
residente na ..................... (endereço completo: rua [av.] .........., no ....., complemento ........., bairro ...........,
cidade ........., CEP........., UF........), por seu Advogado constituído nos termos do incluso instrumento de
mandato (doc....) e ao final assinado, com escritório profissional na ................ (endereço completo: rua [av.]
........., no ........, complemento ........, bairro ......., cidade ........, CEP......, UF .......), vem respeitosamente à
honrosa presença de Vossa Excelência, propor a presente

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA RURAL

em face de ................... (nome completo), ................ (nacionalidade), ........... (estado


civil), ................... (profissão), portador da cédula de identidade RG no ............. e inscrito no CPF/MF sob
no .................., residente e domiciliado à .................... (endereço completo: rua [av.]............, nº ........,
complemento ........, bairro......., cidade......, CEP......., UF.......), proprietário do .................. (nome da área
rural: sítio; fazenda; chácara), pelos motivos de fato e de direito que abaixo expõe:

I – DOS FATOS
O Reclamante foi admitido como EMPREGADO RURAL, em ....../....../........ (dia, mês e ano), para
atividade rural a ser desempenhada na propriedade do Reclamado. Durante todo o trabalho exercido não
houve o registro na CTPS do Reclamante, que cumpria uma jornada de trabalho de ............... (dias da
semana), das ................(horário).
O Reclamado remunerava o Reclamante apenas com alimentação e moradia, sem qualquer
pagamento em dinheiro.
Foi dispensado em ....../..../...... (dia, mês e ano), sem receber nenhuma verba rescisória.
O Reclamante exerceu atividades rurais e só recebia salário “in natura” .

II – DO DIREITO
O Reclamante tem direito ao repouso semanal remunerado, por força da Lei nº 605/49, cujo dia de
preferência para tal descanso seja domingo, feriado civil ou religioso.
Para o trabalho rural a mencionada lei garante a inclusão do descanso para o trabalhador rural ou o
pagamento em dobro se esse dia for trabalhado.
A despeito do pagamento, a Consolidação das Leis trabalhistas prevê prazo para o pagamento das
verbas rescisórias, bem como estabelece o multa pelo descumprimento do dispositivo legal.
Do mesmo modo, a Constituição Federal estendeu ao trabalhador rural o direito ao Fundo de
Garantia, inscrição no PIS, recolhimento previdenciário, de modo que o Reclamante faz jus às devidas
regularizações.

III – DO PEDIDO
Diante do exposto, requer o Reclamante:
a) a declaração da existência do vínculo empregatício com a anotação na CTPS, na função de
empregado rural;
b) pagamento de um salário mínimo mensal de todo o período trabalhado;
c) pagamento dos descansos semanais remunerados;
d) pagamento em dobro pelos feriados trabalhados;
e) pagamento do aviso prévio;
f) aplicação da multa prevista no art. 477 da CLT;
g) pagamento do FGTS não recolhido bem como a multa rescisória de 40%;
h) inscrição no INSS e o respectivo recolhimento
i) inscrição no PIS.

Requer a citação do Requerido no endereço declinado na inicial, para que, querendo, no prazo legal
apresente defesa, se não houver acordo na audiência de conciliação , sob pena de revelia e confissão.
Requer que a presente demanda seja julgada PROCEDENTE com a condenação do Requerido
também na sucumbência.
Requer provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidas, especialmente pelo
depoimento pessoal do Requerido, juntada de documentos, oitiva de testemunhas que serão arroladas no
momento oportuno, expedição de ofícios e precatórias, vistorias e perícias, bem como demais provas que
se fizerem necessárias.
À presente dá-se o valor de R$ ............ (valor por extenso) para todos os efeitos legais.

Nesses Termos,
Pede Deferimento.

[Local], [dia] de [mês] de [ano].

[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA - Menor - trabalhador rural - rescisão - contrato de trabalho - demissão
sem justa causa

EXMO. SR. DR. JUIZ DA ....ª VARA DO TRABALHO DE ........

.... brasileiro, solteiro, menor, portador da Certidão de Nascimento sob o nº ...., Certificado às fls. ....,
do livro nº ...., do Cartório de Registro Civil da Comarca de ...., Estado do ...., neste ato representado por
seu pai o Sr. .... (qualificação), portador da CI/RG nº ...., inscrito no CNPF/MF sob nº ...., residentes e
domiciliados na Rua .... nº ...., na Comarca de ...., Estado do ...., vem por intermédio de seu advogado, in
fine firmado, ut instrumento procuratório em anexo (doc. nº ....), inscrito na OAB/...., sob o nº ...., com
endereço profissional na Rua .... nº ...., na Comarca de ...., Estado do ...., onde habitualmente, recebe
avisos, notificações e intimações em geral, ante à Douta presença de Vossa Excelência com respeito e
acatamento, propor a presente

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
contra .... (qualificação), portador da CI/RG nº ...., residente e domiciliado na Rua .... nº ...., na
Comarca de ...., Estado do ...., pelos fatos e fundamentos que abaixo expõe e ao final requer, o seguinte:

I - DO CONTRATO DE TRABALHO
O Reclamante foi admitido pelo Reclamado, por tempo de serviço indeterminado em data de ....
de .... de ...., para prestação de serviços tutelados pelo Regime da Consolidação das Leis do Trabalho,
cumprir jornada diária de oito horas de trabalho e quarenta e quatro semanais, de segunda-feira à sábado,
para mediante remuneração mensal receber o correspondente a .... salários mínimos, tendo como função,
serviços gerais (conforme adiante exemplificará) e outras atividades correlatas a agricultura.
Em data de .... de .... de ...., o Reclamante teve seu contrato individual de trabalho rescindido, por
dispensa, sem justa causa.
Não houve o pagamento das verbas rescisórias, pelo que assim, ficam ainda pendentes de
pagamento, como vários de seus direitos trabalhistas, conforme abaixo demonstrará.

II - DO REGISTRO DA CARTEIRA DE TRABALHO


O Reclamante no período em que trabalhou para o Reclamado, jamais teve sua Carteira de Trabalho
e Previdência Social registrada e consequentemente, o empregador feriu o disposto no artigo 13 e artigos
seguintes da Consolidação das Leis do Trabalho, atinentes à espécie. Pois, o registro em Carteira de
Trabalho e Previdência Social é obrigatório (art. 13, CLT), para o exercício de qualquer emprego, e sendo
requisito essencial, não poderia o Reclamado mantê-lo no emprego, sem o devido registro.
Desta forma, deve o mesmo ser compelido a efetuar o competente registro, atualização e baixa da
CTPS, com data de admissão ..../..../...., alterações salariais em conformidade com a remuneração devida,
baixa por demissão sem justa causa em ..../..../...., férias, FGTS, etc., tudo sob pena de não o fazendo ser
feito pela Secretaria dessa R. Junta.
III - JORNADA DE TRABALHO
O Reclamante foi contratado para cumprir a jornada de oito horas diárias e quarenta e quatro
semanais, de segunda-feira à sábado, durante o pacto contratual.
Todavia, em todo o pacto laboral, inclusive no período em que exerceu trabalho noturno, o qual será
tratado abaixo, foi compelido a cumprir jornada altamente elástica, a seguir exposta: de segundas-feiras às
sextas-feiras, das .... hs. às .... hs., aos sábados das .... hs. às .... hs., sempre teve intervalo de .... h. de
almoço e .... min. para café.
Deve-se esclarecer que o Reclamado fornecia transporte gratuitamente para o local de trabalho. O
meio de transporte utilizado era um caminhão com carroceria aberta, onde viajavam o Reclamante e outras
pessoas, infringindo, assim, o contido nas cláusulas 8ª das convenções coletivas de .... à ...., de .... à ....,
de .... à ...., em anexos.
Sendo que a cláusula 9ª das convenções acima, estabelecem que será considerado como período
efetivo de trabalho, o tempo gasto no transporte do trabalhador rural, da Cidade para o local de trabalho e,
na volta até o ponto de costume, contando o tempo dispendido como de serviço. Esclarecendo ainda, que
não há transporte regular público entre o local de trabalho (propriedade do Reclamado) e a Cidade. Assim,
o horário in itinere relativo ao trecho empregado é computado como horário normal de trabalho
(convenção coletiva, doutrina, jurisprudência e súmula), sendo esse horário de segundas-feiras às sextas-
feiras, das .... às .... horas e das .... às .... horas, aos sábados a mesma jornada na parte matutina e a tarde
das .... às .... horas.

Os Tribunais têm assim decidido:


Verbete JORNADA “IN ITINERE” - PAGAMENTO com ADICIONAL de 50% - ART. 7º/CF, XVI
Relator Afonso Celso
Tribunal TST

Porque constituem tempo à disposição do empregador, as horas “in itinere” devem ser pagas com o
mesmo adicional das horas extras, o qual, a partir da vigência da nova Constituição Federal (artigo 7º,
inciso XVI) foi estipulado em 50%. Revista não provida. (TST - RR-86652/93.6 - TRT/3ª Reg. - Ac. 1ª T. -
646/94 - unân. - Rel.: Min. Afonso Celso - Fonte: DJU I, 15.04.94, pág. 8.255).
Verbete ENUNCIADO 320/TST (INTEGRA) - JORNADA “IN ITINERE” - PAGAMENTO -
TRANSPORTE a local de difícil acesso.

Relator

Tribunal

O fato de o empregador cobrar, parcialmente ou não, importância pelo transporte fornecido, para
local de difícil acesso, ou não servido por transporte regular, não afasta o direito à percepção do pagamento
das horas “in itinere”. (Fonte: DJU, Seção I, de 03.12.93).
Verbete ENUNCIADO 90/TST (INTEGRA) - JORNADA “IN ITINERE” - Tempo despendido em
condução fornecida pelo empregador - JORNADA DE TRABALHO - ENUNCIADO 324/TST - ENUNCIADO
325/TST

Relator

Tribunal
O tempo despendido pelo empregado, em condução fornecida pelo empregador, até o local do
trabalho de difícil acesso ou não servido por transporte regular público, e para o seu retorno, é computável
na jornada de trabalho. (Fonte: DJU, de 10.11.78).
Verbete JORNADA “IN ITINERE” - TRANSPORTE COLETIVO insuficiente ou incompatível - HORA
EXTRA devida - ENUNCIADO 90/TST

Relator Armando de Brito

Tribunal TST

A insuficiência de transporte público para atender a demanda ou a incompatibilidade de horários


justifica o deferimento de horas extras gerais em transporte fornecido pela Empresa, não se traduzindo em
aplicação extensiva do Enunciado nº 90/TST. Embargos desprovidos. (TST - E - RR - 7.744/90.3 - 3ª Reg. -
Ac. SDI-2992/93 - maioria - Rel.: Min. Armando de Brito - Fonte: DJU I, 03.12.93, pág. 26.501).
O Reclamado trabalhou nos seguintes feriados todos os anos do pacto laboral, ...., ...., ...., .... (quando
esses dias caíram em dias da semana, isto é, de segunda a sábado), sendo que a convenção (..) acima citada
em seu artigo 25º estabelece que as horas extras semanais serão acrescidas de 50% e as horas laboradas em
domingos e feriados terão acréscimo de 100% em consonância com a Constituição Federal.
Como pode ser observado as horas extras laboradas ocorreram durante todo o vínculo, assim, requer
o seu reflexo em férias, décimo - terceiro, aviso prévio, indenização do tempo de serviço, descanso
semanal remunerado e FGTS, conforme determina a lei, doutrina e a melhor jurisprudência a seguir:

Verbete HORA EXTRA - Reflexos em outros direitos - HABITUALIDADE.

Relator Cnéa Moreira

Tribunal TST

A desavença não trata da manutenção ou incorporação de horas extras suprimidas, mas de reflexos
dos valores das horas extraordinárias em outros direitos. Esses reflexos não estão limitados ao número de
duas horas. Tal proibição é aplicada apenas para a manutenção do pagamento da vigência da relação de
emprego. Se se trata de reflexo de outras verbas, as horas extras habituais se refletem nas outras parcelas,
independentemente do número que sejam trabalhadas. (TST - E - RR - 26745/91.7 - 4ª Reg. - Ac. SDI-
546/94 - maioria - Rel.: Min. Cnéa Moreira - Fonte: DJU I, 29.04.94, pág. 9.815).
Verbete HORA EXTRA - HABITUALIDADE - INTEGRAÇÃO AO SALÁRIO

Relator Orestes Campos Gonçalves

Tribunal TRT

Havendo prestação de serviços extraordinários em praticamente toda a duração do contrato de


trabalho, caracteriza-se a habitualidade, com a consequente integração no salário do empregado para todos
os efeitos legais, sendo irrelevante tenha sido curta a duração do pacto. (TRT - 3ª Reg. - RO-02401/94 - 6ª
JCJ de Belo Horizonte - Ac. 5ª T. - maioria - Rel.: Orestes Campos Gonçalves - Fonte: DJMG II, 09.04.94,
pág. 84).
Verbete HORA EXTRA - HABITUALIDADE - Reflexos - FERIADO e DOMINGOS - LEI 605/49, art. 70,
a - LEI 7415/85.

Relator João Paulo Sventnickas

Tribunal TRT

As horas extras habitualmente prestadas devem refletir no valor dos domingos e feriados
remunerados, ainda que o empregado receba salários mensais por força da Lei nº 605/49, art. 70, “a”, com
a alteração feita pela Lei nº 7.415/85. (TRT - 12ª Reg. - RO-VA-5408/92 - 1ª JCJ de Blumenau - Ac. 1ª T. -
1122/94 - maioria - Rel.: Juiz João Paulo Sventnickas - Rectes: 1. Banco Econômico S.A. - 2. Gerson Luiz
França (Rec. Adesivo) - Advs.: 1. Celso Garcia e outros - 2. Glauco José Beduschi e outros - Recdos: os
mesmos - Fonte: DJSC, 16.03.94, pág. 68/69).

IV - ADICIONAL NOTURNO E HORA EXTRA NOTURNA


Durante o vínculo empregatício, de .... de .... de .... à .... de .... de ...., iniciou a jornada de trabalho
às .... hs. de um dia encerrando às .... hs. do outro dia, não havendo descanso semanal. Nesse período, o
Reclamante exerceu a função de ...., porém, jamais recebeu adicional noturno, conforme faculta a
Consolidação das Leis do Trabalho e as Convenções Coletivas em anexo, artigo 28, que estabelece o
correspondente a 30% (trinta por cento) sobre o salário diurno, e o que se requer.
Também, jamais foi observado o horário noturno que é de .... hs., assim faz jus a horas extras nesse
período laborado, pois não foram pagas, devendo ser calculado tendo como base a remuneração superior a
do trabalho diurno, com o acréscimo de 30%, sobre a hora diurna (convenção coletiva), sendo que os dias
trabalhados em domingos e feriados incidirá acréscimo de 100% e nos demais dias da semana acréscimo
de 50%, observando o salário noturno, conforme jurisprudência abaixo:

Verbete ADICIONAL NOTURNO - Incidência sobre HORA EXTRA - ENUNCIADO 60/TST

Relator José César de Oliveira


Tribunal TRT

Sendo o trabalho noturno mais desgastante que o diurno, o cálculo das horas extras deve ser
auferido com incidência cumulativa de adicionais e não pela aplicação isolada dos percentuais sobre o
salário-hora. Conforme disposto no En. 60/TST, o adicional noturno pago com habitualidade, integra o
salário do empregado para todos os efeitos. (TRT - 3ª Reg. - AP-01611/93 - 1ª JCJ de Governador Valadares -
Ac. 3ª T. - unân. - Rel.: José César de Oliveira - Fonte: DJMG II, 25.01.94, pág. 46).
As horas extras laboradas e o adicional noturno deverão refletir em férias, 13º, aviso prévio,
indenização do tempo de serviço, descanso semanal remunerado e FGTS, conforme determina a lei.

V - 13º SALÁRIO
A Constituição Federal determina em seu artigo 7º, inciso VIII, que é um dos direitos do trabalhador,
13º salário com base na remuneração integral, sendo que as horas extras laboradas em todo o pacto
contratual, integram a gratificação natalina.
O Reclamado, jamais recebeu durante o vínculo empregatício a gratificação de natal, assim, faz jus a
gratificação proporcional ..../.... correspondente ao ano de ...., integrais nos anos de .... e .... e proporcional
a ..../.... no ano de ....
VI - FÉRIAS
A concessão de férias é ato exclusivo do empregador, que pode ser concedido nos doze meses que
seguem a sua aquisição (art. 134 da CLT).
O Reclamante iniciou seu trabalho em .... de .... de ...., assim, em ..../..../...., adquiriu direito as férias
as quais poderiam ser gozadas até ..../..../...., porém, como não as gozou e nem as recebeu, faz jus ao seu
recebimento em dobro, face a intempestividade (art. 137 da CLT) com o devido acréscimo constitucional
de 1/3.
As férias não gozadas e nem recebidas no período de ..../..../.... à ..../..../...., faz jus ao seu recebimento
de forma simples com o devido acréscimo constitucional, tendo, ainda, direito ao recebimento das férias
proporcionais correspondente a ..../...., compreendendo o período de ..../..../.... à ..../..../.... (período do aviso
prévio).

VII - DESCANSO SEMANAL REMUNERADO SOBRE AS HORAS EXTRAS


Jamais foi observado para o pagamento do descanso semanal remunerado os reflexos sobre as horas
extras laboradas bem como do adicional noturno, conforme ficou exposto anteriormente, é o que se requer
seja aplicado conforme prevê a legislação trabalhista e enunciado 172 do TST.

VIII - AVISO PRÉVIO


Ora, o Reclamante foi contratado por prazo de serviço indeterminado. O empregado quando
admitido nunca sabe, o dia em que será dispensado.
A Consolidação das Leis do Trabalho de maneira inequívoca, determina a obrigação de preavisar
para qualquer espécie de contrato por prazo indeterminado, o seu rompimento.
Contudo, o Reclamado não comunicou a extinção do contrato de trabalho ao Reclamante, sendo que
o dispensou sem justa causa e qualquer aviso, deixando, assim, de cumprir o determinado pela Carta
Magna, artigo 7º, inciso XXI, e artigo 487 da Consolidação das Leis do Trabalho.
Assim, faz jus ao aviso prévio que deverá ser calculado sobre a última remuneração devida pelo
Reclamado.

IX - VERBAS RESCISÓRIAS
O Reclamante, despedido sem justa causa, pleiteia, por não ter recebido as verbas rescisórias
relativas ao pacto laboral, aviso prévio, férias proporcionais, 13º salário proporcional, multa rescisória de
40% equivalente ao FGTS, verbas que deverão ser acrescidas de juros e correção monetária, tendo como
base de cálculo a maior remuneração, devidamente integrada pela média de horas extras.
X - FGTS
A Caixa Econômica Federal, com o advento do Decreto-lei nº 759, de 12.08.1969, passou a ser uma
empresa pública, sendo que pelo artigo 4º da Lei nº 8.036, a gestão do Fundo foi entregue ao Ministério da
Ação Social e, à Caixa Econômica Federal que reservou o papel de executor das determinações do
Ministério.
A Lei nº 8.036 de 11 de maio de 1990 veio modificar, basicamente, a direção do Fundo. Sua gestão
foi entregue ao Ministério da Ação Social e, à Caixa Econômica Federal que reservou o papel de executor
das determinações do Ministério (art. 4º da Lei nº 8.036).
O Decreto-lei nº 759, de 12 de agosto de 1969, transformou a Caixa Econômica Federal numa
empresa pública.
A Constituição Federal/1988 em seu artigo 7º, inciso III, determinou que é direito do trabalhador o
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, tornando-se, assim, obrigatório.
Durante todo o pacto laboral, jamais houve pelo Reclamado o depósito do Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço em conta vinculada, sendo que a Lei nº 8.036/90 em seu artigo 15 e o Decreto-lei nº
99.684/90, em seu artigo 27 e artigos seguintes, tornam obrigatório por parte do empregador o depósito do
FGTS, em conta bancária vinculada, a importância correspondente a 8% (oito por cento) da remuneração
paga ou devida no mês anterior, ao empregado, incluídas as parcelas de que dispõe os artigos 457 e 458 da
Consolidação das Leis do Trabalho e a gratificação de natal.
Assim, o Reclamado deve ser compelido a fazer o depósito fundiário em nome do Reclamante, sob
pena de execução direta da quantia devida.

XI - SEGURO DESEMPREGO
O Seguro-Desemprego foi estabelecido pelo Decreto-lei nº 2.283, de 27 de fevereiro de 1986,
posteriormente alterado pelo Decreto-lei nº 2.284 e, finalmente, pela Lei nº 7.998/90, embora estivesse
consagrado como um direito já na Carta Magna de 1969. Na Constituição em vigor, está determinado no
artigo 7º, inciso II.
Sendo que sua finalidade é propiciar assistência ao trabalhador desempregado. Essa assistência,
contudo, é temporária e de curta duração exatamente para não prestigiar o desemprego mas apenas,
considerando-o passageiro, oferecer condições de subsistência ao trabalhador nessas condições.
A arrecadação decorrente das contribuições do financiamento do programa do seguro-desemprego é
coberto pela arrecadação decorrente das contribuições para o PIS e para o PASEP, além de outras fontes,
conforme dispõe o artigo 239 da Constituição Federal atual.
Assim, para o Reclamante ter direito ao seguro-desemprego deveria ter sido dispensado sem justa
causa, o que realmente ocorreu, ou haver paralisação, total ou parcial, das atividades do Reclamado.
Deve-se, ressaltar, outrossim, que as despesas com o seguro-desemprego correm à conta do Fundo de
Assistência ao Desempregado, sendo que esse órgão é o responsável de promover a assistência financeira
ao trabalhador desempregado. Entretanto, como o Reclamado não efetuou os recolhimentos devidos, bem
como o registro em carteira e a rescisão contratual, e estar, ainda, desempregado o Reclamante, faz jus a
uma indenização compensatória, uma vez que estão satisfeitos os pressupostos legais, e se constituiu em
franca violação à Carta Magna e as conquistas sociais ensejando, assim, condenação em pagamento de
indenização compensatória correspondente a valor de .... salários mínimos.

XII - MULTA
É devida a multa contratual correspondente a 5% (cinco por cento) sob o valor do salário mínimo,
estabelecida na convenção coletiva (artigo 42, das convenções em anexo), pois como ficou demonstrado,
acima, o Reclamado deixou de cumprir com suas obrigações estabelecidas na convenção como por
exemplo, transportar pessoas para o local de trabalho em veículo aberto; deixar de pagar o adicional
noturno, férias, 13º, etc.

XIII - APLICABILIDADE DO ARTIGO 477 DA CLT


Conforme narrado anteriormente, o Reclamante não recebeu as verbas rescisórias dentro do prazo
legal previsto pelo § 6º do artigo 477 da Consolidação das Leis do Trabalho, fazendo, assim, jus a multa
prevista na parte final do artigo 477, § 8º, da CLT.

XIV - APLICABILIDADE DO ARTIGO 467 DA CLT


Deverá o Reclamado pagar as verbas incontroversas na primeira audiência, sobre pena de pagamento
em dobro, conforme determina o artigo 467 da Consolidação das Leis do Trabalho.
XV - COMPROVANTES DE PAGAMENTO
O Reclamado jamais forneceu comprovantes de pagamento, onde constava as parcelas pagas
discriminadamente e os descontos efetuados, esclarecendo, ainda, que o Reclamante assinava papéis em
brancos com o timbre de recibos.

DO PEDIDO
Ex Positis, pleiteia a condenação do Reclamado nos pagamentos das verbas adiante descriminadas
por não tê-las recebido no decurso do período laborativo e, também, em decorrência de ter o ex-
empregador infringido normas legais atinentes à relação de emprego, sendo, assim, o Reclamante tem
direito ao recebimento das seguintes verbas:
a) anotação da CTPS de todo o vínculo empregatício, com as devidas anotações legais e de estilo,
conforme item nº II;
b) horas extras acrescidas de 50% de segunda-feira à sábado e de 100% para as horas laboradas em
feriados prestados durante todo o período contratual, conforme fundamentação, apurados mês a mês e
devidamente atualizados, a ser apurado por cálculos em execução de sentença, conforme item nº III -
R$ .... a apurar;
c) repouso semanal remunerado sobre as horas extras prestadas, com incidência aos domingos e
feriados, conforme prevê a legislação trabalhista, a ser apurado por cálculos em execução de sentença,
conforme item nº III - R$ .... a apurar;
d) adicional noturno correspondente a 30% (trinta por cento) conforme item IV, a ser apurado por
cálculos em execução de sentença, R$ .... a apurar;
e) horas extras noturna acrescidas de 50% de segunda-feira à sábado e de 100% para as horas
laboradas em domingos e feriados prestados durante o período compreendido de ..../..../.... à ..../..../....,
conforme fundamentação, apurados mês a mês e devidamente atualizados, a ser apurado por cálculos em
execução de sentença, conforme item nº IV - R$ .... a apurar;
f) repouso semanal remunerado sobre as horas extras noturna prestadas, com incidência aos
domingos e feriados, conforme prevê a legislação trabalhista, a ser apurado por cálculos em execução de
sentença, conforme item nº IV e VII - R$ .... a apurar;
g) reflexos das horas extras em:
· 13º salário R$ .... a apurar
· férias R$ .... a apurar
· aviso prévio R$ .... a apurar
· FGTS R$ .... a apurar

h) décimo terceiro salário proporcional ..../.... correspondente ao ano de ...., integrais nos anos ....
e .... e proporcional a ..../.... no ano de ...., a ser apurado por cálculos em execução de sentença, conforme
item nº V e IX - R$ .... a apurar;
i) férias em dobro correspondente ao período de .... de .... de .... à ..../..../...., e de forma simples
correspondente ao período de ..../..../.... à ..../..../.... e ainda, direito ao recebimento das férias proporcionais
correspondente a ..../...., compreendendo o período de ..../..../.... à ..../..../...., todas com o devido acréscimo
constitucional, a ser apurado por cálculos em execução de sentença, conforme item nº VI e IX - R$ .... a
apurar;
j) aviso prévio em dobro a ser apurado por cálculos em execução de sentença, conforme itens nº VIII
e IX - R$ .... a apurar;
k) verbas rescisórias como aviso prévio, férias proporcionais, 13º salário proporcional, multa
rescisória de 40% equivalente ao FGTS, verbas que deverão ser acrescidas de juros e correção monetária,
tendo como base de cálculo a maior remuneração, devidamente integrada pela média de horas extras;
l) FGTS correspondente a todo o pacto laboral, devendo, proceder o depósito da importância
correspondente a 8% (oito por cento) da remuneração paga ou devida no mês anterior, ao empregado,
incluídas as parcelas de que dispõe os artigos 457 e 458 da Consolidação das Leis do Trabalho e a
gratificação de natal, sob pena de execução direta, conforme item X - R$ .... a apurar;
m) indenização do seguro-desemprego correspondente a .... salários mínimos, a ser apurado por
cálculos em execução de sentença, conforme itens nº XI - R$ .... a apurar;
n) multa estipulada na Convenção Coletiva, artigo 42, correspondente a 5% do valor do salário
mínimo, a ser apurado por cálculos em execução de sentença, conforme itens nº XII - R$ .... a apurar;
o) multa prevista na parte final do § 6º do artigo 477 da CLT, a ser apurado por cálculos em execução
de sentença, conforme itens nº XIII - R$ .... a apurar;
p) pagamento das verbas incontroversas na primeira audiência, sob pena de pagamento em dobro
conforme artigo 467 da CLT, a ser apurado por cálculos em execução de sentença, conforme itens nº XIV -
R$ .... a apurar;
q) honorários advocatícios;
r) aplicação de juros, juros de mora e correção monetária, em todas as verbas pleiteadas, a partir da
incidência.

Ex Positis, requer digne-se Vossa Excelência, em determinar a notificação do Reclamado,


anteriormente qualificado na forma do artigo 841 da CLT, no endereço já indicado, para querendo faça sua
defesa, sob pena de revelia e confissão e, julgada procedente a reclamação requer seja condenado o
Reclamado no pedido acima especificado, com os devidos acréscimos legais de correção monetária e juros
de mora sobre o capital corrigido, aplicabilidade do artigo 467 da CLT sobre as verbas incontroversas,
custas processuais, honorários advocatícios e demais cominações legais e de estilo.
Requer, outrossim, seja o Reclamado, compelido a apresentar em 1ª audiência, a totalidade dos
comprovantes/recibos de pagamentos em suas versões originais atinentes ao Reclamante, sob pena das
sanções previstas no artigo 359 do Código de Processo Civil, bem como os cartões pontos com o controle
da hora de entrada e saída, conforme determina o artigo 74, § 2º da CLT.
Requer, ainda, os benefícios da Justiça Gratuita, tendo em vista que é pobre, na acepção jurídica do
termo, e está impossibilitado de arcar com as custas processuais sem prejuízo do sustento próprio e da
família.
Protesta e Requer pela produção de todas as provas em direito admitidos e especificamente pela
produção de provas documentais, provas testemunhais, depoimento pessoal do Reclamado, sob pena de
confesso, exames periciais, vistorias e demais provas em direito admitido.

Nesses Termos,
Pede Deferimento.

[Local], [dia] de [mês] de [ano].


[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]
Contestação em reclamação trabalhista - horas in itinere- horas extras

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ...... VARA DO TRABALHO DE .......

PROCESSO nº ......

......, devidamente inscrita no CNPJ/MF. sob o nº ......, por sua advogada bastante procuradores
subscritos, com escritório jurídico nesta cidade de ....../SP., na Rua ......, onde deverá receber notificações e
intimações, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, oferecer a presente

CONTESTAÇÃO,
nos autos do processo acima epigrafado e referente à Reclamação Trabalhista, que lhe promove ......,
já devidamente qualificado, e que tem seu regular trâmite perante esse r. Juízo e Secretaria respectiva,
aduzindo suas razões de fato e de direito a seguir:-

Dos Fatos
Ajuizou o reclamante a presente reclamatória, alegando, em síntese, ter sido admitido para prestar
serviços na função de trabalhador rural, na propriedade rural da reclamada nos períodos: de ...... de ...... de
...... a ...... de ...... de ...... para ......; e de ...... de ...... de ...... até ...... de ...... de ......, quando se afastou do
trabalho por motivo de doença, sendo esse período para a segunda reclamada, auferindo em média R$ ......
mensais pelos serviços prestados.
Que, cumpria jornada das ...... às ....../ ......, com intervalo de ...... (......) minutos de intervalo para
refeição e descanso, de segunda a sábado. Entretanto, não recebeu o correspondente à ausência da
concessão do intervalo previsto no artigo 71 da CLT. Ainda mais, que, laborando em dias de feriados,
recebeu-os de forma simples.
Alega ainda, que era transportado até ao local de trabalho por veículo fornecido pela reclamada, cujo
percurso utilizava em média ...... para ida e outra hora para volta, e que não recebeu o correspondente às
horas “in itinere”.
Na sequência, pretende o indenização patrimonial sob alegação de que sofreu acidente em data
de ....../....../......, tendo ficado impossibilitado permanentemente para o exercício de suas funções.
Fundamenta sua pretensão na alegação de que a reclamada deixou de recolher a contribuição
previdenciária referente aos períodos laborados, e que, por essa razão, o reclamante teve o benefício
previdenciário negado.
Finalizando, pretende ainda, haver indenização a título de danos morais, sob alegação de que
restando impossibilitado de trabalhar e prover seu sustento, passou a depender da caridade e ajuda de
terceiros, o que lhe trouxe sequelas de ordem psíquica.
Ainda, pelo mesmo motivo e sob o mesmo fundamento, pretende o provimento da antecipação de
tutela, para o fim de que seja a reclamada intimada a depositar em Juízo os salários, 13º salário, férias +
1/3 e recolhimento do FGTS, desde a data do afastamento até o ajuizamento da ação.
Pretende assim, o deferimento da tutela antecipada, para que seja determinado a reclamada que
deposite em Juízo a quantia de R$ ......; e a condenação da reclamada nos seguintes pagamentos: INSS
referente aos períodos laborados; salários e 13º salário, férias + 1/3 e FGTS, enquanto perdurar a
impossibilidade laboral, a ser apurado em liquidação de sentença; horas extras acrescidas de 50% e
reflexos de referidas horas no aviso prévio, 13º salário, férias + 1/3, nos DSR´s, no recolhimento do FGTS
+ 40% e no recolhimento do INSS, referentes ao todos os contratos, num total de R$ ......;
alternativamente, pretende a condenação no pagamento do adicional de horas extras e seus reflexos sobre
as mesmas verbas, no valor de R$ ......; horas in itinere e reflexos no aviso prévio, 13º salário, férias + 1/3,
nos DSR´s, no recolhimento do FGTS + 40% e no recolhimento do INSS, referente a todos os contratos, no
valor de R$ ......; ...... diária, pelo descumprimento do artigo 71 da CLT, no valor de R$ ......; indenização
por danos morais equivalente a 300 (trezentas) vezes o salário base; aplicação do artigo 467 da CLT., além
da expedição de ofício ao INSS, requerendo, sob as penas do artigo 359, I e II do CPC., a apresentação em
Juízo das cópias dos holerites de pagamento, cartões ou livro de ponto, recibos de férias, 13° salário,
recibos de entrega de EPI, cópia do TRCT, da guia do Seguro Desemprego e demais documentos não
especificados.

INÉPCIA DA PETIÇÃO INICIAL

CARÊNCIA DE AÇÃO
Carece o reclamante da presente ação, de acordo com o disposto no artigo 3º do Código de Processo
Civil, devendo assim ser declarada, nos termos do artigo 267 do Código de Processo Civil, por lhe faltar
interesse e legitimidade para requerer a tutela jurisdicional, em razão de que em momento algum o
reclamante sofreu qualquer acidente de trabalho junto à reclamada, como alegado na peça inaugural.
No caso presente, o reclamante apenas alega a existência de um acidente, sem entretanto, comprovar
tal fato, eis que toda documentação trazida aos autos se refere a um benefício previdenciário (auxílio
doença), o qual, não indica qualquer incapacidade laboral total e permanente, como alegado.
Também alega, sem comprovar, que teve indeferido o seu pedido de “Benefício Previdenciário”, em
razão da ausência de recolhimentos correspondentes ao contrato de trabalho.
Com efeito, nenhuma prova carreou nesse sentido, eis que o despacho que negou a concessão do
referido benefício, tem como fundamento a ausência de carência de tempo de contribuição. Portanto, o
indeferimento tem diferente motivo daquele alegado pelo reclamante. Não se sustenta pois, sua tese, em
qualquer base documental.
O reclamante, ao ajuizar a presente reclamatória, procedeu de forma não condizente com as normas
do Direito Trabalhista Pátrio, uma vez que não ficou ali consignada a verdade real dos fatos, ao contrário,
utilizou-se o autor de fatos inexistentes, evasivos e sem qualquer arrimo jurídico, e, em consequência, não
provou nenhum dos fatos alegados.
Além disso, e de acordo com o artigo 818, da Consolidação das Leis do Trabalho, “A prova das
alegações, incumbe à parte que a fizer”.
Portanto, no caso presente o “ônus probandi” do suposto acidente de trabalho incumbe ao
reclamante que, já com a peça inaugural não trouxe sequer indícios da matéria fática alegada, o que seria
imperativo que fizesse, de acordo com julgados pacificados nos Tribunais Superiores, eis que:
“Ao autor incumbe provar o fato constitutivo e ao réu os fatos extintivos ou impeditivos, ou,
consoante antiga regra: o autor deve provar o fundamento de sua ação, e o réu o de sua exceção. Há sempre
um tipo legal para o fato constitutivo, conforme os elementos de que se compõe. Negado pelo réu o fato
constitutivo, contínua competindo ao autor a sua prova” (TJMT, Anais Fr. 19/203, apud Alexandre de
Paula, v. II/186).
Em que pese não ter trazido comprovação se suas alegações, o reclamante deixou de cumprir
especialmente os requisitos do artigo 282 do Código de Processo Civil.
Estão, pois, a desmerecer quaisquer créditos as assertivas do reclamante, posto que, claramente está
falseando com a verdade dos fatos, além do que pretende a indenização por dano patrimonial sem
qualquer suporte em documento hábil.
Avultam, pois, de toda procedência as preliminares invocadas, cuja decretação requer a Vossa
Excelência para tornar extintos os pedidos impugnados na preambular, sem julgamento do mérito, nos
termos do artigo 267, do Código de Processo Civil.
Finalmente, em razão de que as preliminares arguidas confundem-se com o próprio mérito, devendo
com ele ser apreciada e, pelo princípio da eventualidade e especificidade, contesta-se todo o pedido
meritório, sob a forma de verbas indevidas.
Efetivamente, o reclamante ativou-se na reclamada, segundo as datas de admissão e demissão
noticiadas na peça inaugural. Entretanto, a reclamada não possuía conhecimento oficial acerca de seu
afastamento por motivo de doença, e muito menos que seu pedido de benefício junto ao INSS fora
indeferido. Isso porque, o reclamante não encaminhou à reclamada atestado médico para justificar sua
ausência ao trabalho nos quinze (15) dias posteriores a 20/02/2004. Tal documento seria suficiente para
suspender o termo final do contrato por obra certa (12/03/2004), apenas no caso de haver, na sequência do
atestado, requerimento formal ao Órgão Previdenciário do benefício por incapacidade (auxílio doença).
Entretanto, de acordo com o consignado no documento de fls. 13, tal pedido somente foi elaborado
junto àquele órgão em data de ....../....../ ......, quando já encerrado o contrato por obra certa. De se ressaltar
ainda, que após a elaboração do mesmo, certo período de tempo foi demandado, para o envio ao escritório
central da reclamada a fim de fosse colhida à assinatura necessária.
De se salientar que o reclamante encaminhou referido documento diretamente ao escritório central
da reclamada na cidade de São Paulo, sem dar ciência ao administrador da reclamada, no local de
trabalho.
Na verdade, assim posta questão, resta patente que nenhuma razão assiste ao reclamante, uma vez
que quando do requerimento junto ao Órgão Previdenciário, seu contrato de trabalho com a reclamada já
era findo, não produzindo assim o requerimento, qualquer efeito para a suspensão do contrato, como
pretendido acintosamente pelo reclamante.
Portanto, não faz jus o reclamante a qualquer verba salarial decorrente de dito afastamento, não
importando tenha sido deferido ou não pelo Órgão Previdenciário.
Da mesma forma, e nessa mesma esteira, restam indevidas as verbas pleiteadas a título de 13º
salário, férias + 1/3 e FGTS + 40%, correspondentes ao período pleiteado.
Cumpre a reclamada impugnar especificamente o salário mensal noticiado na peça inaugural. Na
verdade, o reclamante mantinha com a reclamada um contrato de prestação de serviços por obra certa,
cuja remuneração foi estabelecida por tarefa, e poderá ser facilmente verificado através da documentação
encartada, que o reclamante percebia remuneração mensal variável.

DA JORNADA DE TRABALHO
O reclamante sempre laborou de segunda à sexta-feira, cumprindo jornada das ...... às ......, das ......
às ...... e das ...... às ......; Quanto ao intervalo para refeição, a reclamada esclarece a existência de dois,
das ...... às ...... e das ...... às ......, como é o costume no meio rural, sendo que o autor nunca laborou aos
sábados, domingos e feriados.
Observe-se que o reclamante sempre cumpriu as jornadas acima descritas. Esclarece que o próprio
autor anotava suas jornadas de trabalho, sendo que jamais se ativou em sobre-jornada de trabalho.
Portanto, incabível o pagamento de horas extras não efetivamente laboradas.
No que respeita à ausência de concessão de intervalo intrajornada, tem a reclamada a esclarecer que
tal alegação não reflete a realidade. Isso porque dito intervalo sempre foi cumprido conforme especificado
no item anterior, o qual era rigorosamente fiscalizado pela reclamada. Indevida assim, a condenação da
reclamada, por valores a que não faz jus o reclamante.
Entretanto, se deferidas eventuais diferenças de horas extras, o que se admite apenas por amor à
argumentação, o cálculo deverá limitar-se aos seguintes critérios: a) evolução salarial mensal do
reclamante; b) compensação de todas as verbas pagas, inclusive das horas extras e seus reflexos; c)
exclusão das parcelas não integrativas do salário; d) adicionais legais, normativos e convencionais, não
retroativamente; e) efetivação dos descontos referentes à Previdência - INSS e Tributário - IR; f) exclusão
dos dias efetivamente não trabalhados.
REFLEXOS DAS HORAS EXTRAS
Improcede o pedido de reflexos, pois demonstrado cabalmente a improcedência dos pedidos
trazidos à confronto, pelo princípio insculpido no art. 59 do CC. Não sendo devido o principal a mesma
sorte segue os reflexos e acessórios.

HORAS IN ITINERE
Repita-se, o reclamante não faz jus às horas extras, nem muito menos às famigeradas “ in itinere”, no
que o pedido vestibular é até mesmo inepto e malicioso.
No caso específico dos autos, afirma-se que a Fazenda-Reclamada situa-se em local de fácil acesso é
servida de linhas de ônibus e divisa com a cidade de Cristais Paulista, podendo o laborista chegar ao local
de trabalho até mesmo a pé.
Com efeito, situa-se ela em grande extensão na beira da pista asfáltica municipal, ali já sendo início
do cafezal da propriedade, sendo, obviamente, como já mencionado, servida por transporte público
regular, diariamente - ônibus - e em vários horários.
Não se encontra, portanto, de lugar desprovido de condução, não se trata de lugar de difícil acesso,
demandando menos de 15 minutos para cada percurso, não se aplicando, em consequência, o disposto na
Súmula nº 90 do E. TST.
De outra banda, para argumentar apenas, a mudança de interpretação da referida Súmula é patente e
se faz necessária e imperiosa, consoante já expressamente reconhecido e decidido pela MM. Vara de Franca
em outros processos, inclusive feitos de colheita de café em cidades circunvizinhas.
O benefício concedido pelo empregador à obreira não pode voltar-se contra ele, pois afronta “ao
elementar postulado da Boa Razão, e, com efeito, de desestímulo ao fornecimento de benefício ao
trabalhador”.
“-Não se cogita de horas “in itinere” quando o fornecimento da condução pelo empregador constitui
condição mais benéfica aos empregados para a prestação dos serviços, não se configurando a hipótese de
intermediação de mão-de-obra”. (Ac. da 2ª T. do TRT da 12ªR. - mv no mérito - RO 0712/92 - Rel. Juiz
Etelvino Baron - j. 12.04.93 - DJ SC - 14.05.93, p. 35 - in “Repertório IOB de Jurisp.”, 2ª quinzena de
junho/93 - nº 12, pág. 208, nº 2/7611).
Somente em casos excepcionais e excepcionalíssimos, hoje, serão deferidas horas “in itinere”, sob
pena de desestímulo a que os empregadores beneficiem os empregados, tudo na senda da mais nova e mais
justa orientação jurisprudencial sobre o tema e que se erigiu, inclusive e felizmente, nos novos Enunciados
específicos do C. TST sobre o assunto e com a modificação do Enunciado nº 90.
Portanto, não se reconhece o período de trabalho lançado e pretendido na exordial, bem como haja
horas extras e horas “in itinere” devidas, porquanto a Reclamante laborou em todo período de vínculo, nas
jornadas acima declinadas.
Também não faz jus o reclamante ao reconhecimento da rescisão indireta, uma vez que o reclamado
nenhum ato lesivo à continuidade do contrato de trabalho praticou. Muito pelo contrário pois que, se
algum ato prejudicial existir, esse haverá, certamente, que ser carreado à conta do reclamante, e não do
reclamado.
Nessa sequência, também resta indevido o pleito do reclamante quanto ao recebimento de reflexos
sobre aviso prévio, eis que não foi dispensado de suas funções e não faz jus à rescisão indireta de seu
contrato de trabalho.
Finalmente, pelo princípio da eventualidade e especificidade, contesta-se todo o pedido meritório,
especialmente o deferimento da tutela antecipada, para que seja determinado a reclamada que deposite em
Juízo a quantia de R$ ...... (salários do período de afastamento não deferido, 13º salário, férias + 1/3 e
FGTS), além da condenação ao pagamento dos demais valores, sob a forma de verbas indevidas: a
condenação da reclamada nos seguintes pagamentos: INSS referente aos períodos laborados; salários e 13º
salário, férias + 1/3 e FGTS, enquanto perdurar a impossibilidade laboral, a ser apurado em liquidação de
sentença; horas extras acrescidas de 50% e reflexos de referidas horas no aviso prévio, 13º salário, férias +
1/3, nos DSR´s, no recolhimento do FGTS + 40% e no recolhimento do INSS, referentes ao todos os
contratos, num total de R$ ......; alternativamente, pretende a condenação no pagamento do adicional de
horas extras e seus reflexos sobre as mesmas verbas, no valor de R$ ......; horas in itinere e reflexos no aviso
prévio, 13º salário, férias + 1/3, nos DSR´s, no recolhimento do FGTS + 40% e no recolhimento do INSS,
referente a todos os contratos, no valor de R$ ......; ......h diária, pelo descumprimento do artigo 71 da CLT,
no valor de R$ ......; indenização por danos morais equivalente a 300 (trezentas) vezes o salário base;
aplicação do artigo 467 da CLT., além da expedição de ofício ao INSS, requerendo, sob as penas do artigo
359, I e II do CPC., a apresentação em Juízo das cópias dos holerites de pagamento, cartões ou livro de
ponto, recibos de férias, 13° salário, recibos de entrega de EPI, cópia do TRCT, da guia do Seguro
Desemprego e demais documentos inespecificados.
Por fim, inaplicável na espécie sub judice o quanto disposto no artigo 467, parte final, da
Consolidação das Leis do Trabalho. Mesmo que, a final, sejam apuradas verbas devidas ao reclamante, o
que não admite a reclamada, mas que aduz a título de cautela processual, inexistem verbas devidas ao
reclamante, sendo que aquelas pleiteadas restaram devida e oportunamente impugnadas, posto que
contraditórias.
Ainda por cautela processual, deixa a reclamada impugnados os cálculos e valores constantes da
peça inaugural, por retratarem fatos totalmente em desacordo com a realidade havida, e que serão
fartamente demonstrados no curso da presente.
Ponto finalizando, cumpre ressaltar que o reclamante é, diante dos fatos que serão fartamente
comprovados, um litigante de má-fé posto que se atreve a buscar amparo judicial utilizando-se de fatos
totalmente inverídicos e claramente inverossímeis, literalmente alterando a verdade dos fatos em benefício
próprio e com vistas ao locupletamento ilícito.
Portanto, resta evidente o intuito de malícia, erro proposital e má-fé, porque a parte não pode jamais
ignorar o direito que exige. Por isso age de má-fé. E não foi por menos que o Código de Processo Civil tem
previsão, em seu artigo 16 e seguintes: “ responde por perdas e danos aquele que pleitear de má fé como
autor, réu ou interveniente”.
Ainda, conforme preceitua o artigo 17, inciso 1º, do mesmo Estatuto Processual, aplicado
subsidiariamente pelos artigos 8º e 869, da Consolidação das Leis do Trabalho: “reputa-se litigante de má-
fé quem deduzir pretensão. cuja falta de fundamento não possa razoavelmente desconhecer”.
Por isso, restando cabalmente demonstrada a pretensão do reclamante em alterar de forma
substancial a verdade dos fatos, mister que seja declarado litigante de má-fé, conforme o disposto no artigo
17, do Código de Processo Civil, e, invocando a aplicação do artigo 18, também do mesmo Diploma legal,
de aplicação subsidiária nesta Justiça Especializada, requer que seja condenado no pagamento de multa
indenizatória, cujo valor seja suficiente à cobertura dos honorários advocatícios que despendeu para a
defesa, além de todas as despesas que efetuar, a ser fixada por Vossa Excelência, de acordo com a
legislação em vigor, alcançando-se esses valores quando da liquidação por arbitramento na execução
sentencial.
Isto posto, requer o acolhimento da presente peça defensiva, para o fim de ser julgada totalmente
improcedente, tudo de acordo com as assertivas da presente peça de defesa, e, ante o princípio consagrado
da sucumbência, que seja o reclamante condenado no pagamento das custas e despesas processuais e
honorários advocatícios.
Protesta e requer lhe seja permitido provar o alegado por todos os meios de provas em direito
admitidos, mesmo que não expressamente previstos na legislação em vigor, desde que não contrários à
moral e aos bons costumes, e, em especial, pelo depoimento pessoal do reclamante, sob pena de confesso,
juntada de novos documentos, oitiva de testemunhas, perícias, vistorias e tudo mais que se fizer
necessário.
Nestes termos, esperando pelo acolhimento e juntada da presente peça defensiva com os
documentos que a acompanha,

Respeitosamente,

Nesses Termos,
Pede Deferimento.

[Local], [dia] de [mês] de [ano].

[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]
Petição com Pedido de dilação de prazo

Excelentíssimo (a) Senhor (a) Doutor (a) Juiz (a) do Trabalho da vara de (cidade)/ (Estado)

Processo número: …....................


(em fase de execução)

…............ (nome do exequente), nos autos da Reclamatória Trabalhista que move contra a …............
(nome do executado), processo em epígrafe, atendendo ao vosso despacho de fls., vem, respeitosamente,
requerer dilação do prazo para apresentar os cálculos de liquidação de sentença, pois trata-se de matéria
técnica de alta complexidade.

Nesses Termos,
Pede Deferimento.

[Local], [dia] de [mês] de [ano].

[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]
Contrarrazões de apelação pugnando-se pela manutenção de decisão que concedeu o direito de obter a
Certidão de Tempo de Serviço Rural para contagem de tempo de serviço para aposentadoria.

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA CÍVEL DA COMARCA DE ....., ESTADO DO .....

AUTOS Nº .....

....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º
....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de
seu (sua) advogado(a) e bastante procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional
sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe notificações e intimações, vem mui
respeitosamente, nos autos em que colide com ....., à presença de Vossa Excelência apresentar

CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO
pelos motivos que seguem anexos, requerendo, para tanto, a posterior remessa ao Egrégio Tribunal
competente.

Nesses Termos,
Pede Deferimento.

[Local], [dia] de [mês] de [ano].

[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ....

ORIGEM: Autos sob n.º .... - ....ª Vara Cível da Comarca de ....
Apelante: ....
Apelados: .... e outros

....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º
....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de
seu (sua) advogado(a) e bastante procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional
sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe notificações e intimações, vem mui
respeitosamente, nos autos em que colide com ....., à presença de Vossa Excelência apresentar
CONTRA-RAZÕES DE APELAÇÃO
pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.

CONTRA-RAZÕES
Colenda Corte
Eméritos julgadores
DOS FATOS
“Data vênia”, a respeitável decisão ora acatada, não merece reforma no que se referem as alegações
do recorrente, eis que foi prolatada com fulcro nas normas atinentes ao direito que disciplina o assunto
enfocado na inicial.
Ao tomar conhecimento da R. sentença, o recorrente através da Carta nº ........ de ..../.../..., solicitou o
comparecimento da recorrida ao setor de JÁ a fim de se submeter a entrevista e preencher o requerimento
de justificação administrativa (Doc. 01), no que foi atendido pela recorrida em .../..../..., com a apresentação
de toda a documentação necessária para o processamento desta JA.
Às fls. .... da apelação do INSS, a procuradora que a subscreveu, faz referência ao que estabelece a
OS 590, ou seja que o documento da terra estivesse em seu nome, absurda portanto esta exigência sendo
que na época a recorrida tinha apenas doze anos de idade, e segundo o que dispõe o artigo 6o do nosso
C.C, absolutamente incapaz para exercer qualquer atividade civil.
O pedido de JA, depois de devidamente instruído com a documentação de que trata o item 1,
subitem 1.1, alíneas ‘a’ a ‘e’ da OS 590, foi remetido ao Posto do INSS em ............./......, em .../.../..., através
do Boletim de Remessa de Documentos e Processos (BRDP) n0....../....., para a oitiva das testemunhas
residentes na cidade de ......../.........

DO DIREITO
Nesta oportunidade, os Eméritos Julgadores jamais poderão aceitar o que pretende o apelante, pois
contrariamente estarão concorrendo para que a Previdência Social prossiga seu nefasto intento de negar
insistentemente o direito dos que labutam na lavoura, com exigências absurdas e ilegais, como a acima
citada.

DOS PEDIDOS
Diante do exposto, a súplica é no sentido de que a r. sentença atacada, seja integralmente confirma
por esta Egrégia Corte, no sentido de que se faça a necessária JUSTIÇA.

Nesses Termos,
Pede Deferimento.

[Local], [dia] de [mês] de [ano].

[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]
Declaratória - pedido de aposentadoria - trabalhador rural - comprovação do tempo de serviço

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA .... VARA CÍVEL DA COMARCA DE .... ESTADO DO ....

...., (qualificação), portador do CPF/MF nº ...., residente e domiciliado em ...., Município de ...., vêm,
à presença de Vossa Excelência, muito respeitosamente, por seu advogado e procurador (instrumento
procuratório incluso), para propor a presente:

AÇÃO DECLARATÓRIA DE TEMPO DE SERVIÇO


em face do INSTITUTO NACIONAL DE SEGURIDADE SOCIAL (INSS), Autarquia Federal, com sede
Regional na Rua .... nº ...., Bairro ...., na Cidade de ...., onde deverá ser citado, através da Procuradoria
Regional, pelos seguintes fatos e fundamentos:

1 - DOS FATOS
1. A Constituição Federal de 88, ao outorgar uma relativa igualdade entre trabalhadores urbanos e
rurais, abriu espaço até para aquele trabalhador que tivesse exercido atividade rural comprovadamente,
mesmo tendo deslocando-se para o setor urbano, para que pudesse computar o tempo dessa atividade para
fins de aposentadoria.
O autor sempre exerceu atividade como trabalhador rural, sendo que este possuía uma área de terras
no Município de ...., como comprova a certidão do Registro de Imóveis desta Comarca (doca. inclusos),
onde nestas terras sempre desenvolveu atividade agrícola, como plantações de milho, feijão, soja e outros
cereais, além de possuir uma enorme quantidade de suínos comercializados para o abate, como comprova
as notas fiscais de compra e venda e também as notas fiscais de produtor em anexo.
2. O efetivo exercício desta atividade será provado através dos comprovantes de pagamento dos
impostos referentes à terra, como o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural, DARP, INCRA, ITR,
referente ao exercício de .... à ...., todos em anexo, depoimentos de testemunhas, para que, ao final, seja
declarado por sentença, ser verdadeiro o alegado e que tal tempo é computável como tempo de serviço
para fins previdenciários;
3. Tem-se a disposição tanto a prova testemunhal, quanto a prova documental abundante. E é
justamente este aspecto que faz com que se recorra ao Judiciário, eis que o Recorrido se negou a aceitar o
pedido em questão, alegando o não enquadramento do requerente como trabalhador rural, porque alguns
documentos estão em nome de terceiro, genro do recursante, como consta no termo de decisão expedido
pelo Ministério da Previdência Social. Ora, Excelência, o requerente sempre exerceu atividade como
trabalhador rural, em regime de economia familiar, com alguns de seus filhos e genros, sendo, desta
maneira, normal ter constado alguns documentos em nome de um genro.

2 - DO DIREITO
4. A pretensão está dentro dos limites estabelecidos pelo artigo 5º, inciso I do Código de Processo
Civil, eis que se quer ver declarada a existência de relação jurídica, especialmente em relação à
previdência social;
5. Importante é frisar que em nosso regime processual qualquer tipo de prova presta-se para formar a
convicção do julgador, desde que não obtida por meio defeso em Lei. Nossa Doutrina, no magistério de
MOACIR AMARAL DOS SANTOS (In Comentários do Código de Processo Civil, Forense, 4º Volume,
páginas 254/255), ensina que há situação em que é impossível a prova escrita e que esta impossibilidade
pode ser moral ou material;
6. Nestes casos, diz a Doutrina, pode o interessado socorrer-se de prova meramente testemunhal, eis
que estaremos diante da ocorrência da força maior.
Neste sentido, é importante salientar, que dispositivos da Lei permitem a celebração de contratos
tácitos, não instrumentalizados. Expressamente, destaque-se o Estatuto da Terra, em seu artigo 93,
Parágrafo 8º, e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
7. Em matéria de Direito Previdenciário, toda a nossa Legislação está posta no sentido de que a prova
meramente testemunhal não é aceita para as justificações judiciais e administrativas. Ora, a justificação
administrativa vem disciplinada na Lei previdenciária, eis que dirigida internamente ao uso da autarquia e
processada por seus servidores. De sua vez, a justificação judicial encontra disciplina a partir do artigo 861
do Código de Processo Civil, sendo discutível a sua submissão a regras editadas pela lei previdenciária.
8. Mas note-se que a Lei cuidou para que a exceção apenas atingisse as justificações, deixando para
o Código de Processo Civil disciplinar o regime da prova para os procedimentos judiciais em geral. E a
regra tem sentido, é que as justificações são procedimentos ditos graciosos, onde sequer as testemunhas
são submetidas ao juramento de falar a verdade. Em tais procedimentos, o Juiz meramente homologa a
forma final, sem se manifestar sobre o mérito da matéria.
trariamente, nas ações de cunho ordinário, onde a cognição é plena, há o princípio do contraditório,
o compromisso das testemunhas e ao final uma decisão passível de ser recorrida e reexaminada em
instância superior. Daí, não ser autorizada a oposição de quem põe todos os tipos de procedimento judicial
na vala comum, para negar a possibilidade probatória, testemunhal, tanto num quanto no outro.
10. A Jurisprudência assim se manifesta:

(Elencar a jurisprudência)

Superior Tribunal de Justiça


(elencar a jurisprudência neste espaço)

11. No caso em tela, além da vigorosa prova testemunhal, a ser produzida, são acostados
documentos comprobatórios da relação que se quer ver declarada.
12. Assim, com respaldo na Doutrina, Jurisprudência e prova produzida, quer ver Declarado por
Sentença O TEMPO DE SERVIÇO já descrito, nas lides agrícolas, como capinas, roçadas, plantio, colheita,
aração, criação e manejo de animais, entre outras atividades.
Esta ação está fulcrada no Artigo 4º, inciso I, do Código de Processo Civil, combinado com os artigos
202, parágrafo 2º; 109, parágrafo 3º, ambos da Constituição Federal, e, ainda, os artigos 94, inciso I; 95,
inciso V, da Lei nº 8.213/91, combinado com os artigos 58, inciso I; 192; 198, “caput” e 200, inciso V, do
Decreto-Lei nº 357/91.

3 - DO PROCEDIMENTO
O procedimento deverá ser sumário de acordo com o artigo 275, inciso I do Código de Processo
Civil, artigo 128 e 134 da Lei nº 8.213/91, 264 do Decreto Lei nº 357/91, e artigo 55, inciso V, da Lei nº
8.213/91.

4 - DO REQUERIMENTO
FACE AO EXPOSTO, é esta para vir à presença de Vossa Excelência, para requerer seja ordenada a
citação do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social), na pessoa de seu representante legal, no
endereço declinado no início desta, para vir responder aos termos da presente Ação, sob a pena de revelia
e confissão do alegado.
Requer seja determinada a intervenção do Ilustre Representante do Ministério Público, para
manifestar-se, querendo, sob o presente feito e acompanhar a todos os atos até final decisão.
Protesta pela produção de provas em direito admitidas, desde já requerendo a juntada dos inclusos
documentos, ouvida das testemunhas, cujo rol acompanha a presente e depoimento pessoal das partes
envolvidas.
Requer-se e ao final, seja a presente Ação julgada PROCEDENTE e através de sentença declarar a
certeza da existência de relações jurídicas de trabalho, em regime de economia familiar do Requerente.
Requer-se, ainda, por fim, seja o Requerido condenado ao pagamento das custas e honorários
advocatícios, a serem fixados por Vossa Excelência e demais cominações de direito.
Dá-se à causa o valor inestimável e para efeitos fiscais de R$ .... (....).

Nesses Termos,
Pede Deferimento.

[Local], [dia] de [mês] de [ano].

[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]

ROL DE TESTEMUNHAS:
a) ...., (qualificação), residente e domiciliado na Rua .... nº ...., na Cidade de ...., Estado do ....;
b) ...., (qualificação), residente e domiciliado na Rua .... nº ...., na Cidade de ...., Estado do ....;
Ação rescisória com fundamento na prescrição

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DR. JUIZ PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO


TRABALHO DA _____ REGIÃO.

_______________ (Nome e endereço) vem, por seu advogado, que abaixo subscreve, ajuizar ação
rescisória contra (nome, qualificação e endereço), conforme expõe, para a final pedir:
1. O requerente instrui a inicial com os documentos a seguir arrolados, constantes dos autores da
decisão rescindenda.
2. (Resumo da contenda) (resumir as circunstâncias fáticas e jurídicas do feito combatido).
3. (Prescrição) (arguir a prescrição integral e/ou bienal, com base na lei, jurisprudência e doutrina).
4. (Prova) O autor protesta pela juntada dos documentos cujo rol apresenta na inicial e pelo
depoimento do requerido.
(Conclusão) Requer, assim, a citação do réu para oferecer sua contestação e, a final, que se julgue
procedente a ação para rescindir-se a decisão originária.
Dá-se à causa o valor de R$ 000,00 (após colocar o valor em numerais, escrever o valor por extenso
entre parênteses).

Nesses Termos,
E. Deferimento
João Pessoa, 09 de março de 2084
[Local], [dia] de [mês] de [ano]

- ASSINATURA -
Nome do Advogado
OAB/XX 00.000
Ação rescisória com pedido de liminar, ante ao dolo da parte contrária

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL


DO TRABALHO DA _____ REGIÃO

....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º
....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de
seu (sua) advogado(a) e bastante procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional
sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe notificações e intimações, vem mui
respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor

AÇÃO RESCISÓRIA COM PEDIDO LIMINAR

em face de
....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º
....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., pelos motivos de fato
e de direito a seguir aduzidos.

PRELIMINARMENTE
DA TEMPESTIVIDADE

O art. 495 do Código de Processo Civil limita o prazo para propositura da rescisória nos dois anos
subseqüentes ao trânsito em julgado da decisão.
A r. sentença rescindenda, prolatada pelo MM. Juízo da Vara do Trabalho de ...., em ...., transitou em
julgado em ....., de conformidade com a certidão anexa. Sendo assim, a propositura da presente Ação
Rescisória é tempestiva.

DO MÉRITO

DOS FATOS
O resultado da demanda, representado pela prestação jurisdicional entregue com a r. sentença
rescindenda – documento n.º 1 –, foi alcançado pelo reclamante, ora requerido, como resultado de dolo
processual que influiu no convencimento do ilustre Magistrado e o conduziu a proferir a decisão atacada.
Dentre os documentos que instruem a inicial da RT, consta cópia da folha ....da CTPS do requerido –
à folha .... –, em cujo contrato de trabalho lavrado em 01/10/2001 figura o endereço do autor como sendo
na....., que foi informado pelo requerido na inicial da RT e para onde foi enviado o aviso postal com a
notificação da propositura daquela ação e intimação para a audiência.
Apesar de o contrato de trabalho registrar o endereço do autor na ...., o seu endereço à época da
prestação laboral do requerido era na ..... Por essa razão, consta o endereço correto do autor do Termo de
Rescisão de Contrato de Trabalho – TRCT e da Guia de Recolhimento Rescisório do FGTS e da
Contribuição Social – GRFC, documentos que também instruem a inicial da RT – às folhas 14 e 15,
respectivamente.
Considerando que o destino não corresponde ao endereço residencial ou profissional do autor, a
notificação não foi por ele recebida, tendo como resultado a revelia declarada na a r. sentença rescindenda.
Como se demonstrará adiante, era de ciência do requerido que o endereço do autor era diferente do
declinado na sua RT.
Observe-se a anotação do Correio no Comprovante de Entrega da notificação, no qual o funcionário
da ECT assinalou Recusado, datando 09/04/2002, e apôs rubrica não identificada. Anote-se, ainda, que o
Correio devolveu a Carta de Intimação da sentença de n.º ..... à VT de ....com a anotação Mudou-se.
Considerando que o ato do agente do Correio não se reveste de fé pública, não se lhe pode atribuir
presunção de veracidade, uma vez que, no caso em tela, o autor não ocupa para qualquer fim nenhum
imóvel situado na ......
O reclamante, intimado para fornecer o endereço atual do intimando – certidão à folha 32 dos autos
da RT –, reforça a informação de que o endereço do ora autor é o mesmo anotado na inicial, mas pede que
a intimação da decisão seja conduzida por Oficial de Justiça – folha 35 da RT.
Com o deferimento do pedido, expediu-se Carta Precatória Intimatória enviada para cumprimento à
Justiça do Trabalho de Cascavel.
Através da diligência do Oficial de Justiça na deprecata, o autor teve conhecimento da RT que em
seu desfavor moveu o requerido perante a Vara do Trabalho de .....
Na oportunidade da diligência intimatória, o Oficial de Justiça Avaliador ..... certifica que intimou o
reclamado na pessoa do Sr. ...., na ...., situada na .... em ..... Certifica, textualmente, que “O endereço
constante no AR como .... é um antigo endereço do Sr. .....Atualmente todas as diligências são sempre
feitas na ......”
Comprovado está, com a observação dos documentos acostados à RT pelo reclamante e da certidão
da Carta Precatória, que o requerido, antes da propositura da RT, tinha conhecimento de que o endereço do
autor é na ...... Exsurge o dolo processual autorizador da rescisão por ter feito o reclamante seguir o
processo sabedor do fato que levou à revelia declarada.

1. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA
Tendo em consideração que a revelia declarada na sentença rescindenda faz coisa julgada material e
que o autor deve suportar a execução do julgado, o que lhe ocasionará prejuízos irreversíveis face à
impossibilidade de reaver o que eventualmente tiver de pagar ou lhe for expropriado, é coerente que lhe
seja deferida a antecipação parcial dos efeitos da sentença, ao menos para suspender a execução da
rescindenda enquanto esse e. TRT não julgar esta Ação.
A impossibilidade de reaver o que for pago ao requerido, no caso da execução do julgado, confirma a
imediatidade do pedido de antecipação dos efeitos da tutela pretendida, uma vez que se trata o requerido
de operador de máquinas, conforme sua qualificação preambular na RT.
Tendo em consideração que a sentença rescindenda resulta de dolo processual, o que o exame das
folhas da própria RT apontadas revela sem sombra de dúvida, emerge a plausibilidade do deferimento da
antecipação pretendida.
Anote-se que, além da execução das verbas trabalhistas, a sentença rescindenda determina, nas 48
horas do trânsito em julgado, comunicação à Delegacia Regional do Trabalho e ao INSS, para aplicação da
multa do art. 39, § único, da CLT, o que aumentará o montante do prejuízo do autor, no caso de
prosseguimento da execução do julgado.
Presentes os requisitos autorizadores da concessão da antecipação da tutela, conforme interpretação
do primeiro inciso do art. 273, do CPC, e ante o iminente risco de dano irreparável que pode advir da
execução daquela sentença rescindenda, deve ser deferido o pedido de antecipação da tutela, para
suspender a execução do julgado até decisão desta Rescisória.
DO DIREITO
A base legal para esta Ação Rescisória é o inciso III do Art. 485, do CPC, que estabelece:
“Art. 485. A sentença de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
III – resultar de dolo da parte vencedora em detrimento da parte vencida, ou de colusão entre as
partes, a fim de fraudar a lei;”
Efetivamente, praticou aquele reclamante, ora requerido, o dolo processual representado por má-fé e
deslealdade, conduzindo o i. Julgador a decisão equivocada que enseja sua rescisão através deste
procedimento.
Deve-se considerar, ademais, que o ato do funcionário dos Correios não se presume revestido da fé
pública como o ato do Oficial de Justiça e, por tal razão, perfeitamente resolúvel ante a prova que o
desconstitui.
Esclarece o autor que optou pela Ação Rescisória em detrimento da oposição de Recurso Ordinário
porque sua atual condição econômica não lhe permite manter depositado o vultoso valor durante o tempo
do julgamento do RO. De qualquer modo, o ajuizamento da rescisória não prescinde, o que se concede ad
argumentandum, do esgotamento da instância recursal.

CONCLUSÃO
Da exposição precedente e frente aos documentos apresentados, conclui o autor que:
· esta Ação Rescisória deve ser recebida e processada porque está conforme com os requisitos legais;
· o requerido informou ao Juízo da Vara do Trabalho de .....endereço que sabia não ser o do autor, o
que ocasionou a revelia, como resultado da falta do recebimento da notificação. Observe-se, para tanto, o
TRCT e a GRFC, documentos que o próprio demandado juntou à sua RT, dos quais constam endereço
correto do autor;
· a informação do funcionário dos Correios não goza de presunção de certeza e veracidade, cedendo
ante prova em contrário, uma vez que os atos desse agente não são revestidos de fé pública. Para tanto,
veja-se a certidão do Sr. Oficial de Justiça, quem constata que o endereço informado pelo requerido não
corresponde à realidade;
· a sentença foi obtida mediante o uso de subterfúgio processual que ocasionou a declaração da
revelia do autor, o que lhe causará prejuízos irreparáveis, no caso da execução do julgado;
· o risco de dano irreparável decorrente do seguimento da RT, com a execução da sentença, é
plausível e de consequências imediatas, dado que, antes mesmo da cobrança da verba trabalhista, o i. Juiz
determinou que se oficie aos órgãos administrativos, para imposição de multa ao autor;
· porque verificadas as condições exigidas, deve ser deferida ao autor, liminarmente, a antecipação
parcial dos efeitos da sentença desta Rescisória para, pelo menos sustar a execução da sentença
rescindenda.

DOS PEDIDOS
Em razão do exposto, requer se digne Vossa Excelência de:
a) antecipar em parte, mediante a concessão de liminar, os efeitos da sentença desta Ação Rescisória
para o fim específico de suspender a execução da sentença rescindenda, a fim de evitar dano irreparável
ou de difícil reparação, que está o autor na iminência de sofrer, comunicando-se a Vara do Trabalho de .....;
b) requisitar os autos da RT ..... da Vara do Trabalho de ....., promovida por....., para possibilitar a
esse e. TRT a constatação dos fatos pela apreciação dos originais dos autos do processo;
c) mandar citar o demandado, no endereço preambularmente declinado, para contestar, querendo,
os termos da presente Ação Rescisória, no prazo legal, sob pena de revelia;
d) autorizar a produção de provas por todos os meios permitidos em direito, inclusive o depoimento
pessoal do demandado, sob pena de confesso, admitida, ainda, a juntada de documentos e realização de
perícia, caso necessárias e, ainda, a ouvida de testemunhas;
Ultimada a fase probatória, com o parecer do Ministério Público, requer que Seção Especializada
julgue procedente os pedidos aduzidos na presente Ação, confirmando a liminar e rescindindo a r.
sentença hostilizada, declarando nulo o processo desde o momento processual anterior à audiência
conciliatória, garantindo ao autor o direito ao contraditório e à ampla defesa.
Pede, finalmente, a condenação do demandado ao pagamento das custas processuais, honorários
advocatícios, sendo o caso, e demais cominações legais, condenando-o, ainda, como litigante de má-fé,
pela omissão do endereço da parte adversa, o que configurou o dolo processual.

Dá-se à causa o valor de R$ 000,00 (valor por extenso)

Nesses Termos,
E. Deferimento
João Pessoa, 09 de março de 2084
[Local], [dia] de [mês] de [ano]

- ASSINATURA -
Nome do Advogado
OAB/XX 00.000
Espólio - crédito trabalhista - execução - suspensão através de medida cautelar - ação rescisória - erro
de fato não demonstrado

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Relator Dr. ........................ componente da Seção de Dissídios
Individuais do Tribunal Pleno do E. Tribunal Regional do Trabalho - ... Região.

................................, representado pela viuva meeira/inventariante,


Sra. .................................................., brasileira, viuva, do lar portadora da cédula de identidade residente e
domiciliada na Rua Dr. .........................................., por suas procuradoras judiciais infra-assinadas,
estabelecidas profissionalmente na Rua ..........................., Cj. ......................,, vem, com o respeitosamente,
interpor

AGRAVO REGIMENTAL
ante o despacho de fls. .... que concedeu a liminar nos autos de Medida Cautelar Inominada
n.º ............, com fulcro no disposto no art. 208 e seguinte do Regimento Interno do Tribunal Regional do
Trabalho da .... Região, pelos motivos que passa a expor:
01. Síntese processual
Em .../.../... a ........................... ingressou com uma Ação Rescisória (autuada sob o n.º ..........., em face
da r. sentença prolatada nos autos de reclamatória trabalhista n.º ........... em trâmite perante a ....Vara do
Trabalho de ............../....
Isto porque a mesma foi interposta contra a sentença dos autos de reclamatória trabalhista
n.º ................ da .... Vara do Trabalho de ............../.... e não contra o v. acórdão, que é a ultima decisão de
mérito do processo.

Nesta esteira:
“AÇÃO RESCISÓRIA - Ultima decisão de mérito - única possibilidade de cabimento.
A pretensão desconstitutiva formulada na ação rescisória que se dirigir sempre contra a ultima
decisão de mérito a analisar o tema no qual se funda a alegado erro e fato; pena de extinção do feito sem
julgamento de mérito por impossibilidade jurídica do pedido. Recurso ordinário conhecido e desprovido”.
(TST - Rec. Ordinário em Ag. de Regimento n. 624/92.0 - 3a. Reg. - Ac. 251/94 - SDI - unân. - Rel:
Min. Vantuil Abdala - Fonte: DJU I, 06.05.94, pág. 10646, “in” BONIJURIS24168)
“AÇÃO RESCISÓRIA - INÉPCIA da INICIAL configurada - Pedido de rescisão de decisão da JCJ,
substituída por ACÓRDÃO do TRT.
AÇÃO Rescisória - Inépcia da inicial - conseqüência. Considera-se inepta a petição inicial de ação
rescisória que pretende rescindir decisão proferida em primeiro grau, quando já substituída por decisão
prolatada pelo Tribunal Regional do Trabalho. Rescindível é a ultima decisão de mérito proferida nos autos
da demanda. Rescisória extinta”. (TRT - 10a. Reg. - AR-0297/95 - Ac. TP - unân. - Rel: Juiz Maurício S.
Neves Filho - Fonte: DJU III, 04.12.98, pág. 04, “in” BONIJURIS 27810).
“AÇÃO RESCISÓRIA - AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR - Substituição da decisão da JCJ por
ACÓRDÃO do TRT - Pedido de desconstituição da SENTENÇA - EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM
JULGAMENTO DO MÉRITO.
AÇÃO rescisória. Falta de interesse de agir. Substituída a decisão de primeiro grau pela do órgão “ad
quem”, a pretensão rescisória deve ser dirigida contra o v. acórdão. pois a sentença não mais existe como
ato decisório. Formulado pedido de desconstituição da sentença, manifesta a falta de interesse de agir.
Processo extinto, sem exame do mérito”.
(TRT - 9a. Reg. - AR00070/98 - JCJ J de Jacarezinho - Ac. SDI
I-04572/99 - unân. - Rel: Juiz Dirceu Pinto Júnior - Fonte:
DJPR, 26.02.99, pág. 382 - “in” BONIJURIS 27812).
“AÇÃO RESCISÓRIA - Caracterização APENAS DA ÚLTIMA DECISÃO COMO RESCINDÍVEL -
SENTENÇA ou ACÓRDÃO - ART. 512/CPC
Ação rescisória - Decisão rescindível. Rescindível será a sentença ou o acórdão, nunca ao mesmo
tempo, e sim a decisão que, por último, solucionou a lide de “meritis”, pois, dada a teoria da substituição
da sentença, formalmente perfilhada pelo art. 512, do CPC, o julgamento pelo Tribunal substituirá o
decisório de mérito recorrido, no que tiver sido objeto de recurso (COQUEIJO COSTA)”.
(trt - 24a Reg. - AR-0000022/94 - Ac. TP-0001690/95 - Rel: Juiz Amauri Rodrigues Pinto Júnior -
Fonte:DJMS, 19.05.95, “in”BONIJURIS 17428).
Por todo o exposto, requer seja revogado o despacho que concedeu a liminar, julgando-se a ação
rescisória e a medida cautelar inominada extintas sem julgamento do mérito, nos termos do artigo 267, VI
do Código de Processo Civil.

Mérito
01. Do despacho
a) violações legais
Impossível concordar com o despacho exarado às fls. ......, que deferiu a liminar, determinando a
suspensão da execução dos autos de reclamatória trabalhista n.º .........., em trâmite perante a ...a JCJ
de ............./......, até decisão final da ação rescisória.
Tal despacho violou flagrantemente dispositivos legais e a jurisprudência pátria, bem como os
princípios básicos norteadores do Processo do Trabalho. Senão, vejamos.
Dita expressamente o artigo 489 do Código de Processo Civil, que “a ação rescisória não suspende a
execução da sentença rescindenda”.
Ao comentar tal artigo, Nelson Nery Júnior e Rosa Maria Andrade Nery, “in” Código de Processo
Civil Comentado, 3a Edição, Editora Revista dos Tribunais, São Paulo, 1997, p. 707, ditam que:
Como se trata de medida excepcional, não se pode conceder cautelar para obstar a execução da
sentença ou acórdão rescindendo, com ofensa frontal ao CPC 489, senão quando a hipótese concreta
demonstrar uma quase liquidez e certeza da procedência do pedido rescisório. Exige-se mais do que o
mero ‘fumus boni juris’ ordinário, da ação cautelar convencional”.
Neste sentido:
Ação cautelar incidental - Ação rescisória - Reajustes salariais - A concessão de cautelar incidental a
rescisória, em face do disposto no artigo 489 do CPC, está condicionada a demonstração da quase certeza
da procedência do pleito principal. A falta de elementos quanto a esta premissa leva a improcedência da
ação”. (TST - AC 372500/1 997-0 - Ac. SBDI2 - unân. - Rel: Min. Carlos Alberto Reis de Paula - Fonte: DJU
I. 26.03.99, pág. 55, “in” BONIJURIS 28144).
A suspensão da execução através de liminar, como “in casu”, distancia-se do entendimento
dominante do próprio Tribunal Regional do Trabalho da ...a Região, que assim vem decidindo:
“AÇÃO RESCISÓRIA. SUSPENSÃO DE EXECUÇÃO. CAUTELAR. Nem mesmo através de ação
cautelar se pode obter a suspensão de execução de sentença. questionada pela interposição de ação
rescisória” (TRT-PR-MC 4/91 - Ac. TP 6.099/91 - Rel Juiz Ricardo Sampaio - DJPr. 20/09/1991).
“MEDIDA CAUTELAR INCIDENTAL EM AÇÃO RESISÓRIA. SUSPENSÃO DA Execução.
IMPOSSIBILIDADE - Se a ação rescisória sobre a qual incidiu a cautelar não tem o condão de suspender a
execução por força de lei (art. 489 do CPC), muito menos o terá a cautelar, ação dependente e de cunho
preparatório ou incidental. Não ocorrem, ‘in casu’. o ‘fumus boni juris’ e o ‘perículum in mora’, justamente
porque a pretensão de suspender a execução por via cautelar é obstada, por força de lei, à própria ação
rescisória-principal. Improcedência da medida cautelar com insubsistência da liminar concedida em
primeiro grau”.
(TRT-PR-MC 9/91 - Ac. TP 5.732/91 - Rel. designado Juiz Paulo Afonso Miranda Conti - DJPr.
06/09/1991).
Ato continuo, em ___/___/___ referida empresa ingressou com uma Medida Cautelar Inominada
(autuada sob o n.º __ ), com pedido de liminar para sustar a execução da reclamatória trabalhista
supracitada.
Tal liminar foi concedida através do despacho de fls. XX dos autos de Medida Cautelar n.º ________,
a qual resta atacada através do presente Agravo Regimental.

Preliminarmente
a) da admissibilidade do agravo regimental
O presente agravo deve ser conhecido, porque atende todos os pressupostos de admissibilidade.
Nos termos do artigo 208 e seu inciso III do Regimento Interno deste Tribunal Regional, cabe agravo
regimental “’do despacho que conceder ou denegar medida liminar”, no prazo de 05 (cinco) dias.
A tempestividade da presente peça processual pode ser atestada se observado que o aviso de
recebimento da notificação do despacho (fls. ...) não tinha sido juntado aos autos até a data da carga destes
(___/___/___ - fls. XX).
Assim, o prazo para a interposição do presente agravo regimental expira em ___/___/___ (__________-
feira).

Neste sentido:
“AGRAVO REGIMENTAL. Segundo o artigo 208, inciso II, do Regimento Interno do TRT da 9a
Região, o prazo para interposição de agravo regimental é de cinco dias. Esse prazo não se suspende nem se
interrompe por pedido de reconsideração da decisão que indeferiu a liminar em ação de segurança”. (TRT-
PR-ARL 22/97 - Ac. SDI2 26.653/97 - Rel. Juiz Luiz Eduardo Gunther - DJPr 26.09.1997).
b) inépcia da ação rescisória : näo
cabimento
Primeiramente, antes de se rebater o mérito do despacho que concedeu a liminar, convém ressaltar
que a Ação Rescisória certamente será extinta sem julgamento do mérito.
Ação cautelar nominada incidental. Ação rescisória. Suspensão da execução. Cassação de liminar
concessiva.
Sendo o objetivo do processo a paz social através do império da lei pela justa solução da lide e sendo
a execução de sentença transitada em julgado (art. 467 do CPC) definitiva (art. 587 do CPC), ainda que
proposta ação rescisória que não suspende a execução (art. 489 do CPC), seria implementar a ilegalidade
conceder efeito suspensivo em medida cautelar quando a lei veda à ação principal em respeito a coisa
julgada .
(TRT - 12a. Reg. - AT-CAU-001828/94 - Ac. SDC-000200/96 - unan. - Rel: Juiza Alveny de A.
Bittencourt - Reqte: Gráfica e Editora Brasil Ltda. - Reqdos: Carlos Alberto Marcelino e outros - Advs:
Gilson Patel Moraes e Sandra Andrade Lira de Oliveira - Fonte: DJSC, 14.03.96, pag. 73, “in” BONIJURIS
18053).
“MEDIDA CAUTELAR - AÇÃO RESCISÓRIA -SUSPENSÃO da EXECUÇÃO - Incabimento
0 Colendo Tribunal Superior do Trabalho tem decidido, reiteradamente, que a propositura de ação
rescisória não tem repercussão alguma na execução. Muito menos viável será, portanto, deferir a
suspensão da execução via medida cautelar inominada, visto que esta, como é cediço, é sempre
dependente da ação principal”.
(TRT - 24a. Reg. - AG-0035/96 - Ac. TP-2191/96 - maioria - Rel: Juiz David Balaniúc Júnior - j. em
04.09.96 - Fonte: D.IMS. 08.10.96, pág. 54). In BONIJURIS 19442
“Não se configurando a excepcionalidade da situação que justificaria o exercício do poder geral de
cautela, prevalece o princípio de que a Rescisória, por força do art. 489, do C. Pr. Civil, não suspende a
execução da sentença rescindenda.
AGRAVO REGIMENTAL desprovido.” (TRT - 3a. Reg. - ARG-
00069/94 - Ac. Seção Especializada - unan. - Rel: Aroldo Plínio
Gonçalves - Fonte: DJMG II, 20.01.95, pág. 21, Bonijuris Trabalhista n.º 16157).
“AÇÃO RESCISÓRIA - Inadmissibilidade de SUSPENSÃO da EXECUÇÃO através de MEDIDA
CAUTELAR - ART. 489/CPC “Suspensão da execução - Admitir-se suspensão da execução via ação
dependente de rescisória seria ferir o disposto no art. 489 do CPC. 0 processo cautelar não tem o condão de
inviabilizar o julgado em si. 0 Juiz é intérprete da lei e o seu entendimento, diverso daquele formalizado
pelo legislador ao editar a lei, não é bastante a ensejar ao mesmo decidir contra dispositivo legal expresso,
pois o interpretar não se confunde com o legislar, o qual a Constituição reserva ao Poder Legislativo”. (TRT
- 24a. Reg. - MC-0032/96 - Ac. TP-1655/97 - maioria - Rel: Juiza Daisy Vasques - j. em 16.07.97 - Fonte:
DJMS, 14.08.97, pág. 57, “in” BONIJURIS 21721).
MEDIDA CAUTELAR. EXECUÇÃO. AÇÃO RESCISÓRIA. A medida cautelar em ação rescisória não
pode sobrestar a execução, sob pena de se atingir fim defeso em lei por via obliqua”.
(TRT-PR-MC 13/92 - Ac. TP 3.665/93 - Rel. Juiz Tobias de Macedo Filho - DJPr. 16/04/1993).
MEDIDA CAUTELAR INCIDENTAL. AÇÃO RESCISÓRIA. Se a lei é taxativa no sentido de que a
Ação Rescisória não suspende a execução da sentença rescindenda (CP - arf. 489), não pode prosperar
Ação Cautelar visando, exatamente, o descumprimento da lei”.
(TRT-PR-MC 6/91 - Ac. TP 2.963/91 - Rel. Juiz Paulo Afonso Miranda Conti - DJPr. 17/05/1991).
A mais alta Corte Trabalhista também comunga deste entendimento:
“Com efeito, a ação rescisória não suspende a execução da sentença rescindenda (CPC, art. 489). Se
a propositura da rescisória não suspende a execucão do iulgado de que se visa a desconstituição é
sintomático que não se permita possa uma ação cautelar incidental produzir efeito suspensivo que a lei
veda à própria ação principal em razão da autoridade da ‘res iudicata’. “
(TST - RQ-MC-68.942/93.1 - 6a. R g. Ac. SDI-1.553/94 - unan. - Rel: Min. Armando de Brito - Fonte:
DJU l, 01.07.94, pág. 17737, “in” Bonijuris Trabalhista n.º 14292).
“A concessão de Medida Cautelar em Ação Rescisória, para estancar fluxo da execução do comando
sentencial rescindendo, implica em interver, por via oblíqua, o preceito proibitivo do artigo 489 do Código
de Processo Civil: ‘A ação rescisória não suspende a execução da sentença rescindenda’
- RO-AC-824/84, RO-MC-1332&90.8”..
(TST - RO-MC-68944/93.6 - 2a. Reg. - Ac. SDI-520/94 - unan.
- Rel: Min. Cnéa Moreira - Fonte: DJU I, 29.04.94, pág. 9814,
“in” BONIJURIS 13412).
Importante salientar, ainda, que o despacho judicial ora atacado, inobservou o disposto no artigo 5
da Lei de Introdução ao Código Civil, que determina que na aplicação da lei, o “Juiz atenderá aos fins
sociais a que ela se dirige e as exigências do bem comum”.
Afinal, para salvaguardar o direito patrimonial de uma empresa (que por longos anos sonegou
direitos de seu ex empregado), foi determinada a suspensão da execução de uma reclamatória trabalhista,
cujas verbas deferidas são de natureza alimentar.
Registre-se que o crédito trabalhista constitui fonte de subsistência do trabalhador e, nesse caso, de
sua família, já que se trata de espólio.
A toda evidência, o fim social da lei não foi preservado, pois a obstaculização do bem penhorado ser
levado a leilão, retarda a execução do julgado e, via de consequência, pretere por muito mais tempo e
solvimento do litígio.
Nesta esteira, analogicamente e destacando os preceitos constitucionais (artigos 7, 100 e 114 da
atual Constituição Federal), também aqui aplicáveis:
BEM DE FAMILIA. CRÉDITO TRABALHISTA. 0 objetivo da Lei 8.009/90 é proteger o bem de família,
mas não o devedor inadimplente que busca se esquivar através do dispositivo legal do cumprimento de
suas obrigações. Como inequivocamente vislumbra-se no caso dos autos. Alias, o crédito trabalhista. por
ser de natureza alimentar e portanto, garantido constitucionalmente encontra-se protegido acima do bem
de família, que está constituído em lei infraconstitucional.
É o que se denota dos artigos T, 100 e 114 da atual Constituição Federal”. (TRT-PR-AP 2.028/97 - ac.
5 T 5.425/98 - Rel. Juiz Antonio Lucio Zarantonello, DJPr 20. 03. 1 998).
Não é demais lembrar que o empregado já é falecido e quem defende seus interesses é o espólio. Ou
ainda, em outras palavras: restou reconhecido pela r. sentença que inúmeros direitos trabalhistas do
Sr. .......................... foram sonegados.
Como se não bastasse, a decisão de segundo grau estendeu tal reconhecimento, ou seja, acresceu a
condenação parcelas devidas e não pagas ao longo de seu contrato de trabalho e também não enquanto o
Sr. ................ era vivo.
Até quando a ................................. LTDA., vai tentar esquivar-se de seus deveres? Até quando e de
quantos remédios inoportunos e inadequados tentará se valer para retardar o adimplemento de suas
obrigações?
Isto sim é absurdo! Não sendo demais registrar que a manutenção do deferimento desta liminar
estará afrontando diretamente dispositivos constitucionais.
Sob outro prisma, os elementos insertos no artigo 798 do Código de Processo Civil, também não
restaram provados pela impetrante.
E neste diapasão, novamente registra-se que a “lesão grave” e de “difícil reparação” é aquela que a
empresa vem gerando aos herdeiros e sucessores de seu ex empregado: preteri-los do pagamento da verba
alimentar, incontroversamente devida!
Inobstante tal fato, rebate-se a liminar deferida, impugnando seus elementos essenciais, ante sua
inadequação e também inexistência de prova. Senão vejamos:

b) “fumus boni juris”


É sabido que para que a parte possa obter a tutela cautelar, precisa comprovar a existência da
plausibilidade do direito por ela afirmado (“fumus boni juris”) e a irreparabilidade ou difícil reparação
desse direito (“periculum in mora”), caso se tenha de aguardar o trâmite normal do processo.
Ademais, conforme transcrito no item acima,
Nelson Nery Junior e Rosa Maria Andrade Nery com absoluta propriedade afirmam que para a
concessão de liminar que obste a execução de sentença, há que se demonstrar uma quase liquidez e
certeza da procedência do pedido rescisório, exigindo-se mais do que o mero fumus boni juris’ ordinário,
da ação cautelar convencional.

Neste sentido:
“AÇAO CAUTELAR. IMPROCEDENCIA. Improsperável se revela a medida cautelar intentada,
incidentalmente à ação rescisória, em que se pretende suspender os atos da execução, sem demonstração
convincente da presença do ‘periculum in mora’ e do ‘fumus iuris’. 0 credor tem em seu favor título
judicial transitado em julgado, cuja execução, nos termos do art. 489 do CPC, não resta prejudicada pelo
ingresso da rescisória” (TRT-PR-MC 4/95 - Ac. SE 16.134/95 - Rel. Juiz Euclides Alcides Rocha - DJPr.
23/06/1995).
MEDIDA CAUTELAR. PRESSUPOSTOS DE CABIMENTO. 0 cabimento da medida cautelar para
sustar os efeitos da coisa julgada, pressupõe certeza de bom direito e risco de seu perecimento
configurados de forma irretorquível”.
(TRT-PR-MS 10/92 - Ac. TP 6.641/92 - Rel. Juiz Pedro Ribeiro Tavares - DJPr. 28/08/1992).
“MEDIDA CAUTELAR. ACÃO RESCISÓRIA. PRESSUPOSTOS. A tutela cautelar só é aceitável, em
face da rescisória, quando o caso concreto afigura-se altamente excepcional e grave, reunindo os
pressupostos autorizadores da medida (‘fumus boni juris’ e ‘periculum in mora’) e, mesmo assim, desde
que o julgador se convença que o prosseguimento do ato executado possa se tornar ineficaz ou inoperante
a sentença do principal, na hipótese de êxito, sob pena de se subverter a norma inscrita no art. 489 do CPC
e, até mesmo, imprimir efeito suspensivo a titulo executivo transitado em julgado. Medida cautelar que se
julga improcedente”.
(TRT-PR-MC 1/92 - Ac. TP 8.963/92 - Rel. Juiz Pretextato Pennafort Taborda Ribas Netto - DJPr.
20/11/1992).
“AGRAVO REGIMENTAL. Desmerece prosperar pretensão de liminar suspensiva da execução, em
ação cautelar, quando indemonstrada inequívoca e convenientemente a presença de ‘periculum in mora’ e
plausibilidade de sucesso na ação rescisória proposta.” Obs: EMENTA DE IGUAL TEOR NO ACÓRDÃO
16.131/95, MESMO RELATOR (TRT-PR-ARL 16/95 - Ac. SE 16.132/95 - Rel. Juiz Euclides Alcides Rocha -
DJPr. 23/06/1995).
Todavia, de uma análise mais detalhada dos presentes autos, tem-se que não existe qualquer indício,
“fumaça” ou muito menos, certeza do direito do postulante da medida cautelar, razão pela qual se faz
imperiosa a revogação do despacho que deferiu a liminar.
É o que requer.
c) “periculum in mora”
A ................... ao propor a media cautelar inominada n.º .............., asseverou que:
“É certo que o prosseguimento da execução no processo trabalhista causará à requerente lesão grave
e de difícil reparação, já que a venda em hasta pública avilta o valor do bem e, havendo a rescisão da
sentença, não há possibilidade de se retomar ao ‘status quo ante’ e certamente o réu não terá recursos para
indenizar a requerente o prejuízo que Ihe causar”
(fls. 14 - item 20).
Conforme noticiado alhures, o crédito trabalhista tem caráter alimentar.
É risível a situação, para não dizer vexatória: a própria empresa que durante anos sonegou de seu
empregado a quantia hoje equivalente a mais de R$ ........................, reconhece que certamente o réu não
terá recursos para indenizar a requerente”.
Ora, é evidente que uma família pobre, cujo chefe faleceu há pouco, e quando vivo, laborava de sol a
sol sem receber sequer a devida e justa contraprestação, não tenha condições de pagar R$
....................a ......................
E mais: durante todos os meses do pacto laboral, onde dia a dia a empregadora deixava de pagar
corretamente a remuneração do obreiro, jamais a ela pensou que talvez seu empregado não tivesse
condições sequer de sustentar-se a si e a própria família.
Curiosa é a interpretação do “periculum in mora” dada pela proponente da medida cautelar: a
empresa não pode ter seu imóvel leiloado para saldar dívida trabalhista, cujos valores já são
incontroversos.
Em contrapartida, a pobre família que depende deste dinheiro para sua sobrevivência pode esperar
mais - e sabe-se lá até quando - , sem uma vida digna, sem conforto, lazer, saúde, educação. comida etc.
Ao tomar conhecimento da proximidade do leilão. a empresa apressou-se em entrar com várias
medidas judiciais para sustá-lo. Pressa esta que jamais demonstrou nas várias oportunidades que teve para
quitar sua dívida com o Sr. ........................ ou sua família.
Assim, entendemos que o “periculum in mora” está presente nestes autos e de forma muito clara, na
medida em que o imóvel deve ser imediatamente leiloado para prover os alimentos de toda uma família e
não para injustamente favorecer a devedora.
É neste sentido que se espera seja analisada a questão:
MEDIDA CAUTELAR. REQUISITOS - Somente a presença simultânea dos requisitos do art. 798, do
CPC, autorizaria a concessão da cautela. Ausente e não provado o ‘periculum in mora’, a medida cautelar
não poderia ter sido concedida, mormente em se tratando de caráter satisfativo. Sentença que se confirma.
Recurso a que se nega provimento” (TRT-PR-RQ 6.848/90 - Ac. 2º- T 6.825/92 - Rel. Juiz José Montenegro
Antero - DJPr. 11/09/1992).

02. Ausência de erro de fato e falso testemunho


Improsperável a alegação do autor da Medida Cautelar. no sentido de que a r. sentença de primeiro
grau foi fundada em “erro de fato”.
a) não configuração do vício
Para a configuração do vício elencado no inciso IX do artigo 485 do diploma processual, faz-se
imperiosa (dentre outros elementos), a prova de que o mesmo tenha alterado a realidade dos autos,
considerando-o como único elemento de convencimento.
Compulsando-se os autos, verifica-se que não foi este o ocorrido. Ao contrário, a própria Juíza
relatora da decisão de primeiro grau, considerou algumas colocações do autor absurdas. Porém,
ponderando e valorando as inúmeras provas produzidas nos autos, reconheceu serem devidas horas
extraordinárias em favor do reclamante.

Neste sentido:
“AÇÃO RESCISÓRIA. ERRO DE FATO. ESSENCIAL. 0 erro de fato a que alude o artigo 485, IX do
Código de Processo Civil é o essencial, ou seja, aquele que altera diretamente a realidade dos autos. Se o
fato que fundamenta a ação rescisória foi apenas um dos elementos de convencimento, e sua presença ou
ausência em nada alteraria o julgado, trata-se, quando muito, de erro acidental, não ensejando rescisão”.
(TRT-PR-AR 265/97 - Ac. SDI2 21.555/99 - Rel. Designado Juiz Ney José Freitas - DJPr. 17/09/1999).
Devem ser inadmitidas a Ação Rescisória e a Medida Cautelar, por força no disposto no parágrafo 2º
daquele artigo, que dita ser indispensável que não tenha havido controvérsia nem pronunciamento
judicial sobre o fato inexistente.
Ocorre que “in casu, o fato foi existente, qual seja, o tempo de trabalho efetivo do réu foi objeto de
prova robusta e análise judicial, tanto em primeira quanto em segunda instância.

Nesta esteira:
“AÇÃO RESCISÓRIA. ERRO DE FATO. Para o cabimento da Ação Rescisória fundada em erro de fato
(artigo 458, IX. do CPC) indispensável que não tenha havido controvérsia nem pronunciamento judicial
sobre o fato conforme regra inserta no artigo 2º, da mora citada. Ora, a declaração contida no Acórdão de
que havia omissão da sentença em relação as horas extras e domingos e feriados trabalhados, nada mais é
que a manifestação judicial sobre o fato, pois entendeu o Acórdão preclusa a matéria pela não interposição
na Primeira Instância dos Embargos Declaratórios. 0 Acórdão atacado estava a sugerir o ajuizamento de
outra reclamatória, mas não da Ação Rescisória”.
(TRT-PR-AR 51/92 - Ac. SE 7.747/93 - Rel. juiz Alberto Manenti - DJPr. 23/07/1993).
“AÇÃO RESCISÓRIA - Alegação de ERRO DE FATO - Necessidade da existência de pronunciamento
judicial sobre o fato - ART. 485/CPC, parágrafo 2º, IX - Impossibilidade de reapreciação de PROVA Ação
rescisória - Erro de fato - Impossibilidade de reapreciação da prova. Para que seja possível alegar “erro de
fato” a justificar o corte rescisório é imprescindível que sobre tal fato não tenha ocorrido pronunciamento
judicial (art. 485, parágrafo 2º, IX, do CPC). A má apreciação da prova não possibilita a rescisão da
sentença, até porque a ação rescisória não se presta a obter reapreciação de provas. (TRT - 24a. Reg. - AR-
0000011/94 - Ac. TP-0002300/95 - Rel: Juiz Amaury Rodrigues Pinto Júnior - Fonte: DJMS, 07.07.95). In
BONIJURIS 17429
Diversamente do previsto no artigo 485, IX do Código de Processo Civil, nenhum fato inexistente foi
sopesado para as decisões do Colegiado de Primeiro e Segundo Graus.
Vê-se claramente que nenhum erro houve, quiçá de fato, mas tão somente a livre apreciação das
provas produzidas pelas partes, que a toda evidência encontra tipificação constitucional (art. 93, IX da
Carta Magna).
Portanto, qualquer manobra que a ............................ pretenda se valer será infrutífera ante a
realidade contida nos autos.
Ademais, se a empresa reclamada não se conformou com a condenação imposta, nem tampouco com
a manutenção da decisão em sede de recurso ordinário, deveria ter revolvido a matéria no remédio
processual próprio, qual seja, recurso de revista e não em ação rescisória, que se mostra de todo incabível.
Senão vejamos:
“ ERRO DE FATO - Não caracterização - AÇÃO RESCISÓRIA improcedente.
Erro de fato. Não caracterização. ‘Erro de fato não é um erro de julgamento e sim de percepção do
Juiz, consistente em uma falha que Ihe escapou a vista, no momento de compulsar os autos do processo,
falha essa relativa a um ponto decisivo da controvérsia.’ Enrico T. Liebman, apud Manoel Antonio Teixeira
Filho, in Ação Rescisória no Processo do Trabalho, Ed. LTr 1992, p. 270. (...) “Se, ao contrario, o órgão
judicial, errando na apreciação da prova, disse que decidia como decidiu porque o fato ocorrera (apesar de
provada nos autos a não ocorrência), não se configura o caso do inc. IX. A sentença, embora injusta, não
será rescindível.” Barbosa Moreira, autor e obra citada, pp. 272/273. No presente caso o acórdão
rescindendo analisou a questão relativa ao vínculo de emprego de forma analítica e ao final pronunciou-se
pela mantença do julgado, não havendo que se falar portanto em erro de fato. Ação Rescisória julgada
improcedente por unanimidade”. (TRT - 24a. Reg. - AR- 0046/98 - Ac. TP-0763/99 - unan. - Rel: Juiz João
de Deus Gomes de Souza - j. em 07.04.99 - Fonte: DJMS, 14.05.99, pág. 51, in BONIJURIS 28401).
“DOLO. A lei tem em mira o dolo unilateral de uma das partes, apto em si mesmo a ensejar sentença
de mérito desfavorável ao antagonista. Não configura dolo o fato de a parte valer-se de documento, não
impugnado, para prova do fato alegado.
ERRO DE FATO. Evidenciado pelos termos do julgado rescindendo que houve pronunciamento
sobre a questão controvertida, não há de se cogitar de típico erro de fato.
Pedido improcedente”.
(TRT-PR-AR 141/98 - Ac. SDI 22.889/99 - Rel. Juiz Dirceu Pinto Júnior - DJPr. 01/10/1999).
ERRO DE FATO. NÃO CARACTERIZADO. REVISÃO DE MATÉRIA DE FA TO. A aplicação pela
decisão rescidenda dos efeitos da confissão presumida em face do não comparecimento da parte na
audiência em que deveria depor, e consideradas as demais provas, não justifica a interposição de Ação
Rescisória. A questão alusiva à má apreciação da prova ou injustiça da decisão não merece análise por
meio de procedimento rescisório enquanto excede de seus limites”.
(TRT-PR-AR 126/97 - Ac. 5.757/99 - Rel. Juiz Juvenal Pedro Cim - DJPr. 1263/1999).
AÇÃO RESCISÓRIA. ERRO DE FATO, ART. 485, V, 1; CPC. Verifica-se o erro de fato sujeitando a
rescisão o julgado rescidendo quando decorre de desatenção ou omissão do Acórdão quanto á prova. A
eventual desatenção ou má apreciação da prova não constitui erro de fato e não autoriza a ação rescisória”.
(TRT-PR-AR 5/94 - Ac. SE 17.011/94 - Rel. Juiz José Montenegro Antero - DJPr. 30/09/1994).
“AÇÃO RESCISÓRIA. ERRO DE FATO. DEFEITO DE CITAÇÃO. Improcedente o pedido de
desconstituição da r. sentença rescidenda baseada em defeito de citação, pois esta presume-se recebida
quarenta e oito horas depois de sua regular expedição. 0 seu não recebimento ou a entrega pós o decurso
desse prazo constituem ônus da prova do destinatário, nos termos do Enunciado da Sumula 16 do E. TST.
Também incabível a alegação de defeito da notificação, por erro de fato que é o erro que ‘advém de falta ou
excesso de visão do magistrado’ ou ainda como leciona o respeitável doutrinador, Manoel Antonio Teixeira
Filho, citando Liebman, ‘o erro de fato não é um erro de julgamento e sim de percepção do iuiz’.
Improcedente a ação rescisória com fulcro no art. 485, IX. do CPC”. (TRT-PR-AR 114/97 - Ac. SE
8.837/98 - Rel. Juiz Wilson Pereira - DJPr).
“AÇÃO RESCISÓRIA improcedente - ERRO DE FATO não demonstrado - Má apreciação da PROVA
Não é viável a rescisória quando o alegado erro de fato não foi cabalmente demonstrado. Por consequência,
a questão se transfere para o eventual âmbito da má apreciação da prova, desautorizando o exercício da
rescisória. A ação é julgada improcedente”. (TRT/3a. Reg. - AR-015/94 - 2a. JCJ de Uberaba - Ac. 4a. T. -
unan. - Rel: Israel Kuperman - Fonte: D JMG II, 21.12.94. pág. 23, “in” BONI JURIS 24314)
NOTA BONIJURIS: Extraímos do voto do relator, Israel Kuperman, a seguinte lição: “Segundo
disposto no parág. 1º do inciso IX do art. 485 do CPC, ‘há erro, quando a sentença admitir um fato
inexistente, ou quando considerar inexistente um fato efetivamente ocorrido’. E, em seguida, o parág. 2º
acrescenta que ‘é indispensável, num como noutro caso, que não tenha havido controvérsia, nem
pronunciamento judicial sobre o fato’.
E, ainda mais que, com base no art. 485 do CPC, a sentença de mérito, transitada em julgado, só
poderia ser rescindida se estivesse presente, entre outros, o requisito contido no inciso IX do referido
artigo, ou seja, se fosse fundada em erro de fato, resultante de atos ou de documentos da causa.
Ora, o que se conclui dos autos é que inexiste qualquer erro de fato. Na realidade, o que houve foi
uma apreciação da prova apresentada, ou seja, do depoimento pessoal do autor tomado como confissão,
sem que se constate erro de percepção do Juízo.
Portanto, como se trata de apreciação de prova. é incabível a presente ação, pois a eventual injustiça
da sentença a má apreciação da prova ou a errônea interpretação do contrato, conforme entendimento da
jurisprudência, não encontram respaldo no âmbito da rescisória. “
Demonstrado, resta, sob mais um prisma que a liminar outrora concedida por este Exmo. Juiz, deve
ser de pronto cassada.

b) da ausência de prova do erro de fato


Outrossim, a requerente da Medida cautelar não produziu qualquer prova quanto a presença do erro
de fato. Ao contrário, restringiu-se apenas a aduzir que a decisão fundamentou-se em falso testemunho,
motivo este suficiente para que a liminar seja cassada, afinal:
“RESCISÓRIA. ERRO DE FATO - 0 erro de fato para injustificar a rescindibilidade do julgado, deve
apresentar-se induvidoso da prova trazida a ação. Cogita-se de erro de percepção, não de eventual erro de
interpretação que, como acentua a doutrina, pode revelar injustiça da decisão, mas que não justifica a
rescisória. (TRT-PR-AR 5/89 - Ac. TP 1.106/90 - Rel. Juiz Euclides Alcides Rocha - D JPr. 09/03/1 990).
Mesmo que assim não fosse, que “falso testemunho” houve? As supostas insurgências da reclamada
sequer foram registradas em ata ou mesmo vislumbradas pelo Juízo que procedeu a instrução do feito.
Nenhuma argüição de nulidade houve, nenhum vício foi apontado.
Ademais, é cediço que para caracterização do falso testemunho, faz-se necessária a constatação de
fortes indícios pelo juiz, que por sua vez detém competência para encaminhar peças acerca dos fatos para
ser apurado na esfera competente, qual seja, a criminal.
Somente através do procedimento legal, poderá haver condenação as penas do artigo 342 do Código
Penal, sem a qual nenhum argumento ou respaldo possa ter a parte adversa, como maliciosamente
pretende a demandada.

Oportuna a transcrição das seguintes ementas acerca da questão:


“FALSO TESTEMUNHO - 0 simples envio de pegas do processo ao Ministério Publico, não implica
na condenação da testemunha como incursa no crime previsto no art. 342, do Código Penal. Recurso a que
se nega provimento”.
(TRT-PR-RO 4.319/90 - Ac. 1 T 6.596/91 - Rel. Juiz Pretextato Pennafort Taborda Ribas Netto - D JPr.
11/10/1991).
FALSO TESTEMUNHO - É facultado ao juiz determinar o envio de copia do depoimento de
testemunha que se mostrou insegura e contraditória ao Ministério Publico, a fim de que se examine a
ocorrência de crime de falso testemunho”.
(TRT-PR-RO 5.928/90 - Ac. 1 T 7.454/91 - Rel. Juiz Pretextato Pennafort Taborda Ribas Netto - D JPr.
08/1 1/1 991 ).
“PODER DE POLICIA. EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO AO MINISTÉRIO PÚBLICO. FALSO TESTEMUNHO.
RECURSO.
A determinação sentencial, no sentido de oficiar ao Ministério Público Estadual, remetendo cópia de
pegas dos autos, comprobatória de eventual cometimento de crime de falso testemunho, não caracteriza
qualquer obrigação imposta aos litigantes, a justificar a interposição de recurso. Trata-se, em verdade, de
uma legitima manifestação do poder de policia” outorgando ao Juiz, no sentido de determinar a
comunicação, aos órgãos competentes, sempre, que, em decorrência do exercício de suas funções
judicantes, venha a conhecer de fato que, em seu entender, constitua violação penal, autorizada pelo artigo
40 do Código de Processo Penal”.
(TRT-PR-RO 10.525/94 - Ac. 4 9.666/95 - Rel. Juiz Lauremi Camaroski - DJPr. 28/04/1995).
Finalmente, mesmo que admitíssemos a existência de erro de fato na sentença, a jurisprudência
recomenda sua reformada e não sua nulidade, por mais uma razão, incabível qualquer rescisão.
“SENTENÇA. ERRO DE FATO. NULIDADE -Erro de fato registrado na sentença, não importa em sua
nulidade, mas em sua reforma”.
(TRT-PR-RO 2.942/92 - Ac. 5a T 12.764/93 - Rel. Juiz Pedro Ribeiro Tavares - DJPr. 22/10/1993).
Por todo o exposto, requer seja inadmitida a presente Medida, ou, em assim não ocorrendo seja a
mesma julgada improcedente.

03. Do depoimento testemunhal


Todas as alegações da empresa no que tange ao depoimento testemunhal prestado pelo
Sr. .........................(RT ......../... - ...a JCJ de ...........) são falaciosas, aleatórias, desprovidas de qualquer
fundamento legal, com caráter flagrantemente proletário.
Afinal, referido depoimento testemunhal é perfeitamente idôneo e incontestável.
Em primeiro plano afirma e insiste desde seu recurso ordinário, que o MM. Juiz presidiu os
trabalhos de audiência, não foi o mesmo que exarou a sentença do presente processo, pecando, por isso, na
valoração da prova testemunhal apresentada.”
Faltando ainda mais com a verdade, afirma que “o próprio Juiz que presidia os trabalhos percebeu
que a testemunha apresentada pelo Reclamante faltava com a verdade dos fatos.”
Ora Excelências, o nobre patrono da empresa que subscreve as Razões de Recurso Ordinário,
Dr. .................., NÃO ESTAVA PRESENTE na audiência de instrução (vide a respectiva ata aduada às
fls. ...)
Sendo assim, impossível saber que o Juiz Presidente “percebeu”(já quem sequer existiu anotação em
ata), a má-fé do depoente.
Lamentável e risível tal alegação!
Continuando: conforme se depreende do termo de audiência, aduado às fls. ... destes autos, não se
encontra observação
alguma consignada Pelo MM. Juiz em relação a suposta insinceridade ou suspeição da testemunha
ouvida: ou nem mesmo consta requerimento de contradita pelo patrono da empresa.
A jurisprudência pátria é unânime no sentido de exigir-se a denúncia da suspeição, má-fé ou
ausência de sinceridade no termo de audiência, senão vejamos:
TESTEMUNHA - DEPOIMENTO - Insinceridade declarada apenas na SENTENÇA - Impossibilidade
- Necessidade de DENUNCIA da SUSPElÇÃO no termo de AUDIENCIA. Depoimento testemunhal -
Insinceridade aventada somente na sentença - Impossibilidade. Não cabe ao Colegiado, somente na
oportunidade de elaboração da sentença, taxar de insinceros os depoimentos testemunhais, quando tal
situação não tenha sido denunciada, desde logo, no Termo de Audiência. Se suspeitos os testemunhos,
deveriam, desde logo, ser repelidos. Assim, se a declaração não corresponde a verdade, se o depoimento
foi tendencioso, e, se depuseram fatos inverossímeis, deveria o Colegiado a quo no momento oportuno não
ter permitido que tal acontecesse”. (TRT - 9a.
Reg. - ROO7413/94 -5a. JCJ de Londrina - Ac. 5a. T. - 26103/95 - maioria - Rel: Juiz Luiz Felipe Haj
Mussi - Fonte: DJPR-Suplemento, 27.10.95, pág. 08).
“TESTEMUNHA - Amigo íntimo - Requerimento de CONTRADITA - Ocorrência do momento
próprio antes da tomada do compromisso legal e não depois do término do DEPOIMENTO Recurso
ordinário - Contradita de testemunha - Constatando o reclamado ser a testemunha amiga intima da
reclamante, o momento correto para o requerimento da contradita é antes de ser tomado o compromisso
legal, e não depois de findo o depoimento”. (TRT - 3a. Reg. - RO-02571/95 - 1a. JCJ de Uberaba - Ac. 1a. T. -
maioria - Rel: Manuel Candido Rodrigues - Fonte: DJIVIG II, 28.04.95, pág. 57).
Ademais, a irresignação da proponente da Medida Cautelar não encontra respaldo nem
enquadramento nas hipóteses previstas no art. 829 da CLT. Além de ter sido expressamente rechaçada
através do Enunciado n.º 357 do C. TST.

Nesta esteira:
TESTEMUNHA - Inexistência de CERCEAMENTO DE DEFESA - SUSPEIÇÃO não caracterizada -
Ação ajuizada contra o reclamado
A pura e simples circunstância de a testemunha igualmente litigar com a empregadora comum não a
torna necessariamente suspeita, seja por interesse da causa, seja por inimizade capital. Não se pode
presumir inimigo figadal quem apenas é adversário e também não se pode a priori reputar interessado na
causa quem acaso já prestou testemunho como colega de serviço. Até prova em contrário, as pessoas são
isentas e dignas de credibilidade pela simples razão de que a inocência e a boa-fé presumem-se, como
princípio universal de direito”. (TRT - 9a. Reg. - RO-10802/95 - JCJ de Paranaguá - Ac. 3a. T. -16416/96 -
unan. - Rel: Juiz João Oreste Dalazen - Rectes: Empresa Paranaense de Classificação de Produtos -
CLASPAR e Valdeci de Oliveira e outros (Rec. adesivo) - Recdos: os mesmos - Advs: Gilberto Giglio Vianna
e Roberto Pinto Ribeiro - Fonte: DJPR, 16.08.96, pág. 328).
“TESTEMUNHA - Existência de outra AÇÃO contra o mesmo empregador - Não configuração, por si
só, de SUSPEÇÃO ou IMPEDIMENTO - ART. 829/CLT
O fato de a testemunha arrolada ter ação ajuizada contra o mesmo empregador demandado no
processo em que prestou depoimento por si só não a inclui entre os casos de impedimento e suspeição
relacionados no art. 829 da CLT.
Hipótese em que caberá ao julgador averiguar o grau de animosidade existente, a fim de conferir ao
Depoimento prestado em favor de empregado da mesma empresa seu real valor. Embargos conhecidos e
desprovidos”. (TST - E-RR- 25.902/91.5 - 4a. Reg. - Ac. SDI-1525/95 - unan. - Rel: Min. Francisco Fausto -
Fonte: DJU I, 23.06.95, pág. 19677).
“TESTEMUNHA - Existência de ação contra o EMPREGADOR
- Não configuração da SUSPElÇÃO- ART. 829/CLT Testemunha - Suspeição. 0 fato de a testemunha
mover ação contra o empregador não a torna suspeita, pois esta circunstância não está prevista no artigo
829 da CLT, que dispõe sobre os casos de suspeição e impedimento”. (TST - RR-131520/94.4 - Ac. 5a. T.-
5988/94 - unan. - Rel: Min. Wagner Pimenta - Fonte: DJU I, 17.02.95, pág. 3031).
TESTEMUNHA - Não configuração de SUSPElÇÃO RECLAMATÓRIA TRABALHISTA contra o
mesmo EMPREGADOR
Não é suspeita a testemunha que possui reclamação contra idêntico empregador, fato que não torna
seu depoimento precário perante a lei haja vista que o exercício do direito constitucional de ação não se
identifica com inimizade pessoal com a parte contrária”. (TRT - 3a. Reg. - RO-04478/94 - JCJ de Curvelo -
Ac. 3a.T. - unan. - Rel: Antonio Alvares da Silva- Fonte: DJMG, 21.06.94, pág. 82).
Por fim, vale anotar que o outro argumento que a empresa se vale para respaldar seu intento,
também não merece guarida.
Infundadamente insiste que o Colegiado fixou o horário de trabalho do obreiro apenas com base na
jornada de trabalho descrita pela “primeira testemunha”, em suposto detrimento a sua prova testemunhal
produzida.
Falaciosa a alegação, afinal, a testemunha apresentada pela ex empregadora (Sr. ................), é o
contador da empresa, o qual não acompanhava as atividades laborais diárias do empregado, via de
consequência, nada informando a respeito da jornada de trabalho do então reclamante.
Assim sendo, requer. sejam consideradas as alegações produzidas pela proponente da Medida
Cautelar de cunho meramente protelatório, tendo como válido, verdadeiro, idôneo e incontestável o
depoimento prestado pela testemunha ..................

04. Requerimento
Nessas condições, o agravante requer seja revogado o despacho de fls. ................. dos autos de
Medida Cautelar Inominada n.º ................., com imediata cassação da liminar e consequente determinação
de seguimento da execução dos autos de reclamatória trabalhista n.º ................, da ...a Junta de Conciliação
e Julgamento de ..................../....... a fim de esta designe nova data para o bem penhorado ser leiloado.
Em assim não entendendo o Sr. Relator, requer seja o presente agravo regimental remetido ao órgão
competente, a fim de que julgue o pedido, revogando o despacho, cassando a liminar e determinando o
seguimento da execução em foco.
Finalmente, requer seja concedido prazo de ... dias para a juntada da procuração, regularizando,
assim, a representação processual do agravante.

Nesses Termos,
E. Deferimento
João Pessoa, 09 de março de 2084
[Local], [dia] de [mês] de [ano]

- ASSINATURA -
Nome do Advogado
OAB/XX 00.000
Ação rescisória em face de vício de citação, pugnando-se pela suspensão da execução ante a nulidade da
sentença prolatada

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL DO


TRABALHO DA _____ REGIÃO

....., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n.º ....., com sede na Rua ....., n.º .....,
Bairro ......, Cidade ....., Estado ....., CEP ....., representada neste ato por seu (sua) sócio(a) gerente Sr.
(a). ....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG nº ..... e do CPF
n.º ....., por intermédio de seu advogado (a) e bastante procurador (a) (procuração em anexo - doc. 01), com
escritório profissional sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe notificações e
intimações, vem mui respeitosamente, nos autos em que contende com ....., brasileiro (a), (estado civil),
profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na
Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., à presença de Vossa Excelência, com fulcro no art. 48,
inciso V, VII e IX, artigos seguintes do Código de Processo Civil Brasileiro, e no Enunciado 194, do
Tribunal Superior do Trabalho, interpor

AÇÃO RESCISÓRIA
de sentença prolatada às fls ....., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.

DOS FATOS
A autora figurou como reclamada nos autos de reclamação trabalhista sob nº ...., perante a MMª ....
JCJ de .../...
A decisão transitou em julgado, conforme comprova certidão em anexo, estando preenchido o
requisito do Enunciado 299, do Colendo Tribunal Superior do Trabalho.
O processo em que foi proferida a r. decisão rescindenda encontra-se viciada pela nulidade,
decorrente da citação irregular de autora, eis que esta não recebeu a citação para comparecer à audiência
inicial e apresentar contestação, sendo que a assinatura constante do aviso de recebimento não é do
representante da reclamada ou de qualquer preposto seu.
Tal fato é confirmado pela situação em que se encontrava a empresa reclamada na época da citação,
conforme demonstra a certidão em anexo, de que havia ocorrido incêndio, estando a sede totalmente
fechada.
A decisão da origem, no entanto, considerou válida a citação inicial, aplicando a confissão à autora:
“A reclamada não compareceu em Juízo, embora regularmente citada, fls. ....”
Regularmente notificada, a reclamada não se fez presente. A ausência de defesa acarreta a revelia,
nos termos do art. 844, da CLT. Via de consequência, inexistentes razões de defesa, tem-se por verazes as
alegações formuladas pelo autor na exordial e os fatos como confessados fictamente pela parte passiva. O
efeito disso é a criação de uma presunção favorável à parte contrária ao confidente, com fulcro no qual
será a lide decidida.
DO DIREITO
Neste passo, resta demonstrada a falta de regular citação da reclamada devendo ser declarada a
nulidade de todos os atos processuais, desde a citação, inclusive. Outra citação deve ser procedida, para
que possa a reclamada contestar a ação, na forma da lei.
Violada também a disposição específica relativa a notificação do réu para contestar, inserta no artigo
841, da CLT.
Neste sentido:
“Ação rescisória - Vício citatório - “A regularidade do processo citatório se impõe para a própria
estabilidade e segurança jurídica das partes. Como lembra Vicente Greco Filho. “A citação é a primeira e
fundamental garantia de um processo livre e democrático, porque por seu intermédio se leva ao réu o
conhecimento da demanda e o que pretende o autor. Sem citação se completa o “ actum trium
personarum”, a relação jurídica processual, não se podendo de um simulacro de processo se extrais
qualquer efeito”. (Direito Processual Civil Brasileiro, 2º Vol. 4ª ed., 1989, pág. 87). Assim, declinado o
Reclamante na inicial endereço diverso do da sede da Reclamada, tem-se como procedente a Ação
Rescisória.” (TRT 15ª Reg. (Campinas/SP) - Proc. nº 0276/91-P-7 - Ac. SE-0723/93-A) - Rel. Juiz Irany
Ferrari, DJSP, 16.06.93 - pág. 105) (JULGADOS TRABALHISTAS SELECIONADOS. Irany Ferrari e
Melchíades Rodrigues Martins. São Paulo: LTR, v. III, p. 122)
A jurisprudência mostra-se neste sentido, “verbis”:
“NOTIFICAÇÃO. VÍCIO PROCEDIMENTAL. NULIDADE DA DECISÃO RESCINDENDA.
SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO. Restando comprovado de modo efetivo a ocorrência de vício procedimental
relativamente à citação da Reclamada, torna-se imperioso o reconhecimento da procedência da ação
rescisória que busca a nulidade da decisão rescindenda, a partir da Citação inaugural do procedimento
trabalhista, determinando-se, ainda, a suspensão da execução, tendo-se em mira o fato de que o
procedimento executório é corolário do procedimento cognativo, inadmitindo-se sua existência sem a
procedência deste.” (TRT-Pr-AR 061/93 - Ac. 17.027/94 - Rel. Min. João Luiz Rodrigues Biscaia) (REVISTA
GENISES DE DIREITO DO TRABALHO, nº 27, março de 1995, pág. 369-371).
A doutrina também ensina neste sentido, nas palavras do insigne jurista Pimenta Bueno:
“É sem dúvida mister consagrar a autoridade da coisa julgada mas não é menos essencial consagrar
o império da verdade e da justiça, quando se patenteia tal não se pode dele duvidar”.
IRREGULARIDADE DA AUDIÊNCIA - AUSÊNCIA JUSTIFICADA
Não bastasse a citação inicial não ter o ocorrido regularmente, na data da audiência inicial realizada
em .../.../..., estava sendo realizado o velório e enterro de um dos sócios (certidão de óbito em anexo), pai
do sócio remanescente. Neste passo, fica justificada a ausência do representante da reclamada. Assim,
razão maior para que seja anulado o processo, concedendo-se à autora oportunidade para que apresente
defesa.
Os documentos em anexo comprovam que a autora nunca possuiu funcionário com o nome ...., que
foi quem assinou o aviso de recebimento.
Comprovam também a ocorrência do incêndio na sede da autora, motivando a ausência de
atividades.
É de suma importância salientar que o processo de origem encontra-se em fase de execução.
Entretanto, face aos vícios procedimentais acima citados, restando a nulidade do referido processo, é
salutar, para que se faça a melhor justiça, que seja suspensa a execução em caráter liminar, sob pena de
causar prejuízo à autora da presente ação, uma vez verificada a nulidade procedimental.
Requer-se, portanto, “in limini”, a suspensão do processo executório, pois este é decorrência do
processo de conhecimento, não se podendo admitir seu processamento sem o regular desenvolvimento da
fase cognitiva.
Neste sentido a jurisprudência:
“NOTIFICAÇÃO. VÍCIO PROCEDIMENTAL. NULIDADE DA DECISÃO RESCINDENDA. SUSPENSA
DA EXECUÇÃO. Restando comprovado de modo efetivo a ocorrência de vício procedimental relativamente
à citação da Reclamada, torna-se imperioso o reconhecimento da procedência da ação rescisória que busca
a nulidade da decisão rescindenda, a partir d Citação inaugural do procedimento trabalhista,
determinando-se, ainda, a suspensão da execução, tendo-se em mira o fato de que o procedimento
executório é corolário do procedimento cognativo, inadmitindo-se sua existência sem a procedência deste.
(TRT-PR-AR 061/93 - Ac. 17.027/94 - Rel.Min. João Luiz Rodrigues Biscaia) (REVISTA GENESIS DE
DIREITO DO TRABALHO, nº 27, março de 1995, pág. 369-371).
Assim, resta demonstrada a existência de vício procedimental, com base no artigo 485 do Código de
Processo Civil, nos incisos seguintes:
“VIII - houver fundamento para invalidar a confissão, desistência ou transação, em que se baseou a
sentença;
IX - fundamenta em erro de fato, resultante de atos ou de documentos da causa;
par. 1º - Há erro, quando a sentença admitir um fato inexistente, ou quando considerar inexistente
um fato efetivamente ocorrido.”
Restou demonstrada, portanto, a nulidade da citação, que efetivamente não foi recebida na sede da
reclamada, levando o r. Juízo a incorrer em erro, acreditando que houve a regular citação.
Ainda, o processo corrente viola as garantias constitucionais outorgadas pelo artigo 5º, inciso LV, da
Constituição Federal de 1988, que garante o contraditório e a ampla defesa. Vejamos:
“aos litigantes em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.”
“Ex positis”, é imperiosa a anulação de todos os atos processuais, desde a citação, inclusive,
devendo determinar-se à Junta que proceda a regular notificação da autora, para que apresente defesa.

DOS PEDIDOS
“Ex positis”, há que ser efetivada a desconstituição da res judicata, face a violação de literal
dispositivo de lei, devendo ser determinada a citação regular da reclamada.

Requer-se, “in limini”, seja determinada a suspensão da execução.


Requer-se a citação do réu, no endereço constante do caput da presente, para que, querendo,
conteste a presente.
Requer-se, ainda, a produção de todas as provas em direito admitidas.

Dá-se à causa o valor de R$ 000,00 (valor por extenso).

Nesses Termos,
E. Deferimento
João Pessoa, 09 de março de 2084
[Local], [dia] de [mês] de [ano]

- ASSINATURA -
Nome do Advogado
OAB/XX 00.000
Ação rescisória em função de literal violação de lei

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL DO


TRABALHO DA _____ REGIÃO

....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º
....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de
seu (sua) advogado(a) e bastante procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional
sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe notificações e intimações, vem mui
respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor

AÇÃO RESCISÓRIA
em face de

....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º
....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., pelos motivos de fato
e de direito a seguir aduzidos.

DOS FATOS
Ajuizado ação trabalhista pelo réu - RT ..., .... Vara da Capital - deu-se parcial condenação da autora.
Após opor embargos declaratórios, reagiu a empresa via recurso ordinário, deixando de ser conhecido por
deserto, à falta de indicação do número dos autos na guia DARF. Revista interposta não admitida, sendo o
agravo daí decorrente improvido pelo TST, em .../.../...
Em .../.../... passou em julgado a sentença rescindenda.

DO DIREITO
Embora a princípio paradoxal a situação dos autos - de um lado a inadmissão de recurso ordinário
por suposta deserção; de outro a dicção do art. 485, caput, do CPC - ver-se-á viável o uso da ação rescisória
tal qual formulada.
Segundo ..., que abraça a tese, ampara-se o cabimento, essencialmente:
“em um elemento ético, segundo o qual nenhuma decisão judicial, equivocada, que tenha causado
danos de considerável monta ao direito da parte, pode ficar imune à ação rescisória. (...).
Se bem refletirmos, veremos que o uso da rescisória, na espécie, se destina a resgatar o prestígio dos
pronunciamentos da jurisdição, ocasionalmente turvado por acórdãos derivantes de erros nitidamente
perceptíveis. É óbvio que este é um argumento de segundo plano, pois a tudo sobreleva a necessidade de
ser reparado o dano que essa decisão causou ao direito da parte (...)
Certamente não foi pela voz indolente dos leguleios que o Direito evoluiu aos seus verdadeiros
objetivos, e, sim, pelos ditames das consciências insopitáveis dos pensadores de bom-senso, que
souberam, em determinado momento, encontrar razões ponderáveis para que a lei não fosse aplicada, com
a frieza de sua letra para impedir a reparação de erros notórios, cometidos pelos juízes.”
Conclui o mestre paranaense, ao final:
“Em resumo, os fatos da vida estão a revelar que, muitas vezes, os Tribunais, ainda que por falha
involuntária, não têm admitido recursos, fazendo com que, esgotada a possibilidade de impugnação do
acórdão pelo recurso de revista (ainda assim, quando este seja admissível), fique a parte prejudicada sem
qualquer instrumento jurídico dotado de aptidão para desfazer o acórdão regional, conquanto possa estar
patente o erro que o contamina.
É absolutamente inaceitável, em face de situações como esta, que não se vede à parte o acesso à via
rescisória, sob argumento de que o acórdão não examinou o mérito da causa.”
Não se advoga, em suma, a possibilidade de manejo da rescisória em qualquer caso em que a decisão
não adentrar o mérito, mas restritivamente àquelas que não admitirem recursos em virtude de suposta
ausência dos pressupostos legais, subjetivos ou objetivos, como o caso dos autos.
Há precedentes jurisprudenciais cada vez mais sólidos, inclusive da corte regional, como por
exemplo julgado da lavra do eminente juiz Nacif Alcure Neto, no acórdão SDI 21.437/96:
AÇÃO RESCISÓRIA DE ACÓRDÃO QUE NÃO ADMITIU RECURSO POR SUPOSTA DESERÇÃO.
CABIMENTO. Embora não se volte contra decisão de mérito, é cabível a ação rescisória que tenha por
escopo desconstituir acórdão, que não admitiu o recurso ordinário por suposta deserção, vez que a Guia de
Recolhimento de Custas, com a autenticação mecânica permaneceu arquivada na Secretaria da Junta, em
pasta própria. A prevalecer a literalidade do “caput” do artigo 485, do CPC, estar-se-ia perpetrando
injustificado e irreparável prejuízo à parte, por fato a que não deu causa, subtraindo-lhe o direito do
reexame pelo segundo grau, cuja importância está expressamente reconhecida no artigo 5º, LV, da Carta
Política de 1988.” (TRT-PR-AR 30/96, Ac. SDI 21.437/96, Rel. Juiz Nacif Alcure Neto, DJPr 11.10.1996).
É, pois, sob ótica não restrita e exegese mais generosa que propõe-se a aferição pelo juízo do
cabimento da presente ação.
RAZÕES DA RESCISÓRIA - VIOLAÇÃO A LITERAL DISPOSIÇÃO DE LEI, CONSOANTE ART. 485,
V DO CPC
O recurso da autora deixou de ser conhecido à alegação de deserção ante a ausência, na guia DARF,
do número dos autos a que se referia. O acórdão assim ditou:
“A guia DARF de recolhimento de custas (fls. ..) não indica o número da reclamação trabalhista e
nem o nome do reclamante. Esclareço entender que o fato de não constar o número do processo na guia
DARF não obsta o conhecimento do recurso da parte reclamada, já que não há tal exigência na lei nem
espaço físico próprio requerendo essa indicação. De outro lado, conceber que a parte poderia utilizar outra
via do documento para apresentar em outros autos é fazer exercício excessivo de presunções e uma
apologia do ilícito. Fato é que, nestes autos, comprovou-se o recolhimento das custas em favor da União,
não podendo o Judiciário - um dos destinatários da quantia paga - negar-se a prestar a tutela jurisdicional
sem prova efetiva de fraude no recolhimento de tal valor. Nada obstante, a maioria da C. Turma entende de
forma diversa, ao fundamento de que a não indicação do número dos autos a que se refere o DARF pode
ensejar sua utilização em outros processos e, por conseguinte, não pode ser dada validade a tal documento
- o que leva à deserção preconizada no art. 789, parágrafo 4º, da CLT. Destarte, embora vencido, NÃO
CONHEÇO do recurso da reclamada, por deserto. Em consequência, NÃO CONHEÇO do recurso adesivo
do reclamante.”
Patente, do acórdão prolatado, as inúmeras violações a literais disposições de lei. Vejamos:
a) O artigo 5º, II, da Carta Magna é claro ao prescrever que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar
de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.”
Ora, não há norma legal que determine que se faça constar da guia DARF, referente ao recolhimento
de custas no processo do trabalho, o número da ação trabalhista que trata; tampouco há lei que subordine
a admissão de recurso ordinário da parte à inserção de tal apontamento.
O artigo da CLT que trata das custas, art. 789 e seus parágrafos, é igualmente silente a respeito, em
momento algum exigindo conduta processual semelhante.
À falta de lei específica que exija a conduta processual apontada pelo acórdão rescindendo, resulta
na impossibilidade do julgador deixar de conhecer de recurso interposto pela parte, pois assim se
conduzindo vem a violar, frontalmente, o dispositivo constitucional e a norma consolidada encimados. É o
caso dos autos.
b) De outro lado, incontestável ter a autora efetivamente comprovado o recolhimento das custas
devidas em relação aos autos em discussão.
O acórdão rescindendo, como bem frisado por seu Relator, nada mais fez que inaceitável “exercício
excessivo de presunções e uma apologia do ilícito”, sem prova ou indícios de suposta fraude que assim o
amparasse.
Seguindo em raciocínio tortuoso, o acórdão restou verdadeiramente negando-se a prestar a tutela
jurisdicional invocada, hospitalizando o regramento disposto pelo art. 93, IX, da Carta Constitucional.
Mas não é só. Violou, igualmente, com tal presunção o art. 5º, incisos XXXIV e XXXV da Carta: o
primeiro que assegura a todos, indistintamente, o direito de petição; o segundo que veda à lei excluir da
apreciação do Poder Judiciário, lesão ou ameaça de direito.
Ora, a autora interpôs regular recurso ordinário, no prazo e na forma prescrita em lei, recolhendo as
custas fixadas e promovendo-se o depósito recursal exigido pela norma. Desejava, pois, que a matéria a si
desfavorável em sentença inicial fosse reexaminada pelo órgão colegiado, por entender passíveis de
reforma vários de seus tópicos.
Exercia, sobretudo, um direito constitucionalmente previsto quando, abruptamente, teve seu apelo
desconhecido baseado em meras presunções, nunca confirmadas.
Em verdade, vedado se presumir a má-fé da parte. A presunção deve estar na normalidade da
conduta das partes, consoante a exigência processual a que estão obrigadas. Partir-se, contrariamente, do
pressuposto de que a comprovação por meio da guia DARF foi fraudada, significa ter como falso
documento juntado aos autos sem a devida instrução por meio do competente incidente de falsidade.
c) E, como não bastasse, para sua decisão partiu o acórdão de mera presunção, excessiva sem dúvida
e ausente qualquer prova que a confortasse. Como frisado pelo Relator do julgado, o entendimento exarado
poderia ser traduzido “em uma apologia do ilícito”, ilícito este não configurado tampouco corroborado.
O art. 5º, LVII da CF/88 prevê que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado da
sentença penal condenatória, o que, notoriamente, revela-se ausente na espécie.
Frise-se, por oportuno, que a autoria jamais teve contra si sustentada tal presunção de fraude,
ausente por completo qualquer atitude ou conduta anterior que eventualmente justificasse o trancamento
de seu apelo baseado em suposto ilícito. Em verdade, à falta de precedentes por parte da requerente
inaceitável a presunção dada pelo acórdão rescindendo, verdadeira atitude discriminatória sem elementos
concretos a ampará-la.
Aliás, como antes frisado, não se pode presumir a má-fé da parte; a presunção deve estar na
regularidade da conduta desta, consoante a exigência processual pertinente. Supor, sem provas ou mesmo
indícios, de que a comprovação por meio da guia DARF fora forjada significa ter como falso documento
juntado aos autos, embora ausente o devido processo legal.
Tem-se, pois, por violado de igual modo o dispositivo constitucional atrás, a macular ainda mais o v.
acórdão que se procura rescindir.
d) Em derradeiro, a posição tomada pelo acórdão encimado acabou por vilipendiar o dispositivo
constitucional inserido no art. 5º, LV, que assegura a todos, indistintamente, o contraditório e a ampla
defesa, com os meios e recursos pertinentes.
Ao negar conhecimento a apelo tempestiva e regularmente apresentado pela autora, o acórdão
rescindendo negou-lhe direito de exercer o contraditório, cercando-lhe claramente a defesa, e a impedindo
de, além do trazimento e conhecimento de suas razões pelo órgão colegiado, de contrapor suposta
acusação de fraude.
Demais, a decisão rescindenda como posta veio a, inexoravelmente, suprimir o direito da autora ao
duplo grau de jurisdição (CLT, 895), direito este assegurado constitucionalmente e que, por exigência
descabida, não prevista em lei, a impediu de exercê-lo.
A jurisprudência, de igual modo, conforta a tese inicial, procurando distanciar-se do equivocado
entendimento dado pelo acórdão rescindendo, pois
“DESERÇÃO. AUTENTICAÇÃO MECÂNICA. DARF. Entendo não poder presumir a má-fé da parte.
A presunção deve estar na normalidade da conduta das partes em conformidade com a exigência
processual a que estão obrigadas. Partir-se do pressuposto de que a comprovação por meio da guia DARF
foi forjada significa ter como falso documento juntado aos autos sem a devida instrução por meio do
competente incidente de falsidade. Recurso de revista parcialmente conhecido e provido.” (TST-RR-
183.696/95.7-RS, Ac 5ª T 2.975/96, Rel. Min. Armando de Brito, DJU 16.8.96, p. 28335.)
Merece correção, pois, o acórdão rescindendo.
DOS PEDIDOS
Pelo exposto, demonstrado primeiramente o cabimento da presente ação, bem que o acórdão
rescindendo, por flagrante infringência aos inúmeros dispositivos constitucionais e leis substantivas,
restou irrefragavelmente contaminado, padecendo de insanáveis vícios intrínsecos, resulta viável a
rescisão aqui perseguida, o que espera-se após escorreita apreciação do caso por esta Egrégia Corte.
Citação do réu para, querendo, responder aos termos da lide, pena de revelia, sendo, ao final, a ação
julgada procedente, rescindindo-se o v. acórdão nº ......., da ...ª Turma deste regional, e lançado na RT .......,
da ... VARA DO TRABALHO da Capital, ao efeito de afastar a deserção declarada, admitindo e viabilizando
o processamento de recurso ordinário interposto pela autora, e determinando a remessa dos autos à
douta ....ª Turma deste Tribunal, a fim de examinar o seu mérito. Condenação do réu aos ônus de
sucumbência.
Pela produção de todas as provas admitidas, especialmente a juntada de novos documentos e outras
que se fizerem necessárias. Requer-se os autos da ação rescindenda, a viabilizar melhor análise por parte
do Tribunal dos fatos aqui narrados.

Dá-se à causa o valor de R$ 000,00 (valor por extenso)

Nesses Termos,
E. Deferimento
João Pessoa, 09 de março de 2084
[Local], [dia] de [mês] de [ano]

- ASSINATURA -
Nome do Advogado
OAB/XX 00.000
Ação rescisória trabalhista

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL


DO TRABALHO DA ____ REGIÃO.

AÇÃO RESCISÓRIA contra


O Reclamante, ora réu, ajuizou uma Reclamatória Trabalhista em 01/01/2001 contra a Reclamada,
ora autora, tendo seu trâmite perante a __ Junta de Conciliação e Julgamento de ________, tendo a mesma
transitada em julgado em 10/03/2002, condenando a Reclamada ao pagamento das verbas
rescisórias/indenizatórias.

DA PROVA
O reclamante, mediante documento supostamente assinado pela Reclamada, na pessoa de seu
Diretor Sr. ______________, onde era reconhecida sua estabilidade contratual, apresentou-o como única
prova, para fundamentar sua pretensão (doc. 02).
Este documento apresentado pelo Reclamante foi contestado com veemência pela Reclamada,
alegando que o mesmo não era autêntico, porém, o MM Juízo de 1º Grau, o entendeu formalmente
autêntico e perfeito, pois o mesmo trazia assinatura do Diretor da Reclamada.
Após interposto Recurso Ordinário, entenderam os doutos julgadores deste Egrégio Tribunal manter
a r. decisão, transitando em julgado o v. acórdão em 05/05/2002 (doc. 03).
Inconformada, a reclamada diligenciou em apurar posteriormente a assinatura de seu Diretor, por
prova pericial, ficando estabelecida a falsificação da assinatura (doc. 04), inexistindo assim o vínculo
contratual do Reclamante e sendo a sentença em questão totalmente equivocada.
Ora, a falsidade do documento está fundada em elementos cristalinos e evidentes, o que serão
devidamente confirmados no curso da ação, com a final declaração da rescisão desta decisão rescindenda e
naturalmente a total absolvição da Reclamada.
Posto isto, pretende fazer prova através dos meios admitidos em direito, entre elas, inquirição de
testemunhas, provas periciais, documentais, em especial o depoimento pessoal do réu, sob pena de
confesso.
Requer ainda a V. Exa., a citação do réu para oferecer sua contestação e, a final, que se julgue
procedente a ação para rescindir-se a decisão originária.

Dá-se à presente o valor de R$ 000,00 (valor por extenso)

Nesses Termos,
E. Deferimento
João Pessoa, 09 de março de 2084
[Local], [dia] de [mês] de [ano]

- ASSINATURA -
Nome do Advogado
OAB/XX 00.000
Ação rescisória trabalhista - Nulidade de todos os atos processuais

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL


DO TRABALHO DA _____ REGIÃO

...., pessoa jurídica de direito privado, com sede na Rua .... nº ...., Cidade ...., Estado ...., por seu
advogado infra-assinado, vem mui respeitosamente perante Vossa Excelência, interpor

AÇÃO RESCISÓRIA
em face de .... (qualificação), residente e domiciliado na Rua .... nº ...., Cidade ...., Estado ...., pela
razões de fato e de direito que passa a aduzir, com fulcro no art. 48, inciso V, VII e IX, artigos seguintes do
Código de Processo Civil Brasileiro, e no Enunciado 194, do Tribunal Superior do Trabalho.

DOS FATOS
A autora figurou como reclamada nos autos de reclamação trabalhista sob nº ...., perante a MMª ....
JCJ de .../...
A decisão transitou em julgado, conforme comprova certidão em anexo, estando preenchido o
requisito do Enunciado 299, do Colendo Tribunal Superior do Trabalho.

DA DECISÃO RESCINDENDA
O processo em que foi proferida a r. decisão rescindenda encontra-se viciada pela nulidade,
decorrente da citação irregular de autora, eis que esta não recebeu a citação para comparecer à audiência
inicial e apresentar contestação, sendo que a assinatura constante do aviso de recebimento não é do
representante da reclamada ou de qualquer preposto seu.
Tal fato é confirmado pela situação em que se encontrava a empresa reclamada na época da citação,
conforme demonstra a certidão em anexo, de que havia ocorrido incêndio, estando a sede totalmente
fechada.
A decisão da origem, no entanto, considerou válida a citação inicial, aplicando a confissão à autora:
“A reclamada não compareceu em Juízo, embora regularmente citada, fls. ....”
Regularmente notificada, a reclamada não se fez presente. A ausência de defesa acarreta a revelia,
nos termos do art. 844, da CLT. Via de consequência, inexistentes razões de defesa, tem-se por verazes as
alegações formuladas pelo autor na exordial e os fatos como confessados fictamente pela parte passiva. O
efeito disso é a criação de uma presunção favorável à parte contrária ao confitente, com fulcro no qual será
a lide decidida.”
Neste passo, resta demonstrada a falta de regular citação da reclamada devendo ser declarada a
nulidade de todos os atos processuais, desde a citação, inclusive. Outra citação deve ser procedida, para
que possa a reclamada contestar a ação, na forma da lei.
Violada também a disposição específica relativa a notificação do réu para contestar, inserta no artigo
841, da CLT.

Neste sentido:
“Ação rescisória - Vício citatório - “A regularidade do processo citatório se impõe para a própria
estabilidade e segurança jurídica das partes. Como lembra Vicente Greco Filho. “A citação é a primeira e
fundamental garantia de um processo livre e democrático, porque por seu intermédio se leva ao réu o
conhecimento da demanda e o que pretende o autor. Sem citação se completa o “actum trium
personarum”, a relação jurídica processual, não se podendo de um simulacro de processo se extrais
qualquer efeito”. (Direito Processual Civil Brasileiro, 2º Vol. 4ª ed., 1989, pág. 87). Assim, declinado o
Reclamante na inicial endereço diverso do da sede da Reclamada, tem-se como procedente a Ação
Rescisória.” (TRT 15ª Reg. (Campinas/SP) - Proc. nº 0276/91-P-7 - Ac. SE-0723/93-A) - Rel. Juiz Irany
Ferrari, DJSP, 16.06.93 - pág. 105) (JULGADOS TRABALHISTAS SELECIONADOS. Irany Ferrari e
Melchíades Rodrigues Martins. São Paulo: LTR, v. III, p. 122)
A jurisprudência mostra-se neste sentido, “verbis”:
“NOTIFICAÇÃO. VÍCIO PROCEDIMENTAL. NULIDADE DA DECISÃO RESCINDENDA.
SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO. Restando comprovado de modo efetivo a ocorrência de vício procedimental
relativamente à citação da Reclamada, torna-se imperioso o reconhecimento da procedência da ação
rescisória que busca a nulidade da decisão rescindenda, a partir da Citação inaugural do procedimento
trabalhista, determinando-se, ainda, a suspensão da execução, tendo-se em mira o fato de que o
procedimento executório é corolário do procedimento cognativo, inadmitindo-se sua existência sem a
procedência deste.” (TRT-Pr-AR 061/93 - Ac. 17.027/94 - Rel. Min. João Luiz Rodrigues Biscaia) (REVISTA
GENISES DE DIREITO DO TRABALHO, nº 27, março de 1995, pág. 369-371).
A doutrina também ensina neste sentido, nas palavras do insígne jurista Pimenta Bueno:
“É sem dúvida mister consagrar a autoridade da coisa julgada mas não é menos essencial consagrar
o império da verdade e da justiça, quando se patenteia tal não se pode dele duvidar.

IRREGULARIDADE DA AUDIÊNCIA - AUSÊNCIA JUSTIFICADA


Não bastasse a citação inicial não ter o ocorrido regularmente, na data da audiência inicial realizada
em .../.../..., estava sendo realizado o velório e enterro de um dos sócios (certidão de óbito em anexo), pai
do sócio remanescente. Neste passo, fica justificada a ausência do representante da reclamada. Assim,
razão maior para que seja anulado o processo, concedendo-se à autora oportunidade para que apresente
defesa.

DOCUMENTOS
Os documentos em anexo comprovam que a autora nunca possuiu funcionário com o nome ...., que
foi quem assinou o aviso de recebimento.
Comprovam também a ocorrência do incêndio na sede da autora, motivando a ausência de
atividades.

SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO
É de suma importância salientar que o processo de origem encontra-se em fase de execução.
Entretanto, face aos vícios procedimentais acima citados, restando a nulidade do referido processo, é
salutar, para que se faça a melhor justiça, que seja suspensa a execução em caráter liminar, sob pena de
causar prejuízo à autora da presente ação, uma vez verificada a nulidade procedimental.
Requer-se, portanto, “in limini”, a suspensão do processo executório, pois este é decorrência do
processo de conhecimento, não se podendo admitir seu processamento sem o regular desenvolvimento da
fase cognitiva.
Neste sentido a jurisprudência:
“NOTIFICAÇÃO. VÍCIO PROCEDIMENTAL. NULIDADE DA DECISÃO RESCINDENDA. SUSPENSA
DA EXECUÇÃO. Restando comprovado de modo efetivo a ocorrência de vício procedimental relativamente
à citação da Reclamada, torna-se imperioso o reconhecimento da procedência da ação rescisória que busca
a nulidade da decisão rescindenda, a partir d Citação inaugural do procedimento trabalhista,
determinando-se, ainda, a suspensão da execução, tendo-se em mira o fato de que o procedimento
executório é corolário do procedimento cognativo, inadmitindo-se sua existência sem a procedência deste.
(TRT-PR-AR 061/93 - Ac. 17.027/94 - Rel.Min. João Luiz Rodrigues Biscaia) (REVISTA GENESIS DE
DIREITO DO TRABALHO, nº 27, março de 1995, pág. 369-371).

CONCLUSÃO
Assim, resta demonstrada a existência de vício procedimental, com base no artigo 485 do Código de
Processo Civil, nos incisos seguintes:
“VIII - houver fundamento para invalidar a confissão, desistência ou transação, em que se baseou a
sentença;
IX - fundamenta em erro de fato, resultante de atos ou de documentos da causa;
par. 1º - Há erro, quando a sentença admitir um fato inexistente, ou quando considerar inexistente
um fato efetivamente ocorrido.”
Restou demonstrada, portanto, a nulidade da citação, que efetivamente não foi recebida na sede da
reclamada, levando o r. Juízo a incorrer em erro, acreditando que houve a regular citação.
Ainda, o processo corrente viola as garantias constitucionais outorgadas pelo artigo 5º, inciso LV, da
Constituição Federal de 1988, que garante o contraditório e a ampla defesa. Vejamos:
“aos litigantes em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.”
“Ex positis”, é imperiosa a anulação de todos os atos processuais, desde a citação, inclusive,
devendo determinar-se à Junta que proceda a regular notificação da autora, para que apresente defesa.

PEDIDO
“Ex positis”, há que ser efetivada a desconstituição da res judicata, face a violação de literal
dispositivo de lei, devendo ser determinada a citação regular da reclamada.
Requer-se, “in limini”, seja determinada a suspensão da execução.

CITAÇÃO
Requer-se a citação do réu, no endereço constante do caput da presente, para que, querendo,
conteste a presente.

PROVAS
Requer-se, ainda, a produção de todas as provas em direito admitidas.
VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa, para efeitos de alçada e fiscais, o valor de R$ 000,00 (valor por extenso).

Nesses Termos,
E. Deferimento
João Pessoa, 09 de março de 2084
[Local], [dia] de [mês] de [ano]

- ASSINATURA -
Nome do Advogado
OAB/XX 00.000
Agravo regimental interposto para fins de revogação de despacho em ação rescisória, o qual concedeu
liminar para suspensão de execução trabalhista

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ RELATOR ____________________ COMPONENTE DA


SEÇÃO DE DISSÍDIOS INDIVIDUAIS DO TRIBUNAL PLENO DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO
TRABALHO DA _____ REGIÃO

....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º
....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de
seu (sua) advogado(a) e bastante procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional
sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe notificações e intimações, vem mui
respeitosamente à presença de Vossa Excelência interpor

AGRAVO REGIMENTAL
ante o despacho de fls. .... que concedeu a liminar nos autos de Medida Cautelar Inominada
n.º ............, com fulcro no disposto no art. 208 e seguinte do Regimento Interno do Tribunal Regional do
Trabalho da .... Região, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.

PRELIMINARMENTE
1. DA ADMISSIBILIDADE DO AGRAVO REGIMENTAL
O presente agravo deve ser conhecido, porque atende todos os pressupostos de admissibilidade.
Nos termos do artigo 208 e seu inciso III do Regimento Interno deste Tribunal Regional, cabe agravo
regimental “’do despacho que conceder ou denegar medida liminar”, no prazo de 05 (cinco) dias.
A tempestividade da presente peça processual pode ser atestada se observado que o aviso de
recebimento da notificação do despacho (fls. ...) não tinha sido juntado aos autos até a data da carga destes
(.../.../... - fls. ...).
Assim, o prazo para a interposição do presente agravo regimental expira em .../.../... (....-feira).

Neste sentido:
“AGRAVO REGIMENTAL. Segundo o artigo 208, inciso II, do Regimento Interno do TRT da 9a
Região, o prazo para interposição de agravo regimental é de cinco dias. Esse prazo não se suspende nem se
interrompe por pedido de reconsideração da decisão que indeferiu a liminar em ação de segurança”. (TRT-
PR-ARL 22/97 - Ac. SDI2 26.653/97 - Rel. Juiz Luiz Eduardo Gunther - DJPr 26.09.1997).

2. INÉPCIA DA AÇÃO RESCISÓRIA - NÃO CABIMENTO


Primeiramente, antes de se rebater o mérito do despacho que concedeu a liminar, convém ressaltar
que a Ação Rescisória certamente será extinta sem julgamento do mérito.
Ação cautelar nominada incidental. Ação rescisória. Suspensão da execução. Cassação de liminar
concessiva.
Sendo o objetivo do processo a paz social através do império da lei pela justa solução da lide e sendo
a execução de sentença transitada em julgado (art. 467 do CPC) definitiva (art. 587 do CPC), ainda que
proposta ação rescisória que não suspende a execução (art. 489 do CPC), seria implementar a ilegalidade
conceder efeito suspensivo em medida cautelar quando a lei veda à ação principal em respeito a coisa
julgada .
(TRT - 12a. Reg. - AT-CAU-001828/94 - Ac. SDC-000200/96 - unan. - Rel: Juiza Alveny de A.
Bittencourt - Reqte: Gráfica e Editora Brasil Ltda. - Reqdos: Carlos Alberto Marcelino e outros - Advs:
Gilson Patel Moraes e Sandra Andrade Lira de Oliveira - Fonte: DJSC, 14.03.96, pag. 73, “in” BONIJURIS
18053).
“MEDIDA CAUTELAR - AÇÃO RESCISÓRIA -SUSPENSÃO da EXECUÇÃO - Incabimento
0 Colendo Tribunal Superior do Trabalho tem decidido, reiteradamente, que a propositura de ação
rescisória não tem repercussão alguma na execução. Muito menos viável será, portanto, deferir a
suspensão da execução via medida cautelar inominada, visto que esta, como é cediço, é sempre
dependente da ação principal”. (TRT - 24a. Reg. - AG-0035/96 - Ac. TP-2191/96 - maioria - Rel: Juiz David
Balaniúc Júnior - j. em 04.09.96 - Fonte: D.IMS. 08.10.96, pág. 54). In BONIJURIS 19442
“Não se configurando a excepcionalidade da situação que justificaria o exercício do poder geral de
cautela, prevalece o princípio de que a Rescisória, por força do art. 489, do C. Pr. Civil, não suspende a
execução da sentença rescindenda. AGRAVO REGIMENTAL desprovido.” (TRT - 3a. Reg. - ARG- 00069/94
- Ac. Seção Especializada - unan. - Rel: Aroldo Plínio
Gonçalves - Fonte: DJMG II, 20.01.95, pág. 21, Bonijuris Trabalhista n.º 16157).
“AÇÃO RESCISÓRIA - Inadmissibilidade de SUSPENSÃO da EXECUÇÃO através de MEDIDA
CAUTELAR - ART. 489/CPC “Suspensão da execução - Admitir-se suspensão da execução via ação
dependente de rescisória seria ferir o disposto no art. 489 do CPC. 0 processo cautelar não tem o condão de
inviabilizar o julgado em si. 0 Juiz é intérprete da lei e o seu entendimento, diverso daquele formalizado
pelo legislador ao editar a lei, não é bastante a ensejar ao mesmo decidir contra dispositivo legal expresso,
pois o interpretar não se confunde com o legislar, o qual a Constituição reserva ao Poder Legislativo”. (TRT
- 24a. Reg. - MC-0032/96 - Ac. TP-1655/97 - maioria - Rel: Juiza Daisy Vasques - j. em 16.07.97 - Fonte:
DJMS, 14.08.97, pág. 57, “in” BONIJURIS 21721).
MEDIDA CAUTELAR. EXECUÇÃO. AÇÃO RESCISÓRIA. A medida cautelar em ação rescisória não
pode sobrestar a execução, sob pena de se atingir fim defeso em lei por via obliqua”. (TRT-PR-MC 13/92 -
Ac. TP 3.665/93 - Rel. Juiz Tobias de Macedo Filho - DJPr. 16/04/1993).
MEDIDA CAUTELAR INCIDENTAL. AÇÃO RESCISÓRIA. Se a lei é taxativa no sentido de que a
Ação Rescisória não suspende a execução da sentença rescindenda (CP - arf. 489), não pode prosperar
Ação Cautelar visando, exatamente, o descumprimento da lei”. (TRT-PR-MC 6/91 - Ac. TP 2.963/91 - Rel.
Juiz Paulo Afonso Miranda Conti - DJPr. 17/05/1991).
A mais alta Corte Trabalhista também comunga deste entendimento:
“Com efeito, a ação rescisória não suspende a execução da sentença rescindenda (CPC, art. 489). Se
a propositura da rescisória não suspende a execução do iulgado de que se visa a desconstituição é
sintomático que não se permita possa uma ação cautelar incidental produzir efeito suspensivo que a lei
veda à própria ação principal em razão da autoridade da ‘res iudicata’. “
(TST - RQ-MC-68.942/93.1 - 6a. R g. Ac. SDI-1.553/94 - unan. - Rel: Min. Armando de Brito - Fonte:
DJU l, 01.07.94, pág. 17737, “in” Bonijuris Trabalhista n.º 14292).
“A concessão de Medida Cautelar em Ação Rescisória, para estancar fluxo da execução do comando
sentencial rescindendo, implica em interver, por via oblíqua, o preceito proibitivo do artigo 489 do Código
de Processo Civil: ‘A ação rescisória não suspende a execução da sentença rescindenda’ - RO-AC-824/84,
RO-MC-1332&90.8”.. (TST - RO-MC-68944/93.6 - 2a. Reg. - Ac. SDI-520/94 - unan. - Rel: Min. Cnéa
Moreira - Fonte: DJU I, 29.04.94, pág. 9814, “in” BONIJURIS 13412).
Importante salientar, ainda, que o despacho judicial ora atacado, inobservou o disposto no artigo 5
da Lei de Introdução ao Código Civil, que determina que na aplicação da lei, o “Juiz atenderá aos fins
sociais a que ela se dirige e as exigências do bem comum”.
Afinal, para salvaguardar o direito patrimonial de uma empresa (que por longos anos sonegou
direitos de seu ex empregado), foi determinada a suspensão da execução de uma reclamatória trabalhista,
cujas verbas deferidas são de natureza alimentar.
Registre-se que o crédito trabalhista constitui fonte de subsistência do trabalhador e, nesse caso, de
sua família, já que se trata de espólio.
A toda evidência, o fim social da lei não foi preservado, pois a obstaculização do bem penhorado ser
levado a leilão, retarda a execução do julgado e, via de consequência, pretere por muito mais tempo e
solvimento do litígio.
Nesta esteira, analogicamente e destacando os preceitos constitucionais (artigos 7, 100 e 114 da
atual Constituição Federal), também aqui aplicáveis:
“BEM DE FAMÍLIA. CRÉDITO TRABALHISTA. 0 objetivo da Lei 8.009/90 é proteger o bem de
família, mas não o devedor inadimplente que busca se esquivar através do dispositivo legal do
cumprimento de suas obrigações. Como inequivocamente vislumbra-se no caso dos autos. Alias, o crédito
trabalhista. por ser de natureza alimentar e portanto, garantido constitucionalmente encontra-se protegido
acima do bem de família, que está constituído em lei infraconstitucional. É o que se denota dos artigos T,
100 e 114 da atual Constituição Federal”. (TRT-PR-AP 2.028/97 - ac. 5 T 5.425/98 - Rel. Juiz Antonio Lucio
Zarantonello, DJPr 20. 03. 1 998).
Não é demais lembrar que o empregado já é falecido e quem defende seus interesses é o espólio. Ou
ainda, em outras palavras: restou reconhecido pela r. sentença que inúmeros direitos trabalhistas do
Sr. .......... foram sonegados.
Como se não bastasse, a decisão de segundo grau estendeu tal reconhecimento, ou seja, acresceu a
condenação parcelas devidas e não pagas ao longo de seu contrato de trabalho e também não enquanto o
Sr. ............. era vivo.
Até quando a ................ LTDA., vai tentar esquivar-se de seus deveres? Até quando e de quantos
remédios inoportunos e inadequados tentará se valer para retardar o adimplemento de suas obrigações?
Isto sim é absurdo! Não sendo demais registrar que a manutenção do deferimento desta liminar
estará afrontando diretamente dispositivos constitucionais.
Sob outro prisma, os elementos insertos no artigo 798 do Código de Processo Civil, também não
restaram provados pela impetrante.
E neste diapasão, novamente registra-se que a “lesão grave” e de “difícil reparação” é aquela que a
empresa vem gerando aos herdeiros e sucessores de seu ex empregado: preteri-los do pagamento da verba
alimentar, incontroversamente devida!
Inobstante tal fato, rebate-se a liminar deferida, impugnando seus elementos essenciais, ante sua
inadequação e também inexistência de prova. Senão vejamos:

DO MÉRITO
DOS FATOS
Em .../.../... a ........... ingressou com uma Ação Rescisória (autuada sob o n.º ..........., em face da r.
sentença prolatada nos autos de reclamatória trabalhista n.º ........... em trâmite perante a ....Vara do
Trabalho de ........
Isto porque a mesma foi interposta contra a sentença dos autos de reclamatória trabalhista n.º .........
da .... Vara do Trabalho de .......... e não contra o v. acórdão, que é a ultima decisão de mérito do processo.
Nesta esteira:
“AÇÃO RESCISÓRIA - Ultima decisão de mérito - única possibilidade de cabimento.
A pretensão desconstitutiva formulada na ação rescisória que se dirigir sempre contra a ultima
decisão de mérito a analisar o tema no qual se funda a alegado erro e fato; pena de extinção do feito sem
julgamento de mérito por impossibilidade jurídica do pedido. Recurso ordinário conhecido e desprovido”.
(TST - Rec. Ordinário em Ag. de Regimento n. 624/92.0 - 3a. Reg. - Ac. 251/94 - SDI - unân. - Rel: Min.
Vantuil Abdala - Fonte: DJU I, 06.05.94, pág. 10646, “in” BONIJURIS24168)
“AÇÃO RESCISÓRIA - INÉPCIA da INICIAL configurada - Pedido de rescisão de decisão da VARA
DO TRABALHO, substituída por ACÓRDÃO do TRT.
AÇÃO Rescisória - Inépcia da inicial - consequência. Considera-se inepta a petição inicial de ação
rescisória que pretende rescindir decisão proferida em primeiro grau, quando já substituída por decisão
prolatada pelo Tribunal Regional do Trabalho. Rescindível é a ultima decisão de mérito proferida nos autos
da demanda. Rescisória extinta”. (TRT - 10a. Reg. - AR-0297/95 - Ac. TP - unân. - Rel: Juiz Maurício S.
Neves Filho - Fonte: DJU III, 04.12.98, pág. 04, “in” BONIJURIS 27810).
“AÇÃO RESCISÓRIA - AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR - Substituição da decisão da VARA DO
TRABALHO por ACÓRDÃO do TRT - Pedido de desconstituição da SENTENÇA - EXTINÇÃO DO
PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO.
AÇÃO rescisória. Falta de interesse de agir. Substituída a decisão de primeiro grau pela do órgão “ad
quem”, a pretensão rescisória deve ser dirigida contra o v. acórdão. pois a sentença não mais existe como
ato decisório. Formulado pedido de desconstituição da sentença, manifesta a falta de interesse de agir.
Processo extinto, sem exame do mérito”.
(TRT - 9a. Reg. - AR00070/98 - VARA DO TRABALHO J de Jacarezinho - Ac. SDI I-04572/99 - unân. -
Rel: Juiz Dirceu Pinto Júnior - Fonte: DJPR, 26.02.99, pág. 382 - “in” BONIJURIS 27812).
“AÇÃO RESCISÓRIA - Caracterização APENAS DA ÚLTIMA DECISÃO COMO RESCINDÍVEL -
SENTENÇA ou ACÓRDÃO - ART. 512/CPC
Ação rescisória - Decisão rescindível. Rescindível será a sentença ou o acórdão, nunca ao mesmo
tempo, e sim a decisão que, por último, solucionou a lide de “meritis”, pois, dada a teoria da substituição
da sentença, formalmente perfilhada pelo art. 512, do CPC, o julgamento pelo Tribunal substituirá o
decisório de mérito recorrido, no que tiver sido objeto de recurso (COQUEIJO COSTA)”. (trt - 24a Reg. -
AR-0000022/94 - Ac. TP-0001690/95 - Rel: Juiz Amauri Rodrigues Pinto Júnior - Fonte:DJMS, 19.05.95,
“in”BONIJURIS 17428).
Por todo o exposto, requer seja revogado o despacho que concedeu a liminar, julgando-se a ação
rescisória e a medida cautelar inominada extintas sem julgamento do mérito, nos termos do artigo 267, VI
do Código de Processo Civil.

DO DIREITO
1. VIOLAÇÕES LEGAIS
Impossível concordar com o despacho exarado às fls. ......, que deferiu a liminar, determinando a
suspensão da execução dos autos de reclamatória trabalhista n.º .........., em trâmite perante a ...a VARA DO
TRABALHO de ............./......, até decisão final da ação rescisória.
Tal despacho violou flagrantemente dispositivos legais e a jurisprudência pátria, bem como os
princípios básicos norteadores do Processo do Trabalho. Senão, vejamos.
Dita expressamente o artigo 489 do Código de Processo Civil, que “a ação rescisória não suspende a
execução da sentença rescindenda”.
Ao comentar tal artigo, Nelson Nery Júnior e Rosa Maria Andrade Nery, “in” Código de Processo
Civil Comentado, 3a Edição, Editora Revista dos Tribunais, São Paulo, 1997, p. 707, ditam que:
“Como se trata de medida excepcional, não se pode conceder cautelar para obstar a execução da
sentença ou acórdão rescindendo, com ofensa frontal ao CPC 489, senão quando a hipótese concreta
demonstrar uma quase liquidez e certeza da procedência do pedido rescisório. Exige-se mais do que o
mero ‘fumus boni juris’ ordinário, da ação cautelar convencional”.
Neste sentido:
“Ação cautelar incidental - Ação rescisória - Reajustes salariais - A concessão de cautelar incidental a
rescisória, em face do disposto no artigo 489 do CPC, está condicionada a demonstração da quase certeza
da procedência do pleito principal. A falta de elementos quanto a esta premissa leva a improcedência da
ação”. (TST - AC 372500/1 997-0 - Ac. SBDI2 - unân. - Rel: Min. Carlos Alberto Reis de Paula - Fonte: DJU
I. 26.03.99, pág. 55, “in” BONIJURIS 28144).
A suspensão da execução através de liminar, como “in casu”, distancia-se do entendimento
dominante do próprio Tribunal Regional do Trabalho da ...a Região, que assim vem decidindo:
“AÇÃO RESCISÓRIA. SUSPENSÃO DE EXECUÇÃO. CAUTELAR. Nem mesmo através de ação
cautelar se pode obter a suspensão de execução de sentença. questionada pela interposição de ação
rescisória” (TRT-PR-MC 4/91 - Ac. TP 6.099/91 - Rel Juiz Ricardo Sampaio - DJPr. 20/09/1991).
“MEDIDA CAUTELAR INCIDENTAL EM AÇÃO RESCISÓRIA.SUSPENSÃO DA Execução.
IMPOSSIBILIDADE - Se a ação rescisória sobre a qual incidiu a cautelar não tem o condão de suspender a
execução por força de lei (art. 489 do CPC), muito menos o terá a cautelar, ação dependente e de cunho
preparatório ou incidental. Não ocorrem, ‘in casu’. o ‘fumus boni juris’ e o ‘perículum in mora’, justamente
porque a pretensão de suspender a execução por via cautelar é obstada, por força de lei, à própria ação
rescisório-principal. Improcedência da medida cautelar com insubsistência da liminar concedida em
primeiro grau”. (TRT-PR-MC 9/91 - Ac. TP 5.732/91 - Rel. designado Juiz Paulo Afonso Miranda Conti -
DJPr. 06/09/1991).
Ato continuo, em .../.../... referida empresa ingressou com uma Medida Cautelar Inominada (autuada
sob o n.º .......), com pedido de liminar para sustar a execução da reclamatória trabalhista supracitada.
Tal liminar foi concedida através do despacho de fls. .... dos autos de Medida Cautelar n.º ......, a
qual resta atacada através do presente Agravo Regimental.

1. DO FUMUS BONI IURIS


É sabido que para que a parte possa obter a tutela cautelar, precisa comprovar a existência da
plausibilidade do direito por ela afirmado (“fumus boni juris”) e a irreparabilidade ou difícil reparação
desse direito (“periculum in mora”), caso se tenha de aguardar o trâmite normal do processo.
Ademais, conforme transcrito no item acima, Nelson Nery Junior e Rosa Maria Andrade Nery com
absoluta propriedade afirmam que para a concessão de liminar que obste a execução de sentença, há que
se demonstrar uma quase liquidez e certeza da procedência do pedido rescisório, exigindo-se mais do que
o mero fumus boni juris’ ordinário, da ação cautelar convencional.
Neste sentido:
“AÇÃO CAUTELAR. IMPROCEDÊNCIA. Improsperável se revela a medida cautelar intentada,
incidentalmente à ação rescisória, em que se pretende suspender os atos da execução, sem demonstração
convincente da presença do ‘periculum in mora’ e do ‘fumus iuris’. 0 credor tem em seu favor título
judicial transitado em julgado, cuja execução, nos termos do art. 489 do CPC, não resta prejudicada pelo
ingresso da rescisória” (TRT-PR-MC 4/95 - Ac. SE 16.134/95 - Rel. Juiz Euclides Alcides Rocha - DJPr.
23/06/1995).
“MEDIDA CAUTELAR. PRESSUPOSTOS DE CABIMENTO. 0 cabimento da medida cautelar para
sustar os efeitos da coisa julgada, pressupõe certeza de bom direito e risco de seu perecimento
configurados de forma irretorquível”. (TRT-PR-MS 10/92 - Ac. TP 6.641/92 - Rel. Juiz Pedro Ribeiro Tavares
- DJPr. 28/08/1992).
“MEDIDA CAUTELAR. ACÃO RESCISÓRIA. PRESSUPOSTOS. A tutela cautelar só é aceitável, em
face da rescisória, quando o caso concreto afigura-se altamente excepcional e grave, reunindo os
pressupostos autorizadores da medida (‘fumus boni juris’ e ‘periculum in mora’) e, mesmo assim, desde
que o julgador se convença que o prosseguimento do ato executado possa se tornar ineficaz ou inoperante
a sentença do principal, na hipótese de êxito, sob pena de se subverter a norma inscrita no art. 489 do CPC
e, até mesmo, imprimir efeito suspensivo a titulo executivo transitado em julgado. Medida cautelar que se
julga improcedente”.
(TRT-PR-MC 1/92 - Ac. TP 8.963/92 - Rel. Juiz Pretextato Pennafort Taborda Ribas Netto - DJPr.
20/11/1992).
“AGRAVO REGIMENTAL. Desmerece prosperar pretensão de liminar suspensiva da execução, em
ação cautelar, quando indemonstrada inequívoca e convenientemente a presença de ‘periculum in mora’ e
plausibilidade de sucesso na ação rescisória proposta.” Obs: EMENTA DE IGUAL TEOR NO ACÓRDÃO
16.131/95, MESMO RELATOR (TRT-PR-ARL 16/95 - Ac. SE 16.132/95 - Rel. Juiz Euclides Alcides Rocha -
DJPr. 23/06/1995).
Todavia, de uma análise mais detalhada dos presentes autos, tem-se que não existe qualquer indício,
“fumaça” ou muito menos, certeza do direito do postulante da medida cautelar, razão pela qual se faz
imperiosa a revogação do despacho que deferiu a liminar.
É o que requer.

2. DO PERICULUM IN MORA
A ......... ao propor a medida cautelar inominada n.º ........, asseverou que:
“É certo que o prosseguimento da execução no processo trabalhista causará à requerente lesão grave
e de difícil reparação, já que a venda em hasta pública avilta o valor do bem e, havendo a rescisão da
sentença, não há possibilidade de se retomar ao ‘status quo ante’ e certamente o réu não terá recursos para
indenizar a requerente o prejuízo que lhe causar” (fls. 14 - item 20).
Conforme noticiado alhures, o crédito trabalhista tem caráter alimentar.
“É risível a situação, para não dizer vexatória: a própria empresa que durante anos sonegou de seu
empregado a quantia hoje equivalente a mais de R$ ........, reconhece que certamente o réu não terá
recursos para indenizar a requerente”.
Ora, é evidente que uma família pobre, cujo chefe faleceu há pouco, e quando vivo, laborava de sol a
sol sem receber sequer a devida e justa contraprestação, não tenha condições de pagar R$ .......a .....
E mais: durante todos os meses do pacto laboral, onde dia a dia a empregadora deixava de pagar
corretamente a remuneração do obreiro, jamais a ela pensou que talvez seu empregado não tivesse
condições sequer de sustentar-se a si e a própria família.
Curiosa é a interpretação do “periculum in mora” dada pela proponente da medida cautelar: a
empresa não pode ter seu imóvel leiloado para saldar dívida trabalhista, cujos valores já são
incontroversos.
Em contrapartida, a pobre família que depende deste dinheiro para sua sobrevivência pode esperar
mais - e sabe-se lá até quando - , sem uma vida digna, sem conforto, lazer, saúde, educação. comida etc.
Ao tomar conhecimento da proximidade do leilão. a empresa apressou-se em entrar com várias
medidas judiciais para sustá-lo. Pressa esta que jamais demonstrou nas várias oportunidades que teve para
quitar sua dívida com o Sr. ........................ ou sua família.
Assim, entendemos que o “periculum in mora” está presente nestes autos e de forma muito clara, na
medida em que o imóvel deve ser imediatamente leiloado para prover os alimentos de toda uma família e
não para injustamente favorecer a devedora.
É neste sentido que se espera seja analisada a questão:
“MEDIDA CAUTELAR. REQUISITOS - Somente a presença simultânea dos requisitos do art. 798, do
CPC, autorizaria a concessão da cautela. Ausente e não provado o ‘periculum in mora’, a medida cautelar
não poderia ter sido concedida, mormente em se tratando de caráter satisfativo. Sentença que se confirma.
Recurso a que se nega provimento” (TRT-PR-RQ 6.848/90 - Ac. 2º- T 6.825/92 - Rel. Juiz José Montenegro
Antero - DJPr. 11/09/1992).

3. AUSÊNCIA DE ERRO DE FATO E FALSO TESTEMUNHO


Improsperável a alegação do autor da Medida Cautelar. no sentido de que a r. sentença de primeiro
grau foi fundada em “erro de fato”.

a) não configuração do vício


Para a configuração do vício elencado no inciso IX do artigo 485 do diploma processual, faz-se
imperiosa (dentre outros elementos), a prova de que o mesmo tenha alterado a realidade dos autos,
considerando-o como único elemento de convencimento.
Compulsando-se os autos, verifica-se que não foi este o ocorrido. Ao contrário, a própria Juíza
relatora da decisão de primeiro grau, considerou algumas colocações do autor absurdas. Porém,
ponderando e valorando as inúmeras provas produzidas nos autos, reconheceu serem devidas horas
extraordinárias em favor do reclamante.

Neste sentido:
“AÇÃO RESCISÓRIA. ERRO DE FATO. ESSENCIAL. 0 erro de fato a que alude o artigo 485, IX do
Código de Processo Civil é o essencial, ou seja, aquele que altera diretamente a realidade dos autos. Se o
fato que fundamenta a ação rescisória foi apenas um dos elementos de convencimento, e sua presença ou
ausência em nada alteraria o julgado, trata-se, quando muito, de erro acidental, não ensejando rescisão”.
(TRT-PR-AR 265/97 - Ac. SDI2 21.555/99 - Rel. Designado Juiz Ney José Freitas - DJPr. 17/09/1999).
Devem ser inadmitidas a Ação Rescisória e a Medida Cautelar, por força no disposto no parágrafo 2º
daquele artigo, que dita ser indispensável que não tenha havido controvérsia nem pronunciamento
judicial sobre o fato inexistente.
Ocorre que “in casu”, o fato foi existente, qual seja, o tempo de trabalho efetivo do réu foi objeto de
prova robusta e análise judicial, tanto em primeira quanto em segunda instância.
Nesta esteira:
“AÇÃO RESCISÓRIA. ERRO DE FATO. Para o cabimento da Ação Rescisória fundada em erro de fato
(artigo 458, IX. do CPC) indispensável que não tenha havido controvérsia nem pronunciamento judicial
sobre o fato conforme regra inserta no artigo 2º, da mora citada. Ora, a declaração contida no Acórdão de
que havia omissão da sentença em relação as horas extras e domingos e feriados trabalhados, nada mais é
que a manifestação judicial sobre o fato, pois entendeu o Acórdão preclusa a matéria pela não interposição
na Primeira Instância dos Embargos Declaratórios. 0 Acórdão atacado estava a sugerir o ajuizamento de
outra reclamatória, mas não da Ação Rescisória”. (TRT-PR-AR 51/92 - Ac. SE 7.747/93 - Rel. juiz Alberto
Manenti - DJPr. 23/07/1993).
“AÇÃO RESCISÓRIA - Alegação de ERRO DE FATO - Necessidade da existência de pronunciamento
judicial sobre o fato - ART. 485/CPC, parágrafo 2º, IX - Impossibilidade de reapreciação de PROVA Ação
rescisória - Erro de fato - Impossibilidade de reapreciação da prova. Para que seja possível alegar “erro de
fato” a justificar o corte rescisório é imprescindível que sobre tal fato não tenha ocorrido pronunciamento
judicial (art. 485, parágrafo 2º, IX, do CPC). A má apreciação da prova não possibilita a rescisão da
sentença, até porque a ação rescisória não se presta a obter reapreciação de provas.” (TRT - 24a. Reg. - AR-
0000011/94 - Ac. TP-0002300/95 - Rel: Juiz Amaury Rodrigues Pinto Júnior - Fonte: DJMS, 07.07.95). In
BONIJURIS 17429
Diversamente do previsto no artigo 485, IX do Código de Processo Civil, nenhum fato inexistente foi
sopesado para as decisões dos juízos de primeiro e segundo graus.
Vê-se claramente que nenhum erro houve, quiçá de fato, mas tão somente a livre apreciação das
provas produzidas pelas partes, que a toda evidência encontra tipificação constitucional (art. 93, IX da
Carta Magna).
Portanto, qualquer manobra que a ......... pretenda se valer será infrutífera ante a realidade contida
nos autos.
Ademais, se a empresa reclamada não se conformou com a condenação imposta, nem tampouco com
a manutenção da decisão em sede de recurso ordinário, deveria ter revolvido a matéria no remédio
processual próprio, qual seja, recurso de revista e não em ação rescisória, que se mostra de todo incabível.
Senão vejamos:
“ ERRO DE FATO - Não caracterização - AÇÃO RESCISÓRIA improcedente.
Erro de fato. Não caracterização. ‘Erro de fato não é um erro de julgamento e sim de percepção do
Juiz, consistente em uma falha que Ihe escapou a vista, no momento de compulsar os autos do processo,
falha essa relativa a um ponto decisivo da controvérsia.’ Enrico T. Liebman, apud Manoel Antonio Teixeira
Filho, in Ação Rescisória no Processo do Trabalho, Ed. LTr 1992, p. 270. (...) “Se, ao contrário, o órgão
judicial, errando na apreciação da prova, disse que decidia como decidiu porque o fato ocorrera (apesar de
provada nos autos a não ocorrência), não se configura o caso do inc. IX. A sentença, embora injusta, não
será rescindível.” Barbosa Moreira, autor e obra citada, pp. 272/273. No presente caso o acórdão
rescindendo analisou a questão relativa ao vínculo de emprego de forma analítica e ao final pronunciou-se
pela mantença do julgado, não havendo que se falar portanto em erro de fato. Ação Rescisória julgada
improcedente por unanimidade”. (TRT - 24a. Reg. - AR- 0046/98 - Ac. TP-0763/99 - unan. - Rel: Juiz João
de Deus Gomes de Souza - j. em 07.04.99 - Fonte: DJMS, 14.05.99, pág. 51, in BONIJURIS 28401).
“DOLO. A lei tem em mira o dolo unilateral de uma das partes, apto em si mesmo a ensejar sentença
de mérito desfavorável ao antagonista. Não configura dolo o fato de a parte valer-se de documento, não
impugnado, para prova do fato alegado.
ERRO DE FATO. Evidenciado pelos termos do julgado rescindendo que houve pronunciamento
sobre a questão controvertida, não há de se cogitar de típico erro de fato.
Pedido improcedente”. (TRT-PR-AR 141/98 - Ac. SDI 22.889/99 - Rel. Juiz Dirceu Pinto Júnior - DJPr.
01/10/1999).
“ERRO DE FATO. NÃO CARACTERIZADO. REVISÃO DE MATÉRIA DE FA TO. A aplicação pela
decisão rescidenda dos efeitos da confissão presumida em face do não comparecimento da parte na
audiência em que deveria depor, e consideradas as demais provas, não justifica a interposição de Ação
Rescisória. A questão alusiva à má apreciação da prova ou injustiça da decisão não merece análise por
meio de procedimento rescisório enquanto excede de seus limites”. (TRT-PR-AR 126/97 - Ac. 5.757/99 -
Rel. Juiz Juvenal Pedro Cim - DJPr. 1263/1999).
“AÇÃO RESCISÓRIA. ERRO DE FATO, ART. 485, V, 1; CPC. Verifica-se o erro de fato sujeitando a
rescisão o julgado rescidendo quando decorre de desatenção ou omissão do Acórdão quanto á prova. A
eventual desatenção ou má apreciação da prova não constitui erro de fato e não autoriza a ação rescisória”.
(TRT-PR-AR 5/94 - Ac. SE 17.011/94 - Rel. Juiz José Montenegro Antero - DJPr. 30/09/1994).
“AÇÃO RESCISÓRIA. ERRO DE FATO. DEFEITO DE CITAÇÃO. Improcedente o pedido de
desconstituição da r. sentença rescidenda baseada em defeito de citação, pois esta presume-se recebida
quarenta e oito horas depois de sua regular expedição. 0 seu não recebimento ou a entrega pós o decurso
desse prazo constituem ônus da prova do destinatário, nos termos do Enunciado da Sumula 16 do E. TST.
Também incabível a alegação de defeito da notificação, por erro de fato que é o erro que ‘advém de falta ou
excesso de visão do magistrado’ ou ainda como leciona o respeitável doutrinador, Manoel Antonio Teixeira
Filho, citando Liebman, ‘o erro de fato não é um erro de julgamento e sim de percepção do iuiz’.
Improcedente a ação rescisória com fulcro no art. 485, IX. do CPC”. (TRT-PR-AR 114/97 - Ac. SE
8.837/98 - Rel. Juiz Wilson Pereira - DJPr).
“AÇÃO RESCISÓRIA improcedente - ERRO DE FATO não demonstrado - Má apreciação da PROVA
Não é viável a rescisória quando o alegado erro de fato não foi cabalmente demonstrado. Por consequência,
a questão se transfere para o eventual âmbito da má apreciação da prova, desautorizando o exercício da
rescisória. A ação é julgada improcedente”. (TRT/3a. Reg. - AR-015/94 - 2a. VARA DO TRABALHO de
Uberaba - Ac. 4a. T. - unan. - Rel: Israel Kuperman - Fonte: D JMG II, 21.12.94. pág. 23, “in” BONI JURIS
24314)
NOTA BONIJURIS: Extraímos do voto do relator, Israel Kuperman, a seguinte lição: “Segundo
disposto no parág. 1º do inciso IX do art. 485 do CPC, ‘há erro, quando a sentença admitir um fato
inexistente, ou quando considerar inexistente um fato efetivamente ocorrido’. E, em seguida, o parág. 2º
acrescenta que ‘é indispensável, num como noutro caso, que não tenha havido controvérsia, nem
pronunciamento judicial sobre o fato’.
E, ainda mais que, com base no art. 485 do CPC, a sentença de mérito, transitada em julgado, só
poderia ser rescindida se estivesse presente, entre outros, o requisito contido no inciso IX do referido
artigo, ou seja, se fosse fundada em erro de fato, resultante de atos ou de documentos da causa.
Ora, o que se conclui dos autos é que inexiste qualquer erro de fato. Na realidade, o que houve foi
uma apreciação da prova apresentada, ou seja, do depoimento pessoal do autor tomado como confissão,
sem que se constate erro de percepção do Juízo.
Portanto, como se trata de apreciação de prova. é incabível a presente ação, pois a eventual injustiça
da sentença a má apreciação da prova ou a errônea interpretação do contrato, conforme entendimento da
jurisprudência, não encontram respaldo no âmbito da rescisória.”
Demonstrado, resta, sob mais um prisma que a liminar outrora concedida por este Exmo. Juiz, deve
ser de pronto cassada.

b) da ausência de prova do erro de fato


Outrossim, a requerente da Medida cautelar não produziu qualquer prova quanto a presença do erro
de fato. Ao contrário, restringiu-se apenas a aduzir que a decisão fundamentou-se em falso testemunho,
motivo este suficiente para que a liminar seja cassada, afinal:
“RESCISÓRIA. ERRO DE FATO - 0 erro de fato para injustificar a rescindibilidade do julgado, deve
apresentar-se induvidoso da prova trazida a ação. Cogita-se de erro de percepção, não de eventual erro de
interpretação que, como acentua a doutrina, pode revelar injustiça da decisão, mas que não justifica a
rescisória. (TRT-PR-AR 5/89 - Ac. TP 1.106/90 - Rel. Juiz Euclides Alcides Rocha - D JPr. 09/03/1 990).
Mesmo que assim não fosse, que “falso testemunho” houve? As supostas insurgências da reclamada
sequer foram registradas em ata ou mesmo vislumbradas pelo Juízo que procedeu a instrução do feito.
Nenhuma arguição de nulidade houve, nenhum vício foi apontado.
Ademais, é cediço que para caracterização do falso testemunho, faz-se necessária a constatação de
fortes indícios pelo juiz, que por sua vez detém competência para encaminhar peças acerca dos fatos para
ser apurado na esfera competente, qual seja, a criminal.
Somente através do procedimento legal, poderá haver condenação as penas do artigo 342 do Código
Penal, sem a qual nenhum argumento ou respaldo possa ter a parte adversa, como maliciosamente
pretende a demandada.
Oportuna a transcrição das seguintes ementas acerca da questão:
“FALSO TESTEMUNHO - 0 simples envio de pegas do processo ao Ministério Publico, não implica
na condenação da testemunha como incursa no crime previsto no art. 342, do Código Penal. Recurso a que
se nega provimento”.
(TRT-PR-RO 4.319/90 - Ac. 1 T 6.596/91 - Rel. Juiz Pretextato Pennafort Taborda Ribas Netto - D JPr.
11/10/1991).
“FALSO TESTEMUNHO - É facultado ao juiz determinar o envio de copia do depoimento de
testemunha que se mostrou insegura e contraditória ao Ministério Publico, a fim de que se examine a
ocorrência de crime de falso testemunho”.
(TRT-PR-RO 5.928/90 - Ac. 1 T 7.454/91 - Rel. Juiz Pretextato Pennafort Taborda Ribas Netto - D JPr.
08/1 1/1 991 ).
“PODER DE POLICIA. EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO AO MINISTÉRIO PÚBLICO. FALSO TESTEMUNHO.
RECURSO.
A determinação sentencial, no sentido de oficiar ao Ministério Público Estadual, remetendo cópia de
pegas dos autos, comprobatória de eventual cometimento de crime de falso testemunho, não caracteriza
qualquer obrigação imposta aos litigantes, a justificar a interposição de recurso. Trata-se, em verdade, de
uma legitima manifestação do poder de policia” outorgando ao Juiz, no sentido de determinar a
comunicação, aos órgãos competentes, sempre, que, em decorrência do exercício de suas funções
judicantes, venha a conhecer de fato que, em seu entender, constitua violação penal, autorizada pelo artigo
40 do Código de Processo Penal”.
(TRT-PR-RO 10.525/94 - Ac. 4 9.666/95 - Rel. Juiz Lauremi Camaroski - DJPr. 28/04/1995).
Finalmente, mesmo que admitíssemos a existência de erro de fato na sentença, a jurisprudência
recomenda sua reformada e não sua nulidade, por mais uma razão, incabível qualquer rescisão.
“SENTENÇA. ERRO DE FATO. NULIDADE -Erro de fato registrado na sentença, não importa em sua
nulidade, mas em sua reforma”. (TRT-PR-RO 2.942/92 - Ac. 5a T 12.764/93 - Rel. Juiz Pedro Ribeiro Tavares
- DJPr. 22/10/1993).
Por todo o exposto, requer seja inadmitida a presente Medida, ou, em assim não ocorrendo seja a
mesma julgada improcedente.

4. DO DEPOIMENTO TESTEMUNHAL
Todas as alegações da empresa no que tange ao depoimento testemunhal prestado pelo Sr. .......
(RT ......../... - ...a VARA DO TRABALHO de ...........) são falaciosas, aleatórias, desprovidas de qualquer
fundamento legal, com caráter flagrantemente proletário.
Afinal, referido depoimento testemunhal é perfeitamente idôneo e incontestável.
“Em primeiro plano afirma e insiste desde seu recurso ordinário, que o MM. Juiz presidiu os
trabalhos de audiência, não foi o mesmo que exarou a sentença do presente processo, pecando, por isso, na
valoração da prova testemunhal apresentada.”
Faltando ainda mais com a verdade, afirma que “o próprio Juiz que presidia os trabalhos percebeu
que a testemunha apresentada pelo Reclamante faltava com a verdade dos fatos.”
Ora Excelências, o nobre patrono da empresa que subscreve as Razões de Recurso Ordinário,
Dr. ........, NÃO ESTAVA PRESENTE na audiência de instrução (vide a respectiva ata aduada às fls. ...)
Sendo assim, impossível saber que o Juiz Presidente “percebeu” (já quem sequer existiu anotação em
ata), a má-fé do depoente.
Lamentável e risível tal alegação!
Continuando: conforme se depreende do termo de audiência, aduado às fls. ... destes autos, não se
encontra observação alguma consignada Pelo MM. Juiz em relação a suposta insinceridade ou suspeição da
testemunha ouvida: ou nem mesmo consta requerimento de contradita pelo patrono da empresa.
A jurisprudência pátria é unânime no sentido de exigir-se a denúncia da suspeição, má-fé ou
ausência de sinceridade no termo de audiência, senão vejamos:
“TESTEMUNHA - DEPOIMENTO - Insinceridade declarada apenas na SENTENÇA - Impossibilidade
- Necessidade de DENUNCIA da SUSPEIÇÃO no termo de AUDIÊNCIA. Depoimento testemunhal -
Insinceridade aventada somente na sentença - Impossibilidade. Não cabe ao Juiz, somente na
oportunidade de elaboração da sentença, taxar de insinceros os depoimentos testemunhais, quando tal
situação não tenha sido denunciada, desde logo, no Termo de Audiência. Se suspeitos os testemunhos,
deveriam, desde logo, ser repelidos. Assim, se a declaração não corresponde a verdade, se o depoimento
foi tendencioso, e, se depuseram fatos inverossímeis, deveria o Juiz a quo no momento oportuno não ter
permitido que tal acontecesse”. (TRT - 9a. Reg. - ROO7413/94 -5a. VARA DO TRABALHO de Londrina -
Ac. 5a. T. - 26103/95 - maioria - Rel: Juiz Luiz Felipe Haj Mussi - Fonte: DJPR-Suplemento, 27.10.95, pág.
08).
“TESTEMUNHA - Amigo intimo - Requerimento de CONTRADITA - Ocorrência do momento
próprio antes da tomada do compromisso legal e não depois do término do DEPOIMENTO Recurso
ordinário - Contradita de testemunha - Constatando o reclamado ser a testemunha amiga intima da
reclamante, o momento correto para o requerimento da contradita é antes de ser tomado o compromisso
legal, e não depois de findo o depoimento”. (TRT - 3a. Reg. - RO-02571/95 - 1a. VARA DO TRABALHO de
Uberaba - Ac. 1a. T. - maioria - Rel: Manuel Candido Rodrigues - Fonte: DJIVIG II, 28.04.95, pág. 57).
Ademais, a irresignação da proponente da Medida Cautelar não encontra respaldo nem
enquadramento nas hipóteses previstas no art. 829 da CLT. além de ter sido expressamente rechaçada
através do Enunciado n.º 357 do C. TST.
Nesta esteira:
TESTEMUNHA - Inexistência de CERCEAMEMTO DE DEFESA - SUSPEIÇÃO não caracterizada -
Ação ajuizada contra o reclamado
A pura e simples circunstância de a testemunha igualmente litigar com a empregadora comum não
a torna necessariamente suspeita, seja por interesse da causa, seja por inimizade capital. Não se pode
presumir inimigo figadal quem apenas é adversário e também não se pode a priori reputar interessado na
causa quem acaso já prestou testemunho como colega de serviço. Até prova em contrário, as pessoas são
isentas e dignas de credibilidade pela simples razão de que a inocência e a boa-fé presumem-se, como
principio universal de direito”. (TRT - 9a. Reg. - RO-10802/95 - VARA DO TRABALHO de Paranaguá - Ac.
3a. T. -16416/96 - unan. - Rel: Juiz João Oreste Dalazen - Rectes: Empresa Paranaense de Classificação de
Produtos - CLASPAR e Valdeci de Oliveira e outros (Rec. adesivo) - Recdos: os mesmos - Advs: Gilberto
Giglio Vianna e Roberto Pinto Ribeiro - Fonte: DJPR, 16.08.96, pág. 328).
“TESTEMUNHA - Existência de outra AÇÃO contra o mesmo empregador - Não configuração, por si
só, de SUSPEIÇÃO ou IMPEDIMENTO - ART. 829/CLT
0 fato de a testemunha arrolada ter ação ajuizada contra o mesmo empregador demandado no
processo em que prestou depoimento por si só não a inclui entre os casos de impedimento e suspeição
relacionados no art. 829 da CLT. Hipótese em que caberá ao julgador averiguar o grau de animosidade
existente, a fim de conferir ao Depoimento prestado em favor de empregado da mesma empresa seu real
valor. Embargos conhecidos e desprovidos”. (TST - E-RR- 25.902/91.5 - 4a. Reg. - Ac. SDI-1525/95 - unan. -
Rel: Min. Francisco Fausto - Fonte: DJU I, 23.06.95, pág. 19677).
“TESTEMUNHA - Existência de ação contra o EMPREGADOR
- Não configuração da SUSPEIÇÃO- ART. 829/CLT Testemunha - Suspeição. 0 fato de a testemunha
mover ação contra o empregador não a torna suspeita, pois esta circunstância não está prevista no artigo
829 da CLT, que dispõe sobre os casos de suspeição e impedimento”. (TST - RR-131520/94.4 - Ac. 5a. T.-
5988/94 - unan. - Rel: Min. Wagner Pimenta - Fonte: DJU I, 17.02.95, pág. 3031).
“TESTEMUNHA - Não configuração de SUSPEIÇÃO RECLAMATÓRIA TRABALHISTA contra o
mesmo EMPREGADOR
Não é suspeita a testemunha que possui reclamação contra idêntico empregador, fato que não torna
seu depoimento precário perante a lei haja vista que o exercício do direito constitucional de ação não se
identifica com inimizade pessoal com a parte contrária”. (TRT - 3a. Reg. - RO-04478/94 - VARA DO
TRABALHO de Curvelo - Ac. 3a.T. - unan. - Rel: Antonio Alvares da Silva- Fonte: DJMG, 21.06.94, pág. 82).
Por fim, vale anotar que o outro argumento que a empresa se vale para respaldar seu intento,
também não merece guarida.
Infundadamente insiste que o Juiz fixou o horário de trabalho do obreiro apenas com base na
jornada de trabalho descrita pela “primeira testemunha”, em suposto detrimento a sua prova testemunhal
produzida.
Falaciosa a alegação, afinal, a testemunha apresentada pela ex empregadora (Sr. ................), é o
contador da empresa, o qual não acompanhava as atividades laborais diárias do empregado, via de
consequência, nada informando a respeito da jornada de trabalho do então reclamante.
Assim sendo, requer. sejam consideradas as alegações produzidas pela proponente da Medida
Cautelar de cunho meramente protelatório, tendo como válido, verdadeiro, idôneo e incontestável o
depoimento prestado pela testemunha .......

DOS PEDIDOS
Nessas condições, o agravante requer seja revogado o despacho de fls. .......... dos autos de Medida
Cautelar Inominada n.º ......., com imediata cassação da liminar e consequente determinação de
seguimento da execução dos autos de reclamatória trabalhista n.º ......., da ...a VARA DO TRABALHO
de ............ a fim de esta designe nova data para o bem penhorado ser leiloado.
Em assim não entendendo o Sr. Relator, requer seja o presente agravo regimental remetido ao órgão
competente, a fim de que julgue o pedido, revogando o despacho, cassando a liminar e determinando o
seguimento da execução em foco.
Finalmente, requer seja concedido prazo de ... dias para a juntada da procuração, regularizando,
assim, a representação processual do agravante.

Nesses Termos,
E. Deferimento
João Pessoa, 09 de março de 2084
[Local], [dia] de [mês] de [ano]
- ASSINATURA -
Nome do Advogado
OAB/XX 00.000
Alegações finais em reclamatória trabalhista, na qual a reclamada nega serem devidas verbas
rescisórias, além de inexistência de labor extraordinário a ser pago

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA _____ VARA DO TRABALHO DE


____________________ - _____

AUTOS/ RT Nº .....

....., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n.º ....., com sede na Rua ....., n.º .....,
Bairro ......, Cidade ....., Estado ....., CEP ....., representada neste ato por seu (sua) sócio(a) gerente Sr.
(a). ....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG nº ..... e do CPF
n.º ....., por intermédio de seu advogado (a) e bastante procurador (a) (procuração em anexo - doc. 01), com
escritório profissional sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe notificações e
intimações, vem mui respeitosamente, nos autos de reclamatória trabalhista interposta por ....., brasileiro
(a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ....., residente e
domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., à presença de Vossa Excelência
apresentar

ALEGAÇÕES FINAIS
pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.

DO MÉRITO
1) PEDIDO DE DEMISSÃO
O depoimento pessoal da reclamante confirmou as razões aduzidas em contestação, ou seja, admitiu
que faltava ao serviço e que a iniciativa de rescindir o contrato de trabalho efetivamente partiu da mesma.
Senão vejamos as declarações da reclamante:
“... que deixou de trabalhar porque PEDIU DEMISSÃO; que pediu demissão porque já tinha levado
duas advertências por faltas e foi avisada de que uma terceira punição seria a despedida por justa causa;
QUE AS FALTAS OCORRERAM DE FATO; que perguntada porque não esperou a terceira falta para então
esperar a despedida disse que não estava contente com o trabalho, NÃO ESTAVA QUERENDO
CONTINUAR TRABALHANDO...” (destacamos)
Os cartões-ponto carreados aos autos igualmente confirmam que a reclamante faltava
injustificadamente ao trabalho.
De outra face, o pedido de desligamento realizado pela ex-funcionária é totalmente válido,
desprovido de qualquer vício de consentimento, sendo, portanto frágeis as alegação de que foi obrigada à
solicitar seu afastamento.
Há prova inequívoca, (documental e confissão da reclamante), de que haviam faltas ao trabalho e
que a reclamante pediu demissão.
Ora, se a reclamante alega que foi coagida a pedir demissão, cumpria a ela comprovar que houve o
alegado vício de consentimento, o que não ocorreu, isto é, não comprovou os fatos alegados na petição
inicial. Ao contrário, em seu depoimento, assim se pronunciou:
“... QUE NINGUÉM MANDOU A DEPOENTE PEDIR DEMISSÃO...”
Indubitavelmente as declarações da ex-empregada se coadunam com a realidade dos fatos, o que é
flagrante, pois realmente foi a mesma que pediu demissão, sem qualquer interferência ou coação,
tampouco foi ameaçada pela reclamada.
Portanto, não tendo a reclamante se desincumbido do ônus que lhe competia, não tem direito ao
recebimento de verbas rescisórias, decorrentes da rescisão imotivada, retificação da CTPS, seguro
desemprego e liberação das guias do FGTS com multa de 40%.

2) HORAS EXTRAS
O horário de trabalho descrito na exordial é o efetivamente cumprido pela reclamante.
Contudo, cumpria a reclamante comprovar suas alegações de que laborava além de trinta horas
semanais.
Porém, neste sentido não foram produzidas quaisquer provas, sendo que era seu o ônus da prova.
Ademais, de qualquer forma, não teria procedência o pedido de horas excedentes a 30ª semanal,
pois a jornada semanal de digitador é de trinta e seis horas.
Portanto, a reclamante desenvolvia jornada inferior a legalmente exigida.
Convém salientar, que há na reclamada quatro turmas de 6 horas cada. Desta forma, certa
regularidade verificada nos cartões-ponto deve-se ao fato de que quando uma turma termina a jornada,
imediatamente outra turma assume os trabalhos, não havendo sequer condições de o empregado
permanecer trabalhando.
Destarte, improcedem o pedido de horas excedentes da 30ª semanal, assim como os reflexos
pretendidos.
Relativamente aos intervalos, a reclamante confessou que usufruía de 10 minutos a cada 50
laborados, declarando que havia, ainda, intervalo de 15 minutos para lanche.
Assim, a este título nada é devido.

3) DEMAIS ITENS POSTULADOS


Quanto aos demais itens postulados, os mesmos devem ser indeferidos, face o contido na defesa e
demais provas dos autos.

DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer-se a Vossa Excelência, que a ação seja julgada improcedente, condenando-
se a reclamante ao pagamento das custas processuais.

Nesses Termos,
E. Deferimento
João Pessoa, 09 de março de 2084
[Local], [dia] de [mês] de [ano]

- ASSINATURA -
Nome do Advogado
OAB/XX 00.000
Contestação à ação rescisória de sentença trabalhista

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ PRESIDENTE EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO


TRABALHO DA _____ REGIÃO.

Autos de Ação Rescisória .....

....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º
....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de
seu (sua) advogado(a) e bastante procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional
sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe notificações e intimações, vem mui
respeitosamente à presença de Vossa Excelência apresentar;

CONTESTAÇÃO
à ação rescisória proposta por ....., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.

PRELIMINARMENTE
1. Ausência de pré-questionamento
Além do trânsito em julgado da decisão rescindenda, é indispensável para a propositura de ação
rescisória, que a matéria invocada na mesma, haja sido PRÉ-QUESTIONADA. A requerente invoca em sede
de ação rescisória a violação do art. 5º, inciso II e XXXVI, da Constituição Federal, no entanto, tal matéria
não fora objeto de discussão anterior, ou seja, não foi pré-questionada nos autos da sentença rescindenda.
Para que o Tribunal pronuncie-se sobre a sentença rescindenda, é necessário que a matéria atacada
tenha sido debatida anteriormente, neste passo, a requerente não trouxe aos autos, como de resto, lhe
incumbia, a prova do pré-questionamento acerca do art. 5º, incisos II e XXXVI, da Constituição Federal,
como o faz agora.
A requerente recorre de oportunidade lançada pelo Enunciado 315 do C. TST para rediscutir a
matéria. Ora, a unificação de jurisprudência mediante enunciado, não pode AFETAR A COISA JULGADA,
uma vez que não se trata de lei, mas mero enunciado. Inexistindo pré-questionamento, não deve ser
admitida a ação rescisória, devendo ser julgada EXTINTA SEM JULGAMENTO DO MÉRITO.

2. Não cabimento da A.R.


Nossos autores, quando tratam da ação rescisória no âmbito trabalhista esclarecem de plano que se
trata de matéria de aceitação polêmica na Justiça do Trabalho.
Quando admitida, deve ser analisada com as cautelas necessárias, uma vez que visa desconstituir
situação de direito decorrente de coisa julgada.
A Súmula 343 do STF estabelece que:
“não cabe a ação rescisória por ofensa a literal disposição de lei, quando a decisão rescindenda se
tiver baseado em texto legal de interpretação controvertida nos tribunais”.
Evidente que a matéria debatida nos autos da sentença rescindenda é matéria controvertida nos
tribunais, inclusive entre turmas do C. TST.
E mesmo com a súmula 315 do c. TST, lançada posteriormente ao trânsito em julgado da sentença,
não há o que se falar em rescisão da sentença, neste sentido o STJ decidiu:
“A afirmação da Súmula 343 é válida mesmo que, posteriormente, a jurisprudência se haja fixado em
sentido oposto ao da decisão rescindenda”.(STJ - 2º Seção. AR 159 MG, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo, in
Theotônio Negrão, Código de Processo Civil e Legislação Processual em vigor, 25º Edição pag. 352).
Por tais motivos, não deve ser admitida a presente ação rescisória.

DO MÉRITO
1. Inconstitucionalidade do Enunciado 315 do C. TST:
O Enunciado 315/TST afronta o art. 5º, inciso XXXVI e o art. 7º, inciso VI da Constituição Federal,
garantidores do direito adquirido, coisa julgada e da irredutibilidade salarial.
Ainda, o termo sumular retira em princípio, a possibilidade do contraditório e da ampla defesa,
garantidos pela Constituição, uma vez que não encerrra andamento de centenas de processos, sem
possibilitar a continuidade dos debates que vinham se aprofundando em todo o País acerca dos planos
econômicos e as conseqüências dos mesmos sobre os trabalhadores.
Verifica-se assim, após a publicação do enunciado, que o mesmo vem sendo aplicado sumariamente,
prejudicando a interposição dos apelos recursais cabíveis para análise e julgamento do mérito pela terceira
instância.
Ora, trata-se o enunciado de uma ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL, sem força de lei, entretanto,
sequer há vinculação direta com o magistrado. Sua aplicação é subsidiária e condicionada ao que
determina a Constituição e a legislação ordinária.
Diante do exposto, argüi-se inicialmente a presente preliminar de INCONSTITUCIONALIDADE do
Enunciado 315 do C. TST, que requer seja declarada.

2. Ofensa a dispositivo literal de Lei:


A ação rescisória proposta contra a sentença que concedeu os reajustes aos trabalhadores não
cumpre com requisito essencial, uma vez que a matéria objeto da sentença é reconhecidamente
controvertida nos Tribunais Trabalhistas.
Súmula 343 do STF.
Não cabe ação Rescisória por ofensa a literal disposição de lei, quando a decisão rescindenda se tiver
baseado em texto legal de interposição controvertida nos tribunais.
Esta súmula representa a orientação jurisprudencial do Supremo, complementada nos julgados com
a observação recém feita de que a posterior fixação de entendimentos diversos não justifica o jus
rescissorium.
Súmula 83 do TST -
Não cabe Ação Rescisória por violação de lei quando a decisão rescindenda estiver baseada em texto
legal de interpretação controvertida nos Tribunais.
Súmula 134 do TFR -
Não cabe Ação Rescisória por violação de literal disposição de lei se, ao tempo em que foi prolatada
a sentença rescindenda, a interpretação era controvertida nos tribunais, embora posteriormente se tenha
fixado favoravelmente à pretensão do autor.
No dizer do Advogado Francis Campos Bordas, in Revista de Jurisprudência Trabalhista do Rio
Grande do Sul, nº 137, p. 71/78: “Nota-se neste enunciado (134 do TRF) um fator de suma importância, ...:
o fator tempo. O fato de haver uma posterior fixação de interpretação do texto acoimado de violado não
justifica o cabimento de remédio rescisório”.
Ainda este autor, sobre o fator tempo esclarece: “Atualmente, pode-se dizer que a “coisa julgada”
nada mais é do que a forma elíptica de referir-se “autoridade da coisa julgada”, ou seja, a expressão que se
convencionou chamar para definir a força obrigatória e vinculante do acertamento de uma relação jurídica.
É ela a expressão prática da realização da prestação jurisdicional buscada pelo cidadão. Nos dizeres do
JOSÉ FREDERICO MARQUES, a entrega da prestação jurisdicional fica valendo, assim, para processos
futuros, tornando-se imodificável perante qualquer outro juízo ou tribunal. Destas palavras retira-se um
elemento de suma importância e que será determinante recordar quando da crítica à deturpada visão do
instituto (ação rescisória) o tempo, o momento temporal em que é decidido o feito e seus reflexos para o
futuro. Não se pode olvidar que toda a decisão judicial (e também legislativa) é tomada (ou deveriam ser
tomadas) considerando os valores emergentes naquele exato momento).
A matéria, objeto da sentença, como é notório o conhecimento, trata-se de matéria onde a
interpretação foi e continua sendo controvertida. A decisão que concedeu as diferenças salariais geradas
pelos sucessivos planos econômicos estavam corroborada por grande número de julgados idênticos,
inclusive do próprio TST.
Tanto era controvertida que o Colendo Tribunal Superior do Trabalho, sumulou a respeito
estabelecendo na súmula 316 e 317 que os índices de 26,06 de junho/87 e 26,05% de fevereiro de 1989,
tratavam-se de DIREITO ADQUIRIDO dos trabalhadores.
Recentemente o E. TRT do Paraná, nos autos de AR 53/94, em que são partes o SINDICATO DOS
TRABALHADORES NAS INDS. DA CONST. CIVIL DE CURITIBA e HOME ENGENHARIA, decidiu o
seguinte:
“EMENTA: AÇÃO RESCISÓRIA, VIOLAÇÃO LITERAL DISPOSITIVO DE LEI. Reajuste Salarial pelo
IPC de março/90 é pretensão altamente controvertida, cujo acolhimento não rende ensejo à desconstituição
do julgado por violação de literal dispositivo de lei. Súmula 343, do E. STF. Improcedência do pedido”.
Acórdão 14674/95. Relator Exmo. Juiz João Oresta Dalazen, publicado no Diário da Justiça do dia 09
de junho de 1995:
“EMENTA: AÇÃO CAUTELAR INOMINADA INCIDENTAL A AÇÃO RESCISÓRIA. Improcedem
medida cautelar inominada intentada no curso de ação rescisória para desconstituir julgado que acolheu
diferenças salariais derivantes do IPC de março/90. Ausência de plausibilidade no direito subjetivo
processual invocado, dado que a controvérsia acerca do direito material no processo principal pode
redundar no insucesso da rescisória. (Acórdão 14684/95 - SE, TRT/PR/MC 109/94, publicado no Diário
Oficial da Justiça do Estado do Paraná do dia 09.06.95).
Neste passo, requer-se a improcedência da Ação Rescisória.

3. Matéria da Sentença Rescindenda:


O Sindicato requerido ajuizou reclamatória trabalhista na qualidade de substituto processual, em
observância a prerrogativa legal contida no art. 8º, inciso II da Constituição Federal.
Pleiteou o sindicato as diferenças salariais oriundas dos planos econômicos, que violaram o direito
adquirido dos trabalhadores.
4. A Ação Rescisória:
A ação rescisória, AJUIZADA após a parte perder prazo para recurso próprio, baseia-se
exclusivamente sob o manto do inciso V do art. 485 do CPC, nada mais.
O instituto da ação rescisória, foi criado para ser utilizado na excepcionalidade, um procedimento
para fins de revisão de decisões judiciais quando transitadas em julgado.
Como procedimento excepcional, só pode ser adotado, quando houver PROVA DE FORMA
ROBUSTA À OCORRÊNCIA DE VIOLAÇÃO DE PRECEITO LEGAL, ERRO DE FATO OU OUTRAS
HIPÓTESES DO 485 DO CPC, não podendo a mesma ser admissível com a simples divergência de
interpretação sobre determinado texto legal.
A “coisa julgada” é definida por Araújo Cintra (in Teoria Geral do Processo Revista dos Tribunais, 3ª
Edição, 1976, p. 85), como sendo a imutabilidade dos efeitos de uma sentença em virtude da qual nem as
partes podem reavivar a mesma lide em juízo outra vez, nem os juízes podem voltar a decidir a respeito, e
nem o próprio legislador (ordinário) pode emitir preceitos que contrariem, para as partes, o que já ficou
definitivamente julgado. Ora, só os atos jurisdicionais podem chegar a esse ponto de imutabilidade, não
sucedendo o mesmo com os administrativos.
No entanto, o que se vê, é a banalização do instituto, com utilização massiva que se verifica
atualmente na Justiça do Trabalho, por parte das empresas que visam desconstituir decisões judiciais
garantidoras das reposições aos salários dos reajustes expurgados por ocasião dos sucessivos planos de
“estabilização” econômica editados pelo Governo Federal.
O acolhimento da presente ação rescisória coloca em risco a segurança jurídica na medida que tende
a acabar com a definitividade da decisão judicial transitada em julgado.

5. URP DE FEVEREIRO/89 - 26,05%:


Alega o autor que a condenação em pagamento às diferenças salariais provenientes da reposição do
percentual de 26,05% de fevereiro de 1989, violou o art. 5º, incisos II e XXXVI da CF.
O pedido dos trabalhadores, por seu sindicato/substituto processual refere-se ao PLANO BRESSER e
à URP FEV/89 - 26,05%, sendo que tais diferenças foram pleiteadas com base LEI DE INTRODUÇÃO AO
CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO - ART. 6º, que estabelece o seguinte:
“consideram-se adquiridos assim, direitos que seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como
aqueles cujo começo do exercício tenha como termo prefixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a
arbítrio de outrem.”
Também a CONSTITUIÇÃO FEDERAL/88 - ART. 5º, protege o direito adquirido:
“XXXVI- a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.”
Segundo a sistemática então vigente, primeiro, por três meses os salários vinham sendo corroídos
pela inflação. Depois, calculava-se a média geométrica da inflação do período e se prefixava o indexador
(URP) que corrigiria os salários do trimestre subsequente para repor a posterior o poder aquisitivo dos
salários aos níveis existentes no trimestre anterior.
Com base nesta sistemática e na variação inflacionária ocorrida nos meses de
setembro/outubro/novembro de 1988, foi baixada a PORTARIA MINISTERIAL Nº 354, de 02.12.88, fixando
a URP em 26,05% com vigência para o trimestre compreendido entre dezembro/88 e fevereiro de 89.
Sobreveio a tal portaria ministerial (um ato jurídico perfeito) a medida provisória nº 32 que
estabeleceu um “congelamento” de salários extinguindo a URP, sonegando dos trabalhadores a URP de
fevereiro que já era direito adquirido dos trabalhadores.
Fundamentando o princípio da irretroatividade das leis GABBA define direito adquirido assim:
“Todo direito que é consequência de um fato, apto a produzi-lo em virtude de lei do tempo em que o
fato é realizado, embora a ocasião de o fazer valer não se tenha apresentado antes da vigência de uma nova
lei sob o qual ocorreu o fato de que se originou, entrou imediatamente a fazer parte do patrimônio de quem
o adquiriu.”
Assim, quando da edição da MEDIDA PROVISÓRIA Nº 32, cada um dos substituídos já tinha
adquirido o direito a receber seus salários de fevereiro já corrigidos com base na URP que havia sido pré-
fixada (com base na variação inflacionária do período de set/out. nov de 1988) através da portaria
ministerial nº 354, de 02.12.88.
Neste sentido, a maioria dos Tribunais Trabalhistas, em todo o País, reconheceram o direito
adquirido dos trabalhadores, como se vê:
TRT/SC/RO-V 1763/89 - Acórdão 429/90
Ementa: LEI Nº 7730/89. URP DO MÊS DE FEVEREIRO DE 1989.
A Lei nº 7730/89 não fere a Constituição Federal de 1988 porque, dispondo para o futuro, não
agrediu direitos adquiridos dos trabalhadores.
“O seu silêncio sobre a URP relativa ao mês de fevereiro sendo interpretado no sentido da supressão
dessa antecipação de reajuste salarial é que fere direito adquirido, legalmente delineado e definido para ser
satisfeito naquele mês, segundo as disposições em vigor, modificadas pela nova lei”. (Relator Exmo. Juiz J.
F. Câmara Rufino).
TRT/SC/RO-V 1898/89 - Acórdão 1028/90
“Ementa: Havendo leis instituindo a Unidade de Referência de Preços para o reajuste dos salários,
ordenando que esse percentual, resultante da média da variação mensal do IPC, ocorrida no trimestre
imediatamente anterior, fosse aplicado em cada mês do trimestre subsequente estabeleceu procedimento
de reposição de perdas salariais, vinculados aos referidos segmentos do ano. Trata-se de subsistema
integrante do sistema anual de atualização do valor dos ganhos do empregado e que, uma vez acionado,
deve completar o ciclo previsto em lei. A interrupção dessa atividade pela aplicação da lei nova fere o
direito adquirido”. (Relator Exmo. Juiz J. L. Moreira Cacciari, DJ/SV de 10.07.90).
Resta evidenciado, que a matéria tratada na sentença, tratou-se de matéria controvertida.

6. IPC DE MARÇO/90
Da mesma forma que o item anterior, é evidente notório que as diferenças salariais decorrentes do
IPC de março de 1990, equivalentes a 84,32%, foi matéria altamente controvertida nos Tribunais do País, e
de igual modo na época da sentença a qual se pretende rescindir.
Embora a Lei nº 8.030/90 tenha revogado a Lei 7.788/90, até 15.03.90, os fatos que se operaram ainda
na vigência da Lei 7.788/90, por ela devem ser redimidos. O IPC correspondente a 84,32% referente a
março de 1990, foi medido do dia 15 de fevereiro ao dia 15 de março, como é de conhecimento público e
notório a forma de cálculo praticado pelo IBGE para o IPC, assim pode-se afirmar a existência do direito
adquirido dos trabalhadores àquele índice, nos respectivos salários.
O C. TST em decisão proferida pela sua 4ª Turma, reconheceu como devida as diferenças salariais
relativas ao IPC 84,32%, na forma da Ementa a seguir destacada:
“A semelhança de anteriores Planos Econômicos, o IPC apurado no período de 16/02/60 a 15/03/90,
referente à inflação pretérita, já estava definido nos moldes da Lei 7.730/89 e deveria ser aplicado de
conformidade com a determinação da Lei 7.788/90. O direito, portanto, ao referido reajuste, já fora
legitimamente adquirido pelos Reclamantes, não podendo ser afetado por alteração legal posterior (Medida
Provisória nº 154/90, convertida depois na Lei 8.030/90).”
“Afasta-se, assim, o expurgo que a nova lei acometeu, impondo uma retroatividade inconstitucional,
como bem ressalta a d. Representante do Ministério Público”. (TST-RR-39.916/91-4 - Acórdão da 5ª Turma
- 596/92 - Recorrente: Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Juiz de Fora.
Recorrido: Banco Mercantil do Brasil S/A).
Ainda como contribuição jurisprudencial referente ao IPC 84,32%, outras Ementas assim apontam
“Correção salarial - IPC de março/90. Se o período de apuração do IPC se completou antes da
publicação da Medida Provisória nº 154, o que ocorreu em 16 de março de 1990, têm os empregados
direito ao reajuste salarial na forma da legislação anterior” (Leis nº 7730, de 31 de janeiro de 1989, e 7788,
de 03 de julho de 1989). TRT-SC-12ª Região-RO-V 3493/90 - Ac. Nº 3742/91 (29/10/91), Rel. Juiz J. L.
Moreira Cacciari, partes: Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Joinville (recorrido)
e Banco Sudameris Brasil S/A (recorrente). LTr, vol. 66, março/92, p. 347.
“Salário - IPC de Março de 1990. O IPC de março de 1990 (Lei 7.730/89) incorporou-se ao patrimônio
do trabalhador, porque medido até o dia 15, e a Medida Provisória nº 154, transformada na Lei 8.030/90,
que institui nova sistemática para reajustamento de preços e salários, entrou em vigor na data da
publicação no DOU de 16/03/1990, p. 5534 e 5535.” TRT-Campinas- 15ª Região, RO 11094/90-8, Ac. 2ª T.
07974/91, (0.../07/91), Rel. Juiz Antonio Miguel Pereira.
Mesmo com o advento do Enunciado 315 do C. TST em 15 de setembro de 1993, ainda encontramos
julgados posteriores em que se concedeu as diferenças, o que demonstra que a matéria realmente é
controvertida.
Ora, em tratando-se de matéria controvertida, não há o que se falar em VIOLAÇÃO A LITERAL
DISPOSITIVO LEGAL, uma vez que a decisão estava fundamentada em lei, que entretanto tinha
INTERPRETAÇÃO controvertida. Neste sentido, a melhor jurisprudência dos Tribunais Superiores,
inclusive da súmula 343, do E. STF, não reconhecem a existência de ofensa a literal disposição de lei
quando a decisão rescindenda, apreciando matéria controvertida nos Tribunais, acolhe pedidos de
diferenças salariais afeitos aos Planos Econômicos (26,06%, 26,05% e 84,32%).
Pelo que deve ser julgada improcedente a ação rescisória, uma vez que fundada em matéria
controvertida.

DOS PEDIDOS
Requer-se sejam acatadas as preliminares, e em sendo as mesmas rejeitadas, espera-se que no mérito
seja julgada IMPROCEDENTE a ação rescisória.
Requer-se seja a autora condenada no pagamento de honorários advocatícios: 20% sobre o valor da
condenação, em face dos preceitos do art. 133 da Constituição Federal, CPC e do Estatuto da OAB.
Protesta-se pela produção de todas as provas em direito admitidas, bem como pela juntada de
procuração.

Nesses Termos,
E. Deferimento
João Pessoa, 09 de março de 2084
[Local], [dia] de [mês] de [ano]

- ASSINATURA -
Nome do Advogado
OAB/XX 00.000
Contestação à ação rescisória proposta por literal violação de lei

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL


DO TRABALHO DA _____ REGIÃO

Autos de Ação Rescisória sob nº ....

....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º
....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de
seu (sua) advogado(a) e bastante procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional
sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe notificações e intimações, vem mui
respeitosamente à presença de Vossa Excelência apresentar

CONTESTAÇÃO
à ação rescisória proposta por ....., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n.º .....,
com sede na Rua ....., n.º ....., Bairro ......, Cidade ....., Estado ....., CEP ....., representada neste ato por seu
(sua) sócio(a) gerente Sr. (a). ....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do
CIRG nº ..... e do CPF n.º ....., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.

PRELIMINARMENTE:
1. Ausência de pré-questionamento
Além do trânsito em julgado da decisão rescindenda, é indispensável para a propositura de ação
rescisória, que a matéria invocada na mesma, haja sido PRÉ-QUESTIONADA. A requerente invoca em sede
de ação rescisória a violação do art. 5º, inciso II e XXXVI, da Constituição Federal, no entanto, tal matéria
não fora objeto de discussão anterior, ou seja, não foi pré-questionada nos autos da sentença rescindenda.
Para que o Tribunal pronuncie-se sobre a sentença rescindenda, é necessário que a matéria atacada
tenha sido debatida anteriormente, neste passo, a requerente não trouxe aos autos, como de resto, lhe
incumbia, a prova do pré-questionamento acerca do art. 5º, incisos II e XXXVI, da Constituição Federal,
como o faz agora.
A requerente recorre de oportunidade lançada pelo Enunciado 315 do C. TST para rediscutir a
matéria. Ora, a unificação de jurisprudência mediante enunciado, não pode AFETAR A COISA JULGADA,
uma vez que não se trata de lei, mas mero enunciado.
Inexistindo pré-questionamento, não deve ser admitida a ação rescisória, devendo ser julgada
EXTINTA SEM JULGAMENTO DO MÉRITO.

2. Não cabimento da A.R.


Nossos autores, quando tratam da ação rescisória no âmbito trabalhista esclarecem de plano que se
trata de matéria de aceitação polêmica na Justiça do Trabalho. Quando admitida, deve ser analisada com as
cautelas necessárias, uma vez que visa desconstituir situação de direito decorrente de coisa julgada.
A Súmula 343 do STF estabelece que:
“não cabe a ação rescisória por ofensa a literal disposição de lei, quando a decisão rescindenda se
tiver baseado em texto legal de interpretação controvertida nos tribunais”.
Evidente que a matéria debatida nos autos da sentença rescindenda é matéria controvertida nos
tribunais, inclusive entre turmas do C. TST.
E mesmo com a súmula 315 do c. TST, lançada posteriormente ao trânsito em julgado da sentença,
não há o que se falar em rescisão da sentença, neste sentido o STJ decidiu:
“A afirmação da Súmula 343 é válida mesmo que, posteriormente, a jurisprudência se haja fixado em
sentido oposto ao da decisão rescindenda”.(STJ - 2º Seção. AR 159 MG, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo, in
Theotônio Negrão, Código de Processo Civil e Legislação Processual em vigor, 25º Edição pag. 352).
Por tais motivos, não deve ser admitida a presente ação rescisória.

DO MÉRITO
1. Inconstitucionalidade do Enunciado 315 do C. TST:
O Enunciado 315/TST afronta o art. 5º, inciso XXXVI e o art. 7º, inciso VI da Constituição Federal,
garantidores do direito adquirido, coisa julgada e da irredutibilidade salarial.
Ainda, o termo sumular retira em princípio, a possibilidade do contraditório e da ampla defesa,
garantidos pela Constituição, uma vez que não encerra andamento de centenas de processos, sem
possibilitar a continuidade dos debates que vinham se aprofundando em todo o País acerca dos planos
econômicos e as consequências dos mesmos sobre os trabalhadores.
Verifica-se assim, após a publicação do enunciado, que o mesmo vem sendo aplicado sumariamente,
prejudicando a interposição dos apelos recursais cabíveis para análise e julgamento do mérito pela terceira
instância.
Ora, trata-se o enunciado de uma ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL, sem força de lei, entretanto,
sequer há vinculação direta com o magistrado. Sua aplicação é subsidiária e condicionada ao que
determina a Constituição e a legislação ordinária.
Diante do exposto, argui-se inicialmente a presente preliminar de INCONSTITUCIONALIDADE do
Enunciado 315 do C. TST, que requer seja declarada.

2. Ofensa a dispositivo literal de Lei:


A ação rescisória proposta contra a sentença que concedeu os reajustes aos trabalhadores não
cumpre com requisito essencial, uma vez que a matéria objeto da sentença é reconhecidamente
controvertida nos Tribunais Trabalhistas.
Súmula 343 do STF.
Não cabe ação Rescisória por ofensa a literal disposição de lei, quando a decisão rescindenda se tiver
baseado em texto legal de interposição controvertida nos tribunais.
Esta súmula representa a orientação jurisprudencial do Supremo, complementada nos julgados com
a observação recém feita de que a posterior fixação de entendimentos diversos não justifica o jus
rescissorium.
Súmula 83 do TST -
Não cabe Ação Rescisória por violação de lei quando a decisão rescindenda estiver baseada em texto
legal de interpretação controvertida nos Tribunais.
Súmula 134 do TFR -
Não cabe Ação Rescisória por violação de literal disposição de lei se, ao tempo em que foi prolatada
a sentença rescindenda, a interpretação era controvertida nos tribunais, embora posteriormente se tenha
fixado favoravelmente à pretensão do autor.
No dizer do Advogado Francis Campos Bordas, in Revista de Jurisprudência Trabalhista do Rio
Grande do Sul, nº 137, p. 71/78: “Nota-se neste enunciado (134 do TRF) um fator de suma importância, ...:
o fator tempo. O fato de haver uma posterior fixação de interpretação do texto acoimado de violado não
justifica o cabimento de remédio rescisório”.
Ainda este autor, sobre o fator tempo esclarece: “Atualmente, pode-se dizer que a “coisa julgada”
nada mais é do que a forma elíptica de referir-se “autoridade da coisa julgada”, ou seja, a expressão que se
convencionou chamar para definir a força obrigatória e vinculante do acertamento de uma relação jurídica.
É ela a expressão prática da realização da prestação jurisdicional buscada pelo cidadão. Nos dizeres do
JOSÉ FREDERICO MARQUES, a entrega da prestação jurisdicional fica valendo, assim, para processos
futuros, tornando-se imodificável perante qualquer outro juízo ou tribunal. Destas palavras retira-se um
elemento de suma importância e que será determinante recordar quando da crítica à deturpada visão do
instituto (ação rescisória) o tempo, o momento temporal em que é decidido o feito e seus reflexos para o
futuro. Não se pode olvidar que toda a decisão judicial (e também legislativa) é tomada (ou deveriam ser
tomadas) considerando os valores emergentes naquele exato momento).
A matéria, objeto da sentença, como é notório o conhecimento, trata-se de matéria onde a
interpretação foi e continua sendo controvertida. A decisão que concedeu as diferenças salariais geradas
pelos sucessivos planos econômicos estavam corroborada por grande número de julgados idênticos,
inclusive do próprio TST.
Tanto era controvertida que o Colendo Tribunal Superior do Trabalho, sumulou a respeito
estabelecendo na súmula 316 e 317 que os índices de 26,06 de junho/87 e 26,05% de fevereiro de 1989,
tratavam-se de DIREITO ADQUIRIDO dos trabalhadores.
Recentemente o E. TRT do Paraná, nos autos de AR 53/94, em que são partes o SINDICATO DOS
TRABALHADORES NAS INDS. DA CONST. CIVIL DE CURITIBA e HOME ENGENHARIA, decidiu o
seguinte:
“EMENTA: AÇÃO RESCISÓRIA, VIOLAÇÃO LITERAL DISPOSITIVO DE LEI. Reajuste Salarial pelo
IPC de março/90 é pretensão altamente controvertida, cujo acolhimento não rende ensejo à desconstituição
do julgado por violação de literal dispositivo de lei. Súmula 343, do E. STF. Improcedência do pedido.
Acórdão 14674/95. Relator Exmo. Juiz João Oresta Dalazen, publicado no Diário da Justiça do dia 09
de junho de 1995:
EMENTA: AÇÃO CAUTELAR INOMINADA INCIDENTAL A AÇÃO RESCISÓRIA. Improcedem
medida cautelar inominada intentada no curso de ação rescisória para desconstituir julgado que acolheu
diferenças salariais derivantes do IPC de março/90. Ausência de plausibilidade no direito subjetivo
processual invocado, dado que a controvérsia acerca do direito material no processo principal pode
redundar no insucesso da rescisória. (Acórdão 14684/95 - SE, TRT/PR/MC 109/94, publicado no Diário
Oficial da Justiça do Estado do Paraná do dia 09.06.95).
Neste passo, requer-se a improcedência da Ação Rescisória.

3. Matéria da Sentença Rescindenda:


O Sindicato requerido ajuizou reclamatória trabalhista na qualidade de substituto processual, em
observância a prerrogativa legal contida no art. 8º, inciso II da Constituição Federal.
Pleiteou o sindicato as diferenças salariais oriundas dos planos econômicos, que violaram o direito
adquirido dos trabalhadores.
4. A Ação Rescisória:
A ação rescisória, AJUIZADA após a parte perder prazo para recurso próprio, baseia-se
exclusivamente sob o manto do inciso V do art. 485 do CPC, nada mais.
O instituto da ação rescisória, foi criado para ser utilizado na excepcionalidade, um procedimento
para fins de revisão de decisões judiciais quando transitadas em julgado.
Como procedimento excepcional, só pode ser adotado, quando houver PROVA DE FORMA
ROBUSTA À OCORRÊNCIA DE VIOLAÇÃO DE PRECEITO LEGAL, ERRO DE FATO OU OUTRAS
HIPÓTESES DO 485 DO CPC, não podendo a mesma ser admissível com a simples divergência de
interpretação sobre determinado texto legal.
A “coisa julgada” é definida por Araújo Cintra (in Teoria Geral do Processo Revista dos Tribunais, 3ª
Edição, 1976, p. 85), como sendo a imutabilidade dos efeitos de uma sentença em virtude da qual nem as
partes podem reavivar a mesma lide em juízo outra vez, nem os juízes podem voltar a decidir a respeito, e
nem o próprio legislador (ordinário) pode emitir preceitos que contrariem, para as partes, o que já ficou
definitivamente julgado. Ora, só os atos jurisdicionais podem chegar a esse ponto de imutabilidade, não
sucedendo o mesmo com os administrativos.
No entanto, o que se vê, é a banalização do instituto, com utilização massiva que se verifica
atualmente na Justiça do Trabalho, por parte das empresas que visam desconstituir decisões judiciais
garantidoras das reposições aos salários dos reajustes expurgados por ocasião dos sucessivos planos de
“estabilização” econômica editados pelo Governo Federal.
O acolhimento da presente ação rescisória coloca em risco a segurança jurídica na medida que tende
a acabar com a definitividade da decisão judicial transitada em julgado.

5. URP DE FEVEREIRO/89 - 26,05%:


Alega o autor que a condenação em pagamento às diferenças salariais provenientes da reposição do
percentual de 26,05% de fevereiro de 1989, violou o art. 5º, incisos II e XXXVI da CF.
O pedido dos trabalhadores, por seu sindicato/substituto processual refere-se ao PLANO BRESSER e
à URP FEV/89 - 26,05%, sendo que tais diferenças foram pleiteadas com base LEI DE INTRODUÇÃO AO
CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO - ART. 6º, que estabelece o seguinte:
“consideram-se adquiridos assim, direitos que seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como
aqueles cujo começo do exercício tenha como termo prefixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a
arbítrio de outrem.”
Também a CONSTITUIÇÃO FEDERAL/88 - ART. 5º, protege o direito adquirido:
“XXXVI- a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.”
Segundo a sistemática então vigente, primeiro, por três meses os salários vinham sendo corroídos
pela inflação. Depois, calculava-se a média geométrica da inflação do período e se prefixava o indexador
(URP) que corrigiria os salários do trimestre subsequente para repor a posterior o poder aquisitivo dos
salários aos níveis existentes no trimestre anterior.
Com base nesta sistemática e na variação inflacionária ocorrida nos meses de
setembro/outubro/novembro de 1988, foi baixada a PORTARIA MINISTERIAL Nº 354, de 02.12.88, fixando
a URP em 26,05% com vigência para o trimestre compreendido entre dezembro/88 e fevereiro de 89.
Sobreveio a tal portaria ministerial (um ato jurídico perfeito) a medida provisória nº 32 que
estabeleceu um “congelamento” de salários extinguindo a URP, sonegando dos trabalhadores a URP de
fevereiro que já era direito adquirido dos trabalhadores.
Fundamentando o princípio da irretroatividade das leis GABBA define direito adquirido assim:
“Todo direito que é consequência de um fato, apto a produzi-lo em virtude de lei do tempo em que o
fato é realizado, embora a ocasião de o fazer valer não se tenha apresentado antes da vigência de uma nova
lei sob o qual ocorreu o fato de que se originou, entrou imediatamente a fazer parte do patrimônio de quem
o adquiriu.”
Assim, quando da edição da MEDIDA PROVISÓRIA Nº 32, cada um dos substituídos já tinha
adquirido o direito a receber seus salários de fevereiro já corrigidos com base na URP que havia sido pré-
fixada (com base na variação inflacionária do período de set/out. nov de 1988) através da portaria
ministerial nº 354, de 02.12.88.
Neste sentido, a maioria dos Tribunais Trabalhistas, em todo o País, reconheceram o direito
adquirido dos trabalhadores, como se vê:
“TRT/SC/RO-V 1763/89 - Acórdão 429/90
Ementa: LEI Nº 7730/89. URP DO MÊS DE FEVEREIRO DE 1989.
A Lei nº 7730/89 não fere a Constituição Federal de 1988 porque, dispondo para o futuro, não
agrediu direitos adquiridos dos trabalhadores.
O seu silêncio sobre a URP relativa ao mês de fevereiro sendo interpretado no sentido da supressão
dessa antecipação de reajuste salarial é que fere direito adquirido, legalmente delineado e definido para ser
satisfeito naquele mês, segundo as disposições em vigor, modificadas pela nova lei. (Relator Exmo. Juiz J. F.
Câmara Rufino).
TRT/SC/RO-V 1898/89 - Acórdão 1028/90
Ementa: Havendo leis instituindo a Unidade de Referência de Preços para o reajuste dos salários,
ordenando que esse percentual, resultante da média da variação mensal do IPC, ocorrida no trimestre
imediatamente anterior, fosse aplicado em cada mês do trimestre subsequente estabeleceu procedimento
de reposição de perdas salariais, vinculados aos referidos segmentos do ano. Trata-se de subsistema
integrante do sistema anual de atualização do valor dos ganhos do empregado e que, uma vez acionado,
deve completar o ciclo previsto em lei. A interrupção dessa atividade pela aplicação da lei nova fere o
direito adquirido. (Relator Exmo. Juiz J. L. Moreira Cacciari, DJ/SV de 10.07.90).
Resta evidenciado, que a matéria tratada na sentença, tratou-se de matéria controvertida.

6. IPC DE MARÇO/90
Da mesma forma que o item anterior, é evidente notório que as diferenças salariais decorrentes do
IPC de março de 1990, equivalentes a 84,32%, foi matéria altamente controvertida nos Tribunais do País, e
de igual modo na época da sentença a qual se pretende rescindir.
Embora a Lei nº 8.030/90 tenha revogado a Lei 7.788/90, até 15.03.90, os fatos que se operaram ainda
na vigência da Lei 7.788/90, por ela devem ser redimidos. O IPC correspondente a 84,32% referente a
março de 1990, foi medido do dia 15 de fevereiro ao dia 15 de março, como é de conhecimento público e
notório a forma de cálculo praticado pelo IBGE para o IPC, assim pode-se afirmar a existência do direito
adquirido dos trabalhadores àquele índice, nos respectivos salários.
O C. TST em decisão proferida pela sua 4ª Turma, reconheceu como devida as diferenças salariais
relativas ao IPC 84,32%, na forma da Ementa a seguir destacada:
“A semelhança de anteriores Planos Econômicos, o IPC apurado no período de 16/02/60 a 15/03/90,
referente à inflação pretérita, já estava definido nos moldes da Lei 7.730/89 e deveria ser aplicado de
conformidade com a determinação da Lei 7.788/90. O direito, portanto, ao referido reajuste, já fora
legitimamente adquirido pelos Reclamantes, não podendo ser afetado por alteração legal posterior (Medida
Provisória nº 154/90, convertida depois na Lei 8.030/90).”
Afasta-se, assim, o expurgo que a nova lei acometeu, impondo uma retroatividade inconstitucional,
como bem ressalta a d. Representante do Ministério Público. (TST-RR-39.916/91-4 - Acórdão da 5ª Turma -
596/92 - Recorrente: Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Juiz de Fora. Recorrido:
Banco Mercantil do Brasil S/A.
Ainda como contribuição jurisprudencial referente ao IPC 84,32%, outras Ementas assim apontam”
“Correção salarial - IPC de março/90. Se o período de apuração do IPC se completou antes da
publicação da Medida Provisória nº 154, o que ocorreu em 16 de março de 1990, têm os empregados
direito ao reajuste salarial na forma da legislação anterior” (Leis nº 7730, de 31 de janeiro de 1989, e 7788,
de 03 de julho de 1989). TRT-SC-12ª Região-RO-V 3493/90 - Ac. Nº 3742/91 (29/10/91), Rel. Juiz J. L.
Moreira Cacciari, partes: Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Joinville (recorrido)
e Banco Sudameris Brasil S/A (recorrente). LTr, vol. 66, março/92, p. 347.
“Salário - IPC de Março de 1990. O IPC de março de 1990 (Lei 7.730/89) incorporou-se ao patrimônio
do trabalhador, porque medido até o dia 15, e a Medida Provisória nº 154, transformada na Lei 8.030/90,
que institui nova sistemática para reajustamento de preços e salários, entrou em vigor na data da
publicação no DOU de 16/03/1990, p. 5534 e 5535.” TRT-Campinas- 15ª Região, RO 11094/90-8, Ac. 2ª T.
07974/91, (0.../07/91), Rel. Juiz Antonio Miguel Pereira.”
Mesmo com o advento do Enunciado 315 do C. TST em 15 de setembro de 1993, ainda encontramos
julgados posteriores em que se concedeu as diferenças, o que demonstra que a matéria realmente é
controvertida.
Ora, em tratando-se de matéria controvertida, não há o que se falar em VIOLAÇÃO A LITERAL
DISPOSITIVO LEGAL, uma vez que a decisão estava fundamentada em lei, que entretanto tinha
INTERPRETAÇÃO controvertida. Neste sentido, a melhor jurisprudência dos Tribunais Superiores,
inclusive da súmula 343, do E. STF, não reconhecem a existência de ofensa a literal disposição de lei
quando a decisão rescindenda, apreciando matéria controvertida nos Tribunais, acolhe pedidos de
diferenças salariais afeitos aos Planos Econômicos (26,06%, 26,05% e 84,32%).
Pelo que deve ser julgada improcedente a ação rescisória, uma vez que fundada em matéria
controvertida.

DOS PEDIDOS
Requer-se sejam acatadas as preliminares, e em sendo as mesmas rejeitadas, espera-se que no mérito
seja julgada IMPROCEDENTE a ação rescisória.
Requer-se seja a autora condenada no pagamento de honorários advocatícios: 20% sobre o valor da
condenação, em face dos preceitos do art. 133 da Constituição Federal, CPC e do Estatuto da OAB.
Protesta-se pela produção de todas as provas em direito admitidas, bem como pela juntada de
procuração.

Nesses Termos,
E. Deferimento
João Pessoa, 09 de março de 2084
[Local], [dia] de [mês] de [ano]

- ASSINATURA -
Nome do Advogado
OAB/XX 00.000
Contestação de ação rescisória

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL


DO TRABALHO DA _____ REGIÃO.

Autos de Ação Rescisória .....

....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º
....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de
seu (sua) advogado(a) e bastante procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional
sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe notificações e intimações, vem mui
respeitosamente, nos autos de ação rescisória proposta por ....., à presença de Vossa Excelência propor

CONTESTAÇÃO DE AÇÃO RESCISÓRIA


pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.

PRELIMINARMENTE
1. Ausência de pré-questionamento:
Além do trânsito em julgado da decisão rescindenda, é indispensável para a propositura de ação
rescisória, que a matéria invocada na mesma, haja sido PRÉ-QUESTIONADA. A requerente invoca em sede
de ação rescisória a violação do art. 5º, inciso II e XXXVI, da Constituição Federal, no entanto, tal matéria
não fora objeto de discussão anterior, ou seja, não foi pré-questionada nos autos da sentença rescindenda.
Para que o Tribunal pronuncie-se sobre a sentença rescindenda, é necessário que a matéria atacada
tenha sido debatida anteriormente, neste passo, a requerente não trouxe aos autos, como de resto, lhe
incumbia, a prova do pré-questionamento acerca do art. 5º, incisos II e XXXVI, da Constituição Federal,
como o faz agora.
A requerente recorre de oportunidade lançada pelo Enunciado 315 do C. TST para rediscutir a
matéria. Ora, a unificação de jurisprudência mediante enunciado, não pode AFETAR A COISA JULGADA,
uma vez que não se trata de lei, mas mero enunciado.
Inexistindo pré-questionamento, não deve ser admitida a ação rescisória, devendo ser julgada
EXTINTA SEM JULGAMENTO DO MÉRITO.

2. Não cabimento da A.R.


Nossos autores, quando tratam da ação rescisória no âmbito trabalhista esclarecem de plano que se
trata de matéria de aceitação polêmica na Justiça do Trabalho. Quando admitida, deve ser analisada com as
cautelas necessárias, uma vez que visa desconstituir situação de direito decorrente de coisa julgada.
A Súmula 343 do STF estabelece que:
“não cabe a ação rescisória por ofensa a literal disposição de lei, quando a decisão rescindenda se
tiver baseado em texto legal de interpretação controvertida nos tribunais”.
Evidente que a matéria debatida nos autos da sentença rescindenda é matéria controvertida nos
tribunais, inclusive entre turmas do C. TST.
E mesmo com a súmula 315 do c. TST, lançada posteriormente ao trânsito em julgado da sentença,
não há o que se falar em rescisão da sentença, neste sentido o STJ decidiu:
“A afirmação da Súmula 343 é válida mesmo que, posteriormente, a jurisprudência se haja fixado em
sentido oposto ao da decisão rescindenda”.(STJ - 2º Seção. AR 159 MG, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo, in
Theotônio Negrão, Código de Processo Civil e Legislação Processual em vigor, 25º Edição pag. 352).
Por tais motivos, não deve ser admitida a presente ação rescisória.

DO MÉRITO
1. Inconstitucionalidade do Enunciado 315 do C. TST:
O Enunciado 315/TST afronta o art. 5º, inciso XXXVI e o art. 7º, inciso VI da Constituição Federal,
garantidores do direito adquirido, coisa julgada e da irredutibilidade salarial.
Ainda, o termo sumular retira em princípio, a possibilidade do contraditório e da ampla defesa,
garantidos pela Constituição, uma vez que não encerra andamento de centenas de processos, sem
possibilitar a continuidade dos debates que vinham se aprofundando em todo o País acerca dos planos
econômicos e as consequências dos mesmos sobre os trabalhadores.
Verifica-se assim, após a publicação do enunciado, que o mesmo vem sendo aplicado sumariamente,
prejudicando a interposição dos apelos recursais cabíveis para análise e julgamento do mérito pela terceira
instância.
Ora, trata-se o enunciado de uma ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL, sem força de lei, entretanto,
sequer há vinculação direta com o magistrado. Sua aplicação é subsidiária e condicionada ao que
determina a Constituição e a legislação ordinária.
Diante do exposto, argui-se inicialmente a presente preliminar de INCONSTITUCIONALIDADE do
Enunciado 315 do C. TST, que requer seja declarada.

2. Ofensa a dispositivo literal de Lei:


A ação rescisória proposta contra a sentença que concedeu os reajustes aos trabalhadores não
cumpre com requisito essencial, uma vez que a matéria objeto da sentença é reconhecidamente
controvertida nos Tribunais Trabalhistas.
Súmula 343 do STF.
Não cabe ação Rescisória por ofensa a literal disposição de lei, quando a decisão rescindenda se tiver
baseado em texto legal de interposição controvertida nos tribunais.
Esta súmula representa a orientação jurisprudencial do Supremo, complementada nos julgados com
a observação recém feita de que a posterior fixação de entendimentos diversos não justifica o jus
rescissorium.
Súmula 83 do TST -
Não cabe Ação Rescisória por violação de lei quando a decisão rescindenda estiver baseada em texto
legal de interpretação controvertida nos Tribunais.
Súmula 134 do TFR -
Não cabe Ação Rescisória por violação de literal disposição de lei se, ao tempo em que foi prolatada
a sentença rescindenda, a interpretação era controvertida nos tribunais, embora posteriormente se tenha
fixado favoravelmente à pretensão do autor.
No dizer do Advogado Francis Campos Bordas, in Revista de Jurisprudência Trabalhista do Rio
Grande do Sul, nº 137, p. 71/78: “Nota-se neste enunciado (134 do TRF) um fator de suma importância, ...:
o fator tempo. O fato de haver uma posterior fixação de interpretação do texto acoimado de violado não
justifica o cabimento de remédio rescisório”.
Ainda este autor, sobre o fator tempo esclarece: “Atualmente, pode-se dizer que a “coisa julgada”
nada mais é do que a forma elíptica de referir-se “autoridade da coisa julgada”, ou seja, a expressão que se
convencionou chamar para definir a força obrigatória e vinculante do acertamento de uma relação jurídica.
É ela a expressão prática da realização da prestação jurisdicional buscada pelo cidadão. Nos dizeres do
JOSÉ FREDERICO MARQUES, a entrega da prestação jurisdicional fica valendo, assim, para processos
futuros, tornando-se imodificável perante qualquer outro juízo ou tribunal. Destas palavras retira-se um
elemento de suma importância e que será determinante recordar quando da crítica à deturpada visão do
instituto (ação rescisória) o tempo, o momento temporal em que é decidido o feito e seus reflexos para o
futuro. Não se pode olvidar que toda a decisão judicial (e também legislativa) é tomada (ou deveriam ser
tomadas) considerando os valores emergentes naquele exato momento).
A matéria, objeto da sentença, como é notório o conhecimento, trata-se de matéria onde a
interpretação foi e continua sendo controvertida. A decisão que concedeu as diferenças salariais geradas
pelos sucessivos planos econômicos estavam corroborada por grande número de julgados idênticos,
inclusive do próprio TST.
Tanto era controvertida que o Colendo Tribunal Superior do Trabalho, sumulou a respeito
estabelecendo na súmula 316 e 317 que os índices de 26,06 de junho/87 e 26,05% de fevereiro de 1989,
tratavam-se de DIREITO ADQUIRIDO dos trabalhadores.
Recentemente o E. TRT do Paraná, nos autos de AR 53/94, decidiu o seguinte:
“EMENTA: AÇÃO RESCISÓRIA, VIOLAÇÃO LITERAL DISPOSITIVO DE LEI. Reajuste Salarial pelo
IPC de março/90 é pretensão altamente controvertida, cujo acolhimento não rende ensejo à desconstituição
do julgado por violação de literal dispositivo de lei. Súmula 343, do E. STF. Improcedência do pedido.
Acórdão 14674/95. Relator Exmo. Juiz João Oresta Dalazen, publicado no Diário da Justiça do dia 09
de junho de 1995:
EMENTA: AÇÃO CAUTELAR INOMINADA INCIDENTAL A AÇÃO RESCISÓRIA. Improcedem
medida cautelar inominada intentada no curso de ação rescisória para desconstituir julgado que acolheu
diferenças salariais derivantes do IPC de março/90. Ausência de plausibilidade no direito subjetivo
processual invocado, dado que a controvérsia acerca do direito material no processo principal pode
redundar no insucesso da rescisória. (Acórdão 14684/95 - SE, TRT/PR/MC 109/94, publicado no Diário
Oficial da Justiça do Estado do Paraná do dia 09.06.95).
Neste passo, requer-se a improcedência da Ação Rescisória.
3. Matéria da Sentença Rescindenda:
O Sindicato requerido ajuizou reclamatória trabalhista na qualidade de substituto processual, em
observância a prerrogativa legal contida no art. 8º, inciso II da Constituição Federal.
Pleiteou o sindicato as diferenças salariais oriundas dos planos econômicos, que violaram o direito
adquirido dos trabalhadores.
A ação rescisória, AJUIZADA após a parte perder prazo para recurso próprio, baseia-se
exclusivamente sob o manto do inciso V do art. 485 do CPC, nada mais.
O instituto da ação rescisória, foi criado para ser utilizado na excepcionalidade, um procedimento
para fins de revisão de decisões judiciais quando transitadas em julgado.
Como procedimento excepcional, só pode ser adotado, quando houver PROVA DE FORMA
ROBUSTA À OCORRÊNCIA DE VIOLAÇÃO DE PRECEITO LEGAL, ERRO DE FATO OU OUTRAS
HIPÓTESES DO 485 DO CPC, não podendo a mesma ser admissível com a simples divergência de
interpretação sobre determinado texto legal.
A “coisa julgada” é definida por Araújo Cintra (in Teoria Geral do Processo Revista dos Tribunais, 3ª
Edição, 1976, p. 85), como sendo a imutabilidade dos efeitos de uma sentença em virtude da qual nem as
partes podem reavivar a mesma lide em juízo outra vez, nem os juízes podem voltar a decidir a respeito, e
nem o próprio legislador (ordinário) pode emitir preceitos que contrariem, para as partes, o que já ficou
definitivamente julgado. Ora, só os atos jurisdicionais podem chegar a esse ponto de imutabilidade, não
sucedendo o mesmo com os administrativos.
No entanto, o que se vê, é a banalização do instituto, com utilização massiva que se verifica
atualmente na Justiça do Trabalho, por parte das empresas que visam desconstituir decisões judiciais
garantidoras das reposições aos salários dos reajustes expurgados por ocasião dos sucessivos planos de
“estabilização” econômica editados pelo Governo Federal.
O acolhimento da presente ação rescisória coloca em risco a segurança jurídica na medida que tende
a acabar com a definitividade da decisão judicial transitada em julgado.

4. URP DE FEVEREIRO/89 - 26,05%:


Alega o autor que a condenação em pagamento às diferenças salariais provenientes da reposição do
percentual de 26,05% de fevereiro de 1989, violou o art. 5º, incisos II e XXXVI da CF.
O pedido dos trabalhadores, por seu sindicato/substituto processual refere-se ao PLANO BRESSER e
à URP FEV/89 - 26,05%, sendo que tais diferenças foram pleiteadas com base LEI DE INTRODUÇÃO AO
CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO - ART. 6º, que estabelece o seguinte:
“consideram-se adquiridos assim, direitos que seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como
aqueles cujo começo do exercício tenha como termo prefixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a
arbítrio de outrem.”
Também a CONSTITUIÇÃO FEDERAL/88 - ART. 5º, protege o direito adquirido:
“XXXVI- a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.”
Segundo a sistemática então vigente, primeiro, por três meses os salários vinham sendo corroídos
pela inflação. Depois, calculava-se a média geométrica da inflação do período e se prefixava o indexador
(URP) que corrigiria os salários do trimestre subsequente para repor a posterior o poder aquisitivo dos
salários aos níveis existentes no trimestre anterior.
Com base nesta sistemática e na variação inflacionária ocorrida nos meses de
setembro/outubro/novembro de 1988, foi baixada a PORTARIA MINISTERIAL Nº 354, de 02.12.88, fixando
a URP em 26,05% com vigência para o trimestre compreendido entre dezembro/88 e fevereiro de 89.
Sobreveio a tal portaria ministerial (um ato jurídico perfeito) a medida provisória nº 32 que
estabeleceu um “congelamento” de salários extinguindo a URP, sonegando dos trabalhadores a URP de
fevereiro que já era direito adquirido dos trabalhadores.
Fundamentando o princípio da irretroatividade das leis GABBA define direito adquirido assim:
“Todo direito que é consequência de um fato, apto a produzi-lo em virtude de lei do tempo em que o
fato é realizado, embora a ocasião de o fazer valer não se tenha apresentado antes da vigência de uma nova
lei sob o qual ocorreu o fato de que se originou, entrou imediatamente a fazer parte do patrimônio de quem
o adquiriu.”
Assim, quando da edição da MEDIDA PROVISÓRIA Nº 32, cada um dos substituídos já tinha
adquirido o direito a receber seus salários de fevereiro já corrigidos com base na URP que havia sido pré-
fixada (com base na variação inflacionária do período de set/out. nov de 1988) através da portaria
ministerial nº 354, de 02.12.88.
Neste sentido, a maioria dos Tribunais Trabalhistas, em todo o País, reconheceram o direito
adquirido dos trabalhadores, como se vê:
TRT/SC/RO-V 1763/89 - Acórdão 429/90
Ementa: LEI Nº 7730/89. URP DO MÊS DE FEVEREIRO DE 1989.
A Lei nº 7730/89 não fere a Constituição Federal de 1988 porque, dispondo para o futuro, não
agrediu direitos adquiridos dos trabalhadores.
O seu silêncio sobre a URP relativa ao mês de fevereiro sendo interpretado no sentido da supressão
dessa antecipação de reajuste salarial é que fere direito adquirido, legalmente delineado e definido para ser
satisfeito naquele mês, segundo as disposições em vigor, modificadas pela nova lei. (Relator Exmo. Juiz J. F.
Câmara Rufino).
TRT/SC/RO-V 1898/89 - Acórdão 1028/90
Ementa: Havendo leis instituindo a Unidade de Referência de Preços para o reajuste dos salários,
ordenando que esse percentual, resultante da média da variação mensal do IPC, ocorrida no trimestre
imediatamente anterior, fosse aplicado em cada mês do trimestre subsequente estabeleceu procedimento
de reposição de perdas salariais, vinculados aos referidos segmentos do ano. Trata-se de subsistema
integrante do sistema anual de atualização do valor dos ganhos do empregado e que, uma vez acionado,
deve completar o ciclo previsto em lei. A interrupção dessa atividade pela aplicação da lei nova fere o
direito adquirido. (Relator Exmo. Juiz J. L. Moreira Cacciari, DJ/SV de 10.07.90).
Resta evidenciado, que a matéria tratada na sentença, tratou-se de matéria controvertida.

5. IPC DE MARÇO/90
Da mesma forma que o item anterior, é evidente notório que as diferenças salariais decorrentes do
IPC de março de 1990, equivalentes a 84,32%, foi matéria altamente controvertida nos Tribunais do País, e
de igual modo na época da sentença a qual se pretende rescindir.
Embora a Lei nº 8.030/90 tenha revogado a Lei 7.788/90, até 15.03.90, os fatos que se operaram ainda
na vigência da Lei 7.788/90, por ela devem ser redimidos. O IPC correspondente a 84,32% referente a
março de 1990, foi medido do dia 15 de fevereiro ao dia 15 de março, como é de conhecimento público e
notório a forma de cálculo praticado pelo IBGE para o IPC, assim pode-se afirmar a existência do direito
adquirido dos trabalhadores àquele índice, nos respectivos salários.
O C. TST em decisão proferida pela sua 4ª Turma, reconheceu como devida as diferenças salariais
relativas ao IPC 84,32%, na forma da Ementa a seguir destacada:
“A semelhança de anteriores Planos Econômicos, o IPC apurado no período de 16/02/60 a 15/03/90,
referente à inflação pretérita, já estava definido nos moldes da Lei 7.730/89 e deveria ser aplicado de
conformidade com a determinação da Lei 7.788/90. O direito, portanto, ao referido reajuste, já fora
legitimamente adquirido pelos Reclamantes, não podendo ser afetado por alteração legal posterior (Medida
Provisória nº 154/90, convertida depois na Lei 8.030/90).”
Afasta-se, assim, o expurgo que a nova lei acometeu, impondo uma retroatividade inconstitucional,
como bem ressalta a d. Representante do Ministério Público. (TST-RR-39.916/91-4 - Acórdão da 5ª Turma -
596/92).
Ainda como contribuição jurisprudencial referente ao IPC 84,32%, outras Ementas assim apontam”
“Correção salarial - IPC de março/90. Se o período de apuração do IPC se completou antes da
publicação da Medida Provisória nº 154, o que ocorreu em 16 de março de 1990, têm os empregados
direito ao reajuste salarial na forma da legislação anterior” (Leis nº 7730, de 31 de janeiro de 1989, e 7788,
de 03 de julho de 1989). TRT-SC-12ª Região-RO-V 3493/90 - Ac. Nº 3742/91 (29/10/91), Rel. Juiz J. L.
Moreira Cacciari, LTr, vol. 66, março/92, p. 347.
“Salário - IPC de Março de 1990. O IPC de março de 1990 (Lei 7.730/89) incorporou-se ao patrimônio
do trabalhador, porque medido até o dia 15, e a Medida Provisória nº 154, transformada na Lei 8.030/90,
que institui nova sistemática para reajustamento de preços e salários, entrou em vigor na data da
publicação no DOU de 16/03/1990, p. 5534 e 5535.” TRT-Campinas- 15ª Região, RO 11094/90-8, Ac. 2ª T.
07974/91, (0.../07/91), Rel. Juiz Antonio Miguel Pereira.
Mesmo com o advento do Enunciado 315 do C. TST em 15 de setembro de 1993, ainda encontramos
julgados posteriores em que se concedeu as diferenças, o que demonstra que a matéria realmente é
controvertida.
Ora, em tratando-se de matéria controvertida, não há o que se falar em VIOLAÇÃO A LITERAL
DISPOSITIVO LEGAL, uma vez que a decisão estava fundamentada em lei, que entretanto tinha
INTERPRETAÇÃO controvertida. Neste sentido, a melhor jurisprudência dos Tribunais Superiores,
inclusive da súmula 343, do E. STF, não reconhecem a existência de ofensa a literal disposição de lei
quando a decisão rescindenda, apreciando matéria controvertida nos Tribunais, acolhe pedidos de
diferenças salariais afeitos aos Planos Econômicos (26,06%, 26,05% e 84,32%).
Pelo que deve ser julgada improcedente a ação rescisória, uma vez que fundada em matéria
controvertida.

DOS PEDIDOS
Requer-se sejam acatadas as preliminares, e em sendo as mesmas rejeitadas, espera-se que no mérito
seja julgada IMPROCEDENTE a ação rescisória.
Requer-se seja a autora condenada no pagamento de honorários advocatícios: 20% sobre o valor da
condenação, em face dos preceitos do art. 133 da Constituição Federal, CPC e do Estatuto da OAB.
Protesta-se pela produção de todas as provas em direito admitidas, bem como pela juntada de
procuração.

Nesses Termos,
E. Deferimento
João Pessoa, 09 de março de 2084
[Local], [dia] de [mês] de [ano]

- ASSINATURA -
Nome do Advogado
OAB/XX 00.000
Contestação de ação rescisória por falta de pré-questionamento, e no mérito, pela inconstitucionalidade
da Súmula 315 TST. Ausência de ofensa a dispositivo literal de lei por tratar-se de questão
controvertida

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL


DO TRABALHO DA _____ REGIÃO

Autos de Ação Rescisória nº ....

....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º
....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de
seu (sua) advogado(a) e bastante procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional
sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe notificações e intimações, vem mui
respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor:

CONTESTAÇÃO
à AÇÃO RESCISÓRIA proposta por ....., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o
n.º ....., com sede na Rua ....., n.º ....., Bairro ......, Cidade ....., Estado ....., CEP ....., representada neste ato
por seu (sua) sócio(a) gerente Sr. (a). ....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador
(a) do CIRG nº ..... e do CPF n.º ....., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.

DOS FATOS
1. Ausência de pré-questionamento:
Além do trânsito em julgado da decisão rescindenda, é indispensável para a propositura de ação
rescisória, que a matéria invocada na mesma, haja sido PRÉ-QUESTIONADA. A requerente invoca em sede
de ação rescisória a violação do art. 5º, inciso II e XXXVI, da Constituição Federal, no entanto, tal matéria
não fora objeto de discussão anterior, ou seja, não foi pré-questionada nos autos da sentença rescindenda.
Para que o Tribunal pronuncie-se sobre a sentença rescindenda, é necessário que a matéria atacada
tenha sido debatida anteriormente, neste passo, a requerente não trouxe aos autos, como de resto, lhe
incumbia, a prova do pré-questionamento acerca do art. 5º, incisos II e XXXVI, da Constituição Federal,
como o faz agora.
A requerente recorre de oportunidade lançada pelo Enunciado 315 do C. TST para rediscutir a
matéria. Ora, a unificação de jurisprudência mediante enunciado, não pode AFETAR A COISA JULGADA,
uma vez que não se trata de lei, mas mero enunciado.
Inexistindo pré-questionamento, não deve ser admitida a ação rescisória, devendo ser julgada
EXTINTA SEM JULGAMENTO DO MÉRITO.

2. Não cabimento da A.R.


Nossos autores, quando tratam da ação rescisória no âmbito trabalhista esclarecem de plano que se
trata de matéria de aceitação polêmica na Justiça do Trabalho. Quando admitida, deve ser analisada com as
cautelas necessárias, uma vez que visa desconstituir situação de direito decorrente de coisa julgada.
A Súmula 343 do STF estabelece que:
“não cabe a ação rescisória por ofensa a literal disposição de lei, quando a decisão rescindenda se
tiver baseado em texto legal de interpretação controvertida nos tribunais”.
Evidente que a matéria debatida nos autos da sentença rescindenda é matéria controvertida nos
tribunais, inclusive entre turmas do C. TST.
E mesmo com a súmula 315 do c. TST, lançada posteriormente ao trânsito em julgado da sentença,
não há o que se falar em rescisão da sentença, neste sentido o STJ decidiu:
“A afirmação da Súmula 343 é válida mesmo que, posteriormente, a jurisprudência se haja fixado em
sentido oposto ao da decisão rescindenda”. (STJ - 2º Seção. AR 159 MG, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo, in
Theotônio Negrão, Código de Processo Civil e Legislação Processual em vigor, 25º Edição pag. 352).
Por tais motivos, não deve ser admitida a presente ação rescisória.

DO DIREITO
1. Inconstitucionalidade do Enunciado 315 do C. TST:
O Enunciado 315/TST afronta o art. 5º, inciso XXXVI e o art. 7º, inciso VI da Constituição Federal,
garantidores do direito adquirido, coisa julgada e da irredutibilidade salarial.
Ainda, o termo sumular retira em princípio, a possibilidade do contraditório e da ampla defesa,
garantidos pela Constituição, uma vez que não encerra andamento de centenas de processos, sem
possibilitar a continuidade dos debates que vinham se aprofundando em todo o País acerca dos planos
econômicos e as consequências dos mesmos sobre os trabalhadores.
Verifica-se assim, após a publicação do enunciado, que o mesmo vem sendo aplicado sumariamente,
prejudicando a interposição dos apelos recursais cabíveis para análise e julgamento do mérito pela terceira
instância.
Ora, trata-se o enunciado de uma ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL, sem força de lei, entretanto,
sequer há vinculação direta com o magistrado. Sua aplicação é subsidiária e condicionada ao que
determina a Constituição e a legislação ordinária.
Diante do exposto, argui-se inicialmente a presente preliminar de INCONSTITUCIONALIDADE do
Enunciado 315 do C. TST, que requer seja declarada.

2. Ofensa a dispositivo literal de Lei:


A ação rescisória proposta contra a sentença que concedeu os reajustes aos trabalhadores não
cumpre com requisito essencial, uma vez que a matéria objeto da sentença é reconhecidamente
controvertida nos Tribunais Trabalhistas.
Súmula 343 do STF - Não cabe ação Rescisória por ofensa a literal disposição de lei, quando a
decisão rescindenda se tiver baseado em texto legal de interposição controvertida nos tribunais.
Esta súmula representa a orientação jurisprudencial do Supremo, complementada nos julgados com
a observação recém feita de que a posterior fixação de entendimentos diversos não justifica o jus
rescissorium.
Súmula 83 do TST - Não cabe Ação Rescisória por violação de lei quando a decisão rescindenda
estiver baseada em texto legal de interpretação controvertida nos Tribunais.
Súmula 134 do TFR - Não cabe Ação Rescisória por violação de literal disposição de lei se, ao tempo
em que foi prolatada a sentença rescindenda, a interpretação era controvertida nos tribunais, embora
posteriormente se tenha fixado favoravelmente à pretensão do autor.
No dizer do Advogado Francis Campos Bordas, in Revista de Jurisprudência Trabalhista do Rio
Grande do Sul, nº 137, p. 71/78: “Nota-se neste enunciado (134 do TRF) um fator de suma importância, ...:
o fator tempo. O fato de haver uma posterior fixação de interpretação do texto acoimado de violado não
justifica o cabimento de remédio rescisório”.
Ainda este autor, sobre o fator tempo esclarece: “Atualmente, pode-se dizer que a “coisa julgada”
nada mais é do que a forma elíptica de referir-se “autoridade da coisa julgada”, ou seja, a expressão que se
convencionou chamar para definir a força obrigatória e vinculante do acertamento de uma relação jurídica.
É ela a expressão prática da realização da prestação jurisdicional buscada pelo cidadão. Nos dizeres do
JOSÉ FREDERICO MARQUES, a entrega da prestação jurisdicional fica valendo, assim, para processos
futuros, tornando-se imodificável perante qualquer outro juízo ou tribunal. Destas palavras retira-se um
elemento de suma importância e que será determinante recordar quando da crítica à deturpada visão do
instituto (ação rescisória) o tempo, o momento temporal em que é decidido o feito e seus reflexos para o
futuro. Não se pode olvidar que toda a decisão judicial (e também legislativa) é tomada (ou deveriam ser
tomadas) considerando os valores emergentes naquele exato momento).
A matéria, objeto da sentença, como é notório o conhecimento, trata-se de matéria onde a
interpretação foi e continua sendo controvertida. A decisão que concedeu as diferenças salariais geradas
pelos sucessivos planos econômicos estavam corroborada por grande número de julgados idênticos,
inclusive do próprio TST.
Tanto era controvertida que o Colendo Tribunal Superior do Trabalho, sumulou a respeito
estabelecendo na súmula 316 e 317 que os índices de 26,06 de junho/87 e 26,05% de fevereiro de 1989,
tratavam-se de DIREITO ADQUIRIDO dos trabalhadores.
Recentemente o E. TRT do Paraná, nos autos de AR 53/94, em que são partes o SINDICATO DOS
TRABALHADORES NAS INDS. DA CONST. CIVIL DE CURITIBA e HOME ENGENHARIA, decidiu o
seguinte:
“EMENTA: AÇÃO RESCISÓRIA, VIOLAÇÃO LITERAL DISPOSITIVO DE LEI. Reajuste Salarial pelo
IPC de março/90 é pretensão altamente controvertida, cujo acolhimento não rende ensejo à desconstituição
do julgado por violação de literal dispositivo de lei. Súmula 343, do E. STF. Improcedência do pedido”.
(Acórdão 14674/95. Relator Exmo. Juiz João Oresta Dalazen, publicado no Diário da Justiça do dia 09 de
junho de 1995):
EMENTA: “AÇÃO CAUTELAR INOMINADA INCIDENTAL A AÇÃO RESCISÓRIA. Improcedem
medida cautelar inominada intentada no curso de ação rescisória para desconstituir julgado que acolheu
diferenças salariais derivantes do IPC de março/90. Ausência de plausibilidade no direito subjetivo
processual invocado, dado que a controvérsia acerca do direito material no processo principal pode
redundar no insucesso da rescisória”. (Acórdão 14684/95 - SE, TRT/PR/MC 109/94, publicado no Diário
Oficial da Justiça do Estado do Paraná do dia 09.06.95).
Neste passo, requer-se a improcedência da Ação Rescisória.

3. Matéria da Sentença Rescindenda:


O Sindicato requerido ajuizou reclamatória trabalhista na qualidade de substituto processual, em
observância a prerrogativa legal contida no art. 8º, inciso II da Constituição Federal.
Pleiteou o sindicato as diferenças salariais oriundas dos planos econômicos, que violaram o direito
adquirido dos trabalhadores.
4. A Ação Rescisória:
A ação rescisória, AJUIZADA após a parte perder prazo para recurso próprio, baseia-se
exclusivamente sob o manto do inciso V do art. 485 do CPC, nada mais.
O instituto da ação rescisória, foi criado para ser utilizado na excepcionalidade, um procedimento
para fins de revisão de decisões judiciais quando transitadas em julgado.
Como procedimento excepcional, só pode ser adotado, quando houver PROVA DE FORMA
ROBUSTA À OCORRÊNCIA DE VIOLAÇÃO DE PRECEITO LEGAL, ERRO DE FATO OU OUTRAS
HIPÓTESES DO 485 DO CPC, não podendo a mesma ser admissível com a simples divergência de
interpretação sobre determinado texto legal.
A “coisa julgada” é definida por Araújo Cintra (in Teoria Geral do Processo Revista dos Tribunais, 3ª
Edição, 1976, p. 85), como sendo a imutabilidade dos efeitos de uma sentença em virtude da qual nem as
partes podem reavivar a mesma lide em juízo outra vez, nem os juízes podem voltar a decidir a respeito, e
nem o próprio legislador (ordinário) pode emitir preceitos que contrariem, para as partes, o que já ficou
definitivamente julgado. Ora, só os atos jurisdicionais podem chegar a esse ponto de imutabilidade, não
sucedendo o mesmo com os administrativos.
No entanto, o que se vê, é a banalização do instituto, com utilização massiva que se verifica
atualmente na Justiça do Trabalho, por parte das empresas que visam desconstituir decisões judiciais
garantidoras das reposições aos salários dos reajustes expurgados por ocasião dos sucessivos planos de
“estabilização” econômica editados pelo Governo Federal.
O acolhimento da presente ação rescisória coloca em risco a segurança jurídica na medida que tende
a acabar com a definitividade da decisão judicial transitada em julgado.

4.1 URP DE FEVEREIRO/89 - 26,05%:


Alega o autor que a condenação em pagamento às diferenças salariais provenientes da reposição do
percentual de 26,05% de fevereiro de 1989, violou o art. 5º, incisos II e XXXVI da CF.
O pedido dos trabalhadores, por seu sindicato/substituto processual refere-se ao PLANO BRESSER e
à URP FEV/89 - 26,05%, sendo que tais diferenças foram pleiteadas com base LEI DE INTRODUÇÃO AO
CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO - ART. 6º, que estabelece o seguinte:
“consideram-se adquiridos assim, direitos que seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como
aqueles cujo começo do exercício tenha como termo prefixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a
arbítrio de outrem.”
Também a CONSTITUIÇÃO FEDERAL/88 - ART. 5º, protege o direito adquirido:
“XXXVI- a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.”
Segundo a sistemática então vigente, primeiro, por três meses os salários vinham sendo corroídos
pela inflação. Depois, calculava-se a média geométrica da inflação do período e se prefixava o indexador
(URP) que corrigiria os salários do trimestre subsequente para repor a posterior o poder aquisitivo dos
salários aos níveis existentes no trimestre anterior.
Com base nesta sistemática e na variação inflacionária ocorrida nos meses de
setembro/outubro/novembro de 1988, foi baixada a PORTARIA MINISTERIAL Nº 354, de 02.12.88, fixando
a URP em 26,05% com vigência para o trimestre compreendido entre dezembro/88 e fevereiro de 89.
Sobreveio a tal portaria ministerial (um ato jurídico perfeito) a medida provisória nº 32 que
estabeleceu um “congelamento” de salários extinguindo a URP, sonegando dos trabalhadores a URP de
fevereiro que já era direito adquirido dos trabalhadores.
Fundamentando o princípio da irretroatividade das leis GABBA define direito adquirido assim:
“Todo direito que é consequência de um fato, apto a produzi-lo em virtude de lei do tempo em que o
fato é realizado, embora a ocasião de o fazer valer não se tenha apresentado antes da vigência de uma nova
lei sob o qual ocorreu o fato de que se originou, entrou imediatamente a fazer parte do patrimônio de quem
o adquiriu.”
Assim, quando da edição da MEDIDA PROVISÓRIA Nº 32, cada um dos substituídos já tinha
adquirido o direito a receber seus salários de fevereiro já corrigidos com base na URP que havia sido pré-
fixada (com base na variação inflacionária do período de set/out. nov de 1988) através da portaria
ministerial nº 354, de 02.12.88.
Neste sentido, a maioria dos Tribunais Trabalhistas, em todo o País, reconheceram o direito
adquirido dos trabalhadores, como se vê:
TRT/SC/RO-V 1763/89 - Acórdão 429/90
Ementa: LEI Nº 7730/89. URP DO MÊS DE FEVEREIRO DE 1989.
“A Lei nº 7730/89 não fere a Constituição Federal de 1988 porque, dispondo para o futuro, não
agrediu direitos adquiridos dos trabalhadores.
O seu silêncio sobre a URP relativa ao mês de fevereiro sendo interpretado no sentido da supressão
dessa antecipação de reajuste salarial é que fere direito adquirido, legalmente delineado e definido para ser
satisfeito naquele mês, segundo as disposições em vigor, modificadas pela nova lei”. (Relator Exmo. Juiz J.
F. Câmara Rufino).
TRT/SC/RO-V 1898/89 - Acórdão 1028/90
Ementa: “Havendo leis instituindo a Unidade de Referência de Preços para o reajuste dos salários,
ordenando que esse percentual, resultante da média da variação mensal do IPC, ocorrida no trimestre
imediatamente anterior, fosse aplicado em cada mês do trimestre subsequente estabeleceu procedimento
de reposição de perdas salariais, vinculados aos referidos segmentos do ano. Trata-se de subsistema
integrante do sistema anual de atualização do valor dos ganhos do empregado e que, uma vez acionado,
deve completar o ciclo previsto em lei. A interrupção dessa atividade pela aplicação da lei nova fere o
direito adquirido”. (Relator Exmo. Juiz J. L. Moreira Cacciari, DJ/SV de 10.07.90).
Resta evidenciado, que a matéria tratada na sentença, tratou-se de matéria controvertida.

4.2 IPC DE MARÇO/90


Da mesma forma que o item anterior, é evidente notório que as diferenças salariais decorrentes do
IPC de março de 1990, equivalentes a 84,32%, foi matéria altamente controvertida nos Tribunais do País, e
de igual modo na época da sentença a qual se pretende rescindir.
Embora a Lei nº 8.030/90 tenha revogado a Lei 7.788/90, até 15.03.90, os fatos que se operaram ainda
na vigência da Lei 7.788/90, por ela devem ser redimidos. O IPC correspondente a 84,32% referente a
março de 1990, foi medido do dia 15 de fevereiro ao dia 15 de março, como é de conhecimento público e
notório a forma de cálculo praticado pelo IBGE para o IPC, assim pode-se afirmar a existência do direito
adquirido dos trabalhadores àquele índice, nos respectivos salários.
O C. TST em decisão proferida pela sua 4ª Turma, reconheceu como devida as diferenças salariais
relativas ao IPC 84,32%, na forma da Ementa a seguir destacada:
“A semelhança de anteriores Planos Econômicos, o IPC apurado no período de 16/02/60 a 15/03/90,
referente à inflação pretérita, já estava definido nos moldes da Lei 7.730/89 e deveria ser aplicado de
conformidade com a determinação da Lei 7.788/90. O direito, portanto, ao referido reajuste, já fora
legitimamente adquirido pelos Reclamantes, não podendo ser afetado por alteração legal posterior”
(Medida Provisória nº 154/90, convertida depois na Lei 8.030/90).
“Afasta-se, assim, o expurgo que a nova lei acometeu, impondo uma retroatividade inconstitucional,
como bem ressalta a d. Representante do Ministério Público”. (TST-RR-39.916/91-4 - Acórdão da 5ª Turma
- 596/92 - Recorrente: Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Juiz de Fora.
Recorrido: Banco Mercantil do Brasil S/A).
Ainda como contribuição jurisprudencial referente ao IPC 84,32%, outras Ementas assim apontam:
“Correção salarial - IPC de março/90. Se o período de apuração do IPC se completou antes da
publicação da Medida Provisória nº 154, o que ocorreu em 16 de março de 1990, têm os empregados
direito ao reajuste salarial na forma da legislação anterior” (Leis nº 7730, de 31 de janeiro de 1989, e 7788,
de 03 de julho de 1989). TRT-SC-12ª Região-RO-V 3493/90 - Ac. Nº 3742/91 (29/10/91), Rel. Juiz J. L.
Moreira Cacciari, partes: Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Joinville (recorrido)
e Banco Sudameris Brasil S/A (recorrente). LTr, vol. 66, março/92, p. 347.
“Salário - IPC de Março de 1990. O IPC de março de 1990 (Lei 7.730/89) incorporou-se ao patrimônio
do trabalhador, porque medido até o dia 15, e a Medida Provisória nº 154, transformada na Lei 8.030/90,
que institui nova sistemática para reajustamento de preços e salários, entrou em vigor na data da
publicação no DOU de 16/03/1990, p. 5534 e 5535.” (TRT-Campinas- 15ª Região, RO 11094/90-8, Ac. 2ª T.
07974/91, (0.../07/91), Rel. Juiz Antonio Miguel Pereira).
Mesmo com o advento do Enunciado 315 do C. TST em 15 de setembro de 1993, ainda encontramos
julgados posteriores em que se concedeu as diferenças, o que demonstra que a matéria realmente é
controvertida.
Ora, em tratando-se de matéria controvertida, não há o que se falar em VIOLAÇÃO A LITERAL
DISPOSITIVO LEGAL, uma vez que a decisão estava fundamentada em lei, que entretanto tinha
INTERPRETAÇÃO controvertida. Neste sentido, a melhor jurisprudência dos Tribunais Superiores,
inclusive da súmula 343, do E. STF, não reconhecem a existência de ofensa a literal disposição de lei
quando a decisão rescindenda, apreciando matéria controvertida nos Tribunais, acolhe pedidos de
diferenças salariais afeitos aos Planos Econômicos (26,06%, 26,05% e 84,32%).
Pelo que deve ser julgada improcedente a ação rescisória, uma vez que fundada em matéria
controvertida.
DOS PEDIDOS
Requer-se sejam acatadas as preliminares, e em sendo as mesmas rejeitadas, espera-se que no mérito
seja julgada IMPROCEDENTE a ação rescisória.
Requer-se seja a autora condenada no pagamento de honorários advocatícios: 20% sobre o valor da
condenação, em face dos preceitos do art. 133 da Constituição Federal, CPC e do Estatuto da OAB.
Protesta-se pela produção de todas as provas em direito admitidas, bem como pela juntada de
procuração.

Nesses Termos,
E. Deferimento
João Pessoa, 09 de março de 2084
[Local], [dia] de [mês] de [ano]

- ASSINATURA -
Nome do Advogado
OAB/XX 00.000
Contestação em ação rescisória interposta sob alegação de prova falsa em reclamatória trabalhista

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL


DO TRABALHO DA _____ REGIÃO

COLENDA S. ESPECIALIZADA
Ref.: autos nº TRT-........

....., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n.º ....., com sede na Rua ....., n.º .....,
Bairro ......, Cidade ....., Estado ....., CEP ....., representada neste ato por seu (sua) sócio(a) gerente Sr.
(a). ....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG nº ..... e do CPF
n.º ....., por intermédio de seu advogado (a) e bastante procurador (a) (procuração em anexo - doc. 01), com
escritório profissional sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe notificações e
intimações, vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor

CONTESTAÇÃO
à ação rescisória interposta por ....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador
(a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade .....,
Estado ....., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.

DOS FATOS
Busca o autor a desconstituição de v. acórdão proveniente desta Eg. Corte, dizendo em resumo, que
teria proposto ação trabalhista em face do RÉU, em ......, no juízo da ........., buscando a condenação da
Empresa em verbas salariais e indenizatórias; que durante a instrução daquele processo, especificamente
quando da oitiva de testemunhas, o sen......., testemunha do reclamante, após compromissado e
respondendo a contradita da parte adversa (Empresa), afirmou que fora procurado pelo reclamante, o qual
lhe ofereceu promessa de recompensa se viesse prestar depoimento em seu favor. E, por conta deste
depoimento, alega o autor, que teria havido alteração substancial do rumo da prova produzida e influência
do Juízo de primeiro grau, ao ponto deste indeferir o pleito de quaisquer horas extras; salienta que ante o
motivo supra, até mesmo a confissão da Empresa fora desconsiderada pelo Colegiado de primeiro grau,
quando o preposto admitira trabalhos em domingos e feriados.
Diz ainda, que a atitude da testemunha ......... fora fruto de artimanha da Empresa, e que tal ardil
teria influenciado o Juízo, “... que este ignorou inclusive confissão indiscutível do preposto, indeferindo
sem maiores analises pedidos relacionados às provas produzidas pelo autor na RT, influência esta que
levou a que o Tribunal “ad quem” mantivesse a sentença de primeiro grau quanto aos tópicos objeto da
discussão”.
Aduz ainda o postulante, que fora alvo de ação penal, com vistas a apurar delito capitulado no art.
343, do Código Penal; que ultimada a ação penal, fora absolvido por imposição do próprio Ministério
Público, cujo trânsito em julgado se deu em .......................
Noutro tópico, assevera que “no curso da instrução criminal restou plenamente provado que entre a
Ré e a testemunha........................ houveram tratativas com vistas ao teor do depoimento desta, de forma a
lesar direitos do Autor, envolvendo inclusive a recontratação da testemunha ao Quadro de Pessoal da Ré...”
Imputa ao RÉU, na pessoa de seu sócio gerente, atuar de forma dolosa e maquiavélica produzindo
prova falsa, com vistas a influenciar o juízo a vir a proferir uma decisão que lhe fosse favorável. Acrescenta
o autor, que a testemunha ........... recebeu como paga pelas afirmações feitas, a recontratação aos quadros
do RÉU.
Diz no item ....... da inicial, que face ao recurso ordinário interposto contra a sentença de primeiro
grau, fora proferido novo julgamento, tendo o Tribunal modificado a r. sentença em parte, em especial
quanto ao trabalho em domingos e feriados, mas ainda em prejuízo do recorrente, eis que mantida a
sentença frente ao pedido de horas extras; reflexos e honorários advocatícios.
Afirma o autor que o RÉU, por seu sócio gerente, teria “acertado” com a testemunha .............., na
sala de espera da Vara Trabalhista de .........., os termos da afirmação feita em audiência, enquanto esta
prosseguia com o depoimento pessoal do reclamante.
Por fim, menciona que a sentença fora proferida por Juízo “altamente influenciado pela conduta
maquiavélica da Ré”. Pede, por conseguinte, a reforma do julgado em iudicium rescissorium, dizendo da
existência de dolo e prova falsa produzidos pela parte vencedora, “que mancomunada como uma das
testemunhas do Autor, negociou com este seu retorno ao trabalho, em troca de uma acusação ao autor, de
que este havia lhe prometido dinheiro para falsear a verdade em depoimento a ser prestado em Juízo.”
Entanto, como se verá a seguir, e não obstante a bem elaborada peça inicial pelo culto e erudito
procurador do autor, os fatos e fundamentos jurídicos ali alinhavados não podem prosperar, nem em
iudicium rescindens, como em iudicium rescissorium.

DO DIREITO
Busca o autor a desconstituição de v. acórdão desta Corte, amparado nos incisos III e VI, do art. 485,
do CPC. A pretensão, no entanto, não pode prosperar, uma vez que o v. acórdão rescindente não merece
censura.

1. O dolo da parte vencedora


Diz o autor, que o RÉU infringira dever de lealdade e de boa fé, para prejudicá-lo, por ter sido parte
vencida quase que integralmente nos termos do decisório do v. acórdão rescindente.
Neste mister, a postulação do autor não pode prosperar. Em seu arrazoado inicial, procura lançar
contra o RÉU uma série de acusações sem propósito, afirmando basicamente, que houve um conluio entre
o preposto do Supermercado e a testemunha arrolada pelo reclamante na ........
Porém, com os autos, não trouxe qualquer prova ou mesmo indício de que pudesse ter havido dolo
do RÉU. Nem mesmo a recontratação da testemunha ........................, meses depois da audiência de
instrução da reclamatória trabalhista pode significar tal circunstância. O direito de contratar empregado e
o do empregado de buscar o emprego, é potestativo de ambas as partes contratantes, e não pode ser
considerado como meio de subornar ou recompensar alguém.
Mesmo porque, é deveras degradante o fato de o autor, como trabalhador e mesmo o sindicato de
classe que o assiste, valerem-se desta alegação para guardarem sucesso na demanda.
A r. sentença de primeiro grau e o v. acórdão que a confirmou de forma alguma foram prolatados de
forma injusta.
Não há dúvida, de que a afirmação em audiência, da testemunha compromissada ......................, e
depois de contraditado pelo reclamado, de que “trabalhou para o reclamado por aproximadamente cinco
anos, tendo saído em setembro de 1991. A reclamada oferece contradita ao qualificado, sob alegação de
que este foi procurado pelo reclamante, o qual lhe ofereceu promessa de recompensa se este viesse a
prestar depoimento em seu favor. Inquirido o qualificado, confirma a afirmação, acrescentando que o
reclamante também lhe orientou a respeito do que deveria ser dito em Juízo”; teve o condão de fazer com
que fosse aplicado a este a pena de litigante de má-fé, no sentido de inverter-se o ônus da sucumbência,
com a condenação ao pagamento de honorários advocatícios ao reclamado, no importe de 2 (dois) salários
mínimos.
Porém, no que pertine aos demais pedidos lançados na reclamação trabalhista, não há que se falar
em influência do Juízo julgador, seja de primeiro grau ou do Tribunal, quando do julgamento do recurso
ordinário interposto. Neste particular a função jurisdicional do Judiciário foi cumprida com justiça e
equidade.
Ao depois, não seria crível que o Judiciário fechasse os olhos para prática tão vil, quanto a do autor,
ao prometer promessa de recompensa a uma de suas testemunhas ouvida em audiência. Assim é, que
condenou o reclamante a pagar honorários advocatícios à parte adversa, como forma de punir o ato desleal
e de má fé.
Como se verá no item seguinte, também não pode prosperar a alegação do autor, de que fora
absolvido do crime capitulado no art. 343, do Código Penal, que tipifica a prática delituosa de “dar,
oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha, perito, tradutor ou intérprete,
para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, tradução ou interpretação,
ainda que a oferta ou promessa não seja aceita”, eis que a absolvição no processo crime se deu por conta
de “não existir prova suficiente para a condenação, conforme contido no inciso VI, do art. 386, do Código
de Processo Penal e não por estar provada a inexistência do fato (inciso I); não haver prova da existência
do fato (inciso II) ou não constituir o fato infração penal (inciso III)”.
Além disto, tem-se que o v. acórdão de nº .............., da 3ª Turma deste Tribunal, ao julgar o
TRT-............, pautou-se com justiça. No que se refere ,as horas extras, tópico referido na inicial, é de se
dizer que o autor, quando na reclamação trabalhista não comprovou a jornada de trabalho informada na
inicial da ação trabalhista.
O v. acórdão rescindente, ao analisar o pedido de horas extras não se ateve apenas ao que declinou a
testemunha............................., acrescentando que “as demais testemunhas arroladas pelo reclamante, que
não trabalhavam conjuntamente com este, chegou a afirmar jornada superior à aduzida na peça inicial. A
segunda, por exemplo, asseverou que o reclamante sempre parava de trabalhar às 6h, enquanto da própria
peça exordial consta que nos últimos quatro anos do contrato de emprego o Reclamante laborava até às 5h
(fl. 3). A primeira testemunha, por sua vez, simplesmente alega que passava pouco antes da início do seu
trabalho - ora às 19h, ora às 21h -, pela frente do Reclamado. (...) Robusteça a convicção de que as jornadas
mencionadas pelo recorrente não eram as efetivamente prestadas, a cópia da ata de audiência de fls.
136/137, segundo a qual o reclamante, arrolado como testemunha em outro processo, informou que
trabalhava em jornadas inferiores àquelas que ora declina. (...) Assim, a prova produzida nos autos infirma
a jornada mencionada na peça vestibular. À falta de outros elementos probatórios, e porque o autor não se
desincumbiu do fato constitutivo do direito invocado (CPC, art. 333, I), reputo verdadeiras as jornadas
aduzidas pelo Reclamado. O Reclamado admite jornada extraordinária, mas prova o pagamento de horas
extras. Mantenho a r. sentença”.
Saliente-se, que o autor, em testemunho prestado em outro processo, compromissado na forma da
lei, declinou jornadas inferiores àquelas lançadas na inicial. além disto, das três testemunhas ouvidas na
ação trabalhista do autor, uma disse que tinha recebido proposta de recompensa para alterar a verdade dos
fatos e as duas outras não confirmam o horário aposto na inicial.
Ora, não há que se falar em influência do julgador ante os fatos ocorridos em audiência, mas
efetivamente, que houve aplicação da justiça ao caso concreto apresentado.
Ao que parece, o autor pretende fazer com esta demanda rescisória, não a desconstituição de um
julgado, mas um processo de calúnia a difamação contra o RÉU. A r. sentença e o v. acórdão contrastados
foram justos e aplicaram o bom direito ao caso concreto. É de ser rechaçado tal intento, já que o Judiciário
não pode comungar com esta prática desprezível.
Tanto houve justiça, que o v. acórdão rescindente reformou a r. sentença quanto aos domingos e
feriados trabalhados, acolhendo a alegação de confissão do reclamado, determinando que se acrescesse à
condenação o pagamento do salário em dobro referente às horas prestadas em domingos e feriados, bem
como os correspondentes reflexos.
Quanto às férias, a insurgência do autor é mais uma vez inoportuna, já que o pagamento das férias
foi provado pelos recibos de férias de fls. ........... Não houve prova em contrário. Neste sentido, o Relator
assim fundamenta a decisão:
Ao contrário, o depoimento da testemunha arrolada pelo Reclamado, é no sentido de que substituiu
o Reclamante no mês de ................ (fls. 135). Ora, nesse mês, conforme o aviso de férias de fl. 86, estava o
Autor me férias.
A decisão de primeiro grau foi mantida, não por influência maquiavélica do RÉU, como quer o
autor, mas por simples cotejo da prova colhida nos autos de ação trabalhista e aplicação do direito ao caso
concreto: ao reclamante cumpria provar o fato constitutivo de seu direito e não o fez, deixando de trazer
aos autos elementos que desconstituíssem os recibos de férias juntados.
Quanto a integração das horas extras suprimidas, a matéria é de direito e o decidido no v. acórdão
foi fruto de entendimento majoritário. Assim é, que o autor, naquela oportunidade falava em direito
adquirido à integração das horas extras pagas à remuneração, amparado no enunciado da Súmula 76 do
TST, no que foi confrontado pelo entendimento esposado no acórdão, para o qual, somente há que se
cogitar de direito adquirido quando derivar expressamente da lei.
Entanto, o v. acórdão, de ofício, determinou a aplicação ao caso concreto, do enunciado da Súmula
291, do Eg. TST, assim se manifestando:
“Sabe-se que a solução de incorporar as horas extras habituais ao contrato, indefinidamente, como
preconiza a Súmula nº 76, do Egr. TST era insatisfatória, na medida em que transformava um trabalho
extraordinário em ordinário, violando os fundamentos sociais, econômicos e biológicos que ditaram
historicamente a limitação da duração do trabalho humano.
Neste contexto, a solução construtiva estampada na Sumula 291 é de acatar-se como a mais
adequada à espécie, ao enseja r a supressão da sobre jornada, por todos os títulos nociva, por uma
indenização proporcional ao valor da remuneração das horas suplementares suprimidas e ao tempo em
que perdurou a prorrogação habitual da jornada.
(...)
Reformo a sentença para condenar o Reclamado ao pagamento de indenização, correspondente ao
valor de um mês das horas suprimidas para cada ano ou fração igual ou superior a seis meses de prestação
de serviços acima da jornada normal, observada a média das horas suplementares efetivamente
trabalhadas nos últimos 12 meses, multiplicado pelo valor da hora extra do dia da supressão.”
A solução trazida de ofício pelo acórdão fez justiça, acatando-a plenamente o réu, não podendo se
falar em influência do julgador por conta de dolo perpetrado do RÉU.
O RÉU, durante todo o curso da ação trabalhista atuou com lealdade e boa fé, lutando apenas pela
defesa de seu direito, garantida constitucionalmente. Não pode agora, ser inquinado de desleal e de prática
de dolo, única e exclusivamente por que defendeu-se, e sua tese teve guarida no Tribunal, em desproveito
à do autor.
Sem dúvida, o fato de a testemunha .............. ter falado em promessa de recompensa oferecida pelo
reclamante, em audiência, ou mesmo, pelo fato de o ali reclamante ter declinado jornada inferior à
declinada na inicial em outro depoimento prestado à Justiça, na qualidade de testemunha, são fatos
lamentáveis, mas que não podem dar azo a sanha de vingança do autor, ou mesmo, ter o v. acórdão
desconstituído naquilo que lhe (ao RÉU) fora favorável.
Quanto aos honorários advocatícios, Justiça também foi prestada pelo v. acórdão rescindente. É que
nos autos de ação trabalhista não há nada que confirme a alegação do autor. Ao contrário, pela leitura
daquele caderno processual, fica patente a litigância de má fé do ali reclamante, ao ofertar à sua
testemunha, benefícios caso ocultasse a verdade dos fatos.
Neste sentido declinou o Juiz Relator:
“Completamente extemporânea a alegação, somente agora em recurso, de que o Reclamado teria
oferecido recompensa à testemunha trazida pelo Reclamante, para que esta acusasse o próprio Autor. No
momento da audiência, contudo, ficou silente o Autor, limitando-se a requerer a oitiva da testemunha
como informante. No mínimo, se fosse o caso, esperar-se-ia uma atitude de indignação do Reclamante,
bem como de seu patrono.
Correta, nesta hipótese, e excepcionalmente, a condenação do Reclamante ao pagamento de
honorários advocatícios ao Reclamado, haja vista o evidente dano processual que causou (CPC, art. 18).”
Neste particular, deve prevalecer o julgamento estampado no v. acórdão rescindente.

2. Da prova falsa
Fala o autor que fora absolvido em processo crime intentado pela Justiça Pública contra sua pessoa,
pela prática delituosa definida no art. 343, do Código Penal e que por isto, dá a entender, que a prova
produzida na ação trabalhista teria sido falsa, especificamente, no que diz respeito ao depoimento
perpetrado pela sua testemunha .................
Engana-se o postulante. Na espécie, admite-se, em tese, que o autor arrole como causa petendi o
dolo estampado no inciso III, do art. 485, CPC, mas não pode, para o caso concreto, valer-se do inciso VI,
do mesmo artigo, que fala em “se fundar em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal
ou seja provada na própria ação rescisória.”
Neste mister, carece o autor do direito de ação, por falta de interesse processual. É que o fato de ter
sido absolvido na sentença criminal que fez juntar a estes autos, em nada melhora sua situação.
Em primeiro plano, a absolvição no processo crime se deu por não existir prova suficiente para a
condenação, nos termos do inciso VI, do art. 386, do Código de Processo Penal. Isto significa dizer que a
absolvição deu-se por falta de provas, o que não impede que o autor seja novamente processado caso sejam
identificadas outras provas neste sentido.
Estaria o autor livre do crivo da ação penal, caso viesse a ser absolvido por estar provada a
inexistência do fato (inciso I, do art. 386, do CPP); ou não constituir o fato infração penal (inciso III, do art.
386, do CPP).
Como dito acima, o fato da absolvição em processo crime não traz ao autor qualquer benefício
relacionado com o caso vertente. Isto porque, o que o inciso VI, do art. 485 quer demonstrar, é que a
decisão de mérito possa ser rescindida, caso se fundar em prova, cuja falsidade tenha sido apurada em
processo criminal.
Na ação penal intentada contra o autor, nada foi decidido acerca de prova falsa. Ali, o autor apenas
foi absolvido por falta de outras provas que o incriminassem, pela prática do crime de promessa de dar
dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha.
A sentença criminal transita em julgado não deu pela falsidade de qualquer prova produzida no
processo trabalhista intentado em face do RÉU. Fulcrou-se apenas em absolver o autor, por não existir
prova suficiente para a condenação.
Por outro lado, quer parecer que o autor entendeu que no processo crime contra si intentado tenha
sido provado um conluio entre o RÉU e a testemunha ........................... Ledo engano. O processo crime
tinha como acusado o autor e visava apurar a prática delituosa imputada contra o autor e não contra o RÉU
ou mesmo a testemunha acima declinada.
O réu na ação penal era o autor e não o ora requerido. Demais disto, em nenhum momento a
sentença criminal transita em julgado referiu-se ao fato de o ora RÉU ter cometido qualquer crime ou
mesmo que tivesse agido em conjunto com a testemunha ................. em desfavor do autor.
Por isto, não restou configurado o requisito de admissibilidade da rescisória neste mister, ou seja,
não logrou o autor em demonstrar que a sentença de primeiro grua ou mesmo o acórdão rescindente tenha
se fundado em prova, cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal, como determina a primeira
parte do inciso VI do art. 485, do CPC.
Mais uma vez, é prudente frisar que nestes autos, ou mesmo nos autos de ação trabalhista, não há
prova ou mesmo indícios de que tenha o RÉU teria “acertado” com a testemunha ................... os termos do
depoimento prestado em audiência, em que afirma ter recebido do autor promessa de recompensa caso
mudasse a versão dos fatos.

3. Das provas
Quanto ao requerido pelo autor, acerca do apeamento dos autos de reclamação trabalhista a estes
autos, tal se torna inoportuno.
Os autos de ação trabalhista estão arquivados na ......................., em face do pagamento. Para tanto,
poderia o autor tê-los reproduzido reprograficamente e acostado a inicial. Não o fazendo, perdeu a
oportunidade concedida pela lei para juntada de documentos que não sejam novos.

DOS PEDIDOS
Ante os exposto, é de ser julgada a presente totalmente improcedente, não só no que diz respeito ao
iudicium rescindens, como no que pertine ao iudicium rescissorium, mantendo-se o v. acórdão que se
busca desconstituir em todos os seus termos.
Protesta prova o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, em especial o
depoimento pessoal do autor e oitiva de testemunhas cujo rol virá oportunamente aos autos.
Espera seja o autor condenado às cominações de praxe.

Nesses Termos,
E. Deferimento
João Pessoa, 09 de março de 2084
[Local], [dia] de [mês] de [ano]

- ASSINATURA -
Nome do Advogado
OAB/XX 00.000
Defesa à ação rescisória proposta por violação de literal dispositivo de lei

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ PRESIDENTE E. TRIBUNAL REGIONAL DO


TRABALHO DA _____ REGIÃO.

Autos de Ação Rescisória


sob nº ....

....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º
....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de
seu (sua) advogado(a) e bastante procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional
sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe notificações e intimações, vem mui
respeitosamente à presença de Vossa Excelência apresentar

DEFESA À AÇÃO RESCISÓRIA


proposta por ....., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.

PRELIMINARMENTE
1 - Ausência de pré-questionamento:
Além do trânsito em julgado da decisão rescindenda, é indispensável para a propositura de ação
rescisória, que a matéria invocada na mesma, haja sido PRÉ-QUESTIONADA. A requerente invoca em sede
de ação rescisória a violação do art. 5º, inciso II e XXXVI, da Constituição Federal, no entanto, tal matéria
não fora objeto de discussão anterior, ou seja, não foi pré-questionada nos autos da sentença rescindenda.
Para que o Tribunal pronuncie-se sobre a sentença rescindenda, é necessário que a matéria atacada
tenha sido debatida anteriormente, neste passo, a requerente não trouxe aos autos, como de resto, lhe
incumbia, a prova do pré-questionamento acerca do art. 5º, incisos II e XXXVI, da Constituição Federal,
como o faz agora.
A requerente recorre de oportunidade lançada pelo Enunciado 315 do C. TST para rediscutir a
matéria. Ora, a unificação de jurisprudência mediante enunciado, não pode AFETAR A COISA JULGADA,
uma vez que não se trata de lei, mas mero enunciado.
Inexistindo pré-questionamento, não deve ser admitida a ação rescisória, devendo ser julgada
EXTINTA SEM JULGAMENTO DO MÉRITO.

2. Não cabimento da A.R.


Nossos autores, quando tratam da ação rescisória no âmbito trabalhista esclarecem de plano que se
trata de matéria de aceitação polêmica na Justiça do Trabalho. Quando admitida, deve ser analisada com as
cautelas necessárias, uma vez que visa desconstituir situação de direito decorrente de coisa julgada.
A Súmula 343 do STF estabelece que:
“não cabe a ação rescisória por ofensa a literal disposição de lei, quando a decisão rescindenda se
tiver baseado em texto legal de interpretação controvertida nos tribunais”.
Evidente que a matéria debatida nos autos da sentença rescindenda é matéria controvertida nos
tribunais, inclusive entre turmas do C. TST.
E mesmo com a súmula 315 do c. TST, lançada posteriormente ao trânsito em julgado da sentença,
não há o que se falar em rescisão da sentença, neste sentido o STJ decidiu:
“A afirmação da Súmula 343 é válida mesmo que, posteriormente, a jurisprudência se haja fixado em
sentido oposto ao da decisão rescindenda”.(STJ - 2º Seção. AR 159 MG, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo, in
Theotônio Negrão, Código de Processo Civil e Legislação Processual em vigor, 25º Edição pag. 352).
Por tais motivos, não deve ser admitida a presente ação rescisória.

DO MÉRITO
1. Inconstitucionalidade do Enunciado 315 do C. TST:
O Enunciado 315/TST afronta o art. 5º, inciso XXXVI e o art. 7º, inciso VI da Constituição Federal,
garantidores do direito adquirido, coisa julgada e da irredutibilidade salarial.
Ainda, o termo sumular retira em princípio, a possibilidade do contraditório e da ampla defesa,
garantidos pela Constituição, uma vez que não encerra andamento de centenas de processos, sem
possibilitar a continuidade dos debates que vinham se aprofundando em todo o País acerca dos planos
econômicos e as consequências dos mesmos sobre os trabalhadores.
Verifica-se assim, após a publicação do enunciado, que o mesmo vem sendo aplicado sumariamente,
prejudicando a interposição dos apelos recursais cabíveis para análise e julgamento do mérito pela terceira
instância.
Ora, trata-se o enunciado de uma ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL, sem força de lei, entretanto,
sequer há vinculação direta com o magistrado. Sua aplicação é subsidiária e condicionada ao que
determina a Constituição e a legislação ordinária.
Diante do exposto, argui-se inicialmente a presente preliminar de INCONSTITUCIONALIDADE do
Enunciado 315 do C. TST, que requer seja declarada.

2. Ofensa a dispositivo literal de Lei:


A ação rescisória proposta contra a sentença que concedeu os reajustes aos trabalhadores não
cumpre com requisito essencial, uma vez que a matéria objeto da sentença é reconhecidamente
controvertida nos Tribunais Trabalhistas.
Súmula 343 do STF.
Não cabe ação Rescisória por ofensa a literal disposição de lei, quando a decisão rescindenda se tiver
baseado em texto legal de interposição controvertida nos tribunais.
Esta súmula representa a orientação jurisprudencial do Supremo, complementada nos julgados com
a observação recém feita de que a posterior fixação de entendimentos diversos não justifica o jus
rescissorium.
Súmula 83 do TST -
Não cabe Ação Rescisória por violação de lei quando a decisão rescindenda estiver baseada em texto
legal de interpretação controvertida nos Tribunais.
Súmula 134 do TFR -
Não cabe Ação Rescisória por violação de literal disposição de lei se, ao tempo em que foi prolatada
a sentença rescindenda, a interpretação era controvertida nos tribunais, embora posteriormente se tenha
fixado favoravelmente à pretensão do autor.
No dizer do Advogado Francis Campos Bordas, in Revista de Jurisprudência Trabalhista do Rio
Grande do Sul, nº 137, p. 71/78: “Nota-se neste enunciado (134 do TRF) um fator de suma importância, ...:
o fator tempo. O fato de haver uma posterior fixação de interpretação do texto acoimado de violado não
justifica o cabimento de remédio rescisório”.
Ainda este autor, sobre o fator tempo esclarece: “Atualmente, pode-se dizer que a “coisa julgada”
nada mais é do que a forma elíptica de referir-se “autoridade da coisa julgada”, ou seja, a expressão que se
convencionou chamar para definir a força obrigatória e vinculante do acertamento de uma relação jurídica.
É ela a expressão prática da realização da prestação jurisdicional buscada pelo cidadão. Nos dizeres do
JOSÉ FREDERICO MARQUES, a entrega da prestação jurisdicional fica valendo, assim, para processos
futuros, tornando-se imodificável perante qualquer outro juízo ou tribunal. Destas palavras retira-se um
elemento de suma importância e que será determinante recordar quando da crítica à deturpada visão do
instituto (ação rescisória) o tempo, o momento temporal em que é decidido o feito e seus reflexos para o
futuro. Não se pode olvidar que toda a decisão judicial (e também legislativa) é tomada (ou deveriam ser
tomadas) considerando os valores emergentes naquele exato momento).
A matéria, objeto da sentença, como é notório o conhecimento, trata-se de matéria onde a
interpretação foi e continua sendo controvertida. A decisão que concedeu as diferenças salariais geradas
pelos sucessivos planos econômicos estavam corroborada por grande número de julgados idênticos,
inclusive do próprio TST.
Tanto era controvertida que o Colendo Tribunal Superior do Trabalho, sumulou a respeito
estabelecendo na súmula 316 e 317 que os índices de 26,06 de junho/87 e 26,05% de fevereiro de 1989,
tratavam-se de DIREITO ADQUIRIDO dos trabalhadores.
Recentemente o E. TRT do Paraná, nos autos de AR 53/94, em que são partes o SINDICATO DOS
TRABALHADORES NAS INDS. DA CONST. CIVIL DE CURITIBA e HOME ENGENHARIA, decidiu o
seguinte:
EMENTA: AÇÃO RESCISÓRIA, VIOLAÇÃO LITERAL DISPOSITIVO DE LEI. Reajuste Salarial pelo
IPC de março/90 é pretensão altamente controvertida, cujo acolhimento não rende ensejo à desconstituição
do julgado por violação de literal dispositivo de lei. Súmula 343, do E. STF. Improcedência do pedido.
Acórdão 14674/95. Relator Exmo. Juiz João Oresta Dalazen, publicado no Diário da Justiça do dia 09
de junho de 1995:
EMENTA: AÇÃO CAUTELAR INOMINADA INCIDENTAL A AÇÃO RESCISÓRIA. Improcede
medida cautelar inominada intentada no curso de ação rescisória para desconstituir julgado que acolheu
diferenças salariais derivantes do IPC de março/90. Ausência de plausibilidade no direito subjetivo
processual invocado, dado que a controvérsia acerca do direito material no processo principal pode
redundar no insucesso da rescisória. (Acórdão 14684/95 - SE, TRT/PR/MC 109/94, publicado no Diário
Oficial da Justiça do Estado do Paraná do dia 09.06.95).
Neste passo, requer-se a improcedência da Ação Rescisória.

3. Matéria da Sentença Rescindenda:


O Sindicato requerido ajuizou reclamatória trabalhista na qualidade de substituto processual, em
observância a prerrogativa legal contida no art. 8º, inciso II da Constituição Federal.
Pleiteou o sindicato as diferenças salariais oriundas dos planos econômicos, que violaram o direito
adquirido dos trabalhadores.
4. A Ação Rescisória:
A ação rescisória, AJUIZADA após a parte perder prazo para recurso próprio, baseia-se
exclusivamente sob o manto do inciso V do art. 485 do CPC, nada mais.
O instituto da ação rescisória, foi criado para ser utilizado na excepcionalidade, um procedimento
para fins de revisão de decisões judiciais quando transitadas em julgado.
Como procedimento excepcional, só pode ser adotado, quando houver PROVA DE FORMA
ROBUSTA À OCORRÊNCIA DE VIOLAÇÃO DE PRECEITO LEGAL, ERRO DE FATO OU OUTRAS
HIPÓTESES DO 485 DO CPC, não podendo a mesma ser admissível com a simples divergência de
interpretação sobre determinado texto legal.
A “coisa julgada” é definida por Araújo Cintra (in Teoria Geral do Processo Revista dos Tribunais, 3ª
Edição, 1976, p. 85), como sendo a imutabilidade dos efeitos de uma sentença em virtude da qual nem as
partes podem reavivar a mesma lide em juízo outra vez, nem os juízes podem voltar a decidir a respeito, e
nem o próprio legislador (ordinário) pode emitir preceitos que contrariem, para as partes, o que já ficou
definitivamente julgado. Ora, só os atos jurisdicionais podem chegar a esse ponto de imutabilidade, não
sucedendo o mesmo com os administrativos.
No entanto, o que se vê, é a banalização do instituto, com utilização massiva que se verifica
atualmente na Justiça do Trabalho, por parte das empresas que visam desconstituir decisões judiciais
garantidoras das reposições aos salários dos reajustes expurgados por ocasião dos sucessivos planos de
“estabilização” econômica editados pelo Governo Federal.
O acolhimento da presente ação rescisória coloca em risco a segurança jurídica na medida que tende
a acabar com a definitividade da decisão judicial transitada em julgado.

5. URP DE FEVEREIRO/89 - 26,05%:


Alega o autor que a condenação em pagamento às diferenças salariais provenientes da reposição do
percentual de 26,05% de fevereiro de 1989, violou o art. 5º, incisos II e XXXVI da CF.
O pedido dos trabalhadores, por seu sindicato/substituto processual refere-se ao PLANO BRESSER e
à URP FEV/89 - 26,05%, sendo que tais diferenças foram pleiteadas com base LEI DE INTRODUÇÃO AO
CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO - ART. 6º, que estabelece o seguinte:
“consideram-se adquiridos assim, direitos que seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como
aqueles cujo começo do exercício tenha como termo prefixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a
arbítrio de outrem.”
Também a CONSTITUIÇÃO FEDERAL/88 - ART. 5º, protege o direito adquirido:
“XXXVI- a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.”
Segundo a sistemática então vigente, primeiro, por três meses os salários vinham sendo corroídos
pela inflação. Depois, calculava-se a média geométrica da inflação do período e se prefixava o indexador
(URP) que corrigiria os salários do trimestre subsequente para repor a posterior o poder aquisitivo dos
salários aos níveis existentes no trimestre anterior.
Com base nesta sistemática e na variação inflacionária ocorrida nos meses de
setembro/outubro/novembro de 1988, foi baixada a PORTARIA MINISTERIAL Nº 354, de 02.12.88, fixando
a URP em 26,05% com vigência para o trimestre compreendido entre dezembro/88 e fevereiro de 89.
Sobreveio a tal portaria ministerial (um ato jurídico perfeito) a medida provisória nº 32 que
estabeleceu um “congelamento” de salários extinguindo a URP, sonegando dos trabalhadores a URP de
fevereiro que já era direito adquirido dos trabalhadores.
Fundamentando o princípio da irretroatividade das leis GABBA define direito adquirido assim:
“Todo direito que é consequência de um fato, apto a produzi-lo em virtude de lei do tempo em que o
fato é realizado, embora a ocasião de o fazer valer não se tenha apresentado antes da vigência de uma nova
lei sob o qual ocorreu o fato de que se originou, entrou imediatamente a fazer parte do patrimônio de quem
o adquiriu.”
Assim, quando da edição da MEDIDA PROVISÓRIA Nº 32, cada um dos substituídos já tinha
adquirido o direito a receber seus salários de fevereiro já corrigidos com base na URP que havia sido pré-
fixada (com base na variação inflacionária do período de set/out. nov de 1988) através da portaria
ministerial nº 354, de 02.12.88.
Neste sentido, a maioria dos Tribunais Trabalhistas, em todo o País, reconheceram o direito
adquirido dos trabalhadores, como se vê:
TRT/SC/RO-V 1763/89 - Acórdão 429/90
Ementa: LEI Nº 7730/89. URP DO MÊS DE FEVEREIRO DE 1989.
A Lei nº 7730/89 não fere a Constituição Federal de 1988 porque, dispondo para o futuro, não
agrediu direitos adquiridos dos trabalhadores.
O seu silêncio sobre a URP relativa ao mês de fevereiro sendo interpretado no sentido da supressão
dessa antecipação de reajuste salarial é que fere direito adquirido, legalmente delineado e definido para ser
satisfeito naquele mês, segundo as disposições em vigor, modificadas pela nova lei. (Relator Exmo. Juiz J. F.
Câmara Rufino).
TRT/SC/RO-V 1898/89 - Acórdão 1028/90
Ementa: Havendo leis instituindo a Unidade de Referência de Preços para o reajuste dos salários,
ordenando que esse percentual, resultante da média da variação mensal do IPC, ocorrida no trimestre
imediatamente anterior, fosse aplicado em cada mês do trimestre subsequente estabeleceu procedimento
de reposição de perdas salariais, vinculados aos referidos segmentos do ano. Trata-se de subsistema
integrante do sistema anual de atualização do valor dos ganhos do empregado e que, uma vez acionado,
deve completar o ciclo previsto em lei. A interrupção dessa atividade pela aplicação da lei nova fere o
direito adquirido. (Relator Exmo. Juiz J. L. Moreira Cacciari, DJ/SV de 10.07.90).
Resta evidenciado, que a matéria tratada na sentença, tratou-se de matéria controvertida.

6. IPC DE MARÇO/90
Da mesma forma que o item anterior, é evidente notório que as diferenças salariais decorrentes do
IPC de março de 1990, equivalentes a 84,32%, foi matéria altamente controvertida nos Tribunais do País, e
de igual modo na época da sentença a qual se pretende rescindir.
Embora a Lei nº 8.030/90 tenha revogado a Lei 7.788/90, até 15.03.90, os fatos que se operaram ainda
na vigência da Lei 7.788/90, por ela devem ser redimidos. O IPC correspondente a 84,32% referente a
março de 1990, foi medido do dia 15 de fevereiro ao dia 15 de março, como é de conhecimento público e
notório a forma de cálculo praticado pelo IBGE para o IPC, assim pode-se afirmar a existência do direito
adquirido dos trabalhadores àquele índice, nos respectivos salários.
O C. TST em decisão proferida pela sua 4ª Turma, reconheceu como devida as diferenças salariais
relativas ao IPC 84,32%, na forma da Ementa a seguir destacada:
“A semelhança de anteriores Planos Econômicos, o IPC apurado no período de 16/02/60 a 15/03/90,
referente à inflação pretérita, já estava definido nos moldes da Lei 7.730/89 e deveria ser aplicado de
conformidade com a determinação da Lei 7.788/90. O direito, portanto, ao referido reajuste, já fora
legitimamente adquirido pelos Reclamantes, não podendo ser afetado por alteração legal posterior (Medida
Provisória nº 154/90, convertida depois na Lei 8.030/90).”
Afasta-se, assim, o expurgo que a nova lei acometeu, impondo uma retroatividade inconstitucional,
como bem ressalta a d. Representante do Ministério Público. (TST-RR-39.916/91-4 - Acórdão da 5ª Turma -
596/92 - Recorrente: Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Juiz de Fora. Recorrido:
Banco Mercantil do Brasil S/A.
Ainda como contribuição jurisprudencial referente ao IPC 84,32%, outras Ementas assim apontam:
“Correção salarial - IPC de março/90. Se o período de apuração do IPC se completou antes da
publicação da Medida Provisória nº 154, o que ocorreu em 16 de março de 1990, têm os empregados
direito ao reajuste salarial na forma da legislação anterior” (Leis nº 7730, de 31 de janeiro de 1989, e 7788,
de 03 de julho de 1989). TRT-SC-12ª Região-RO-V 3493/90 - Ac. Nº 3742/91 (29/10/91), Rel. Juiz J. L.
Moreira Cacciari, partes: Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Joinville (recorrido)
e Banco Sudameris Brasil S/A (recorrente). LTr, vol. 66, março/92, p. 347.
“Salário - IPC de Março de 1990. O IPC de março de 1990 (Lei 7.730/89) incorporou-se ao patrimônio
do trabalhador, porque medido até o dia 15, e a Medida Provisória nº 154, transformada na Lei 8.030/90,
que institui nova sistemática para reajustamento de preços e salários, entrou em vigor na data da
publicação no DOU de 16/03/1990, p. 5534 e 5535.” TRT-Campinas- 15ª Região, RO 11094/90-8, Ac. 2ª T.
07974/91, (0.../07/91), Rel. Juiz Antonio Miguel Pereira.
Mesmo com o advento do Enunciado 315 do C. TST em 15 de setembro de 1993, ainda encontramos
julgados posteriores em que se concedeu as diferenças, o que demonstra que a matéria realmente é
controvertida.
Ora, em tratando-se de matéria controvertida, não há o que se falar em VIOLAÇÃO A LITERAL
DISPOSITIVO LEGAL, uma vez que a decisão estava fundamentada em lei, que entretanto tinha
INTERPRETAÇÃO controvertida. Neste sentido, a melhor jurisprudência dos Tribunais Superiores,
inclusive da súmula 343, do E. STF, não reconhecem a existência de ofensa a literal disposição de lei
quando a decisão rescindenda, apreciando matéria controvertida nos Tribunais, acolhe pedidos de
diferenças salariais afeitos aos Planos Econômicos (.....)
Pelo que deve ser julgada improcedente a ação rescisória, uma vez que fundada em matéria
controvertida.

DOS PEDIDOS
Requer-se sejam acatadas as preliminares, e em sendo as mesmas rejeitadas, espera-se que no mérito
seja julgada IMPROCEDENTE a ação rescisória.
Requer-se seja a autora condenada no pagamento de honorários advocatícios: 20% sobre o valor da
condenação, em face dos preceitos do art. 133 da Constituição Federal, CPC e do Estatuto da OAB.
Protesta-se pela produção de todas as provas em direito admitidas, bem como pela juntada de
procuração.

Nesses Termos,
E. Deferimento
João Pessoa, 09 de março de 2084
[Local], [dia] de [mês] de [ano]

- ASSINATURA -
Nome do Advogado
OAB/XX 00.000
www.edijur.com.br

Potrebbero piacerti anche