Sei sulla pagina 1di 63

5.

DIREITO DO
CONSUMIDOR
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA POR
LIMINAR. (SITUAÇÃO: CONSUMIDOR EFETUA UMA NOVAÇÃO COM UM BANCO, CONTUDO
SEU NOME É INSCRITO NOS CADASTROS DOS SERVIÇOS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO, EM
VIRTUDE DO DÉBITO QUE NÃO MAIS EXISTIA; ALÉM DISSO, AO EFETUAR A INSCRIÇÃO, O
SERVIÇO DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO NÃO ENVIA NENHUM TIPO DE COMUNICAÇÃO PRÉVIA
AO CONSUMIDOR [COMO DETERMINA O ARTIGO 43, § 2º DO CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR; ARTIGO 13, INCISO XIII DO DECRETO Nº 2.181/1997 E SÚMULA 359 DO STJ]).

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito do ___° Juizado Especial Cível da Comarca de João
Pessoa - Paraíba

FULANO DE TAL, brasileiro, solteiro, Técnico em Telecomunicações, portador de CPF 000.000.000-


00 e Carteira de Identidade 0.000.000 - SSP/PB, residente e domiciliado na Rua da Felicidade, n° 01, Bairro
da Alegria, João Pessoa – PB, CEP 00000-000, por seu advogado adiante assinado, legalmente constituído
nos termos do instrumento de mandato em anexo, com Escritório situado à Av. Jurídica nº 000, Sala 00,
Bairro, João Pessoa – PB, CEP 11111-111, onde receberá notificações, vem, com respeito e acatamento à
presença de Vossa Excelência propor:

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA POR
LIMINAR
Como de fato propõe contra BANCO XXX S.A., CNPJ 000.000.000/0000-00, com sede na Av. Dos
Fornecedores, S/N, Bairro, Osasco – SP, CEP 00000-000 e XXXXXA S.A., CNPJ 000.000.000/0000-00, com
sede na Alameda Sempre Verde, 187, Bairro, São Paulo – SP, CEP 00000-000, e o faz escorado em legislação
atinente, jurisprudência cristalizada em Instâncias Superiores e pelos motivos e razões adiante
expendidos:

DA JUSTIÇA GRATUITA
Requer a Vossa Excelência que sejam deferidos os benefícios da Justiça Gratuita, com fulcro na Lei
nº 1.060/50, com as alterações introduzidas pela Lei nº 7.510/86, por não ter condições de arcar com as
custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento e de sua família.

A QUAESTIO FACTI
No dia 28 de outubro de 2010, o Sr. Fulano de Tal, através de telefone, realizou negociação de uma
dívida, sendo acordado o seu pagamento através de 12 boletos bancários mensais no valor de R$000,00
cada um. Conforme se faz demonstrar em anexo (Doc. 01, págs. 1 a 12).
No dia posterior, em 29 de outubro de 2010, o consumidor, ora promovente, dirigiu-se até a sua
agência bancária, conversou com o gerente e explicou a situação do seu débito. Desta feita, o Gerente do
Banco XXX informou que a negociação anterior seria cancelada e seria ajustado um novo acordo, sendo,
desta vez, através de DÉBITO AUTOMÁTICO EM CONTA, com prestações mensais no valor, cada uma, de
R$000,00. Conforme se faz demonstrar através da CARTA DE LIQUIDAÇÃO (Instrumento Particular de
Confissão e Parcelamento de Dívida) em anexo (Doc. 02, págs. 1 a 5).
Importante ressaltar que o “novo acordo entre o consumidor-devedor e o fornecedor-credor é,
portanto, a substituição de uma obrigação por uma nova que foi criada a partir daquele momento. Estamos,
desta maneira, diante de uma NOVAÇÃO” (Conforme leciona NORAT, Markus Samuel Leite. Direito do
consumidor. Edijur. São Paulo, 2012).
Embora o pagamento esteja sendo devidamente realizado nas datas preestabelecidas, através de
débito automático na conta do promovente (Extratos bancários de dezembro 2010 a maio 2011 em anexo,
Doc. 03), o banco promovido inseriu o nome do consumidor-promovente no cadastro do Serviço de
Proteção ao Crédito – SPC/Serasa (Doc. 04) e, além disso, NÃO foi enviado nenhum tipo de comunicação
prévia ao consumidor, como determina o artigo 43, § 2º do Código de Defesa do Consumidor; artigo 13,
inciso XIII do Decreto nº 2.181/1997; Súmula 359 do STJ, alegando o não pagamento das prestações por
boleto bancário.

Código de Defesa do Consumidor – Art. 43, §2º A abertura de cadastro, ficha, registro e dados
pessoais e de consumo deverá ser comunicada por escrito ao consumidor, quando não
solicitada por ele.
Decreto nº 2.181/1997 – Art. 13. Serão consideradas, ainda, práticas infrativas, na forma dos
dispositivos da Lei nº 8.078, de 1990; (...)
XIII – deixar de comunicar, por escrito, ao consumidor a abertura de cadastro, ficha,
registro de dados pessoais e de consumo, quando não solicitada por ele.
STJ Súmula nº 359 - 13/08/2008 - DJe 08/09/2008 Cadastro de Proteção ao Crédito - Notificação
do Devedor Cabe ao órgão mantenedor do Cadastro de Proteção ao Crédito a notificação do
devedor antes de proceder à inscrição.

Ocorre que as prestações por boleto bancário, questionadas pelo banco promovido, referem-se a uma
dívida que não existe; tendo em vista a NOVAÇÃO realizada no dia 29 de outubro de 2010.
Demonstrando grande desrespeito ao Art. 43 §2º do CDC; Art. 13 XIII do Decreto 2181/97 e Súmula
359 do STJ; nenhuma comunicação foi feita ao consumidor-promovente sobre o ato de inscrição do seu
nome no Serviço de Proteção ao Crédito (só esta conduta já se configura em ilícito). Assim sendo, o
promovente, não teve nenhuma possibilidade de defesa, pois só tomou conhecimento de tal inscrição
quando, por necessidade de sua profissão, tentou adquirir um automóvel a crédito e a venda lhe foi negada
em virtude do nome negativado, deixando-o em situação humilhante e vergonhosa.
Ora meritíssimo, sabemos todos que a ratio, da súmula 359 do STJ (13/08/2008 - DJe 08/09/2008) é
certificar o dever de indenizar caso não seja realizada a prévia notificação da inscrição do nome de
devedor no cadastro de proteção ao crédito (tal notificação é obrigatória mesmo que a dívida seja
efetivamente legal). Tal medida visa a permitir ao consumidor a possibilidade de se defender de uma
inscrição indevida ou quitar o seu débito, antes que a inscrição seja efetivada. Assim sendo, o STJ –
sabiamente – editou a súmula 359 com tal tônica, para evitar que o consumidor passe pelo
constrangimento, vergonha e humilhação de ter seu nome exposto publicamente; pois sabemos que a
inscrição do nome no cadastro do SPC/Serasa expõe essa pessoa perante toda a sociedade; portanto, se a
inscrição for indevida, irá gerar DANO MORAL PURO. (como aconteceu com o promovente desta lide).
Constatando a inserção indevida do seu nome no SPC/Serasa, o promovente entrou em contato
várias vezes com o banco promovido avisando sobre o erro; porém nenhuma providencia foi tomada.
Diante da inércia apresentada pelo banco promovido, o promovente ingressou com uma reclamação
no PROCON-JP. O órgão de proteção e defesa do consumidor fez a devida autuação do Banco XXX S.A., e,
expediu no dia 03 de fevereiro de 2011 uma notificação (nº 000000) solicitando o cancelamento dos
boletos bancários.
O acordo foi feito na sede do PROCON-JP, porém o Banco XXX S.A., mais uma vez, demonstrando
incomensurável desrespeito a legislação brasileira (Art. 55 §4º do CDC) não cumpriu com o pacto, com a
notificação e com a legislação consumerista brasileira. Assim, o PROCON-JP lavrou auto de infração
contra o Banco XXX S.A. (Auto de Infração nº 0000 em anexo, Doc. 05).
De certo que o Código de Defesa do Consumidor é uma Lei principiológica, de ordem pública e
interesse social; Caracterizam-se, tais fatos praticados pelo banco promovido, como um verdadeiro
atentado à harmonia das sobreditas relações de consumo, assim sendo, um ataque ao artigo 4°, III, do CDC,
bem como a toda legislação consumerista.
Por conseguinte, aos fatos narrados, o autor se encontra, até a presente data, com o nome inscrito no
SPC/Serasa em virtude de dolo, má-fé e/ou negligencia exclusiva do banco promovido.
Destarte, diante a desigual luta de forças, somente restava ao consumidor-promovente buscar as vias
judiciais, requerendo antecipação de tutela para a retirada imediata do seu nome do SPC/Serasa; que o
banco promovido seja obrigado a dar baixa na cobrança indevida, sob pena de multa diária; também, que o
promovido seja levado a reconhecer a inexistência do débito e cessar com a cobrança referente à transação
cancelada; ainda, que os dois promovidos sejam condenados a indenizar o promovente por danos morais
face ao constrangimento suportado.
Assim, não havendo até este momento solução amistosa, outra alternativa não se apresenta senão a
de se colocar os fatos ao pronunciamento da jurisdição que, por certo à luz dos fatos e do direito, ao final,
dará a cada um o que é seu na forma da lei.

A QUAESTIO JURIS
DA TUTELA ANTECIPADA
A possibilidade de aplicação do art. 273 CPC se dá pela prova inequívoca e verossimilhança da
alegação.
Neste caso, perante os documentos apresentados, e – principalmente – pela permanência do nome
do promovente no cadastro do SPC/Serasa, resta evidenciada a ilegalidade, abuso de direito e/ou dolo e/ou
negligência e/ou má-fé nos atos praticados pelo banco promovido. De tal sorte que as alegações
apresentadas suprem os requisitos de prova inequívoca e verossimilhança.
Corroborando o intento, preceptivo da jurisprudência:

SERASA – CANCELAMENTO DO REGISTRO – ANTECIPAÇÃO DE TUTELA – TÍTULOS


CAMBIAIS E CHEQUES – Possível a antecipação de tutela para cancelar os registros
negativos em banco de dados, mormente considerando os danos causados pela inscrição.
No caso, tratando-se de cheques a prescrição está sujeita ao prazo de seis meses contados
da expiração do prazo de apresentação (Lei 7.357/85), bem como o prazo de três anos,
quando se tratar de títulos cambiais. Agravo de instrumento provido. (TJRS – AGI
70006217178 – 19ª C.Cív. – Rel. Des. José Francisco Pellegrini – J. 20.05.2003) Grifo Nosso
Presentes os requisitos, requer a Vossa Excelência que, nos termos do art. 273 do CPC e art. 84 §3º
do CDC, determine a retirada imediata do nome do promovente do cadastro do Serviço de Proteção ao
Crédito – SPC/Serasa.

DO DANO MORAL
A Constituição Federal de 1988, no art. 5º, inciso X, assegura o direito à indenização pelo dano
moral decorrente de violação à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem das pessoas.
A pretensão do autor também está sob a proteção da Lei Civil e do Código do Consumidor brasileiro:

Código Civil - Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral,
comete ato ilícito.
Código Civil - Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (art. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.
Código de Defesa do Consumidor – Art. 6°, VI. São direitos básicos do consumidor: (...) a
efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e
difusos.
Código de Defesa do Consumidor – Art. 43, §2º A abertura de cadastro, ficha, registro e dados
pessoais e de consumo deverá ser comunicada por escrito ao consumidor, quando não
solicitada por ele.
Decreto nº 2.181/1997 – Art. 13. Serão consideradas, ainda, práticas infrativas, na forma dos
dispositivos da Lei nº 8.078, de 1990; (...)
XIII – deixar de comunicar, por escrito, ao consumidor a abertura de cadastro, ficha,
registro de dados pessoais e de consumo, quando não solicitada por ele.
STJ Súmula nº 359 - 13/08/2008 - DJe 08/09/2008 Cadastro de Proteção ao Crédito - Notificação
do Devedor Cabe ao órgão mantenedor do Cadastro de Proteção ao Crédito a notificação do
devedor antes de proceder à inscrição.

Assinala-se entendimento jurisprudencial:

Entende-se por dano moral a lesão a um bem jurídico integrante de própria personalidade
da vítima, como a sua honra, imagem, saúde, integridade psicológica, causando dor,
tristeza, vexame e humilhação à vítima. (TRF 2ª Região – 5ª Turma; Apelação Cível nº
96.02.43696-4/RJ – Rel. Desembargadora Federal Tanyra Vargas).
RESPONSABILIDADE CIVIL – DANO MORAL – COBRANÇA INDEVIDA DE DÍVIDA.
Comprovado que o banco réu insistiu na cobrança de quantia que não era devida, há o
dever de reparar o dano moral causado ao autor. Valor da indenização majorado. Apelo do
autor provido, por maioria, e apelo do réu desprovido, unânime (Apelação Cível n°
70022586671, Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, Relator Leo
Lima, julgado 27/02/2008).
RESPONSABILIDADE CIVIL – DANOS MORAIS – INSCRIÇÃO IRREGULAR DO AUTOR EM
ÓRGÃO DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO – ANOTAÇÃO DO NOME DO AUTOR NO SPC SEM A
DEVIDA COMUNICAÇÃO PRÉVIA – OBRIGATORIEDADE DA COMUNICAÇÃO, NOS
TERMOS DO ART. 43, § 2º DO CDC – ENVIO DE CORRESPONDÊNCIA RELATIVA AO
DÉBITO ORIGINÁRIO DA ANOTAÇÃO NÃO DEMONSTRADO – ÔNUS DA REQUERIDA –
RESPONSABILIDADE OBJETIVA – OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR OS DANOS. A inscrição
irregular do autor em órgão de proteção ao crédito constitui, por si só, prova do abalo moral
sofrido, bastando o proceder incorreto da anotação para gerar o dever de indenizar pelos
prejuízos causados. INDENIZAÇÃO. CRITÉRIOS PARA ARBITRAMENTO. PRINCÍPIO DA
RAZOABILIDADE. A fixação do valor para o dano deve atender ao princípio da
razoabilidade, segundo o qual o valor indenizatório não pode implicar em enriquecimento
sem causa do devedor, mas também não pode resultar em quantia que não represente uma
efetiva sanção a quem deu causa à indenização. Recurso de apelação provido. (Apelação
Cível nº. 70010494896, 15ª Câmara Cível do TJRS, Porto Alegre, Rel. Des. Ricardo Raupp
Ruschel. j. 23.03.2005, unânime).

O dano moral é pleiteado nesta ação em virtude de duas condutas ilegais:


1ª Conduta irregular (XXXXXA S.A.): Inexistência de notificação prévia ao consumidor antes de
proceder à inscrição, como determina o artigo 43, § 2º do CDC; artigo 13, XIII do Decreto nº 2.181/1997;
Súmula 359 do STJ;
2ª Conduta irregular (BANCO XXX S.A.): Inscrição indevida do nome do consumidor-promovente
no cadastro do Serviço de proteção ao crédito em decorrência de uma dívida que não mais existia em
virtude de negociação efetuada.
Não deixando de enfatizar que a condenação dos promovidos (BANCO XXX S.A. e do XXXXXA
S.A.) ao pagamento de indenização por danos morais face o constrangimento causado ao consumidor, em
virtude de suas condutas irregulares e/ou ilegais, é de extrema importância para conferir-lhes o efeito
pedagógico e desencorajamento a prática de novos ataques semelhantes aos demais consumidores
brasileiros.
É de bom alvitre, ainda, frisar que no presente caso, também estamos diante de um DANO MORAL
PURO, que é aquele que atinge diretamente a dignidade do consumidor; o Código de Defesa do
Consumidor tem como política de aplicação das relações de consumo a Dignidade da pessoa humana,
conforme podemos extrair da leitura do caput do art. 4°: “A Política Nacional das Relações de Consumo tem
por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e
segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a
transparência e harmonia das relações de consumo (...)”. Assim sendo, basta o nexo causal, a infração da
lei para a caracterização do DANO MORAL PURO.
“A inscrição indevida do consumidor em um banco de dados de proteção ao crédito gera a
obrigação de indenização por danos morais.
Neste tipo de situação, independe que o consumidor tenha efetivamente sofrido qualquer
restrição, pois já houve o nexo causal, a infração da Lei. Estamos diante de um dano moral puro, que
atinge diretamente a dignidade do consumidor.
Qualquer das condutas irregulares que citamos neste capítulo – bastando apenas uma delas – irá
configurar o dano. A prova de dano moral nestes casos se satisfaz com a existência da conduta irregular.
Não sendo necessário que o consumidor, por exemplo, pegue uma certidão constando a restrição ao
crédito sofrida.
(...)
Já a existência de dano material depende de prova de sua existência no caso concreto. O dano
material é aquilo que o consumidor efetivamente perdeu ou deixou de lucrar. Assim não há como se
presumir a existência deste dano.” (texto extraído do Livro: NORAT, Markus Samuel Leite. Direito do
Consumidor. Edijur, 2012.)
Em tal sentido, podemos citar o entendimento do Tribunal de Justiça da Paraíba:

O dano moral puro ou objetivo não necessita de prova do efetivo reflexo patrimonial, sendo
suficiente a comprovação do ato ilícito e do nexo de causalidade, bem como presumidos os
efeitos nefastos na honra do ofendido. A indenização por dano moral não tem finalidade de
obtenção de lucro ou de qualquer vantagem financeira, tendo por objetivo, isto sim, o de
reparar de forma sensata os danos morais efetivamente ocasionados pelo ofensor. (TJPB -
Apelação Cível nº 888.2002.0017 - 1ª Câmara Cível - Rel. Des. Jorge Ribeiro Nóbrega - jul.
20/06/2002)
É nessa acepção, a lição do Desembargador Antônio Elias de Queiroga, Responsabilidade Civil e o
Novo Código Civil, Editora Renovar, 2003, pág. 47:
“A jurisprudência assenta que a indenização deve ser fixada em termos razoáveis, não se justificando
que a reparação venha a constituir-se em enriquecimento ilícito. Deve, portanto, o arbitramento operar-se
com moderação, proporcionalmente ao grau de culpa, ao porte empresarial das partes, às suas
atividades comerciais e, ainda, ao valor do negócio. O juiz deve orientar-se pelos critérios sugeridos pela
doutrina e pela jurisprudência, com razoabilidade, valendo-se de sua experiência e do bom senso, atento à
realidade da vida, notadamente à situação econômica atual e às peculiaridades de cada caso. Contudo, o
valor fixado deve ser representativo de desestímulo como fator de inibição de novas práticas lesivas.”
O dano moral implica na violação dos direitos da personalidade. Note-se que, atualmente, o dano
moral não é mais considerado como o sentimento negativo de dor, angústia, vergonha, humilhação etc.,
essas são, em verdade, as suas consequências.
O entendimento jurisprudencial é pacífico no sentido de que a violação de direito do dano moral
puro deve ser reparada mediante indenização.

DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA


Para que não paire dúvidas sobre a irregularidade cometida pela instituição financeira demandada,
mister a inversão do ônus da prova, nos termos do inciso VIII do artigo 6° do Código de Proteção e Defesa
do Consumidor.
Assim sendo, caso os documentos apresentados não sejam suficientemente esclarecedores, que
Vossa Excelência se digne em determinar a inversão do ônus da prova, por ser medida necessária e para
que se faça justiça.
DO PEDIDO
Posto isto, requer a Vossa Excelência:
1) Que seja concedida a tutela antecipada, nos termos do art. 273 do CPC e art. 84 §3º do CDC,
determinando a retirada imediata do nome do promovente do cadastro do Serviço de Proteção ao Crédito –
SPC/Serasa.
2) Que sejam deferidos os benefícios da Justiça Gratuita, com fulcro na Lei nº 1.060/50, com as
alterações introduzidas pela Lei nº 7.510/86, por não ter condições de arcar com as custas processuais e
honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento e de sua família;
3) Digne-se de ordenar a citação dos promovidos nos endereços declinados para, querendo, no prazo
e forma legais apresentar as suas respostas sob pena de não o fazendo, se presumirão aceitos pelo
promovido, os fatos articulados pelo promovente - Da revelia (art. 285, parte final, do CPC), além de
confissão sob a matéria de fato segundo procedimento da Lei nº 5.478/68;
4) Determinar a inversão do ônus da prova em favor da parte autora, consoante disposição do artigo
6°, inciso VIII, do CDC;
5) Que sejam condenados os promovidos, em caso de recursos, em custas processuais e demais
cominações legais, incluindo honorários advocatícios na base de 20% sobre o valor da condenação,
acrescido de juros e correção monetária.
6) Que esta ação seja julgada totalmente procedente, para:
a) Que o banco promovido seja obrigado a cessar com a cobrança referente à transação cancelada e
seja obrigado a dar baixa no suposto débito sob pena de multa diária (Conforme Art. 84 §4º do CDC);
b) Que seja confirmada a cobrança INDEVIDA, e a ilegalidade da inserção do nome do promovente
no cadastro de proteção ao crédito;
c) Condenação do BANCO XXX S.A. e do XXXXXA S.A. por Danos Morais, no importe a ser
arbitrado por este Juízo competente, em virtude do não envio de notificação prévia ao consumidor antes
de proceder à inscrição indevida no cadastro de proteção ao crédito; da efetiva inscrição indevida do
nome do consumidor vulnerável no cadastro do SPC; do desrespeito ao acordo e notificação realizados
pelo Procon-JP; pelo ataque a legislação consumerista brasileira; e, principalmente, pela negligência,
ingerência, ineficiência e desprezo ao consumidor, o qual ficou privado do seu crédito e desassistido de
forma e modo irresponsável por parte das instituições ora demandadas.
Protestando provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos.

Dá-se à causa o valor de R$ 00.000,00 (valor por extenso).

E. Deferimento
João Pessoa, 09 de março de 2084
[Local], [dia] de [mês] de [ano]

- ASSINATURA -
Nome do Advogado
OAB/XX 00.000
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS – RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA
PELO FATO DO PRODUTO (SITUAÇÃO: CONSUMIDORA ENGRAVIDA MESMO TENDO TOMADO
REMÉDIO ANTICONCEPCIONAL [PLACEBO], OCASIONANDO GRAVIDEZ DE RISCO E DANOS À
SAÚDE – RESPONSABILIDADE OBJETIVA).

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ª Vara Cível da Comarca de João Pessoa - Paraíba

FULANA DE TAL, brasileira, solteira, empresária, portadora de CPF 000.000.000-00 e Carteira de


Identidade 0.000.000 - SSP/PB, residente e domiciliada na Rua da Felicidade, n° 01, Bairro da Alegria, João
Pessoa – PB, CEP 00000-000, por seu advogado adiante assinado, legalmente constituído nos termos do
instrumento de mandato em anexo, com Escritório situado à Av. Jurídica nº 000, Sala 00, Bairro, João
Pessoa – PB, CEP 11111-111, onde receberá notificações, vem, com respeito e acatamento à presença de
Vossa Excelência propor:

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS – RESPONSABILIDADE CIVIL


OBJETIVA PELO FATO DO PRODUTO
Como de fato propõe contra MEDICAMENTOSXXX S.A., pessoa jurídica inscrita no CNPJ sob o nº
00.000.000/0000-00, com sede na Rua Dos Fornecedores, nº 111, Bairro, Porto Alegre – RS, CEP 00000-000,
e o faz escorado em legislação atinente, jurisprudência cristalizada em Instâncias Superiores e pelos
motivos e razões adiante expendidos:

DA JUSTIÇA GRATUITA
Requer a Vossa Excelência que sejam deferidos os benefícios da Justiça Gratuita, com fulcro na Lei
nº 1.060/50, com as alterações introduzidas pela Lei nº 7.510/86, por não ter condições de arcar com as
custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento e de sua família.

DOS FATOS
A requerente é consumidora do anticoncepcional XXXXX, medicamento este, produzido pela
empresa MEDICAMENTOSXXX, notoriamente, uma das maiores indústrias do setor farmacêutico do
mundo.
Segundo as declarações já prestadas pelo laboratório e divulgadas na imprensa nacional, as cartelas
contendo placebo de farinha foram produzidas para testar um novo equipamento de embalagem adquirido
pelo laboratório, em virtude da maior capacidade de produção de cartelas por minuto.
Informa, ainda, que cerca de 50 (cinquenta) mil cartelas de anticoncepcionais contendo placebo de
farinha foram embaladas e armazenadas em um depósito antes de serem encaminhadas para incineração, e
por algum erro acabaram sendo distribuídas no mercado.
Independente do motivo da entrega das cartelas contendo placebo de farinha no mercado
consumidor, o fato é que houve um verdadeiro derramamento de medicamentos placebos incapazes de
cumprir com a função que se destinam, não oferecendo a segurança que dele legitimamente se espera,
acarretando, desta forma riscos à saúde e segurança das consumidoras do anticoncepcional XXXXX.
A consumidora FULANA DE TAL, sempre tomava o medicamento anticoncepcional XXXXX, por
recomendação médica, eis que possui _______________ (descrição da enfermidade), que em caso de
gravidez, leva a uma gestação de alto risco para a saúde da mãe e, também, do bebê.
Quando comprou o anticoncepcional XXXXX, na farmácia, estabeleceu-se entre a senhora FULANA
DE TAL e o fornecedor MEDICAMENTOSXXX, ora promovido, uma relação jurídica de consumo, que é
regulada pelo Código de Defesa do Consumidor ( lei 8.078 de 11/09/90), que assevera:
Art. 2º - Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produtos ou serviço
como destinatário final.
Parágrafo único - Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que
indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.
Art. 3º - Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou
estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção,,
construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de
produtos ou prestação de serviços.
§1º - Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.
Verifica-se – claramente – no presente caso a RESPONSABILIDADE OBJETIVA, conforme determina
o Art. 12, da Lei 8078/90, Código de Proteção e Defesa do Consumidor, que assevera o seguinte:
Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador
respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados
aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem,
fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.
No que é secundado pelo art. 159 do Código Civil que assim dispõe:
“Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imperícia, violar direito ou causar
prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano”.
Apesar da responsabilidade objetiva, o fornecedor-promovido tem sua CULPABILIDADE confirmada
e reafirmada, diante da legislação em vigor, tendo comprovadamente cometido os seguintes culpas;
a - CULPA IN ELIGENDO - Por não ter procedido com acerto na escolha de seu preposto (a
firma que seria responsável pelo transporte e incineração das pílulas placebo, e não ter
exercido um controle suficiente sobre o desempenho da firma para tal encargo).
b - CULPA IN VIGILANDO - por não ter, como fabricante e responsável pelo anticoncepcional
XXXXX, exercido fiscalização sobre o produto, com segurança necessária, e evitado a
distribuição no mercado brasileiro dos lotes de placebo.
c - CULPA POR OMISSÃO - A requerida demorou mais de um mês para divulgar o ocorrido e
quando o fez, fez de forma confusa e inteligível desrespeitando os mais básicos direitos do
consumidor e expondo todas as mulheres que consumiram riscos incalculáveis.
Matéria jornalística publicada pelo jornal ________________, na data de ____ / __________ / _____,
bem narra o que teria acontecido:
“Entre ... de ....... e ... de ...., a MEDICAMENTOSXXX testou uma nova embalagem, usando
pílulas bobas, que mais tarde remetidas a outra empresa, para incineração. Supõe-se que uma
quantidade de cartelas foi roubada e revendida a algumas farmácias. O laboratório não dispõe
de prova de que furto, assim como não sabe quando aconteceu, ou quantas cartelas sumiram.
O presidente da MEDICAMENTOS XXX sonegou informações à rede de defesa da saúde
pública. Em nenhum momento mobilizou a empresa para prestar assistência às mulheres que
engravidaram. Só na quarta-feira o laboratório resolveu sair do silêncio prestando aos
consumidores as informações que devia. Admitindo-se que tudo o que a .......... fez até essa
hora produto de uma má combinação de boas intenções ingenuidade, resta o texto que deu ao
público. Aí houve má-fé malandragem, empulhação, e analfabetismo.
Houve má-fé porque o laboratório soltou um comunicado intitulado “Ocorrências com
anticoncepcional XXXXX”. Que ocorrências? Diz o comunicado, com 11 itens, em nenhum
momento informou que havia embalagens do anticoncepcional XXXXX com farinha no lugar de
hormônio.
Há malandragem porque sugere que o laboratório tomou a iniciativa de comunicar as
“ocorrências” à Vigilância Sanitária, à polícia e ao público. É falso. Só saiu da toca quando
teve o “ ..............” no calcanhar.
Há empulhação porque no item 4 o comunicado informa que as mulheres que estão tomando o
anticoncepcional XXXXX devem usar “método de barreira”. E o que é método de barreira? Um
muro no meio da cama? Trata-se de um codinome para camisinha.
O toque de analfabetismo pode ser percebido quando se lê o item 4:
“Usuárias de anticoncepcional XXXXX não devem descontinuar o uso, no entanto, associar
método de barreira e procurar seu médico para orientação”.
A revista __________ publicou: “O Laboratório MEDICAMENTOSXXX, fabricante do
anticoncepcional XXXXX, é uma das marcas de pílulas anticoncepcionais mais vendidas no Brasil.”; e
continua: “milhares de cartelas do medicamento entregues às farmácias continham comprimidos de
farinha no lugar das pílulas autênticas. Em razão disso, várias mulheres descobriram que ficaram grávidas
enquanto tomavam o anticoncepcional XXXXX”.
Na AÇÃO CIVIL PÚBLICA, movida pelo Estado de .............. em desfavor da ....... e que corre na ...ª
vara da Fazenda Pública de ........., a Procuradoria Geral do Estado de ............., afirmou categoricamente em
reforço a culpabilidade da requerida.
A empresa requerida não se preocupou em informar corretamente seus consumidores , atitude que
se impunha, pois a mesma é líder nesse segmento, depositária da confiança de milhares de pessoas.
O fato notório, aliás, é que cartelas contendo comprimidos elaborados à base de farinha chegaram ao
público consumidor.
A empresa somente apresentou requerimento para instauração de inquérito policial, no dia ..., ...ª
Distrito policial, registro ..... sabendo que o fato ocorrera no dia ...... fls...
A vigilância sanitária estadual lavrou vários autos de infração “por não informar a autoridade
sanitária competente, os informes (sic) sobre os acidente causados com medicamentos”.
Em reportagem, o geneticista _______________, superintendente do Instituto de Medicina Fetal
de ............... em artigo publicado na ................ afirma: “Caso o laboratório MEDICAMENTOSXXX não
demorasse quase um mês para trazer a público a questão do desvio de embalagens contendo placebo,
muitas mulheres poderiam ter evitado gestações indesejadas recorrendo à orientação médica. Quando uma
camisinha estoura ou ocorre um engano na tabela do ciclo menstrual, um método recomendado por
muitos médicos, desde que haja o acompanhamento clínico, é tomar duas doses duplas de uma pílula
anticoncepcional de média dosagem hormonal de 12 em 12 horas. procedimento provoca uma descamação
maior na parede uterina impedindo que o óvulo fecundado se fixe e evolua para a gravidez. Isso só vale,
entretanto, para os primeiros dias após a relação.”
Não obstante a responsabilidade objetiva e materialização das culpas In Eligendo e In Vigilando, e
culpa por Omissão devido a demora de mais de 30 dias para comunicar a polícia e a Vigilância sanitária
infringiu o art. 10 , parágrafo, 1º, da lei 8078/90, que determina o seguinte:
Art. 10 - O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo produto ou serviço que sabe
ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança.
§ 1º - O fornecedor de produtos e serviços que, posteriormente à sua introdução no mercado de
consumo, tiver conhecimento da periculosidade que apresentem, deverá comunicar o fato
imediatamente às autoridades competentes e aos consumidores, mediante anúncios
publicitários.
§ 2º - Os anúncios publicitários a que se refere o parágrafo anterior serão veiculados na
imprensa, rádio e televisão, às expensas do fornecedor do produto ou serviço.
§3º - Sempre que tiverem conhecimento de periculosidade de produtos ou serviços à saúde ou
segurança dos consumidores, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão
informá-los a respeito.
O laboratório promovido que foi obrigado judicialmente a fazer um Recall do produto, contudo o
recall comunicando aos consumidores que o medicamento que estava sendo vendido era inócuo, não foi
feito a tempo de se evitar a gravidez das consumidoras, e não foi publicado, em nenhum jornal do Estado
de _____________.
A consumidora - vítima - não teve nenhuma chance de evitar a gravidez, que é considerada de alto
risco à saúde dela e do feto; conforme laudos e atestados em anexo (DOC 00).

DO DANO MATERIAL
A gravidez, que é indesejada, por ser de risco, acarretou à consumidora uma série de vultosas
despesas, e um futuro incerto para essa criança que terá de ser criada até no mínimo 21 anos de idade, no
caso nascimento de um bebê normal, o que ainda é incerto pois a requerente mãe continuou a tomar o
remédio por mais dois meses, pois nunca pensou que estivesse grávida.
A Súmula 490 do Supremo Tribunal Federal, STF aduz:
“A pensão correspondente à indenização oriunda de responsabilidade civil deve ser calculada com
base no salário mínimo vigente ao tempo da sentença e ajustar às variações ulteriores”.
Portanto requer a Vossa Excelência que condene o requerido em sentença final ao pagamento de .......
salários mínimos R$ ............. de danos materiais e estéticos para a requerente, mais uma pensão mensal
para o recém nascido de .... salários mínimos ou seja R$ ..............., até completar 21 anos de idade, ou
outra que Vossa Excelência julgar necessária, para o pagamento de escola, vestuário, alimentação,
transporte e lazer, de sua futura filho(a), garantindo uma qualidade de vida igual a um cidadão nascido
na ............, sede do laboratório, pois no presente caso deve ser estabelecida a pensão e indenização pelos
padrões de qualidade de vida da ........ igualando nossas consumidoras as da sede do laboratório,
jurisprudência internacional de caso parecido quando a fábrica ............... deixou vazar gases tóxicos
na ........., e foi compelida judicialmente a fazer um acordo com as vítimas pagando ........ em indenização.

DO DANO MORAL
A reparação por dano moral constitui garantia constitucional, prevista no artigo 5° - X, da
Constituição Federal, onde está expresso:
“São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”.
Não pode o juiz ignorar, na apreciação do caso concreto que lhe seja submetido, os aspectos
relacionados aos mecanismos básicos do comportamento humano, das leis de motivação humana, bem
como a necessidade de interrelacionar essas dimensões aos aspectos morais, tutelados pelas leis
ordinárias.
O dano moral, na esfera do Direito, é todo sofrimento humano resultante de lesões de direitos
estranhos ao patrimônio, encarado como complexo de relações jurídicas com valor econômico, com a
habitual clareza, assim o definiu como:
“Todo sofrimento humano que não resulta de uma perda pecuniária”.
Hoje, é pacífico o entendimento de que o dano moral é indenizável, posto que qualquer dano
causado a alguém ou a seu patrimônio deve ser reparado. O dinheiro possui valor permutativo, podendo-
se, de alguma forma, lenir a dor com a perda de um ente querido pela indenização, que representa também
punição e desestímulo do ato ilícito.
A fixação do quantum indenizatório para dano moral não pode ficar afastado da apreciação judicial
porquanto todo sofrimento humano resultante de um ato ilícito, porque a indenização, além de lenir a dor
sofrida, serve também de desestímulo à prática do ato ilícito.
Segundo o Ministro do Superior Tribunal de Justiça STJ, Paulo Roberto Saraiva da Costa Leite em
seu artigo DANO MORAL NO DIREITO BRASILEIRO:
“A distinção entre dano material e dano moral não decorre da natureza do direito, mas do efeito da
lesão, do caráter de sua repercussão sobre o lesado, como observa Aguiar Dias, que, recorrendo à lição de
Minozzi, conclui que o dano moral deve ser compreendido em seu conteúdo, que é a dor, o espanto, a
emoção, a injúria física ou moral, em geral uma dolorosa sensação experimentada pela pessoa, atribuída a
palavra dor o mais largo significado”.
Não se pretenda que o termo prejuízo há de ser entendido como dizendo apenas com dano material,
como remarcou o Ministro Eduardo Ribeiro, demonstrando que o contrário resulta da própria lei, pois a
segunda parte do art. 159 remete aos dispositivos que regulam a liquidação das obrigações e, entre eles,
alguns dizem indiscutivelmente com dano moral (REsp 4236-RS).
A indenização por dano moral, contrariamente ao que ocorre com a concernente ao dano material,
não se funda na restitutio in integrum, pois é impossível repor o estado anterior à lesão, em decorrência
mesmo do efeito desta. Outra é a sua natureza jurídica. Consoante Windscheid, visa a compensar a
sensação de dor da vítima com uma sensação agradável em contrário. A indenização tem, pois, caráter
compensatório.
Não se pode perder de vista, porém, que à satisfação compensatória soma-se também o sentido
punitivo da indenização, de maneira que assume especial relevo na fixação do quantum indenizatório a
situação econômica do causador do dano.
De acordo com o que observa Maria Helena Diniz, traduzindo o pensamento que predomina na
doutrina e na jurisprudência, a reparação em dinheiro viria neutralizar os sentimentos negativos de mágoa,
dor, tristeza, angústia, pela superveniência de sensações positivas de alegria, satisfação, pois possibilitaria
ao ofendido algum prazer que, em certa medida, poderia atenuar o seu sofrimento.
A Súmula 37 do STJ, que, pondo uma pá de cal em antiga controvérsia, consolidou a jurisprudência
no sentido de que são cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo
fato.
Segundo afirma o psiquiatra Edson Engels além dos problemas práticos que uma família enfrenta
diante de uma gravidez indesejada, podem ocorrer mudanças afetivas profundas. Não é raro que a futura
mãe passe por problemas emocionais sérios, que, em maior ou menor escala, afetam o exercício da
maternidade. Engravidar mesmo tendo se prevenido corretamente pode também causar revolta e
instabilidade na relação com os filhos já existentes ou com o companheiro. “Em casos extremos a mulher
pode ter alterações na libido, tornando-se frígida ou insegura diante da própria sexualidade”. Se a situação
não for muito bem encaminhada, chega a desestabilizar casamentos que iam muito bem. A concepção
indesejada também não é a situação ideal para desenvolver laços entre mãe e filho, ele aponta.
“Sentimentos contraditórios como rejeição e amor, misturados à culpa podem gerar uma criança mais
suscetível a problemas de comportamento.” Claro que também é natural que pais e mães externem
rejeição, impaciência e raiva mesmo com filhos desejadíssimos. A diferença nos casos de bebês-surpresa é
que tais explosões produzem mais culpa nos pais.
Portanto Meritíssimo diante dos fatos e direito acima aduzidos requer a Vossa Excelência, que
condene o requerido em ... salários mínimos R$ ...., afim de minorar o sofrimento desta vítima e desestimular
e exemplificar empresas multinacionais de porte da ... e de suas subsidiárias a não cometerem a negligência
e a irresponsabilidade, que nunca cometeriam em suas sedes ou em países de primeiro mundo.

DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA


Meritíssimo o juiz é destinatário mediato da prova de sorte que a regra sobre o ônus da prova a ele é
dirigida por ser regra de julgamento. Nada obstante, essa regra é fator indicativo para partes, de que
deverão se desincumbir dos ônus sob pena de ficarem em desvantagem processual. A inversão pode
ocorrer em duas situações distintas admitidas em nosso Código do consumidor:
a) Quando o consumidor for hipossuficiente ou seja a hipossuficiência se dá tanto à dificuldade
econômica quanto técnica do consumidor poder desincumbir-se do ônus de provar os fatos constitutivos
de seu direito.
b) Quando for verossímil sua alegação.
Art. 6º - São direitos básicos do consumidor:
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor,
no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente,
segundo as regras ordinárias de experiências. (Grifo nosso).
A hipossuficiência da requerente é evidente e a verossimilhança do caso também, mesmo sendo
alternativas as hipóteses como claramente indica a conjunção ou expressa na norma comentada.

A FUMAÇA DO BOM DIREITO E O PERIGO DA DEMORA


O requisito do fumus boni iuris é evidente no presente caso, pois a culpa da distribuição dos
placebos foi do laboratório, por negligencia de sua diretoria, pela sua omissão em não ter feito um RECALL
a tempo e quando o fez não noticiou em nenhum jornal do estado de ........... e em nenhuma Rádio da
cidade de .................. consumo do ........... pela vítima requerente foi confirmado pela declaração feita ao
Promotor, que acompanha a petição, e o uso do .........., pode ser confirmado por inúmeras testemunhas que
sabem que a requerente tomava corretamente o contraceptivo e do médico que prescreveu, que serão
arroladas no momento oportuno ao processo. O periculum in mora na concessão da antecipação da tutela e
plausível e evidente face ao nascimento da criança e falta de condições da mãe de prover o sustento em
condições dignas.
A requerente é pessoa simples, que não tem como arcar com as despesas médicas, hospitalares,
enxoval, moradia e alimentação desse filho gerado as avessas de sua vontade, portanto é imperativo a
concepção da tutela antecipada da lide afim de assegurar a gestação, o parto e criação desta criança fruto
da irresponsabilidade de um laboratório que se diz sério e um dos maiores do mundo.
Como se sabe, entre dois relevantes valores em conflito a segurança jurídica e a efetividade da
prestação jurisdicional. O legislador brasileiro, adotando a tendência do direito processual civil
contemporâneo, vem dando preferência e, visivelmente, optando pela efetividade da prestação
jurisdicional. Por isso mesmo, a tutela antecipada vem sendo utilizada com sucesso, em todo o país, até
mesmo nas ações movidas contra o Poder Público, como meio de efetivamente tutelar o direito que se
mostre verossímil e permitir que o Poder Judiciário atue como real guardião dos direitos constitucionais do
povo brasileiro. A tutela antecipada vem ao encontro do clamor de um povo que tem sede de justiça e está
cansado de ver as lides judiciais se arrastarem dolorosamente.
A antecipação da tutela está prevista no art. 273 do CPC, e no art. 84, parágrafo 3º do Código de
Proteção e defesa do Consumidor Lei 8078/90.
Art. 273 - O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos
da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se convença da
verossimilhança da alegação e:
I - haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação.
Art. 84 - Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o
Juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o
resultado prático equivalente ao do adimplemento.
§ 1º - A conversão da obrigação em perdas e danos somente será admissível se por elas optar o
autor ou se impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático correspondente.
§ 2º - A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da multa (artigo 287 do Código de
Processo Civil).
§ 3º - Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do
provimento final, é lícito ao Juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia,
citado o réu.
§ 4º - O Juiz poderá, na hipótese do § 3º ou na sentença, impor multa diária ao réu,
independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação,
fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.
Araken de Assis, desembargador do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul e professor do Curso
de Mestrado em Direito da PUC/RS, nos ensina que ‘’a verossimilhança exigida no dispositivo se cinge ao
juízo de simples plausibilidade do direito alegado em relação à parte adversa. Isso significa que o juiz
proverá com base em cognição sumária’’. (‘’Antecipação de Tutela’’, in ‘’Aspectos Polêmicos da
Antecipação de Tutela’’, Ed. Revista dos Tribunais, p.30).
Em Brasília, onde também houve há distribuição do medicamento falso, o ilustre Doutor Juiz de
Direito da 9ª Vara Cível Rômulo de Araújo Mendes, na AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E
MATERIAIS, com antecipação de tutela e Liminar, movida por ROSIMEIRE PORTO DOS SANTOS em
desfavor da ......................, QUÍMICA E FARMACÊUTICA LTDA. (doc. Anexo). O M.M. Juiz concedeu a
antecipação da Tutela com o seguinte despacho:
Isto posto, por tudo mais que nos autos consta e com base, no disposto nos arts. 1º, 2º, 6º, 8ºa 12º e
81 a 83, do Código de Defesa do Consumidor, no art. 159, Do Código Civil e no art. 273 do CPC, antecipo a
tutela parcialmente par os efeitos da tutela pretendida, para determinar a ré o pagamento da quantia de R$
25.000,00 (vinte e cinco mil reais), em moeda corrente do país, destinada `a cobertura das despesas com o
pré-natal, o parto gemelar, o pós parto, o enxoval dos nascituros e mobiliário necessário ao seu
acolhimento no seio familiar.
O pagamento determinado deverá ser efetuado no prazo de cinco dias, a contar da data da juntada
aos autos principais da comprovação da citação.
O não cumprimento da obrigação ora determinada, no prazo estipulado, acarretará multa diária no
valor de R$ 1.000,00 (um mil reais)
No Rio de Janeiro, a justiça já determinou antecipar a tutela em dois casos. O juiz Luiz Carlos Neves
Veloso, em exercício da 42ªVara Cível, determinou à .......... arcar, num período de 12 meses, com despesas
médico-hospitalares de Paloma e das gêmeas, que nasceram de sete meses e meio no último dia 9 na Casa
de Saúde São José, em Volta Redonda. Já o juiz Ivan Cury, da 18ª Vara Cível, decidiu que o laboratório terá
de se responsabilizar pelas despesas com a cirurgia Teresa Cristina Oliveira, bem como com o enterro do
filho, que morreu em sua barriga.
O periculum in mora na concessão da antecipação da tutela pretendia é evidente pois a requerente
não possui as mínimas condições financeiras para fazer o parto e oferecer ao recém nascido condições
razoáveis de conforto, o deferimento da liminar pleiteada não afetará de maneira nenhuma o requerido que
segundo reportagem de .................. O laboratório ............ do Brasil é o 11º no ranking do setor. Laboratório
especializado em hormônios o ............. fatura por ano R$ ........ apenas com vendas em farmácias de todo o
país. Segundo fontes do mercado farmacêutico só com a venda de .............. a empresa fatura US$ ........., o
que corresponde a ....% das vendas do laboratório para as farmácias. São 1,5 milhão de cartelas de ..........
por mês (totalizando 7,5 milhões de..... a ......... deste ano).”
Portanto Excelência diante da evidente hipossuficiência da requerente em relação ao requerido e do
dano causado pelo requerido não ter solução, pois o aborto é ilegal em nosso país e de estarem presentes
os requisitos do fumus boni iuris, e do periculum in mora e verossimilhança das alegações requer a Vossa
Excelência antecipe a tutela pretendida e estabeleça liminarmente deposito judicial de R$ ................. para
despesas de compra de medicamentos, de moradia, roupas, transporte, alimentação do menor requerente.
As somas parecem elevadas, mas caso tamanha irresponsabilidade fosse cometida na ............. sede
do Laboratório, os pedidos e as somas envolvidas em um processo similar seriam ..............., ou se fosse nos
Estados Unidos milhões de dólares e em ambos cadeia para o responsáveis.

DO PEDIDO
Posto isto, requer a Vossa Excelência:
1) Conceda de acordo com o art. 273 do CPC a tutela antecipada da lide, deferindo liminarmente
inaudita altera pars, depósito pecuniário de R$ ............., ou arbitre Vossa Excelência quantia que ache
necessária para as de compra de medicamentos com o recém nascido de moradia, enxoval, transporte,
alimentação do menor requerente;
2) Que sejam deferidos os benefícios da Justiça Gratuita, com fulcro na Lei nº 1.060/50, com as
alterações introduzidas pela Lei nº 7.510/86, por não ter condições de arcar com as custas processuais e
honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento e de sua família;
3) Digne-se de ordenar a citação do promovido nos endereços declinados para, querendo, no prazo e
forma legais apresentar as suas respostas sob pena de não o fazendo, se presumirão aceitos pelo
promovido, os fatos articulados pelo promovente - Da revelia (art. 285, parte final, do CPC), além de
confissão sob a matéria de fato segundo procedimento da Lei nº 5.478/68;
4) Determinar a inversão do ônus da prova em favor da parte autora, consoante disposição do artigo
6°, inciso VIII, do CDC;
5) Que seja condenado o promovido, em caso de recursos, em custas processuais e demais
cominações legais, incluindo honorários advocatícios na base de 20% sobre o valor da condenação,
acrescido de juros e correção monetária.
6) A total procedência desta Ação, nos termos supramencionados, para:
a) que o fornecedor-promovido seja condenado ao pagamento 000 (número por extenso) salários
mínimos (R$000,00 – valor por extenso) de danos materiais e estéticos a requerente, para promover uma
moradia decente para a criação do recém-nascido, mais uma pensão mensal de 000 (número por
extenso) salários mínimos (R$000,00 – valor por extenso), até que o recém-nascido complete 21 anos de
idade;
b) Requer também que o fornecedor-promovido seja condenado a indenizar em DANOS MORAIS,
no importe a ser arbitrado por este Juízo competente, em virtude do desrespeito e ataque ao judiciário e
legislação consumerista brasileira, e, principalmente, pela negligência, ingerência, ineficiência e
desprezo à vida, saúde e segurança da consumidora, que ficou desassistida de forma e modo
irresponsável por parte do fornecedor.
Protestando provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, especialmente no
depoimento pessoal da requerente e testemunhas que serão arroladas oportunamente.
Dá-se à causa o valor de R$ 00.000,00 (valor por extenso).

E. Deferimento
João Pessoa, 09 de março de 2084
[Local], [dia] de [mês] de [ano]

- ASSINATURA -
Nome do Advogado
OAB/XX 00.000
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS – RESPONSABILIDADE PELO FATO DO SERVIÇO
(SITUAÇÃO: CONSUMIDORES PASSAM MAL EM VIRTUDE DE VAZAMENTO DE PRODUTOS
QUÍMICOS INDUSTRIAIS INFLAMÁVEIS, QUE A EMPRESA PROPRIETÁRIA DO ÔNIBUS –
INDEVIDAMENTE - TRANSPORTAVA JUNTO AOS PASSAGEIROS; RESULTANDO, AINDA,
PREJUÍZOS EM DECORRÊNCIA DO GRANDE ATRASO NO HORÁRIO DE CHEGADA AO
DESTINO).

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito do ___° Juizado Especial Cível da Comarca de João
Pessoa - Paraíba

FULANO DE TAL, brasileiro, casado, policial militar, portador de CPF 000.000.000-00 e Carteira de
Identidade 0.000.000 - SSP/PB, residente e domiciliado na Rua da Felicidade, n° 01, Bairro da Alegria, João
Pessoa – PB, CEP 00000-000, por seu advogado adiante assinado, legalmente constituído nos termos do
instrumento de mandato em anexo, com Escritório situado à Av. Jurídica nº 000, Sala 00, Bairro, João
Pessoa – PB, CEP 11111-111, onde receberá notificações, vem, com respeito e acatamento à presença de
Vossa Excelência propor:

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS – RESPONSABILIDADE PELO FATO DO


SERVIÇO
Como de fato propõe contra XXX S.A., pessoa jurídica inscrita no CNPJ sob o nº 00.000.000/0000-00,
com sede na Rua Dos Fornecedores, nº 111, Bairro, Natal – RN, CEP 00000-000, e o faz escorado em
legislação atinente, jurisprudência cristalizada em Instâncias Superiores e pelos motivos e razões adiante
expendidos:

DA JUSTIÇA GRATUITA
Requer a Vossa Excelência que sejam deferidos os benefícios da Justiça Gratuita, com fulcro na Lei
nº 1.060/50, com as alterações introduzidas pela Lei nº 7.510/86, por não ter condições de arcar com as
custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento e de sua família.

A QUAESTIO FACTI
No dia 23 de julho de 2012, o Senhor Fulano de Tal saiu de João Pessoa - PB, às 22h00min, com
destino a cidade de Cajazeiras – PB, como passageiro, viajando pela empresa “XXX S.A.”, no veículo de
número 000 (passagem em anexo, “DOC 01”).
Durante o trajeto, logo no início da viagem, os passageiros começaram a passar mal, sentindo
náuseas, dor de cabeça, irritação nas narinas, garganta e olhos, em virtude de um odor extremamente forte,
aparentando ser resultante de algum tipo de produto químico.
Como o cheiro ficava cada vez mais forte, os passageiros solicitaram uma providência por parte do
motorista do ônibus, que disse acreditar que o problema fosse causado pelo ar-condicionado, e, chegando à
cidade de Condado, por volta das 03h20min da madrugada, solicitou que a empresa enviasse outro ônibus.
Após duas horas de espera, um novo ônibus (veículo número 111, placa AAA-0000/PR) chegou e os
passageiros puderam continuar a viajem. Após alguns minutos, o cheiro forte voltou, causando –
novamente – mal estar nos passageiros; assim, o motorista parou o ônibus e foi até o bagageiro tentar
encontrar o motivo que estava causando um cheiro tão forte.
Foi constatado que o ônibus estava transportando, entre as bagagens dos passageiros, um produto
químico inflamável do tipo “XXX”, que estava derramando (conforme se demonstra através das fotos em
anexo, “DOC 02”).
O motorista do ônibus informou que o produto químico não pertencia a nenhum dos passageiros,
era uma encomenda que a empresa estava transportando de João Pessoa – PB até Cajazeiras – PB, e, por tal
motivo não poderia retirar o produto químico que estava derramando dentro do ônibus até que chegasse à
cidade de Pombal – PB.
A retirada do produto químico, contudo, não impediu que o cheiro forte esvaecesse, pois o ônibus,
em virtude do ar-condicionado, possuía as janelas vedadas, o que impossibilitava a circulação do ar. De tal
modo, o forte odor intoxicante persistiu até o destino final dos passageiros, que, além de intoxicados,
sofreram prejuízos em seus compromissos, em virtude do atraso de mais de seis horas.
De certo que o Código de Defesa do Consumidor é uma Lei principiológica, de ordem pública e
interesse social; Caracterizam-se, tais atos praticados pelo fornecedor-promovido, como um verdadeiro
atentado à harmonia das sobreditas relações de consumo, assim sendo, um ataque ao artigo 4°, III, do CDC,
bem como a toda legislação consumerista.
Ora meritíssimo, sabemos que o Código do Consumidor tem como suporte fático a vulnerabilidade
do consumidor, quando atenta pelo respeito à dignidade, saúde e segurança, proteção dos interesses
econômicos, melhoria da qualidade de vida dos consumidores, além da transparência e harmonia nas
relações de consumo. O CDC, expressamente, dispõe que é direito básico do consumidor a “proteção da
vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços
considerados perigosos ou nocivos.” (Art. 6º, I)
“A norma do artigo 6º, inciso I, reforça a proteção à vida, saúde e segurança, estabelecida pelo art. 4º,
caput, quando dispõe que é direito básico do consumidor a proteção da vida, saúde e segurança contra os
riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos.
Proteção à vida, saúde e segurança são direitos fundamentais inalienáveis, indisponíveis e
indissociáveis, previstos no artigo 5º da Constituição Federal. O Código do Consumidor estabelece tais
disposições fundamentais para, de forma expressa, proteger o consumidor de práticas no fornecimento de
produtos e serviços que abalem a sua incolumidade física.
O direito básico de proteção à vida, saúde e segurança está relacionado com os artigos 8º, 9º e 10º do
CDC” (Extraído do livro: NORAT, Markus Samuel Leite. Direito do Consumidor. Leme-São Paulo: Edijur,
2012. Pág. 88-89).
Percebe-se claramente que a prática do fornecedor-promovido resultou em um atentado à saúde,
segurança e à vida de todos os consumidores envolvidos na presente relação de consumo.
A responsabilidade pelos danos causados aos consumidores em decorrência da prestação de serviços
defeituosos (fato do serviço) está estabelecida no artigo 14 do Código do Consumidor.
Insatisfeito com o descaso apresentado pelo fornecedor, o consumidor, desacreditado com a
possibilidade de resolver seu problema de forma amigável, em virtude da desigual luta de forças, percebeu
que somente lhe restava a possibilidade de buscar as vias judiciais, que, por certo à luz dos fatos e do
direito, finalmente, dará a cada um o que é seu, conforme a lei.

A QUAESTIO JURIS
DO DESRESPEITO AOS DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR (ART. 6º CDC)
O fornecedor-promovido, ao transportar produtos químicos inflamáveis de maneira inadequada,
claramente, atentou contra a vida, saúde e segurança dos consumidores participantes na relação de
consumo.

Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das
necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção
de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a
transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios: (...)
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no
fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;
A norma do artigo 6º, inciso I, reforça a proteção à vida, saúde e segurança, estabelecida pelo art. 4º,
caput, quando dispõe que é direito básico do consumidor a proteção da vida, saúde e segurança contra os
riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos.
Proteção à vida, saúde e segurança são direitos fundamentais inalienáveis, indisponíveis e
indissociáveis, previstos no artigo 5º da Constituição Federal. O Código do Consumidor estabelece tais
disposições fundamentais para, de forma expressa, proteger o consumidor de práticas no fornecimento de
produtos e serviços que abalem a sua incolumidade física.
O direito básico de proteção à vida, saúde e segurança está relacionado com os artigos 8º, 9º e 10º do
CDC (tais artigos estão na seção do Código que trata da proteção à saúde e segurança dos consumidores).

DA RESPONSABILIDADE PELO FATO DO SERVIÇO (ACIDENTE DE CONSUMO)


O fornecedor, ao atentar contra as relações de consumo e à vida, saúde e segurança do consumidor,
incorreu em desrespeito ao Código de Defesa do Consumidor e Decreto 2.521/1998:

CAPÍTU-LO VI
DOS DIREITOS E OBRIGAÇÕES DOS USUÁRIOS
Art. 29. Sem prejuízo do disposto na Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, são direitos e
obrigações do usuário:
I - receber serviço adequado;
II - receber do Ministério dos Transportes e da transportadora informações para defesa de
interesses individuais ou coletivos;
III - obter e utilizar o serviço com liberdade de escolha;
IV - levar ao conhecimento do órgão de fiscalização as irregularidades de que tenha
conhecimento, referentes ao serviço delegado;
V - zelar pela conservação dos bens e equipamentos por meio dos quais lhes são prestados
os serviços;
VI - ser transportado com pontualidade, segurança, higiene e conforto, do início ao término
da viagem;
(...)
A responsabilidade pelos danos causados aos consumidores em decorrência da prestação de serviços
defeituosos (fato do serviço) está estabelecida no artigo 14 do Código do Consumidor.

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela


reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos
serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e
riscos.
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode
esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
I - o modo de seu fornecimento;
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi fornecido.
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas.
§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a
verificação de culpa.
“Verificamos que a norma do artigo 14 determina que o fornecedor de serviços responde,
independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por
defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre
sua fruição e riscos.
Analisando o disposto no caput do artigo supramencionado, constatamos que o legislador optou em
conferir a responsabilidade pelo fato do serviço a todos os fornecedores, de uma maneira geral
(diferentemente do artigo 12, que determina especificamente os responsáveis pela reparação dos danos
causados aos consumidores por defeitos do produto: o fabricante, o produtor, o construtor e o importador).
A norma do art. 14, portanto, se refere a todas as pessoas que desenvolvem atividades no ciclo de
produção e distribuição no mercado de consumo – ou seja, os fornecedores (Nos termos do artigo 3º do
CDC, fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os
entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção,
transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de
serviços).
De tal maneira, havendo um acidente de consumo, o consumidor poderá reclamar o ressarcimento,
em virtude dos danos sofridos, a qualquer fornecedor, seja ele real, presumido ou aparente.
A responsabilidade do fornecedor pela reparação dos danos causados aos consumidores em
decorrência de defeitos relativos à prestação de serviços, da mesma maneira como acontece no fato do
produto, é objetiva. Na responsabilidade objetiva do risco da atividade, que é a regra geral do CDC, a
aferição de dolo ou de culpa é irrelevante. O fornecedor será responsabilizado pelo defeito do serviço
independentemente de ter operado com negligência, imprudência ou imperícia. Basta, para tanto, que ele
tenha colocado no mercado o serviço defeituoso. O nascimento da responsabilidade de indenizar decorre
do nexo de causalidade e do dano efetivamente sofrido (exceto no caso dos profissionais liberais).
Podemos considerar o serviço como sendo defeituoso quando não proporcionar a segurança que o
consumidor dele legitimamente espera, levando-se em consideração:
a) o modo de seu fornecimento;
b) o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
c) a época em que foi fornecido.”
(Extraído do livro: NORAT, Markus Samuel Leite. Direito do Consumidor. Leme-São Paulo: Edijur,
2012. Pág. 129-131).
DO DANO MORAL
A Constituição Federal de 1988, no art. 5º, inciso X, assegura o direito de indenização pelo dano
moral decorrente de violação à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem das pessoas. A pretensão da
promovente também está sob a proteção da Lei Civil e do Código do Consumidor brasileiro:

Código Civil - Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral,
comete ato ilícito.
Código Civil - Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (art. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo.
Código de Defesa do Consumidorb – Art. 6°, VI. São direitos básicos do consumidor: (...) a
efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e
difusos.
Código de Defesa do Consumidor – Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar
cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá,
alternativamente e à sua livre escolha: (...) III - rescindir o contrato, com direito à
restituição de quantia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e
danos.
O dano moral é pleiteado nesta ação em virtude do descaso do fornecedor-promovente que
ocasionou riscos à vida, saúde e segurança do consumidor; dos diversos transtornos, prejuízos e
aborrecimentos oriundos do atraso do horário de chegada ao destino, além de prejuízos financeiros
causados.
Não podendo deixar de enfatizar que a condenação do promovido ao pagamento de indenização por
danos morais face o constrangimento causado ao consumidor, em virtude de suas condutas irregulares
e/ou ilegais, é de extrema importância para conferir-lhes o efeito pedagógico e desencorajamento a prática
de novos ataques semelhantes aos demais consumidores brasileiros.
Portanto, acompanhando entendimento proferido em sentença pelo juiz Luiz Antonio Alves Bezerra,
de acordo com a inoperância recalcitrante do fornecedor em resolução de problemas ínfimos, bem assim
pela finalidade pedagógica e profilática para evitar novas reincidentes, em que sempre reincidem, em
vista, quem sabe, da parcimônia dos magistrados no duplo grau de jurisdição, em banalização e tarifação
do dano moral em quantias ínfimas, a trazer, conquanto, a chamada ditadura da litigância, em face de que,
para a empresa, é mais congruente pagar tais indenizações pífias do que prestar razoável, adequado e
congruente serviço aos consumidores, importante se faz que a condenação do fornecedor ao pagamento de
indenização por danos morais sirva com o efeito pedagógico e desencorajador à prática de novos ataques
semelhantes aos demais consumidores brasileiros, pois, os fornecedores somente darão a devida atenção
as suas responsabilidades para com os consumidores, quando sentirem no bolso os efeitos dos grosseiros
erros que cometem contra os consumidores e contra e legislação brasileira em vigor. Além disso, tal
indenização deve ser corrigida monetariamente até a data efetiva do pagamento, com os juros legais a
partir da citação do promovido.

DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA


Para que não paire dúvidas sobre a irregularidade cometida pela instituição financeira demandada, é
necessária a inversão do ônus da prova, nos termos do inciso VIII do artigo 6° do Código de Proteção e
Defesa do Consumidor.
Assim sendo, caso os documentos apresentados não sejam suficientemente esclarecedores, que
Vossa Excelência se digne em determinar a inversão do ônus da prova, por ser um mecanismo necessário e
hábil para que se concretize a justiça.

DO PEDIDO
Posto isto, requer a Vossa Excelência:
Que sejam deferidos os benefícios da Justiça Gratuita, com fulcro na Lei nº 1.060/50, com as
alterações introduzidas pela Lei nº 7.510/86, por não ter condições de arcar com as custas
processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento e de sua família;
Digne-se de ordenar a citação do promovido nos endereços declinados para, querendo, no prazo e
forma legais apresentar as suas respostas sob pena de não o fazendo, se presumirão aceitos
pelo promovido, os fatos articulados pelo promovente - Da revelia (art. 285, parte final, do
CPC), além de confissão sob a matéria de fato segundo procedimento da Lei nº 5.478/68;
Determinar a inversão do ônus da prova em favor da parte autora, consoante disposição do artigo 6°,
inciso VIII, do CDC;
Que seja condenado o promovido, em caso de recursos, em custas processuais e demais cominações
legais, incluindo honorários advocatícios na base de 20% sobre o valor da condenação,
acrescido de juros e correção monetária.
A total procedência desta Ação, nos termos supramencionados, para:

a) Que o fornecedor-promovido seja condenado a indenizar em DANOS MORAIS, no importe a ser


arbitrado por este Juízo competente, em virtude do desrespeito e ataque ao judiciário e legislação
consumerista brasileira, e, principalmente, pela negligência, ingerência, ineficiência e desprezo à vida,
saúde e segurança do consumidor, que ficou desassistido de forma e modo irresponsável por parte do
fornecedor.

Protestando provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos.


Dá-se à causa o valor de R$ 00.000,00 (valor por extenso).

E. Deferimento
João Pessoa, 09 de março de 2084
[Local], [dia] de [mês] de [ano]

- ASSINATURA -
Nome do Advogado
OAB/XX 00.000
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS – COM PEDIDO DE
TUTELA ANTECIPADA POR LIMINAR (SITUAÇÃO: PLANO DE SAÚDE NEGA OS MATERIAIS
NECESSÁRIOS PARA REALIZAÇÃO DE CIRURGIA DA CONSUMIDORA).

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___° Vara Cível da Comarca de João Pessoa - Paraíba

FULANA DE TAL, brasileira, casada, professora, portadora de CPF 000.000.000-00 e RG 0.000.000 -


SSP/PB, residente e domiciliada na Rua da Felicidade, n° 01, Bairro da Alegria, João Pessoa – PB, CEP
00000-000, por seu advogado adiante assinado, legalmente constituído nos termos do instrumento de
mandato em anexo, com escritório situado à Av. Jurídica nº 000, Sala 00, Bairro, João Pessoa – PB, CEP
11111-111, onde receberá notificações, vem, com respeito e acatamento à presença de Vossa Excelência
propor:

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS – COM PEDIDO
DE TUTELA ANTECIPADA POR LIMINAR
Como de fato propõe contra PLANO DE SAÚDE X, pessoa jurídica inscrita no CNPJ matriz sob o nº
00.000.000/0000-00, endereço: Av. Mico Leão dourado, 000, sala 000, piso 00, Bairro, Cidade – Estado, CEP
00000-000, e o faz escorado em legislação atinente, jurisprudência cristalizada em Instâncias Superiores e
pelos motivos e razões adiante expendidos:

DA JUSTIÇA GRATUITA
Requer a Vossa Excelência que sejam deferidos os benefícios da Justiça Gratuita, com fulcro na Lei
nº 1.060/50, com as alterações introduzidas pela Lei nº 7.510/86, por não ter condições de arcar com as
custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento e de sua família.

A QUAESTIO FACTI
A senhora FULANA DE TAL é consumidora vinculada ao plano de saúde denominado como “Saúde
II”, administrado pelo Plano de Saúde X.
No início do segundo semestre de 2013, a consumidora passou a sentir fortes e intensas dores e
dormências na região do pescoço e coluna, se estendendo até os braços; assustada com os sintomas, a
mesma buscou atendimento médico (ATESTADOS EM ANEXO, DOC 02), que constatou que a senhora
Fulana era vítima de grave doença na coluna, apresentando cervicobraquialgia direita de forte intensidade,
incapacitante, sem resposta medicamentosa e fisioterápica. Assim, realizou ressonância magnética da
coluna cervical, evidenciando hérnia discal em C4-C5, C5-C6 e C6-C7 (CID G55.1; M50.1). Em face da
gravidade e emergência do caso, o médico, Dr. xxxxxxxxxx encaminhou a paciente – em caráter de
urgência – para realização de procedimento cirúrgico; conforme se demonstra pela carta em anexo ( DOC
03).
De tal maneira, o médico xxxxxxxxxx indicou procedimento cirúrgico de emergência, com a
realização dos seguintes procedimentos: Discectomia C4-C5, C5-C6 e C6-C7, seguida de artrodese fixa em
C5-C6 e C6-C7 com cage e enxerto mais placa e parafuso e fixação móvel em C4-C5 com prótese discal
cervical, sendo, por conseguinte, a utilização de tais equipamentos indispensáveis ao ato cirúrgico;
conforme RELATÓRIO MÉDICO em anexo (DOC 04).
Toda a documentação necessária, incluindo o exame de risco cirúrgico feito pela Dra. xxxxxxxxxx
(DOC 05), foi devidamente encaminhada para o Plano de Saúde X, contudo o fornecedor-promovido negou
a autorização, mesmo sendo o direito da autora assegurado legalmente, praticando ato ilícito contra a
promovente, e, frise-se - sem apresentar nenhum motivo; fato este que, por si só, já se caracteriza como
conduta lesiva, conforme medida publicada em 06 de março de 2013 no Diário Oficial da União, pela
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), órgão vinculado ao Ministério da Saúde, na Resolução
Normativa Nº 319, que determina que Planos de Saúde possuam um prazo de 48 horas para justificar – por
escrito – recusa em qualquer procedimento aos pacientes, e, ainda prevê que, em caso de descumprimento,
MULTA DE R$30.000,00 (trinta mil reais). “As operadoras sempre foram obrigadas a informar toda e
qualquer negativa de cobertura, pois o beneficiário tem o direito de conhecer o motivo da não autorização
ao procedimento solicitado em prazo hábil para que possa tomar outras providências. A partir de agora, ele
poderá solicitar que esta negativa também seja dada por escrito. É uma forma de protegê-lo ainda mais”,
ressaltou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Devemos ressaltar que a paciente, mesmo debilitada da coluna, foi obrigada a se dirigir várias vezes
até o plano de saúde para tentar solucionar o caso amigavelmente, e, por vezes, recebendo como notícia
que “tudo estava aprovado”, ou “encaminharemos o mais rápido possível” e tantas outras promessas que
nunca foram cumpridas, e fizeram com que o médico remarcasse a referida cirurgia por diversas vezes;
causando um grande incerteza e abalo emocional na paciente e nos seus familiares: A cirurgia foi
inicialmente marcada para 29/11/2013, já tendo sido feita a perícia da GEAP no dia 21/11/2013, contudo
não foi realizada por falta de autorização do plano de saúde; assim, a cirurgia foi remarcada para a quarta-
feira subsequente, posteriormente para a sexta-feira, depois para o sábado, para a outra quarta-feira...
Enquanto a paciente tinha que se dirigir à GEAP, fazer diversas ligações, abrir Ordens de Serviços, até que,
certa vez, recebeu a fala informações de que todo o procedimento estava autorizado, contudo, chegando à
clinica a informação era de que não tinha sido liberado os materiais. Posteriormente, retornando à GEAP,
foi informada que deveria passar por nova perícia, e assim o fez, até receber – novamente – a notícia da
autorização; contudo, efetivamente, tal autorização nunca chegou ao hospital e quando, novamente,
retornou a sede do plano de saúde, a consumidora foi informalmente informada por uma funcionária que o
plano não iria autorizar tais materiais, que ele tentasse com o médico ver a possibilidade de substituição
dos mesmos.
De tal sorte que, ao final, injustificadamente o fornecedor GEAP - FUNDAÇÃO DE SEGURIDADE
SOCIAL não autorizou o ENXERTO SINTÉTICO tampouco a PRÓTESE DISCAL CERVICAL.
Ora meritíssimo, conforme RELATÓRIO MÉDICO, datado em 02 de dezembro de 2013, em anexo
(DOC 06), não existe a possibilidade de se fazer artrodese sem enxerto. Para obter enxerto autólogo, seria
necessária outra abertura na paciente, ao nível da bacia, para retirada de massa da própria paciente, para
utilização como tal, causando, assim, uma lesão desnecessária à paciente, aumentando o risco da operação
e, frisem-se as palavras do médico: “SENDO ETICAMENTE CONDENÁVEL” (grifo nosso).
Quanto a PRÓTESE DISCAL CERVICAL, se faz necessária para uma fixação híbrida. 02 níveis de
artrodese e 01 nível de prótese discal, PARA EVITAR FIXAÇÃO LONGA E PERDA DA MOBILIDADE EM
VÁRIOS NÍVEIS CERVICAIS.
No caso vertente, tais materiais são indispensáveis ao procedimento cirúrgico, ficando a
consumidora sem atendimento, correndo sério risco e passando pelos maiores constrangimentos.
art. 186 do Código Civil - “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete
ato ilícito”.
art. 187 do Código Civil - “Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo,
excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou
pelos bons costumes”.
Infelizmente, sabemos, que é comum a conduta de negativa, por parte dos planos de saúde, de toda
e qualquer prótese, mesmo sendo esta indispensável ao ato cirúrgico, o que torna, por vezes, a cirurgia e o
tratamento inócuos ou mesmo impossibilitados, inviáveis; motivo este que levou o legislador, quando da
elaboração da Lei dos Planos de Saúde (LEI Nº 9.656, DE 3 DE JUNHO DE 1998) a excluir a cobertura de
próteses, órteses e seus acessórios, quando estes, tão-somente, não forem ligados ao ato cirúrgico.
A Lei 9.656/98, que dispõe sobre os planos e seguros privados de assistência à saúde, determina que:
Art. 10. É instituído o plano-referência de assistência à saúde, com cobertura assistencial
médico-ambulatorial e hospitalar, compreendendo partos e tratamentos, realizados
exclusivamente no Brasil, com padrão de enfermaria, centro de terapia intensiva, ou similar,
quando necessária a internação hospitalar, das doenças listadas na Classificação Estatística
Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde, da Organização Mundial de
Saúde, respeitadas as exigências mínimas estabelecidas no art. 12 desta Lei, exceto:
(...)
VII - fornecimento de próteses, órteses e seus acessórios não ligados ao ato cirúrgico; (Redação
dada pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001).
Seja qual for o tipo de plano, até mesmo no mais básico, não pode o plano de saúde negar a
cobertura de próteses, órteses e seus acessórios, quando estes forem ligados ou indispensáveis ao ato
cirúrgico, sendo a matéria pacificada no Superior Tribunal de Justiça:
PLANO DE SAÚDE – PROSTATECTOMIA RADICAL – INCONTINÊNCIA URINÁRIA –
Colocação de prótese: esfíncter urinário artificial. 1 – Se a prótese, no caso o esfíncter
urinário artificial, decorre de ato cirúrgico coberto pelo plano, sendo consequência possível
da cirurgia de extirpação radical da próstata, diante de diagnóstico de câncer localizado, não
pode valer a cláusula que proíbe a cobertura – Como se sabe, a prostatectomia radical em
diagnóstico de câncer localizado tem finalidade curativa e o tratamento da incontinência
urinária, que dela pode decorrer, inclui-se no tratamento coberto, porque ligado ao ato
cirúrgico principal – 2 Recurso Especial conhecido e desprovido. 1
A prática de negar autorização para cobertura de colocação de materiais ligados ao ato cirúrgico é
evidentemente abusiva, tendo, inclusive, o Juiz de Direito, Dr. Valério Andrade Porto condenado a Unimed
de Campina Grande a efetuar o pagamento do ato cirúrgico que incluía a colocação de prótese, bem como
condenado a operadora de plano de saúde em indenização por danos morais, em decisão que possui a
seguinte ementa:
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO – PLANO DE SAÚDE – NEGATIVA
DE AUTORIZAÇÃO PARA PROCEDIMENTO CIRÚRGICO ONDE SE FAZ NECESSÁRIO A
UTILIZAÇÃO DE PRÓTESE – ABUSIVIDADE DA CLÁUSULA – COLOCAÇÃO DA SAÚDE E
DA VIDA DO CONSUMIDOR EM RISCO – PROCEDÊNCIA DA INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS – CONFIRMAÇÃO INTEGRAL DA TUTELA ANTECIPADA DEFERIDA –
INTELIGÊNCIA DO ART. 14 DO CDC - PROCEDÊNCIA DA AÇÃO.2
Na fundamentação da sentença, o Juiz VALÉRIO PORTO, titular da 5 a Vara Cível de Campina
Grande, consignou:
Ressalte-se que a “prótese” indicada pelo médico assistente para o autor é indispensável ao ato
cirúrgico, como ressaltou o Laudo Médico de fls. 31 é umbilicalmente ligada ao ato cirúrgico
e, sem ela, a cirurgia indicada se tornaria inócua, o que levou o legislador apenas e tão
somente a excluir de cobertura as próteses, órteses e seus acessórios “NÃO LIGADOS AO ATO
CIRÚRGICO”, o que não é o caso dos autos3.
O entendimento adotado pelo eminente magistrado harmoniza-se com a jurisprudência nacional, da
qual podemos colacionar os seguintes precedentes:
ADMINISTRATIVO - CAARJ - PLANO DE SAÚDE - IMPLANTAÇÃO DE LENTE OCULAR - I -
O autor-agravado, que firmou com a CAARJ contrato de prestação de serviços médico-
hospitalares, necessita, com urgência, submeter-se a cirurgia de facectomia, com, implante de
lente intraocular no olho direito da marca alcoon acrisoft sn 60at 19,5 - 118.4; II - Afirma a
CAARJ, todavia, que, a mencionada lente possui a natureza de prótese. Assevera, ainda, que
está expressamente desobrigada, via previsão contratual, de fornecer qualquer tipo de prótese
aos contratados; III - Há de se destacar, todavia, que tal cláusula se afigura abusiva,
mormente ao se constatar que o uso de tais materiais decorre de ato cirúrgico coberto pelo
plano. Trata-se, assim, de material que deve ser coberto, porque ligado ao ato cirúrgico

1 STJ. Recurso Especial 519.940. São Paulo. Relator Ministro Carlo Alberto Menezes Direito. Diário da Justiça da União. 01 set.
2003.
2 Sentença proferida no Processo n. 001.2005.033601-3 - 5 a Vara Cível da Comarca de Campina Grande, contra a UNIMED Campina
Grande Cooperativa de Trabalho Médico. 26 maio 2006. Disponível em: <http://www.tj.pb.gov.br/>.
3 Sentença proferida no Processo n. 001.2005.033601-3 - 5 a Vara Cível da Comarca de Campina Grande, contra a UNIMED Campina
Grande Cooperativa de Trabalho Médico. 26 maio 2006. Disponível em: <http://www.tj.pb.gov.br/>.
principal. IV - Agravo de instrumento improvido.4
SEGURO DE SAÚDE - Implantação de prótese em razão de aneurisma toráxico. Cláusula que
exclui a cobertura. Nulidade. Observância de prescrição médica. A relação jurídica entre o
segurado e a seguradora submete-se à Lei n° 9.656/98 e ao Código de Defesa do Consumidor,
posto que, mesmo celebrado antes da edição de tais diplomas legislativos, sofreu renovações
anuais, incidindo os mesmos, portanto, imediatamente após a sua entrada em vigor. Estando a
implantação da prótese inserida no contexto da cirurgia a que foi submetida a segurada,
promovida em razão de patologia cujo tratamento conta com a cobertura do plano em
questão, mostrando-se indispensável ao pleno restabelecimento da saúde do consumidor,
não há razão para que os respectivos custos sejam excluídos da cobertura prometida pela
apelante, sendo abusiva a cláusula que prevê tal exclusão - Art. 51, inc. IV, da Lei n°
8.078/905.
Em síntese, sendo a colocação de prótese, órtese e acessório ligada ao procedimento cirúrgico
indicado pelo médico, constitui-se em prática abusiva a negativa de autorização de tal procedimento por
parte do plano de saúde; inclusive, porque, tal medida restringe o tratamento da consumidora-paciente, e,
em outra decisão, agora do Superior Tribunal de Justiça, os Planos de saúde não podem restringir
alternativas de tratamento (REsp 13208056). Os Planos de saúde podem estabelecer quais doenças serão
cobertas, mas não o tipo de tratamento que será utilizado. Esse foi o entendimento aplicado pela Quarta
Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) em recurso especial interposto contra a Itauseg Saúde S/A,
que não autorizou procedimento com técnica robótica em paciente com câncer. A relatora destacou ainda
que a jurisprudência do STJ é firme no sentido de que não pode o paciente ser impedido de receber
tratamento com o método mais moderno em razão de cláusula limitativa. “ Sendo certo que o contrato
celebrado entre as partes previa a cobertura para a doença que acometia o autor da ação, é abusiva a
negativa da operadora do plano de saúde de utilização da técnica mais moderna disponível no hospital
credenciado pelo convênio e indicado pelo médico que assiste o paciente, nos termos da consolidada
jurisprudência deste Tribunal sobre o tema”, concluiu.
De tal forma, requer a declaração da abusividade da não autorização dos materiais necessários para a
realização da cirurgia supramencionada, obrigando o Plano de Saúde X a fazê-lo, e o arbitramento da
indenização por danos morais, em valor que puna o plano de saúde e sirva de exemplo, para se evitar
futuros atos ilícitos como o ora reclamado, ressaltando-se, por fim, que o Poder Judiciário vem apenando
aqueles que violam a honra e a reputação de outrem com negativa de autorização de plano de saúde,
conforme demonstra valioso acórdão oriundo do Egrégio SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, a quem
compete a unificação da jurisprudência nacional, assim ementado:
“SEGURO SAÚDE – CIRURGIA – AUSÊNCIA DE AUTORIZAÇÃO – DANO MORAL –
CABIMENTO... NÃO HÁ QUE SE FALAR EM INCIDÊNCIA DO ART. 1.061 DO CÓDIGO CIVIL E
MUITO MENOS NA SUA VIOLAÇÃO SE, COMO NO CASO PRESENTE, OS DANOS MORAIS
NÃO DECORREM DE SIMPLES INADIMPLEMENTO CONTRATUAL, MAS DA PRÓPRIA
SITUAÇÃO VEXATÓRIA (I RE IPSA), CRIADA PELA CONDUTA DA EMPRESA RÉ, MARCADA
PELO DESCADO E PELO DESPREZO DE, NO MOMENTO EM QUE A SEGURADA MAIS
PRECISAVA, OMITIR-SE EM PROVIDENCIAR O COMPETENTE MÉDICO DE SEUS QUADROS E
AUTORIZAR A NECESSÁRIA CIRURGIA, PREFERINDO, CONDUTO, AO INVÉS DISSO, DEIXAR
A DOENTE, POR MAIS DE SEIS HORAS, SOFRENDO DORES INSUPORTÁVEIS EM UMA
EMERGÊNCIA DE HOSPITAL E, AO FINAL DE TUDO, AINDA DIZER QUE A LIBERAÇÃO DO
PROCEDIMENTO MÉDICO PODERIA DEMORAR ATÉ 72 (SETENTA E DUAS) HORAS” (STJ,
Resp 357.404-RJ, 4a T. – Rel. Min. Fernando Gonçalves, DJU de 23.10.2005)
Ressalte-se, ainda, que a responsabilidade do plano de saúde é objetiva, ou seja, independente da
existência de culpa, seja pela aplicação do Código Civil, seja pela aplicação do Código de Defesa e Proteção
ao Consumidor, como a seguir se demonstra:

4 TRF. 2ª Região. Agravo 2005.02.01.007547-6. 7ª Turma Especial. Relator Desembargador Federal Reis Friede. Diário da Justiça da
União. 24 nov. 2005. p. 185.
5 TJDF. Apelação Cível 20020110086919. 2ª Turma Cível. Relatora Desembargadora Carmelita Brasil. Diário da Justiça da União. 03
maio 2005. p. 125.
6 http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/detalhe.asp?numreg=201200863203
parágrafo único do art. 927 do Código Civil - “Haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade
normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os
direitos de outrem”.
art. 14 do Código de Defesa do Consumidor - “O fornecedor de serviços responde,
independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos”.

De certo que o Código de Defesa do Consumidor é uma Lei principiológica, de ordem pública e
interesse social; Caracterizam-se, tais fatos praticados pelo banco promovido, como um verdadeiro
atentado à harmonia das sobreditas relações de consumo, assim sendo, um ataque ao artigo 4°, do CDC,
bem como a toda legislação consumerista.
Por conseguinte, aos fatos narrados, a consumidora se encontra, até a presente data, desprovida da
cirurgia a que necessita em caráter de urgência, em virtude – exclusivamente – de atos irresponsáveis
praticados pelo plano de saúde-fornecedor-promovido.
Destarte, diante a desigual luta de forças, somente restava à consumidora-promovente buscar as vias
judiciais, requerendo que – liminarmente – o Plano de Saúde X seja obrigado a autorizar todos os materiais
intrínsecos e necessários para a correta e eficaz realização da cirurgia a que tem direito; também, que o
promovido seja condenado a indenizar a promovente por danos morais face ao constrangimento e prejuízo
suportado, e eventuais danos materiais suportados.
Assim, não havendo até este momento solução amistosa, outra alternativa não se apresenta senão a
de se colocar os fatos ao pronunciamento da jurisdição que, por certo à luz dos fatos e do direito, afinal,
dará a cada um o que é seu na forma da lei.

A QUAESTIO JURIS
A consumidora-promovente é dependente do seu esposo no plano de saúde, e possui e apresenta
TERMO DE ADESÃO AO Saúde II e o regulamento do plano, é para ela um contrato de adesão, por ocasião
da contratação do seu esposo na Universidade Federal da Paraíba, este foi o plano oferecido para os
servidores.
Por outro lado, ainda que fosse um plano contratado diretamente pelo autor, se contivesse alguma
cláusula de vedação sobre o material cirúrgico a ser utilizado, a mesma seria nula de pleno direito, posto
que cumpre ao médico responsável pelo procedimento a especificação dos materiais a serem utilizados.
A negativa em fazer a cirurgia sob a alegação da não cobertura dos materiais a serem utilizados viola
a Lei nº. 9656/98, face a obrigatoriedade de fornecimento, como abaixo se transcreve:
Art. 10. É instituído o plano-referência de assistência à saúde, com cobertura assistencial
médico-ambulatorial e hospitalar, compreendendo partos e tratamentos, realizados
exclusivamente no Brasil, com padrão de enfermaria, centro de terapia intensiva, ou similar,
quando necessária a internação hospitalar, das doenças listadas na Classificação Estatística
Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde, da Organização Mundial de
Saúde, respeitadas as exigências mínimas estabelecidas no art. 12 desta Lei, exceto:
(...)
VII - fornecimento de próteses, órteses e seus acessórios não ligados ao ato cirúrgico; (Redação
dada pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001).
O material descrito pelo médico é intrínseco, indispensável e guarda total pertinência com o ato
cirúrgico a ser realizado, o que evidencia a abusividade e ilicitude do ato demandado pela Ré.

1. DA TUTELA ANTECIPADA POR LIMINAR


A possibilidade de aplicação do art. 273 CPC se dá pela prova inequívoca, verossimilhança da
alegação e, também, pelo perigo da demora; tendo em vista que a consumidora está com a sua saúde
comprometida e quanto mais tempo passar sem o devido tratamento, terá piora no seu caso e ampliação do
sofrimento.
Ainda, sem nenhuma dúvida estamos diante de um dos casos previstos no Código de Defesa do
Consumidor, pois de acordo com a definição legal temos no autor um consumidor e na ré uma fornecedora
de serviços.
Como abaixo se transcreve somente a título de ilustração o art. 84, da lei consumerista
autoriza o juiz a conceder a antecipação de tutela, e mais, “Sendo relevante o fundamento da
demanda” deve o Juiz impor uma multa diária para que não haja por parte do prestador
dúvidas em cumprir imediatamente o designo judicial, in verbis.
Lei n° 8.078, de 11 de setembro de 1990.
Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o juiz
concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o
resultado prático equivalente ao do adimplemento.
§ 1° - A conversão da obrigação em perdas e danos somente será admissível se por elas optar o
autor ou se impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático correspondente.
§ 2° - A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da multa (art. 287 do CPC).
§ 3° - Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do
provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia,
citado o réu.
§ 4° - O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na sentença, impor multa diária ao réu,
independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação,
fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.
§ 5° - Para a tutela específica ou para a obtenção do resultado prático equivalente, poderá o
juiz determinar as medidas necessárias, tais como busca e apreensão, remoção de coisas e
pessoas, desfazimento de obra, impedimento de atividade nociva, além de requisição de força
policial.
Não bastasse o comando emanado do Código de Defesa do Consumidor o Código de Processo Civil,
também, autoriza o Juiz a conceder a antecipação de tutela “existindo prova inequívoca”, in verbis:
Lei n° 5.869, de 11 de janeiro de 1973.
Art. 273 - O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da
tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança
da alegação e:
I - haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou
II - fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório do réu.
§ 1° - Na decisão que antecipar a tutela, o juiz indicará, de modo claro e preciso, as razões do seu
convencimento.
§ 2° - Não se concederá a antecipação da tutela quando houver perigo de irreversibilidade do
provimento antecipado.
§ 3° A efetivação da tutela antecipada observará, no que couber e conforme sua natureza, as normas
previstas nos arts. 588, 461, §§ 4° e 5°, e 461-A.
§ 3° com redação dada pela Lei n° 10.444, de 7 de maio de 2002.
Com certeza estão presentes todos os fundamentos para a concessão da antecipação pretendida, a
farta documentação especialmente as indicações médicas de cirurgia (03) acostadas aos autos não deixa
margem à duvidas que, data vênia, deve no presente caso ser concedida a antecipação de tutela.
Neste mesmo sentido têm se posicionado nossos Tribunais nos casos em que se necessita esta
antecipação como demonstramos com o translado de alguns dos muitos julgados neste
sentido:

Processo: 2003.002.07237
SEGURO SAUDE CIRURGIA MARCAPASSO

TUTELA ANTECIPADA

Agravo de Instrumento. Plano de saúde. Substituição de marca-passo. Decisão que deferiu o


pedido de tutela antecipada. Contrato firmado que previa, nos casos em que o beneficiário
fosse portador de doença preexistente, a imposição de uma carência contratual. Em se tratando
de direito à vida em oposição a direito patrimonial, aquele se sobrepõe a este. Comprovada a
necessidade de realização da cirurgia. Análise da carência que demanda instrução probatória.
Recurso não provido.
Tipo da Ação: AGRAVO DE INSTRUMENTO
Número do Processo: 2003.002.07237
Órgão Julgador: OITAVA CÂMARA CÍVEL
Des. DES. NANCI MAHFUZ
Julgado em 05/10/2004
AGRAVO DE INSTRUMENTO. Tutela antecipada deferida e revogada em reconsideração, para
a realização de cirurgia bariátrica em hospital credenciado pela Unimed. Tutela que se
restabelece, pois cuida-se de proteger, em situação de risco iminente, o supremo bem jurídico,
que é a vida. Consumidor que, ao contratar plano de saúde, já apresentava quadro evidente de
obesidade (119 quilos), chegando, um ano após, a superar 180 quilos. Intervenção cirúrgica
inadiável. Provimento do recurso.
Tipo da Ação: AGRAVO DE INSTRUMENTO
Número do Processo: 2004.002.12568
Órgão Julgador: SEGUNDA CÂMARA CÍVEL
Des. DES. JESSE TORRES
Julgado em 01/09/2004
E ainda:
Processo: 2004.002.05321
SEGURO SAÚDE
OBRIGAÇÃO DE FAZER
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS MÉDICO-HOSPITALARES
Agravo. Ação de obrigação de fazer com pedido de tutela antecipada, consistente em continuar
o réu - Bradesco Saúde S A - a manter os serviços de assistência médica modalidade Home-
Care.Tutela antecipada deferida a desafiar recurso de agravo, sob os fundamentos de que o
plano de saúde do agravado não comporta esse tipo de atendimento que classifica como de
serviços de enfermagem e que o estado de saúde do paciente, pela melhora apresentada, não o
torna mais necessário. Recurso de agravo a que se nega provimento, em primeiro lugar, pela
existência de documento médico tornando indicado esse tipo de serviço médico; em segundo
lugar, porque, pelas próprias condições gerais da cláusula do contrato utilizada pela
prestadora dos serviços de plano de saúde para pretender a suspensão dos serviços, há que se
elaborar interpretação, diversa da que por ela é feita, na medida em que não se confundem
serviços de enfermagem com o atendimento Home Care oferecido ao paciente agravado,
valendo lembrar que, por aplicação direta das regras do CDC, a interpretação há que ser
aquela que melhor atenda às necessidades do consumidor dos serviços de saúde entre os quais
os do atendimento Home Care. Agravo a que se nega provimento.
Tipo da Ação: AGRAVO DE INSTRUMENTO
Número do Processo: 2004.002.05321
Órgão Julgador: DÉCIMA TERCEIRA CÂMARA CÍVEL
Des. DES. AZEVEDO PINTO
Julgado em 30/08/2004

Presentes os requisitos, requer a Vossa Excelência que, nos termos do art. 273 do CPC e art. 84 §3º
do CDC, reconheça a abusividade praticada pelo Plano de Saúde-Fornecedor (NOME DA EMPRESA),
determinado a imediata e urgente autorização de todos os materiais necessários para a correta
realização da cirurgia supramencionada, a que a consumidora-promovente necessita e tem direito,
obrigando o Plano de Saúde X a permitir os materiais intrínsecos à cirurgia, e marca-la, o mais rápido
possível, de maneira imediata e urgente, como forma de cessar com as fortes dores que a consumidora
vem enfrentando e, que, até este momento sofre as duras consequências dos atos ilegais e irresponsáveis
praticados pelo promovido.

2. DOS PRINCÍPIOS GERAIS DOS CONTRATOS


Ao criar obstáculos no fornecimento do material cirúrgico indicado pelo médico, a Ré frustrou a
legítima confiança do autor, afrontando o Princípio da Boa-Fé Objetiva, posto tratar-se de contrato de
assistência de saúde, onde, por óbvio, o bem maior é a saúde do consumidor contratante e a vida, em
última análise, exatamente por isso, espera que a empresa contratada forneça a esperada proteção,
denotando o imenso grau de dependência do consumidor, usuário do plano de saúde, o que determina o
exato cumprimento das normas contratuais e, maxime, legais.
Como leciona o Prof. Desembargador Luiz Roldão de Freitas Gomes, o instituto da Boa-Fé Objetiva:
“O princípio da boa-fé significa que todos devem guardar “fidelidade” à palavra dada e não frustrar ou
abusar daquela confiança que constitui a base imprescindível das relações humanas”, sendo, pois, mister
que procedam tal como deve esperar-se que o faça qualquer pessoa que participe honesta e corretamente
ao tráfego jurídico, no quadro de uma vinculação jurídica especial.” (Curso de Direito Civil – contratos. 1.
ed. Editora Renovar, 2000. pág. 49).
Tal atitude afronta também o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, posto que ao contratar com
a ré o Autor esperava toda proteção no concernente às questões relacionadas à saúde, agora necessita de
utilizar o plano a fim de realizar procedimento cirúrgico simples, porém imprescindível a sua recuperação,
na forma indicada nos laudos anexos, o que põe por terra a Cláusula Geral de Função Social dos Contratos,
tal como rezam os artigos 421, 422 e parágrafo único do 2.035, ambos do NCC:

Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do
contrato.
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em
sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
Art. 2.035. A validade dos negócios e demais atos jurídicos, constituídos antes da entrada em
vigor deste Código, obedece ao disposto nas leis anteriores, referidas no art. 2.045, mas os
seus efeitos, produzidos após a vigência deste Código, aos preceitos dele se subordinam, salvo
se houver sido prevista pelas partes determinada forma de execução.
Parágrafo único. Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de ordem pública,
tais como os estabelecidos por este Código para assegurar a função social da propriedade e dos
contratos.
Afigura-se de clareza meridiana a aplicação imediata das normas e princípios acima aos contratos de
trato sucessivo, dentre eles, os de plano de saúde.
Frise-se que a consumidora jamais deixou de cumprir com uma das principais obrigações, ou seja, a
de pagar as prestações do contrato, e no momento em que mais necessita de sua utilização fica totalmente
desamparado pelo plano de saúde promovido, o que evidencia a necessidade do intervencionismo estatal
no presente pacto, a fim de que seja preservada a função social do contrato dada a sua relevância social,
em face a clara sobreposição do interesse social ao interesse particular da ré, prestigiando os valores
observados na Constituição Federal. Tal como Arnaldo Süssekind citando Leon Dugui, lembra:
“Que a concepção moderna da liberdade não mais corresponde ao direito de fazer tudo que não
cause dano a outrem, e, portanto, a fortiori, “ao direito de fazer nada. Todo homem tem uma função social
a cumprir e, por consequência, tem o dever social de desempenhá-la. “O proprietário, ou melhor, o
possuidor de uma riqueza, tem pelo fato de possuir essa riqueza, uma função social a cumprir; enquanto
cumpre esta missão, seus atos de proprietário são protegidos”. E conclui: “A intervenção dos governantes é
legítima para obrigá-lo a cumprir sua função social de proprietário, que consiste em assegurar o emprego
das riquezas que possui conforme seu destino”. “A nova ordem jurídica atingia, como se infere os
postulados básicos do sistema civil – liberdade individual, inviolabilidade do direito de propriedade do
contrato e responsabilidade subjetiva”. (SUSSEKIND, Arnaldo; VIANA, Segadas; TEIXEIRA, João Lima;
MARANHÃO, Délio. Instituições de direito do trabalho. 19. ed., São Paulo: LTr, 2000, p. 133-134)”
Dessa forma, ao agir de forma a desconsiderar a função social, finalidade e a boa-fé objetiva do
contrato o fornecedor-promovido cometeu abuso de direito, tornando ilícito o ato cometido, nos moldes do
artigo 187 do Código Civil, não merecendo sua conduta ser protegida pelo ordenamento jurídico o que
impende a intervenção do judiciário como forma de restabelecer a relação contratual, bem como o seu
equilíbrio, como forma de promover a justiça social. Verbis:
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente
os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Visando coibir tais abusos, o Egrégio Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro vem rotineiramente
intervindo nas relações contratuais como forma de manter íntegro os princípios que norteiam os contratos,
notadamente o da Dignidade da Pessoa Humana, face a sua relevância jurídico-social, obrigando as
empresas de plano de saúde a orçar com os custos das próteses e materiais cirúrgicos necessários e
adequados ao procedimento . Vejamos:
Ementa: “Plano de saúde. Prestação de serviço. Empresa médica que autoriza a intervenção
cirúrgica solicitada pela autora, sem, no entanto, disponibilizar, de imediato, o kit cirúrgico
necessário ao procedimento. Necessidade da paciente de adquirir o referido kit por sua
própria conta, para assegurar sua incolumidade física face à urgência do procedimento.
Negativa da recorrente em reembolsar o total das despesas gastas com a compra daqueles
materiais necessários à realização da cirurgia, em estado de urgência Abusividade da conduta
da reclamada, evidenciada pela recusa, já que autorizou o procedimento, tendo, contudo, no
momento de solicitação dos materiais, ofertado à sua cliente a possibilidade de compra de um
outro kit menos oneroso, sem, no entanto, atentar para a urgência da intervenção cirúrgica.
Morais caracterizados o que se extraem in re ipsa, em razão dos desgastes e contratempos em
momento absolutamente inoportuno. Interpretação do contrato de forma mais favorável ao
consumidor Inteligência dos arts. 4º, I, 6º, III, 46, 47, 51/ IV e XV 52, todos do CDC Recurso
provido em parte.”. (Grifos nossos)
(RECUSO INOMINADO Nº. 2004.700.004801-0 – Turma Recursal Cível do Tribunal de Justiça
do Rio de Janeiro. Juiz(a) Maria Cândida Gomes de Souza)
Ementa: Agravo - Plano de saúde - Intervenção cirúrgica em menor portador de grave
deformidade da coluna vertebral - Material indicado pelo médico e recusado pelo plano em
razão do alto custo do mesmo em cotejo com o oferecido - Compete ao médico responsável
pela implantação do material a indicação do material adequado - Decisão em compasso com a
súmula nº 59 do Egrégio Tribunal de Justiça - Desprovimento do Agravo.
(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2004.002.07884 – Décima Primeira Câmara Cível, Des.
DES. Helena Belc Klausner. Julgado em 20/10/2004).

3. VIOLAÇÃO DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS


A conduta abusiva da promovida, ao negar o pedido do médico quanto ao fornecimento de
determinado material cirúrgico e/ou carência de cobertura, põe em risco o estado de saúde da
consumidora, que necessita realizar a cirurgia de forma emergencial, joga por terra direitos e garantias
fundamentais do cidadão, notadamente o direito à saúde, direito este correlato à própria vida, como consta
do caput do artigo 5º da Magna Carta:
Art. 5° Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade (...).

4. DO DANO MORAL
A Constituição Federal de 1988, no art. 5º, inciso X, assegura o direito à indenização pelo dano
moral decorrente de violação à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem das pessoas. A pretensão do
autor também está sob a proteção da Lei Civil e do Código do Consumidor brasileiro:

Código Civil - Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral,
comete ato ilícito.
Código Civil - Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (art. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo.
Código de Defesa do Consumidor – Art. 6°, VI. São direitos básicos do consumidor: (...) a
efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e
difusos.
Código de Defesa do Consumidor – Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar
cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá,
alternativamente e à sua livre escolha: (...) III - rescindir o contrato, com direito à
restituição de quantia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e
danos.

O dano moral é pleiteado nesta ação em virtude de três condutas ilegais:


1ª Conduta irregular: Não justificar por escrito as negativas de cobertura conforme medida
publicada em 06 de março de 2013 no Diário Oficial da União, pela Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS), na Resolução Normativa Nº 319, que determina que Planos de Saúde possuam um
prazo de 48 horas para justificar – por escrito – recusa em qualquer procedimento aos pacientes, e,
ainda prevê que, em caso de descumprimento, MULTA DE R$30.000,00 (trinta mil reais) (ANS:
http://www.ans.gov.br/index.php/a-ans/sala-de-noticias-ans/consumidor/1952-o );
2ª Conduta irregular: Injustificadamente obrigar, por várias vezes, a uma paciente debilitada da
coluna, necessitar ficar passando por constrangimentos e humilhações para conseguir autorização para
realização de um procedimento cirúrgico, dando – inúmeras vezes – respostas inverídicas e
irresponsáveis sobre o tratamento da paciente, fazendo-a passar por diversas remarcações de sua
cirurgia, causando-lhe, por conseguinte, humilhação, acentuar a sua dor física (com tantos
deslocamentos desnecessários) e dor psicológica (paciente já esgotada emocionalmente), angústia,
vergonha, humilhação entre outros sentimentos negativos ao ser humano;
3ª Conduta irregular: Achincalhar com a saúde dos seus consumidores beneficiários de plano de
saúde, por obrigar uma doente, emergencial, a passar dias com o seu problema, acentuando o seu
sofrimento.
Pelos crimes cometidos à consumidora, devemos ressaltar a condenação do fornecedor-promovido
ao pagamento de indenização por danos morais face o constrangimento causado à consumidora, em
virtude de suas condutas irregulares e/ou ilegais, é de extrema importância para conferir-lhes o efeito
pedagógico e desencorajamento a prática de novos ataques semelhantes aos demais consumidores
brasileiros.
Portanto, acompanhando entendimento proferido em sentença pelo juiz Luiz Antonio Alves Bezerra,
de acordo com a inoperância recalcitrante do fornecedor em resolução de problemas ínfimos, bem assim
pela finalidade pedagógica e profilática para evitar novas reincidentes, em que sempre reincidem, em
vista, quem sabe, da parcimônia dos magistrados no duplo grau de jurisdição, em banalização e tarifação
do dano moral em quantias ínfimas, a trazer, conquanto, a chamada ditadura da litigância, em face de que,
para a empresa, é mais congruente pagar tais indenizações pífias do que prestar razoável, adequado e
congruente serviço aos consumidores, importante se faz que a condenação do fornecedor ao pagamento de
indenização por danos morais sirva com o efeito pedagógico e desencorajador à prática de novos ataques
semelhantes aos demais consumidores brasileiros, pois, os fornecedores somente darão a devida atenção
as suas responsabilidades para com os consumidores, quando sentirem no bolso os efeitos dos grosseiros
erros que cometem contra os consumidores e contra e legislação brasileira em vigor. Além disso, tal
indenização deve ser corrigida monetariamente até a data efetiva do pagamento, com os juros legais a
partir da citação do promovido.
O dano moral implica na violação dos direitos da personalidade. Note-se que, atualmente, o dano
moral não é mais considerado como o sentimento negativo de dor, angústia, vergonha, humilhação etc.,
essas são, em verdade, as suas consequências.
O entendimento jurisprudencial é pacífico no sentido de que a violação de direito do dano moral
puro deve ser reparada mediante indenização.

5. DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA


Para que não paire dúvidas sobre a irregularidade cometida pela instituição financeira demandada, é
necessária a inversão do ônus da prova, nos termos do inciso VIII do artigo 6° do Código de Proteção e
Defesa do Consumidor.
Assim sendo, caso os documentos apresentados não sejam suficientemente esclarecedores, que
Vossa Excelência se digne em determinar a inversão do ônus da prova, por ser um mecanismo necessário e
hábil para que se concretize a justiça.

6. DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA
Ressalte-se, ainda, que a responsabilidade do plano de saúde é objetiva, ou seja, independente da
existência de culpa, seja pela aplicação do Código Civil, seja pela aplicação do Código de Defesa e Proteção
ao Consumidor.
O Código de Defesa do Consumidor trata de forma diferenciada o consumidor e o fornecedor, em
virtude da desigualdade de forças existente entre eles. O consumidor é vulnerável diante do fornecedor,
que, por sua vez, dita as regras na relação jurídica de consumo.
Com o desígnio de igualar a – desigual – relação entre o consumidor e o fornecedor, o Código de
Defesa do Consumidor – propositadamente – traz como princípio basilar o reconhecimento da
vulnerabilidade do consumidor.
Com o intento de proteção ao consumidor vulnerável, é que o Código abraça a regra da
responsabilidade objetiva. Assim, o fornecedor é objetivamente responsável nas relações jurídicas de
consumo, tendo em vista que o consumidor, na grande maioria das vezes, não dispõe de mecanismos
hábeis para provar a culpa do fornecedor, pois, quase sempre, as provas da culpa do fornecedor estão –
exclusivamente – com o próprio fornecedor.
Dissemos que a responsabilidade civil está fundamentada nos requisitos essenciais da culpa, do
dano e da relação de causalidade entre o fato e o dano. Pois bem, na responsabilidade civil objetiva, que é
a regra do CDC, a aferição de dolo ou de culpa é irrelevante. O fornecedor será responsabilizado pelo
defeito do produto e do serviço ou pelo vício do produto e do serviço independentemente de ter operado
com negligência, imprudência ou imperícia. Basta, para tanto, que ele tenha colocado no mercado um
produto ou serviço com defeito ou vício. O nascimento da responsabilidade de indenizar decorre do nexo
de causalidade e do dano efetivamente sofrido7.
parágrafo único do art. 927 do Código Civil - “Haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade
normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os
direitos de outrem”.
art. 14 do Código de Defesa do Consumidor - “O fornecedor de serviços responde,
independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos”.

DO PEDIDO
Posto isto, requer a Vossa Excelência:
1) Que defira o pedido de TUTELA ANTECIPADA POR LIMINAR, Presentes os requisitos, pela
prova inequívoca, verossimilhança da alegação e, também, pelo perigo da demora, requer a Vossa
Excelência que, nos termos do art. 273 do CPC e art. 84 §3º do CDC, reconheça a abusividade praticada
pelo Plano de Saúde Fornecedor (NOME DA EMPRESA), determinado a imediata e urgente autorização
de todos os materiais necessários (ENXERTO SINTÉTICO, PRÓTESE DISCAL CERVICAL, e demais
materiais que possam vir a serem necessários para a realização da cirurgia) para a correta realização
da cirurgia supramencionada, a que a consumidora-promovente necessita e tem direito, obrigando o
Plano de Saúde X a permitir os materiais intrínsecos à cirurgia, e marca-la, o mais rápido possível, de
maneira imediata e urgente, como forma de cessar com as fortes dores que a consumidora vem
enfrentando e, que, até este momento sofre as duras consequências dos atos ilegais e irresponsáveis
praticados pelo promovido.
2) Que sejam deferidos os benefícios da Justiça Gratuita, com fulcro na Lei nº 1.060/50, com as
alterações introduzidas pela Lei nº 7.510/86, por não ter condições de arcar com as custas processuais e
honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento e de sua família;
3) Digne-se de ordenar a citação do promovido nos endereços declinados para, querendo, no prazo e
forma legais apresentar as suas respostas sob pena de não o fazendo, se presumirão aceitos pelo
promovido, os fatos articulados pelo promovente - Da revelia (art. 285, parte final, do CPC), além de
confissão sob a matéria de fato segundo procedimento da Lei nº 5.478/68;
4) Determinar a inversão do ônus da prova em favor da parte autora, consoante disposição do artigo
6°, inciso VIII, do CDC;
5) Que sejam condenados os promovidos, em caso de recursos, em custas processuais e demais
cominações legais, incluindo honorários advocatícios na base de 20% sobre o valor da condenação,
acrescido de juros e correção monetária.
6) Que esta ação seja julgada totalmente procedente, para:
a) Que se reconheça a abusividade praticada pelo Plano de Saúde-Fornecedor, determinado a
imediata e urgente autorização de todos os materiais necessários (ENXERTO SINTÉTICO, PRÓTESE
DISCAL CERVICAL, e demais materiais que possam vir a serem necessários para a realização da
cirurgia) para a correta realização da cirurgia supramencionada, a que a consumidora-promovente
necessita e tem direito, obrigando o Plano de Saúde X a permitir os materiais intrínsecos à cirurgia, e
marca-la, o mais rápido possível, de maneira imediata e urgente, como forma de cessar com as fortes
dores que a consumidora vem enfrentando;
b) Condenação do Plano de Saúde X por Danos Morais, no importe a ser arbitrado por este Juízo
competente, em virtude de (I) Não justificar por escrito as negativas de cobertura conforme medida

7 Texto retirado do nosso livro: NORAT, Markus Samuel Leite. Direito do Consumidor. 2. ed. Edijur, São Paulo: 2013.
publicada em 06 de março de 2013 no Diário Oficial da União, pela Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS), na Resolução Normativa Nº 319, que determina que Planos de Saúde possuam um
prazo de 48 horas para justificar – por escrito – recusa em qualquer procedimento aos pacientes, e,
ainda prevê que, em caso de descumprimento, MULTA DE R$30.000,00 (trinta mil reais) (ANS:
http://www.ans.gov.br/index.php/a-ans/sala-de-noticias-ans/consumidor/1952-o ); (II) Injustificadamente
obrigar, por várias vezes, a uma paciente debilitada da coluna, necessitar ficar passando por
constrangimentos e humilhações para conseguir autorização para realização de um procedimento
cirúrgico, dando – inúmeras vezes – respostas inverídicas e irresponsáveis sobre o tratamento da
paciente, fazendo-a passar por diversas remarcações de sua cirurgia, causando-lhe, por conseguinte,
humilhação, acentuar a sua dor física (com tantos deslocamentos desnecessários) e dor psicológica
(paciente já esgotada emocionalmente), angústia, vergonha, humilhação entre outros sentimentos
negativos ao ser humano; (III) Achincalhar com a saúde dos seus consumidores beneficiários de plano
de saúde, por obrigar uma doente, emergencial, a passar dias com o seu problema, acentuando o seu
sofrimento; (IV) pelo ataque a legislação consumerista brasileira; e, principalmente, pela negligência,
ingerência, ineficiência e desprezo à consumidora, o qual ficou desassistida de forma e modo
irresponsável por parte do fornecedor ora demandado.

Protestando provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos.


Dá-se à causa o valor de R$ 000.000,00 (valor por extenso).

Termos em que,
Pede e espera deferimento.

João Pessoa, 09 de março de 2084


[Local], [dia] de [mês] de [ano]

- ASSINATURA -
Nome do Advogado
OAB/XX 00.000
AÇÃO DE RESCISÃO DE CONTRATO CONSUMERISTA E RESTITUIÇÃO DE QUANTIA PAGA C/C
INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS (SITUAÇÃO: CONSUMIDORA ADQUIRE GUARDA-
ROUPAS, PORÉM O FORNECEDOR NÃO ESTIPULA PRAZO PARA ENTREGA [CONDUTA
PROIBIDA PELO ART. 39, XII DO CDC], TAMPOUCO REALIZA A ENTREGA DO PRODUTO
[CONDUTA PROIBIDA PELO ART. 35 DO CDC]).

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito do ___° Juizado Especial Cível da Comarca de João
Pessoa - Paraíba

FULANA DE TAL, brasileira, solteira, estudante, portadora de CPF 000.000.000-00 e Carteira de


Identidade 0.000.000 - SSP/PB, residente e domiciliada na Rua da Felicidade, n° 01, Bairro da Alegria, João
Pessoa – PB, CEP 00000-000, por seu advogado adiante assinado, legalmente constituído nos termos do
instrumento de mandato em anexo, com Escritório situado à Av. Jurídica nº 000, Sala 00, Bairro, João
Pessoa – PB, CEP 11111-111, onde receberá notificações, vem, com respeito e acatamento à presença de
Vossa Excelência propor:

AÇÃO DE RESCISÃO DE CONTRATO CONSUMERISTA E RESTITUIÇÃO DE QUANTIA PAGA C/C


INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS
Como de fato propõe contra LOJAS XXX LTDA, pessoa jurídica inscrita no CNPJ matriz sob o nº
00.000.000/0000-00, endereço: Av. Dos Fornecedores, nº 000, Shopping Gaste Muito, Bairro, João Pessoa –
PB, CEP 00000-000, e o faz escorado em legislação atinente, jurisprudência cristalizada em Instâncias
Superiores e pelos motivos e razões adiante expendidos:

DA JUSTIÇA GRATUITA
Requer a Vossa Excelência que sejam deferidos os benefícios da Justiça Gratuita, com fulcro na Lei
nº 1.060/50, com as alterações introduzidas pela Lei nº 7.510/86, por não ter condições de arcar com as
custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento e de sua família.

A QUAESTIO FACTI
A senhora Fulana de Tal é consumidora da Loja XXX LTDA. No dia 16 de junho de 2083, às 20:49, a
consumidora foi até a filial da Loja XXX, localizada no Shopping Center Gaste Muito, e efetuou o
pagamento pelo seguinte produto: “GUARDA-ROUPA COLONIAL PLUS 6P3G TAB/BCO”, no valor de
R$000,00 (valor por extenso), mais o valor do frete para a entrega do produto na residência da
consumidora no valor de R$00,00 (valor por extenso). Perfazendo, portanto a quantia de R$0.000,00 (valor
por extenso).
A loja XXX LTDA, ora promovida, em desacordo com a norma do Código de Defesa do Consumidor
brasileiro, não estipulou qualquer prazo de entrega do produto adquirido pela consumidora. Entretanto,
encantada pelas publicidades – muito – bem feitas, veiculadas pelo fornecedor-promovido, a consumidora
acreditou que a empresa se tratava de um estabelecimento comercial responsável e confiou que o produto
adquirido seria entregue.
Ora, sabemos todos que “o fornecedor não pode deixar de estabelecer o prazo para a execução de
sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério. O art. 39, XII do CDC
determina que o fornecedor estabeleça um prazo de entrega do produto ou da prestação do serviço”8,
quando, expressamente dispõe: “Art. 39. “É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras
práticas abusivas: XII – deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a
fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério”.
8 NORAT, Markus Samuel Leite. Direito do consumidor. Edijur. São Paulo, 2012. Pág. 222.
O fornecedor-promovido incorre, de tal forma, em PRÁTICA COMERCIAL ABUSIVA, que “são
comportamentos rejeitáveis nas relações de consumo. São ações que não condizem com o princípio da
eticidade; excedem, portanto, os limites impostos pela boa-fé ou pelos bons costumes. Desta forma,
caracterizam o abuso do direito” (NORAT, Markus Samuel Leite. Direito do consumidor. Edijur. São Paulo,
2012. Pág. 217.).
Passados vários dias sem que o produto comprado fosse entregue, a consumidora se dirige até a
referida loja para solicitar o que é seu por direito e recebeu como resposta a informação de que o produto
seria prontamente entregue. A promessa de entrega, por sua vez, não foi cumprida. Assim, a Loja XXX
LTDA incorre em outra prática ilegal: RECUSA NO CUMPRIMENTO DA OFERTA, nos termos do artigo 35
do Código de Defesa do Consumidor.
A consumidora, extremamente insatisfeita, procurou o fornecedor diversas vezes, por diversos
meios e formas, para reclamar o guarda-roupa adquirido. Entretanto – sempre – o fornecedor apresentava
promessas de entrega que, saliente-se, - NUNCA – foram cumpridas. Assim sendo, passados nove meses,
(desde 16 de junho de 2083, até a data da propositura desta lide - 09 de março de 2084 -), o fornecedor-
promovido não entregou o produto adquirido pela consumidora.
Deve ser acentuado que a consumidora adquiriu o guarda-roupa para acomodar as roupas da sua
filha menor, que, em face da inércia, ingerência, negligência e incomensurável desrespeito a legislação
consumerista brasileira (Lei 8.078/90), até este momento se encontra desprovida do produto que necessita.
De certo que o Código de Defesa do Consumidor é uma Lei principiológica, de ordem pública e
interesse social; Caracterizam-se, tais fatos praticados pelo banco promovido, como um verdadeiro
atentado à harmonia das sobreditas relações de consumo, assim sendo, um ataque ao artigo 4°, III, do CDC,
bem como a toda legislação consumerista.
Por conseguinte, aos fatos narrados, a consumidora se encontra, até a presente data, desprovida do
produto a que necessita, em virtude – exclusivamente – de atos irresponsáveis praticados pelo fornecedor-
promovido.
Destarte, diante a desigual luta de forças, somente restava a consumidora-promovente buscar as vias
judiciais, requerendo a rescisão do contrato de compra e venda, à restituição da quantia paga,
monetariamente atualizada, sob pena de multa diária; também, que o promovido seja condenado a
indenizar a promovente por danos morais face ao constrangimento e prejuízo suportado.
Assim, não havendo até este momento solução amistosa, outra alternativa não se apresenta senão a
de se colocar os fatos ao pronunciamento da jurisdição que, por certo à luz dos fatos e do direito, ao final,
dará a cada um o que é seu na forma da lei.

A QUAESTIO JURIS

DO DANO MORAL
A Constituição Federal de 1988, no art. 5º, inciso X, assegura o direito à indenização pelo dano
moral decorrente de violação à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem das pessoas. A pretensão do
autor também está sob a proteção da Lei Civil e do Código do Consumidor brasileiro:

Código Civil - Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral,
comete ato ilícito.
Código Civil - Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (art. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo.
Código de Defesa do Consumidor – Art. 6°, VI. São direitos básicos do consumidor: (...) a
efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e
difusos.
Código de Defesa do Consumidor – Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar
cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá,
alternativamente e à sua livre escolha: (...) III - rescindir o contrato, com direito à
restituição de quantia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e
danos.

O dano moral é pleiteado nesta ação em virtude de duas condutas ilegais:


1ª Conduta irregular: deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a
fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério. Comportamento rejeitado pelo Artigo 39, XII do
CDC;
2ª Conduta irregular: Não entrega de produto adquirido por consumidor, e recusa no cumprimento
da oferta. Comportamento condenado pelo artigo 35 do CDC.
Não podendo deixar de enfatizar que a condenação do promovido ao pagamento de indenização por
danos morais face o constrangimento causado ao consumidor, em virtude de suas condutas irregulares
e/ou ilegais, é de extrema importância para conferir-lhes o efeito pedagógico e desencorajamento a prática
de novos ataques semelhantes aos demais consumidores brasileiros.
Em uma rápida pesquisa em diversos sites de reclamações de consumidores e no banco de
reclamações fundamentadas, constatamos várias reclamações em face das Lojas XXX LTDA, que pairam
sob o mesmo tema: INEXISTÊNCIA DE PRAZO E/OU NÃO ENTREGA DE PRODUTO ADQUIRIDO,
RECUSA NO CUMPRIMENTO DA OFERTA; portanto, acompanhando entendimento proferido em
sentença pelo juiz Luiz Antonio Alves Bezerra, de acordo com a inoperância recalcitrante do fornecedor
em resolução de problemas ínfimos, bem assim pela finalidade pedagógica e profilática para evitar novas
reincidentes, em que sempre reincidem, em vista, quem sabe, da parcimônia dos magistrados no duplo
grau de jurisdição, em banalização e tarifação do dano moral em quantias ínfimas, a trazer, conquanto, a
chamada ditadura da litigância, em face de que, para a empresa, é mais congruente pagar tais indenizações
pífias do que prestar razoável, adequado e congruente serviço aos consumidores, importante se faz que a
condenação do fornecedor ao pagamento de indenização por danos morais sirva com o efeito pedagógico e
desencorajador à prática de novos ataques semelhantes aos demais consumidores brasileiros, pois, os
fornecedores somente darão a devida atenção as suas responsabilidades para com os consumidores,
quando sentirem no bolso os efeitos dos grosseiros erros que cometem contra os consumidores e contra e
legislação brasileira em vigor. Além disso, tal indenização deve ser corrigida monetariamente até a data
efetiva do pagamento, com os juros legais a partir da citação do promovido.
O dano moral implica na violação dos direitos da personalidade. Note-se que, atualmente, o dano
moral não é mais considerado como o sentimento negativo de dor, angústia, vergonha, humilhação etc.,
essas são, em verdade, as suas consequências.
O entendimento jurisprudencial é pacífico no sentido de que a violação de direito do dano moral
puro deve ser reparada mediante indenização.
DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
Para que não paire dúvidas sobre a irregularidade cometida pela instituição financeira demandada, é
necessária a inversão do ônus da prova, nos termos do inciso VIII do artigo 6° do Código de Proteção e
Defesa do Consumidor.
Assim sendo, caso os documentos apresentados não sejam suficientemente esclarecedores, que
Vossa Excelência se digne em determinar a inversão do ônus da prova, por ser um mecanismo necessário e
hábil para que se concretize a justiça.

DO PEDIDO
Posto isto, requer a Vossa Excelência:
1) Que sejam deferidos os benefícios da Justiça Gratuita, com fulcro na Lei nº 1.060/50, com as
alterações introduzidas pela Lei nº 7.510/86, por não ter condições de arcar com as custas processuais e
honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento e de sua família;
2) Digne-se de ordenar a citação do promovido nos endereços declinados para, querendo, no prazo e
forma legais apresentar as suas respostas sob pena de não o fazendo, se presumirão aceitos pelo
promovido, os fatos articulados pelo promovente - Da revelia (art. 285, parte final, do CPC), além de
confissão sob a matéria de fato segundo procedimento da Lei nº 5.478/68;
3) Determinar a inversão do ônus da prova em favor da parte autora, consoante disposição do artigo
6°, inciso VIII, do CDC;
4) Que sejam condenados os promovidos, em caso de recursos, em custas processuais e demais
cominações legais, incluindo honorários advocatícios na base de 20% sobre o valor da condenação,
acrescido de juros e correção monetária.
5) Que esta ação seja julgada totalmente procedente, para:
a) Que o fornecedor-promovido seja obrigado a efetuar a restituição da quantia paga pela
consumidora R$0.000,00 (valor por extenso), acrescido de correção monetária (Nos termos do Artigo 35,
III, do CDC);
b) Condenação das Lojas XXX LTDA por Danos Morais, no importe a ser arbitrado por este Juízo
competente, em virtude de (I) deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar
a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério. (Comportamento rejeitado pelo Artigo 39, XII do
CDC); Recusar o cumprimento da oferta e não entrega do produto adquirido pela consumidora, mesmo
depois de passados nove meses da data da compra (Comportamento rejeitado pelo Artigo 35, por todo o
Capítulo V do CDC); pelo ataque a legislação consumerista brasileira; e, principalmente, pela
negligência, ingerência, ineficiência e desprezo à consumidora, o qual ficou desassistida de forma e
modo irresponsável por parte do fornecedor ora demandado.
Protestando provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos.
Dá-se à causa o valor de R$ 00.000,00 (valor por extenso).

E. Deferimento
João Pessoa, 09 de março de 2084
[Local], [dia] de [mês] de [ano]

- ASSINATURA -
Nome do Advogado
OAB/XX 00.000
AÇÃO DE RESTITUIÇÃO DE QUANTIA PAGA C/C INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS (SITUAÇÃO:
CONSUMIDORA ADQUIRE NOTEBOOK EIVADO DE VÍCIOS, ENTRA EM CONTATO COM O
FABRICANTE, CONTUDO NÃO OBTEM RESPOSTAS. BUSCA O PROCON, PORÉM O FABRICANTE
NÃO CUMPRE COM O PACTO ESTABELECIDO. POR FIM, BUSCA AS VIAS JUDICIAIS).

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito do ___° Juizado Especial Cível da Comarca de João
Pessoa - Paraíba

FULANA DE TAL, brasileira, solteira, fisioterapeuta, portadora de CPF 000.000.000-00 e Carteira de


Identidade 0.000.000 - SSP/PB, residente e domiciliada na Rua da Felicidade, n° 01, Bairro da Alegria, João
Pessoa – PB, CEP 00000-000, por seu advogado adiante assinado, legalmente constituído nos termos do
instrumento de mandato em anexo, com Escritório situado à Av. Jurídica nº 000, Sala 00, Bairro, João
Pessoa – PB, CEP 11111-111, onde receberá notificações, vem, com respeito e acatamento à presença de
Vossa Excelência propor:

AÇÃO DE RESTITUIÇÃO DE QUANTIA PAGA C/C INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS


Como de fato propõe contra XXX BRASIL LTDA, pessoa jurídica inscrita no CNPJ matriz sob o nº
00.000.000/0000-00, endereço: Av. Dos Fornecedores, nº 000, Alphaville, Barueri – SP, CEP 00000-000, e o
faz escorada em legislação atinente, jurisprudência cristalizada em Instâncias Superiores e pelos motivos e
razões adiante expendidos:

DA JUSTIÇA GRATUITA
Requer a Vossa Excelência que sejam deferidos os benefícios da Justiça Gratuita, com fulcro na Lei
nº 1.060/50, com as alterações introduzidas pela Lei nº 7.510/86, por não ter condições de arcar com as
custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento e de sua família.

A QUAESTIO FACTI
A senhora Fulana de Tal é consumidora da XXX BRASIL LTDA.
No dia 25 de maio de 2011, às 09 horas e 36 minutos, a consumidora, ora promovente, foi até a Loja
ZZZ COMÉRCIO E SERVIÇOS DE INFORMÁTICA LTDA e efetuou a compra do seguinte produto:
“NOTEBOOK XXX/ABCDEFGHIJ/BR”, no valor de R$0.000,00 (valor por extenso), sendo estipulado, pelo
manual do produto, o prazo de 275 dias para a garantia contratual, que, deve ser somado ao prazo de 90
dias de garantia legal. Perfazendo, assim, o prazo total da garantia em (garantia contratual + garantia legal)
em 365 dias para o computador, acessórios e baterias.
Ocorre que o computador adquirido pela consumidora-promovente, com apenas sete (07) dias de
uso, apresentou os primeiros vícios. Sendo eles:
Ao ligar o computador, em virtude de vícios, o seu processo de inicialização demora um
período entre 20 a 50 minutos;
Após longa espera para que o computador inicialize, o referido produto não funciona
adequadamente, reinicia diversas vezes, impossibilitando, dessa forma, a utilização do
produto ao fim de que dele normalmente se espera, pois a reiterada reinicialização do
computador impossibilita o salvamento de qualquer trabalho que esteja sendo executado,
ocasionando a possível perda de dados.
Além de sucessivas reinicializações, o computador – por vezes – para de funcionar e apresenta
uma tela toda preta ou uma tela de cor rosa com um quadrado azul.
O “mouse” (que é incorporado ao teclado) do referido computador, por vezes, apresenta mal
funcionamento.
Insatisfeita com os – diversos – vícios apresentados pelo produto adquirido, a consumidora entrou
em contato com a empresa fabricante do produto, a XXX BRASIL LTDA, para obter informações sobre a
localização de uma assistência técnica autorizada para levar o seu computador.
Em ligação telefônica para o Serviço de Atendimento ao Consumidor – SAC da XXX do Brasil, a
consumidora obteve a informação de que o fornecedor não dispunha de assistência técnica autorizada para
atendimento às demandas dos consumidores de forma física. O serviço de assistência técnica
disponibilizada pelo fornecedor se dá – somente – através de ligação telefônica. Para tanto, o consumidor
deve efetuar uma ligação ao SAC da XXX e relatar o vício e/ou defeito apresentado pelo produto adquirido.
Através da chamada telefônica, o atendente do SAC informa ao consumidor procedimentos para que o
próprio consumidor tente efetuar o reparo dos produtos que foram mal produzidos.
Devemos, pois, evidenciar a atitude absolutamente irresponsável e desrespeitosa da XXX BRASIL
LTDA, em não disponibilizar um verdadeiro serviço de assistência técnica aos produtos viciados que
disponibiliza no mercado de consumo brasileiro. Tal fato caracteriza-se como um verdadeiro ataque a
legislação consumerista, pois evidencia que o fornecedor-promovido incumbe a responsabilidade pela
reparação dos seus produtos mal produzidos e/ou montados ao consumidor vulnerável que não dispõe de
conhecimentos técnicos suficientes para reparar produtos eletrônicos. Estamos, portanto, diante de uma
Prática Abusiva que desestrutura toda a harmonia das relações de consumo, nos levando a refletir sobre a
quantidade de consumidores que – diariamente – são lesados pelo sistema adotado pelo fornecedor-
promovido (Por si só, tal fato pode – e deve – ser considerado como sendo um crime contra as relações de
consumo prevista no Código de Defesa do Consumidor brasileiro – artigos 61 a 80 do Código do
Consumidor brasileiro).
Em diversas ligações (Número do protocolo de atendimento de algumas das ligações efetuadas:
8052628278 em 16/09/11 às 08:35; 8054628278 em 23/09/11 às 08:10; 8051407537 em 19/11/11 às 10:17 e
8052628278) ao – falso – serviço de assistência técnica estabelecido através de telefone pelo fornecedor, a
consumidora sempre efetuou todos os procedimentos sugeridos pelos atendentes, porém, mesmo assim, o
computador NUNCA funcionou plenamente. Afinal de contas, é ilógico pensar que um consumidor
comum e vulnerável teria conhecimentos técnicos suficientes para proceder a reparação dos vícios
apresentados pelos produtos postos no mercado de consumo pelo fornecedor-promovido.
Insatisfeita com o descaso apresentado pelo fornecedor, no que tange ao problema apresentado pelo
computador, a consumidora, desacreditada com a possibilidade de resolver seu problema de forma
amigável, ingressou com uma reclamação no PROCON-JP (Processo F.A. Nº 0000-000.000-0).
Em audiência de conciliação realizada no PROCON-JP em 13 de janeiro de 2012, às 10:06, presentes
as partes (consumidor e fornecedor), foi lavrado o seguinte termo de audiência (Termo de Audiência do
PROCON-JP em anexo):

OBSERVAÇÃO: CASO EXISTA, ACONSELHA-SE COLOCAR TRANSCRIÇÃO DE TRECHO


RELEVANTE DO TERMO E DA DECISÃO EXARADA PELO PROCON (ALÉM DISSO, DISPONIBILIZAR O
DOCUMENTO NA ÍNTEGRA EM ANEXO A PETIÇÃO).
Embora o acordo tenha sido realizado na sede do PROCON-JP, o fornecedor-promovido, por sua vez,
demonstrando incomensurável desrespeito, NÃO CUMPRIU com o pacto.
De certo que o Código de Defesa do Consumidor é uma Lei principiológica, de ordem pública e
interesse social; Caracterizam-se, tais fatos praticados pelo banco promovido, como um verdadeiro
atentado à harmonia das sobreditas relações de consumo, assim sendo, um ataque ao artigo 4°, III, do CDC,
bem como a toda legislação consumerista.
Por conseguinte, aos fatos narrados, a promovente se encontra até a presente data desprovida do
produto que necessita.
Destarte, diante a desigual luta de forças, somente restava a consumidora-promovente buscar as vias
judiciais, requerendo a restituição da quantia paga, monetariamente atualizada, sob pena de multa diária;
também, que o promovido seja condenado a indenizar a consumidora-promovente por danos morais face
ao constrangimento, decepção e prejuízo suportado , nos termos do artigo 18 §1º, I, do Código de Defesa
do Consumidor:

Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem


solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou
inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles
decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem,
rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza,
podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir,
alternativamente e à sua escolha:
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de
eventuais perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço.
Ressalte-se que a consumidora necessita urgentemente receber os valores que pagou pelo
computador recheado de vícios que o impossibilitam de funcionar adequadamente, para, assim, poder
adquirir outro computador, que, efetivamente, desempenhe um funcionamento adequado com as funções
que dele naturalmente se esperam, e, deste modo, finalmente, suprir seus necessidades.
Assim, não havendo até este momento solução amistosa, outra alternativa não se apresenta senão a
de se colocar os fatos ao pronunciamento da jurisdição que, por certo à luz dos fatos e do direito, afinal,
dará a cada um o que é seu na forma da lei.

A QUAESTIO JURIS
DA COMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL
Depreende-se da leitura dos fatos narrados e dos documentos apresentados em anexo, inclusive do o
termo de audiência realizado no PROCON-JP, que a consumidora-promovente claramente demonstra a
existência de vício no produto e o nexo de causalidade. Inexistindo, portanto, a possibilidade de uso
incorreto por parte da consumidora.
Trata-se de ação que não necessita de perícia (eis que o vício é oculto, ou seja, próprio do processo
de produção ou montagem do produto). Além disso, a presente lide está calcada nos critérios da
simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade.
Portanto, presente ação é plenamente de competência do Juizado Especial de Pequenas Causas
(Cível ou Consumerista). Assim sendo, qualquer possível preliminar protelatória que pleiteie competência
da justiça comum, deverá ser rejeitada de ofício.
DO DANO MORAL
A Constituição Federal de 1988, no art. 5º, inciso X, assegura o direito de indenização pelo dano
moral decorrente de violação à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem das pessoas. A pretensão da
promovente também está sob a proteção da Lei Civil e do Código do Consumidor brasileiro:

Código Civil - Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral,
comete ato ilícito.
Código Civil - Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (art. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo.
Código de Defesa do Consumidor – Art. 6°, VI. São direitos básicos do consumidor: (...) a
efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e
difusos.
Código de Defesa do Consumidor – Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar
cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá,
alternativamente e à sua livre escolha: (...) III - rescindir o contrato, com direito à
restituição de quantia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e
danos.

O dano moral é pleiteado nesta ação em virtude do descaso do fornecedor-promovente que


ocasionou consequências em virtude dos diversos transtornos e aborrecimentos, além de prejuízos
financeiros causados à consumidora, por ter ficado desprovida do seu mecanismo de lazer, trabalho,
informação e de comunicação com clientes, amigos e familiares; Além da decepção e descrédito após o
descumprimento do acordo realizado em sede do PROCON-JP.
Não podendo deixar de enfatizar que a condenação do promovido ao pagamento de indenização por
danos morais face o constrangimento causado a consumidora, em virtude de suas condutas irregulares
e/ou ilegais, é de extrema importância para conferir-lhes o efeito pedagógico e desencorajamento a prática
de novos ataques semelhantes aos demais consumidores brasileiros.
Portanto, acompanhando entendimento proferido em sentença pelo juiz Luiz Antonio Alves Bezerra,
de acordo com a inoperância recalcitrante do fornecedor em resolução de problemas ínfimos, bem assim
pela finalidade pedagógica e profilática para evitar novas reincidentes, em que sempre reincidem, em
vista, quem sabe, da parcimônia dos magistrados no duplo grau de jurisdição, em banalização e tarifação
do dano moral em quantias ínfimas, a trazer, conquanto, a chamada ditadura da litigância, em face de que,
para a empresa, é mais congruente pagar tais indenizações pífias do que prestar razoável, adequado e
congruente serviço aos consumidores, importante se faz que a condenação do fornecedor ao pagamento de
indenização por danos morais sirva com o efeito pedagógico e desencorajador à prática de novos ataques
semelhantes aos demais consumidores brasileiros, pois, os fornecedores somente darão a devida atenção
as suas responsabilidades para com os consumidores, quando sentirem no bolso os efeitos dos grosseiros
erros que cometem contra os consumidores e contra e legislação brasileira em vigor. Além disso, tal
indenização deve ser corrigida monetariamente até a data efetiva do pagamento, com os juros legais a
partir da citação do promovido.
O dano moral implica na violação dos direitos da personalidade. Ressalte-se que o dano moral não
deve ser considerado como sendo um sentimento negativo de dor, angústia, vergonha, humilhação etc.,
essas são, em verdade, as consequências geradas no consumidor. O entendimento jurisprudencial é
pacífico no sentido de que a o dano moral deve ser reparado mediante indenização.
DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
Para que não paire dúvidas sobre a irregularidade cometida pela instituição financeira demandada, é
necessária a inversão do ônus da prova, nos termos do inciso VIII do artigo 6° do Código de Proteção e
Defesa do Consumidor.
Assim sendo, caso os documentos apresentados não sejam suficientemente esclarecedores, que
Vossa Excelência se digne em determinar a inversão do ônus da prova, por ser um mecanismo necessário e
hábil para que se concretize a justiça.

DO PEDIDO
Posto isto, requer a Vossa Excelência:
1) Que sejam deferidos os benefícios da Justiça Gratuita, com fulcro na Lei nº 1.060/50, com as
alterações introduzidas pela Lei nº 7.510/86, por não ter condições de arcar com as custas processuais e
honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento e de sua família;
2) Digne-se de ordenar a citação do promovido nos endereços declinados para, querendo, no prazo e
forma legais apresentar as suas respostas sob pena de não o fazendo, se presumirão aceitos pelo
promovido, os fatos articulados pelo promovente - Da revelia (art. 285, parte final, do CPC), além de
confissão sob a matéria de fato segundo procedimento da Lei nº 5.478/68;
3) Determinar a inversão do ônus da prova em favor da parte autora, consoante disposição do artigo
6°, inciso VIII, do CDC;
4) Que seja condenado o promovido, em caso de recursos, em custas processuais e demais
cominações legais, incluindo honorários advocatícios na base de 20% sobre o valor da condenação,
acrescido de juros e correção monetária.
5) Que esta ação seja julgada totalmente procedente, para:
a) Que o fornecedor-promovido seja obrigado a efetuar a restituição da quantia paga pela
consumidora R$0.000,00 (valor por extenso), acrescido de correção monetária calculada até a data do
efetivo pagamento da restituição;
b) Condenação da XXX BRASIL LTDA, em Danos Morais, no importe a ser arbitrado por este Juízo
competente, em virtude do descaso do fornecedor-promovente que ocasionou consequências em virtude
dos diversos transtornos e aborrecimentos, além de prejuízos financeiros causados à consumidora, por
ter ficado desprovida do seu mecanismo de lazer, trabalho, informação e de comunicação com clientes,
amigos e familiares; Além da decepção e descrédito após o fornecedor descumprir o acordo realizado
em sede do PROCON-JP; pelo ataque a legislação consumerista brasileira; e, principalmente, pela
negligência, ingerência, ineficiência e desprezo à consumidora, o qual ficou desassistida de forma e
modo irresponsável por parte do fornecedor ora demandado.
Protestando provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos.
Dá-se à causa o valor de R$ 00.000,00 (valor por extenso).

E. Deferimento
João Pessoa, 09 de março de 2084
[Local], [dia] de [mês] de [ano]

- ASSINATURA -
Nome do Advogado
OAB/XX 00.000
AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS –
COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA POR LIMINAR (SITUAÇÃO: OPERADORA DE
TELEFONIA MÓVEL INSCREVE INDEVIDAMENTE NOME DE CONSUMIDORA NOS CADASTROS
DOS SERVIÇOS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO - SPC/SERASA, EM VIRTUDE DE DÉBITOS
INEXISTENTES).

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito do ___° Juizado Especial Cível da Comarca de João
Pessoa - Paraíba

FULANA DE TAL, brasileira, divorciada, representante comercial, portadora de CPF 000.000.000-00


e RG 0.000.000 - SSP/PB, residente e domiciliada na Rua da Felicidade, n° 01, Bairro da Alegria, João
Pessoa – PB, CEP 00000-000, por seu advogado adiante assinado, legalmente constituído nos termos do
instrumento de mandato em anexo, com Escritório situado à Av. Jurídica nº 000, Sala 00, Bairro, João
Pessoa – PB, CEP 11111-111, onde receberá notificações, vem, com respeito e acatamento à presença de
Vossa Excelência propor:

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR PERDAS E


DANOS – COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA POR LIMINAR
Como de fato propõe contra XXX CELULAR S.A., pessoa jurídica inscrita no CNPJ sob o nº
00.000.000/0000-00, endereço: Av. Passarinho Verde, nº 1111, Bairro, João Pessoa - PB, CEP 00000-000, e o
faz escorada em legislação atinente, jurisprudência cristalizada em Instâncias Superiores e pelos motivos e
razões adiante expendidos:

DA JUSTIÇA GRATUITA
Requer a Vossa Excelência que sejam deferidos os benefícios da Justiça Gratuita, com fulcro na Lei
nº 1.060/50, com as alterações introduzidas pela Lei nº 7.510/86, por não ter condições de arcar com as
custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento e de sua família.

A QUAESTIO FACTI
A senhora Fulana de Tal é consumidora da XXX Celular S.A., sendo contratante de nove (09) grupos,
plano empresa: 1111111111; 2222222222; 3333333333; 4444444444; 5555555555; 6666666666;
7777777777; 8888888888 e 9999999999.
Em agosto de 2011, a consumidora, ora promovente, recebeu cobranças – indevidas - que se referem
aos seguintes grupos: 1111111111; 2222222222; 3333333333; 4444444444; 5555555555 (CÓPIA DAS
FATURAS E COMPROVANTES DE PAGAMENTO EM ANEXO, “DOC 1 - PARTE 1” e “DOC 1 - PARTE 2”).
Constatando a cobrança errônea em suas faturas, a consumidora, ora promovente, entrou em contato
com o fornecedor, ora promovido, através do Serviço de Atendimento ao Consumidor – SAC, na tentativa
de resolver o problema de forma amigável. Contudo, mesmo entrando em contato – diversas vezes - com o
fornecedor para explicar – detalhadamente – todo abuso que estava sofrendo, não obteve êxito. Conforme
de faz demonstrar através dos seguintes números de protocolo de atendimento:
- transcrição dos 42 números de protocolo -
Conforme aconselhada pelo serviço de atendimento ao consumidor, a consumidora efetuou o
pagamento, excetuando os valores cobrados erroneamente; todavia, o fornecedor inseriu o nome da
consumidora Fulana de Tal, CPF 000.000.000-00 no cadastro do Serviço de Proteção ao Crédito
SPC/Serasa, pondo em risco a possibilidade de a consumidora continuar exercendo as suas atividades
profissionais e, portanto, o seu sustento e da sua família (consulta disponibilizada pelo Sistema de
Análises de Crédito – SAC BRASIL em anexo, DOC 2).
Após diversas tentativas de solucionar o problema amigavelmente e, insatisfeita com o descaso
apresentado pelo fornecedor, a consumidora, desacreditada com a possibilidade de resolver seu problema
de forma amigável, ingressou com uma reclamação na ANATEL, Protocolo 000000.2012 (Conforme
documento em anexo, DOC 3), que passou a fiscalizar o procedimento adotado pelo fornecedor-promovido
através do protocolo de atendimento fornecido pela própria XXX CELULAR S.A., sob o número:
0000000000000.
De certo que o Código de Defesa do Consumidor é uma Lei principiológica, de ordem pública e
interesse social; Caracterizam-se, tais fatos praticados pelo fornecedor-promovido, como um verdadeiro
atentado à harmonia das sobreditas relações de consumo, assim sendo, um ataque ao artigo 4°, III, do CDC,
bem como a toda legislação consumerista.
Destarte, diante a desigual luta de forças, somente restava a consumidora-promovente buscar as vias
judiciais, que, por certo à luz dos fatos e do direito, ao final, dará a cada um o que é seu na forma da lei.

A QUAESTIO JURIS

DA TUTELA ANTECIPADA POR LIMINAR


A possibilidade de aplicação do art. 273 CPC se dá pela prova inequívoca, verossimilhança da
alegação e, também, pelo perigo da demora; tendo em vista que a consumidora, obrigatoriamente, para
exercer suas atividades profissionais, não pode ter seus dados (NOME: Fulana de Tal, CPF: 000.000.000-00
ou CNPJ ...) inscritos no Serviço de Proteção ao Crédito SPC/Serasa.
Neste caso, perante os documentos apresentados, e – principalmente – pela permanência do nome
da promovente no cadastro do SPC/Serasa, é que a promovente pleiteia junto a este Juízo, por medida
liminar, que determine a retirada imediata do nome da promovente do cadastro do Serviço de Proteção
ao Crédito – SPC/Serasa; eis que resta evidenciada a ilegalidade, abuso de direito, dolo, negligência,
irresponsabilidade, má-fé e desrespeito ao consumidor nos atos praticados pelo fornecedor-promovido.
De tal sorte que as alegações apresentadas suprem os requisitos do Fumus Boni Iuris e Periculum in
mora, além de prova inequívoca e verossimilhança.
Presentes os requisitos, requer a Vossa Excelência que, nos termos do art. 273 do CPC e art. 84 §3º
do Código de Defesa do Consumidor, determine a retirada imediata do nome da promovente do cadastro
do Serviço de Proteção ao Crédito – SPC/Serasa, como forma de tentar amenizar os – diversos – prejuízos
suportados pela parte promovente, que, até este momento sofre as duras consequências dos atos ilegais e
irresponsáveis praticados pelo promovido.

DA INEXISTÊNCIA DO DÉBITO
É cabível (inclusive no Juizado Especial) a promoção de Ação declaratória de Inexistência de Débito,
conforme (Ac. 1.ª Seção do STJ, no CC 52.431-PB, rel. Min. Luiz Fux, j. 22-03-06, DJU 17-04-06, p. 163).
Portanto, indispensável apresentar os fatos ao pronunciamento do judiciário, para que seja
declarada, de forma expressa, a inexistência do débito, conforme estabelece a norma contida no artigo 4º
inciso I, do Código de Processo Civil brasileiro:

Art. 4º. I - O interesse do autor pode limitar-se à declaração:


I – da existência ou inexistência de relação jurídica; (...)
Está claro que tal querela está totalmente tutelada pelo Código de Defesa do Consumidor; conforme
conceitos dispostos no próprio Código:
Art. 2º Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou
serviço como destinatário final.
Art. 3º Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou
estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de
produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação,
distribuição ou comercialização de produtos ou prestações de serviços.

DO DANO MORAL
A Constituição Federal de 1988, no art. 5º, inciso X, assegura o direito de indenização pelo dano
moral decorrente de violação à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem das pessoas. A pretensão da
promovente também está sob a proteção do Código Civil e do Código do Consumidor brasileiro:

Código Civil - Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral,
comete ato ilícito.
Código Civil - Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (art. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo.
Código de Defesa do Consumidor – Art. 6°, VI. São direitos básicos do consumidor: (...) a
efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e
difusos.
Código de Defesa do Consumidor – Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar
cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá,
alternativamente e à sua livre escolha: (...) III - rescindir o contrato, com direito à
restituição de quantia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e
danos.

O dano moral é pleiteado nesta ação em virtude da inserção do nome da consumidora no cadastro
do Serviço de Proteção ao Crédito – SPC/Serasa.
Devemos ressaltar que no presente caso estamos diante de um DANO MORAL PURO, que é aquele
que atinge diretamente a dignidade do consumidor; o Código de Defesa do Consumidor tem como política
de aplicação das relações de consumo a Dignidade da pessoa humana, assim sendo, basta o nexo causal, a
infração da lei para a caracterização do DANO MORAL PURO.

“A inscrição indevida do consumidor em um banco de dados de proteção ao crédito gera a obrigação


de indenização por danos morais.
É de bom alvitre, ainda, frisar que em um caso desse tipo, estamos diante de um DANO MORAL
PURO, que é aquele que atinge diretamente a dignidade do consumidor.
Neste tipo de situação, independe que o consumidor tenha efetivamente sofrido qualquer
restrição, pois já houve o nexo causal, a infração da Lei. Estamos diante de um dano moral puro, que
atinge diretamente a dignidade do consumidor.
O dano moral puro não carece de prova do real reflexo patrimonial, é suficiente, para tanto,
apenas a comprovação do ato ilícito e do nexo de causalidade, bem como presumidos os efeitos nefastos na
reputação do ofendido. A prova de dano moral nestes casos se satisfaz com a existência da conduta
irregular. Não sendo necessário que o consumidor, por exemplo, pegue uma certidão constando a restrição
ao crédito sofrida.
Conforme entendimento do Tribunal de Justiça da Paraíba: O dano moral puro ou objetivo não
necessita de prova do efetivo reflexo patrimonial, sendo suficiente a comprovação do ato ilícito e do nexo
de causalidade, bem como presumidos os efeitos nefastos na honra do ofendido. A indenização por dano
moral não tem finalidade de obtenção de lucro ou de qualquer vantagem financeira, tendo por objetivo,
isto sim, o de reparar de forma sensata os danos morais efetivamente ocasionados pelo ofensor. (TJPB -
Apelação Cível nº 888.2002.0017 - 1ª Câmara Cível - Rel. Des. Jorge Ribeiro Nóbrega - j. 20/06/ 2002).”
(NORAT, Markus Samuel Leite. Direito do Consumidor. Leme-São Paulo: Edijur, 2012. p. 227-228.)
Não podendo deixar de enfatizar que a condenação do promovido ao pagamento de indenização por
danos morais face o constrangimento causado a consumidora, em virtude de suas condutas irregulares
e/ou ilegais, é de extrema importância para conferir-lhes o efeito pedagógico e desencorajamento a prática
de novos ataques semelhantes aos demais consumidores brasileiros.
Portanto, acompanhando entendimento proferido em sentença pelo juiz Luiz Antonio Alves Bezerra,
de acordo com a inoperância recalcitrante do fornecedor em resolução de problemas ínfimos, bem assim
pela finalidade pedagógica e profilática para evitar novas reincidentes, em que sempre reincidem, em
vista, quem sabe, da parcimônia dos magistrados no duplo grau de jurisdição, em banalização e tarifação
do dano moral em quantias ínfimas, a trazer, conquanto, a chamada ditadura da litigância, em face de que,
para a empresa, é mais congruente pagar tais indenizações pífias do que prestar razoável, adequado e
congruente serviço aos consumidores, importante se faz que a condenação do fornecedor ao pagamento de
indenização por danos morais sirva com o efeito pedagógico e desencorajador à prática de novos ataques
semelhantes aos demais consumidores brasileiros, pois, os fornecedores somente darão a devida atenção
as suas responsabilidades para com os consumidores, quando sentirem no bolso os efeitos dos grosseiros
erros que cometem contra os consumidores e contra e legislação brasileira em vigor. Além disso, tal
indenização deve ser corrigida monetariamente até a data efetiva do pagamento, com os juros legais a
partir da citação do promovido.
O dano moral implica na violação dos direitos da personalidade. Ressalte-se que o dano moral não
deve ser considerado como sendo um sentimento negativo de dor, angústia, vergonha, humilhação etc.,
essas são, em verdade, as consequências geradas no consumidor. O entendimento jurisprudencial é
pacífico no sentido de que a o dano moral deve ser reparado mediante indenização.

DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA


Para que não paire dúvidas sobre a irregularidade cometida pela instituição financeira demandada, é
necessária a inversão do ônus da prova, nos termos do inciso VIII do artigo 6° do Código de Proteção e
Defesa do Consumidor.
Assim sendo, caso os documentos apresentados não sejam suficientemente esclarecedores, que
Vossa Excelência se digne em determinar a inversão do ônus da prova, por ser um mecanismo necessário e
hábil para que se concretize a justiça.
DO PEDIDO

Posto isto, requer a Vossa Excelência:


1) Que sejam deferidos os benefícios da Justiça Gratuita, com fulcro na Lei nº 1.060/50, com as
alterações introduzidas pela Lei nº 7.510/86, por não ter condições de arcar com as custas processuais e
honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento e de sua família;
2) Digne-se de ordenar a citação do promovido nos endereços declinados para, querendo, no prazo e
forma legais apresentar as suas respostas, sob pena de não o fazendo, se presumirão aceitos pelo
promovido, os fatos articulados pelo promovente - Da revelia (art. 285, parte final, do CPC) -, além de
confissão sob a matéria de fato segundo procedimento da Lei nº 5.478/68;
3) Determinar a inversão do ônus da prova em favor da parte promovente, consoante disposição do
artigo 6°, inciso VIII, do CDC;
4) Que seja condenado o promovido, em caso de recursos, em custas processuais e demais
cominações legais, incluindo honorários advocatícios na base de 20% sobre o valor da condenação,
acrescido de juros e correção monetária.
5) A total procedência desta Ação, nos termos supramencionados, para:
a) Que o promovido seja obrigado a cessar com a cobrança referente ao débito inexistente, e, seja
obrigado a dar baixa no suposto débito sob pena de multa diária (Conforme Art. 84 §4º do CDC);
b) Que seja confirmada a cobrança INDEVIDA, e a ilegalidade da inserção do nome da
promovente no cadastro do Serviço de Proteção ao Crédito – SPC/Serasa (que seja determinado – por
medida liminar – a retirada imediata do nome da consumidora do referido cadastro);
c) Que o fornecedor-promovido seja condenado em DANOS MORAIS, no importe a ser arbitrado
por este Juízo competente, em virtude do descaso do fornecedor-promovente que ocasionou
consequências à consumidora; pelo ataque a legislação consumerista brasileira; e, principalmente, pela
negligência, ingerência, ineficiência e desprezo à consumidora, o qual ficou desassistida de forma e
modo irresponsável por parte do fornecedor ora demandado.
Protestando provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos.

Dá-se à causa o valor de R$ 00.000,00 (valor por extenso).

E. Deferimento
João Pessoa, 09 de março de 2084
[Local], [dia] de [mês] de [ano]

- ASSINATURA -
Nome do Advogado
OAB/XX 00.000
AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C REPETIÇÃO DO INDÉBITO E
INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS (SITUAÇÃO: OPERADORA DE CARTÃO DE CRÉDITO
INSERE - REINTERADAS VEZES - DÉBITOS INEXISTENTES NA FATURA DE CONSUMIDORA).

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito do ___° Juizado Especial Cível da Comarca de João
Pessoa - Paraíba

FULANA DE TAL, brasileira, casada, professora, portadora de CPF 000.000.000-00 e RG 0.000.000 -


SSP/PB, residente e domiciliada na Rua da Felicidade, n° 01, Bairro da Alegria, João Pessoa – PB, CEP
00000-000, por seu advogado adiante assinado, legalmente constituído nos termos do instrumento de
mandato em anexo, com escritório situado à Av. Jurídica nº 000, Sala 00, Bairro, João Pessoa – PB, CEP
11111-111, onde receberá notificações, vem, com respeito e acatamento à presença de Vossa Excelência
propor:

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C REPETIÇÃO DO INDÉBITO E


INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS
Como de fato propõe contra XXX BANCO MÚLTIPLO S.A., pessoa jurídica inscrita no CNPJ sob o nº
11.111.111/1111-11, endereço: Av. Dos Fornecedores, nº 111, Loja 1, Bairro, Recife - PE, CEP 00000-000, e
o faz escorada em legislação atinente, jurisprudência cristalizada em Instâncias Superiores e pelos motivos
e razões adiante expendidos:

DA JUSTIÇA GRATUITA
Requer a Vossa Excelência que sejam deferidos os benefícios da Justiça Gratuita, com fulcro na Lei
nº 1.060/50, com as alterações introduzidas pela Lei nº 7.510/86, por não ter condições de arcar com as
custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento e de sua família.

A QUAESTIO FACTI
A senhora Fulana de Tal é consumidora do XXX Banco Múltiplo S.A.; sendo titular de um cartão do
crédito nº 0000000000.
A consumidora, ora promovente, recebeu cobranças indevidas na fatura do cartão de crédito,
referente à data 15 de setembro de 2011, no valor de R$5.555,55 (valor por extenso), com a nomenclatura
“OUTROS PE”. Entretanto o valor que deveria ser cobrado era R$111,11 (valor por extenso), em virtude de
um parcelamento (CÓPIA DAS FATURAS EM ANEXO, “DOC 01”).
Tentando resolver o problema a consumidora entrou em contato com o fornecedor. No dia 12 de
setembro de 2011 a consumidora, por volta das 19 horas, entrou em contato com o Serviço de
Atendimento ao Consumidor – SAC (Protocolo 0000000000) e recebeu a informação de que deveria pagar
somente o valor que era efetivamente devido, excluindo-se o valor que veio em excesso.
A consumidora efetuou o pagamento da fatura da forma e modo aconselhada pelo atendente do
SAC; todavia, na fatura subsequente, a consumidora constatou que foram adicionados os seguintes valores:
R$111,11 (saldo restante devedor) + R$22,22 (juros de financiamento) + R$33,33 (IOF de financiamento)
CÓPIA DAS FATURAS EM ANEXO, “DOC 01”.
A consumidora tentou, mais uma vez, resolver o problema indo até uma loja do fornecedor-
promovido, entretanto não obteve êxito; permanecendo com a cobrança, pois o atendente não soube lhe
informar a origem do débito cobrado em suas faturas.
Posteriormente, mais uma vez, a consumidora foi surpreendida com a inserção de valores indevidos
na fatura do cartão de crédito; na fatura referente a 15 de janeiro de 2012 o fornecedor-promovido inseriu
R$111,11 (MULTA POR ATRASO) + R$22,22 (ENCARGOS DE ATRASO) + R$33,33 (ENCARGOS DE
ATRASO) + R$44,44 (JUROS DE FINANCIAMENTO) + R$55,55 (IOF DE FINANCIAMENTO) + R$66,66
(JUROS DE MORA). Tais valores são indevidos, pois a fatura referente ao mês anterior foi paga em
conformidade com a data do vencimento (CÓPIA DAS FATURAS EM ANEXO, “DOC 02”).
A consumidora – mais uma vez – foi a uma loja do fornecedor para tentar solucionar o problema;
mesmo enfrentando diversos problemas de ordem física (CID – 10 592.3, atestado de 30 dias) e, também,
de ordem mental (CID 10 F32.1 + F412, sendo, pois, atestado pelo médico psiquiatra que seria necessário
o reajuste da medicação da consumidora, para suportar a piora do seu quadro clínico na data que estava
enfrentando tais contrariedades); conforme se demonstra através dos atestados - físico e psiquiátrico - em
anexo “DOC 03” e “DOC 04”.
Após diversas tentativas de solucionar o problema amigavelmente e, insatisfeita com o descaso
apresentado pelo fornecedor, a consumidora, desacreditada com a possibilidade de resolver seu problema
de forma amigável, ingressou com uma reclamação no PROCON-PB (Processo 0000-000.000-0).
O PROCON-PB, afirmando que o fornecedor-promovido “É REINCIDENTE DE FORMA
CONTUMAZ”, emitiu o seguinte PARECER-RELATÓRIO (inteiro teor em anexo, “DOC 05”):

“A SOLICITAÇÃO DA POSTULANTE É PATENTE NA VEROSSIMILHANÇA. A DEMANDADA NÃO


CONSEGUIU INVERTER O ÔNUS DA PROVA, A FORNECEDORA APRESENTOU EQUAÇÃO BALIZADA,
NÃO ESBOÇOU CÁLCULOS – DESNUDAÇÃO DE FUNDAMENTO. TAMPOUCO, JUNTOU O CONTRATO
DA RELAÇÃO EPIGRAFADA.
Malferiram o Princípio da Dignidade Humana, gerando à hipossuficiente/reclamante, prejuízos de
ordem patrimonial e moral. Eclodindo cláusulas extravagantes, égide da abusividade, espancando as
balizas do ritual financeiro e denegaram irremovível direito da postulante.
(...)
Indicamos aplicação de multa no valor de R$40.000,00 (quarenta mil reais), o qual será depositado
no FUNDO DE DIREITOS DIFUSOS criado pela Lei 8.583/98, conta “x” Agência “x”. Não sendo recolhida a
multa em 30 dias, após decisão definitiva, o débito será inscrito em dívida ativa, para subsequente
execução fiscal.
Devendo, ainda, as reclamadas terem seus nomes lançados no CADASTRO NACIONAL DE MAUS
FORNECEDORES E PRESTADORES DE SERVIÇOS, como determina o CDC.”
De certo que o Código de Defesa do Consumidor é uma Lei principiológica, de ordem pública e
interesse social; Caracterizam-se, tais fatos praticados pelo fornecedor-promovido, como um verdadeiro
atentado à harmonia das sobreditas relações de consumo, assim sendo, um ataque ao artigo 4°, III, do CDC,
bem como a toda legislação consumerista.
Destarte, diante a desigual luta de forças, somente restava a consumidora-promovente buscar as vias
judiciais, que, por certo à luz dos fatos e do direito, ao final, dará a cada um, o que é seu na forma da lei.

A QUAESTIO JURIS

DA INEXISTÊNCIA DO DÉBITO
É cabível (inclusive no Juizado Especial) a promoção de Ação declaratória de Inexistência de Débito,
conforme (Ac. 1.ª Seção do STJ, no CC 52.431-PB, rel. Min. Luiz Fux, j. 22-03-06, DJU 17-04-06, p. 163).
Portanto, indispensável apresentar os fatos ao pronunciamento do judiciário, para que seja declarada de
forma expressa a inexistência do débito, conforme estabelece a norma contida no artigo 4º inciso I, do
Código de Processo Civil brasileiro:
Art. 4º. I - O interesse do autor pode limitar-se à declaração:
I – da existência ou inexistência de relação jurídica; (...)
Estando claro que tal querela está totalmente tutelada pelo Código de Defesa do Consumidor;
conforme conceitos dispostos no próprio Código:
Art. 2º Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou
serviço como destinatário final.
Art. 3º Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou
estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de
produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação,
distribuição ou comercialização de produtos ou prestações de serviços.
De tal maneira, nesta contenda judicial, devem ser respeitadas as prerrogativas dispostas pelo
Código de Defesa do Consumidor brasileiro.

DA REPETIÇÃO DO INDÉBITO
A repetição de indébito é um instituto promulgado pelo legislador com desígnio de reparar o
consumidor pelas restrições causadas pela circunstância tormentosa que a cobrança ilícita lhe causou.
Dispõe o parágrafo único do artigo 42 do Código de Defesa do Consumidor brasileiro:
Art.42. Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição
do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção
monetária e juros legais, salvo de engano justificável.
Mediante todos os – vários – irracionais e irresponsáveis atos ilícitos praticados pelo Promovido, que
contrariam toda a legislação, jurisprudência e bons costumes, além dos diversos transtornos provocados ao
Consumidor, resta-lhe requerer a restituição dos valores indevidamente cobrados, em DOBRO, corrigidos e
acrescidos dos juros legais, conforme preceitua o dispositivo legal acima elencado.

DO DANO MORAL
A Constituição Federal de 1988, no art. 5º, inciso X, assegura o direito de indenização pelo dano
moral decorrente de violação à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem das pessoas. A pretensão da
promovente também está sob a proteção da Lei Civil e do Código do Consumidor brasileiro:

Código Civil - Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral,
comete ato ilícito.
Código Civil - Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (art. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo.
Código de Defesa do Consumidor – Art. 6°, VI. São direitos básicos do consumidor: (...) a
efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e
difusos.
Código de Defesa do Consumidor – Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar
cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá,
alternativamente e à sua livre escolha: (...) III - rescindir o contrato, com direito à
restituição de quantia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e
danos.
O dano moral é pleiteado nesta ação em virtude do descaso do fornecedor-promovente que
ocasionou consequências em virtude dos diversos transtornos e aborrecimentos, além de prejuízos
financeiros causados à consumidora.
Não podendo deixar de enfatizar que a condenação do promovido ao pagamento de indenização por
danos morais face o constrangimento causado a consumidora, em virtude de suas condutas irregulares
e/ou ilegais, é de extrema importância para conferir-lhes o efeito pedagógico e desencorajamento a prática
de novos ataques semelhantes aos demais consumidores brasileiros.
Portanto, acompanhando entendimento proferido em sentença pelo juiz Luiz Antonio Alves Bezerra,
de acordo com a inoperância recalcitrante do fornecedor em resolução de problemas ínfimos, bem assim
pela finalidade pedagógica e profilática para evitar novas reincidentes, em que sempre reincidem, em
vista, quem sabe, da parcimônia dos magistrados no duplo grau de jurisdição, em banalização e tarifação
do dano moral em quantias ínfimas, a trazer, conquanto, a chamada ditadura da litigância, em face de que,
para a empresa, é mais congruente pagar tais indenizações pífias do que prestar razoável, adequado e
congruente serviço aos consumidores, importante se faz que a condenação do fornecedor ao pagamento de
indenização por danos morais sirva com o efeito pedagógico e desencorajador à prática de novos ataques
semelhantes aos demais consumidores brasileiros, pois, os fornecedores somente darão a devida atenção
as suas responsabilidades para com os consumidores, quando sentirem no bolso os efeitos dos grosseiros
erros que cometem contra os consumidores e contra e legislação brasileira em vigor. Além disso, tal
indenização deve ser corrigida monetariamente até a data efetiva do pagamento, com os juros legais a
partir da citação do promovido.
O dano moral implica na violação dos direitos da personalidade. Ressalte-se que o dano moral não
deve ser considerado como sendo um sentimento negativo de dor, angústia, vergonha, humilhação etc.,
essas são, em verdade, as consequências geradas no consumidor. O entendimento jurisprudencial é
pacífico no sentido de que a o dano moral deve ser reparado mediante indenização.

DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA


Para que não paire dúvidas sobre a irregularidade cometida pela instituição financeira demandada, é
necessária a inversão do ônus da prova, nos termos do inciso VIII do artigo 6° do Código de Proteção e
Defesa do Consumidor.
Assim sendo, caso os documentos apresentados não sejam suficientemente esclarecedores, que
Vossa Excelência se digne em determinar a inversão do ônus da prova, por ser um mecanismo necessário e
hábil para que se concretize a justiça.

DO PEDIDO
Posto isto, requer a Vossa Excelência:
1) Que sejam deferidos os benefícios da Justiça Gratuita, com fulcro na Lei nº 1.060/50, com as
alterações introduzidas pela Lei nº 7.510/86, por não ter condições de arcar com as custas processuais e
honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento e de sua família;
2) Digne-se de ordenar a citação do promovido nos endereços declinados para, querendo, no prazo e
forma legais apresentar as suas respostas sob pena de não o fazendo, se presumirão aceitos pelo
promovido, os fatos articulados pelo promovente - Da revelia (art. 285, parte final, do CPC), além de
confissão sob a matéria de fato segundo procedimento da Lei nº 5.478/68;
3) Determinar a inversão do ônus da prova em favor da parte autora, consoante disposição do artigo
6°, inciso VIII, do CDC;
4) Que seja condenado o promovido, em caso de recursos, em custas processuais e demais
cominações legais, incluindo honorários advocatícios na base de 20% sobre o valor da condenação,
acrescido de juros e correção monetária.
5) A total procedência desta Ação, nos termos supramencionados, para:
a) Que seja confirmada a cobrança INDEVIDA, e que o promovido seja obrigado a cessar com a
cobrança referente ao débito inexistente, e, seja obrigado a dar baixa no suposto débito sob pena de
multa diária (Conforme Art. 84 §4º do CDC);
b) Que o fornecedor-promovido seja condenado a restituir o valor pago pela consumidora,
acrescido da repetição do indébito, conforme disposto no parágrafo único do Artigo 42 do Código de
Defesa do Consumidor, perfazendo, portanto, a quantia a ser restituída, no total de R$111,11 (valor por
extenso);
c) Que o fornecedor-promovido seja condenado em Danos Morais, no importe a ser arbitrado por
este Juízo competente, em virtude do descaso do fornecedor-promovente que ocasionou consequências
em virtude dos diversos transtornos físicos e psiquiátricos, além de prejuízos financeiros causados à
consumidora; pelo ataque a legislação consumerista brasileira; e, principalmente, pela negligência,
ingerência, ineficiência e desprezo à consumidora, o qual ficou desassistida de forma e modo
irresponsável por parte do fornecedor ora demandado.
Protestando provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos.

Dá-se à causa o valor de R$ 00.000,00 (valor por extenso).

E. Deferimento
João Pessoa, 09 de março de 2084
[Local], [dia] de [mês] de [ano]

- ASSINATURA -
Nome do Advogado
OAB/XX 00.000
CONTRARRAZÕES AO RECURSO INOMINADO PELO RECORRIDO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito do ___° Juizado Especial Cível da Comarca de João
Pessoa - Paraíba

Processo n° 0000000-00.0000.000.0000

FULANA DE TAL, já qualificada nos autos do processo em epígrafe, vem, tempestivamente, com
respeito e acatamento, apresentar CONTRARRAZÕES ao manifestante protelatório RECURSO
INOMINADO de fls., requerendo que se digne Vossa Excelência mandar processá-la para que suba a
Egrégia Turma Recursal.

Termos em que,
Pede e espera deferimento.

João Pessoa, 09 de março de 2084


[Local], [dia] de [mês] de [ano]

- ASSINATURA -
Nome do Advogado
OAB/XX 00.000
CONTRARRAZÕES AO RECURSO INOMINADO PELO RECORRIDO

PROCESSO: 0000000-00.0000.000.0000
ORIGEM: 3º Juizado Especial Cível da Comarca de João Pessoa - Paraíba
RECORRIDA: FULANA DE TAL
RECORRENTE: XXX CELULAR S.A.

Egrégia Turma Recursal

Assiste toda razão o ilustre julgador “a quo”, quando, ao decidir, satisfez a pretensão da parte
RECORRIDA, condenando a XXX CELULAR S.A. a pagar o valor de R$ 00.000,00 (xxx mil reais), referente
às cobranças ilegais e, também, pelo dano moral sofrido, aludidos na exordial.
De tal modo, a respeitável sentença prolatada, que julgou procedente o pedido da parte Recorrida
merece ser sustentada.
Houve bem o juízo “a quo”, quando, ao decidir, usou de cuidado, de sensibilidade, de aparato legal e
jurisprudencial, para prover satisfatoriamente a pretensão autoral de ressarcimento aos danos materiais e
morais sofridos pela senhora FULANA DE TAL, que foram causados, de forma e modo irresponsáveis, pela
XXX CELULAR S.A.

1. SÍNTESE DO HISTÓRICO PROCESSUAL


A senhora Fulana de Tal é consumidora da XXX Celular S.A., sendo contratante de nove (09) grupos
telefônicos.
Em agosto de 2011, a senhora Fulana de Tal, recebeu cobranças – indevidas - que se referem a cinco
grupos (CÓPIA DAS FATURAS E COMPROVANTES DE PAGAMENTO EM ANEXO, “DOC 1 - PARTE 1” e
“DOC 1 - PARTE 2”).
Constatando a cobrança errônea em suas faturas, a consumidora entrou em contato com o
fornecedor, na tentativa de resolver o problema de forma amigável. Contudo, após passar mais de um ano
entrando em contato com o fornecedor para explicar – detalhadamente – todo abuso que estava sofrendo,
não obteve êxito. Conforme de faz demonstrar através dos 42 NÚMEROS DE PROTOCOLO de
atendimento:
----- transcrição dos 42 números de protocolo -----
Conforme aconselhada pelo SAC do fornecedor, a consumidora efetuou o pagamento, excetuando os
valores cobrados erroneamente; todavia, o fornecedor inseriu o nome da consumidora no cadastro do
SPC/Serasa, pondo em risco a possibilidade de a consumidora continuar exercendo as suas atividades
profissionais e, portanto, o seu sustento e da sua família (consulta disponibilizada pelo Sistema de
Análises de Crédito – SAC BRASIL em anexo, DOC 2).
Após diversas tentativas de solucionar o problema amigavelmente e, insatisfeita com o descaso
apresentado pelo fornecedor, a consumidora, desacreditada com a possibilidade de resolver seu problema
de forma amigável, ingressou com uma reclamação na ANATEL, Protocolo 000000.2012 (Conforme
documento em anexo, DOC 3), que passou a fiscalizar o procedimento adotado pelo fornecedor-
recorrente através do protocolo de atendimento fornecido pela própria XXX CELULAR S.A., sob o número
0000000000000.
Em virtude do – enorme – período de tempo que a consumidora passou tentando resolver o seu
problema de forma amigável, e, da incomensurável má vontade do fornecedor em ajustar o erro que
havia causado e retirar o nome da consumidora do SPC/Serasa, é que o Meritíssimo – sabidamente –
determinou o quantum indenizatório de 00.000,00 (xxx mil reais) baseado no dano material e moral
sofridos, na boa fé apresentada pela consumidora e, também, na absurda ingerência apresentada pela
XXX CELULAR S.A., que se negou a dar a consumidora o que seu por direito: sua integridade de viver
como uma pessoa honesta, que lhe tinha sido retirada desde que a XXX CELULAR S.A., de forma e modo
irresponsável, inseriu o nome da consumidora no SPC/Serasa.

2. DA MANUTENÇÃO DA RESPEITÁVEL SENTENÇA


A empresa recorrente, na página 4 e seguintes do recurso inominado, afirma que a consumidora está
tentando se esquivar de suas obrigações, pois todas as cobranças indevidas eram normalmente cobradas
pela empresa supramencionada; aduz ainda que a consumidora, em nenhum momento conseguiu provar
que estava sofrendo abusos.
Ora, a consumidora apresentou provas documentais e também 42 números de protocolo de
gravações de atendimento; além disso, conforme foi explanado na peça inicial, a consumidora-recorrida,
após constatar cobranças indevidas referentes aos grupos contratados junto ao fornecedor-recorrente,
entrou em contato com o Serviço de Atendimento da XXX CELULAR S.A., na tentativa de resolver o
problema de forma amigável.
Nas gravações dos atendimentos do SAC da XXX CELULAR S.A., que podem ser facilmente
detectadas através dos 42 (QUARENTA E DOIS) NÚMEROS DE PROTOCOLO DE ATENDIMENTO que
foram apresentados na peça inicial, a empresa assume que as cobranças estão com erro e aconselha a
consumidora a efetuar o pagamento, excetuando os valores que haviam sido cobrados erroneamente.
A consumidora pagou somente aquilo que era devido, todavia, o fornecedor inseriu o nome da
consumidora no cadastro do SPC/Serasa, deixando a consumidora prejudicada e desassistida de forma e
modo irresponsável.
A empresa recorrente, portanto, prejudicou a consumidora-recorrida, por todos os meios que pode,
deixando-a desassistida e negativada por mais de um ano, mesmo sendo a única culpada pelos prejuízos
sofridos pela consumidora.

3. DA ILEGALIDADE DO PROCEDIMENTO ADOTADO PELA PROMOVIDA


1- O fornecedor inseriu cobranças indevidas nas contas da consumidora.
2- A consumidora foi aconselhada pelo SAC do fornecedor a não efetuar o pagamento daquilo que
foi cobrado indevidamente; contudo, o fornecedor, insatisfeito em não receber o valor que implantou
indevidamente nas faturas, inseriu o nome da consumidora nos cadastros dos órgãos de proteção ao
crédito.
3- O fornecedor, em contestação apresentada em juízo, afirma que não inseriu o nome da
consumidora em nenhum cadastro, afirma ainda que a consumidora é inadimplente e desonrou as
prerrogativas de devedora e quebrou contrato. O que, sabemos, é inverdade.
Ora, pelos motivos narrados e comprovados com documentos (pelos protocolos de atendimento
fornecidos pela própria XXX, e, também, documentos emitidos pelo Serasa Experian e SPC-JP, todos
anexos à petição inicial), é cristalino as ilegalidades cometidas pela empresa XXX CELULAR S.A. em face
da consumidora FULANA DE TAL, bem como, também, um ataque frontal a legislação consumerista
brasileira.
O fornecedor cometeu lesão a um bem jurídico que é intrínseco à personalidade da consumidora.
“Podemos entender como sendo dano moral, a lesão a uma bem jurídico que é intrínseco à
personalidade do consumidor. Por exemplo: a honra, a integridade psicológica, a imagem, a saúde. O dano
moral (lesão a um bem jurídico que é intrínseco à personalidade) tem como consequência, produzir no
consumidor um sentimento negativo de dor, tristeza, vergonha, vexame, humilhação etc.
A inscrição indevida do consumidor em um banco de dados de proteção ao crédito gera a obrigação
de indenização por danos morais. É de bom alvitre, ainda, frisar que em um caso desse tipo, estamos diante
de um DANO MORAL PURO, que é aquele que atinge diretamente a dignidade do consumidor.
Neste tipo de situação, independe que o consumidor tenha efetivamente sofrido qualquer restrição,
pois já houve o nexo causal, a infração da Lei.” (Extraído do livro: NORAT, Markus Samuel Leite. Direito
do Consumidor. Leme São Paulo: Edijur, 2012. Página 229.).

4. DO DANO MORAL COMETIDO PELO FORNECEDOR-RECORRENTE


A Constituição Federal de 1988, no art. 5º, inciso X, assegura o direito de indenização pelo dano
moral decorrente de violação à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem das pessoas. A pretensão da
promovente também está sob a proteção da Lei Civil e do Código do Consumidor brasileiro:

Código Civil - Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral,
comete ato ilícito.
Código Civil - Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (art. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo.
Código de Defesa do Consumidor – Art. 6°, VI. São direitos básicos do consumidor: (...) a
efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e
difusos.
Código de Defesa do Consumidor – Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar
cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá,
alternativamente e à sua livre escolha: (...) III - rescindir o contrato, com direito à
restituição de quantia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e
danos.
Devemos ressaltar que no presente caso estamos diante de um DANO MORAL PURO, que é aquele
que atinge diretamente a dignidade do consumidor; o Código de Defesa do Consumidor tem como política
de aplicação das relações de consumo a Dignidade da pessoa humana, assim sendo, basta o nexo causal, a
infração da lei para a caracterização do DANO MORAL PURO; QUE PRECISARA SER MAJORADO EM
VIRTUDE DA INCOMENSURÁVEL MÁ-FÉ APRESENTADA PELO FORNECEDOR-RECORRENTE.

“A inscrição indevida do consumidor em um banco de dados de proteção ao crédito gera a


obrigação de indenização por danos morais.
É de bom alvitre, ainda, frisar que em um caso desse tipo, estamos diante de um DANO MORAL
PURO, que é aquele que atinge diretamente a dignidade do consumidor.
Neste tipo de situação, independe que o consumidor tenha efetivamente sofrido qualquer
restrição, pois já houve o nexo causal, a infração da Lei. Estamos diante de um dano moral puro, que
atinge diretamente a dignidade do consumidor.
O dano moral puro não carece de prova do real reflexo patrimonial, é suficiente, para tanto,
apenas a comprovação do ato ilícito e do nexo de causalidade, bem como presumidos os efeitos nefastos na
reputação do ofendido. A prova de dano moral nestes casos se satisfaz com a existência da conduta
irregular. Não sendo necessário que o consumidor, por exemplo, pegue uma certidão constando a restrição
ao crédito sofrida.
Conforme entendimento do Tribunal de Justiça da Paraíba: O dano moral puro ou objetivo não
necessita de prova do efetivo reflexo patrimonial, sendo suficiente a comprovação do ato ilícito e do nexo
de causalidade, bem como presumidos os efeitos nefastos na honra do ofendido. A indenização por dano
moral não tem finalidade de obtenção de lucro ou de qualquer vantagem financeira, tendo por objetivo,
isto sim, o de reparar de forma sensata os danos morais efetivamente ocasionados pelo ofensor. (TJPB -
Apelação Cível nº 888.2002.0017 - 1ª Câmara Cível - Rel. Des. Jorge Ribeiro Nóbrega - j. 20/06/ 2002).”
Extraído do livro:
NORAT, Markus Samuel Leite. Direito do Consumidor. São Paulo: Edijur, 2012. p. 229.

5. QUANTUM INDENIZATÓRIO BASEADO NO EFEITO PEDAGÓGICO E DESENCORAJADOR À


PRÁTICA DE NOVOS ATAQUES AOS DEMAIS CONSUMIDORES
Não podendo deixar de enfatizar que a condenação do promovido ao pagamento de indenização por
danos morais face o constrangimento causado a consumidora, em virtude de suas condutas irregulares
e/ou ilegais, é de extrema importância para conferir-lhes o efeito pedagógico e desencorajamento a prática
de novos ataques semelhantes aos demais consumidores brasileiros (o que é muito importante, pois,
sabemos todos, que recentemente o recorrente teve suas operações suspensas pela ANATEL em virtude de
desrespeito aos consumidores).
Portanto, acompanhando entendimento proferido em sentença pelo juiz Luiz Antonio Alves Bezerra,
de acordo com a inoperância recalcitrante do fornecedor em resolução de problemas ínfimos, bem
assim pela finalidade pedagógica e profilática para evitar novas reincidentes, em que sempre reincidem,
em vista, quem sabe, da parcimônia dos magistrados no duplo grau de jurisdição, em banalização e
tarifação do dano moral em quantias ínfimas, a trazer, conquanto, a chamada ditadura da litigância, em
face de que, para a empresa, é mais congruente pagar tais indenizações pífias do que prestar razoável,
adequado e congruente serviço aos consumidores, importante se faz que a condenação do fornecedor ao
pagamento de indenização por danos morais sirva com o efeito pedagógico e desencorajador à prática
de novos ataques semelhantes aos demais consumidores brasileiros, pois, os fornecedores somente
darão a devida atenção as suas responsabilidades para com os consumidores, quando sentirem no bolso
os efeitos dos grosseiros erros que cometem contra os consumidores e contra a legislação brasileira em
vigor. Além disso, tal indenização deve ser corrigida monetariamente até a data efetiva do pagamento, com
os juros legais a partir da citação do promovido.

DO PEDIDO
Ante o exposto, requer:
1) Que sejam deferidos os benefícios da Justiça Gratuita, com fulcro na Lei nº 1.060/50, com as
alterações introduzidas pela Lei nº 7.510/86, por não ter condições de arcar com as custas processuais e
honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento e de sua família;
2) Que esta Egrégia Turma, no mérito, julgue pelo DESPROVIMENTO TOTAL DO PRESENTE
RECURSO, uma vez que as alegações da Recorrente são totalmente IMPROCEDENTES, mantendo a
sentença do juízo a quo., em todos os seus termos;
3) A condenação da parte RECORRENTE ao pagamento das custas e honorários advocatícios na
monta de 20% sobre o valor da causa.

Termos em que,
Pede e Espera Deferimento
João Pessoa, 09 de março de 2084
[Local], [dia] de [mês] de [ano]

- ASSINATURA -
Nome do Advogado
OAB/XX 00.000
IMPUGNAÇÃO À CONTESTAÇÃO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito do ___° Juizado Especial Cível da Comarca de João
Pessoa - Paraíba

Processo n° 0000000-00.0000.000.0000

FULANA DE TAL, já qualificada nos autos, por seu advogado adiante assinado, legalmente
constituído nos termos do instrumento de mandato em anexo, vem, com respeito e acatamento à presença
de Vossa Excelência apresentar:

IMPUGNAÇÃO À CONTESTAÇÃO
Oferecida por XXX BANCO MÚLTIPLO S.A., pessoa jurídica inscrita no CNPJ sob o nº
00.000.000/0000-00, endereço: Av. Dos fornecedores, nº 111, Loja 1, Bairro, Recife - PE, CEP 00000-000,
administrada pelo BANCO XXXCARD S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o
n° 00.000.000/0000-00, com sede na Av. Dos Fornecedores, n° 222, Bairro, São Paulo - SP, consoante as
razões de fato e de direito a seguir aduzidas:

DA JUSTIÇA GRATUITA
Requer a Vossa Excelência que sejam deferidos os benefícios da Justiça Gratuita, com fulcro na Lei
nº 1.060/50, com as alterações introduzidas pela Lei nº 7.510/86, por não ter condições de arcar com as
custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento e de sua família.

A QUAESTIO FACTI
A senhora Fulana de Tal é consumidora do XXX Banco Múltiplo S.A.; sendo titular de um cartão do
crédito nº 0000000000.
A consumidora, ora promovente, recebeu cobranças indevidas na fatura do cartão de crédito,
referente à data 15 de setembro de 2011, no valor de R$5.555,55 (valor por extenso), com a nomenclatura
“OUTROS PE”. Entretanto o valor que deveria ser cobrado era R$111,11 (valor por extenso), em virtude de
um parcelamento (CÓPIA DAS FATURAS EM ANEXO, “DOC 01”).
Tentando resolver o problema a consumidora entrou em contato com o fornecedor. No dia 12 de
setembro de 2011 a consumidora, por volta das 19 horas, entrou em contato com o Serviço de
Atendimento ao Consumidor – SAC (Protocolo 20112552874960000) e recebeu a informação de que
deveria pagar somente o valor que era efetivamente devido, excluindo-se o valor que veio em excesso.
A consumidora efetuou o pagamento da fatura da forma e modo aconselhada pelo atendente do
SAC; todavia, na fatura subsequente, a consumidora constatou que foram adicionados os seguintes valores:
R$222,22 (saldo restante devedor) + R$333,33 (juros de financiamento) + R$44,44 (IOF de financiamento)
CÓPIA DAS FATURAS EM ANEXO, “DOC 01”.
A consumidora tentou, mais uma vez, resolver o problema indo até uma loja do fornecedor-
promovido, entretanto não obteve êxito; permanecendo com a cobrança, pois o atendente não soube lhe
informar a origem do débito cobrado em suas faturas.
Posteriormente, mais uma vez, a consumidora foi surpreendida com a inserção de valores indevidos
na fatura do cartão de crédito; na fatura referente a 15 de janeiro de 2012 o fornecedor-promovido inseriu
R$111,11 (MULTA POR ATRASO) + R$2,22 (ENCARGOS DE ATRASO) + R$33,33 (ENCARGOS DE
ATRASO) + R$44,44 (JUROS DE FINANCIAMENTO) + R$55,55 (IOF DE FINANCIAMENTO) + R$66,66
(JUROS DE MORA). Tais valores são indevidos, pois a fatura referente ao mês anterior foi paga em
conformidade com a data do vencimento (CÓPIA DAS FATURAS EM ANEXO, “DOC 02”).
A consumidora – mais uma vez – foi a uma loja do fornecedor para tentar solucionar o problema;
mesmo enfrentando diversos problemas de ordem física (CID – 10 592.3, atestado de 30 dias) e, também,
de ordem mental (CID 10 F32.1 + F412, sendo, pois, atestado pelo médico psiquiatra que seria necessário
o reajuste da medicação da consumidora, para suportar a piora do seu quadro clínico na data que estava
enfrentando tais contrariedades); conforme se demonstra através dos atestados - físico e psiquiátrico - em
anexo “DOC 03” e “DOC 04”.
Após diversas tentativas de solucionar o problema amigavelmente e, insatisfeita com o descaso
apresentado pelo fornecedor, a consumidora, desacreditada com a possibilidade de resolver seu problema
de forma amigável, ingressou com uma reclamação no PROCON-PB (Processo 0000-000.000-0).
O PROCON-PB, afirmando que o fornecedor-promovido “É REINCIDENTE DE FORMA
CONTUMAZ”, emitiu o seguinte PARECER-RELATÓRIO (inteiro teor em anexo, “DOC 05”):

“A SOLICITAÇÃO DA POSTULANTE É PATENTE NA VEROSSIMILHANÇA. A DEMANDADA NÃO


CONSEGUIU INVERTER O ÔNUS DA PROVA, A FORNECEDORA APRESENTOU EQUAÇÃO BALIZADA,
NÃO ESBOÇOU CÁLCULOS – DESNUDAÇÃO DE FUNDAMENTO. TAMPOUCO, JUNTOU O CONTRATO
DA RELAÇÃO EPIGRAFADA.
Malferiram o Princípio da Dignidade Humana, gerando à hipossuficiente/reclamante, prejuízos de
ordem patrimonial e moral. Eclodindo cláusulas extravagantes, égide da abusividade, espancando as
balizas do ritual financeiro e denegaram irremovível direito da postulante.
(...)
Indicamos aplicação de multa no valor de R$40.000,00 (quarenta mil reais), o qual será depositado
no FUNDO DE DIREITOS DIFUSOS criado pela Lei 8.583/98, conta “x” Agência “x”. Não sendo recolhida a
multa em 30 dias, após decisão definitiva, o débito será inscrito em dívida ativa, para subsequente
execução fiscal.
Devendo, ainda, as reclamadas terem seus nomes lançados no CADASTRO NACIONAL DE MAUS
FORNECEDORES E PRESTADORES DE SERVIÇOS, como determina o CDC.”
De certo que o Código de Defesa do Consumidor é uma Lei principiológica, de ordem pública e
interesse social; Caracterizam-se, tais fatos praticados pelo fornecedor-promovido, como um verdadeiro
atentado à harmonia das sobreditas relações de consumo, assim sendo, um ataque ao artigo 4°, III, do CDC,
bem como a toda legislação consumerista.
Destarte, diante a desigual luta de forças, somente restava a consumidora-promovente buscar as vias
judiciais, que, por certo à luz dos fatos e do direito, ao final, dará a cada um, o que é seu na forma da lei.

A QUAESTIO JURIS

DO DANO MORAL
A Constituição Federal de 1988, no art. 5º, inciso X, assegura o direito de indenização pelo dano
moral decorrente de violação à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem das pessoas. A pretensão da
promovente também está sob a proteção da Lei Civil e do Código do Consumidor brasileiro:

Código Civil - Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral,
comete ato ilícito.
Código Civil - Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (art. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo.
Código de Defesa do Consumidor – Art. 6°, VI. São direitos básicos do consumidor: (...) a
efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e
difusos.
Código de Defesa do Consumidor – Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar
cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá,
alternativamente e à sua livre escolha: (...) III - rescindir o contrato, com direito à
restituição de quantia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e
danos.
O dano moral é pleiteado nesta ação em virtude do descaso do fornecedor-promovente que
ocasionou consequências em virtude dos diversos transtornos e aborrecimentos, além de prejuízos
financeiros causados à consumidora.
Não podendo deixar de enfatizar que a condenação do promovido ao pagamento de indenização por
danos morais face o constrangimento causado a consumidora, em virtude de suas condutas irregulares
e/ou ilegais, é de extrema importância para conferir-lhes o efeito pedagógico e desencorajamento a prática
de novos ataques semelhantes aos demais consumidores brasileiros.
Portanto, acompanhando entendimento proferido em sentença pelo juiz Luiz Antonio Alves Bezerra,
de acordo com a inoperância recalcitrante do fornecedor em resolução de problemas ínfimos, bem assim
pela finalidade pedagógica e profilática para evitar novas reincidentes, em que sempre reincidem, em
vista, quem sabe, da parcimônia dos magistrados no duplo grau de jurisdição, em banalização e tarifação
do dano moral em quantias ínfimas, a trazer, conquanto, a chamada ditadura da litigância, em face de que,
para a empresa, é mais congruente pagar tais indenizações pífias do que prestar razoável, adequado e
congruente serviço aos consumidores, importante se faz que a condenação do fornecedor ao pagamento de
indenização por danos morais sirva com o efeito pedagógico e desencorajador à prática de novos ataques
semelhantes aos demais consumidores brasileiros, pois, os fornecedores somente darão a devida atenção
as suas responsabilidades para com os consumidores, quando sentirem no bolso os efeitos dos grosseiros
erros que cometem contra os consumidores e contra e legislação brasileira em vigor. Além disso, tal
indenização deve ser corrigida monetariamente até a data efetiva do pagamento, com os juros legais a
partir da citação do promovido.
O dano moral implica na violação dos direitos da personalidade. Ressalte-se que o dano moral não
deve ser considerado como sendo um sentimento negativo de dor, angústia, vergonha, humilhação etc.,
essas são, em verdade, as consequências geradas no consumidor. O entendimento jurisprudencial é
pacífico no sentido de que a o dano moral deve ser reparado mediante indenização.

DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA


Para que não paire dúvidas sobre a irregularidade cometida pela instituição financeira demandada, é
necessária a inversão do ônus da prova, nos termos do inciso VIII do artigo 6° do Código de Proteção e
Defesa do Consumidor.
Assim sendo, caso os documentos apresentados não sejam suficientemente esclarecedores, que
Vossa Excelência se digne em determinar a inversão do ônus da prova, por ser um mecanismo necessário e
hábil para que se concretize a justiça.

DO PEDIDO
Posto isto, requer a Vossa Excelência:
1) Que sejam deferidos os benefícios da Justiça Gratuita, com fulcro na Lei nº 1.060/50, com as
alterações introduzidas pela Lei nº 7.510/86, por não ter condições de arcar com as custas processuais e
honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento e de sua família;
2) Digne-se de ordenar a citação do promovido nos endereços declinados para, querendo, no prazo e
forma legais apresentar as suas respostas sob pena de não o fazendo, se presumirão aceitos pelo
promovido, os fatos articulados pelo promovente - Da revelia (art. 285, parte final, do CPC), além de
confissão sob a matéria de fato segundo procedimento da Lei nº 5.478/68;
3) Determinar a inversão do ônus da prova em favor da parte autora, consoante disposição do artigo
6°, inciso VIII, do CDC;
4) Que seja condenado o promovido, em caso de recursos, em custas processuais e demais
cominações legais, incluindo honorários advocatícios na base de 20% sobre o valor da condenação,
acrescido de juros e correção monetária.
5) Que esta ação seja julgada totalmente procedente, para:
a) Que o fornecedor-promovido seja condenado em Danos Morais, no importe a ser arbitrado por
este Juízo competente, em virtude do descaso do fornecedor-promovente que ocasionou consequências
em virtude dos diversos transtornos físicos e psiquiátricos, além de prejuízos financeiros causados à
consumidora; pelo ataque a legislação consumerista brasileira; e, principalmente, pela negligência,
ingerência, ineficiência e desprezo à consumidora, o qual ficou desassistida de forma e modo
irresponsável por parte do fornecedor ora demandado.
Protestando provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos.

Dá-se à causa o valor de R$ 00.000,00 (valor por extenso).

E. Deferimento

João Pessoa, 09 de março de 2084


[Local], [dia] de [mês] de [ano]

- ASSINATURA -
Nome do Advogado
OAB/XX 00.000
www.edijur.com.br

Potrebbero piacerti anche