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CAPíTULO X

Modelos Hermenêuticos
do Direito

Modelos prescritivos e modelos


hermenêuticos

E:1}lçel!Jcid~ll:
~~n2ção.ger~IA.~?fg.!lnamento jurídico como.
o lll.afi9modelo normativo_q!1-':tcirc_\!~~~ 1~!tl'lJ!:ngri&n-
ciajurídica ~iret~_Q~Edir~ta~~n!l:!Jl'llacionada .com.9_~~~.~~o, \
embõra não coincidente com este, cabe ao jurista não s6 inter- ';1
pretá30 como compreendê-lo rriedia~t!; modelôsêiêrí'tífiCôS ou I,

doutrinários. ' -- --- I


Desde a formação do Direito Moderno, sobretudo a partir
de Savigny, tornou-se corrente a distinção entre o Direito como
"sistema de normas" (e, acrescento eu, para prevenir-nos con-
tra o formalismo racionalista) e de "situações normadas", de
um lado, e, do outro, o Direito como doutrina ou forma de co-
nhecimento daquele sistema: é o que o mesmo Savigny deno-
minava Direito Científico.
Antes de mais nada, cumpre lembrar que essa distinção
deve ser entendida cum grano salis, isto é, com o devido crité-
rio e medida, porquanto já tive oportunidade de salientar a
íntima implicação que existe entre a experiência social e o

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conjunto de conceitos teóricos mediante os quais é ela captada força cogente, o que corresponde à caracteristica de coercibi-
e criadoramente objetiva da em estruturas cognoscitivas. lidade do direito.
É claro, poi!>,que não se estrutura nem se concebe o orde- Ora, a qualificação, por mim feita, da norma j uridica como
namentojuri~ico sem se lançar mão de elemimtos"t~.9ricos, tal uma proposição "bilateral atrib~tiva", considerando-a, outros-
.i! correlação que existe, notadamente no mundo cliltural , en- . sim, "coercível", são enunciados que não possuem força obriga-
tre a realidade subjacente e seus símbplos expressionais. tória. Trata-se de afirmações de ordem teórica ou científica,
O fato é, porém, que uma vez objetivado o ordenamento s~endo,como tais,' sus.ée'tív~liLqlf:teJ:tl.tll;çªQ-;:Et~iLP.-ªº
"Rossue~,
juridico, graças ao poder nomotético e ordenador do espírito, por conseguinte, caráter prescritivo, como, ao contrário, é pró-
não se deve esquecer que ele surge como base e instrumento de prio das regrasju~dicas, tanto,assim. que.nãoJallam 'mistas
que pretendem conceber o Direito des rovido de coação, e até
ação ou de conduta, tornando-se, por conseguinte, necessário'
mesmo à -Ínarg{;m'aõ'conceito de bilateralidade,
recebê-lo e interpretá-lo para inferir suas conseqüências práti-
. Cumpre, por conseguinte; ter presente que, a propósito do l
cas, na linha ou projeção de'cada fonte de direito. .
sentido 01.1 valor das DorroasJ,Rridicas.vigentes;"são formula-'
Cada norma, elemento nuclear do ordenamento (e o que
das pelos juristas inter ret~ões de natu~o1ltriDárj<U!u
se diz dela pode ser dito dele) põe-se como uma diretriz
prescritiva de organização ou de conduta, como algo, pois, de
~.!Ífífica,-destituídas-de-força-cogente,limitando-se S1la fun-
ção a dizer o ue p~od~~jt!.riili.ÇQ,s_significam..como variam
válido e objetivamente eficaz, constituindo como que uma pla- 'õs"Critérios e paradigmas interpretativos, as p.níRPsições e mQ~ -
taforma, a partir do qual os sujeitos de direito podem formar dêlos herm;nêuÜc~s - que nô Seutodõ çmnpj\em.JL£.QrPp_qa
suas pretensões e formular suas exigências. O direito, em sen- doutrina, ou o DiI:.eito Científico, conforme terminologia de
tido subjetivo, pressupõe, como é notório, o direito objetivo, o Savigny.':' d~p;ndemda posição de cada 'exegétã,_q:s:...qu~iss~ '
qual, concomitantemente, circunscreve e assegura a seu titu- distribuem em distintas teorias ou correntes_de.pensamento.
lar determinado campo de pretensões e exigibilidades, dada a - É por essa razão, pela não-prescritibilidade dos modelos
natureza bilateral-atributiva das normas jurídicas, como hermenêuticos, que não considero a doutrina uma das fontes
longamente exponho em minha Filosofia do Direito. do direito, o que não lhes diminui, absolutamente, a relevân-
~j. bem..'..ez.n
.v;ir~ud,?.de.s!;1: IJ~~~~p~la~n0rIE.a ju.~?ica cia, visto como é tarefa da doutrina esclarecer a significação
uma sItuaçao JundlCa , as dIretnzes por ela posta"s e das fontes de direito, para saber, por exemplo, se elas todas se
estabelecidas ãdqüirem tiin sêiltidó "dõgmátiêü;iiã acepção que reduzem, em última análise, à lei; se elas existem em numerus
este adjetivo EossuinàCiênciá Jündica: Seem Teolo~a dogma clausus; se. entre' elas há uma hierarquia etc.
~úma assertiva insuscétível de discussão, nos-domínios do Consoante já observei, a doutrina exerce uma função de
Direito dogma é uma prescrição que, salv~ vício de nulidade, vanguarda, pois, conforme será logo mais examinado, além de
não pode, in limine, deixar de ser considerada imperativa. Daí ela dizer o que as normasjuridicas efetivamente significam ou
J a denominação de Dogmática Juridica dada à Ciência do Di- passam a significar ao longo de sua aplicação no tempo, cabe-
I
.I ~eito no momento culminante em que ela elabora juízos a par- lhe enunciar os princípios gerais que presidem a vigência e
Itir do sistema de 'normas em vigor. eficácia das normas juridicas, bem como conceber os modelos
Pelo que foi exposto nos Capítulos anteriores, já ficamos hermenêuticos destinados a preencher as'lâclmas-do-si~~a
normativo, modelos e~ses .convertidos em -m?delmr~ritiyos,'
I'))
sabendo que essas normas prescritivas somente podem ser
emanadas pelas fontes de direito, e, como tais, são dotadas de graças ao poder constItucIOnalmente confendo ao JUIZ. .
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Pois bem, os modelos de direito de caráter hermenêutico, Siches, em 1974, ousei falar em "hermenêutica jurídica estru-
se têm em comum um papel científico-doutrinário, distribuem- tural"so.
se, todavia, em diversos tipos, de conformidade com que pas- Passo a reportar-me, com naturais atualizações, à parte
samos a verificar. essencial desse escrito, pois dificilmente poderia expressar-me
melhor. Nele me contraponho a duas orientações metodológicas,
a meu ver inadmissíveis: uma voltada apenas para o momento
Modelos hennenêuticos do Direito de genético e originário das fontes do dirliito; uma outra empe-
caráter metodológico nhada em apresentar a norma jurídica tão-somente em função
de fatos e valores supervenientes.
Observe-se, desde logo,q~!!2m ~Hio,.!l2.pl?n911e.rmen~~ti- Compreendido o ordenamento jurídico, digo eu, como uma
co da experiência jurídica se l;litua na categoria. de ."modelo totalidade orgânica em perene dinamismo, e reconhecido, so-
h"';i-;;;e~ê~tico",poísa interpretação do Direito po.de ser feita bretudo, à luz da filosofia fenomenológica, que todo produto
também
-..,
em- virtúdif
- .•.- - ...• .;. ~ • '...
e
de princípios
1'.....,r.
4
enunciados que não che-

histórico-cultural alberga um motivo e um sentido que
.gam a se revestIr de caractenstIcos estruturms,.sem os quais consubstanciam uma intencionalidade, cumpre reconhecer o
naó há que fâlar em mõaelô:~ . absurdo de uma opção entre dois sentidos que são complemen-
Além disso, que nem todos os processos metodológicos de tares: o propósito inicial da lei deve ser analisado em necessá-
investigação do Direito Objetivo constituem "modelos jurídico- ria correlação com a sua possível adequação a valores e fatos
hermenêuticos", propriamente ditos, porquanto, por exemplo, supervenientes.
os métodos dedutivos e analógicos, de que o jurista se serve Destarte, alterada a visão da experiência normativa, que
para compreensão das nOI"IIJas jurídicas, não diferem dos se- deixou de corresponder a mera estrutura lógico-formal, para
guidos pelos demais cientistas no estudo da experiência em ser entendida em termos retrospectivos de fontes e prospectivos
geral. de modelos, isto é, em razão de uma estrutura histórica con-
Não há, em suma, um método de inferência dedutiva tipi- creta, o problema hermenêutico deve passar a ser resolvido,
camente jurídico tão-somente pelo fato de versar sobre maté- partindo-se do pressuposto de que toda norma jurídica é:
ria jurídica: sob esse prisma, a Epistemologiajurídica coincide a) um modelo operacional que tipifica uma ordem de com-
com o esclarecido e exposto na Epistemologia como teoria ge- petência, ou disciplina uma classe de comportamentos
raI dos processos de conhecimento. possíveis; .
Isto não obstante, há normas ou diretrizes de interpreta- b) devendo ser interpretado no conjunto do ordenamento
ção que se constituem especificamente em razão do Direito, jurídico;
isto é, que se configuram como decorrência de se inserirem nos c) a PA.tlir.dos.fatos e.valores que,-originariamente,oc-º-ºs- I
quadros do ordenamento jurídico, o qual condiciona a atitude e tituíram.
o processo de conhecimento do pesquisador, por sinal que em Cumpre 'poriaerar, out'rossim, que,à luz dessa compreen-
correlação com a estrutura histórico-cultural na qual vigora o são globalizante ou estrutural, deve o jurista procurar a:tender
sistema e atua quem o estuda.
É dessa correlação essencial entre ato hermenêutica e es.
50. Cf. o meu estudo "Para uma hermenêutica jurídica estrutural", depois
trutura do ordenamento que, em um estudo realizado signifi- inserto em Estudos de Filosofia e Ciência do Direito, Saraiva, 1978, págs. 72
cativamente em homenagem ao saudoso amigo Luis Recaséns e segs.

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, também às mutações e imprevistos da vida social, utilizando- uma razão problemática e conjetural: ao historicismo lógico-
I se da elasticidade, Tn~;:e;rte a todo modelo jurídico, para a sua unitário de Hegel sobrevém um historicismo axiológico-plu-
"
,I - adequada atualização, cabendo-se, outrossim, não abandonar ral, cuja unidade dinâmica é dada pela referência à fonte
I , os valores essenciais de segurança e de certeza, que foram pos- projetante ou instituidora de valores que é a pessoa humana.
III . tos em risco pelos adeptos da Escola de Direito Livre, e, atual- Nesse contexto, a tarefa interpretativa deixa de ser um
mente, o são por certos defensores da chamada Justiça Alter- jogo formal de esquemas e figuras, para tomar-se um empe-
I, nativa. nho fundamentalmente ético, graças aos "modelos hermenêu-
I Na realidade, o processo hermenêutico, muito embora ticos" exigidos pela Ciência Jurídica em sua tarefa de modela-
"

I adquira maior raio de ação, inclusive pelo reconhecimento da gem ética da experiência.
I criatividade do intérprete nos casos de lacunas no sistema, tem
i! É a razão pela qual peço vênia para rematar estas páginas,
i I a balizá-lo a estrutura ou o contexto das normas in actu. Por recordando as seguintes diretrizes. que, a meu ver, constituem
mais que a interpretação possa tirar partido da elasticidàde' notas distintivas da que denomino interpretação estrut,j,ral:
normativa, preenchendo os vazios inevitáveis do sistema, deve a) A interpretação das normas jurídicas tem sempre ca-
i ela sempre manter compatibilidade lógica e ética com o ráter unitário, devendo suas diversas formas ser consi-
ordenamento jurídico positivo, excluída a possibilidade, verbi deradas momentos necessários de uma unidade de com-
gratia, de recusar-se eficácia a uma regra de Direito Positivo preensão (Unidade do processo hermenêutico).
a pretexto de colisão com ditames de umajustiça natural ou de
b) Toda interpretação jurídica é de natureza axiológica,
uma pesquisa sociológica. Não se pode, em suma, recusar efi-
isto é, pressupõe a valoração objetivada nas proposi-
cácia às estruturas normativas objetivadas no processo con-
ções normativas (Natureza axiológica do ato interpre-
creto da história, sob pena de periclitar o valor da certeza jurí, • tativo). ...' ....
dica, ao sabor de interpretações que refletem, não raro, posi-
c) 'Ibda interpretação jurídica dá-se necessariamente num
ções subjetivas variáveis e incertas.
Observe-se que a compreensão estrutural do processo contexto, isto é, em função da estrutura global do orde-
hermenêutico é, no fundo, corolário de novo conceito de racio- namento (Natureza integrada do ato interpretativo).
nal, quer se fale em Lógica do razoável, à maneira de Recaséns Cf) Nenhuma interpretação jurídica pode extrapolar a es-
Siches, Luigi Bagolini ou Chaim Perelman, quer se considere, trutura objetiva resultante da significação unitária e
consoante me parece mais plausível, que o razoável é uma das congruente dos modelos jurídicos positivos (Limites ob-
formas do racional, podendo ser melhor compreendido como jetivos do processo hermenêutico) ..
conjetural, tal como exponho em meu livro Verdade e Conjetura. e) 'Ibda interpretação é condicionada pelas mutações his-
Não se trata de voltar, evidentemente, à razão histórica tóricas do sistema, implicando tanto a intencionalidade
absoluta, predeterminadamente englobante, nos estilos da Fi- originária do legislador quanto as exigências fáticas e
losofia hegeliana, mas sim de admitir que o mundo histórico é axiológicas supervenientes, numa compreensão global,
uma totalidade de sentido, cujas objetivações intencionais, ou ao mesmo tempo retrospectiva e prospectiva (Natureza
cujas intencionalidades objetivadas continuam, porém, sem- histórico-concreta do ato interpretativo).
pre na dependência das fontes individuaisoutorgadoras de sen- f) A interpretação jurídica tem como pressuposto a recep-
tido, as quais continuadamente renovam o quadro das cria- ção dos modelos jurídicos como entidades lógica's e
ções humanas. Assim sendo, a razão histórica, de que falo, é axiológicas, isto é, válidos segundo exigências racionais,

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ainda que a sua gênese possa revelar a presença de Além disso, carecia o referido método de um paradigma
fatores alógicos (Natureza racional do ato interpre. essencial, relativo à interpretação de toda norma jurídica como
tativo). um momento concretamente integrado na totalidade de signi-
g) A interpretação dos modelos jurídicos não pode obede- ficações do ordenamento jurídico, atitude gnoseológica somen-
cer a puros critérios da Lógica formal, nem se reduz a te possível com a nova compreensão da Sociologia e da Antro-
uma análise lingüística, devendo desenvolver-se segun- pologia com base nos conceitos de estrutura e modelo. Mais
do exigências da razão histórica entendida como razão certo é, pois, reconhecer que o método histórico-evolutivo foi
problemática ou conjetural (Problematicismo e um ponto de partida para o atual conhecimento histórico-
razoabilidade do processo hermenêutica). axiológico da realidade jurídica, cuja visão integral somente
, h) Sempre que for possível conciliá-lo com as normas su- se tornou possível quando a Ciência do Direito se desvinculou
periores do ordenamento, deve preservar-se a existên- da imperante aceitação da lei como a única expressão do siste-
cia do modelo jurídico (Natureza econômica do proces- ma normativo. O 'novo paradigma normativo, que se deve a.
so hermenêutica). Kelsen, representou uma alteração de 1800 no conhecimento
i) Entre várias interpretações possíveis, optar por aque- do Direito e nos métodos da Hermenêutica Jurídica.
la que mais corresponde aos valores éticos da pessoa e
da convivência social (Destinação ética do processo
interpretativo). Modelos hermenêuticos de tipo axiológico
j) Compreensão da interpretação como elemento consti-
tutivo da visão global do mundo e da vida, em cujas Se, como tantas vezes tenho asseverado, o'valor é sempre
coordenadas se situa o quadro normativo objeto da um elemento constitutivo dp experiência jurídica, poderá pa- .
exegese (Global idade de sentido do processo hermenêu- recer incabível destacar uma categoria especial de modelos
tica). hermenêuticos singularizados por sua tipificação axiológica.
Eis aí dez "modelos hermenêuticos do Direito" de caráter Mais uma vez, tudo depende, porém, da maneira de situar-se o
metodológicõ:que üão ~e comr;r-ee'ndeus~nã;:;em fun ão e em problema, pois, se todo modelo jurídico é um ente axiológico,
razão-da experiência jurídica. . ._- _ ....__._- ---- não é dito que em todos eles seja igual a densidade valorativa,
Não me parece certo'afirmàr que a Hermenêutica Jurídi- sendo certo, outrossim, que, em determinados casos, prevalece
ca Estrutural, assente nessas diretrizes, corresponda à posi- primordialmente o seu aspecto estimativo.
ção do método histórico-evolutivo que teve em Saleilles e em Pois bem, para essas normas ou modelos jurídicos, nos
Ferrara os seus máximos expoentes. Não há dúvida que essa quais o valor se põe prioritariamente como fundamento da vi-
visão histórica do Direito, importando na atualização progres- gência e da eficácia, mister é que o modelo hermenêutica ad-
siva das regras jurídicas, exerceu benéfica influência, reagin- quira também um ,predominante sentido axiológico. Poucos
do, de um lado, contra o formalismo estático da Escola de exemplos bastarão para demonstrá-lo.
Exegese, e demonstrando, de,outro, os exageros e os equívocos Ao analisarmos, no Capítulo anterior, a questão da uni-
da Escola do Direito Livre, mas seus mentores não podiam dade coerente do ordenamento jurídico, a conclusão a que che-
libertar-se da acanhada visão social e histórica dominante em gamos foi a de que, mesmo na hipótese de não poder ser ela
seu tempo, sem os amplos horizontes propiciados pela compreen- demonstrada, deveria ser admitida como um postulado da ra-
são do Direito em termos de experiência cultural. zão prático-jurídica. Nessa asserção, todavia, ficaram suben-

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tendidos alguns problemas basilares, exatamente porque eles de determinado ato, este deve ser considerado juridicamente
somente poderiam ser melhor compreendidos em nível predo- permitido".
minantemente axiológico, corno agora pretendo fazê-lo. Da mesma forma, a norma protetora do direito adquirido,
É que esse postulado da razão prático-jurídica legitima- que a Constituição consagra, não constitui urna prescrição
se com base na necessidade da sobrevivência das comunidades imotivada do legislador, porquanto ela, a rigor, pressupõe a
interna e internacional, o que implica a existência de urna or- aceitação de um modelo hermenêutico da experiência jurídica
dem juridica isenta a final de contradições. A bem ver, a pre- nos seguintes termos: "'lbdo direito, que alguém adquira de
servação das comunidades não é senão conseqüência daquele conformidade com as disposições vigentes na época de sua aqui-
que podemos considerar o modelo ético-jurídico supremo, que sição, constitui um bem ou valor jurídico insuscetível de ser
é o valor incondicionado da pessoa humana como valor-fonte desconstituído em razão de mutações operadas posteriormen-
de todos. os valores. te"51.
Em verdade, se cada homem vale corno um ente intangí- Bastam esses dois exemplos para ver-se corno a experiên-
vel, a idéia de associação universal entre iguais, livres de con- cia jurídica é rica de princípios e modelos hermenêuticos que,
flitos e de insanáveis contradições, põe-se imperativamente, corporificados ou não em modelos jurídicos, dão-nos o em-
no plano interno e no internacional. Dessarte, não pode deixar basamento ético do Direito Positivo. Em geral, tais enunciados
de ser postulado o imperativo de pacífica e ordenada convivên- hermenêuticos ligam-se, direta ou indiretamente, à existência
cia, sob pena de ter-se de admitir o absurdo da tese oposta, a de determinados valores, corno o da pessoa humana, da liber-
do não-reconhecimento da pessoa humana corno valor-fonte da dade, da igualdade, da solidariedade, e, já agora, o do respeito
convivência e da comum e irrenunciável sobrevivência: aos bens da natureza (valor ecológico), valores esses que pode-
Corno sevê, é o princípio hermenêutico do absoluto pri- mos considerar invariantes axiológicas, as quais vão adquirin- •
mado da pessoa humana, só concebível em razão de igual valor do, ao longo do processo histórico, tamanha intangibilidade que
conferido às demais pessoas - abstração feita de diferenças de chegam a parecer inatas52•
raça, língua ou religião -, que legitima eticamente o postulado Pelas mesmas razões podemos admitir a existência de
supra-referido quanto à concepção do ordenamento jurídico invariantes axiológico-jurídicas, tais como as relativas aos "di-
corno um macromodelo, no qual não pode deixar de haver reitos fundamentais do homem", em função dos quais são cons-
superamento de conflitos, ainda que se parta de premissas con- tituídos modelos hermenêuticos que disciplinam soberanamen-
te a convivência social, sendo-lhes atribuída uma hierarquia
traditórias.
valorativa em relação aos demais.
Ora, na experiência jurídica são discerníveis também
modelos hermenêuticos de preponderante razão axiológica,
51. Alegar-se-á que uma nova Constituição, ou uma norma constitucional
corno é o caso, por exemplo, daquele que proclama: "O que não revista, pode privar os cidadãos de determinadas regalias adquiridas. como,
é juridicamente proibido é juridicamente permitido". Eis aí por exemplo, as dos funcionários que percebem vencimentos excessivos (Cons-
urna asserção que subentende um modelo interpretativo que tituição, Art. 37, Xl), mas, nesse caso excepcional, o legislador constituinte,
poderia ser assim formulado: "Corno a liberdade é conditio sine no uso de suas prerrogativas soberanas, faz prevalecer, in casu. o valor de
igualdade ou isonomia. Há sempre um enfoque valorativo como fundamento
qua non de toda e qualquer experiência axiológica, a qual pres-
da correção de um direito irregularmente adquirido.
supõe sempre a alternativa de poder-se fazer ou deixar de fa-
52. Nesse sentido, vide meu estudo sobre "Invariantes axiológicas", publica-
zer algo, quando o ordenamento jurídico não impede a prática do na Revista Brasileira de Filosofia, fasc. 167, 1992, págs. 221 e segs.

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Não se pense, todavia, que os modelos jurídicos dotados Carlos Maximiliano, com o seu habitual equilíbrio, se con-
de prevalecente sentido axiológico planem apenas nas mais dena grande número de parêmias que por largo tempo domi-
altas instâncias da vida do Direito, porque, em todos os níveis naram a praxe jurídica, emperrando o progresso do Direito,
do ordenamento jurídico, deparamo-nos com a necessidade de não deixa de reconhecer a atualidade de algumas delas53• São,
recorrer a regras e modelos de natureza hermenêutica para geralmente, adágios de conteúdo predominantemente axio-
resolver questões de ordem prática, quer em razão da obscuri- lógico, como, por exemplo, os seguintes: llbi eadem ratio, ibi
dade das normas de direito, quer em virtude de antinomias eadem dispositio (preservação da coerência lógica e da isonomia
entre elas, ou no caso especial de lacuna ou omissão da lei, do sistema); non debet clli plllS licet, qllod minlls est non licere
questão que será melhor examinada na secção seguinte. (mais um exemplo do valor da liberdade como pressuposto da
- ,r Aliás, uando dizemos que a lei.deve ser_interpretaPJl~ atividade líCita); poenalia sllnt restringenda (ainda uma con-
seqüência do valor da liberdade, que não pode ser restringida
i' , '. gundQ.:~eu.espírito", .e.não apenas .por.,aqyilp u I erbal-
por sanções penais genéricas, ou melhor, sem tipicidade, mes-
I mente enuncia,. não. estarn!J.ê.aftr:!!!-ª!1do£.Q1!trl!,J:.uis,lU1.e1J.j'\o
ue
mo porque outro adágio proclama: in dllbio pro libertate);
I ,I o -signifi;;-~d~-real dos modelos jurídicos~é.o.result.&do_d~Lum. - minime sllnt mlltanda, qllae interpretationem certam semper
i, processo hermenêutico, consubstane,iado_J:!m~proposiçiies e
habllerunt (presunção do acerto do juízo de valor formulado
modelos capazes de revelar-nos o valor_ou.a.razãa..axioI6g:\~.a
uniformemmite durante dilatados anos).
, do que é pr~.cl!lituado,. Nenhum desses e de outros adágios, todavia, tem um va-
\I I 'ses de obscuridadeou antinomia de iJ.6ITiíãs,.Jn .eC-UrS"o<ros
- Refiro-me ao papel da Hermenêutica Jurídica nas hipóte-
lor absoluto, pois, como adverte Carlos Maximiliano com rela-
ção à última parêmia, nem sempre o tradicionalmente obede-
m:od~los hermenêuticos não raro se impõELpara._um~~I:iil-
cido merece subsistir ante o advento de novos valores revela-
c~amento de valores" entre preceitos legais ou até mesmo-en~
dos pelo progl'esso jurídico, o que vem confirmar a dialeticidade
tre os incisos de uma mesma disposiçãoleg'ãLcoillP.sedá, por axiol6gica da experiênciajllr£dica também, e notadamente, sob
exemplo, quando da aplicação do Art. 170 da.Çonstituição ge o prisma hermenêutico.
1988. Este 'mandamento declàra', concomitantemente, que são É essa dialeticidade de fundo axiológico que nos alerta
princípios gerais da ordem econômica a livre concorrência e a sobre o papel da Lógica Deôntica, da Semiótica ou da Infor-
defesa do consumidor. Pois bem, freqüentemente o direito que mática Jurídicas no mundo do Direito. Ninguém de conheci-
o empresário tem de livremente produzir e vender entra em mentos atualizados'negará a importância dessas duas formas
conflito com o direito do consumidor ao justo preço das merca- de investigação para esclarecer-nos sobre a validade, o sentido
dorias , a salvo de lucros abusivos, de tal modo que cabe ao e o poder de comunicação dos modelos jurídicos, bem como so-
administrador e sobretudo ao juiz realizar um "balanceamento bre os respectivos liames; mas, por mais que possamos ser
de valores in concreto", a fim de que a norma constitucional elucidados do ponto de vista lógico, semiológico, comunicativo
possa ser aplicada com eqüidade e sem contradição. e operacional, jamais poderemos olvidar o sentido instrumen-
Além do mais, a relevância do elemento axiológico acha- tal de tais estudos, que não dispensam mas antes exigem para-
se consagrada em uma série de brocardos, cujo valor não deve
ser desprezado só pelo fato de vários deles se terem petrifica- 53, Cf, CARLOS MAXIMILIANO, Hermenêutica e Aplicação do Direito, 10'
do, parecendo verdadeiros fósseis da experiência jurídica. ed., Rio de Janeiro, págs. 241.e segs.

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digmas axiológicos, que representam, por assim dizer, a alma Por ser, ao contrário, pressuposta a possibilidade de en-
vivificadora das normas jurídicas". I contrar-se sempre uma solução para todo e qualquer caso, a lei
determina que ojuiz não se abstenha de sentenciar a pretexto
de obscuridade ou omissão, mas antes deve procurar a solução
Modelos hermenêuticos supletivos adequada, recorrendo à analogia, ao costume e aos princípios
e complementares gerais de direito. Cum re-~he _ .01' co.n~.l.:~int!:z.E0silêncio o~ ""1
ausência ...rl. um modelo J,undico tiplcamente_adequa o_a
Já declarei que a plenitude do ordenamento jurídico cons-
titui um postulado da razão prático-jurídica, cuja legitimidade
faitispeci~, construir U£l J!!odelo hermenêutico. Como ojuiz tem
competência e poder para decidir, e sua decisão obriga as par:
tes, o que surge, a bem .ver, nesse contexto, é um modelojurfd(-
V1
procurei esclarecer. No Direito pátrio, esse postulado é expres-
co hermenêutico, como conteúdo da fonte jurisdicional.
samente consagrado pelo Art: 4~da Lei de Introdução ao Códi-
Analisemos o que se contém no lembrado Art. 42, o qual, de
go Civil que estatui: "Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o
início, se refere à analogia, que tanto pode ser analogia legis
caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios ge-
como analogia iuris. A complementação do ordenamento jurí-
rais de direito", o que é reiterado pelo Art. 126 do Código de
dico mediante recurso a uma outra disposição legal análoga,
Processo Civil.
com base em razões de semelhança ou identidade de fms (ubi
É óbvio que somente se pode falar em omissão ou lacuna
eadem mtio, ibi eadem dispositio), é, a meu ver, sinal de que o
quando se admite que algo deveria ter sido enunciado, e não o
Direito pátrio acolhe e consagra a tese da plenitude sistemática
foi, o que revela que, no espírito de nosso ordenamento jurídi-
do macromodelo do ordenamento. Parece-me, com efeito, que a
co este deue ser concebido como um sistema desprovido de va-
invocação da norma análoga só tem sentido a partir do reconhe-
zi~s normativos. Se não houvesse õ pressuposto da unidade do
cimento da unidade lógico-axiológica do sistema global no qual
ordenamento, pelo menos in fieri, isto é, de forma tendencial-
.aquela norma se insere. Sem esse pressuposto, a aplicação da
mente sistemática, só caberia reconhecer a irrelevância jurídi-
norma análoga não teria legitimidade, por ser aleatória e
ca do caso não legalmente previsto, cabendo ao juiz tão-somen-
atomisticamente invocada. Sendo ela, ao contrário,. um ele-
te decretar a carência"da ação, não por não ter esta fundamen-
mento ou elo do ordenamento, passamos a estar 'perante um
to em leis, mas pelo motivo específico de não ter sido a hipóte-
processo de integração de seus elementos constitutivos. Dá-se,
se em apreço objeto de disposição expressa.
assim, uma auto-integração "interna corporis" do sistema. "
O mesmo se diga quanto ao recurso aos usos e costumes
54. Sobre estudos de Lógica e de Informática Jurídicas, lembro o Colóquio pa"ra superar as omissões da lei. Por sinal.que essa referênCia
realizado em Florença, promovido por MARIO LOSANO, pelo "Consiglio
Nazionale delle Ricerche", no corrente ano de 1994, confOlme a relação das
aos costumes só se explica pelo inveterado apego aos modelos
comunicações organizada por C. BARGELLINI e S. BINAZZI sob o título "li legais, pois as normas consuetudinárias são também modelos
convegno in breve - A glance at the .Conference", Florença, 1993, com im- jurídicos, de tal modo que; se elas disciplinam o assunto em
portantes estudos, de autoria, entre outros, de LUIGI LOMBARDI pauta, não há que falar em lacuna do ordenamento.
VILLAURI, ANTONIO CAMMELLI. JOOS A. BREUKER, NEWTON A. A invocação da regra costumeira é mais uma forma de
DA COSTA e ROBERTO J. VERNENGO.
auto-integração do sistema geral, o que demonstra que este,
Quanto aos riscos das teorias que fazem abstração do conteúdo hist6ri~o-
axiológico do Direito, vide NELSON SALDANHA, Da Teologia à Metodologia, na visão do legislador, já contém meios de sanar omissões, dada
Belo Horizonte, 1993, e Ordem e Hermenêutica, Rio de Janeiro, 1992. a complementaridade das fontes do direito. Quando, porém,

118 119
estas não contenham normas ou modelos adequados à espécie, Importante é ressaltar a natureza da decisão mediante a
não há outro remédio senão recorrer a princípios gerais. qual, verificada a omissão da lei, ojuiz procede à integração do
A esta altura, põe-se um problema que nem sempre tem ordenamento jurídico. É ela, fora "de dúvida, um ato compará-
merecido a atenção dos tratadistas. É que deve haver uma or- vel ao do legislador, razão pela qual, com muito acerto, o Art.
dem preferencial no que tange ao emprego de princípios ge- 114 do revogado Código de Processo Civil, de 18 de setembro
rais, os quais podem tanto ser pertinentes ao ordenamento ju- de 1939, assim dispunha:
rídico pátrio como resultar do Direito Comparado, isto é, de "Quando autorizado a decidir por eqüidade, o juiz apli-
um confronto entre os princípios gerais que presidem o nosso e cará a norma que estabeleceria se fosse legislador".
os ordenamentos alienígenas.
Ora, o recurso às idéias gerais diretoras de macromodelos Infelizmente, esse corajoso preceito foi substituído pelo
jurídicos de outros países só pode ocorrer em duas hipóteses: ou do Art. 127 do atual Código de Processo Civil, que, ambigua-
para reforço da interpretação dada a modelos jurídicos de nosso mente, declara:
sistema, em virtude da coincidência com o pensado alhures em "O juiz só decidirá por eqüidade nos casos previstos
casos iguais ou análogos (casos em que o Direito Comparado em lei".
atua como modelo hermenêutico); ou, então, para preencher la- Nada mais temeroso e fora da realidade do que esse man-
cuna de nosso ordenamento, hipótese em que o Direito Compa- damento, pois, a todo instante, o juiz é chamado a decidir por
rado desempenha função deheterointegração de nosso sistema. eqüidade, sobretudo quando - conforme vimos - as disposições
Sou de opinião que essa segunda hipótese de heteroin- legais se revelam antinômicas, ou omissas, e o julgador deve
tegração só pode ser admitida quando impossível realizá-Ia
suprir tais defeitos mediante a criação de modelos hermenêu-
graças aos princípios gerais de nosso próprio ordenamento.
.ticos que superem as antinomias, ou,.-então, proceder a um
Quando, em suma, há antinomia entre os nossos e os princípios
balanceamento de bens ou valores, para realização de justiça
gerais vigentes em macro modelos estrangeiros, cabe a príma-
concreta.
zia àqueles, o que nem sempre tem sido obedecido por juristas
que sistematicamente se encantam com doutrinas expostas Esclarecida essa questão, a meu ver de relevância, não
alhures. Não se trata, neste ponto, de preconceito nacionalis- po~so deixar, neste passo, de fazer referência a uma nunca as"-
ta, mas sim de uma ordem de preferência hermenêutica que saz louvada inovação do Direito pátrio, ao ser instituído, na
resulta do fato de estarmos preliminarmente subordinados às Constituição de 1988, o mandado de injunção, graças ao Inciso
diretrizes que integram o nosso Direito Positivo como expres- LXXI de seu Art. 5., nos seguintes termos:
são juridica de nossa soberania política. "Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a
Quanto à analogia iuris, como processo da integração falta de norma regulamentadora torne inviavel o exerCÍ-
normativa, cabe-me ponderar que, em última análise, ela se cio dos direitos e liberdades constitucionais e das prerro-
confunde com os princípios gerais de direito, primeiro no plano gativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidada-
do Direito pátrio, e, em seguida, sob o enfoque do Direito Com- . "
ma.
'parado. Não há que pensar em analogia iuris como um tertium
Abstração feita da reduzida repercussão desse mandamen-
genus entre a analogia legis e os princípios gerais de direito55•
to, em virtude da timidez daqueles que subordinam a sua apli-
55. Sobre os conceitos de analogia legis e analogia iuris, v. MIGUEL REALE,
cação à prévia existência de lei regulamentadora do preceito
Lições Preliminares de Direito, cit., págs. 292-294. constitucional - tese que, data maxima venia, não considero

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plausível-, não há dúvida que foi dado grande passo à frente, ÍNDICE DE AUTORES
ao ser estabelecido que, em se tratando de direi,tos fundamen-
tais, a inércia do Poder Legislativo pode ser suprida pela vigi-
lância dos cidadãos e pela corajosa participação do Poder Judi- A
ciário, ao tomar conhecimento e acolher o mandado de injunção ADEODATO, João Mauricio - 60
impetrado, sempre que for possível e necessário revestir de ANDRADE, Cristiano José de - 31
força judicial cogente o modelo hermenêutico elaborado em ARENDT, Hanna - 62
razão de dispositivo fundamental da Carta Magna para prote-
ção dos direitos e liberdades por ela assegurados.
B
Eis aí um exemplo magnífico de modelo hermenêutico que,
BARGELLINI, C. - 118
uma vez recepcionado pela fonte jurisdicional, passa a suprir
a ausência de norma regulamentadora do texto constitucional. EINAZZI - 118
Por aí se vê como a doutrina, que estou expondo neste BOBEIO, Norberto - 101
livro, vem estabelecer uma correlação essencial e sincrônica BLOCH, Marc - 54
entre o sistema jurídico e o sistema político vigente no País, BREUKER, Joss A. - 118
satisfazendo, assim, ao imperativo que deve ser inerente a toda
autêntica teoria do Direito, que - como saliento no Prefácio - C
somente é plenamente válida se e quando se harmonizar com CAMMELLI, Antonio - 118
os valores políticos. No caso do Brasil, tais valores são os pró- COELHO, Luiz Fernando - 60
prios do Estado Democrático de Direito, consagrado pela Car- COSTA, Newton C. A. - 9, 39, 118 •
ta de 1988, o qual se caracteriza, entre outros princípios, pela
CHEVALIER, Jacques - 60
existência e pelo desenvolvimento de um ordenamento jurídi-
co que seja cada vez mais expressão dos interesses e direitos
da çomunidade, visualizada esta como um todo no qual liber- D
dade e igualdade se implicam e reciprocamente se completam, DÉCUGIS, Henri - 54
.para "bem do povo e felicidade geral da nação", como se costu-
mava dizer em outros tempos. E
ENGISCH, Karl - 33
ESSER, José - 33

F
FERRAZ JR., Tércio Sampaio - 9, 59, 96
FROSINI, Vittorio - 90

G
GUsMÃo, Paulo Dourado de - 54

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