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Frei Veloso e a tipografia do arco do cego

A Pinacoteca do Estado de São Paulo apresenta Frei Veloso e a tipografia do arco do cego que
celebra a obra de Frei José Mariano da Conceição Veloso (1741-1811), no ano do bicentenário
de sua morte, em 14 de julho. Entre as 60 obras a serem expostas estão gravuras e livros
impressos originalmente na Casa Impressora do Arco do Cego, pertencentes ao acervo da
Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin. O inventário completo das obras do Arco do Cego no
acervo Mindlin é composto de 70 livros, que se complementam com mais 30 obras impressas
em outras oficinas, de autoria de Frei Veloso, ou sob sua supervisão.

Na exposição, o acervo bibliográfico será complementado por instrumentos utilizados nas


expedições botânicas do final do século XIX, tais como herbários e prensas, além de pranchas
de cobre e matrizes das gravuras impressas nas obras. Essas pranchas são parte do acervo da
Biblioteca Nacional e vieram ao Brasil juntamente com a família real, em 1808. O objetivo é
proporcionar aos visitantes um amplo conhecimento dos ambientes onde os estudos eram
desenvolvidos, e os gabinetes que abrigavam as coleções de animais, plantas, conchas, minerais
e tudo o que estivesse relacionado à História Natural.

Missionário, naturalista e editor, Frei Veloso fundou a Casa Impressora do Arco do Cego em
Lisboa, 1799, como parte do projeto português de investigação e divulgação do conhecimento
sobre a vida e a natureza no Brasil. Nos seus pouco mais de dois anos de funcionamento, o Arco
do Cego produziu obras de grande importância científica, que hoje se revestem de inestimável
valor histórico – entre tratados de história natural, obras filosóficas traduzidas de diversas
línguas, e trabalhos voltados para a arte da ilustração, do desenho e da pintura.

A iniciativa de divulgar ao público a obra de frei Veloso junto à Casa Impressora do Arco do Cego
justifica-se pela imensa importância desse legado para o desenvolvimento e a difusão das
ciências na transição do século XVIII para o XIX em Portugal e, especialmente, no Brasil. A
raridade das obras impressas e o interesse artístico que hoje despertam somam-se à sua
extrema relevância histórica e científica. A celebração dedicada a um naturalista brasileiro
pouco conhecido do público geral, por fim, reveste essa iniciativa de importância para o resgate
da memória brasileira.

Texto extraído do site da Pinacoteca do Estado de São Paulo.


Tipografia do Arco do Cego
Inúmeras obras impressas na Tipografia do Arco do Cego compõem esta coleção, que
contém também diversas matrizes originais de cobre gravadas, produzidas pela
tipografia. Ao que tudo indica, essas placas haviam sido encaminhadas à Impressão
Régia no Brasil.
A Tipografia
Ativa entre 1799 e 1801, em Lisboa, Portugal, a Tipografia do Arco do Cego foi dirigida
pelo brasileiro José Mariano da Conceição Veloso (1741-1811), frei franciscano e
naturalista, um dos mais importantes botânicos da época.
Além de ter publicado um número expressivo de livros, a editora funcionou como uma
oficina para o aprendizado das artes tipográficas e da gravura. Com as técnicas mais
modernas disponíveis na época, Frei Veloso publicou traduções de obras francesas e
inglesas, principalmente de história natural aplicada, manuais de ensino de matemática,
náutica e gravura, poesia e filosofia. O uso intensivo e didático de imagens era uma das
marcas da editora.
A política editorial do Arco do Cego caracterizou um momento de transformação nas
práticas portuguesas, que costumavam censurar tudo aquilo que pudesse fornecer às
potências europeias informações sobre os produtos coloniais. Em 1800, Frei Veloso
publicou trechos do livro ‘Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e minas’, do
jesuíta Antonil (Giovanni Antonio Andreoni), que havia sido censurado em 1711, por
conter informações sobre localização de riquezas e métodos de preparo do açúcar.
Muitos outros títulos publicados pela editora dizem respeito direta ou indiretamente ao
Brasil.

Sobre José Mariano da Conceição Veloso


Frei Veloso realizou expedições botânicas pelo Rio de Janeiro, entre 1782 e 1790,
percorrendo a Serra do Mar em direção a Santos, passando pela Ilha Grande e por
Paraty, chegando até a Serra de Paranapiacaba. Dessas viagens resultaram os
manuscritos intitulados ‘Flora Fluminensis’ que, por razões desconhecidas, só foram
publicados depois da sua morte, em 1831, quando já estavam desatualizados.

Veloso mudou-se para Lisboa em 1790. Apesar de sua longa prática em história natural,
não havia seguido estudos formais e ficou à margem da Academia das Ciências de
Lisboa. No entanto, homens como ele, nascidos no Brasil, foram peças-chave na
realização da política de modernização de Portugal, iniciada já em meados do século
XVIII pelo ministro Marquês de Pombal. Em 1809 voltou ao Rio de Janeiro,
estabelecendo-se no Convento de Santo Antonio, onde faleceu em 1811.
Texto extraído do site da Biblioteca Nacional

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