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Cibele Pacheco

Oftalmo
(TRANSCRIÇÃO DA AULA, NÃO É RESUMO/RT)

Aula 1: Anatomia
A oftalmologia abrange cílios, sobrancelha, globo ocular e canal lacrimal.
Órbita: onde se encontra o globo ocular, é composta por sete ossos (Esfenoide,
Etmoide, Frontal,
Lacrimal, Maxilar,
Palatino e
Zigomático), sendo
o Nasal o único
que não faz parte.
Por meios das
fissuras orbitais
inferior e superior
passam os
principais nervos e
vasos que irrigam
o globo ocular. A
parede mais fina
da órbita é a
medial, principalmente devido ao osso lacrimal, porém, por conta do nariz, as fraturas nesta
região são menos frequentes. Já as paredes lateral e superior são as mais grossas, porém a
parede ínfero-lateral (osso zigomático) é a que mais sofre fratura.
O globo ocular está situado na parte anterior da órbita, mais próximo do teto do que
do assoalho e ligeiramente mais próximo da parede lateral do que da medial, sendo este lado
mais utilizado pelos cirurgiões em procedimentos oculares.
Fissura orbitária superior: localizado entre as asas menor e maior do esfenoide, é
dividido pelo anel tendíneo comum (formado pelos quatro músculos oculares) em porção
superior e inferior da fissura orbitária
superior. Lateralmente ao anel, passa o
nervo troclear IV, os ramos frontal e
lacrimal do nervo oftálmico (NC V1/trigêmeo),
e a veia oftálmica superior. Abaixo do anel,
passa o ramo naso-ciliar do nervo
oftálmico (NC V1/trigêmeo), nervo oculomotor
III (ramos superior e inferior), nervo
abducente VI.
Forame óptico: nervo óptico II e artérias
oftálmicas.
Outros forames não são importantes.
Inervação da órbita

O principal nervo é o oftálmico, o primeiro ramo do N. Trigêmeo (V), responsável pela


parte sensitiva do olho. Nervo oftálmico forma três ramos: lacrimal, nasociliar e frontal. Nervo
oculomotor III: inerva todos os músculos extrínsecos, exceto o oblíquo superior e o reto
lateral, se origina no tronco encefálico, medialmente ao pedúnculo cerebral, divide-se em dois
ramos: superior, que inerva o reto superior e levantador da pálpebra, e ramo inferior, que
inerva o reto medial, reto inferior e oblíquo inferior. Nervo troclear IV: inerva somente o
músculo oblíquo superior. Nervo abducente VI: inerva somente o músculo reto lateral.
Resumindo: pares cranianos envolvidos: N. óptico (II), N. Oculomotor (III), N. troclear (IV), N.
Trigêmeo (V) – ramo oftálmico (NC V1) e o N. Abducente (VI).

Nervo óptico (II): 90% das fibras são aferentes, originadas da camada de célula
ganglionares, é perfurado ínfero-medialmente pelas artéria e veia centrais da retina, termina
no quiasma óptico, onde decussam as fibras mediais.
Gânglio ciliar: é um gânglio periférico do sistema parassimpático do olho, origina os
nervos ciliares curtos.

Vasos da órbita

A artéria oftálmica é um ramo da


Artéria Carótida Interna e seu ramo mais
importante é a artéria central da retina,
localizada dentro do nervo óptico. A artéria
oftálmica também forma as artérias ciliares
posteriores curtas, que perfuram a esclera e
inervam a coroide.
Veias oftálmicas: superior, formada pela
união da veia supraorbital com a veia angular e
termina no seia cavernoso, e inferior.
A veia central da retina origina-se das
veias temporais e nasais superiores e inferiores,
terminam diretamente no seio cavernoso.
Há quarto veias vorticosas localizadas
uma em cada quadrante posteriormente, origina-
se da úvea e termina nas veias oftálmicas.

Músculos

Músculo elevador da pálpebra se origina


na superfície inferior da asa menor os osso
esfenóide, inervado pelo N. Oculomotor III.
Músculos retos: são quatro e se originam
no anel tendinoso comum. O estrabismo é
decorrente de uma alteração da função de um/ou
mais desses músculos, quando o cirurgião recua o
músculo (coloca a inserção um pouco mais para
trás), ele diminui o poder do músculo, já quando
resseca o músculo (tira um pedaço e puxa), aumenta o poder do músculo.
Músculo oblíquo superior: mais longo dos músculos extraoculares, quando contrai,
abaixa o olho e gira para dentro/medialmente. Já o oblíquo inferior, eleva e gira para o lado.
Anatomia do globo ocular

O globo ocular é formado basicamente por três túnicas/ camadas:


 Camada externa ou túnica fibrosa: é formada pela esclera e pela córnea – muito mais
esclera do que córnea. Função principal: sustentação (CINZA);
 Camada média ou túnica vascular: formada pela coroide ou úvea, corpo ciliar e íris.
Função principal: nutrição (ROSA);
 Camada ou túnica interna formada pela retina. Função principal: nervosa (AMARELO).

1. Esclera:
Compõe 5/6 posteriores da camada externa, é opaca e densa, avascular (apresenta
vascularização mínima, superificial, chamada de episclera, mas não é visível), constituída
basicamente por colágeno. Obs: os vasos que vemos “no branco do olho” não está na
esclera, está na conjuntiva – um tecido que recobre o olho e está solta/ não está aderida à
esclera, se eu tocar com um cotonete, posso movê-la de lugar.

2. Córnea:
É transparente, avascular, é formada por cinco
camadas (epitélio corneano estratificado,
membrana anterior/membrana basal/ camada
de Bowman, estroma, membrana de Descemet
e uma camada de células endoteliais
hexagonais). Apresenta uma espessura central
de 550 micra e na periferia é um pouco mais
grossa. Apresenta uma curvatura acentuada,
em torno de 44 dioptrias. Quando há alguma lesão na córnea, com lesão do epitélio, ela
fica edemaciada/ entra água e isso diminui a acuidade visual, sendo assim, uma córnea
íntegra é capaz de manter a sua turgência. O epitélio estratificado consegue se regenerar,
já o endotélio não se regenera. Os transplantes e as cirurgias refrativas são feitas, em sua
maioria, na córnea: é possivel mudar a curvatura da córnea, tirar epitélio ou abrir um flap
corneano por meio do laser. A córnea tem como função principal a refração da luz, mas
também protege contra microrganismos.

3. Íris:
Vai dividir o compartimento aquoso em anterior e posterior; junto com o cristalino, divide
o olho em câmera anterior e câmera posterior. Apresenta uma abertura central que é a
pupila e é controlada pelo simpático e parassimpático – a íris é formada por dois músculos
que são antagônicos, capazes de controlar a entrada de luz na retina. Dessa forma, o
colírio para dilatar a pupila pode ter ação parassimpaticolítico ou simpaticomimético (lesão
no parassimpático: sempre em midríase; lesão do simpático: sempre em miose).
Anteriormente, há o tecido estromal, com criptas/rugoso, já posteriormente há o epitélio
pigmentar. Na íris, pode ocorrer o surgimento de melanoma e nevos, por exemplo.

4. Corpo ciliar:
É a estrutura mais complexa, porção
intermediária da úvea (une a íris e a
coroide), se divide em Pars plicata
(anterior, apresenta microvilosidades e
é onde se produz o humor aquoso nos
processos ciliares) e Pars plana
(posterior e forma a ora serrata que
une-se à retina). Os processos ciliares
são responsáveis pela produção de
humor aquoso e o músculo ciliar é
responsável pela acomodação visual
(todo objeto a menos de seis metros
sofre acomodação visual). Essa capacidade de acomodação visual começa a ser perdida
por volta dos 40 anos de idade.

5. Coroide ou úvea:

Basicamente é formada por vasos e é responsável pela nutrição. A coroide é composta por
duas camadas: camada coriocapilar, uma camada vascular interna responsável pela nutrição
da retina, e membrana de Bruch, uma membrana hialina delgada, amorfa e refrigente, que
está grudada na retina. Na região da fóvea, a camada coriocapilar é mais espessa e a rede
capilar é mais densa. Essa camada termina na ora serrata. A membrana de Bruch tem
espessura de 1 a 4 μm e está situada entre a camada coriocapilar e o epitélio pigmentar da
retina. Estende-se do nervo óptico até a ora serrata, em que sofre modificações antes de
continuar até o corpo ciliar.
6. Retina:

É uma estrutura formada por dez camadas (não precisa


lembrar), termina próximo ao corpo ciliar na ora serrata. As três
camadas mais importantes da retina são as camadas mais
internas: membrana limitante externa, camada de
fotorreceptores (cones e bastonetes) e epitélio pigmentar da
retina. Na mácula, há apenas as três camadas mais internas e é
responsável por 90% da visão (a mácula é uma região mais
escura por estar com o epitélio pigmentar da retina mais
exposto).

Outras estruturas:

 Cristalino: lente biconvexa convergente que está ligada por meio da zônula ao processo
ciliar. Com o tempo, o cristalino torna-se opaco (catarata) devido à destruição das fibras e
deposição na parede do cristalino. Para um objeto distante, os músculos ciliares ficam
relaxados, o cristalino fica como uma lente fina e a imagem forma-se no foco máximo, na
retina. Quando o objeto está próximo, o músculo ciliar contrai, o ligamento está frouxo, o
cristalino fica abaulado (gordin) e trás a imagem mais para frente.
 Humor aquoso: é um gel produzido pelos processo ciliares, é responsável pela
manutenção da pressão intraocular, ajuda a nutrir o cristalino e a córnea. É
constantemente absorvido no trabeculado, no ângulo irido-corneano.

 Humor vítreo: está presente apenas na câmara posterior (na câmara posterior há
aquoso e vítreo, já na anterior é só aquoso). É responsável pela manutenção do globo
ocular, não se regenera, é um gel formado por água e ácido hialurônico, pode ser
substituído por gás, soro fisiológico.
 Conjuntiva: membrana vascularizada que reveste 1/3 anterior do globo ocular e a
pálpebra por dentro, forma o fórnice ou fundo de saco (vermelho) superior e inferior
(lente de contato não tem como ir para o fundo/ atrás do olho). A conjuntiva pode ser
acometida por inflamação (conjuntivite), tumores, pterígeo, etc.
Anexos oculares: pálpebras, supercílios/ sobrancelhas.

 Pálpebras: formadas por pele (tumores), pelos (crescimentos anômalos), músculo,


gordura (xantelasma), glândulas sebáceas e sudoríparas (prof falou cartilagem?).
Função: proteção do olho.
 Cílios e supercílios: de duas a três fileiras de pelos ordenadas nas bordas das
pálpebras. Função: proteção.
 Sistema lacrimal: estrutura
que contém a glândula
lacrimal que está localizada
na fossa supero-temporal da
órbita e produz a lágrima,
cuja função é lubrificar o
olho e também nutrir. A
lágrima é absorvida pelos
canalículos lacrimais superior
e inferior, formam o ducto
nasolacrimal e libra a lágrima
na concha nasal inferior.
Qualquer microestrutura que
entupir os canalículos,
principalmente o inferior
(drena 70% da lágrima),
provoca a sensação de
lacrimejamento excessivo
pela falta de drenagem. Quando o saco lacrimal entope no adulto, é necessário fazer
cirurgia e, atualmente, é domínio do otorrino, com uma técnica menos invasiva; já na
criança, normalmente, é decorrente de uma membrana fina benigna que pode romper
com a simples massagem da região, possibilitando a drenagem normalmente.

Aula 2: Ametropias

Emetropia: formação de
imagens nítidas; qualquer alteração
na estrutura do olho pode provocar
imagens borradas (ametropia).
Qualquer alteração nas estruturas
pelas quais a luz passa, provoca a
formação de imagem “borrada”.

Legenda dos desenhos do Álvaro: traço contínuo preto é para imagens


de longe, trajeto pontilhado rosa é para imagem de objeto próximo.

Olho normal
Quais as causas de ametropias?
 Alterações dos elementos do sistema: alteração do diâmetro ântero-posterior (DAP
normal= 22 a 23 mm), na miopia axial/de eixo há aumento do diâmetro e a imagem se
forma antes, já na hipermetromia, o diâmetro é menor e a imagem se forma depois da
retina; e deslocamento lenticular. Obs: o grau da miopia para de aumentar conforme o fim
do crescimento da estrutura óssea da órbita, porém na miopia maligno-progressiva,
chegando a 40 graus, como a retina é um tecido nervoso, conforme o olho cresce, ela
tende a se adaptar, mas, neste caso ela não acompanha esse crescimento intenso e
provoca degeneração nervosa. Há também casos de miopia no qual o tamanho do olho é
normal, mas a córnea é muito curta (miopia de índice). O tamanho do olho é quantificado
por meio de US (Cada 1mm a mais no olho, provoca um aumento de 3 graus de miopia/
cada 1mm a menos provoca 3 graus de hipermetropia). O deslocamento lenticular,
provoca deslocamento do foco, mas, na prática, não conseguimos quantificar.

 Anomalias da superfície de refração: alteração na curvatura da córnea (ceratocone/


“formação de um bico na córnea”, cicatriz, úlcera) ou do cristalino (Lentecone: assim como
na córnea, o cristalino pode formar um “bico”. Ex.: Lenticone anterio/posterior e Síndrome
de Alport)
 Obliquidade dos elementos do sistema: obliquidade lenticular e obliquidade retiniana. A
retina torna-se mais oblíqua na coriorretinopatia serosa central, patologia muito comum
entre jovens do sexo masculino entre 20 e 30 anos por estresse (imagem 1: a pessoa
enxerga uma porta ou uma parede como estruturas curvas), no tumor retro-ocular que
esteja comprimindo a retina (ex.: linfoma – imagem 2).

 Anomalias do índice de refração: alteração do índice de refração do Humor Aquoso,


Humor Vítreo e/ou do Cristalino por infecção ou inflamação. Ex.: uveíte – turvação do
humor aquoso; ou hemorragia vítrea – turvação do humor vítreo. Obs: efeito Tyndall:
ocorre quando há o espalhamento da luz pelas partículas em suspensão, esse efeito só
ocorre em estruturas formadas por gel. Na catarata e no diabetes descompensado o
cristalino torna-se turvo (o aumento da glicemia provoca edema no cristalino, por isso não
se pode “dar óculos” para pacientes descompensados).

 Ausência de um elemento do sistema: Catarata – remoção cirúrgica do cristalino, para


evitar esse efeito, coloca-se a lente no lugar. (Afacia: ausência de cristalino; pseudofacia:
foi colocado lente no lugar do cristalino doente).

Vícios de refração:
Considera-se vício de refração, três possíveis alterações: imagem se forma antes
(miopia); imagem se forma depois (hipermetropia); ou há uma formação alterada da imagem
(astigmatismo).
Normal Hipermetropia
1. Hipermetropia:
Definição: olho com excesso de medida, ou seja, a
imagem acaba se formando depois da retina.
Quadro clínico: não enxerga para perto, já que ele usa
a acomodação. Eles usam a reserva da acomodação
para enxergar para longo, quando vai enxergar para Acomodação
perto, para ler, por exemplo, não tem mais reserva de
acomodação e se queixa (se ler sem óculos, as letras
começam a embaralhar, dá dor de cabeça, dor ocular,
hiperemia, ardência, lacrimejamento, tudo isso
decorrente do uso excessivo da acomodação – são
sintomas astenopeicos). Esses pacientes não são dependentes dos óculos, são os
apelidados “óculos para descanso”, para evitar os sintomas
astenopeicos. A hipermetropia é o vício de refração mais
comum, mas a grande parte da população não usa os óculos.
No exame de fundo de olho de um alto hipermetrope,
observamos papila borrada (pseudopapiledema), mas não se
sabe o motivo. Importante fazer diagnóstico diferencial de
hipertensão intracraniana em emergência.
Tratamento: se a imagem está se formando depois, tenho que
trazer essa imagem para frente, portanto, uso lentes que irão
convergir os raios, também chamadas de biconvexas ou
positivas. A lente, neste caso, é sempre esférica: tanto nos
óculos, quanto na lente de contato. Cirurgicamente: o laser
aumentará a curvatura da córnea (desgasta a periferia da
córnea, deixando com um aspecto final mais curvo), mas o
resultado não é tão bom por que existe uma re-epitelização
periférica, perdendo o efeito da técnica.
Plot twist: na hipermetropia, o tratamento visa corrigir a visão de longe para que a
acomodação seja capaz de corrigir a visão de perto.
Obs: todo laser tem duas técnicas: o PRK (quando só desepiteliza a periferia: “come a
borda e deixa a córnea bicuda no centro” sic.) ou LASIK (quando se levanta um flap e se faz
o laser para desepitelizar). O Flap pode ser feito raspando a córnea ou cortando com uma
gota de álcool, que tira todo o epitélio da córnea, depois seca bem o álcool para não
danificar outras regiões, a seguir, aplica-se o laser, moldando a córnea e, por fim, se coloca
uma lente de contato (temporária/ até ocorrer a re-epitelização) sobre o olho já que está
se a camada externa da córnea. No LASIK, o paciente não sente dor por conta da remoção
do epitélio.
Em casos de hipermetropia com alto grau, o laser não
consegue corrigir o defeito de refração. Com isso, se coloca uma
lente fáscica dentro do olho (a lente é fáscica por que o paciente
tem cristalino). A lente pode ser fixada entre o cristalino e a íris
(em desuso, já que o atrito da lente com o cristalino provocava
lesão e evoluía para catarata) ou na frente da íris.
Obs: uma criança, normalmente nasce hipermétrope com
cerca de 5 graus, conforme o olho começa a crescer, esse vício diminui, aqueles que ficam
com com alguma alteração residual na adolescência/ vida adulta são os que se queixam.

2. Miopia

Definição do grego “aquele que fecha o olho”: melhora a


qualidade da visão, visto que ao apertar o olho, só os raios
centrais passam pela íris e a imagem se forma na retina.
Alteração: olho grande, com aumento do diâmetro ântero-
posterior: miopia axial/ de eixo; já alteração na curvatura da
córnea ou do cristalino é chamada miopia de índice.
Quadro clínico: dificuldade para enxergar para longe, mas não apresenta sintomas
astenopeicos (dor de cabeça, lacrimejamento), como a imagem já se forma antes, ele não usa
a acomodação (se acomodar, a imagem se formará ainda mais para frente).
A quantidade de míopes está aumentando cada vez mais, em alguns lugares, já se diz
que é o vício de refração mais frequente e os pacientes estão apresentando alteração na visão
em idades mais precoces, já na infância.
Fundo de olho: quanto maior o grau da miopia, maior é o crescimento ocular e,
portanto, maior a lesão na retina, provocando atrofia papilar (imagem 1), degenerações como
a mancha de Foerster-Fuchs (imagens 2 e 3). A degeneração miópica não regenera, mesmo
com uso dos óculos.

Tratamento: lente esférica divergente (bicôncava ou


negativa) – a imagem passa a se formar mais para trás,
alcançando a retina. Tratamento clínico: óculos ou lente de
contato. Tratamento cirúrgico: também se usa as técnicas
PRK e LASIK, há uma outra técnica chamada SMILE com laser
Femtossegundo que só é usada em miopia por que ele
consegue aplanar a córnea sem engrossá-la (corta a córnea
em duas lamelas, retira um pedaço de dentro da córnea.
3. Astigmatismo

Geralmente, ocorre devido a uma alteração na curvatura


da córnea ou do cristalino (não são superfícies esféricas), de
modo que a pessoa não tem foco. 90% dos casos de
astigmatismos são por deformidades da córnea, o que facilita
a correção cirúrgica (não se consegue mudar a curvatura do
cristalino, só podemos removê-lo).
Quadro clínico: alteração tanto para longe, quanto para
perto e muitos sintomas astenopeicos (na tentativa de unir os
Astigmatismo regular
focos, o olho precisa acomodar o tempo todo).
Fundo de olho: disco ovalado.
Diagnóstico: topografia ocular ou ceratoscopia. A nossa
córnea é ligeiramente mais plana no 180 que no a 90 devido
à compressão da pálpebra.
O astigmatismo é classificado em:
o REGULAR: 2 meridianos (mais curva no sentido vertical do que horizontal, por
exemplo);
o IRREGULAR: sem 2 meridianos;
o RETO: quando os eixos formam quadrantes com ângulo de 90 e 180 graus;
o OBLÍQUO: fora do eixo 90-180;
o A FAVOR DA REGRA: eixo mais curvo é a 90 (normalmente o 90 é mais curvo
mesmo);
o CONTRA A REGRA: eixo mais curvo é a 180.
Tratamento: a correção do astigmatismo tenta unir os dois focos, desse modo, ou encurva o
mais plano, ou aplanar o eixo mais curvo, usando, por isso, lente cilíndrica (todo raio que passa
paralelo ao eixo do cilindro, não sofre refração, todo raio que passa perpendicular ao eixo do
cilindro, sofre refração). Por isso, a lente cilíndrica tem uma posição correta na hora de montar
os óculos, por convenção (exceto França e Rússia), os aparelhos só usam cilindro negativo
(sempre aplana o mais curvo).
Em relação à posição dos focos:
Quando o paciente apresenta miopia/hipermetropia e astigmatismo, uma superfície
da lente é esférica e a outra superfície é cilíndrica, chamada de lente esfero-cilíndrica ou
tórica. Para os casos de astigmatismo irregular (exemplo: córnea com uma úlcera que
cicatrizou e deixou a superfície da córnea irregular) se corrige com cirurgia para tentar
regularizar a córnea com o laser ou se usa uma lente de contato rígida, como é o caso de
paciente com ceratocone (ela fica na frente da córnea e todo o espaço formado entre elas em
decorrência da superfície irregular é preenchido por lágrima).
Obs: transplante de córnea só se faz neste caso se o astigmatismo for muito acentuado.

4. Presbiopia
Alguns autores falam que a presbiopia não é um vício de refração, mas sim, apenas um
estado fisiológico do nosso olho. É um envelhecimento natural que compromete a visão para
perto (menos de 50 cm), por diminuição gradativa da acomodação. O paciente não tem mais a
capacidade de trazer a imagem para perto. Exemplo: miopia + presbiopia = na lente, a parte
superior, usada para a visão de longe, tem um grau x característico do paciente e conforme vai
envelhecendo, na parte inferior da lente (visão para perto) esse grau é diminuído de acordo
com o grau da presbiopia, é a lente progressiva.
Obs: o grau dos óculos para a presbiopia varia conforme o objetivo/ para que os óculos
serão usados. A distância para leitura de livro é considerada 30 cm, já para leitura de
computador é maior, chega a 50. Então os óculos são feitos para uma distância determinada e
só servem para esta distância (por isso muitos paciente que só têm presbiopia reclamam que
usar óculos é muito ruim!)

Aula 3: Olho Vermelho

Olho vermelho é uma das principais causa olftalmológicas em serviços de emergência.


Geralmente ocorre devido a hiperemia na conjuntiva, flush ciliar, hemorragia subconjuntival,
sangue na câmara anterior ou uma combinação desses fatores.

1. Hiperemia conjuntival
É uma hiperemia difusa.

2. Flush ciliar ou hiperemia pericerática


Hiperemia perilímbica, muito comum em uveíte/ inflamação da
coroide, que pode ser causada por toxoplasmose, sífilis,
toxocaríase.

3. Hemorragia subconjuntival
Pode ocorrer só em uma região, podendo formar
bolsões de sangue, ou acometer todo o olho. O
paciente não se queixa de hiperemia ou algum
desconforto.
4. Sangue na câmara anterior ou hifema
O preenchimento pode ser total ou parcial da câmara
anterior.

Patologias de olho vermelho de acordo com a localização


1. Pálpebra
 Escoriação e laceração: pode ocorrer formação de hematoma palpebral
 Inflamação: blefarite (toda a pálpebra inflamada), a mais comum é a blefarite
seborreica por oleosidade da pele, principalmente no sexo feminino, quando
associado ao uso de maquiagem sem retirá-la da forma apropriada. O terçol é
quando só uma região da pálpebra inflama (tratamento: calor).
 Infecção
 Edema: geralmente decorrente de hipersensibilidade do tipo IV (tratamento: gelo.
Não se usa corticoide para edema palpebral!).
 Abscesso: só drenar quando flutua, se ainda não estiver flutuando, coloca calor e
acelera o processo. Em todo abscesso precisa colocar dreno.
 Entrópio
 Ectrópio: resseca a conjuntiva e queratiniza.
 Tumores palpebrais: nevos benignos ou malignos (espino/baso/melanoma).
 Distúrbios dos cílios: triquíase (uma fileira anômala) ou distiquíase (várias fileiras).
Nestes casos não é a pálpebra que está virada, são os cílios que estão crescendo
de forma desordenada.

2. Órbita
 Celulite orbitária: quadro infeccioso, com
febre, prostração, dor, diminuição dos
movimentos oculares, pode ocorrer
exoftalmia. Crianças devem ser internadas
para o tratamento já que pode evoluir para
meningite. Causa mais comum: sinusite
maxilar.
 Doença de Graves: também provoca olho vermelho por exoftalmia, deixando a
conjuntiva ressecada.
 Pseudotumor inflamatório: quadro muito parecido com a celulite orbitária, mas a
causa é inflamatória e não infecciosa como na celulite (não há febre, prostração,
mas há limitação dos movimentos). Tratamento: corticoide.
 Fístula carótido-cavernosa: provoca
febre, dor, prostração, frêmito e
exoftalmia pulsátil. Tratamento: stent.

 Fraturas de órbita:
mais comum no assoalho
da órbita.
 Tumores de
órbita: linfoma,
rabdomiossarcoma. Olho
que protui de uma hora
para outra nos faz pensa
em tumor.
 Distúrbios da
glândula lacrimal também
podem deixar a órbita avermelhada.

3. Conjuntiva:
 Irritações por corpo estranho: pode não ser visível ou pode estar escondido sob a
pálpebra. Everter a pálpebra e passar cotonete.
 Conjuntivite: tem que ter secreção, se a secreção for purulenta é por infecção
bacteriana (tende a ser mais aguda e acometer os dois olhos de uma vez), se a
secreção for de aspecto mucoso é por causa viral. Quadro clínico: olho vermelho
com quadro insidioso que começa em um olho e depois passa para o outro, dor de
garganta, linfadenopatia submandibular ou retroauricular. Tratamento: para a
bacteriana é colírio de hora em hora; virótica: sintomático (colírio com corticoide 3
vezes ao dia para diminuir sintoma).
 Conjuntivite alérgica: também deixa o olho vermelho, é acompanhada por prurido
intenso no olho.
 Hemorragia subconjuntival: o ato de espirrar, defecar e levantar peso podem
provocar hemorragia subconjuntival. Causa mais comum: coçar o olho.
Tratamento: esperar absorver. Quando se formam bolsões, podemos drenar.
 Pterígio (invade a córnea) ou pinguécula (não invade a córnea): tecido
fibrovascular da conjuntiva que cresce em direção à córnea.
 Tumores.

4. Córnea
 Abrasão: mais comum, não é visível, mas
se pingar fluorescina, fica mais fácil
identificar a lesão onde a córnea foi
desepitelizada.
 Ceratite: Ceratite dendrítica por herpes
simples, é necessário utilizar antiviral.
Ceratites também são muito comuns em
pacientes que usam lente de contato, é
necessário suspender o uso da lente e
iniciar atb.

 Abscesso e úlcera: inicia como abscesso e pode evouluir para úlcera, precisa
coletar material drenado e iniciar tto.
 Corpo estranho.
 Perfuração e neovascularização.

5. Esclera:
 Esclerite: só uma área da esclera fica avermelhada. Pode ou não ser nodular.
Geralmente está associada a doença autoimune. TTO: corticoide e investigar se
não há uma doença de base, se não volta. Doenças do colágeno podem afinar a
esclera.
 Laceração: suturar
 Perfuração

6. Coroide:
 Uveítes: Inflamação da úvea. Lembrar do flush ciliar/hiperemia pericerática.

7. Aquoso/ vítreo: turvos

8. Retina:
 Descolamento de retina por causa traumática deixa o olho vermelho.
 Perfuração por corpo estranho intraocular.
 Tumor intraocular: retinoblastoma (muito comum em criança).

9. Sistema lacrimal:
 Dacriocistite: inflamação da via lacrimal. Se apertar a região inflamada, o pus sai
no olho, normalmente a via lacrimal está entupida. TTO: atb e depois verificar se a
via lacrimal ainda está pérvia, já que pode provocar fibrose.
 Dacrioadenite: inflamação da glândula lacrimal.

10. Câmara anterior:


 Hifema: nível de sangue. TTO: repouso e absorção natural, se for muito grande
precisa drenar, mas cuidar com a pressão do olho – pode lesar córnea.
 Glaucoma agudo: deixa olho vermelho.
Aula 6: Farmacologia em oftalmo

No olho, há dois fatores dificultantes para a ação dos fármacos: barreiras oculares
(córnea e hemato-retiniana) e a concentração mínima necessária para ter ação. A córnea é a
barreira mais importante por que os colírios, algumas vezes, não conseguem atravessá-la, já
que enquanto o epitélio é lipofílico, o estroma é hidrofílico e o endotélio também é lipofílico,
desse modo a droga deve ser anfifílica para atravessar todas as camadas da córnea.
Geralmente atb sistêmico não consegue ter ação no olho, desse modo, normalmente se usa
outras vias: oral, endovenosa, intramuscular, a tópica (colírios e pomadas), periocular (injeções
subconjuntivais) e intraocular (injeções na câmara anterior ou no vítreo).
Via sistêmica: baixa penetração pelas barreiras. Em condições normais, o olho é
impermeável para água, atb e outros fármacos. Porém, quando há inflamação, a barreira
torna-se mais debilitada e a maioria das drogas consegue penetrar no olho. Por isso, não
adianta dar atb profilático para cirurgia no olho, não haverá inflamação antes e a droga não
terá efeito. Lembrar que aumentar muito a concentração da via sistêmica para ter uma ação
maior no olho não é muito efetivo, já que aumenta muito a chance de provocar efeitos
colaterais sistêmicos, mas ainda assim, quando queremos uma concentração maior no olho,
precisamos fazer infusão em bolus.
Via tópica: 90% dos fármacos utilizados na oftalmo são colírios, visto que é de fácil
aplicação, fornece uma alta concentração na superfície ocular (maior efeito nas conjuntivites,
ceratites e olho seco), mas o colírio tem pouca penetração no olho, sendo assim, não tem
tanto efeito nas doenças intraoculares, como toxoplasmose. A absorção da câmara anterior é
de 1 a 5% da droga e intraocular é menor que 1%. É importante lembrar também que a
drenagem lacrimal e o reflexo do lacrimejamento podem interferir na absorção – as proteínas
da lágrima podem se ligar aos fármacos e inativa-los. Essa via promove ação e eliminação
rápidas e baixa absorção sistêmica (poucos efeitos colaterais sistêmicos). Colírio se aplica uma
gota só, a segunda gota é eliminada no saco lacrimal, por isso quando aplicamos o colírio,
devemos fazer pressão sobre os pontos lacrimais superior e inferior, para evitar a drenagem
pelo sistema lacrimal. O colírio, ao ser drenado pelo sistema lacrimal, é lançado na concha
nasal inferior, podendo ser absorvido pela mucosa nasal.
Via periocular: subtenoniana, quando aplicada abaixo da cápsula de tenon, a
subconjuntival, quando fica na conjuntiva, ou a retrobulbar. A subconjuntival é a forma mais
utilizada. Essas vias evitam as barreiras corneana e conjuntival. É uma via mais segura e menos
invasiva que a intraocular. É muito utilizada para corticoides de depósito.
Via intracameral é usada dentro da câmara anterior ou intravítrea. Tem que ser
exatamente a 4mm para não atingir retina, nem no corpo ciliar. Nesta via, é preciso injetar
pequenas concentrações pelo risco de toxicidade. Geralmente, só é utilizada para endoftalmite
para injetar atb e em casos de edema macular diabético (drogas anti-vegf).
Corantes pré-cirúrgicos: são injetados dentro do olho, coram a retina, para se fazer
cirurgia.

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