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1 - A esquizofrenia
Este "comentador" considera por exemplo que Trump "não está disposto a confrontar
Putin de forma alguma com qualquer questão". "A grande questão para Washington é:
será que Moscovo se permitirá zombar de outra linha vermelha dos EUA?" "Os Estados
Unidos e a Rússia adotaram posições incompatíveis. Como na Síria, existe o perigo de
que, se Washington não apoiar suas palavras com ações, daqui a um ano, estaremos a
observar a consolidação do regime de Maduro, apoiado com armas e dinheiro da
Rússia". [1]
1º - A UE é (também) uma criação dos EUA! Não era preciso ir muito longe para o
percebermos, já que se tornou um acessório do belicismo imperialista. Os países da UE
estão subordinados às decisões da NATO que os EUA comandam, numa relação como
que feudal entre suserano e vassalo. Tal é evidente no cumprimento das sanções
aplicadas pelos EUA a outros países, na agressividade em relação à Rússia, na
participação em guerras que nada têm a ver com os interesses europeus, leia-se, dos
povos da Europa.
2º- Muito sintomático é a ONU não ser mencionada. A Carta da ONU define os princípios
básicos do Direito Internacional, como o direito de cada povo poder livremente escolher
o seu destino sem ingerências externas, excluir a guerra para resolução de litígios entre
países e aplicação de sanções ou outras ações que provoquem o sofrimento da
população.
3º - Quanto a Direitos Humanos os EUA não resistem sequer aos relatórios da Amnistia
Internacional, [2]detendo o triste privilégio de cerca de três quartos dos ditadores em
todo o mundo serem apoiados pelos EUA, sem por isso deixarem de se considerar
alfobres de valores democráticos. [3]
5º - Parece que o ridículo e a mentira não afetam a classe dirigente dos EUA. Porém ligar
o seu íntimo aliado Arábia Saudita – agente na criação de grupos islamistas e grande
cliente de armamento que comete crimes de guerra no Iémen – à Rússia, revela uma
total dissociação das realidades.
Os EUA pensam sobre um mundo que não existe. Consideram ter por missão levar aos
países os benefícios da sua civilização e que por consequência têm direitos sobre esses
povos. Quaisquer desvios aos seus modelos são assumidos como ataques à sua
civilização, logo à sua superioridade e ao seu poder, logo à sua segurança.
Esta visão, pode dizer-se, esquizofrénica, coloca o mundo à beira do caos provocado
pelas características de insanidade do imperialismo nesta sua fase senil. Vistas as coisas
do ponto de vista do materialismo dialético, o que está em causa não é a segurança dos
EUA, mas simplesmente os lucros das suas transnacionais e a riqueza dos seus ultra-
ricos.
Porém, as ameaças encontram cada vez mais respostas dos países afetados. Lavrov
(ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia) considerou inaceitáveis as alegações de
Mike Pompeo (secretário de Estado dos EUA) acerca da presença da Rússia na
Venezuela.
Numa outra sondagem com respostas múltiplas o colapso da URSS é considerada uma
razão para os russos se envergonharem (45%) logo atrás da maior opção (60%), que
considerava maior vergonha a falha da Rússia em não ter erradicado a pobreza.
Respostas que aliás não deixam de estar relacionadas. [7]
Os EUA não têm política industrial, nem de investimento público além da área militar.
Tudo está nas mãos e em conformidade com os interesses da oligarquia, sendo
prosseguida uma política financeira e monetária derivada das teses monetaristas.
Esta situação conduziu a uma dívida federal superior a 22 milhões de milhões de dólares
(105% do PIB), tendo crescido 1 milhão de milhões por ano desde há mais de uma
década, valor que se acelerou com Trump para 1,5 milhões de milhões num ano. Sem
incluir juros, se os EUA pagassem 100 milhões por dia, levariam 600 anos a pagar aquela
dívida. A dívida total, incluindo empresas e particulares, é de 73,6 milhões de milhões
de dólares (224 mil dólares por habitante, incluindo crianças). O défice comercial atinge
870 mil milhões de dólares de dólares. O PIB encontra-se inflacionado com capital
fictício , resultante das dívidas, dos produtos derivados, da especulação com ações e da
apreciação do dólar.
Embora a UE siga obedientemente as decisões dos EUA quanto a política externa,
alguma contestação existe no campo económico. É o caso dos equipamentos da chinesa
Huawei que a Alemanha e o Reino Unido se têm recusado a proibir. É o caso da Amazon
obrigada ao pagamento de multas no valor de 5 mil milhões de dólares na UE, por abuso
de posição dominante. A UBER foi proibida em vários países da UE e noutros sujeita a
regulamentações que lhe retiram parte da vantagem relativamente aos táxis
tradicionais. Também a tentativa de boicotar o fornecimento de gás natural liquefeito
pela Rússia, com o abandono pela Alemanha do projeto Nord Stream 2, adotando o
fornecimentos dos EUA, teve de Berlim uma resposta negativa. [1]
Em termos sociais os EUA exibem um quadro disfuncional: apesar das imensas fortunas
da oligarquia (os 0,1%) mais de 37 milhões de pessoas alimentam-se através de food
stamps; quase 2 milhões de pessoas estão presas; 40 milhões sofrem de distúrbios
psicológicos; a dependência de drogas tornou-se a principal causa de morte antes dos
50 anos.
Há duas décadas, poucos duvidavam que o mundo inteiro não ficasse ligado à
globalização liderada pelos EUA. A recente reunião em Pequim sobre a "Nova Rota da
Seda", apoiada por 126 países e territórios, tornou evidente que um outro caminho está
a ser construído. Trata-se de um imenso espaço económico eurasiático, para o qual os
EUA não têm respostas, exceto as militares.
Os EUA com 5% da população mundial assumem 45% das despesas militares mundiais,
têm mais de 700 bases militares no exterior. As suas guerras, conspirações, golpes de
Estado patrocinados, levaram à morte 20 milhões de pessoas desde o fim da II Guerra
Mundial. Estas guerras e processos de desestabilização são, como disse Martin Luther
King referindo-se à guerra do Vietname, "um sintoma de uma doença do espírito
americano cujos pilares são o racismo, o materialismo e o militarismo". [3]
A visão da Rússia acerca das ações dos EUA veio pela porta-voz do Ministério das
Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, em resposta à declaração de que os
EUA estavam a considerar opções militares na Venezuela. [5]
"Em relação à ajuda humanitária à Venezuela, (...) gostaria de salientar que a melhor
maneira de ajudar o povo da Venezuela é levantar as sanções ilegais e unilaterais que
visam principalmente o povo da Venezuela. É isso que Washington busca, certificar-se
que todo os venezuelanos sofrem, alterando a sua posição política. Washington testou
essas táticas em muitas regiões do mundo."
"(...) O efeito geral das sanções, segundo a Venezuela, é estimado em mais de 110 mil
milhões de dólares. Se o pacote de medidas que é atualmente usado contra a Venezuela
fosse aplicado a qualquer país chamado ocidental desenvolvido, sem falar em países em
desenvolvimento, o país alvo entraria em colapso."
O desprezo que os EUA mostram pelas resoluções da ONU está patente ao não
cumprirem a resolução da Assembleia-Geral da ONU que pede o fim do embargo contra
Cuba ou nas resoluções sobre ações de Israel nos territórios palestinos.
Os dirigentes dos EUA perderam a cabeça porque veem ameaçados os interesses dos
seus oligarcas, o domínio do dólar e a sua superioridade militar.
Os EUA estão perante um dilema para manter o "excecionalismo" que lhe permitiria
decidir como os povos devem ser governados e as economias geridas: ou concretizam
as ameaças contra os que não seguem políticas que obtêm o seu "nihil obstat",
liquidando todo o poder que se lhe oponha ou procuram chegar a consensos,
designadamente na base da Carta da ONU.
Tal está a ser feito através de várias formas de ingerência e agressão a países terceiros
em que os interesses russos ou chineses podem ser seriamente lesados.
O caso venezuelano tem para a Rússia mais um aspeto, por assim dizer, sistémico do
que ameaça direta. Porém, uma derrota da Venezuela, daria toda a força para os
belicistas para avançarem contra Cuba, Irão, Coreia do Norte.
No Irão estão envolvidos interesses diretos da Rússia junto às suas fronteiras, além de
se voltar contra as estratégias económicas e de segurança de China. Seria uma guerra
que alastraria de imediato a todo o Médio Oriente e Afeganistão, inviabilizaria a rota do
estreito de Ormuz com gravíssimas consequências para a economia mundial. A Europa
ver-se-ia desde logo envolvida, caso não garantisse de imediato a neutralidade e
inoperacionalidade das bases EUA/NATO nos seus territórios. A fragilidade da situação
dos países europeus conduziria a uma destruição de proporções inimagináveis.
As novas armas russas tornam o aparelho naval e o próprio território dos EUA,
altamente vulnerável. Neste momento, um ataque à Rússia contaria com uma resposta
que poderia ser devastadora para os EUA e aliados. O novo armamento russo é em
muitos casos superior aos EUA. Além disto foram desenvolvidas capacidades de "contra
medidas eletrónicas" que já demonstraram poder paralisar os sistemas electrónicos de
navios de guerra e bombardeiros dos EUA. [6]
Será que os EUA o podem permitir? Altamente improvável. Seria o fim do dólar todo
poderoso e o sistema monopolista transnacional, sem o apoio político e militar dos EUA,
ficaria sujeito a uma competição para que não está preparado.
A queda do dólar levaria a um abaixamento brutal dos padrões de vida dos EUA (com
5% da população mundial, consome 20 a 25% dos recursos mundiais). Os EUA ver-se-
iam sem recursos par manter o seu complexo militar industrial e aparelho militar no
exterior. Dificilmente poderiam também manter o financiamento aos seus "Guaidós"
(nova versão dos Quisling nazifascistas), golpes de Estado e contrarrevoluções.
Outras opções não passariam de acordos transitórios, que as realidades dos interesses
prevalecentes iriam anular.
Poderão os EUA deixar passar o tempo? Dificilmente, o tempo está a jogar contra os
seus objetivos. Os seus aliados principais estão em estagnação económica, com fortes
movimentos populares contra a guerra e de contestação às políticas seguidas. Vários
dos seus aliados são dirigidos por gente corrupta e ignara, que se mantém pela força,
pela mentira e corrupção do dólar, são Estados disfuncionais (como a Ucrânia e outros
na América Latina) nos quais a população à primeira oportunidade enveredaria pela via
revolucionária.
Os EUA, para além das vozes silenciadas de muitos dos seus mais distintos cidadãos –
que este site tem dado a conhecer – vivem hoje entre a insanidade de Trump e a de
Hillary Clinton, ambas sofrendo de equizofrenia e esquizomania, acreditando
fanaticamente nas falsidades construidas e propaladas pela sua clientela.