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A polêmica sobre os direitos das concubinas

(09.11.07)

Amante, companheira, concubina - são muitos os conceitos sobre a mulher que mantém
relacionamento com um homem casado, que sustenta uma vida dupla. O chamado concubinato
impuro traz em si questões jurídicas que exigem decisões do STJ. Uma mulher que convive por
vários anos com um homem casado pode ter reconhecido os mesmos direitos da esposa, quando o
homem falece? Leia sobre cinco casos recentes.

1. A 6ª Turma do STJ está apreciando um recurso especial que decidirá sobre a possibilidade de
divisão de pensão entre a viúva e a concubina do falecido. A relação extraconjugal alegadamente
durou mais de 30 anos e gerou dois filhos. O homem teria, inclusive, providenciado ida da
concubina de São Paulo para Recife quando precisou mudar-se a trabalho, com a família.

No STJ, o recurso é da viúva. O relator, ministro Nilson Naves, votou no sentido de reconhecer o
direito da concubina ao benefício previdenciário. Já o ministro Hamilton Carvalhido, votou para se
atender ao pedido da esposa, dando provimento ao recurso. A ministra Maria Thereza de Assis
Moura está com vista do processo, para melhor análise. Ainda falta votar o juiz convocado Carlos
Mathias. (REsp nº 674176).

2. O caso julgado mais recentemente acerca do assunto reformou decisão do TRF da 2ª Região,
que havia concedido à concubina de um capitão do Exército 50% da pensão da esposa do falecido.
A concubina provou, por documentos e testemunhos, ter convivido com o homem de 1960 a 1991.
Demonstrou, ainda, que dele dependia economicamente. O TRF-2 interpretou que o
relacionamento, em tudo, se assemelharia a uma união estável, e, por isso, ela concorreria com
outros dependentes à pensão militar.

O recurso especial contra o rateio foi apresentado pela União, e julgado na 5ª Turma do STJ. Ficou
decidido que a Constituição Federal não contempla como união estável o concubinato, resultante
de união entre homem e mulher impedidos legalmente de se casar. Como, no caso em análise, o
militar convivia com a sua esposa legítima durante o relacionamento com a concubina, o direito à
pensão, previsto na Lei nº 5.774/71, só é da esposa, não de concubina. (REsp nº 813175).

3. A avaliação sobre os direitos da concubina é feita caso a caso. Em julgamento ocorrido em


2005, a 5ª Turma reconheceu que é possível a geração de direitos da concubina, especialmente no
plano da assistência social. O recurso analisado foi apresentado pela esposa, que contestava a
divisão de pensão previdenciária com a concubina do marido falecido. Esta havia conseguido a
divisão diretamente junto ao INSS. O TRF-2 manteve a partilha, considerando o relatório emitido
pelo órgão. O julgado ateve-se ao fato da relação íntima duradoura.

O relator José Arnaldo da Fonseca entendeu que não havia omissão na decisão do TRF-2, já que a
divisão da pensão baseou-se na comprovação da condição de concubina, por três décadas. O
falecido instituiu a concubina beneficiária da previdência social, abriu com ela conta conjunta em
banco e forneceu, para diversas lojas, o endereço em que morava com ela. Para o ministro relator,
frente ao quadro que se desenhou, o juiz não poderia se manter inerte “apegado ao hermetismo
dos textos legais”. Mas ele destacou que o caso não envolvia direito de herança. A decisão foi
unânime. (REsp nº 742685).
4. Na 3ª Turma, decisão do ano de 2004, criou precedente no sentido de que não há como ser
conferido status de união estável à relação concubinária concomitante a um casamento válido. A
relatora Nancy Andrighi, afirma, no acórdão, que se a pessoa casada tiver rompido a sociedade
conjugal, de fato, ou judicialmente, não se obsta a constituição da união estável.

No entanto, a julgadora segue refletindo que, se a prova atesta a simultaneidade das relações
conjugal e de concubinato, devem prevalecer os interesses da mulher casada - cujo patrimônio não
foi dissolvido - aos alegados direitos subjetivos pretendidos pela concubina, pois não há, sob a
ótica do Direito de Família, prerrogativa desta à partilha dos bens deixados pelo homem falecido.
No caso em análise, a relação de concubinato teria durando 16 anos e gerado dois filhos. Ele
nunca teria se separado de fato da esposa, com quem também tinha dois filhos. (REsp nº 631465).

5. Em decisão da 4ª Turma, do ano de 2003, o ministro Aldir Passarinho Júnior, relator de um


recurso especial, destacou que é pacífica é a orientação das Turmas da 2ª Seção do STJ no sentido
de indenizar os serviços domésticos prestados pela concubina ao companheiro durante o período
da relação, direito que não é esvaziado pela circunstância de o falecido ser casado.

No caso em análise, foi identificada a existência de dupla vida em comum, com a esposa e a
concubina, por 36 anos. O relacionamento constituiria uma sociedade de fato. O TJ de São Paulo
considerou incabível indenização à concubina. Mas para o ministro relator, é coerente o
pagamento de pensão, que foi estabelecida em meio salário mínimo mensal, no período de duração
do relacionamento. (REsp nº 303604).

Disponível em: <http://www.espacovital.com.br/noticia_ler.php?idnoticia=9488>. Acesso em 02 set.


2009.

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