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Teoria Macroeconômica II

Aula 10

Modelo de 3 Equações
Prof. Gian Paulo Soave

Universidade Federal da Bahia (UFBA)

8 de Abril de 2019
Objetivos

• Utilizar e equilı́brio no mercado de trabalho (com fricções)


e a curva de Phillips para obter o chamado Modelo de 3
Equações
• Discutir o funcionamento dos BCs modernos
• Introduzir a curva de Regra Monetária (MR) no modelo.
WS-PS para PC e além
Onde estamos...

• Vimos que a Curva de Phillips (PC) é derivada a partir


dos movimentos ao redor do equilı́brio entre as curvas
WS e PS
• Cada curva PC representa um conjunto factı́vel de pares
de produto e inflação para uma dada taxa de inflação
passada, π−1 .
• A PC é afetada pela defasagem da inflação e
trabalhadores se importam com o salário real.
• ⇒ se há expectativa de inflação, eles exigirão
recomposição salarial;
• Em particular, assumimos que as expectativas são
baseadas na inflação passada.
Expectativas Adaptativas

• Formalmente, quando a inflação esperada é dada por

πtE = πt−1

diz-se que a expectativas são formadas de modo


“adaptativo”. Neste caso, diz-se que o modelo é baseado
em Expectativas Adaptativas.
• Expectativas adaptativas são como uma “regra de bolo”
para renegociação de preços – particularmente salários –,
em que os agentes olham para trás.
• Na determinação do nı́vel corrente da inflação em t, os
agentes fazem uso da informação existente até t − 1, que
está sintetizada na inflação em t − 1.
Expectativas Adaptativas e a curva PC

• Como vimos, πtE = πt−1 afeta o nı́vel da curva PC. Assim,


a cada instante de tempo t, se a inflação esperada muda, a
curva PC se desloca.
• Dito de outro modo, π E determina o intercepto da curva
PC.
• Vimos ainda que a inclinação da PC reflete a inclinação da
curva WS.
• Quando o produto yt difere do produto de equilı́brio, ye ,
os trabalhadores buscam renegociação salarial.
• Por exemplo, se o hiato for positivo, yt > ye , eles
solicitação um aumento no salário real.
• Firmas em competição monopolı́stica aceitarão a
solicitação, mas reagirão aumentando seus preços para
compensar o aumento de custos.
Expectativas Adaptativas e a curva PC

• Em em suma,

πt = πte + α(yt − ye ) (1)


πt = πt−1 + α(yt − ye ) (2)

• Assim, a curva de Phillips reflete a disputa salarial entre


trabalhadores e firmas pelos ganhos (perdas) reais
(medido por α), pois, pela relação de Okun,

yt 6= ye → ut 6= ue .

• Porém, sob expectativas adaptativas, a inflação atual


reflete um processo de inércia inflacionária. A não ser sob
uma recessão, a inflação passada implica inflação corrente!
Qual é o papel do BC?

• Contudo, até agora, não atribuı́mos nenhum papel às


polı́ticas de estabilização.
• Inferimos que um hiato persistente entre o salário real
esperado pelos trabalhadores (curva WS) e o salário que
as firmas estavam preparadas para pagar (curva PS)
poderia se traduzir numa inflação explosiva, porém com
desemprego abaixo do natural.
• Convém então perguntar-nos se inflação alta e
desemprego baixo são uma combinação desejável.
• Em particular: qual é o papel do Banco Central?
O papel do BC

• Em princı́pio, poderı́amos remediar a inflação com


mudanças na oferta, buscando replicar o equilı́brio de
pleno emprego.
• Porém, tais polı́ticas são potencialmente implausı́veis no
curto prazo.
• Assim, vamos nos concentrar em polı́ticas de estabilização
via demanda, ou seja: induzir a economia ao nı́vel de
trabalho igual ao nı́vel de equilı́brio no modelo WS-PS,
em que a inflação é constante.
• Ademais, para fins de análise, partiremos sempre de uma
condição inicial em que a economia se encontra em tal
equilı́brio. Ou seja, no instante 0, u0 = ue , y0 = ye e
π0 = cte.
O papel do BC

• Desde 1990, muitos paı́ses no mundo passaram a seguir as


chamadas metas de inflação como regime macroeconômico.
• Neste regime, o governo delega ao BC a responsabilidade de
estabilizar a economia adotando metas anuais para taxa de
inflação.
• Na maioria dos paı́ses, a meta é de 2%. No Brasil, atualmente
4, 25% em 2019 e 4% para 2020.
Algumas perguntas importantes:
1. Por quê governos frequentemente definem a respondibilidade
do Banco Central como sendo controle da inflação ?
2. Por quê a inflação é um problema que precisa ser controlado?
3. Por quê o próprio governo não se encarrega de perseguir uma
inflação baixa e estável ao invés de delegar tal tarefa ao Banco
Central?
1. Por quê governos frequentemente definem a
respondibilidade do Banco Central como sendo
controle da inflação?
• Vimos, pelo equilı́brio no WS-PS, que a taxa de desemprego sob
a qual a inflação é constante depende de parâmetros estruturais
da economia (poder de mercado, produtividade dos fatores,
renda fora do trabalho etc).
• O desemprego de equilı́brio requer polı́ticas de maior horizonte
de prazo, e que são definidas pelo governo, como salário
mı́nimo, salário desemprego, condições de competitividade nos
mercados de bens, polı́ticas de produtividade dos fatores etc.
• O BC não tem instrumentos capazes de modificar estes
parâmetros estruturais. Como veremos, ele, no máximo,
influencia a dinâmica ao redor do equilı́brio – não o equilı́brio
no mercado de trabalho em si.
• Veremos, porém, que o BC se defronta com um trade-off entre
desemprego e inflação e uma série de potenciais complexidades
emergem por conta de tal dilema.
2. Por quê a inflação é um problema que precisa ser
controlado?
• Nas democracias, os polı́ticos se preocupam (em alguma
medida) com a opinião do eleitor médio. Governos se
preocupam com inflação alta porque o eleitor mediano tende a
ser averso à inflação. Ele não quer ver seu salário corroı́do pela
inflação ao longo do tempo. Assim, inflação alta tende a ter
custos polı́ticos.
• Neste sentido, Robert Shiller (1997) apresenta evidências de que
inflação controlada é uma prioridade nacional para o público
em geral em paı́ses avançados.
• Além disso, estabilidade de preços esta ligada à previsibilidade
da economia. É mais difı́cil prever o preço real de um bem num
horizonte de tempo razoável quando há alta inflação. Isso,
portanto, afeta o investimento das firmas, pois as decisões de
longo prazo são mais arriscadas em ambientes com inflação
moderada a alta.
3. Por quê o próprio governo não se encarrega de
perseguir uma inflação baixa e estável ao invés de
delegar tal tarefa ao Banco Central?
• Se por um lado o eleitor não gosta de inflação alta, por
outro ele gosta de renda mais alta, e isso gera um
incentivo para o governante criar inflação.
• Suponha que cada ciclo polı́tico dure 4 anos e que seja
possı́vel uma reeleição.
• Imagine que nos três primeiros anos o polı́tico tenha
prometido e cumprido uma inflação baixa.
• No último ano, após ter “conquistado” a credibilidade das
pessoas, por razões polı́ticas, o governante tem incentivo a
“enganar” o eleitor. Ele pode reduzir a taxa de juros a
ponto de estimular a demanda, reduzindo o desemprego,
porém elevando a inflação.
3. Por quê o próprio governo não se encarrega de
perseguir uma inflação baixa e estável ao invés de
delegar tal tarefa ao Banco Central?
• O “truque” do governante é produzir um desemprego
temporariamente mais baixo para obter um ganho polı́tico, às
custas de uma inflação mais alta no ano seguinte, após o
perı́odo de eleição. Se um “jogo” assim for repetido muitas
vezes, o resultado será uma inflação alta com desemprego em
seu nı́vel natural.
• Assim, para evitar os riscos de taxas de inflação altas, propôs-se
que a taxa de juros da economia fossem determinadas pelo BC
a partir de um conselho formado por “profissionais”.
• Nota: nos paı́ses ricos, o mecanismo é aceito tanto por polı́ticos
de esquerda quanto direita, salvas algumas exceções de ambos
os lados. Aqui no Brasil, o BC não é apenas parcialmente
independente, pois o diretor é indicado pelo governo.
Banco Central e estabilização econômica: Metas de
Inflação
Banco Central e estabilização econômica: Metas de
Inflação

-1
96 98 00 02 04 06 08 10 12 14 16 18

IPCA SELIC
Limite de atuação do BC para estabilização

• Há duas situações em que o BC não é capaz de afetar a


economia de modo a atenuar os choques modificando a
taxa de juros;
• A primeira ocorre quando a economia é afetada por um
grande choque negativo de demanda e a taxa de juros já
esta suficientemente baixa.
• Neste caso, abaixar ainda mais a taxa de juros afetará
muito pouco a economia.
• O caso limite é o chamado limite inferior zero (zero lower
bound). Como a taxa de juros já é zero, não há mais chance
de o BC afetar a economia – a não ser por vias não usuais.
• A segunda, como veremos mais adiante no curso, é
quando a economia segue um regime de taxa de câmbio
fixa.
Problemas com a inflação
• Inflação crescente implica um conflito distributivo entre setores
da economia tentando defender seus interesses.
• Por exemplo, vimos que trabalhadores negociam com as firmas
anualmente a reposição do valor monetário de seus salários.
• Vimos também que os produtores podem errar suas previsões
de lucro por não conseguir prever adequadamente o preço
agregado. No longo prazo, o investimento tende a ser menor
por conta do risco de prejuı́zo por erro de previsão.
• Porém, a história vai muito além. A inflação também afeta o
mercado de ativos.
• Pense num tı́tulo pré-fixado que paga certo valor no futuro. Se
a inflação sobe repentinamente, o dono do tı́tulo perde.
• No caso do tı́tulo pós-fixado, a mudança na velocidade de
ajustamento dos preços afeta o custo para quem está se
endividando com o tı́tulo.
Problemas com a inflação

• Não é à toa que há evidência empı́rica dando conta de que, a


partir de certo nı́vel, inflação vez acompanhada de baixo
crescimento e má distribuição de renda.
• Porém, “desinflacionar” a economia geralmente é custoso. O
Brasil é um exemplo.
• Como vimos até aqui, a redução da inflação via de regra precisa
ser acompanhada do aumento do desemprego.
• Na Inglaterra, por exemplo, o custo de reduzir a inflação de 20
para 5% foi um desemprego aumentando de 4 para 12%.
• Em certo sentido, a redução da inflação vem às custas da
geração presente.
Nı́vel ótimo de inflação
• Por estas razões, é natural nos perguntarmos: qual seria o
nı́vel ótimo de inflação?
• Milton Friedman sugeriu que o BC deveria levar em conta
que reter moeda em situação de inflação é custoso:
perde-se poder de compra.
• Como tal custo é i ≈ r + π, a polı́tica monetária ótima
seria aquela em que i = 0, o que implica r = −π, ou seja,
deflação (esta é a chamada regra de Friedman).
• Porém, seria esta situação realmente um ótimo?
• Como vimos, se a economia for atingida por uma
sequencia ruim de choques negativos, uma taxa de juros
nominal muito próxima de zero pode significar não ter
espaço para estimular a demanda. Assim, algum nı́vel de
inflação pode ser desejável, e é por isso que muitos paı́ses
seguem a regra de bolo de meta π T = 2%.
Introduzindo um banco central “moderno”
no modelo: A Curva MR
Banco Central “moderno”: metas para inflação
Ao modelar um BC “moderno”, vamos levar em consideração um
conjunto de caracterı́sticas dos BCs atuais:
1. Polı́tica Monetária afeta primordialmente (ou apenas) preços,
não a atividade econômica no médio prazo;
2. Afeta a atividade econômica no curto prazo;
3. Choques monetários são transmitidos com defasagens. Assim, a
polı́tica precisa ser forward-looking (olhando para frente);
4. O futuro envolve incerteza, assim como o impacto da polı́tica
monetária sobre a economia;
5. Expectativas são importantes, e por isso o banco central divulga
informações sobre seu comportamento futuro – porém precisa
ter credibilidade e ser consistente;
6. algum grau de independência entre BC e o governo é
importante para a condução da polı́tica monetária.
O modelo de 3 equações
Introduzindo um banco central “moderno”
no modelo: A Curva MR
O modelo de 3 equações

• O modelo de 3 equações resulta de três curvas:


1. Curva IS, representando o equilı́brio no mercado de bens.
2. Curva PC, a curva de Phillips com expectativas.
3. Curva MR, a curva de polı́tica monetária.
• As curvas IS e PC são análogas das versões que já
vı́nhamos utilizando.
• Já a curva MR é derivada das preferências do BC.
• Assim, partiremos do problema do BC antes de entender
o funcionamento do modelo.
Preferências do Banco Central

• O método para derivação da curva de regra monetária envolve


4 passos:
1. Definição da função de perda do BC (Loss Function),
também chamada de função de utilidade do BC.
2. Definição das restrições defrontadas pelo BC no espaço
produto-inflação. Esta restrição denota o trade-off entre
inflação e desemprego.
3. A curva MR é a curva de “melhor resposta” do BC diante
da sua função objetivo (Loss Function ou Utilidade) dado
o trade-off entre inflação e desemprego.
4. Uma vez que o BC conhece sua curva MR, ele usa a curva
IS para atingir sua meta, usando o canal da taxa de juros
para influenciar a demanda agregada.
Preferências do Banco Central

• Como obtemos as preferências do BC? John Taylor propôs


um método para estimar as respostas da polı́tica
monetária.
• Ele sugeriu que os BCs, grosso modo, minimizam os
desvios da inflação com relação a uma meta
pré-estabelecida e aos desvios do produto em relação ao
produto potencial da economia.
• Entre os anos de 1980 e 1990, Taylor mostrou teórica e
empiricamente como um banco central seguindo regras
deste tipo poderia maximizar o bem-estar social.
• Com base nestas pesquisas, Taylor sugeriu uma regra
simples que era capaz de implementar os objetivos do
banco central. Não por acaso, esta regra passou a ser
conhecida como Regra de Taylor.
Preferências do Banco Central: A função de perda

• Vamos derivar as curvas de indiferença do BC seguindo


as sugestões de Taylor.
• Comecemos admitindo que um dos objetivos do BC é
minimizar os desvios da inflação com relação à meta:

(πt − π T )2

• Este termo quadrático sugere que sempre que πt 6= π T , o


BC terá alguma perda. Isso inclui desvios positivos ou
negativos.
• Por exemplo, se a meta for de π T = 2%, uma inflação
atual πt = 1% deixa o BC com uma perda de utilidade.
• O termo quadrático ainda diz que quanto mais distante
da meta, maior (proporcionalmente) é a perda do BC.
Preferências do Banco Central: A função de perda
• Ainda seguindo Taylor, vamos admitir que o BC busca
minimizar o hiato do produto, ou seja os desvios do
produto em relação ao produto potencial.

(yt − ye )2

• Lembre-se de que o BC não afeta ye , que resulta dos


parâmetros estruturais da economia.
• Note que aqui também o BC perde com desvios negativos
e positivos.
• Se yt < ye , a economia esta se defrontando com um
desemprego abaixo do desemprego de equilı́brio. Assim o
BC tem incentivos a estimular a produção.
• Se yt > ye , a economia esta com pressão sobre os preços
por uma demanda insustentavelmente alta. O BC tem
incentivos a atual de modo a reduzir a atividade
econômica, trazendo o emprego para seu nı́vel natural.
Função de perda do Banco Central
• Finalmente, vamos admitir que o BC possa atribuir pesos
distintos a cada um destes termos de desvios.
• Uma forma de fazer isso é assumir que um dos termos é
multiplicado por um parâmetro que mede o peso relativo de
cada desvio, por exemplo:

β(πt − π T )2

• Somando os termos, a função de perda do BC é dada por:

L = (yt − ye )2 + β(πt − π T )2

• Se β = 1, o BC se importa tanto com desvios do produto vs.


produto potencial quanto com desvios da inflação em relação à
meta.
• Se β < 1, o BC se importa mais com produto em relação ao
produto potencial.
• Se β > 1, o BC se importa mais com desvios da inflação em
relação à meta.
Função de perda do Banco Central
Derivando o modelo de 3 equações
Derivando o modelo de 3 equações (detalhes no
quadro)
O problema do BC é encontrar a regra monetária que minimiza a
função de perda
L = (yt − ye )2 + β(πt − π T )2 (3)
sujeito à curva de Phillips,
πt = πt−1 + α(yt − ye ) (4)
Substituindo πt na função de perda, obtemos:

L = (yt − ye )2 + β((πt−1 + α(yt − ye )) − π T )2 (5)


Por conta de o BC influenciar yt , diferenciamos a equação (5) com
relação a yt :
∂L
= (yt − ye ) + αβ((πt−1 + α(yt − ye )) −π T ) = 0 (6)
∂yt | {z }
=πt , pela PC

⇒ (yt − ye ) = −αβ(πt − π T ) (Curva MR)


O Modelo de 3 Equações
Por hoje é isso!

Muito obrigado!

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