Sei sulla pagina 1di 54

DIAGNOSTICO AUTOMOTIVO NA PRÁTICA

UMA INTRODUCAO
DIAGNÓSTICO AUTOMOTIVO NA PRÁTICA O QUE VOCÊ VAI APRENDER COM NOSSO CURSO

O que você vai


aprender
com nosso curso?
Introdução

O
Ebook “Diagnóstico Automotivo na Prática o Guia Definitivo" tem como
objetivo te ajudar a começar a seguir as estratégias de diagnóstico
usadas pelos mais experientes técnicos automotivos do Brasil.

Para você ter um exemplo, segundo a consultoria J.D Power do Brasil,


de todos os fatores que compõem a satisfação geral do cliente com os serviços
de pós venda, em torno de 74% correspondem ao conhecimento,
habilidade e atitude do técnico.

Nesse e-book iremos apresentar os conceitos fundamentais, métodos e


técnicas de diagnóstico a partir da análise de casos reais para que você aprenda
todos os fundamentos do diagnóstico automotivo de forma definitiva!
Bons Estudos!

Capítulo 1: Eficiência no diagnóstico


automotivo
Em nossa primeira aula vamos lhe apresentar um
caso de uma Fiat Freemont que há 8 meses não entrava em
funcionamento e que exigiu do técnico toda sua pericia em
técnicas de diagnóstico para solucionar sua anomalia.

Capítulo 2: Compressão Relativa


Na segunda aula do curso iremos estudar o conceito de
compressão relativa, os procedimentos para realização
do teste, além de mostrar um caso de aplicação
destacando a rapidez e assertividade deste tipo de teste.
DIAGNOSTICO AUTOMOTIVO NA PRÁTICA O QUE VOCÊ VAI APRENDER COM NOSSO CURSO

Capítulo 3: Do alternador ao sensor de


rotação. Dois casos resolvidos com o uso
do oscilóscopio
Na terceira aula do curso vamos analisar dois casos que
tiraram o sono de vários reparadores, mas com a
utilização do osciloscópio em mãos capacitadas o
diagnóstico foi realizado de forma efetiva.

Capítulo 4: Entre perguntas, respostas e


sinais...
A quarta aula vai se focar em explorar a ideia por trás
da entrevista consultiva e aplicação do osciloscópio no
diagnóstico de falhas no veículo.

Capítulo 5: Falha de Combustão


Na 5ª aula, vamos mostrar como diagnóticar de
forma assertiva falhas de combustão utilizando o
osciloscõpio e seus acessórios.

Capítulo 6: Transdutor de vácuo


Na 5ª aula, iremos abordar uma aplicação prática do
famoso transdutor de vácuo no diagnóstico de
componentes mecânicos do veículo.

3
APRENDA COMO INVESTIR EM DIVIDENDOS O QUE VOCÊ VAI APRENDER COM NOSSO CURSO

Capítulo1: Eficiência no diagnóstico automotivo


Introdução ....................................................................................................................................... 7

Começando com o pé esquerdo .................................................................................................. 8


Pesquisando Pane .................................................................................................................................... 10
Entendendo a lógica de funcionamento da UCE ............................................................. 14
Fica a dica ...................................................................................................................................................... 16

Capítulo 2: A importânica do teste de compressão


relativa no diagnóstico automotivo

Introdução .......................................................................................................................................... 20
Procedimento para realização do teste............................................................................. 20
Análise detalhada do sinal .......................................................................................................... 22
Estudo de caso 1 ................................................................................................................................... 23
Estudo de caso 2 ...................................................................................................................................24

Capítulo 3: Do alternado ao sensor de rotação. Dois


casos resolvidos com o uso do oscilóscopio
Diagnóstico sistema de carga ................................................................................................ 26
Análise do sensor de rotação..................................................................................................... 29

Capítulo 4: Entre perguntas, respostas e sinais...

Introdução ...............................................................................................................................................33
Perguntas básicas em uma entrevista consultiva.........................................................34

Metodologia 5W2H............................................................................................................................ 37

Aplicação prática................................................................................................................................ 38

4
DIAGNOSTICO AUTOMOTIVO NA PRÁTICA O QUE VOCÊ VAI APRENDER COM NOSSO CURSO

Capítulo 5: Falhas de combustão


Introdução ................................................................................................................................................ 40
Sequência de testes .......................................................................................................................... 41
Combustível adulterado ................................................................................................................. 43
Sistema de ignição X arrefecimento .......................................................................................44

Capítulo 6: Transdutor de Vácuo


Transdutor de vácuo com o motor em marcha lenta ..............................................47

Identificação de desgaste no cabeçote .............................................................................49

Análise da parte de força do motor .......................................................................................51

5
C A PÍTU LO 1

EFICIENCIA
NO
DIAGNOSTICO
DIAGNOSTICO AUTOMOTIVO NA PRATICA
1 EFICIENCIA NO DIAGNOSTICO

Introdução
Abordaremos na seguinte matéria um caso de difícil solução: uma Fiat
Freemont que a 8 meses não entrava em funcionamento e sem exagero da
nossa parte, desafiou um pouco mais de uma dúzia de reparadores.
Estática por meses no canto da oficina, empoeirada, sendo um pesadelo
na vida do proprietário e de alguns reparadores, somado ao fato de ter a
cor branca, tais semelhanças com um fantasma não seria mera
coincidência.

Figura 1 FIAT FREEMONT 2.4 GASOLINA

Para que o leitor fique inserido no contexto deste caso, listarei algumas
variáveis que aconteceram neste veículo e que certamente se repetirão
em outras situações semelhantes, não importando qual oficina ou região
do país:
Complexibilidade da pane. Diagnosticar o defeito original e identificar
suas causas.
Complexibilidade de panes colocadas. Com um histórico de várias
manutenções sem sucesso, temos uma grande possibilidade de ter
defeitos colocados por causa da imperícia de alguns profissionais.
Pouca disponibilidade financeira do proprietário do veículo. O
proprietário que já vem gastando uma relevante quantia de dinheiro
para solucionar a pane, provavelmente seu orçamento está
comprometido ou o seu pragmatismo o faz acreditar que o teu serviço
será outro “gasto perdido”.
Peças que faltam. Um veículo que fora desmontado algumas vezes e
chega sem pegar em tua oficina, provavelmente falta algum
componente. Se o veículo for importado, temos um agravante.

7
DIAGNOSTICO AUTOMOTIVO NA PRATICA EFICIENCIA NO DIAGNOSTICO

A oficina que contratou nossos serviços de consultoria automotiva,


relatou que a mais ou menos 10 meses atrás, o veículo em questão
tinha uma falha de funcionamento e que um reparador efetuou o reparo
completo no motor. Depois disto o carro não entrou mais em
funcionamento. Na tentativa de resolver a pane, trocaram vários
sensores e atuadores para testes e checaram toda a parte elétrica sem
sucesso. A oficina contratante recebeu o veículo no reboque após este
período de 10 meses de outra oficina com muitos itens desmontados.
No diagnóstico com scanner, lendo os DTC’s (códigos de falha)
gravados na memória da unidade que controla o motor, existiam
códigos de falha referente ao sensor Map (pressão absoluta do
coletor), sensor de temperatura do ar e da água.

Começando com o pé esquerdo


Sem trocadilhos por causa do período eleitoral. O reparador da oficina
contratante estava munido de um esquema elétrico que o induziu ao
erro. Segundo a interpretação que ele teve, o defeito que levava o
carro a não pegar poderia estar na UCE (unidade de comando
eletrônico). Também havia o fato das falhas que estavam no scanner
não apagarem, que reforçaram a sua teoria. O reparador removeu a
UCE e mandou para análise em laboratório. Após alguns dias em
análise, o módulo foi devolvido com o diagnóstico que estava
operando normalmente. Esse foi o primeiro equivoco causado por
ferramentas adquiridas pelo colega reparador.
Quando a Automotriz chegou na oficina contratante, foi informada de
um possivel defeito na rede CAN, pois o profissional ao testar com o
osciloscópio notou que o sinal não tinha a mesma forma dos sinais
que estão disponiveis como referência no fórum Oficina Brasil.
Ligamos nosso osciloscópio OWON nos pinos 6 e 14
correspondentes a rede CAN do conector de diagnóstico (figura 2) e
obtivemos o sinal da rede CAN de alta e de baixa, conforme figura 3.
Analisando os sinais da CAN da referida foto, notamos algumas
características que consideramos o sinal em bom estado como:
corretos níveis de tensão, bits da mensagem com formato padrão,
espelhamento da CAN Alta e Baixa com aspecto normal.

8
DIAGNOSTICO AUTOMOTIVO NA PRATICA EFICIENCIA NO DIAGNOSTICO

Figura 2- conector de diagnóstico

Figura 3 Rede CAN

9
DIAGNOSTICO AUTOMOTIVO NA PRATICA EFICIENCIA NO DIAGNOSTICO

Então porque o sinal da CAN no outro osciloscópio levou o reparador a


diagnosticar um erro na REDE? Teria ele feito um procedimento errado na
medição? Negativo. Como todos sabem, o sinal de REDE CAN tem uma
elevada velocidade. O instrumento de medição (o osciloscópio) deverá ter
características técnicas de construção que possibilitem a medição deste
sinal. Se tais características não forem suficientes, ele medirá o sinal,
porém, mostrará um sinal distorcido. Nosso colega reparador infelizmente
foi induzido ao erro, pois o seu aparelho era inapto para o teste de uma
linha de comunicação CAN. A forma de onda distorcida no seu aparelho o
levou ao segundo equívoco.

Pesquisando Pane

Como a rede CAN estava normal, resolvemos checar o motivo do carro


não pegar. Capturamos o sinal de rotação e demos na partida. Obtivemos
um sinal plausível, porém o carro não pegava. Não havia centelha nas
velas, nem pulsos nos injetores. O relé da bomba também não armava.
Como o motor tinha sido reparado, suspeitamos de um erro de
sincronismo. Mas não iríamos remover as proteções e checar com
ferramentas específicas e sim analisar o ponto via osciloscópio, cruzando
as informações do sinal de rotação do virabrequim com os sinais de fase
dos comandos de admissão e escape. Assim procedemos e obtivemos a
primeira pista de que algo errado estava acontecendo: Não havia sinal no
sensor de fase do eixo de admissão, localizado pelo círculo amarelo na
Figura 4.

10
DIAGNOSTICO AUTOMOTIVO NA PRATICA EFICIENCIA NO DIAGNOSTICO

O próximo passo foi conferir se chegava alimentação elétrica no sensor.


O sensor em questão recebia 5 Volts, mas não recebia aterramento! De
posse de um diagrama elétrico confiável, checamos de onde vinha o
negativo do sensor. Atipicamente, tanto o negativo como a tensão de 5
Volts tinham sua origem no módulo BCM2. Dizemos atípico porque
geralmente a alimentação

dos sensores tem origem na própria UCE. Observe a Figura 5 que


mostra destacado na cor VERDE a alimentação do sensor e o sinal
pulsado que é enviado para a UCE destacado na cor VERMELHA.
Numa análise mais detalhada do diagrama elétrico, constatamos que
outros sensores também tem os seus aterramentos originados da
BCM2, como o caso do sensor MAP e sensores de temperatura,
justamente os que acusam falhas no scanner.

11
DIAGNOSTICO AUTOMOTIVO NA PRATICA EFICIENCIA NO DIAGNOSTICO

Figura 5 Diagrama elétrico Sensor Fase ADM

A figura 6 mostra a ligação destes sensores à UCE e ao BCM2.


Os negativos de cada sensor foram destacados na cor marrom.

Figura 6 Aterramento

Fazendo um teste no circuito, inserimos por nossa responsabilidade


um negativo com um dispositivo de segurança elétrico no fio ligado ao
pino 07C5 da BCM2, onde tínhamos a falta de um negativo que
alimenta o sensor de Fase do comando. No scanner demos o
comando para apagar as falhas dos sensores de Pressão do coletor,
temperatura d’água e do ar que estavam registradas. O comando foi
aceito e nenhuma falha ficou armazenada na memória da ECU.

12
DIAGNOSTICO AUTOMOTIVO NA PRATICA EFICIENCIA NO DIAGNOSTICO

Conectamos nosso osciloscópio de dois canais no sinal do sensor de


fase do eixo de admissão (CMP ADM) e no sinal do sensor rotação do
eixo virabrequim (CKP).
Obtivemos o sinal da Figura 7. Mesmo com estes sinais de entrada, o
veículo insistia em não pegar.

Instrumentamos o nosso equipamento para capturar os dois sinais de


Fase: o sinal de fase de admissão (CMP ADM) e sinal fase de escape
(CMP ESC). Encontramos um sinal totalmente incomum no sinal do
CMP ESC, conforme a figura 8. Com uma quantidade grande de
dentes, até pensamos que seria um curto no chicote com o fio do CKP,
entretanto era realmente um defeito no sensor, já que não víamos um
padrão e repetição nos dentes.

Figura 8 - Sinal CKP e CMP ADMISSAO

13
DIAGNOSTICO AUTOMOTIVO NA PRATICA EFICIENCIA NO DIAGNOSTICO

Invertemos os sensores de posição e a falha que era no eixo de escape,


agora era no eixo de admissão (figura 9).
Resolvemos desligar o sensor defeituoso e demos na partida. O veículo
entrou em funcionamento, falhando bastante e com fumaça pelo
escapamento. Nos poucos segundos que deixamos funcionando na
marcha lenta, a luz espia da injeção permaneceu apagada.

Figura 9- Localização dos sensores CMP

Entendendo a lógica de funcionamento ECU


Hora de entender a lógica adotada pela ECU que permite a partida do
motor:
1- O sinal defeituoso do Sensor do comando de Escape impedia o
funcionamento do motor.
2- Desfazendo o aterramento de teste, o sinal do CMP ADM não
existia devido à falta de aterramento do sensor. Mesmo assim o
CMP ESC mandava sinal defeituoso.
3- Veículo precisava de pelo menos um sinal de CMP plausível para
liberar o funcionamento do motor.

14
DIAGNOSTICO AUTOMOTIVO NA PRATICA EFICIENCIA NO DIAGNOSTICO

A figura 10 mostra como ficou os sinais dos eixos de comando após


o reparo (troca do CMP escape e correção do aterramento da Caixa
de fusíveis).

Figura 10 - Sinais CMP após reparo

Engana-se quem acha que acabou por aqui... hora de fechar o


chicote que estava aberto, montar as várias carenagens que já
vieram desmontadas, ligar a transmissão, pôr o óleo da
transmissão automática (veio sem óleo), instalar o escapamento,
trocar o fluido do arrefecimento e descobrir o falhamento do
veículo. Ao remover os injetores, de imediato foi observado que
um deles estava travado aberto, como mostra a figura 11.
Certamente foi este injetor que ocasionou a pane na parte
mecânica do motor a 10 meses atrás. Após a troca do injetor,
veículo funciona perfeitamente.

15
DIAGNOSTICO AUTOMOTIVO NA PRATICA EFICIENCIA NO DIAGNOSTICO

Fica a dica:
Muito cuidado com veículos que tenham uma situação semelhante
ao da nossa Freemont. Cautela é exigida na hora do orçamento.
Faça um check-list criterioso no recebimento do veículo e o mais
importante: tenha as ferramentas certas para resolver o problema.
As chances de ter um prejuízo em um serviço como esse é grande!
O diagnóstico automotivo por imagem teve seu embrião no
Fórum Oficina Brasil em meados de 2009. Não sabia? Então
acessa logo https://www.oficinabrasil.com.br/forum/ e fique por
dentro do que há de mais moderno no diagnóstico veicular.

16
C AP ÍTU LO 2

COMPRESSÃO
RELATIVA
DIAGNOSTICO AUTOMOTIVO NA PRATICA
2 COMPRESSÃO RELATIVA

Teste de Compressão Relativa


Introdução
É um teste muito fácil de realizar além de ser rápido e conclusivo.
Consiste, basicamente, na análise da queda de tensão da bateria no
momento da partida, causada pelo consumo de corrente do motor de
partida ao movimentar o motor do veículo. Este consumo depende dentre
outras coisas da qualidade da vedação de cada cilindro, ou seja, quanto
melhor a vedação, ou estado dos componentes mecânicos do motor,
maior será a pressão de compressão e, consequentemente, maior o
consumo de corrente utilizada pelo motor de partida que se refletirá numa
maior queda de tensão medido nos bornes da bateria.

Procedimento para realização do teste


Para realiza-lo o técnico automotivo deve estar de posse de um
osciloscópio que faça a leitura de tensão alternada (acoplamento AC).
Para capturar o sinal basta inserir as pontas de prova nos bornes positivo
e negativo da bateria, figura 3. Deve desconectar algum componente
eletrônico vital para o funcionamento do motor (sensor de rotação, bicos
injetores, rotação e fase, dentre outros) para o mesmo não entrar em
funcionamento e, finalmente, escolher os valores adequados de tensão e
tempo na tela do osciloscópio, para enquadramento vertical e horizontal
do sinal, figura 4, respectivamente.

18
DIAGNOSTICO AUTOMOTIVO NA PRATICA COMPRESSÃO RELATIVA

A figura 5 exibe o momento da captura do sinal utilizando o


equipamento Raven Scanner 3 em um Corsa Hatch ano 2003, em
perfeito estado.

19
DIAGNOSTICO AUTOMOTIVO NA PRATICA COMPRESSÃO RELATIVA

Análise detalhada do sinal


Analisando, detalhadamente o sinal capturado, figura 6, observamos a
uniformidade da queda de tensão da bateria, atestando que os cilindros estão
com pressões de compressão equivalentes.

Alguns equipamentos já trazem em seu software a construção de


um gráfico em forma de barras no final do teste de compressão
relativa com o objetivo de facilitar a visualização do resultado final
do teste. A figura 7 apresenta este gráfico.

20
DIAGNOSTICO AUTOMOTIVO NA PRATICA COMPRESSÃO RELATIVA

Estudo de Caso 1
Bom, mas alguns poderão perguntar: como será o sinal para um
motor como problema mecânico? Para responder a esta possível
indagação lanço mão de imagens, que como dizem, falam mais
que mil palavras.
Observando a figura 8, identificamos que há um intervalo no sinal
sem queda de tensão da bateria, o que identifica perda de
compressão em um ou mais cilindros do motor. Neste caso em
especial existia uma falha nos cilindros 1 e 2.

Após a correção, substituição da junta do cabeçote, temos o sinal


com o motor em funcionamento normal, como mostra a figura 9.

21
Estudo de Caso 2
Já a figura 10 apresenta um caso onde o veículo chegou ao técnico,
Paulo Rogério, após passar por várias oficinas, onde foram
substituídos vários componentes como bomba de baixa e alta
pressão de combustível e bicos injetores, sem, contudo, obterem
sucesso na identificação da falha.
Paulo sem desmontar uma arruela, realizou o teste de compressão
relativa e identificou um cilindro com pressão de compressão inferior
aos demais, o técnico levou apenas 5 segundos para realizar o teste
e concluir o diagnóstico.

Cabe salientar que o valor de compressão individual de cada cilindro


deve ser verificado com um medidor de compressão, pois o teste de
compressão relativa apenas compara as pressões dos cilindros. Por
exemplo, falta de vedação devido a junta de cabeçote danificada ou
problemas nas válvulas serão identificadas por este teste, todavia,
baixa pressão de compressão em todos os cilindros já não será visto a
partir desta análise.

22
3

CAP Í TU LO 3

Do alternador ao sensor
de rotação.
Dois casos resolvidos
com a utilização do
osciloscopio
DIAGNOSTICO AUTOMOTIVO NA PRATICA
3 DO ALTERNADOR AO SENSOR DE ROTAÇÃO

Diagnóstico do sistema de carga


Olá reparadores! Nesta matéria iremos analisar dois casos que exigiram
bastante perícia e competência por parte do reparador. Procuramos
apresentar os pontos de medição e análise dos sinais, utilizando-se para
tanto do osciloscópio a fim de proporcionar ao reparador acesso aos novos
métodos e técnicas aplicadas no diagnostico automotivo e, desta forma,
fornecer os fundamentos teóricos que irão desenvolver as competências
necessárias para seu desempenho.
É do conhecimento de todos que os sintomas, que são as manifestações
da falha podem ser vistos, ouvidos, sentidos ou medidos, este último, que
será objeto de nosso estudo, é o mais difícil de ser identificado, pois exige
do reparador uma maior atenção, bem como, embasamento teórico e
domínio das técnicas de utilização dos instrumentos de medição.
A análise destes casos só foi possível graças à colaboração do reparador
Daulio, proprietário da Montese Autocenter, onde foram realizados os
testes e, por fim, os diagnósticos que serão mostrados nesta matéria.
O primeiro caso está relacionado a uma falha que deu bastante trabalho
ao reparador, pois exigiu deste, bastante paciência e, sobretudo,
perspicácia na identificação do momento exato da manifestação da falha.
O proprietário do veículo Audi Q7, conforme mostra a figura 1, equipado
com um motor V8 de 4200 cilindradas e injeção direta de combustível,
figura 2, chegou a oficina relatando que ao pisar no acelerador para sair
com o veículo o motor desligava.

24
DIAGNOSTICO AUTOMOTIVO NA PRATICA DO ALTERNADOR AO SENSOR DE ROTAÇÃO

Inicialmente o reparador realizou, como de costume, vários testes


nos sistemas de injeção e ignição eletrônica, utilizando-se do
osciloscópio para visualizar os sinais dos sensores e atuadores.
Colocou o scanner automotivo para coletar algum código de falha
que indicasse algum componente defeituoso, assim como verificou
se os parâmetros de funcionamento do motor estavam dentro dos
valores preconizados pelo fabricante do veículo.

Após realizar todos os testes, o reparador não encontrou nenhuma


anomalia nos sistemas analisados, desta forma, iniciou uma
verificação nos demais sistemas eletroeletrônicos, por exemplo, o
sistema de carga.
Com o auxílio de um multímetro automotivo, verificou o estado da
bateria, medindo sua tensão de repouso, no momento da partida e
com o motor em funcionamento, todos os valores estavam dentro do
especificado pelo fabricante.

Entretanto, a fim de realizar uma análise mais minuciosa, que o


caso exigia, e de posse de seu fiel companheiro de diagnósticos, o
osciloscópio, verificou o sinal de saída do alternador e, para sua
surpresa e alegria, conseguiu identificar o causador da falha do
veículo, conforme podemos observar na figura 3.

25
DIAGNOSTICO AUTOMOTIVO NA PRATICA DO ALTERNADOR AO SENSOR DE ROTAÇÃO

O reparador observou que quando o motor chegava a,


aproximadamente, 3000 RPM, apareciam esses picos de tensão o que,
provavelmente, estaria interferindo no funcionamento regular do
sistema de gerenciamento do motor e, desta forma, disparando alguma
estratégia de emergência, desligando o motor para protege-lo contra
danos mais graves.

Após a substituição do alternador, o veículo voltou ao funcionamento


normal. A figura 4 exibe o sinal de saída do novo alternador.

26
DIAGNOSTICO AUTOMOTIVO NA PRATICA DO ALTERNADOR AO SENSOR DE ROTAÇÃO

Análise do sensor de rotação


O segundo caso a ser analisado, diz respeito a uma Jeep Renegade,
figura 5, que veio de outra oficina, onde após uma colisão teve que ser
realizado um reparo no motor. O cliente relata que após o reparo o
veículo apresentou ruídos tipo “castanhado” nas acelerações, expelia
muita fumaça e depois de pouco tempo o motor desligava.

De posse destas informações, o reparador analisou com o scanner se


havia algum código de falha, bem como os parâmetros do sistema de
injeção e ignição eletrônica. Nada encontrando de errado nestes
sistemas, teve que recorrer, novamente, ao osciloscópio para ‘’enxergar’’
os que os outros equipamentos não conseguiram ‘’ver’’. Ao visualizar o
sinal proveniente do sensor de rotação viu, facilmente, a origem de toda
a falha manifestada pelo veículo, conforme mostra a figura 6.

27
DIAGNOSTICO AUTOMOTIVO NA PRATICA DO ALTERNADOR AO SENSOR DE ROTAÇÃO

Observando a figura 6, vemos que há uma falha no sinal, identificando


que havia danos na roda fônica, provenientes, provavelmente, da
colisão e, que não foi identificado pelo reparador que reparou o motor.
Desta forma, para solucionar o inconveniente foi substituída a roda
fônica e, assim, restabelecido o funcionamento regular e eficiente do
veículo.

A figura 7 exibe, a roda fônica danificada, após a colisão.

28
A figura 8 exibe o sinal após a substituição da roda fônica.

Portanto, vimos ao analisar os casos explorados nesta matéria, que a


oficina que quer se manter ‘’viva’’ diante de um mercado com veículos
cada vez mais tecnológicos e com uma eletrônica embarcada cada vez
mais presente, deve ter como foco um bom investimento em
capacitação de mão de obra qualificada, assim como, em instrumentos
e equipamentos para lograr êxito na resolução dos inconvenientes e, a
partir dai, se destacar diante das demais, ou de outra forma, fechar as
portas se assim não proceder.

29
CA P ÍTU LO 4

Entre perguntas,
respostas e sinais...
DIAGNOSTICO AUTOMOTIVO NA PRATICA
4 ENTRE PERGUNTAS, RESPOSTAS E SINAIS

Introdução
Olá reparadores! Nesta matéria iremos abordar a importância da
entrevista consultiva para o planejamento de um plano de ação para
a realização de um bom diagnóstico. Procuramos apresentar os
tipos, as características e casos onde foram aplicadas essa
ferramenta, a fim de auxiliar os colegas, fornecendo os fundamentos
teóricos e exemplos práticos que irão desenvolver as competências
necessárias para o seu máximo desempenho.

Quando discutimos com profissionais do setor de reparação sobre os


casos mais complicados na oficina e que, consequentemente,
demoraram bastante tempo para serem solucionados, praticamente
todos concordam que se tivessem coletado mais informações do
cliente acerca da manifestação da falha, teriam direcionado de forma
mais assertiva a linha de raciocínio e, com isso, teriam resolvido mais
rapidamente a anomalia do veículo.

Ferramentas da qualidade
A entrevista consultiva é um dos elementos que constituem as
chamadas ferramentas da qualidade que foram criadas há décadas
por aqueles que iniciaram o processo de Gestão da Qualidade Total.
Umas permaneceram, outras foram atualizadas e algumas foram
criadas. Tais ferramentas gerenciais permitem análises que
possibilitam as tomadas de decisão mais adequadas. Para esta
matéria iremos explorar, inicialmente, as perguntas básicas a serem
feitas ao cliente e, mais adiante, vamos estudar mais profundamente
dois métodos, são eles: diagrama de Ishikawa e 5W2H.

31
DIAGNOSTICO AUTOMOTIVO NA PRATICA ENTRE PERGUNTAS, RESPOSTAS E SINAIS

Perguntas básicas em uma entrevista consultiva


Digamos que um cliente chegue em sua oficina relatando que quando
carrega o seu veículo o mesmo quando em movimento apresenta
barulhos na traseira.
Vamos analisar detalhadamente a figura 1 que apresenta as principais
perguntas realizadas pelo reparador neste tipo de situação, bem como
as possíveis respostas do proprietário.

Entrevista com o cliente


Quantidade de carga utilizada no veículo 200 kg
Tipo de uso Passeio e eventual transporte de
carga
Qual carga costuma transportar Malas de viagem e eventualmente
sacos de cimento

Tipo de estrada mais trafega Semana cidade, e final de semana


estrada de terra

Uma vez de posse destas informações, precisamos elaborar um plano


de ação para identificar e inspecionar os principais componentes que
podem ser os causadores do barulho.
A figura 2 exibe os principais itens verificados assim como os resultados
da inspeção visual.
Inspeção Visual
Verificar a quilometragem do veículo 50.000 km
Verificar o estado dos pneus Os sulcos não estão desgastados
Verificar se os pneus são os Pneus originais do veículo
especificados
Verificar a existência de acessório que Sem acessórios
possa afetar a operação da suspensão.
Verificar o estado das molas (Aplicação As molas não apresentam desgastes
sinais de fadiga)
Verificar o estado geral dos Vazamento nos amortecedores
componentes da suspensão traseira traseiros

Vemos, claramente, que após aplicação destas etapas, a causa do


barulho na traseira do veículo foi identificada, que nesse caso especifico,
são os amortecedores.
Note, contudo, que há casos mais complexos que exigem, da mesma
forma, ferramentas mais elaboradas para auxiliar o reparador na
execução do diagnóstico. Apresentamos a seguir essas ferramentas que
podem ajudar sobremaneira no dia-a-dia do trabalho em busca da
Qualidade.

32
DIAGNOSTICO AUTOMOTIVO NA PRATICA ENTRE PERGUNTAS, RESPOSTAS E SINAIS

Diagrama de Ishikawa ou de causa e efeito


É uma ferramenta gráfica que ajuda a gerenciar e fazer o Controle da
Qualidade (CQ) em diferentes processos cujo principal objetivo é
identificar quais são as causas para um efeito ou problema.
Em outras palavras, podemos compreende-la como uma ferramenta
poderosa para a identificação dos direcionadores que potencialmente
causam os efeitos indesejáveis. Estes direcionadores, por sua vez, podem
ser originados por outras causas raízes.
Este diagrama, originalmente proposto por Kaoru Ishikawa na década de
60, já foi bastante utilizado em ambientes industriais para a localização de
causas de dispersão de qualidade no produto e no processo de produção.
Ele é uma ferramenta gráfica utilizada para explorar e representar opiniões
a respeito de fontes de variações em qualidade de processo, mas que
pode perfeitamente ser utilizada para a análise de problemas genéricos,
inclusive em um processo de diagnóstico de falhas mais complexos.
A figura 3 ilustra a aplicação do diagrama de Ishikawa em uma situação
típica de nossa realidade na oficina onde um cliente chega reclamando de
alto consumo de combustível.

33
DIAGNOSTICO AUTOMOTIVO NA PRATICA ENTRE PERGUNTAS, RESPOSTAS E SINAIS

Analisando detalhadamente o diagrama observamos os seguintes pontos:


1. É uma boa ferramenta de comunicação;
2. Estabelece a relação entre o efeito e suas causas;
3. Possibilita um detalhamento das causas.

Para os que gostaram do diagrama de causa e efeito e gostariam de fazer


em suas atividades na oficina seguem algumas dicas:
1. Defina o problema a ser estudado e o que se deseja obter (o que
deve acontecer ou o que deve ser evitado).

2. Procure conhecer e entender o que pode ocasionar a reclamação do


cliente: observe, documente, fale com pessoas envolvidas, leia.

3. Organize as informações obtidas, estabeleça as causas principais,


secundárias, terciárias, etc. (hierarquia das causas), elimine
informações irrelevantes, monte o diagrama, confira.

34
DIAGNOSTICO AUTOMOTIVO NA PRATICA ENTRE PERGUNTAS, RESPOSTAS E SINAIS

Metodologia 5W2H
A ferramenta 5W2H tem origem na indústria automobilística, mais
especificamente na do Japão, onde foi desenvolvida. No início foi
associada aos processos de gestão da qualidade total, nas linhas de
produção de carros. Logo depois foi expandida para outras áreas,
sempre com a intenção de ajudar a coordenar o passo a passo da
elaboração e execução de um projeto ou plano de ação, por exemplo.
Podemos aplicar esta ferramenta no desenvolvimento de um plano de
ação para a realização de um diagnóstico complexo, fazendo
algumas adaptações no modelo original.
Para facilitar o entendimento desta ferramenta e o porquê tem esse
nome observe a figura 4 que exibe o significado de cada letra que
constitui esta ferramenta.

35
DIAGNOSTICO AUTOMOTIVO NA PRATICA ENTRE PERGUNTAS, RESPOSTAS E SINAIS

Em uma aplicação no setor de reparação automotiva poderíamos


utilizar essa ferramenta da seguinte forma como mostra a figura 5.

Aplicação prática da ferramenta


Para ilustrar a aplicação desta ferramenta no diagnóstico automotivo
avançado me utilizarei de um caso cedido, gentilmente, pelo amigo
reparador Osair Xavier, figura 6, proprietário da Auto Mecânica
Xavier, localizada na Rua José Vedovatto, na cidade de Sumaré no
estado de São Paulo.

O proprietário de um veículo chegou em sua oficina relatando um


problema, no mínimo, interessante. Relatou que depois de rodar
alguns quilômetros o veículo para e depois de alguns minutos volta a
funcionar. Osair Xavier intrigado com o caso e conhecedor das
ferramentas que auxiliam na elaboração de um plano de ação que no
caso seria para diagnóstico da falha, fez a seguinte pergunta que
faltava para iniciar o procedimento de diagnóstico:
Quando ocorre a falha o motor estava frio ou quente? (WHEN)

O proprietário respondeu que sempre que ocorria a falha o motor


estava quente.

36
DIAGNOSTICO AUTOMOTIVO NA PRATICA ENTRE PERGUNTAS, RESPOSTAS E SINAIS

De posse desta informação, O reparador utilizando-se de um


osciloscópio captou o sinal do sensor de rotação com o motor frio,
como mostrado pela figura 7;

Ao observar a imagem não viu nenhuma anomalia aparente,


entretanto como já havia perguntado ao proprietário em qual
momento ocorria a falha sabia que se fosse apresentar algum
problema seria com o motor quente.
Desta forma, fez a mesma medição com o motor quente como mostra
a figura 8.

Ao ver o resultado da captura Osair identificou, de pronto, o sinal irreg-


ular proveniente do sensor de rotação que somente se manifestava
com o motor quente.

37
DIAGNOSTICO AUTOMOTIVO NA PRATICA ENTRE PERGUNTAS, RESPOSTAS E SINAIS

Substituiu o sensor e fez uma nova captura com o motor quente. A


figura 9 apresenta o sinal do sensor de rotação novo.

Alcançar a máxima eficiência ou maestria no diagnóstico é o desejo


de muitos reparadores, pois sabemos que não há nada mais
gratificante que resolver um problema de um veículo que chega em
sua oficina com funcionamento irregular, ou sem funcionar, e após o
reparo o veículo sair com o funcionamento perfeito, traz uma
sensação de dever cumprido.

Esperamos com essas informações ter contribuído com os colegas


reparadores na elaboração de uma linha de raciocínio ou plano de
ação no momento do diagnóstico.

38
CAP ÍT U LO 4

Falhas de
combustão
4
DIAGNOSTICO AUTOMOTIVO NA PRATICA FALHAS DE COMBUSTÃO

Introdução
Recebemos um Ford Focus 2.0 Flex ano 2011, figura 1, com a luz
de injeção acesa e falhando bastante. Quando inserimos o scan-
ner para obter os códigos de falha (DTC'S) gravados na memória
do veículo, obtemos os códigos P0300 e P0301 conforme a figura
2.
A falha nitidamente era um cilindro que não funcionava.
Conversando com o cliente, este avisou que já havia trocado velas,
filtros de ar e combustível e limpeza dos injetores a pouco tempo,
menos de três meses.

40
DIAGNOSTICO AUTOMOTIVO NA PRATICA FALHAS DE COMBUSTÃO

Sequência de testes
Diante do exposto, ligamos nosso osciloscópio Hantek 6074 e fomos
aos testes. Como tínhamos uma falha de combustão, tínhamos uma
lista a ser testada:
1. Sistema de ignição.
2. Compressão relativa dos cilindros.
3. Sistema de admissão de ar.
4. Injetores.
O diagnóstico automotivo avançado permite que o técnico visualize o
comportamento da tensão elétrica no momento da queima na vela de
ignição. De imediato, vimos uma anormalidade em mais de um
cilindro nos testes do referido sistema. Na figura 3, temos a imagem
do secundário de ignição de um dos cilindros defeituosos, capturada
com um sensor indutivo na parte superior da bobina de ignição.
Destacamos em azul a linha de queima. Esta linha representa o
tempo da faísca dentro do cilindro. Em vermelho, temos o tempo
ideal para a duração da queima dentro do cilindro, que é de um
milisegundo (um milésimo de segundo!).

41
DIAGNOSTICO AUTOMOTIVO NA PRATICA FALHAS DE COMBUSTÃO

Por vezes, o sinal que já mostrava anormalidade muda e toma uma


forma que fica evidente que há algo de errado no sistema de ignição:
a linha de centelha que era bem inferior ao valor padrão de 1 mS(um
milisegundo), simplesmente desaparece como mostra a Figura 4.
Não temos mais a "CADEIRINHA" como alguns reparadores
chamam.

42
DIAGNOSTICO AUTOMOTIVO NA PRATICA FALHAS DE COMBUSTÃO

Combustível adulterado
Quando o cliente foi informado que a pane possivelmente se
encontrava nas velas de ignição, veementemente afirmou que as
velas eram novas, especificas deste carro, de boa qualidade e
que tinha pago caro, pois eram de Platina.
Então removemos as velas e ao inspeciona-las visualmente, nos
deparamos com uma substancia vermelha impregnada na
cerâmica que isola o eletrodo central. A alta tecnologia das
velas de platina que prometem um melhor desempenho, alta
durabilidade do eletrodo central e uma melhor ignição de nada
adiantou diante da contaminação por combustível adulterado.
Isto mesmo.
A coloração avermelhada é o óxido de ferro que acaba
provocando um curto na vela por ser um condutor elétrico. Esta
substancia fica tão fortemente impregnada na cerâmica que é
impossível limpar. Tivemos que trocar o conjunto de velas e
uma Bobina de ignição que apresentava marcas de fuga e
aconselhamos o proprietário a abastecer em outro posto. Figuras
5 e 6.

Nota do fabricante da vela: O ferro não é um dos componentes da gasolina produzida


no Brasil. Portanto sua presença no combustível pode ter ocorrido por um processo de
contaminação ou o uso de algum tipo de aditivo não homologado.

(fonte: http://www.ngkntk.com.br)

43
DIAGNOSTICO AUTOMOTIVO NA PRATICA FALHAS DE COMBUSTÃO

A Figura 7 mostra o sinal de secundário após o reparo

Sistema de ignição X Arrefecimento


Alguns reparadores do Fórum Oficina Brasil já presenciaram o
Oxido de ferro nas velas de ignição tendo a origem do problema
em outro sistema: o de arrefecimento.
Vejamos a figuras 8 que mostram um caso de problema de
arrefecimento visto previamente com o osciloscópio. Neste sinal
vemos uma grande quantidade de ruídos na linha de queima.
Havia uma passagem de água para o cilindro. A solução foi o
envio do cabeçote para a retifica e troca da junta do cabeçote.

44
DIAGNOSTICO AUTOMOTIVO NA PRATICA FALHAS DE COMBUSTÃO

Acessem agora a seção Diagnóstico Automotivo Avançado do


Fórum Oficina Brasil e apreciem vários casos de panes em
sistemas de ignição. Mostre ao seu cliente que você é um
reparador diferenciado. Nas redes sociais, coloque a hashtag
#DIAGNOSTICO_PORIMAGEM_OBRASIL e mostre que é
doutor em automóveis.
Colaborou com esta matéria o técnico Rogerio da empresa NGK.

45
CAP ÍT U LO 6

Transdutor
de vácuo
DIAGNOSTICO AUTOMOTIVO NA PRATICA TRANSDUTOR DE VÁCUO
6
Transdutor de pressão com o motor em marcha lenta
Antes de iniciar o estudo dos casos, iremos entender como
interpretar o sinal emitido pelo transdutor de pressão instalado no
coletor de admissão como o motor no regime de marcha lenta.
Como já foi dito na matéria do mês de novembro, o transdutor de
pressão, consiste, basicamente, de uma pastilha piezo elétrica que
transforma variações de pressão em sinais elétricos instalado no
coletor de admissão, podemos, facilmente, verificar o vácuo que
cada cilindro está gerando no momento da admissão. Este teste
pode ser realizado em dois regimes de funcionamento do motor: na
partida ou em marcha lenta. Para esta matéria vamos iniciar
mostrando o teste na marcha lenta.
A figura 1 apresenta o gráfico emitido pelo transdutor de pressão
instalado no coletor de admissão com o motor em marcha lenta. Os
principais pontos de análise do sinal estão destacados por siglas
que tem seu significado explicados logo abaixo da figura.

Descrição dos pontos demonstrados no gráfico:


IA= INICIO DE ABERTURA VÁLVULA DE ADMISSÃO
FA= FINAL DE ABERTURA VÁLVULA DE ADMISSÃO
IE= INICIO DE ABERTURA VÁLVULA DE ESCAPE
FE= FINAL DE ABERTURA VÁLVULA DE ESCAPE
IC= INICIO DO TEMPO DE COMPRESSÃO

47
Observando atentamente o gráfico fica fácil constatar que podemos
diagnosticar falhas tanto nas válvulas de admissão quanto nas válvulas
de escape, pois podemos identificar seus momentos de abertura e
fechamento, isso de forma individual, ou seja, cilindro por cilindro.
Um outro ponto a ser observado no gráfico da figura 1, é que os pontos
inferiores do gráfico representam o vácuo gerado por cada cilindro no
momento do tempo de admissão, esses pontos servem de referência
para comparação do vácuo gerado por cada cilindro, se houver uma
diferença considerável é sinal que algum cilindro está com problema.
De forma similar ao teste de compressão relativa, este tipo de sinal
também serve para identificar problemas na vedação da junta do
cabeçote. Em resumo este tipo de análise pode identificar falhas nos
seguintes componentes:

1.Válvulas de admissão ou escape quanto a trincas, desgaste.


2.Válvulas de admissão ou escape quanto a folgas excessivas ou
estranguladas caso ainda necessitem de regulagem de suas folgas.
3.Cabeçote quanto a desgaste da sede de válvulas.
4.Comando de válvulas quanto à quebra, aplicação errada, empeno
ou deslocamento dos cames caso sejam montados por interferência.
5.Junta do cabeçote quanto desgaste ou ruptura, dentre outros.

A figura 2 exibe mais um gráfico para ajudar na compreensão deste sinal


que exige do técnico bastante estudo e treino constante. Sinal este que
se analisado de forma correta pode identificar problemas em
componentes mecânicos que sem essa ferramenta ficam “invisíveis” caso
se utilizem outros métodos ou equipamentos de diagnóstico.

48
49
Identificação de desgaste do cabeçote
Como exemplo de aplicação desta ferramenta, apresento um caso
cedido, gentilmente, pelo técnico automotivo Osair dos Santos Xavier,
proprietário da Auto Mecânica Xavier, que recebeu em sua oficina um
cliente relatando que o veículo consumia muita agua, sem, entretanto,
apresentar vazamento externo que, por certo, explicaria a reclamação
do cliente.

O técnico já experiente neste tipo de anomalia, pegou seu osciloscópio


junto com o transdutor de pressão e capturou o sinal resultante da
variação de pressão do coletor de admissão com o motor em marcha
lenta, obtendo o sinal conforme mostra a figura 3

Ao ver o sinal na tela do osciloscópio, Osair identificou, facilmente, que


havia um cilindro que apresentava um baixo vácuo em comparação
aos demais, através da análise da parte inferior do gráfico, o que
evidenciava que existia ali um problema de origem mecânica. O
reparador informou ao cliente que de pronto, autorizou a execução do
reparo e, sem perder tempo, Osair removeu todas as velas de ignição
para garantir a assertividade de sua análise.
A figura 4 exibe o aspecto das velas de ignição confirmando que havia
passagem de agua para dentro do cilindro do motor.

50
Como já suspeitava, confirmou a passagem de pequena quantidade
de água para dentro do motor, entretanto faltava apenas identificar o
causador desta anomalia, finalizando assim, seu diagnóstico.
Assim, partiu para a desmontagem do cabeçote e, por fim, elucidou o
caso ao identificar o causador do consumo excessivo de água. A
figura 5 mostra o desgaste da junta do cabeçote permitindo a
passagem da água para o interior do motor.

51
Análise da parte de força do motor
A aplicação do osciloscópio junto com o transdutor de vácuo não se
limita apenas a verificação da parte superior do motor (cabeçote),
pode ser utilizado para analisar a parte de força do motor, onde se
encontram os pistões, bielas e arvore de manivelas. Neste setor do
motor poderemos identificar, por exemplo, desgaste dos anéis de
segmento, bielas empenadas, desgaste excessivo das paredes do
cilindro, etc.
Para exemplificar a aplicação do transdutor de pressão, agora
instalado no local da vareta de verificação do nível de óleo do motor, a
fim de analisar as variações de pressão no cárter para identificar
possíveis desgastes nos componentes que fazem parte da parte de
força do motor, vamos acompanhar mais um caso cedido pelo amigo
reparador Osair dos Santos Xavier.
Um proprietário de um veículo Astra Elite 2.0, ano 2005, chegou em
sua oficina relatando que o veículo estava falhando, principalmente,
em marcha lenta.

Osair, verificou os parâmetros de funcionamento do veículo


utilizando um scanner, conforme apresenta a figura 6.

52
Ao observar os valores exibidos pelo equipamento o técnico não
identificou inicialmente nenhuma anomalia em seus componentes
eletroeletrônicos, entretanto, ele sabia que o scanner não mostrava o
foco real do problema.
Decidido em resolver este mistério, partiu para verificação com o
osciloscópio e transdutor de pressão. Inicialmente instalou no coletor
de admissão e com o motor em marcha lenta capturou o sinal
mostrado pela figura 7

Ao ver o resultado da análise, Osair constatou que não havia fortes


indícios de desgaste do cabeçote para ocasionar falhas no motor
como as que se manifestava no veículo em questão.
O próximo passo seria a verificação da parte de força o que o
reparador fez sem perda de tempo. Instalou o transdutor de pressão
no local da vareta de óleo e obteve seguinte sinal, conforme
apresenta a figura 8.

53
O sinal exibe as ondas de pressão no cárter resultante do movimento
de subida e descida dos pistões dentro do cilindro. Em sua análise o
técnico deve se atentar a regularidade do sinal, ou seja, os pontos
superiores e inferiores devem estar praticamente alinhados,
significando que todos os cilindros estão trabalhando de forma
equilibrada.
Neste caso Osair percebeu que havia desgaste em um dos cilindros do
motor, o que causava a falha do veículo, assim, além de remover o
cabeçote o técnico teve que realizar uma verificação na parte de força
do mesmo, verificando possíveis desgastes em diversos componentes,
tais como: anéis de segmento, pistões, bielas ou desgaste excessivo
nas paredes do cilindro.

54

Potrebbero piacerti anche