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FACULDADE DOM BOSCO


Credenciada através da Portaria nº 2.387, D.O.U. em
12/08/2004 Cornélio Procópio/Paraná

MARCIA BOER MATIAS

AS DIFICULDADES DO AFRO NO MERCADO DE TRABALHO

CORNÉLIO PROCÓPIO
2009
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MARCIA BOER MATIAS

AS DIFICULDADES DO AFRO NO MERCADO DE TRABALHO

Artigo Científico apresentado como


requisito obrigatório para obtenção do
título de especialista em Cultura Afro
com Ênfase em Ensino Religioso.

Orientadora e Professora: Ana Tereza


Fraga- Especialista em Didática e
Metodologia do Ensino.

CORNÉLIO PROCÓPIO
2009
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RESUMO

Este artigo tem o objetivo de mostrar o sistema de hierarquização brasileiro, estão


em seus primórdios à cor de pele, classe e status social, sempre apoiado pelo
preconceito racial branco versus preta dicotomia que tem sido à base da ordem
escravocrata para os últimos três séculos e que, na atualidade, resiste à
urbanização, industrialização e as mudanças dos sistemas políticos e regimes. A
definição de discriminação que está na base tanto dos salários e da discriminação
no emprego é o mesmo. Envolve o tratamento desigual dos indivíduos que são
igualmente produtivos, com base em características como sexo, raça, idade, religião,
etc, que não estão relacionados à produtividade e por isso não deve afetar os lucros.
Embora a discriminação social seja uma das barreiras que impedem o negro de
entrar no mercado de trabalho.

Palavras-chave: Discriminação; Renda; Mercado de Trabalho.


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ABSTRACT

This article aims to show the hierarchical system of Brazil, are in their early to skin
color, class and social status, always supported by racial prejudice black versus
white dichotomy that has been the basis for a slave for the past three centuries and
that, in actuality, resists urbanization, industrialization and changes of political
systems and regimes. The definition of discrimination which underlies both wages
and employment discrimination is the same. It involves the unequal treatment of
individuals who are equally productive, based on characteristics such as gender,
race, age, religion, etc., which are not related to productivity and therefore should not
affect profits. Although the social discrimination is one of the barriers that prevent
blacks from entering the labor market.

Keywords: Discrimination; Income; Labor market.


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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO …………………………………………………………………………….6
2 EVIDÊNCIAS DAS DESIGUALDADES SÓCIO-RACIAIS NO BRASIL .................7
3 HABITAÇÕES E CONDIÇÕES DE VIDA ................................................................9
4 ACESSO DO AFRO A EDUCAÇÃO .......................................................................9
5 EMPREGO, RENDA E DISCRIMINAÇÕES NO MERCADO DE TRABALHO .....11
6 CONCLUSÃO ........................................................................................................14
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................15
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1 INTRODUÇÃO

O ponto de partida para este artigo foi o conceito do ambiente de trabalho


como um conjunto de condições integrais e coletivas, influenciado pelo contexto
político-econômico, cultural e ambiental. O trabalho demonstra, portanto, que os
estudos sobre desigualdades, disparidades ou iniqüidades deveriam ir além de
dados estatísticos, uma vez que o racismo não é sempre explícito e mensurável nas
interações sociais. De acordo com Santos (2008, p.1):

No âmbito dos estudos sobre relações raciais, o nosso país longe de ser um
paraíso, apresenta uma série de características comuns com os demais
países da América Latina, o que já foi sobejamente demonstrado nos
trabalhos de história comparada. A grosso modo, podemos reduzir aquelas
características comuns em dois pontos centrais: o primeiro - é o ideal do
branqueamento que foi desenvolvido como projeto nacional por meio de
políticas de povoamento, imigração européia e pelo incentivo à
miscigenação; o segundo - é a ideologia da harmonia e tolerância racial.
Nos dois aspectos a categoria raça, do ponto de vista biológico, como era
entendido na época, serviu de base para a representação – (re)construção
da realidade – hierarquizada das sociedades.

É necessário analisar as diversas experiências vivenciadas por negros e


brancos numa dada condição social, considerando gênero, idade, local de
residência, escolaridade, origem familiar, ocupação, renda, orientação sexual,
filiação religiosa, suas capacidades e incapacidades na rede social, e as
possibilidades de acesso a bens e serviços sociais.

Devem ser criadas diretrizes que possam ajudar no grande desafio de


formulação de políticas públicas para combater e erradicar as imensas
desigualdades entre brancos e negros. No Brasil e em outras sociedades modernas,
as hierarquias sociais são justificadas e racionalizadas de diferentes modos, e todos
eles, sem exceção, recorrem à ordem natural de sua existência e são apresentados
como uma característica básica das relações sociais. De acordo com o PED (2008,
p.1):

Embora a segregação pela cor ou etnia esteja presente em diversas


manifestações e estruturas da sociedade brasileira, o mercado de trabalho é
uma das dimensões em que se distingue com mais clareza a eficiência dos
mecanismos discriminatórios no Brasil. A população negra está mais sujeita
ao desemprego, permanece mais tempo nesta situação e ocupa postos de
trabalho de menor qualidade, status e remuneração.
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O sistema de hierarquização brasileiro, estão em seus primórdios à cor de


pele, classe e status social, sempre apoiado pelo preconceito racial branco versus
preta dicotomia que tem sido à base da ordem escravocrata para os últimos três
séculos e que, na atualidade, resiste à urbanização, industrialização e as mudanças
dos sistemas políticos e regimes.

Ao definir os espaços sociais como base na aparência e cor da pele, as


sociedades latino-americanas, e a sociedade brasileira, em especial, recuperam a
natureza sócio-histórica do conceito de raça e capturam seu potencial de identificar
diferentes sentidos e significados no acesso ao poder, no acesso a gama de direitos
efetivamente disponíveis e ao conjunto de recursos socialmente desejáveis. Nesse
sentido, o racismo como um fenômeno ideológico sujeitos todos indistintamente,
revitaliza e mantém sua própria dinâmica com a evolução da sociedade, das
circunstâncias históricas e dos interesses dos grupos dominantes. De acordo com o

Os efeitos perversos dessa programação social sobre a população afro-


brasileira são inúmeros e pode ser revelada, direta ou indiretamente, por meio da
análise de alguns aspectos das relações interpessoais e as relações que O grupo
estabelece com as instituições, a análise da sua situação sócio – econômica,
condições de vida e nível de desenvolvimento humano, participação no mercado de
trabalho, acesso aos bens sociais e equipamentos, bem como a morbi-mortalidade
do grupo.

2 EVIDÊNCIAS DAS DESIGUALDADES SÓCIO-RACIAIS NO BRASIL

No Brasil, o grau de pobreza é maior do que em outros países com renda


per capita semelhante. Embora o rendimento em cerca de 64% dos países é menor
do que no Brasil, aqui o grau de desigualdade é um dos mais altos do mundo. Os
brasileiros ricos, tem a dimensão espaço-regional essencial para entender e reduzir
as desigualdades sociais. As diferenças nos níveis de renda per capita entre as
regiões são significativas, com mais concentração de renda nas áreas mais pobres.
Em termos de renda média e nível de renda e crescimento, as regiões Sul e Sudeste
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são claramente mais ricas e as mais pobres são o Norte e o Nordeste. Assim,
Santos (2008, p.3) destaca que:

Naquele ambiente escravista, portanto, desigual, eles reivindicavam a


igualdade de todas as raças buscando o ingresso de um pequeno grupo ao
status de cidadãos e assumiam a condição diferenciada - homem de cor -
como um meio de se distinguirem dos escravos ou negros. Ou seja, era um
anti-racismo liberal preocupado com seus próprios interesses.

Os dados coletados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA)


em 2001 confirmam no Nordeste, a proporção da renda dos 20% mais ricos à dos
20% mais pobres foi de 34,7 para a população branca e 19,6 para os afro-
brasileiros; no Sudeste foi de 21,0 e 15,8, e no Sul, 18,8 e 15,9, respectivamente.
Refira-se que em 2000 os afro-brasileiros representavam 65,7% da população do
Nordeste. Em relação à população brasileira como um todo, os afro-brasileiros
corresponderam a 45% e foi responsável por apenas 27% do total da renda
domiciliar per capita do país, enquanto os brancos, 54,3% da população, que se
realizou 73% do total renda.
Em 1999, o rendimento médio per capita nos domicílios chefiados por afro-
brasileiros corresponderam a 42% da renda observada nos domicílios chefiados por
brancos. Em 2001, as famílias afro-brasileiras viviam com R$ 205,40, enquanto as
famílias brancas viveram com um pouco mais do dobro desse montante. Embora a
média da renda domiciliar per capita continua baixa para a população em geral que
é de R$ 482,10, houve uma redução na proporção de pobres. Em 1992, eram
40,7%, em 2001, caiu para 33,6% 6. Quando os dados foram desagregados por raça
/ cor, a redução também foi observada, no entanto, a proporção de afro-brasileiros
pobres manteve-se o dobro da dos brancos pobres em 55,3% versus 28,9% em
1992 e 46,8% versus 22,4% em 2001

Há uma clara dimensão espacial regional, tanto na concentração de riqueza


e na distribuição dos pobres, e isso é inegavelmente ligada à raça / cor e sexo -
mulheres afro-brasileiras estão nos níveis mais baixos de renda. Embora a
sociedade brasileira não convive com o ódio racial, nem com a segregação legal ou
explícita, a atribuição de uma conotação social negativa a determinados padrões de
diversidade fenotípica justifica o tratamento desigual, impondo barreiras e impedindo
ou dificultando a mobilidade social dos afro-brasileiros. A sobre-representação dos
afro-brasileiros em situação de pobreza, com especial ênfase sobre a situação das
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mulheres afro-brasileiras, restringe as suas possibilidades de consumo e de acesso


aos bens sociais potencialmente disponíveis e, em conseqüência, suas liberdades
individuais. Aos pobres são oferecidos cidadania abstrata que não se encaixa em
qualquer tempo ou lugar, e que, na maioria das vezes, nem sequer pode ser exigido.

3 HABITAÇÃO E CONDIÇÕES DE VIDA

Na década de 1990, houve uma melhoria das condições habitacionais de


toda a população. No entanto, em 2001, a proporção de afro-brasileiros que vivem
em aglomerações precárias ainda era quase o dobro da dos brancos. Com o passar
dos anos, as disparidades entre negros e brancos na área da habitação e condições
de vida nos domicílios particulares permanentes urbanos também foram reduzidos
em diversos aspectos, condições físicas e as condições de ocupação do espaço,
saneamento, abastecimento público de água, coleta de lixo; energia elétrica; e
presença de banheiro de uso exclusivo. No entanto, a sobre-representação dos afro-
brasileiros entre aqueles que estão privados desses bens potencialmente
disponíveis manteve-se elevada, independentemente da região geográfica
considerada, com exceção no acesso à energia elétrica.

Do ponto de vista da saúde e habitação são desfavoráveis condições de vida


e aumentam a disseminação de doenças respiratórias, infecciosas e parasitárias e o
potencial para situações de exploração sexual, física e violência psicológica.
Paralelamente à maior vulnerabilidade para as patologias ou condições já
mencionadas nesse espaço, o stress diário e insatisfação com o seu ambiente
também afetam a auto-estima e a qualidade de vida.

4 O ACESSO DO AFRO A EDUCAÇÃO

As políticas públicas destinadas a reduzir as taxas de analfabetismo no


Brasil têm conseguido resultados incontestáveis e uma progressão mais promissora
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para mulheres do que para os homens. Em 1940, apenas metade da população


masculina e 36% da população feminina de 10 anos ou mais eram alfabetizados;
após quarenta anos, esta taxa foi de 76% para homens e 74% para as mulheres, e
em 2000 chegou a 87,8% e 88%, respectivamente. A promessa da universalidade e
iniciativas na área da educação é desafiada quando os perfis de escolaridade de
brancos e afro-brasileiros são comparados, especialmente nas faixas etárias de 15 a
24 anos, de 45 anos e mais, e nas regiões mais desenvolvidas. Em 1992, a taxa de
analfabetismo para a população com 15 anos ou mais era de 25,7% para afro-
brasileiros e 10,6% de brancos, uma década depois, 18,2% dos afro-brasileiros
ainda são analfabetos, contra 7,7% dos brancos. De acordo com dados do Censo
2000, a população branca tinha 6,9 anos de escolaridade, enquanto os afro-
brasileiros tinham 4,7 anos. No Sudeste, onde a média mais elevada é encontrada
para a população geral, afro-brasileiros tinham em média 2,1 anos de escolaridade
inferior aos brancos.

Em qualquer sociedade, o sistema educacional pode se tornar um poderoso


agente de inclusão social e promoção da igualdade. No Brasil, entretanto, o descaso
para a educação em face das iniqüidades geradas por séculos de escravidão
intensifica a manutenção e ampliação das disparidades. No início do século XXI,
mais de metade da população adulta população afro-brasileira tinha menos de
quatro anos de escolaridade, 82% não tinham concluído o ensino fundamental, 90%
não haviam concluído o ensino secundário, e apenas dois em cada 100 adultos afro-
brasileiros concluíram quatro anos de ensino superior. De acordo com Santos (2008,
p.5), “A trajetória histórica, matriz cultural e experiências em comunidade ou os
signos da origem é que identificam a raça e são alvo da discriminação,
independentes de posses, posturas educadas e bem comportadas”.

A extensão e persistência da exclusão da população afro-brasileira de


ensino superior são preocupantes, uma vez que esta situação conduz à exclusão
potencial de maior prestígio e melhor ocupações remuneradas, de comando e
esferas decisórias, a partir dos níveis de gestão do público e setores privados, das
atividades culturais e científicas que necessitam de educação formal.

Embora a escolaridade não seja a única variável que representa o início de


processos da doença, é um elemento-chave para o acesso aos serviços, em
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comunicação com o profissional de saúde a conseqüente eficácia da prevenção,


tratamento e cura de doenças, bem como nos processos da população de re-
significação das noções de saúde e doença.

5 EMPREGO, RENDA E DISCRIMINAÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO

A discriminação pode se manifestar em todos os aspectos da vida. Ela pode


ser evidente no tipo e localização da habitação disponível para certos grupos, no seu
acesso à educação de qualidade e cuidados de saúde ou como eles são tratados no
mercado de trabalho. Vamos centrar-se na última destas considerações e, em
particular, porque a situação no mercado de trabalho de alguns grupos de
trabalhadores é significativamente pior do que isso para a população em geral.

Isso não significa que a discriminação no mercado de trabalho é uma


consideração mais relevante do que outras formas de discriminação, nem deve
implicar que a discriminação no mercado de trabalho é independente de outras
formas de discriminação. De fato, alguns economistas argumentam que uma
explicação satisfatória sobre a discriminação no mercado de trabalho só pode ser
desenvolvida quando se reconhece que todas as formas de discriminação estão
relacionadas. Segundo o PED (2008, p.1):

Com relação à qualidade de inserção dos negros entre os ocupados


observou-se, em 2007, uma presença relativamente menor em postos de
trabalho contratados na modalidade padrão. Os negros estão mais sujeitos
aos postos de trabalho mais precários, caracterizados pela ausência de
proteção social e jornadas de trabalho mais extensas. Os homens negros
estão em maior proporção no setor da Construção Civil e as mulheres
negras nos Serviços Domésticos. O rendimento do trabalho é outro fator
revelador da desigualdade de inserção no mercado de trabalho, entre
negros e não negros. Os negros, além de estarem mais sujeitos ao
desemprego, ocupam postos de trabalho caracterizados pela precariedade
e condições de trabalho mais desfavoráveis que as experimentadas pelos
não negros, e auferem remunerações substancialmente mais baixas.

O fato de que algumas pessoas fazem melhor ou pior do que outros no


mercado de trabalho não constituem, em si, significa a presença da discriminação.
Seria mais surpreendente se essas diferenças não fossem observadas. O que é
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mais difícil de explicar, no entanto, é por isso que grupos específicos de


trabalhadores estão em desvantagem no mercado de trabalho.

A discriminação também pode existir mesmo quando o salário é o mesmo


para todos os trabalhadores de um determinado trabalho. Emprego discriminação
ocorre quando os trabalhadores de grupos menos favorecidos são empregados em
trabalhos para os quais são mais qualificados no sentido de que têm níveis mais
elevados de produtividade em comparação com outros trabalhadores, fazendo o
mesmo trabalho, e com o nível geral de habilidade necessária para realizar as
tarefas envolvidas. É o que acontece, quer porque os membros de determinados
grupos alvo de discriminação na contratação, e assim não pode ter acesso a
empregos mais bem remunerados, ou porque as oportunidades de promoção e
seleção para o treinamento são negadas.
A definição de discriminação que está na base tanto dos salários e da
discriminação no emprego é o mesmo. Envolve o tratamento desigual dos indivíduos
que são igualmente produtivos, com base em características como sexo, raça,
idade, religião, etc, que não estão relacionados à produtividade e por isso não deve
afetar os lucros.
Embora a discriminação salarial e de emprego tenha sido o foco de
investigação empírica e teórica, este não deve ser tomado para implicar que outras
formas de discriminação são menos importantes, nem que o seu impacto é de
menos importância. Assédio moral no trabalho, por exemplo, é uma forma de
discriminação que, embora não tenha recebido o exame empírico dos economistas
de trabalho, é, no entanto uma fonte crescente de preocupação. Pode afetar o
desempenho de um indivíduo no trabalho e, conseqüentemente, seus ganhos e
oportunidades de emprego.
Apesar que a década de 80 foi um período de aumento do desemprego para
todos os trabalhadores, o aumento foi muito maior para os negros foram maiores do
que para os trabalhadores brancos. De acordo com o DIEESE (1998):

No total das regiões, 50% dos desempregados são negros, o que


corresponde a 1.479.000 pessoas, em 1998. Em Salvador, os negros são
86,4% dos desempregados e, em Recife e no Distrito Federal, cerca de
68%. Já em Porto Alegre, representam 15,4% do total de desempregados.
Em São Paulo os negros desempregados são 650 mil pessoas e
representam 40% dos desempregados desta região metropolitana.

Em 1999, as taxas de rendimento médio na ocupação principal dos afro-


brasileiros corresponderam a 48% da taxa observada para o população branca foi
de 28. Em 2004, o rendimento médio na ocupação principal apesar de pequenas
variações regionais em torno da média nacional, as disparidades de renda entre
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negros e brancos estão presentes em todas as regiões do país, independentemente


do nível de desenvolvimento, as condições específicas do mercado de trabalho.
Ainda nesse contexto o DIEESE (1998), destaca que: “Os rendimentos dos
trabalhadores e trabalhadoras negros são sistematicamente inferiores aos
rendimentos dos brancos, quaisquer que sejam as situações consideradas”.

Embora a educação formal catalisa a mobilidade social, as possibilidades de


promoção que os brancos obtém com maior escolaridade é promovido com o auxílio
de sua rede social, para os afro-brasileiros, no entanto, o leque de oportunidades é
mais restrito, já que as novas gerações ainda não estabeleceram uma rede social
para prestar o apoio necessário para a mudança do seu estatuto.

Se não houvesse discriminação racial e de gênero, mulheres afro-brasileiras


que ganham, em média, cerca de 60% do que ganham as mulheres brancas,
ganhariam em torno de 40% a mais e os homens afro-brasileira, entre 10% e 25% a
mais. As disparidades de renda observada entre os grupos de raça / cor e sexo não
resultam da heterogeneidade da distribuição racial da população ou da
heterogeneidade dos níveis de educação formal no território brasileiro, mas sim do
próprio mercado de trabalho, que gera segmentação ocupacional e de salários
discriminação baseada em raça / cor e sexo

O combate e erradicação das desigualdades tornam-se um grande desafio


no campo das políticas públicas, especialmente quando tais desigualdades são
derivadas da expressão indireta de discriminação. As autoridades públicas e a
sociedade civil precisam ser imparciais no enfrentamento de práticas, procedimentos
ou leis que as pessoas expressamente desfavorecer grupos característicos e devem
ter em mente que, a fim de eliminar as formas indiretas de discriminação, é
necessário.

Medir e interpretar corretamente a magnitude e a evolução das disparidades


entre os hegemônicos e grupos não-hegemônicos, rever as práticas institucionais,
para garantir um enfoque no capital das novas ações, programas e políticas; assumir
o compromisso e a responsabilidade de dar um tratamento diferente para aqueles
que estão incluídos de forma desigual, contemplando assim suas necessidades e
realmente a promoção ou o cumprimento do direito à igualdade verdadeira
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6 CONCLUSÃO

Tendo em conta que homens e mulheres são iguais na criação de seus


projetos de vida e compartilham o compromisso para o trabalho, podemos esperar
que, em termos de papéis familiares que as mulheres possam adotar perspectivas
mais conservadoras e tendem a assumir para si o direito de família e cuidar,
especialmente quando a atividade da mãe está em jogo, pelo menos em alguns
grupos de países, dependendo do contexto cultural.

É necessário analisar as diversas experiências vividas pelos afro-brasileiros


e brancos em uma determinada condição social, considerando sexo, idade, região
de residência, a educação formal, origem familiar, ocupação, renda, orientação
sexual, filiação religiosa, capacidades e incapacidades, rede social e as
possibilidades da comunidade, do acesso aos serviços sociais e de mercadorias.

Do ponto de vista da pesquisa acadêmica, deve ser levado em conta que o


racismo não está sempre presente nas interações sociais, de forma explícita e
mensurável. Portanto, não é suficiente para que os investigadores apresentem as
diferenças numéricas com significância estatística. Seus estudos devem considerar
o conjunto de interesse histórico, fatores sócio-políticos, econômicos e culturais que
contribuem para a existência, manutenção ou aumento das diferenças entre os
grupos ou em grupos. Assim o DIEESE (1998) conclui que:

A situação apresentada por estes dados revela um aspecto crucial da


desigualdade social no Brasil: ela resulta não apenas sobre a injusta
distribuição da riqueza gerada e de políticas econômicas que beneficiam
grupos privilegiados desta sociedade, em detrimento dos trabalhadores.
Está calcada também sobre diferenciações e comportamentos
discriminatórios disseminados por todo o país. A justiça social, a igualdade
de oportunidades, a cidadania plena, enfim, as condições que ofereçam a
todos uma igual distribuição das possibilidades de obter seu sustento e a
plena realização de suas capacidades passam, necessariamente, pela
construção da igualdade racial no Brasil.
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7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DIEESE. Mapa da população negra no mercado de trabalho. Disponível em:


<http://www.dieese.org.br/esp/negro.xml>. Acessado em: 15 jun. 2009.

SANTOS, José Antônio dos. Imprensa negra: a voz e a vez da raça na história
dos trabalhadores brasileiros. Disponível em:
<http://www.ifch.unicamp.br/mundosdotrabalho/tex/josesantos.pdf>. Acessado em:
15 jun. 2009.

PED. Desigualdade Marca A Presença De Negros No Mercado De Trabalho.


Disponível em: <http://www.mte.gov.br/observatorio/rmsc_negros_2008.pdf>.
Acessado em: 15 jun. 2009.

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