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Índice

Introdução 3
Definição de equipamentos de protecção colectiva 4
Legislação 5
Andaimes metálicos 10
Classificação e terminologia 11
Montagem e desmontagem 13
Elementos estruturais 14
Cargas de cálculo 15
Utilização do tipo das classes de andaime 15
Protecção ao trabalhador 15
Escadas de acesso 16
Andaimes de pés fixos 16
Características comuns 17
Andaimes de tubos e uniões 19
Amarrações e ancoragens 20
Andaimes de pés móveis 21
Procedimentos de montagem e desmontagem de andaimes móveis 21
Especificações de elementos 21
Rodas 21
Estabilizadores e escoras 22
Estabilidade de andaimes móveis 23
Protecções e manuseamento de andaimes móveis 23
Guarda Corpos 24
Guarda Corpos rígidos 25
Guarda Corpos flexíveis 28
Redes de Segurança 29
Capacidade de absorção de energia 29
Características geométricas 29
Redes de grande dimensão 30
Redes de pequena dimensão 30
Tipos de redes de segurança 30
Rede tipo ténis 31
Redes verticais 31
Redes verticais do tipo forca 32
Redes horizontais 32
Redes de grande extensão 33
Recomendações de utilização 35
Plataformas de Trabalho 37
Principais características 38
Exigências técnicas 39
Classes de plataformas 40
Exigências aos fabricantes de Plataformas 40
Plataformas elevatórias 41
Disposições legais 41

1
Bailéus 43
Causas de acidentes 43
Elementos constructivos de bailéus 44
Plataformas 44
Orgãos de suspensão, manobras e dispositivos pára-queda 45
Pontos de ancoragem e dispositivos de suspensão 46
Regras de utilização 48
Entivações 51
Definição/Conceitos 51
Enquadramento Legal 52
Principais cuidados a ter no planeamento de entivações 53
Constituição de uma entivação 54
Processos de entivações 56
Em duas faces opostas 56
Numa face com escoramento 56
Numa face com elementos autoportantes 57
Outros EPC’s 58
Sprinkler 58
Manta Corta-Fogo 58
Balde de areia 58
Extintor 59
Mangueira de incêndio 59
Linhas de vida 60
Raquetes de sinalização 61
Semáforo móvel 61
Intercomunicadores 61
Redutores de velocidade 62
Espelho 62
Cones de sinalização 62
Kit primeiros socorros 62
Detector de gás 62
Chuveiros e lava-olhos de emergência 63
Questões económicas 63
Conclusão 64
Bibliografia 65

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Introdução

O objectivo do nosso trabalho é referir e explicar os equipamentos de protecção


colectiva, tema atribuído ao nosso grupo na disciplina de Higiene e Segurança no
trabalho.

Os acidentes de trabalho são uns dos grandes problemas da saúde pública em


todo o mundo, por serem potencialmente mortais, incapacitantes e por serem
nomeadamente em pessoas jovens, o que traz grandes consequências sociais e
económicas.

As maiores percentagens de acidentes mortais na construção civil ocorrem


devido a quedas em altura, soterramentos e electrocussões. Estes perigos são fáceis de
prevenir e no seu conjunto são responsáveis por mais de 70% dos acidentes de
trabalho mortais que ocorrem na construção civil. As quedas em altura são a causa de
mais de metade das mortes que ocorrem na construção civil em Portugal. As principais
causas das quedas são a falta de ineficácia das protecções colectivas em aberturas de
paredes e pisos e em andaimes. Os Equipamentos de Protecção Colectiva (EPC) contra
quedas em altura têm como objectivo evitar as quedas a nível diferente de pessoas
que trabalham oucirculam em locais elevados.

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Definição de Equipamentos de Protecção Colectiva:

Os Equipamentos de Protecção Colectiva (EPC) apresentam-se como um


conjunto de meios a empregar, destinados a proteger os trabalhadores do estaleiro
quando sujeitos a diferentes tipos de riscos, nomeadamente os de queda em altura,
queda ao mesmo nível, electrocussão, soterramento e queda de objectos.

A prevenção dos riscos profissionais deverá assentar na lógica de eliminar, logo


na fase inicial do projecto, todos e quaisquer riscos ou, quando tal não seja possível, de
desenvolver e implementar medidas que os possam minimizar.

De facto, um dos princípios fundamentais da prevenção é dar prioridade à


protecção colectiva face à individual, tendo sempre presente que esta última só deverá
ser equacionada se a eliminação do risco não for tecnicamente possível.

Os princípios da prevenção defendem que a implementação da protecção


colectiva consiste numa acção estabelecida de preferência ao nível da fonte do risco,
ou seja, envolvendo as componentes materiais do trabalho e meio envolvente, e que,
como tal, estabelece uma protecção de considerável eficácia face a qualquer pessoa
que a ele esteja exposta. Deste modo, as intervenções deverão desenrolar-se no
âmbito da escolha de materiais e equipamentos que disponham de protecção
integrada e do envolvimento do risco, através de sistemas de protecção aplicados na
sua fonte.

Para aplicar as soluções de protecção colectiva é necessário ter em conta três


critérios: a estabilidade dos seus elementos, a resistência dos materiais e a
permanência no espaço e no tempo.

A segurança no trabalho depende ainda de adequada formação dos


trabalhadores que utilizam os referidos equipamentos, a qual constitui uma obrigação
dos empregadores de acordo com o regime geral do Código do Trabalho, valorizar a
informação, relativa aos principais riscos associados ao trabalho a executar é
fundamental para diminuir os acidentes de trabalho que custam vidas e são
prejudiciais para as empresas.

A implementação de medidas de protecção colectiva nos estaleiros de


empreendimentos de construção baseia-se na escolha dos diferentes tipos de
componentes materiais do trabalho assim como no seu meio envolvente, esta escolha
dos equipamentos deve ser direccionada para os que disponham de protecção
integrada contra os riscos, envolvendo-os e garantindo a protecção do colectivo, como
é o caso, por exemplo, das plataformas de trabalho incorporando guarda corpos.

Por exemplo, tratando-se de risco de queda em altura devem prever-se


medidas de protecção colectiva tais como:

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1. Utilização de guarda-corpos nas bordaduras das lajes dos pisos e aberturas
neles existentes (caixa de elevadores, courettes);

2. Redes de protecção exterior;

3. Delimitação com guardas de escavações;

4. Execução adequada de andaimes;

5. Correcta utilização de escadas de mão;

6. Execução de cofragens de pilares e paredes incorporando nestas as


respectivas plataformas de trabalho dotadas das respectivas guardas.

Os Equipamentos de Protecção Colectiva são então caracterizados como o


conjunto de meios a empregar, destinados a proteger todos ou grupos de
trabalhadores do estaleiro, quando sujeitos a diferentes riscos.

E o Plano de Protecção Colectiva para um determinado estaleiro engloba então


todas as medidas de protecção colectiva a utilizar de modo a prevenir riscos a que os
trabalhadores possam vir a ser expostos. O que inclui a utilização de equipamentos de
protecção colectiva e o estudo da sua implementação no estaleiro. Estas medidas
devem principalmente ser aplicadas a:

Quedas em altura;
Quedas ao mesmo nível;
Quedas de objectos;
Esmagamentos
Soterramentos;
E electrocussão.

Legislação

Lei n.º 102/2009, de 10 de Setembro - Regulamentação do regime jurídico da


promoção e prevenção da segurança e da saúde no trabalho, aplicável a todos os
ramos de actividade, e incluindo tanto os trabalhadores por conta de outrem e
respectivo empregador, como os trabalhadores independentes.

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OBJECTO

1 — A presente Lei n.º 102/2009, de 10 de Setembro, regulamenta o regime jurídico


da promoção e prevenção da segurança e da saúde no trabalho, de acordo com o
previsto no artigo 284.º do Código do Trabalho, no que respeita à prevenção.

2 — A presente Lei n.º 102/2009, de 10 de Setembro, regulamenta ainda:

a) A protecção de trabalhadora grávida, puérpera ou lactante em caso de actividades


susceptíveis de apresentar risco específico de exposição a agentes, processos ou
condições de trabalho, de acordo com o previsto no n.º 6 do artigo 62.º do Código do
Trabalho;

b) A protecção de menor em caso de trabalhos que, pela sua natureza ou pelas


condições em que são prestados, sejam prejudiciais ao seu desenvolvimento físico,
psíquico e moral, de acordo com o previsto no n.º 6 do artigo 72.º do Código do
Trabalho.

ÂMBITO DE APLICAÇÃO

1 — A presente Lei n.º 102/2009, de 10 de Setembro, aplica-se:

a) A todos os ramos de actividade, nos sectores privado ou cooperativo e social;

b) Ao trabalhador por conta de outrem e respectivo empregador, incluindo as pessoas


colectivas de direito privado sem fins lucrativos;

c) Ao trabalhador independente.

PRINCÍPIOS GERAIS

1 — O trabalhador tem direito à prestação de trabalho em condições que respeitem a


sua segurança e a sua saúde, asseguradas pelo empregador ou, nas situações
identificadas na lei, pela pessoa, individual ou colectiva, que detenha a gestão das
instalações em que a actividade é desenvolvida.

2 — Deve assegurar-se que o desenvolvimento económico promove a humanização do


trabalho em condições de segurança e de saúde.

3 — A prevenção dos riscos profissionais deve assentar numa correcta e permanente


avaliação de riscos e ser desenvolvida segundo princípios, políticas, normas e
programas que visem, nomeadamente:

a) A concepção e a implementação da estratégia nacional para a segurança e saúde no


trabalho;

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b) A definição das condições técnicas a que devem obedecer a concepção, a
fabricação, a importação, a venda, a cedência, a instalação, a organização, a utilização
e a transformação das componentes materiais do trabalho em função da natureza e do
grau dos riscos, assim como as obrigações das pessoas por tal responsáveis;

c) A determinação das substâncias, agentes ou processos que devam ser proibidos,


limitados ou sujeitos a autorização ou a controlo da autoridade competente, bem
como a definição de valores limite de exposição do trabalhador a agentes químicos,
físicos e biológicos e das normas técnicas para a amostragem, medição e avaliação de
resultados;

d) A promoção e a vigilância da saúde do trabalhador;

e) O incremento da investigação técnica e científica aplicadas no domínio da segurança


e da saúde no trabalho, em particular no que se refere à emergência de novos factores
de risco;

f) A educação, a formação e a informação para a promoção da melhoria da segurança


e saúde no trabalho;

g) A sensibilização da sociedade, de forma a criar uma verdadeira cultura de


prevenção;

h) A eficiência do sistema público de inspecção do cumprimento da legislação relativa


à segurança e à saúde no trabalho.

4 — O desenvolvimento de políticas e programas e a aplicação de medidas a que se


refere o número anterior devem ser apoiados por uma coordenação dos meios
disponíveis, pela avaliação dos resultados quanto à diminuição dos riscos profissionais
e dos danos para a saúde do trabalhador e pela mobilização dos agentes de que
depende a sua execução, particularmente o empregador, o trabalhador e os seus
representantes.

OBRIGAÇÕES GERAIS DO EMPREGADOR

1 — O empregador deve assegurar ao trabalhador condições de segurança e de saúde


em todos os aspectos do seu trabalho.

2 — O empregador deve zelar, de forma continuada e permanente, pelo exercício da


actividade em condições de segurança e de saúde para o trabalhador, tendo em conta
os seguintes princípios gerais de prevenção:

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a) Identificação dos riscos previsíveis em todas as actividades da empresa,
estabelecimento ou serviço, na concepção ou construção de instalações, de locais e
processos de trabalho, assim como na selecção de equipamentos, substâncias e
produtos, com vista à eliminação dos mesmos ou, quando esta seja inviável, à redução
dos seus efeitos;

b) Integração da avaliação dos riscos para a segurança e a saúde do trabalhador no


conjunto das actividades da empresa, estabelecimento ou serviço, devendo adoptar as
medidas adequadas de protecção;

c) Combate aos riscos na origem, por forma a eliminar ou reduzir a exposição e


aumentar os níveis de protecção;

d) Assegurar, nos locais de trabalho, que as exposições aos agentes químicos, físicos e
biológicos e aos factores de risco psicossociais não constituem risco para a segurança e
saúde do trabalhador;

e) Adaptação do trabalho ao homem, especialmente no que se refere à concepção dos


postos de trabalho, à escolha de equipamentos de trabalho e aos métodos de trabalho
e produção, com vista a, nomeadamente, atenuar o trabalho monótono e o trabalho
repetitivo e reduzir os riscos psicossociais;

f) Adaptação ao estado de evolução da técnica, bem como a novas formas de


organização do trabalho;

g) Substituição do que é perigoso pelo que é isento de perigo ou menos perigoso;

h) Priorização das medidas de protecção colectiva em relação às medidas de protecção


individual;

i) Elaboração e divulgação de instruções compreensíveis e adequadas à actividade


desenvolvida pelo trabalhador.

3 — Sem prejuízo das demais obrigações do empregador, as medidas de prevenção


implementadas devem ser antecedidas e corresponder ao resultado das avaliações dos
riscos associados às várias fases do processo produtivo, incluindo as actividades
preparatórias, de manutenção e reparação, de modo a obter como resultado níveis
eficazes de protecção da segurança e saúde do trabalhador.

4 — Sempre que confiadas tarefas a um trabalhador, devem ser considerados os seus


conhecimentos e as suas aptidões em matéria de segurança e de saúde no trabalho,
cabendo ao empregador fornecer as informações e a formação necessárias ao
desenvolvimento da actividade em condições de segurança e de saúde.

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5 — Sempre que seja necessário aceder a zonas de risco elevado, o empregador deve
permitir o acesso apenas ao trabalhador com aptidão e formação adequadas, pelo
tempo mínimo necessário.

6 — O empregador deve adoptar medidas e dar instruções que permitam ao


trabalhador, em caso de perigo grave e iminente que não possa ser tecnicamente
evitado, cessar a sua actividade ou afastar -se imediatamente do local de trabalho,
sem que possa retomar a actividade enquanto persistir esse perigo, salvo em casos
excepcionais e desde que assegurada a protecção adequada.

7 — O empregador deve ter em conta, na organização dos meios de prevenção, não só


o trabalhador como também terceiros susceptíveis de serem abrangidos pelos riscos
da realização dos trabalhos, quer nas instalações quer no exterior.

8 — O empregador deve assegurar a vigilância da saúde do trabalhador em função dos


riscos a que estiver potencialmente exposto no local de trabalho.

9 — O empregador deve estabelecer em matéria de primeiros socorros, de combate a


incêndios e de evacuação as medidas que devem ser adoptadas e a identificação dos
trabalhadores responsáveis pela sua aplicação, bem como assegurar os contactos
necessários com as entidades externas competentes para realizar aquelas operações e
as de emergência médica.

10 — Na aplicação das medidas de prevenção, o empregador deve organizar os


serviços adequados, internos ou externos à empresa, estabelecimento ou serviço,
mobilizando os meios necessários, nomeadamente nos domínios das actividades
técnicas de prevenção, da formação e da informação, bem como o equipamento de
protecção que se torne necessário utilizar.

11 — As prescrições legais ou convencionais de segurança e de saúde no trabalho


estabelecidas para serem aplicadas na empresa, estabelecimento ou serviço devem ser
observadas pelo próprio empregador.

12 — O empregador suporta os encargos com a organização e o funcionamento do


serviço de segurança e de saúde no trabalho e demais medidas de prevenção,
incluindo exames, avaliações de exposições, testes e outras acções dos riscos
profissionais e vigilância da saúde, sem impor aos trabalhadores quaisquer encargos
financeiros.

13 — Para efeitos do disposto no presente artigo, e salvaguardando as devidas


adaptações, o trabalhador independente é equiparado a empregador.

14 — Constitui contra-ordenação muito grave a violação do disposto nos anteriores


n.ºs 1 a 12 (punível com coima mínima de 2040,00 € e máxima de 61200,00 €)

15 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, o empregador cuja conduta tiver


contribuído para originar uma situação de perigo incorre em responsabilidade civil.

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 Andaimes metálicos
Desde à muito tempo que os andaimes têm vindo a ser parte integrante no que diz
respeito à execução de diversos trabalhos em fachadas de edifícios ou em recuperação
de edifícios degradados. Ao longo dos anos, as características técnicas dos andaimes
têm vindo a sofrer alterações, nomeadamente a utilização de andaimes feitos em
madeira, que cair em desuso em detrimento dos andaimes metálicos, devido às suas
melhorias de rendimento, níveis de segurança e também aos custos associados, pois a
utilização de andaimes de madeiras tinha um período de vida útil bastante inferior aos
andaimes metálicos.

Os andaimes metálicos são constituídos por tubos metálicos de diferentes secções


transversais e acessórios de junção adequados, ou ainda por elementos prefabricados
que formam estruturas de tipo pórtico com possibilidade de regulação múltipla.

As escadas de acesso às plataformas de trabalho podem ser de madeira ou também


metálicas, sendo o material usado nas escadas de acesso metálicas o aço galvanizado
ou o alumínio. São igualmente prefabricadas.

Na selecção do andaime mais adequado para o tipo de trabalho a desempenhar há que


ter em conta diversos factores, nomeadamente a maior ou menor durabilidade, a
facilidade de montagem e desmontagem e a rentabilidade, por forma a se obter
elevados níveis de segurança que satisfaçam a condições de trabalho e minimizem os
principais causas de acidentes protagonizadas nesta área.

A utilização de andaimes é obrigatória nas obras de construção em que os


trabalhadores laborem a mais de 3 m de altura, medidos do solo ou de outra superfície
contínua quegaranta condições de segurança e deverão ter indicação da normalização
adoptada, certificado CE, e estarem acompanhados de instruções de montagem,
utilização e desmontagem. A sua montagem e desmontagem deve ser efectuada por
trabalhadores com formação específica. Os andaimes a partir de 6 m de altura,
obrigam à existência de um responsável pelo seu cálculo, estabilidade, execução
consequente manutenção, devendo ser inspeccionados após a ocorrência de
temporais ou 8 dias de não utilização. Os andaimes devem possuir na zona/local de
acesso, uma placa de identificação da firma e do técnico responsável pela execução.
Os andaimes, em função das cargas de cálculo das plataformas, são classificados em 6
classes (Norma Harmonizada CEN HD 1000, de 1988). Ao longo deste capítulo serão
apresentadas as cargas de cálculo para as plataformas bem como o tipo de trabalhos
para que cada classe de andaime é recomendada. Os trabalhadores deverão estar, sob
o ponto de vista médico, com condições físicas e psicológicas para executarem
trabalhos em altura.
Aqui se enunciam as principais causas de acidentes no que respeita a andaimes
metálicos:

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Derrubamento ou desmoronamento do andaime
Provocado pela ausência ou insuficiência do número mínimo de
travessas e de diagonais de contravamento;ausência, insuficiência ou
ineficácia das amarrações à construção quer o andaime seja coberto por
um toldo ou não; materiais em mau estado e choque provocado por
veículos ou engenho.
Rotura da plataforma
Devido à sobrecarga , insuficiência da sua resistência ou dos seus
suportes; ausência da travessa de apoio intermédia ou materiais em
mau estado.
Perdas de equilíbrio dos trabbalhadores
Provocadas por não utilização de equipamentos de protecção individual
contra quedas, durante a montagem e desmontagem; ausência ou não
utilização dos meios de acesso; ausência ou ineficácia das guardas de
segurança; plataforma de largura insuficiente ou espaço livre excessivo
entre a plataforma e construção (os limites de espaçamento entre a
plataforma e a fachada ou contrução são analisadas no subtema
andaimes fixos – características comuns). As redes de segurança neste
caso são uma ferramenta de segurança bastante útil na minimização de
acidente no que diz respeito à queda de trabalhadores da plataforma.
Queda de materiais - Nomeadamente pela queda de um elemento
estrutural do andaime durante a montagem ou desmontagem; na
sequência do derrubamento ou desmoronamenrto de um andaime;
ruptura de uma plataforma ou ausência de rodapés
Contacto com linhas aéreas (por intermédio dos corpos ou objectos)
Devido ao desrespeito pelas distâncias de segurança ou ausência de
protecções.

Classificação e terminologia
Existem dois grandes grupos em que os andaimes metálicos podem ser enquadrados:
os de pés fixos e os andaimes de pés móveis, podendo ser ambos constituídos por
tubos e uniões ou por elementos prefabricados.

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Aqui se mostra um exemplo de andaime metálico de pé fixo e a designação dos seus
constituintes:

Descrição do exemplo apresentado:

Amarração: dispositivo rígido que permite ligar o andaime às ancoragens;


Diagonal: elemento disposto obliquamente segundo diversos planos de andaimes,
destinado a assegurar o contravamento;
Escora: dispositivo de ancoragem, composto por um tubo e uma rosca, cujo
funcionamento bloqueia o vão;
Guarda-corpos: elemento de protecção para impedir a queda desde a plataforma,
podendo eventualmente participar na estabilidade da estrutura;
Longarina: travessa disposta longitudinalmente à estrutura;
Travessa: elemento horizontal de um andaime colocado entre os montantes e os
prumos;
Montante: elemento vertical de um andaime;
Nó: ponto onde concorrem pelo menos dois tubos;
Plataforma: superfície de circulação e de trabalho realizado em madeira, metal ou
outro material;
Rodapé: elemento de protecção com 0,15 m de altura, fixo à plataforma e destinado a
impedir, em particular, a queda de materiais e ferramentas;
Prumo: montante transmissor das cargas aos apoios;
União: peça met+alica utilizada para ligar os tubos entre os vãos;

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Escora regulável: escora associada a um dispositivo de regulação em altura, que pode
ter um macaco com rosca ou uma ligação telescópica, constituída por tubos
imobilizados através de uma cavilha;
Vão: parte compreendida entre 2 fileiras consecutivas de prumos ou de montantes
(um vão pode ser de largura fixa ou variável, através de longarinas e guarda-corpos
deslizantes em corrediças);
Travessa: cruzeta disposta no sentido perpendicular da longarina.

Neste exemplo (que engloba algumas situações suceptíveis de acontecer em


construção) podemos destacar o uso de escoras de consola, braço de força ou
contraficha que são usadas em casos em que a área de acção ou trabalho em pisos
superiores seja de maior amplitude em relação ao dos pisos inferiores, portanto não
existe a necessidade de montagem do andaime em todo o plano vertical ou então em
casos em que a extremidade do andaime não possua um plano horizontal com
segurança em que o andaime metálicos esteja apoiado.

Outro caso a destacar na imagem é a abertura ao centro onde se usam as vigas de


apoio. Esta situação costuma dar-se em casos em que haja necessidade de passagem
entre o ambiente exterior da plataforma e o interior da construção, nomeadamente a
passagem de máquinas de trabalho ou viaturas de trabalho, e também em casos de
obras de reabilitação de fachadas onde a zona em que o andaime metálico é instalado
constitui uma barreira de acesso a garagens e/ou caves de usufruto dos habitantes
das habitações em reabilitação.
Há que ter em conta no dimensionamento destas estruturas que o facto de existir
passagem de máquinas e viaturas pesadas de trabalho pela estrutura possa ocorrar
uma vibração no solo susceptível de retirar estabilidade à estrutura.

Montagem e desmontagem
A primeira acção a ter conta na montagem de um andaime metálico é a presença de
todos os elementos necessários à montagem do mesmo. Outro factor de preocupação
no dimensionamento e instalação dos andaimes metálicos é eventual existência de
linhas elétricas, devendo nesta situação ser contempladas medidas adicionais de
segurança, nomeadamente uma distância de segurança de pessoas ou qualquer
objecto utilizado ( 3 metros se a tensão for inferior a 60000 V ou 5 metros se for
superior). Há que ter uma forte preocupação na montagem do andaime na
proximidade de uma linha elétrica pois os tubos metálicos a ser instalados aliados ao
facto de serem bons condutores elétricos podem fazer com que o trabalhador possa
ser eletrocutado. Aqui, em termos de equipamento de protecção individual o
trabalhador deve estar equipado com materiais não condutores de eletricidade para
minimizar o risco de eletrocussão.

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Outro factor importante a considerar antes da instalação de um andaime, é a base de
apoio que vai suportar as cargas trasnmitidas pelos prumos. Mesmo em solo duro,
deverá ser motivo de preocupação a acção da chuva que poderá diminuir
consideravelmente a sua capacidade de resistência. Sendo assim, na montagem do
andaime é indespensável distribuir as cargas transmitidas pelas bases de apoio dos
prumos a elementos de maior secção e resistência adequada, intercalados entre eles e
o solo, que provoquem a diminuição das tensões aplicadas, sendo de evitar materiais
de construção ocos, nomeadamente tijolos, ou peças de madeira de fraca resistência
à flexão.

Elementos estruturais
Os prumos, montantes e ancoragens, sendo de aço, devem possuir pelo menos as
tensões de rotura e de limite elástico respectivamente de 360 e 235 Mpa, com
extensão após rotura superior a 18% (NP EN 10025; 1990).

Outros aços com propriedades mecânicas superiores podem ser considerados para o
efeito, desde que sejam soldáveis, mas também não deverão deformar nem serem
susceptíveis à corrosão e deve ser considerada como regra as indicações estabelecidas
pelo fabricante quanto a vãos e pontos de ancoragem e nunca utilizar elementos de
modelos diferentes a menos que tenham sido concebidos como compatíveis.

O andaime deverá ter uma resistência e estabilidade tal que , para uma altura de 3,8
metros em todo o nível da fachada, não necessite de amarração à construção.
As ancoragens deverão ser feitas em zonas resistenstes e estáveis, nomeadamente de
betão.
De modo a que os elementos que constituem o andaime metálico não se desloquem, a
estrutura deverá ser contraventada em todos os planos.
Quando há a utilização de redes de protecção, as ancoragens devem ser reforçadas
por forma a minimizar as acções acidentais provocadas pelo vento.

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Cargas de cálculo
As cargas de cálculo das plataformas podem ser definidas segundo o seguinte quadro:

Todas as plataformas devem cumprir com todas as cargas exigidas no quadro


apresentado e nenhuma plataforma deverá ter características inferiores à classe 2.
Deverão ter uma flecha máxima de L/100, 20 mm.

Em termos de dimensões das plataformas devem seguir regras de dimensionamento


mínimas a que correspondem a alturas modulares, ou seja, uma altura livre mínima de
circulação de 1,75m entre a plataforma e as travessas que suportam a plataforma
superior, e uma altura mínima de 1,90 m entre níveis de plataformas. A largura mínima
estabelecida é 0,5 m, no entanto são aconselhadas as dimensões presente no quadro
que se apresenta:

Utilização do tipo das classes de andaime


Classe 1: Controle e trabalhos de utilização ligeira sem armazenamento de material.
Classes 2 e 3: Trabalhos de pintura, rebocos, ensaios e inspecção.
Classes 4 e 5: Trabalhos de alvenaria.
Classe 6: Trabalhos de alvenaria pesada com armazenamento importante de materiais.
Protecção ao trabalhador
Para protecção do trabalhador ao risco de queda livre em trabalhos de andaimes,
adopta-se protecções periféricas, nomeadamente guarda-corpos com as dimensões de
referência, ou seja, 1,00m a tábua superior e 0,45 a inferior, bem como a instalação de
um rodapé a 0,15m. Estes elementos deverão ser solidamente fixados nos montantes.
Outro meio de protecção serão as redes de protecção, podendo em alguns casos

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equacionar-se a utilização destes dois dispositivos de protecção colectiva em
simultâneo.

Escadas de acesso

As escadas de acesso são meios de locumoção que permitem os trabalhadores


circularem e acederam a diferentes níveis da
plataforma. São articulações verticais cuja protecção
contra quedas deverá ser assegurada em toda a altura
do andaime sobre as faces exteriores e ao nível de
cada patamar. A opção de escolha depende do tipo de
andaime a ser utilizado, sendo que as escadas de
acesso de material prevalecem em termos de uso em
relação às de madeira. Nos elementos prefabricados as
escadas de acesso estão previamente concebidas com
as dimensões específicas que garantem o perfeito
acesso a diferentes patamares. No caso de tubos e
uniões, as escadas de acesso necessitam de
adaptações a fim de ter em conta as dimensões
variáveis da estrutura e da plataforma. Sempre que possível as escadas de acesso
deverão ultrapassar o plano horizontal de trabalho em 1m para uma diminuição do
risco de queda.

Andaimes de pés fixos


Na montagem de andaimes de pés fixos a principal preocupação deve residir nas bases
de apoio, pois é a zona que poderá suscitar maior risco de desabamento ou rotura da
estrutura.

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Aqui se enunciam as características comuns a adoptar no processo de implementação
de andaimes de pés fixos:

− Durante os trabalhos de montagem e desmontagem de andaimes, os montadores e


demais trabalhadores devem usar os necessários equipamentos de protecção
individual, nomeadamente para trabalhos em altura.
− As bases reguláveis dos prumos devem assentar sobre apoios sólidos e estáveis, tais
como, escoras (pranchões ou vigas) de madeira, tendo em vista a melhor distribuição
de cargas no solo.
− Os prumos devem ser travados junto ao solo.
− Na elevação das peças constituintes dos andaimes deverão ser usados meios
mecânicos,
tais como, gruas e aparelhos de guindar.
− Na montagem dos andaimes não se deve iniciar o tramo superior sem estarem
terminados os níveis inferiores com todos os elementos de estabilidade.
− Os elementos de união (abraçadeira, junta de empalme e cavilha de encaixe)
devem encontrar-se devidamente apertados/justapostos, promovendo a melhor
fixação entre as restantes peças do andaime.
− Todos os elementos constituintes de um andaime que denotem alguma deficiência
devem ser substituídos de imediato.
− Os andaimes de construção devem ser fixados à edificação, ou a outra estrutura
fixa existente, tendo em vista a necessidade de contraventamento da estrutura.
− Nos andaimes devem instalar-se redes de protecção, para evitar que a projecção de
detritos ou queda de materiais possa atingir outros trabalhadores ou pessoas que
passem nas imediações.

Para as plataformas aconselha-se uma largura mínima de 0,60m de modo a permitir


uma circulação fácil. Devem ainda ser horizontais ou com uma inclinação máxima de
15%.

Para as pranchas de madeira que constituem as plataformas, salientam-se os seguintes


aspectos:

Para vãos superiores a 1,5m o apoio às tábuas deverá ser feito por
intermédio de 3 travessas como exemplifica a figura:

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Se o comprimento das tábuas for inferior a 1,5 poderá ser adoptada a
solução de apoio de 2 travessas.

Quando a estrutura dos andaimes for


constituída por quadros metálicos
prefabricados, as pranchas poderão
não apoiar em mais do que 2 apoios,
desde que cada uma seja ligada à
estrutura do andaime por um
dispositivo que evite oscilações ou
deslocamentos.
Quando existir a necessidade de as tábuas serem sobrepostas, o
comprimento mínimo de sobreposição aconselhado é de 0,20m.

Estarem justapostas e preencherem todo o vão das travessas, não


permitindo ao mesmo tempo, a existência de um espaço livre superior a
0,20 m entre a plataforma e a construção.
Sempre que por razões estritamente necessárias, nomeadamente
devido à natureza dos trabalhos, o espaçamento entre a plataforma e a
contrução situar-se entre os 0,20 e os 0,40 m, é necessário instalar
guarda-corpos (com as características já mencionadas).

18
A carga de utilização deve estar visivelmente indicada sobre o andaime
e sobre a plataforma, bem como as cargas de rotura e de utilização
admissível por plataforma serem mencionadas sobre os registos de
segurança.

Andaimes de tubos e uniões


Os andaimes de pés fixos de tubos e uniões são utilizados quase exclusivamente para
trabalhos de exteriores e podem ser constituídos por tubos de diâmetros e uniões de
diferentes tipos.

Na construção de um andaime em tubos e uniões, devem ser consideradas as


seguintes regras:

As uniões deverão ser instaladas e segundo as instruções do fabricante e


verificadas as cargas a suportar e coeficientes de segurança previstos.
Cada tubo deverá ser fixado em pelo menos dois nós e os prumos e os
montantes deverão ser instalados de forma equilibrada sobre toda a sua altura.
As uniões de junção dos tubos que constituem os prumos deverão ser
colocados no terço inferior da distância entre dois nós consecutivos.
Os nós sobre os prumos são geralmente espaçados de 2 m.
A estabilidade deverá ser assegurada também através do contravamento nos
planos longitudinais, transversais e horizontais do andaime.

19
Amarrações e ancoragens

As amarrações e as ancoragens têm como principal função a absorção dos esforços de


tracção e de compressão devidos.

A necessidade do uso de amarrações e ancoragens prende-se com as acções do vento


incidentes na estrutura (e com maior grau de preocupação nas estruturas que
possuam redes de segurança) bem como com a normal utilização do andaime e
também com a possibilidade de deslocamento na lateral do andaime.
São geralmente realizadas por tubos, em que a extremidade é fixada a um dispositivo
solidário à construção, e a outra situada num prumo do andaime a uma distância
superior a 20 cm do nó . Deverá ter-se uma preocupação adicional nas fixações e
garantir que os dispositivos de fixação não estejam fixado em zonas susceptíveis de se
degradarem durante o normal período de obra.

As ancoranges podem ser elementos que façam parte integrante da construção,


escoras colocadas nas aberturas das fachadas, cavilhas fixadas à construção,
principalmente em elementos de betão, ou dispositivos de ancoragem permanente.
Na determinação do número de ancoragens deverá seguir-se as indicações do
fabricante. Caso estas não forem fornecidas por parte do mesmo, deve-se prever no
mínimo uma amarração para 30 m2. Porém se o andaime for coberto, deve-se ser
considerado uma amarração por cada 10m2.

20
Andaimes de pés móveis
Os andaimes de pés móveis são assim designados porque em vez dos dispositivos de
nivelamento e apoio, estão equipados com rodas que permitem o seu deslocamento.
Normalmente estes andaimes são pré-fabricados (preferencialmente), embora possam
ser constituídos estruturalmente por elementos à semelhança dos andaimes de pés
fixos.
As principais causas de acidente neste tipo de andaimes estão relacionadas, para além
das que foram referidas nos andaimes de pés fixos, com o derrubamento ou
desmoronamento provocado pelo deslocamento sobre piso irregular, as perdas de
equilíbrio de trabalhadores por ausência de calçamento e também por rotura do
suporte das rodas e ausência de estabilizadores.
Aquando da sua aquisição, o cliente deverá pedir ao fabricante do andaime de pés
móveis informação relativa a ensaios efectuados, altura máxima carga total de
utilização do andaime, capacidade portante máxima de cada roda, guia de utilização
dos estabilizadores e suportes, meios de acesso aos diversos níveis e condições de
utilização.

Procedimentos de montagem e desmontagem de andaimes de pés móveis


No processo de montagem as rodas devem estar imobilizadas para não criar
possibilidade de deslocamento da estrutura aquando a sua montagem.
A desmontagem deverá ser realizada em ordem inversa à montagem (mantendo os
estabilizadores e as escoras o maior tempo possível).
Antes da instalação é necessário verificar que o solo é suficientemente resistente
tendo em conta os esforços a transmitir por intermédio das rodas, bem como ser
plano, ou com um máximo de 1% a 2% de declive e estar livre de qualquer tipo de
obstáculo.

Especificações dos elementos

Rodas
As rodas devem ser solidárias ao andaime e devem poder ser bloqueadas em rotação e
orientação.
Para facilitação dos deslocamentos é também aconselhável que as rodas possuam um
raio superior a 75mm para andaimes com uma altura até 6m, e 100mm de raio para
andaimes com altura superior. Esta especificação está relacionada com o peso dos
andaimes, sendo notório que os andaimes com altura superior a 6m possuam peso
próprio superior aos andaimes com altura inferior a 6m, sendo por isso necessário
possuir uma roda maior para maior estabilidade e facilidade de locomoção.

21
Quando as rodas não se encontrem em utilização, os apoios em contacto com o solo,
não deverão permitir o deslocamento do andaime.

Estabilizadores e escoras
Os estabilizadores permitem aumentar as dimensões da base e não deverão ser
equipados com rodas.
As escoras permitem aumentar a altura da estrutura e podem ser equipadas com
rodas, sendo que o seu afastamento é assegurado por um elemento rígido à base do
andaime.

22
Estabilidade de andaimes móveis
De uma maneira geral, um andaime com mais de 2,20 m
de altura, é considerado estável se respeitar as seguintes
condições:

H/L ≤3.5m, sempre que não for amarrado ao longo


da altura
H/L ≤7 m, sempre que for amarrado à construção
ao longo da altura
Sendo que o valor de H diz respeito à altura acima do
solo da plataforma superior e L a menor distância que
se pode encontrar entre duas paralelas que
contenham o polígono de sustentação. O valor
mínimo para L é 1m.
De forma simplificada H representa a altura medida
da roda à plataforma de trabalho (nesta imagem
representaria a altura que vai da roda às tábuas de
madeira onde o trabalhador se encontra).
A distância L representa a distância entre rodas no seu
menor lado.

Protecções e processos de manuseamento de andaimes móveis

O acesso às plataformas deverá ser efectuado por intermédio de escadas situadas no


interior do andaime, e por aberturas nas plataformas. As escadas poderão estar na
posição horizontal ou inclinada, com um ângulo que não seja prejurativo no acesso do
trabalhador à plataforma.
Quando ocorre a movimentação do andaime, este não deve possuir qualquer tipo de
carga na plataforma, bem como nenhum trabalhador poderá se encontrar na
plataforma.

23
GUARDA-CORPOS

Os guarda-corpos são considerados proteccções colectivas que têm como obectivo


impedir a queda de corpos. Podem ser classificados como rígidos ou flexíveis ( redes ),
dependendo dos materiais pelos quais são constituídos. Estes são de grande
importância visto a principal causa de mortes na construção civil serem as quedas
acidentais que podem ser eliminadas com o uso dos guarda-corpos.São utilizados na
periferia das lajes, coberturas, plataformas, andaimes, acessos e na protecção de
aberturas (vãos, caixa de elevadores, courettes) e têm como objectivo impedir a queda
em altura.

Os guarda-corpos são constituídos por diferentes elementos que podem ser


montados no local onde vão ser implementados ou serem prefabricados e apenas
fixados no plano de trabalho. Todo o cojunto deve garantir estabilidade, resistência e
geometria adequada. Um guarda-corpo mal concebido e/ou mal colocado, poderá ser
pior do que a sua não implementação, pois poderá criar uma falsa sensação de
segurança por parte dos trabalhadores, o que poderá originar acidentes fatais.

Os guardas corpos devem assegurar:

Uma grande segurança e uma resistência certificada;


Uma montagem e desmontagem simples e rápida;
Um bom sistema de fixação;
Uma boa durabilidade.

24
Guarda-corpos rígidos
Os guarda-corpos rígidos são constituídos por : elementos horizontais,
montantes ( elementos verticais ) e suportes ( fixação ao suporte de trabalho ). Estes
devem possuir características que cumpram as respectivas exigências : estabilidade do
conjunto formado, resistência e dimensões mínimas.

Os elementos horizontais são colocados a 0,45 m e 1,00 m acima do plano de


trabalho. São designados respectivamente por travessão intermédio e por travessão
superior. O primeiro está colocado entra o rodapé e o travessão superior e deve ter
uma resistência mínima a esforços concentrados de 150 kgf/ metro linear, no centro
da estrutura; enquanto que o travessão superior e composto por uma barra, sem
aspereza, destinado a proporcionar protecção como anteparo rígido, tem iguais
características e resistência do travessão intermédio.

São constituídos por diferentes tipos de materiais, nomeadamente por


tubos,barras ou perfis metálicos, ou por tábuas de madeira. Ao definir que tipo de
guarda-corpo utilizar, outra recomendação significativa é quanto a sua durabilidade. A
madeira, por exemplo, sofre mais com o tempo, e com a humidade. No caso dos
fabricados em material metálico, o cuidado será com a corrosão.

Outro elemento horizontal é o rodapé, e um elemento apoiado sobre o piso de


trabalho que tem como objectivo impedir a queda de objectos ( matérias ou
ferramentas ). É constituído por uma peça plana e resistente com uma altura mínima
de 0,15m com iguais características e resistências dos travessões.

Os montantes ( elementos verticais que permitem ancorar o guarda-corpo à


estrutura das superfícies de trabalho ou de circulação, e nos quais de fixam os
travessões e rodapé de mesmas características e resistência dos travessões ) dos
guardas-corpos e respectivos suportes de fixação ao plano de trabalho, são elementos

25
que têm a principal função de resistência, devendo assim serem elementos estruturais
capazes de resistir as seguintes acções:

- Força horizontal de 600 n aplicada superiormente, sem que se verifique uma


deformação superior a 5 mm após retirada a força;

- Força horizontal de 900 n aplicada superiormente, sem que se verifique um


deslocamento superior a 15 cm após retirada a força;

- Efeito dinâmico horizontal aplicado superiormente, correspondente à


absorção de uma energia de 180j, sem que se verifique um deslocamento superior a
50cm após retirada a força ( efeito correspondente a um corpo de 900 n projectado no
guarda-corpos à velocidade de 2m.s.

Os montantes são geralmente constituídos por tubos ou perfis de aço com


secções mínimas de diâmetros de 40mm ou 33,7mm, respectivamente com espessuras
de 2 e 2,9mm, ou por perfis de 30X30 mm com espessura de 2 mm e perfis de 28 X 28
mm com espessura de 2,6 mm. Saliente-se ainda que devem ser protegidos contra a
corrosão, bem como não reterem água no seu interior. . Tem como principal função a
resistência a esforços, devendo assim serem elementos estruturais capazes de resistir
às acções seguintes:

• Força horizontal de 600N aplicada superiormente, sem que se verifique


uma deformação superior a 5mm após a retirada a força;

26
• Força horizontal de 900N aplicada superiormente, sem que se verifique
um deslocamento de superior a 15 cm após a retirada da força;

• Efeito dinâmico horizontal aplicado superiormente, correspondente à


absorção de uma energia de 180J, sem que se verifique um deslocamento superior a
50cm após a retirada da força (efeito correspondente a um corpo de 900N projectado
no guarda corpos à velocidade de 2m/s).

Os diferentes tipos de montantes são distinguidos essencialmente pelo sistema


de fixação dos seus suportes no plano de trabalho, salientando-se os seguintes:

 Montantes introduzidos em bainhas


previamnete colocados na laje ou
eventualmente em orifícios sem
bainha

 Montantes cujos suportes de


fixação,ancorados na laje, são eventualmente
para utilização posterior como suportes de
elementos prefabricados de fachada ou das
guardas definitivas

 Montantes com dispo sitivos do


tipo “pinça” para fixação por
aperto ao brodo da laje.

A madeira utilizada nos guarda-corpos não deve ter aparas, nem deve apresentar nós,
rachadoras ou falhas, que comprometam as características indicadas para o seu uso

27
seguro. Não devem ser usadas peças de madeira submetidas à pintura com tinta, pois
pode impedir á detecção de falhas no material. A inspecção deve-se realizar antes da
instalação e utilização dos elementos de madeira.

Guarda-corpos flexíveis

Um guarda-corpo flexível é um equipamento de


protecção colectiva constituído de parecência com um
rígido, com a diferença dos elementos horizontais
(excepto o rodapé), estes são substituídos por redes. Por
essa razão os dispositivos de fixação aos montantes é
também diferente.

Essas redes devem possuir as características


gerais já referidas para as redes de segurança, sendo
geralmente utilizadas malhas quadradas de 10 cm
de lado e 1 m ou 1,20 m de largura. Para que seja
verificada uma eficácia idêntica aos guardas-corpos
rígidos, as cordas da rede devm ter uma resistência
de 900N e existir uma corda no seu contorno com
resistência mínima de rotura à tracção de 10 kN.

Os montantes devem ser espaçados de 1 m para alturas de rede de 1m e de 2


m para alturas de 1,20 m, devendo em qualquer dos casos possuir 3 elementos de
fixação da rede ( com igual afastamento em altura), geralmente de varão de aço com
diâmetro de 6 mm.

28
 Redes de segurança
A redes de segurança são protecções colectivas geralmente constituídas por cordas de
fibras sintéticas, ligadas por nós, formando um conjunto elástico de malhas quadradas
capaz de absorver uma certa quantidade de energia.
A sua função primordial é a de impedir e/ou limitar as quedas de corpos (pessoas ou
objectos).

Capacidade de absorção de energia


O alongamento das fibras (sabendo que as redes são constituídas por fibras) e a
resistência destas aos esforços de tracção, resistência à fadiga e ao envelhecimento
são resultados da capacidade de absorção de energia pelas redes de segurança.
Para efeitos de cálculos de absorção de energia e seu consequente dimensionamento
deve-se equacionar a hipótese da queda livre de 6 metros de um corpo com massa de
100kg.
Enunciando a fórmula da energia potencional gravitica tem-se:
W= 100 x 9,8 x (6 + y)
Sendo que y refere-se à flecha média aquando o impacto. Imaginando que um
trabalhador, de massa 100kg se encontra 2 metros (considerando aqui o seu centro de
massa) acima dos 6 m de referência, e voltando à fórmula da energia potencial
gravitica tem-se:
W=100 x 9,8 x (6 + 2 + y).

A capacidade de absorção de energia (tendo em vista a garantia da satisfação da


capacidade durante uma vida útil mínima de 18 meses) deve ter em consideração o
efeito do envilhecimento pela acção dos raios solares e as agressões em estaleiro,
nomeadamente a projecção de cimento e tinta, as acções da humidade, dos choques e
do calor.

A energia de rotura da rede de segurança é também função das suas características


geométricas, pois o seu comportamento é diferente quando os cordões são
submetidos a diferentes esforços nas suas direcções ortogonais, isto é, numa rede
quadrada os esforços são iguais mas numa rede rectangular os cordões paralelos ao
lado menor estão submetidos a esforços superiores.

Características geométricas
Geralmente, as redes de segurança são constituídas por cordões que formam malhas
normalmente quadradas (e por motivos já mencionados na capacidade de absorção de
energia) de dimensões iguais ou inferiores a 10 x 10 cm, tendo os cordões um

29
diâmetro mínimo de 4 mm.
As redes podem ser classificadas segundo dois grupos:
- Redes de grande extensão
- Redes de pequena extensão
Redes de grande dimensão
Considera-se rede de grande extensão quando estão garantidas as seguintes
características:
-Superfície total igual ou superior a 64 m2
-Menor dimensão igual ou superior a 8 m
Estas redes são utilizadas nos casos em que haja a possibilidade de queda de
pessoas/objectos de uma altura de 6 metros.
Podem assumir várias dimensões, desde 8 x 8 m a 8 x 24 e 12 x 12 a 12 x 36. De notar,
e como foi dito em relação às características das redes de grande extensão, o produto
das dimensões aqui apresentar é superior a 64 m2 , tal requisito exigido para uma rede
se apelidar de grande extensão.

Redes de pequena extensão


As redes possuem caracteristicas de dimensionamento inversas às redes de grande
extensão, ou seja a sua menor dimensão poderá ser inferior a 8 m e a sua área
também inferior a 64 m2.
A sua utilização é destinada a quedas de altura inferior a 6m.

Tipos de redes de segurança

As redes de segurança podem ser classificadas como:


o Redes do tipo ténis
o Redes verticais
o Redes verticais do tipo forca
o Redes horizontais
o Redes de grande extensão

Em termos gerais, podemos indicar as redes tipo ténis, as redes verticais (com ou sem
forca) e as horizontais como solução no impedimento de quedas e as redes horizontais
e verticais com forca para a limitação de quedas.

30
Rede tipo ténis
Redes verticais para protecção de aberturas em pisos ou paredes, tendo como
objectivo impedir a queda de corpos. Podem ser fixadas a elementos horizontais de
resistência adequada colocados directamente no piso com uma altura mínima de
0,90m.

Nos bordos deste tipo de rede


devem ser colocadas cordas com
um diâmetro mínimo de 10 mm de
modo a criar tensão na rede e para
que esta, com uma acção de
150kg/m não crie uma flecha
susceptível de criar aberturas entre
a rede e a parte inferior ou superior
da rede.

Redes verticais

As redes verticais são colocadas verticalmente ou com uma ligeira inclinação para a
protecção de aberturas nas paredes ou perímetros inclinados e têm como principal
função impedir a queda de corpos/objectos pela respectiva abertura ou plano
inclinado. Podem ser fixas directamente a elementos de construção ou a suportes
metálicos verticais e geralmente abrange a fachada de 2 pisos.
Para que as aberturas sejam totalmente protegidas contra a acção do choque, devem
possuir os mesmos elementos descritos na rede do tipo ténis, bem como e suas
características de aplicação.

A diferença das redes verticais para as do


tipo ténis regem-se pela sua área de
acção, as redes verticais abrangem uma
altura superior (geralmente a fachada de
2 pisos), enquanto as redes do tipo ténis
actuam em casos ou não ocorro o risco
de queda de corpos a alturas elevadas.
As redes de ténis possuem ainda a
desvantagem da sua instalação que exige
mais recursos, por vezes relacionada
com a instalação de suportes metálicos.

31
Redes verticais do tipo forca
Estas redes distinguem-se das redes verticais pelo uso de suportes metálicos do bordo
superior onde são fixadas as redes e também por terem uma consola do tipo forca.
Têm como exigência fundamental a capacidade de absorção de energia devida à queda
de um corpo de uma altura de 6m, devendo ainda o bordo superior situar-se acima do
plano de queda e o bordo inferior ter espaço livre para permitir o alongamento da
rede devido ao impacto do corpo.

Redes horizontais
Estas redes são colocadas horizontalmente com o objectivo de limitar quedas por
aberturas existentes entre pisos, por exemplo, em operações de cofragem e
descofragem e de betonagem, e na montagem de estruturas metálicas.
Estas redes devem resistir à energia provocada por uma queda de 6m, e devem ser
dimensionadas tendo em conta a dimensão da abertura bem como a trajectória de
queda.

32
Este esquema ilustra as características a adoptar na aplicação de redes horizontais.
Como se pode ver no esquema são usadas as referências da capacidade de absorção
de energia (assunto já analisado no sub-tema Capacidade de absorção de energia).
Na figura em questão considera-se a estrutura de suporte afasta da fachada 3,70m
(ponto 1), isto para uma queda de referência de 6m, considerando também uma folga
de 0,50m, para ter a garantia a queda do corpo na rede.
A estrutura deverá ser concebida de modo a que permita o deslocamento da rede sem
impedimento, deslocamentos estes originados pelo impacto do corpo na rede.

Redes de grande extensão


Já mencionado nas características geométricas, estas redes possuem uma área igual ou
superior a 64 m2 e a dimensão do lado menor igual ou superior a 8m e são colocadas
horizontalmente.
São geralmente fixas a elementos estruturais pela corda perimetral.

33
Mostra-se aqui exemplo de rede de segurança horizontal:

34
Estas redes são fundamentalmente usadas com o objectivo de limitar a queda em
trabalhos com risco de queda a níveis distintos de altura, usando como regra a altura
de queda de 6m.
Para se ter uma noção mais clara do uso deste equipamento, e em termos leigos, tem
igual função às redes usadas nas artes circenses, nomeadamente a dos malabaristas,
onde a rede é colocada debaixo do raio de acção com uma altura regulada de modo a
que, com o impacto do corpo na rede, não crie uma flecha superior à da altura da rede
em relação ao plano horizontal de referência.

Recomendações para utilização


Na utilização de redes de segurança há factores a ter em conta de extrema
importância como o suporte, a ancoragem e os acessórios. Todos eles formam o
conjunto de protecção e como tal, este elementos necessitam também de
dimensionamento prévio.
Para o conjunto de rede ( rede, suporte, ancoragem e acessórios) importa conhecer:
Capacidade de absorção de energia e respectiva distribuição no
conjunto da protecção.
Formas e dimensões que assegure a recolha dos corpos em queda.
Efeitos da incidência do meio ambiente sob as características das redes.
Coeficientes de segurança e vida útil.

A ausência de normalização portuguesa aplicável às redes, os aspectos referidos


apenas podem actualmente verificados considerando o cumprimento das normas
internacionais.
Respeitante à durabilidade das redes de protecção devemos ter em conta os seguintes
aspectos/procedimentos a aplicar:
Armazenamento em lugares secos e protegidos da luz e evitar danos
durante a manipulação.
Substituição após uma queda (que potencie um eventual rompimento
na malha ou deformação das cordas) ou quando existem malhas com
evidentes sinais de degradação.
Utilização apenas no período útil se forem verificadas as normas quanto
a cuidados de manutenção.

Tem-se verificado, principalmente em países onde a sua utilização esteja vulgarizada,


que a implementação de redes de protecção não tem respeitado as normas nacionais
estabelecidas (não é o caso de Portugual, pois, como já foi mencionado, não possui
uma norma Portuguesa aplicável), e que ensaios realizados em redes constituídas por
cordas de poliamida, polietileno e polipropileno, após serem submetidas a um periodo

35
de envelhecimento de 12 meses, apresentaram os resultados expostos no quadro
seguinte:

36
 Plataformas de trabalho

As plataformas de trabalho são utilizadas para trabalhos em alturas


significativas, nas quais o uso de andaimes não é aconselhável. São normalmentes
recorridas nas obras em fachadas,de modo a assegurar a circulação e a protecção do
pessoal envolvido na execução de trabalhos como é o caso da montagem e
desmontagem dos moldes para cofragens de paredes exteriores. As plataformas
podem ser metálicas ou de tábuas de madeira, grande parte das plataformas metálicas
fazem parte integrante da estrutura, existem também plataformas móveis (
plataformas elevatórias ).

Uma plataforma de trabalho é constituída por um conjunto de elementos


estruturais que formam o suporte de apoio à plataforma ,tais como:

Soalho–plataforma propriamente dita (pavimento)


Estrutura de suporte – formada por consolas, longarinas e viga de apoio
Sistema de protecção contra quedas em altura

37
Principais características

O soalho além de ser dimensionado


para resistir aos esforços aplicados deve ser
horizontal, antiderrapante, regulável em
comprimento e as suas partes extensíveis
estarem equipadas com peças que
permitam receber as protecções laterais.

A largura mínima de uma plataforma de trabalho deve ser de 1,5 m e o espaço


entre o extremo inferior do soalho e a parede de suporte deve ser inferior a 5cm, se o
respectivo espaçamento for superior a 10 cm para além dos guarda-corpos exteriores
obrigatórios deve-se introduzir guarda-corpos do lado da fachada de forma a garantir a
segurança dos trabalhadores na execução das suas tarefas.

A estrutura deve ser contraventada de forma adequada e possuir dispositivos


de fixação dos estabilizadores dos moldes e de suspensão de todo o conjunto para as
operações de carga e descarga pelo guindaste de transporte.

A protecção contra quedas em altura é em geral assegurada por um guarda-


vento com uma inclinação máxima de 30º destinado a interceptar e parar a queda de
um corpo que caia de uma altura inferior ou igual a 3m.

O guarda-vento é constituído por um quadro rígido com um rodapé na base, no


qual é fixada de uma rede de protecção, devendo ainda ser extensível para que seja
adaptável aos possíveis alongamentos do soalho da plataforma. A protecção da
extremidade deve também ser assegurada, quer por um guarda-corpos de 1 m de
altura (com um sub-elemento horizontal a 0,45 m e rodapé de 015 m de altura), quer
por um guarda-vento. Saliente-se que as protecções de extremidade devem ser
amovíveis para permitir a ligação de plataformas quando necessárias para diferentes
trabalhos.

38
Os suportes são elementos fundamentais pois constituem sistemas de fixação
da plataforma ao elemento rígido da obra, deve-se ser dimensionados em função dos
esforços aplicados, nomeadamente os devidos a: peso próprio da plataforma; cargas
provocados pela circulação do pessoal; cargas de exploração (por exemplo cofragens e
peças acessórias aprovisionadas durante as operações de cofragem); cargas acidentais
nomeadamente as devidas à acção do vento.

Os suportes são constituídos fundamentalmente pela ancoragem que assegura


a fixação ao elemento existente, e por um perfil que recebe a travessa de apoio da
plataforma.

Fig: Esquema de montagem dos suportes das plataformas de trabalho

Algumas situações de uso obrigatório de plataformas:

Trabalhos em fachadas.
Trabalhos em coberturas.
Trabalhos nas borbaduras das lajes.
Trabalhos junto de aberturas em paredes.

Exigências técnicas
Para a utilização das plataformas em obra devem ser exigidas todas as informações
técnicas necessárias, nomeadamente:

Manual de utilização e de manutenção – contendo pelo menos as seguintes


informações: nomenclatura das peças e componentes; combinações das
ligações que permitam assegurar uma protecção contínua quaisquer que sejam
as configurações da sua estrutura sem prejudicar a sua resistência; elementos
necessários para cálculo expedito dos esforços transmitidos na obra pela
plataforma; modos operativos que permitam a utilização sem exposição a
riscos; conselhos para a manutenção, especialmente a necessidade de se
substituírem as peças deformadas e o impedimento de se tentarem essas
peças.

39
Ficha técnica – com resumo em esquemas das principais operações de
colocação, recolocação e ciclo de utilização.
Marcação – as peças principais do soalho e das consolas, deverão possuir uma
marcação gravada que indique: identificação do fabricante; ano de fabrico;
referência do modelo; peso médio por metro da plataforma; capacidade de
carga so soalho por m2; referência à norma nacional.
Marcação gravada no suporte – onde conste: identificação do fabricante; ano
de fabrico; referência do modelo; capacidade de carga; referência à normal
nacional

As plataformas de apoio podem ser divididas pelas seguintes classes:

Características que são exigidas aos fabricantes de Plataformas:

Instruções de montagem;
Marcação dos elementos
estruturais;
Características e especificações
técnias dos componentes;
Certificados de qualidade ISO
9001
Homologação do produto

40
Plataformas elevatórias

A plataforma elevatória, ou seja o local onde se irão instalar as pessoas que devem ser
elevadas, descidas ou deslocadas, graças ao seu movimento, deverá apresentar os
seguintes componentes:
-Comando de controlo
-Guarda-corpos
-Barra intermédia
-Rodapé

Este deve ser dotado de um rodapé sólido


com 15 cm de altura, de uma barra
intermédia e um guarda-corpos
igualmente consistente colocado a 0.45 m
e 1.00 m respectivamente do piso.

Possuem uma cabine de comando,


sustentada na base com um braço munido
de um “habitáculo”, utilizado para atingir
um local de trabalho elevado no qual as
tarefas dos trabalhadores são efectuadas.

Disposições legais

Segundo a portaria nº702/80 de 22-09-1980 artigo 13.º-C- relacionado com


plataformas de trabalho podemos constar as seguintes normas:

 1 - As plataformas de trabalho, fixas ou móveis, devem ser construídas


com materiais apropriados, não escorregadios, ter a resistência
suficiente para suportar cargas e esforços a que irão ser submetidas e
assegurar a estabilidade de modo eficaz.
 2 - As plataformas de trabalho devem ser horizontais, regulares,
contínuas e convenientemente fixadas nos pontos de apoio.
 3 - É proibida a acumulação de pessoas ou de materiais nas
plataformas de trabalho além do estritamente indispensável aos
trabalhos em curso.

41
 4 - Sempre que as plataformas de trabalho se apresentem
escorregadias por se encontrarem cobertas de detritos, em especial
gorduras sólidas ou líquidas, geada ou neve, devem ser tomadas
precauções que garantam as necessárias condições de segurança.
 5 - Todos os lados das plataformas fixas por onde haja perigo de queda
livre devem ser protegidos por um guarda-corpos colocado à altura de
0,90 m e por um rodapé com altura não inferior a 0,14 m.
 6 - Nas plataformas móveis os resguardos laterais devem ser
construídos de modo a impedir a passagem de pessoas.
 7 - As plataformas móveis a utilizar só em casos especiais devem ser
manobradas por meio de sistemas mecânicos com dispositivos de
segurança e de forma a garantir permanente horizontalidade.
 8 - Para as plataformas móveis devem utilizar-se guias ou outros
dispositivos que impeçam ou reduzam a oscilação daquelas, tendo
especial atenção quando estiverem sujeitas à acção do vento.
 9 - A estabilidade, condições de funcionamento e conservação dos
elementos de estrutura e mecanismos de fixação que compõem as
plataformas móveis devem ser examinados periodicamente por técnico
habilitado que verifique o seu perfeito estado de segurança.
 10 - Em cada plataforma móvel deve figurar, por forma bem visível, a
indicação da carga máxima admissível.
 11 - Devem usar-se as necessárias precauções para que, ao subir ou
descer, as plataformas não vão embater em qualquer obstáculo.
 12 - Os cabos de suspensão utilizados em plataformas móveis devem
ser metálicos, ter um coeficiente de segurança de, pelo menos, 8 em
relação ao máximo de carga a suportar e o comprimento suficiente
para que fiquem de reserva, na posição mais baixa da plataforma, duas
voltas no respectivo tambor.

42
Bailéus

Os bailéus são andaimes suspensos, que podem ser considerados como estruturas
suspensas em cabos, que se movimentam verticalmente e/ou horizontalmente ao
longo de fachadas, através de um mecanismo de elevação e descida accionado manual
ou mecanicamente e tem por função apoiar a realização de trabalhos e manutenção,
reparação ou construção de edifícios.

Este dispositivo deve ser concebido e instalado de modo a suportar a sua carga
máxima de utilização e também serem o mais estáveis possível derivado de acções
acidentais estáticas e dinâmicas, como por exemplo a acção de ventos fortes.

Causas de acidentes
As principais causas de acidente registadas classificadas como risco neste dispositivo
são:

43

44
-
Os órgãos de suspensão são constituídos por um estribo, um guincho com cabo de aço
ou corda e um dispositivo pára-quedas.
A plataforma deverá assentar sobre os estribos espaçados entre eles no máximo de 3,5m e a
distância da extremidade da plataforma ao estribo no valor máximo de 0,50m. Estas
especificações são para uso regular, não pondo de parte casos excepcionais que obriguem
estas medidas a serem alteradas para valores superiores, salvaguardando a segurança do
dispositivo.

Os guinchos podem ser de tambor ou de aderência e devem ser concebidos para


suportar cargas de 5 KN e para a manobra dos bailéus, visto que os bailéus estão
dependentes destes para serem movimentados e controlados. Pelo menos um dos
órgãos deverá estar equipado com um freio automático que só possibilite a sua
descida por intervenção do operador, a fim de evitar descidas acidentais.
Poderão existir guinchos de tambor e guinchos de aderência, sendo que estes últimos
têm a vantagem de não estarem limitados pelo comprimento do cabo.

Os cabos de elevação podem ser cabos de aço ou cordas sintéticas não podendo a
carga a suportar exceder os limites recomendados, para que não seja atingida a
ruptura.
Sendo de aço, estes deverão estar protegidos contra a corrosão e a sua carga máxima
de utilização não deverá ultrapassar 1/6 da carga máxima de ruptura, por questões de
segurança. Para cabos de cordas sintéticas, é aconselhável aquando da compra ou
aluguer do equipamento solicitar junto do fabricante as devidas informações do
equipamento, nomeadamente a duração de utilização e resistência. Geralmente as
cordas sintéticas são concebidas para suportar cargas até 2KN e a sua carga máxima de
utilização para diâmetros standard, de 14 a 19 mm, não deverá ser superior a 1/25 da
sua carga de ruptura.

Os dispositivos pára-quedas destinam-se a suportar a plataforma em caso de rotura


do cabo de elevação ou da falha de um guincho evitando assim a descida da
plataforma com velocidade elevada. Geralmente estão incorporados nos guinchos,
presos num cabo independente do cabo de elevação, e devem ser obrigatórios quando
a plataforma, com comprimento máximo de 8 m, não possuir mais de 2 estribos com
espaçamento superior a 3,5m. São também muito recomendados para as plataformas
de comprimentos inferiores ou iguais a 3m com 2 estribos, bem como para as

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plataformas com comprimentos máximos de 8m com 3 estribos, devendo neste caso
serem colocados sobre os estribos extremos.

Pontos de ancoragem e dispositivos de suspensão


Os cabos de elevação e de pára-quedas podem ser colocados em pontos de
ancoragem ou em dispositivos de suspensão, estando estes geralmente na cobertura
ou parte mais elevada da obra. Os pontos de ancoragem deverão ser ligados em
continuidade com a fachada e também estarem protegidos contra a corrosão, visto
serem uma “peça” vital no que diz respeito ao suporte e ligação dos cabos de
suspensão. Como medida de segurança os dispositivos de ancoragem deverão ser
calculados e dimensionados por forma a garantir a carga de pelo menos 4 vezes
superior à que efectivamente vai ser aplicada no bailéu.

Actualmente existem 4 tipos de dispositivo de suspensão em grande uso, sendo eles os


tripés, o esquadro, as lanças e também o de apoio próprio ao solo, começando estes
últimos a ganhar maior uso.

Os tripés são utilizados para suportar bailéus ligeiros e


são normalmente colocados em coberturas inclinadas.
São constituídos por elementos de madeira que são
imobilizados por intermédio de cordas fixadas em
partes sólidas da construção.
Os elementos de madeira devem ter boa qualidade,
sem fissuras ou qualquer tipo de característica
susceptível de possibilitar a queda da plataforma.
Como é visivel nas imagens aqui apresentadas, as
bases devem asssentar sobre partes rígidas da
construção e fixadas por elementos metálicos.

Os esquadros dispositivos metálicos que são


concebidos para serem fixados a pontos de
ancoragem realizados sobre a obra ou a elementos
já existentes.
Estes dispositivos deverão ser estáveis e os seus
pontos pontos de ancoragem, conforme já foi
descrito, serem de elevada qualidade e não
corrosivos.

46
Os dispositivos por lanças são constituídos por vigas colocadas sobre a periferia de
terraços, geralmente estabilizadas por um lastro, mas poderão igualmente ser fixas a
um ponto de ancoragem. Estes dispositivos poderão ser fixos ou móveis, sendo estes
últimos mais vantajosos pois abrangem uma área superior de construção podendo
eventualmente abranger toda a fachada no plano de trabalho.

Esta representação à direita exemplifica o


dispositivo por lança com auxilio de carris
possibilitando o deslocamento na horizontal do
bailéu.

Nos tempos recentes surgiram os dispositivos de apoio de base no solo, que de uma
forma geral funcionam como um elevador, onde o bailéu “sobe e desce” segundo um
eixo central.

Na imagem anterior pode-se observar o dispositivo de ancoragem que está ligado à


grua para que esta fique estável e não seja prejudicada por acções estáticas e/ou
dinâmicas.

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Este dispositivo também poderá deslocar-se na horizontal bastando para isso instalar
carris no solo para permitir o seu deslocamento.
O dispositivo de carris deverá ser ponderado para plataformas com comprimento
inferior a 3 metros. Caso se apresente condições de estabilidade e segurança, as
plataformas com comprimento superior a 3 metro poderão deslocar-se sobre carris.

Regras de utilização

Os bailéus nunca devem ultrapassar a carga máxima de utilização e as


cargas devem ser distribuídos sobre todo o comprimento da
plataforma.
Não se deve saltar ou lançar objectos pesados na plataforma.
Colocar guarda-corpos em toda a envolvente da estrutura (conforme já
foi mencionado).
A deslocação do trabalhador na plataforma deverá ser efectuada de
forma lenta.
Os cabos do guincho deverão estar sempre em tensão.
Os guinchos, cabos ou cabos deverão estar devidamente protegidos
quando se proceder à utilização de produtos nas suas proximiddade,
que potenciem a sua corrosão.
Os guinchos deverão estar de acordo com as normas de utilização.

Nas condições de inspecção e cumprimento das especificações de segurança dos


bailéus a pessoa responsável poderá guiar-se por um quadro de questões a seguir
exibido, que permite obter respostas e e soluções sob anomalias que possam ocorrem.

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SR/ Observações
Questão S N Medidas correctivas
NA
1 São cumpridas e/ou respeitadas as recomendações do
fabricante na relação entre as forças e os respectivos
movimentos (diagramas de carga das máquinas) do
equipamento?
2 Existe a garantia da estabilidade durante o período da
utilização do bailéu?
3 São efectuados procedimentos operacionais de
verificação da estabilidade dos dispositivos e
equipamentos específicos?
4 É verificada a fadiga dos órgãos vitais de suspensão?

5 É verificada a fadiga dos órgãos vitais de manobra?

6 É verificada a fadiga dos órgãos vitais de amarração?

7 É feita a inspecção periódica ao equipamento?

8 É feita a manutenção do equipamento?

9 O material está conforme?

10 A instalação está capaz?

11 O dispositivo de protecção (pára-quedas e linha de vida)


estão a funcionar na perfeição?
12 É respeitada a utilização conforme as condições
atmosféricas previstas pelo fabricante?
13 A distribuição de pessoas é a adequada de modo a não
originar sobrecargas e rupturas?
14 A distribuição de material é a adequada de modo a não
originar sobrecargas e rupturas?
15 A distribuição de ferramentas é a adequada de modo a
não originar sobrecargas e rupturas?
16 O dimensionamento é o adequado para o trabalho a
realizar?
17 A operação está bem planeada?

18 Existe trabalho nos bailéus em dias de muito vento?

19 São ligados módulos parcelares com comprimento


superior a 8 metros?

49
SR/
Questão S N Observações
NA
20 Na instalação de tirantes ou braços de suspensão
é garantido o apoio sobre zonas estáveis e
resistentes?
21 Os tirantes ou os braços de sustentação têm
resistência mecânica equivalente, no mínimo, três
vezes maior que o esforço solicitado?
22 Os esforços nos tirantes ou no braço de
suspensão são verticais, evitando-se esforços
laterais perigosos?
23 O accionamento da movimentação do andaime é
feito em simultâneo, mantendo-se sempre a
horizontalidade da plataforma?
24 São tidos em conta os condicionalismos
meteorológicos aquando da montagem e
desmontagens destes equipamentos?
25 São tidos em conta os condicionalismos
meteorológicos durante o trabalho?
26 São tidos em conta os coeficientes de carga,
aquando da montagem e desmontagens destes
equipamentos, assim como durante o trabalho?
27 São verificadas as condições de segurança no
bailéu?
28 Caso se detecte alguma anomalia durante o
trabalho normal, os trabalhos são suspensos?
29 Caso se detecte alguma anomalia durante o
trabalho normal, é dado o conhecimento ao
responsável (superior hierárquico)?
30 A plataforma de trabalho, quando em posição de
trabalho é fixada à construção para evitar
movimentos de vaivém?
31 É sinalizada a zona de operação do bailéu de
modo a proibir a permanência ou circulação
debaixo da plataforma?
32 É delimitada a zona de operação do bailéu de
modo a proibir a permanência ou circulação
debaixo da plataforma?
33 Todos os elementos estruturais, (mecanismos e
fixação) de que se compõem os guinchos,
roldanas e outros elementos elevatórios são de
boa construção mecânica?

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 Entivações
Introdução

O solo é normalmente um material muito heterogéneo, o que resulta em


variações drásticas no seu comportamento. Os soterramentos podem ocorrer no
decurso de uma escavação, mas é mais natural que ocorram no decorrer dos trabalhos
efectuados dentro desta. Acontecem devido aos movimentos do terreno, induzidos
por factores como: chuva, calor, ou vibrações que provocam deslizamentos e
desprendimentos. A segurança nos trabalhos de escavação tem de começar antes de
se dar início ao trabalho no terreno. Qualquer escavação provoca o desequilíbrio de
forças e tensões entre vários componentes do solo. Para que não ocorram problemas,
os trabalhos devem ser antecedidos de um estudo geotécnico. Deve-se efectuar o
levantamento do tipo de terreno (coesão, talude natural), proximidade de construções
(e suas fundações) e proximidade de fontes de vibrações. A análise destes dados
possibilita que se efectue a avaliação dos riscos inerentes à realização dos trabalhos e
se planeiem as acções preventivas que os anulem ou diminuam.

A entivação é um sistema de escoramento de


sustenção de terras, que se destina a impedir o
desmoronamento das terras ou rochas. Este processo
consiste no revestimento com painéis de madeira ou
metálicos das paredes rochosas. Dependendo da
natureza do terreno, das solicitações a que este está
sujeito e da profundidade do mesmo, existem
diferentes tipos de envitações que melhor se
adaptam a este tipo de características.

Definição/conceitos

Trabalhos de Escavação – Engloba as actividades de desmonte, corte e retirada de


camadas do solo, de acordo com o definido no projecto e transporte dos entulhos para
aterro apropriado;

Escavação – Desmonte; corte; escavação feita no terreno para uma via de


comunicação (estrada ou via férrea); cavar terreno à superfície ou subterrâneo;
moviemnto de terras para formar caboucos, fundações, etc.

51
Vala – Escavação em que o comprimento é
muito maior que a largura;

Entivação – Revestimento de madeira ou


painel metálico em poços ou galerias
destinado a contenção de terras.

Talude – Inclinação de um muro ou


terreno.

Enquadramento legal

No decreto-lei n.º 41821, de Agosto de 1958, do Regulamento no Trabalho da


Construção Civil estão regulamentadas as entivações (do artigo 66º ao artigo 82º):

A entivação de uma frente de escavação compreende elementos verticais ou


horizontais de pranchões que suportam o impulso do terreno. Estes podem ser
transmitidos directamente pelos pranchões às escoras ou por intermédio de
outros elementos que os liguem entre si por cruzamento. Consoante a natureza
do terreno e profundidade da escavação os elementos destinados a suportar os
impulsos serão mais ou menos afastados entre si, terão maior ou menor secção
e poderão ser de madeira ou metálicos.
Quando o terreno for escorregadio ou se apresentar sem grande coesão devem
usar-se cortinas de estacas-pranchas que assegurem a continuidade do
suporte. A espessura mínima das estacas-pranchas deverá ser de 0,05 m para
profundidades de 1,20 a 2,20 m e de 0.08m para profundidades de 2,21 a 5m.
Para escavações com maior profundidade as estacas-pranchas deverão ser
metálicas.

As escoras devem manter os elementos da entivação na sua posição inicial


obedecendo as seguintes condições:

Possuírem resistência suficiente tendo em conta o efeito de varejamento.


Serem apertadas por meio de macacos, cunhas ou outro processo apropriado.
Descansarem sobre uma base estável, quando transmitirem ao terreno as
cargas que suportam.
Impedirem o escorregamento da sua extremidade inferior por meio de
espeques adequados.
Fazerem a ligação com os barrotes por meio de cunhas cravadas na escavação
manual e por cunhas aparafusadas na escavação mecânica.

52
Principais cuidados a ter no planeamento e execução das entivações

A entivação deve ser reforçada em todos os locais expostos a vibrações de


tráfego ou onde exista o risco de desmoronamento, derrube de estruturas ou
vegetação de grande porte.
A desmontagem das entivações em terreno pouco coeso deve ser efectuada
com os trabalhadores fora da zona de perigo.
Não devem ser deixados vazios entre os painéis de entivação e o terreno.
As escavações efectuadas em locais com infra-estrutura podem ser executadas
com meios mecânicos ate 1m das condutas, com martelos pneumáticos até
0,5m das condutas, e a partir desta distância devem ser executadas com
ferramentas manuais.
Nas escavações com ferramentas manuais os trabalhadores devem manter
uma distância de 3,6m entre si.
Em valas com profundidade superior a 1,50m deve ser instaladas escadas de
acesso espaçadas por 15m.
Os produtos de escavação não devem ser depositados a menos 0,60m do
bordo superior da vala. Neste espaço não deve ser permitida a deposição de
materiais e deve ser interdito a trânsito de pessoas e veículos.
Antes de se executarem escavações próximas de muros ou paredes de edifícios,
deve verificar-se se essas escavações poderão afectar a sua estabilidade. Na
hipótese afirmativa; serão adaptados processos eficazes, como escoramento ou
recalcamento, para garantir a estabilidade.
Depois de temporais ou de qualquer outra ocorrência susceptível de afectar as
condições de segurança estabelecidas, os trabalhos de escavação só poderão
continuar depois de uma inspecção-geral, que abranja os elementos de
protecção dos trabalhadores e do público.
No caso de surgir um cabo eléctrico ou uma tubagem de gás, não
assinalados nas plantas, os trabalhos devem ser suspensos, até chegada de um
responsável.
Deve-se vigiar, diariamente, a resistência dos taludes, especialmente se o solo
apresentar fissuras muito acentuadas ou se forem apresentadas grandes
amplitudes térmicas no decurso da escavação

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Constituição de uma entivação

Corrimão
Guarda
Escora ou estronca
Prumo, estaca ou Prancha
Cinta

Nota: Apesar desta imagem ser algo antiga serve para mostrar a constituição de uma
entivação

As escavações para as aberturas de valas, serão executadas com os meios mais


convenientes, mas em regra, serão feitas mecanicamente, recorrendo-se a
escavadoras, valadeiras equipadas com lanças e baldes dos tipos e dimensões
apropriadas.

Em todo o caso deverá ter sempre em vista a boa execução dos trabalhos e as
condições de segurança dos operários. Sempre que a qualidade dos terrenos ou a
proximidade dos obstáculos subterrâneos delicados, aparentes ou ocultos, o exija,
deverá empregar-se a escavação manual.

54
Se houver necessidade de empregar explosivos, dever-se-á providenciar as necessárias
autorizações legais.

Durante as escavações, se encontrarem nascentes que embaracem a execução dos


trabalhos, deve drenar-se as águas.

Na prática e como medida de prudência a largura da vala está também relacionada


com a profundidade da mesma. Se outro condicionalismo, que obrigue as larguras
superiores não existir, recomenda-se a seguinte relação nas valas com paredes
próximas da vertical:

PROFUNDIDADE DA VALA (m) LARGURA MÍNIMA LIVRE (m)

X ≤1,50 0,60

1,50 <X ≤2 0,70

2 <X ≤3 0,90

3 <X ≤4 1,20

>4 1,30

De um modo geral entivar-se-ão as valas cujos taludes sejam desmontáveis, quer por
deslizamento quer por desagregamento, pondo em risco de aluimento as construções
vizinhas, os pavimentos ou as instalações do subsolo que, pela abertura das valas,
ficarem ameaçadas na sua estabilidade.

Na escolha do tipo de entivação das valas, deve atender-se à natureza e constituição


do solo, profundidade de escavação, grau de humidade e sobrecargas acidentais,
estáticas e dinâmicas, a suportar pelas superfícies dos terrenos adjacentes. Quando
sejam de recear desmoronamentos, derrubamentos ou escorregamentos, como no
caso de taludes diferentes dos naturais, deve reforçar-se a entivação de modo a torná-
la capaz de evitar esses perigos

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Processos de entivação

O tipo e configuração de uma entivação depende da natureza do terreno e


profundidade da escavação, assim sendo, o afastamento entre prumos, o afastamento
entre cintas e espessura da secção dos elementos que constituem a entivação vão ser
condicionados pela consistência do terreno. A entivação pode ser efectuada através de
3 processos diferentes:

1. Em duas faces opostas

Este processo utilizado na entivação de


valas repõe o equilíbrio entre as duas
faces opostas da escavação. As
escoras/estroncas são colocadas na
direcção dos impulsos do terreno, ou
seja na horizontal, de forma a conter as
estruturas de suporte dos dois lados da
vala. Neste caso é necessário que
estejam dimensionadas para suportar os
referidos esforços.

2. Numa face com escoramento

Este processo é utilizado no caso das escavações não


serem em valas. Este escoramento pode ser feito com
escoras que se dispõem para o interior da área a escavar,
ou por ancoragens que são colocados para o interior do
terreno.

56
3. Numa face com elementos autoportantes

Quando as escavações são mais profundas


ou quando não é admissível o atravancamento
causado pelas escoras devem-se cravar-se
prumos metálicos que vão suportar as pranchas
horizontais que contêm o terreno. Os prumos
têm de ter rigidez à flexão suficiente para
resistir aos impulsos do terreno, sendo cravados
por percussão por um bate-estacas. Neste caso
também poderão ser usados sistemas de
sustentação de terras por meios hidráulicos.

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 Outros equipamentos de protecção colectiva

Para além dos equipamentos de protecção colectiva já apresentados existem ainda


muitos equipamentos que de uma forma indirecta “entram” no conjunto de
equipamentos de protecção colectiva relacionada com a construção.

Aqui se enunciam alguns EPC's que constam do “leque” e uma breve descrição:

Epc's - incêndios

Sprinkler

Sistema de segurança normalmente fixado ao


tecto que por acção de altas temperaturas
produz fortes borrifos de água no ambiente.O
sistema poderá ser definido para que a sua
activação seja localizada ou geral.

Manta Corta-fogo

É utilizada para abafar ou envolver a vítima de


incêndio. Geralmente são feitas de lã de vidro
anticombustível.

Balde areia

Em pequenos focos de incêndio poderá ser


utilizada a areira para neutralizar chamas/brasas.

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Extintor

Tem como objectivo extinguir ou controlar incêndios.


Pode ser carregado até ao local de incêndio e contem um
agente extintor sob pressão.

Mangueira de incêndio

A mangueira de incêndio tem como objectivo a extinção de


incêndios por intermédio de jactos de água.

Estas mangueiras enroladas ilustram um bom e um mau exemplo de como uma


mangueira de incêndio deverá ser enrolada. A mangueira do lado esquerdo representa
um mau exemplo pois, como sabemos, a mangueira deverá estar operacional o mais
rapidamente possível, e neste caso, para que ambas as extremidades estejam
operacionais teremos de processar ao desenrolar completo da mangueira para
podermos utilizar a extremidade presente no interior, o que em termos de tempo é
uma desvantagem, aliado ao facto de este modo de enrolar potenciar a criação de nós
na mangueira. Já a mangueira do lado direiro é um bom exemplo pois permite
rapidamente o acesso às duas extremidades e o seu desenrolar não é susceptível de
criar nós na mangueira.
Geralmente, nas habitações, as mangueiras do tipo rígidas, o que proporciona o seu
uso sem termos de desenrolar completamente a mangueira.

A sigla S.I presente nos dispositivos significa “Serviços de incêndio”.

59
Outros EPC's

Linhas de vida

As linhas de vida são consideradas como sistemas de protecção colectiva contra quedas em
alturas.
Existem linhas de vida do tipo vertical ou horizontal,
instaladas de forma fixa ou temporária e em relação às
quais são ancorados os equipamentos de protecção
individual anti-queda.
Nas linhas de vida verticais encontramos soluções
técnicas e fixas do tipo cabo de aço galvanizado ou inox,
ou do tipo calha ou carril de alumínio inox ou
galvanizado.
Em termos de linhas de vida horizontais, existem mais
soluções e que passam pela instalação de cabo de aço
inox ou galvanizado, cabo sintético, ou calha de alumínio, inox ou galvanizado.
Deverá existir uma forte preocupação na escolha do sistema a adoptar, tendo em conta se
pretendemos obter um simples sistema de travamento de queda ou um sistema de
posicionamento de trabalho.
Nas situações de “trabalho em suspensão” a solução a adoptar deverá ser sempre a de carril
ou calha, devido ao facto de não existir deformação deste EPC anti-queda.
A nível do plano vertical, são utilizadas cordas que permitem o posicionamento e a suspensão
simultâneas, sendo que a sua
utilização se limita a um técnico de
cada vez.
No plano horizontal, são utilizadas
cordas ou cintas que unicamente se
limita o travamento da queda, sendo
que a sua utilização pode ser
realizada por mais do que um técnico
em simultâneo, desde que não se
encontrem no mesmo vão de dois
pontos de fixação da linha de vida.

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Raquetes de sinalização

Permitem a regularização de tráfego rodoviário


em obras que necessitam ou incidem na via
pública.
També são usados na travessia de pessoas nas
passadeiras.
São usadas por trabalhadores, e estes devem
estar equipados com EPI’s que permitam os
utilizadores da via os identificarem
convenientemente.

Semáforo móvel

Os semáforos móveis podem constituir uma alternativa às raquetes de


sinalização sempre que o período em que o tráfego seja condicionado
seja longa duração. Permite assim que não seja necessário que
funcionários da obra estejam permanentemente a controlar o tráfego
podendo assim desempenhar outras tarefas.

Intercomunicadores

Ainda no controlo de tráfego rodoviário, quando os


funcionários responsáveis pelo controlo do tráfego não
estejam no campo de visão um do outro poderão utilizar
intercomunicadores para assim manter uma comunicação
correcta e para a diminuição de constrangimentos, pois
uma má gestão do controlo de tráfego rodoviário pode
originar acidentes. Em termos de formação, os
funcionários devem ser esclarecidos sobre o
funcionamento destes aparelhos e também da sua
manutenção, podendo, caso o aparelho seja a pilhas,
terem em sua posse pilhas suplentes para a comunicação
rodoviária não ser cortada.

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Redutores de velocidade
São usados para “impôr” aos condutores uma velocidade reduzida
na área de aplicação

Espelho
O espelho poderá ser usado na saída do estaleiro em que
haja fraca visibilidade sob a via pública, podendo assim
tornar-se um equipamento que minimiza os acidentes
rodoviários provocados neste caso.

Cones de sinalização
São utilizados na delimitação de espaços de trabalho, no
condicionalismo de tráfego rodoviário, etc. Estes deverão ser de cor
garrida pera a sua fácil observação.

Kit de primeiros socorros

Em obras de pequena dimensão onde não haja posto de


primeiro socorros ou enfermeiros de serviço deverá existir
no estaleiro kit’s de primeiros socorros para assistência a
trabalhadores em caso de acidente laboral. Não é um
equipamento de protecção colectiva que permita a
diminuição de acidentes de trabalho, porém, permite a
diminuição da gravidade dos acidentes de trabalho.

Detectores de gás
Os detectores de gás podem usar-se em múltiplas
actividades nas que exista necessidade de detectar situações
de risco relacionadas com deficiência de oxigénio,
atmosferas explosivas ou certos gases tóxicos como
monóxido de carbono (CO) o ácido sulfídrico (H2S).

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Chuveiros e lava-olhos de emergência

São usados em casos em que certos produtos


possam incidir no corpo ou olhos do trabalhor e
assim permitem um minimizar de efeitos que esse
produtos, normalmente tóxicos, possam ter nos
trabalhadores.

 Questões económicas

As questões económicas são um dos vários factores que influenciam as decisões dos
empreiteiros, tendo como base a margem de lucro a obter em determinado trabalho a
efectuar e/ou por força das circunstâncias, seja por limitação de recursos ou
orçamento.
Os equipamentos constituem uma solução económica a médio longo prazo no que
respeita à segurança dos trabalhadores. O uso de EPC’s diminuem o uso de protecções
individuais e reforça também a confiança na área de trabalho, o que induz a um
incremento na produtividade.

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 Conclusão
Com a realização deste trabalho procurou-se estudar de uma forma apronfundada os
equipamentos de protecção colectiva com o objectivo de conhecer e perceber as
medidas que podem ser adoptadas de forma a diminuir o número de acidentes de
trabalho na construção civil.

A visão de que o que se gasta com equipamentos de protecção é um investimento e


não um gasto é que faz com que os planeamentos já tragam embutidos sistemas de
segurança que devem ser sugeridos por profissionais especializados.

A prevenção e redução dos acidentes de trabalho fazem parte do quadro das nossas
responsabilidades. Em muitos casos, o erro humano é dos dirigentes económicos e
técnicos que constroem, conversam e fazem funcionar sistemas muito complexos,
ignorando as características físicas e psíquicas das pessoas que empregam. É
necessária uma nova cultura de prevenção no sector da construção civil, para tal há
que haver uma consciencialização de que há responsabilidade por tudo, por parte de
todos e de cada um. Estamos perante o que se poderá designar de uma
responsabilidade partilhada perante o risco e perante a sua identificação, avaliação e
eliminação por parte do Estado, das empresas, dos sindicatos e dos próprios
trabalhadores.

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