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Como vivem os cristãos no Paquistão

Publicado por nacaodacruz em 13 de fevereiro de 2017

O nível de pressão é cada vez maior e o número de ações violentas também aumentou
bastante

Paquistão é o 4º país na Lista Mundial da Perseguição 2017. A violência contra a igreja


aumentou consideravelmente do ano retrasado para cá. Em 2016, a nação era a 6ª da
lista e, em 2015, a 8ª. O nível de pressão sobre os cristãos é cada vez maior e o número
de ações violentas também aumentou bastante.

Um dos principais desafios que a igreja enfrenta no país é a ideologia islâmica que é
colocada na mente de crianças e jovens através das madrassas (escolas islâmicas).
Normalmente, essas madrassas não são controladas pelo governo e as ideias radicais são
inseridas à sociedade de maneira rápida e efetiva. Os professores instigam os alunos a
sentir ódio pelas minorias religiosas.

Existe um intenso controle e monitoramento sobre as atividades dos cristãos. Além


disso, eles enfrentam assassinatos, ataques a igrejas, rapto de mulheres, casamentos
forçados, despejos e deslocamentos. A lei de blasfêmia também é outro problema e já
levou vários cristãos à prisão. O caso mais conhecido é o de Asia Bibi, que foi
condenada à morte por enforcamento por ter “insultado o profeta Maomé”. Mas mesmo
sob a opressão islâmica, a igreja continua crescendo no Paquistão. Apresente nossos
irmãos em suas orações.

Fonte: https://www.portasabertas.org.br/noticias/2017/02/como-vivem-os-cristaos-no-
paquistao
Missionários levam igreja até cristãos
perseguidos utilizando caminhão, no
Paquistão
O projeto enviará pessoas treinadas para pilotar um caminhão
oferecendo cultos com música, filmes sobre a Bíblia e sobre Jesus.

fonte: Guiame, com informações do Portas Abertas

Atualizado: Sexta-feira, 2 Março de 2018 as 12:34

O projeto irá iniciar as atividades neste ano. (Foto: Reprodução).

Uma realidade no Paquistão são os "cristãos sem igreja". São aqueles que nasceram em
uma família cristã, mas não têm a experiência do novo nascimento. No entanto, eles
enfrentam perseguição por justamente serem cristãos.

Mas, finalmente um projeto irá melhorar as circunstâncias desses irmãos que vivem em
regiões distantes. Através de uma organização associada, ALIVE (Vivo, em português),
a Portas Abertas vai proporcionar uma vida melhor para esses cristãos.

Através de vários projetos que serão executados em 2018, eles pretendem dar um maior
apoio. "Este ano, enviaremos equipes com as que chamamos de ‘Igreja Sobre Rodas’,
onde pessoas treinadas dirigirão caminhões com música cristã, filmes sobre a Bíblia e
sobre Jesus”, compartilha um dos líderes da ALIVE.

“Também haverá distribuição de literatura para aqueles que podem ler. Encontraremos
pessoas onde quer que estejam. Ensinaremos os alicerces do cristianismo, vamos falar
sobre Jesus e mostraremos seu amor", ressalta.

Fazendo a diferença

Com orações e ajuda financeira da Igreja em todo o mundo, o projeto irá construir
escolas para crianças e dar uma educação de boa qualidade à comunidade cristã. Outro
projeto é o início de um movimento para ler a Bíblia.

Muitos ajudantes da ALIVE ensinam os cristãos o que a Bíblia realmente diz. A


importância disso é imensa, como cristãos enfrentam perseguição diária e também
doutrina muçulmana na televisão, rádio e internet.

Os cristãos perseguidos "não alcançados" apreciam o apoio. “Esperamos que dentro de


um ano muitos irmãos possam explicar o que é a salvação e saberem que eles não foram
esquecidos pelo corpo de Cristo em todo o mundo”, finaliza a Portas Abertas.
As cores da bandeira do Paquistão são simplesmente verde e branco.

O Paquistão é um país relativamente novo, tendo sido criado após a


Segunda Guerra Mundial, quando o Reino Unido concedeu a
independência total aquilo que até então era a sua colónia da Índia, que
englobava diversos países da actualidade.

Apesar do país ter formalmente nascido apenas em 1947 existe um passado


a ter em conta. A chegada do Islão à região – um evento de vital
importância para a compreensão do actual Paquistão – ocorreu no século
VIII.

Entre os séculos XVI e XVIII o Império Mughal dominou toda aquela área,
influenciando profundamente o território. O domínio que se seguiu foi
repartido entre os impérios Sikh e Maratha. A história do Paquistão é muito
interessante.

A Bandeira do Paquistão data dessa época, tendo sido oficialmente


adoptada a 11 de Agosto de 1947, apenas três dias antes da independência
do moderno Paquistão.

Realizou-se nessa data uma reunião da Assembleia Constituinte que


aprovou o design da bandeira, que se manteve até aos dias de hoje.

A bandeira tem um formato rectangular, sendo predominantemente verde,


de tonalidade escura, e tendo uma faixa branca do lado esquerdo. Na área
verde pode ser observado um símbolo da lua em quarto crescente e uma
estrela de cinco pontas, ambos em branco.

A zona verde da bandeira representa o Islão, religião maioritária no país,


enquanto a área branca, de menores dimensões, alude às religiões
minoritárias existentes no Paquistão. O quarto crescente simboliza
progresso e a estrela é uma alusão à luz que brilha sobre a nação.

Com alta importância na história do Paquistão, a bandeira inspirou-se na da


Liga Muçulmana, um partido nacionalista existente na antiga colónia
britânica, advogando a independência do Paquistão. Por sua vez este
adoptou a simbologia e as cores das bandeiras do Sultanato de Deli, do
Império Otomano e do Império Mughal.

https://www.paquistao.org/bandeira-paquistao/
Paquistão
O Paquistão continua como um dos países onde é mais difícil se viver como cristão. Os
índices basicamente inalterados em todas as esferas da vida mostram que a situação para
os nossos irmãos é muito difícil. A pontuação relativa à violência continua no nível
máximo (historicamente, poucos países atingiram esse nível). O ataque a bomba em
uma igreja em dezembro de 2017 foi um lembrete de quanta violência os cristãos e
outras minorias religiosas enfrentam. A lei de blasfêmia do país continua a fazer suas
vítimas.

No entanto, no último dia de apuração da Lista Mundial da Perseguição 2019, 31 de


outubro de 2018, a Suprema Corte corajosamente decidiu absolver Asia Bibi. A cristã
havia ficado oito anos no corredor da morte devido a acusações de blasfêmia. Logo após
sua libertação, grupos radicais islâmicos pararam o país. Os protestos paralisaram a
nação por alguns dias – escolas foram fechadas, universidades adiaram provas, voos
atrasaram, trens tiveram suas rotas mudadas e o governo suspendeu todos os serviços de
telefonia celular.

A situação aumentou o medo e a tensão entre a comunidade cristã do Paquistão. Os


cerca de 2% de cristãos do país, que já enfrentam discriminação diariamente, passaram
a ser ainda mais hostilizados. Uma fonte local disse: “Os cristãos estão todos trancados
em casa. As notícias são conflitantes. Estamos todos preocupados uns com os outros”.

Até o final de dezembro de 2018, Asia Bibi ainda estava sendo mantida sob custódia
pelo governo para proteção em um lugar não revelado no Paquistão, sem poder deixar o
país. Além disso, mais de dez cristãos foram mortos por sua fé, a maioria em conexão
com a lei de blasfêmia do país.

No sexto país mais populoso do mundo, os cristãos representam muito pouco da


população. No Paquistão, o nível da perseguição religiosa é extremo e cresceu
consideravelmente no último ano, bem como o nível de violência, o maior de todos os
países da Lista Mundial da Perseguição.

No Paquistão, grupos radicais não apenas existem, eles estão entrando cada vez mais na
esfera pública e expandindo sua influência, visto que alguns deles são cortejados por
partidos políticos, pelo exército e pelo próprio governo.

O exército continua seguindo uma política de distinção entre “bons” e “maus”


extremistas islâmicos. Enquanto combate alguns, corteja outros e usa esses grupos como
meio de intervenção ativa nos países vizinhos, como Afeganistão e Índia. O perigo
dessa abordagem se revelou mais uma vez no próprio dia das eleições, quando
aconteceu um ataque suicida assumido pelo Estado Islâmico. Embora o exército aja
contra os que considera “maus” extremistas, a presença deles parece aumentar no
Paquistão. O Talibã permanece ativo e pode atacar, como o fez na Páscoa de 2016, no
bombardeio de Lahore, em que afirmou explicitamente ter direcionado o ataque contra
os cristãos.

Nas eleições nacionais de julho de 2018, um inesperado número de radicais islâmicos se


candidatou, alguns deles até mesmo convocando à conversão forçada das minorias – o
que explicitamente inclui os cristãos. Embora a maioria desses candidatos não tenha
sido eleita, eles conseguiram envolver a arena política, inclinando partidos mais
moderados ao radicalismo. Diante disso, o maior desafio que o país enfrenta é como
lidar com os grupos militantes islâmicos.

As reuniões aos domingos para adoração ainda são possíveis, mas todas as outras
atividades cristãs são fortemente desaprovadas. São comuns os relatos de igrejas
atacadas, cristãos mortos, mulheres sequestradas e vítimas de violência sexual, quando
não forçadas a se casar com muçulmanos, despejadas de casa ou enviadas para fora do
país. Outras minorias religiosas têm enfrentado o mesmo tipo de ataque.

Em 2017, o governo anunciou um novo foco no combate à blasfêmia ocorrida nos blogs
de redes sociais. Consequentemente, houve um número crescente de prisões de pessoas
acusadas de terem cometido blasfêmia nas redes sociais. Isso parece contrariar os
esforços do governo para limitar o impacto devastador das leis de blasfêmia sobre as
minorias religiosas em particular. Em suma, é difícil encontrar melhorias para os
cristãos e outras minorias religiosas até agora.

NOTAS SOBRE A SITUAÇÃO ATUAL

• Os frequentes ataques à igreja – especialmente os de Lahore em setembro de 2013,


março de 2015 e Páscoa de 2016, assim como o de dezembro de 2017 à Igreja
Metodista em Quetta – destacam a situação precária em que os cristãos se encontram.
Algumas vezes, os prédios de igrejas são guardados e protegidos pelas autoridades, mas
com frequência as igrejas têm que se responsabilizar por sua própria segurança da
melhor forma que podem. Independentemente de quem está guardando a igreja, ataques
ocorrem com frequência.

• As leis de blasfêmia do país continuam a representar um desafio significativo para os


cristãos. O governo não mexerá nelas, principalmente após os massivos protestos de
grupos radicais islâmicos após a Suprema Corte absolver Asia Bibi. Meninas cristãs são
ainda mais vulneráveis.
HISTÓRIA DA IGREJA

De acordo com os registros de Eusébio de Cesareia no século 4,


tido como o pai da história da igreja, os apóstolos Tomé e
Bartolomeu foram designados para Parthia (Irã moderno) e Índia.
No momento do estabelecimento do Segundo Império Persa (ano
226), havia bispos da Igreja do Oriente no noroeste da Índia,
Afeganistão e Baluquistão (Paquistão), incluindo partes do Irã e
outras regiões do Afeganistão e Paquistão, com leigos e clérigos
envolvidos na atividade missionária.

O trabalho missionário católico romano decolou no continente


indiano com a chegada dos portugueses no século 16 e se
estabeleceu em Lahore em 1570. Em tempos mais modernos, o
cristianismo foi estabelecido por meio do trabalho missionário
protestante no final do século 18 e início do século 19 e continuou
a crescer desde então.

Em 1947, o ano da independência do país, a situação para a


minoria cristã se tornou mais complicada, uma vez que o
Paquistão se definiu oficialmente como um Estado muçulmano.
De acordo com o World Christian Database (WCD), mais de 96%
da população é muçulmana, sendo a grande maioria muçulmana
sunita. No entanto, há também uma considerável minoria xiita de
10% a 15%, que também enfrenta perseguição.

REDE ATUAL DE IGREJAS

O maior grupo de cristãos hoje pertence à Igreja do Paquistão, um


grupo protestante que abarca quatro grandes denominações
(anglicana, metodista, presbiteriana e luterana) e que é membro da
Comunhão Anglicana. Há outras igrejas protestantes de várias
linhas do presbiterianismo, assim como muitas outras
denominações menores. No Paquistão, o número de católicos e
protestantes é praticamente o mesmo.
A PERSEGUIÇÃO AOS CRISTÃOS

Igrejas históricas desfrutam de relativa liberdade, no entanto são estritamente


monitoradas e são frequentemente alvo de ataques a bomba. Igrejas ativas em
evangelismo e ministério com jovens enfrentam maior perseguição na sociedade.
Todos os cristãos enfrentam discriminação institucionalizada, o que pode ser
exemplificado pelo fato de que os trabalhos considerados como baixos, sujos ou
depreciativos são oficialmente reservados aos cristãos. Muitos cristãos são pobres
e muitos também são vítimas de trabalho forçado. Por outro lado, há muitos
cristãos que pertencem à classe média, mas isso não os isenta de serem
marginalizados e perseguidos.

Cristãos ex-muçulmanos têm de ter cuidado em expressar sua fé, especialmente


se são os únicos cristãos de sua família. Bíblias e outros materiais cristãos podem
ser tirados deles por sua família, amigos ou vizinhos. A internet e as mídias
sociais se tornaram perigosas para os cristãos, já que qualquer movimento na
rede pode levá-los a ser acusados de blasfêmia contra o islã.

Reconhecer-se como cristão não é possível na esfera familiar nem na esfera de


nação. Enquanto a prisão domiciliar imposta pelas famílias aos convertidos é
uma forma de castigo, uma forma mais suave é submetê-los à vigilância, o que os
leva a se esconder ainda mais.

Devido à forte pressão crescente nos últimos anos, muitos cristãos fugiram para
países como Sri Lanka ou Tailândia. Desde a introdução das leis de blasfêmia em
1986, os cristãos são vítimas de cerca de um quarto de todas as acusações de
blasfêmia.

As leis de blasfêmia são muito conhecidas por serem usadas para resolver
questões pessoais. Sua discussão chegou à comunidade internacional quando, em
2010, a cristã Asia Bibi foi acusada de blasfemar contra o islã e condenada à
morte. Ela é a primeira mulher que esteve no corredor da morte no Paquistão.

À medida que essas leis continuam ganhando destaque, torna-se cada vez mais
difícil para o governo e tribunais lidar com elas, já que têm um significado
simbólico para grupos extremistas em todo o país.

Essa violência explícita ofusca a violência diária nos bastidores contra meninas e
mulheres cristãs que são frequentemente raptadas, violentadas e convertidas ao
islamismo – uma estimativa de 700 cristãs por ano.

Em casos de blasfêmia, as casas dos cristãos são atacadas, forçando-os a se


esconder. Consequentemente, o Paquistão foi o país da Lista Mundial da
Perseguição 2019 com maior violência.
Como as mulheres paquistanesas são
punidas por se apaixonarem
Yalda Hakim Da BBC News no Paquistão
 14 dezembro 2014

Em um país que luta para preservar suas tradições tribais, as mulheres paquistanesas
enfrentam a brutalidade – e até a morte – caso se apaixonem pela pessoa errada.

Arifa, de 25 anos, enfrentou sua família e fugiu com o homem que amava, com quem se
casou em segredo.

No dia seguinte, em uma rua movimentada de Karachi, a cidade mais populosa do


Paquistão, membros de sua família cercaram os recém-casados e os ameaçaram com
armas.

Eles levaram Arifa e passaram-se cinco dias até que seu marido, Abdul Malik, tivesse
notícias dela.

"Recebi uma mensagem dizendo que ela havia sido morta. Foi o dia mais difícil da
minha vida", relembra, tentando evitar as lágrimas.
"Depois de muito sofrimento, consegui provar que minha mulher está viva e foi
escondida em algum lugar."

Com receio de ser assassinado, Malik vive escondido há três meses.

"No Paquistão, o amor é um pecado grave. Séculos se passaram, o mundo fez tanto
progresso – homens chegaram até os céus. Mas nossos homens ainda seguem tradições
e costumes da Idade das trevas", diz.

Essas tradições e costumes – com foco em negar liberdade às mulheres – têm cada vez
mais aceitação no Paquistão e são encoraadas por estudiosos religiosos linha dura.

'Crimes de honra'

Este é um mundo em que, na prática, a mulher tem poucos direitos – ela é propriedade
da família até o momento em que se casa.

Seus "donos", então, passam a ser os familiares de seu marido, e ela pode morrer se for
considerado que desonrou a família.

Só em 2014, mais de mil mulheres foram mortas nos chamados "crimes de honra" – este
é a apenas o número de casos dos quais as autoridades têm conhecimento.

Em maio, o caso da jovem Farzana Parveen chocou o mundo. Ela estava grávida quando
foi apedrejada até a morto pela própria família, por ter se casado com um homem por
quem se apaixonou, ao invés de casar-se com o homem que os familiares escolheram
para ela.

O detalhe mais chocante é que o caso aconteceu diante do supremo tribunal de Lahore,
de policiais e de transeuntes.

Em novembro, por causa da atenção que o caso recebeu da mídia internacional, o pai, o
irmão o primo e o ex-noivo de Parveen foram condenados à pena de morte por
assassinato. Outro de seus irmãos foi condenado a 10 anos de prisão.

Mas na maior parte das vezes, os perpetradores desses atos brutais contra mulheres
nunca são acusados, já que são protegidos pelas leis tribais.

Alguns religiosos linha dura acreditam que só através da morte do membro da família
que a ofendeu – geralmente uma mulher – a honra pode ser restituída ao resto dos
familiares e à tribo.

O mais surpreendente é que poucas pessoas no Paquistão de hoje estão dispostas a


desafiar essas tradições e costumes tribais.Na verdade, de acordo com uma pesquisa
recente do Instituto Pew, a maioria dos paquistaneses apóia a implementação total da
sharia – o sistema legal do Islã.
Apedrejamento e chicotadas

Nas ruas de Karachi, encontro uma madrassa (espécie de seminário) onde milhares de
garotos recebem ensinamentos religiosos. Quero perguntar ao clérigo local o que ele
pensa sobre adultério, razão pela qual as mulheres também são mortas em "crimes de
honra".

"A punição deve ser aquela prescrita na sharia, que é de apedrejamento e chicotadas",
diz o mulá. Seus alunos o apóiam.

Em 1970, o general Zia-ul-Haq, ditador no Paquistão, criou a chamada ordenança


Hudood – um conjunto de leis polêmicas que pretendia islamizar o país. Entre outras
coisas, as leis de fato tornaram o adultério um crime passível de apedrejamento e
chicotadas.

Direito de imagem BBC World Service Image caption Religiosos linha dura defendem punição
de apedrejamento e chicotadas para adúlteros; ideias tem aceitação até entre jovens

Em 2006, o então presidente Pervez Musharraf tentou relaxar algumas dessas leis para
proteger as mulheres, mas suas mudanças tiveram pouca aplicação prática. Adultério
ainda é crime no país.

Uma prisão central para mulheres em Karachi é onde muitas das acusadas de adultério
vão parar.

É o caso de Sadia, de 24 anos. Ela chegou à prisão 14 meses atrás, depois que seu
marido há nove anos a acusou de dormir com outro homem. Ela aguarda julgamento.

"Meu marido se divorciou de mim, me bateu e me expulsou de casa. Depois ele foi à
polícia e disse que eu fugi com outro homem. Na verdade, ele e sua família me
expulsaram", diz.

Sadia afirma que não tem acesso a um advogado e não sabe quando conseguirá sair da
prisão. No momento da minha visita, há 80 mulheres no local – muitas não sabem por
que estão lá e acabam ficando presas por anos, sem julgamento.

Algumas das mulheres com mais sorte vão para algum dos abrigos espalhados pelo país.

Um desses locais, o abrigo Edhi para mulheres, é um complexo fortificado em um dos


bairros mais perigosos do subúrbio de Karachi, reduto de simpatizantes do Talebã.

A maioria das mulheres aqui após fugir de relacionamentos abusivos ou de serem


expulsas de casa por familiares.

Elas vivem pacificamente no abrigo, compartilhando tarefas, ajudando umas as outras a


cozinhar, limpar o local e cuidar das crianças. Ninguém faz perguntas sobre o porquê de
estarem ali.
Há uma regra à qual todos obedecem: ninguém pode entrar no local sem que as
mulheres permitam, incluindo autoridades.

Image caption Em abrigo, mulheres cuidam dos filhos umas das outras e prometem não
entregar-se à polícia, caso sejam acusadas de adultério

"Se uma mulher está tendo um caso fora daqui, não nos importamos, não perguntamos.
Ela pode ficar aqui o tempo que quiser. Se a família quiser levá-la de volta e ela tiver
vontade de ir, está livre para ir", diz Samina, que trabalha como voluntária no abrigo.

Samina diz, no entanto, que se a polícia for à procura de alguma das mulheres por
acusações de adultério, as funcionárias do abrigo não a entregarão.

'Meus filhos gritavam'

Ayesha diz já ter deixado sua casa cinco vezes, levando seus dois filhos pequenos, para
encontrar segurança no abrigo.

Todas as vezes, seu marido volta para levá-la, mas os abusos e a tortura aos quais ela é
submetida ao voltar a fazem fugir de novo.

"Meu marido me trancava no quarto e me batia, além de qualquer limite, me forçando a


dizer que estava tendo um caso", conta.

"Meus filhos gritavam: 'Por favor, alguém ajude nossa mãe'. Mas ninguém ouvia,
ninguém aparecia."

Ayesha diz que agora não vai mais voltar para casa. O futuro ainda é incerto, mas ela diz
ter sorte de estar viva.

Apesar de um aumento da classe média e de tentativas de modernizar as leis, o combate


à misoginia (ódio às mulheres) institucionalizada está cada vez mais difícil no
Paquistão.

https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/12/141214_mulheres_paquist
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