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JUSTIÇA GRATUITA

Definição do instituto

A CR/88 (Constituição da República de 1988) no art. 5, LXXIV, assegura a justiça


gratuita e a assistência gratuita ao judiciário
“O Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que
comprovarem insuficiência de recursos”.
Tal instituto também é tratado pela lei 1060/95 que foi recepcionada pela
Constituição da República de 1988 e pelo Código de Processo Civil, que nos artigos 98 a 102,
traz as regras para sua aplicação.
Vivemos em um país onde há uma grande desigualdade social e seria muito difícil
pessoas com pouca condição financeira ingressarem em juízo contra pessoas físicas ou
jurídicas com grande poder monetário, principalmente em grandes ações que levam anos e
tem dezenas de procedimentos e custas processuais. Nesse diapasão, o instituto da justiça
gratuita vem como forma de garantir maior eficácia na aplicação dos princípios
constitucionais, como o da isonomia (art. 5 caput da CRFB/88) e do livre acesso ao judiciário
(art.5, XXXV, CRFB/88), uma vez que dará as pessoas com insuficiência de recursos a
oportunidade de buscar o judiciário e disputar com paridade de armas as demandas levadas ao
Poder Judiciário.
No entanto, uma crítica existente é sobre a possibilidade de pessoas jurídicas também
poderem gozar do benefício da gratuidade de justiça, como dispõe o art. 98 do CPC/2015
“A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com
insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas
processuais e os honorários advocatícios têm direito à gratuidade
da justiça, na forma da lei”.
Porém, é completamente compreensível que também seja possível as pessoas
jurídicas, terem o direito de gozar do benefício, uma vez que atinjam os pressupostos
exigidos.
Características

Há que se observar as características e pressupostos para o exercício da gratuidade de


justiça. A gratuidade de justiça como dito anteriormente vem para garantia da real e ampla
aplicação de garantias constitucionais em relação ao acesso ao judiciário por parte de todas as
pessoas físicas e jurídicas que comprovem insuficiência de recursos para pagar as custas
processuais, as despesas processuais e os honorários advocatícios. Os art. 98 ao 102 do
CPC/2015, dispõe sobre todas as hipóteses e características do instituto.
O principal pressuposto é a comprovação de insuficiência de recursos, e, sendo
concedida a gratuidade, o beneficiário ficará isento de pagar:
Art. 98, § 1º:
I - as taxas ou as custas judiciais;
II - os selos postais;
III - as despesas com publicação na imprensa oficial, dispensando-se
a publicação em outros meios;
IV - a indenização devida à testemunha que, quando empregada,
receberá do empregador salário integral, como se em serviço
estivesse;
V - as despesas com a realização de exame de código genético - DNA
e de outros exames considerados essenciais;
VI - os honorários do advogado e do perito e a remuneração do
intérprete ou do tradutor nomeado para apresentação de versão em
português de documento redigido em língua estrangeira;
VII - o custo com a elaboração de memória de cálculo, quando
exigida para instauração da execução;
VIII - os depósitos previstos em lei para interposição de recurso, para
propositura de ação e para a prática de outros atos processuais
inerentes ao exercício da ampla defesa e do contraditório;
IX - os emolumentos devidos a notários ou registradores em
decorrência da prática de registro, averbação ou qualquer outro ato
notarial necessário à efetivação de decisão judicial ou à continuidade
de processo judicial no qual o benefício tenha sido concedido.
A gratuidade não afasta despesas processuais e honorários advocatícios de
sucumbência, porém tal obrigação fica suspensa e o credor poderá executar, se nos 5 (cinco)
anos subsequentes demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência que ensejou a
gratuidade de justiça; passado esse prazo extingue-se as obrigações do beneficiário (art. 98, §
2 e 3). A gratuidade também não afasta eventuais multas processuais (§4), podendo ser
concedida parcial ou integralmente e poderá ainda, o juiz conceder parcelamento de despesas
que o beneficiário tiver que adiantar (§§ 5 e 6).
O pedido de gratuidade de justiça pode ser feito no início ou durante curso do
processo – na petição inicial, contestação, petição para ingresso de terceiro ou no recurso. O
juiz poderá deferir ou não o pedido, observando os pressupostos e condições dispostas no art.
99 do CPC/2015. Como meio de garantir a ampla defesa e contraditório, a parte contrária
poderá impugnar o pedido na contestação, réplica, tréplica, no recurso ou em petição simples
nos casos descritos no art. 100 do CPC/2015.

Paralelo com o Direito Processual Civil x Compatibilidade com o Direito


Processual do Trabalho

Apesar de ser ramo distinto do Direito, e ter regras e características próprias, o


Direito Processual do trabalho, sempre que sua norma for omissa com relação a alguma
matéria ou procedimento, o CPC será chamado para que possa ser usado subsidiariamente
suprindo a falta de tal norma, como expresso no art. 15 do CPC “na ausência de normas que
regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes
serão aplicadas supletiva e subsidiariamente” e no art. 769, CLT
“nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária
do direito do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as
normas desde Título.”
No que diz respeito à gratuidade de justiça não é diferente, mesmo a CLT não sendo
omissa e trazer suas próprias características e pressupostos, a aplicação das regras do CPC não
são afastadas e poderão ser usadas quando necessário. É fato que a CLT pós-reforma trouxe
muitas alterações, alvos de críticas que serão tratados mais adiante, no que tange a aplicação
do instituto estudado a reforma o manteve, porém, reduzindo o roll que serão isentos de
pagamento.

Eventuais mudanças apresentadas pela Reforma Trabalhista

A reforma trabalhista é alvo de diversas críticas, e não é diferente quando falamos do


benefício da gratuidade de justiça onde a reforma traz critérios objetivos para a concessão, e
diversos impactos negativos quanto sua amplitude, colocando em cheque a sua
constitucionalidade pois vai de encontro às garantias constitucionais previsto do art. 5º caput,
XXXIV e LXXIV da CR/88.
O ponto positivo é a possibilidade de o magistrado atuar de ofício e aplicar o
benefício da justiça gratuita mesmo quando a parte não tenha requerido, assim, o magistrado
encontrando nos autos pressupostos suficientes para a concessão poderá agir de ofício, para
aqueles com salário igual ou inferior a 40 % do limite máximo dos benefícios do Regime
Geral de Previdência Social, operando assim a presunção de insuficiência de recursos, como
explica o art.790, § 3º da CLT. Para os demais casos onde o salário for superior, a parte terá
que comprovar §insuficiência de recursos para o pagamento das custas, de acordo com o § 4º
do art. 790 da CLT.
As demais alterações, alvos de muitas críticas, são os art.:
Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamento dos honorários
periciais é da parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, ainda
que beneficiária da justiça gratuita.
(...)
§ 4º Somente no caso em que o beneficiário da justiça gratuita não
tenha obtido em juízo créditos capazes de suportar a despesa
referida no caput, ainda que em outro processo, a União
responderá pelo encargo”.
Aqui há uma limitação que fere o art.5, LXXIV da CR/88, que
garante assistência jurídica gratuita e integral. Assim a parte
beneficiária da justiça gratuita deverá suportar os honorários
periciais quando tiver créditos capazes de arcar com as despesas,
ainda que em outro processo.

“Art.791-A.
(...)
§ 4º Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não
tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos
capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua
sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e
somente poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao
trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor
demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de
recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se,
passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário”
Se compararmos com o CPC, aqui se têm um ponto positivo quanto a tempo de
exigibilidade das obrigações suspensas, enquanto no CPC é de 5 (cinco), aqui na CLT esse
tempo foi reduzido para 2 (anos). No entanto, a critica ocorre no fato de o beneficiário da
justiça gratuita ter que suportar com as obrigações caso tenha obtido ganhos mesmo que em
outro processo. Ocorre novamente a limitação do art.5, LXXIV, que cria um obstáculo ao
trabalhador que pretende fazer reclamação trabalhista, correndo o risco do valor a ser ganho
no processo não cubra nem as despesas processuais.

Opinião do grupo

Com base no estudo o grupo chegou a conclusão a que a reforma trabalhista, quanto
ao benefício da justiça gratuita, apesar de trazer novidades de forma positivas, como a
redução de 5 para 2 anos do prazo para exigibilidade de obrigações suspensas, no seu
contexto geral, a reforma não beneficiou os trabalhadores.
As novas regras para concessão do benefício ferem normas constitucionais e
prejudicam os trabalhadores, as mudanças com relação as regras dispostas no Código de
Processo Civil, principalmente quando dá a parte mesmo que beneficiada com a gratuidade de
justiça o encargo de arcar com os honorários periciais, e também quando o beneficiário for
vencido, utilizando créditos de um eventual êxito até mesmo de outros processos.
A reforma trabalhista, majoritariamente criticada, distancia o trabalhador da justiça, e
leva a justiça do trabalho no caminho inverso ao pregado pela CR/88, que busca garantir não
só a igualdade formal disposta o art. 5º caput, mas a igualdade material, dando a todos
condições parelhas, não só de ingressar em juízo, mas que posso buscar a resolução do
conflito de maneira isonômica com paridade de armas, num cenário de tantas desigualdades
em todos os campos.

Juntar e Comentar 2 Jurisprudências sobre o Tema.

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO

Identificação

PROCESSO nº 0023489-03.2017.5.04.0271 (RO)


RECORRENTE: SOLIMAR BERNARDO DE OLIVEIRA
RECORRIDO: CALCADOS BEIRA RIO S/A
RELATOR: ANDRE REVERBEL FERNANDES

EMENTA
JUSTIÇA GRATUITA. De acordo com o art. 790, § 3º da CLT, é facultada a concessão do
benefício da Justiça Gratuita também em grau recursal, o que se concede, uma vez que o autor
se declara hipossuficiente e recebia salário inferior a 40% do limite máximo dos benefícios do
Regime Geral de Previdência Social. Recurso do reclamante provido.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos os autos.
ACORDAM os Magistrados integrantes da 4ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª
Região: preliminarmente, por unanimidade, REJEITAR A ARGUIÇÃO DE NÃO
CONHECIMENTO DO RECURSO ORDINÁRIO DO RECLAMANTE formulada pela
reclamada, Calçados Beira Rio S/A, em contrarrazões. No mérito, por unanimidade, DAR
PROVIMENTO AO RECURSO ORDINÁRIO DO RECLAMANTE, Solimar Bernardo
de Oliveira, para conceder-lhe o benefício da Justiça Gratuita e suspender a exigibilidade do
recolhimento das custas.
Intime-se.
Porto Alegre, 15 de agosto de 2018 (quarta-feira).

Na jurisprudência da 4ª turma da TRT 4, fica clara a aplicação da nova regra


trazida pela reforma, o recorrente declara a hipossuficiência e demonstrar ter salário nos
limites estabelecidos pela CLT para concessão de justiça gratuita. Importante ressalta que
como diz a ementa, o pedido de justiça gratuita pode ser suscitado também na fase recursal, e
como o recorrente possuía todos os pressupostos a turma do TRT 4 deu provimento
beneficiando o recorrente com a justiça gratuita.

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
Identificação

PROCESSO nº 0021397-96.2016.5.04.0009 (RO)


RECORRENTE: ASSOCIACAO DOS FUNCIONARIOS MUNICIPAIS DE PORTO
ALEGRE
RECORRIDO: CLANDIO DE OLIVEIRA BARRACHINI
RELATOR: EMILIO PAPALEO ZIN
EMENTA

JUSTIÇA GRATUITA. EMPREGADOR PESSOA JURÍDICA. AUSÊNCIA DE


RECOLHIMENTO DE CUSTAS E DE DEPÓSITO RECURSAL. Não havendo
comprovação robusta e cabal acerca da impossibilidade financeira de a reclamada vir a
recolher as custas do processo e efetivar o depósito recursal, não há como deferir o benefício
da justiça gratuita para isentá-la de tais encargos.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos.


ACORDAM os Magistrados integrantes da 7ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª
Região: por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO ao agravo regimental da reclamada,
ASSOCIAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS MUNICIPAIS DE PORTO ALEGRE, e NÃO
CONHECER do recurso ordinário por ela interposto por deserto.
Intime-se.
Porto Alegre, 23 de agosto de 2018 (quinta-feira).

Diferente do acórdão anterior, neste temos a não concessão do benefício da justiça


gratuita. Trata-se agora de pessoa jurídica que ao pleitear o benefício não conseguir
comprovar a insuficiência de recurso para o pagamento das custas. Assim como determina a
CLT, a 6º turma do TRT 4 indeferiu o pedido negando o benefício.
REFERÊNCIAS

DE CAMARGO,
Guilherme Pessoa Franco. A reforma trabalhista e a justiça gratuita: o trabalhador
brasileiro como subcidadão. In: Direito Net, fev 2018. Disponível em: <
https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/10558/A-reforma-trabalhista-e-a-justica-
gratuita-o-trabalhador-brasileiro-como-subcidadao>. Acesso em out 2018.

BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho, 1943. texto atualizado. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452.htm>. Acesso em out 2018.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil,1988. Brasília: Senado Federal.


In: Vade Mecum. 10ª ed. atual. Ampl. São Paulo: Saraiva, 2010.

GUSMãO, Jorda'Anna Maria Lopes. Justiça gratuita. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XX,
n. 162, jul 2017. Disponível em: <http://www.ambito-
juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=19146&revista_caderno=21>.
Acesso em out 2018.

Silva,
Franklyn Roger Alves e Esteves, Diogo. A nova disciplina da gratuidade de Justiça na
reforma trabalhista. In: Revista Consultor Jurídico, mar 2018. Disponivel em: <
https://www.conjur.com.br/2018-mar-13/disciplina-gratuidade-justica-reforma-
trabalhista#author>. Acesso em out 2018.

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