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Definição do instituto
“Art.791-A.
(...)
§ 4º Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não
tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos
capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua
sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e
somente poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao
trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor
demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de
recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se,
passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário”
Se compararmos com o CPC, aqui se têm um ponto positivo quanto a tempo de
exigibilidade das obrigações suspensas, enquanto no CPC é de 5 (cinco), aqui na CLT esse
tempo foi reduzido para 2 (anos). No entanto, a critica ocorre no fato de o beneficiário da
justiça gratuita ter que suportar com as obrigações caso tenha obtido ganhos mesmo que em
outro processo. Ocorre novamente a limitação do art.5, LXXIV, que cria um obstáculo ao
trabalhador que pretende fazer reclamação trabalhista, correndo o risco do valor a ser ganho
no processo não cubra nem as despesas processuais.
Opinião do grupo
Com base no estudo o grupo chegou a conclusão a que a reforma trabalhista, quanto
ao benefício da justiça gratuita, apesar de trazer novidades de forma positivas, como a
redução de 5 para 2 anos do prazo para exigibilidade de obrigações suspensas, no seu
contexto geral, a reforma não beneficiou os trabalhadores.
As novas regras para concessão do benefício ferem normas constitucionais e
prejudicam os trabalhadores, as mudanças com relação as regras dispostas no Código de
Processo Civil, principalmente quando dá a parte mesmo que beneficiada com a gratuidade de
justiça o encargo de arcar com os honorários periciais, e também quando o beneficiário for
vencido, utilizando créditos de um eventual êxito até mesmo de outros processos.
A reforma trabalhista, majoritariamente criticada, distancia o trabalhador da justiça, e
leva a justiça do trabalho no caminho inverso ao pregado pela CR/88, que busca garantir não
só a igualdade formal disposta o art. 5º caput, mas a igualdade material, dando a todos
condições parelhas, não só de ingressar em juízo, mas que posso buscar a resolução do
conflito de maneira isonômica com paridade de armas, num cenário de tantas desigualdades
em todos os campos.
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
Identificação
EMENTA
JUSTIÇA GRATUITA. De acordo com o art. 790, § 3º da CLT, é facultada a concessão do
benefício da Justiça Gratuita também em grau recursal, o que se concede, uma vez que o autor
se declara hipossuficiente e recebia salário inferior a 40% do limite máximo dos benefícios do
Regime Geral de Previdência Social. Recurso do reclamante provido.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos os autos.
ACORDAM os Magistrados integrantes da 4ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª
Região: preliminarmente, por unanimidade, REJEITAR A ARGUIÇÃO DE NÃO
CONHECIMENTO DO RECURSO ORDINÁRIO DO RECLAMANTE formulada pela
reclamada, Calçados Beira Rio S/A, em contrarrazões. No mérito, por unanimidade, DAR
PROVIMENTO AO RECURSO ORDINÁRIO DO RECLAMANTE, Solimar Bernardo
de Oliveira, para conceder-lhe o benefício da Justiça Gratuita e suspender a exigibilidade do
recolhimento das custas.
Intime-se.
Porto Alegre, 15 de agosto de 2018 (quarta-feira).
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
Identificação
ACÓRDÃO
DE CAMARGO,
Guilherme Pessoa Franco. A reforma trabalhista e a justiça gratuita: o trabalhador
brasileiro como subcidadão. In: Direito Net, fev 2018. Disponível em: <
https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/10558/A-reforma-trabalhista-e-a-justica-
gratuita-o-trabalhador-brasileiro-como-subcidadao>. Acesso em out 2018.
BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho, 1943. texto atualizado. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452.htm>. Acesso em out 2018.
GUSMãO, Jorda'Anna Maria Lopes. Justiça gratuita. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XX,
n. 162, jul 2017. Disponível em: <http://www.ambito-
juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=19146&revista_caderno=21>.
Acesso em out 2018.
Silva,
Franklyn Roger Alves e Esteves, Diogo. A nova disciplina da gratuidade de Justiça na
reforma trabalhista. In: Revista Consultor Jurídico, mar 2018. Disponivel em: <
https://www.conjur.com.br/2018-mar-13/disciplina-gratuidade-justica-reforma-
trabalhista#author>. Acesso em out 2018.