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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA


Portal Educação

CURSO DE
TERAPIA ORTOMOLECULAR

Aluno:

EaD - Educação a DistânciaPortal Educação

AN02FREV001/REV 4.0

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CURSO DE
TERAPIA ORTOMOLECULAR

MÓDULO III

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do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

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SUMÁRIO

RADICAIS LIVRES.......................................................................................... 04
Definição.................................................................................................. 04
ESTRESSE OXIDATIVO................................................................................. 09
ANTIOXIDANTES............................................................................................ 10
Enzimas Antioxidantes............................................................................ 11
Antioxidantes Não Enzimáticos.............................................................. 12
Antioxidantes Não Enzimáticos Dietéticos (Exógenos)......................... 15
Antioxidantes na Dieta............................................................................ 19
RADICAIS LIVRES E AS DOENÇAS............................................................. 21
Aterosclerose........................................................................................... 21
Hipertensão.............................................................................................. 24
Doença de Alzheimer............................................................................... 25
Doença de Parkinson............................................................................... 26
Doenças Reumáticas............................................................................... 26
Câncer...................................................................................................... 27
Diabetes................................................................................................... 28
Envelhecimento....................................................................................... 28
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................... 31

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RADICAIS LIVRES E ANTIOXIDANTES

Definição

O radical livre (RL) é um átomo ou molécula que contém um ou mais elétrons


não-pareados. A presença deste elétron não-pareado altera a reatividade química do
átomo ou molécula, tomando-os mais reativos que as espécies não-radicais (os
elétrons pareados). Todo átomo ou molécula que possua na sua orbital externa um
elétron "não pareado" recebe o nome de radical livre. Quando um radical livre
"rouba" um elétron de outro elemento, este passa por sua vez a agir também como
um radical livre, podendo se constituir assim uma autêntica reação em cadeia.

No artigo científico de Ferreira e Matsubara (1997), um clássico sobre


radicais livres, é explicado como se formam os mesmos. Então, vamos recordar um
pouco sobre química.

As camadas eletrônicas de um elemento químico são denominadas K, L, M


e N, e seus subníveis, s, p, d, f. De maneira simples, o termo radical livre refere-se a
átomo ou molécula altamente reativo, que contêm número ímpar de elétrons em sua
última camada eletrônica. É este não-emparelhamento de elétrons da última camada
que confere alta reatividade a esses átomos ou moléculas.

Vamos acompanhar a formação de um radical livre, o superóxido (O 2-), que


é derivado do oxigênio molecular (O2). O O2 é composto por dois elementos oxigênio
(O), cujo número atômico é 8, sendo sua distribuição de elétrons a seguinte:

2
K1s

2 4
L 2s 2p

Para formar o oxigênio molecular (O2), os dois elétrons solitários do subnível


p de um elemento oxigênio fazem intercâmbio com os dois elétrons de outro
elemento oxigênio, formando um composto estável com 12 elétrons na última
camada (L). Assim:

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2
K1s

2 4
L 2s 2p

L 2s2 2p4

2
K1s

É conveniente recordar que reações de redução implicam em ganho de


elétrons, e as de oxidação, em perda. Portanto, quando no metabolismo normal
ocorrer uma redução do oxigênio molecular (O2), este ganhará um elétron, formando
o radical superóxido (O2.), considerado instável por possuir número ímpar (13) de
elétrons na última camada L. Assim, a configuração eletrônica do radical superóxido
é a seguinte:

K 1 s2

2 5
L 2s 2p

2 4
L 2s 2p

K 1 s2

Compreendendo as etapas da formação de O2-, podemos verificar que os


radicais livres são formados em um cenário de reações de óxido-redução, isto é, ou
cedem o elétron solitário, oxidando-se, ou recebem outro, reduzindo-se. Portanto, os
radicais livres ou provocam ou resultam dessas reações de óxido-redução.

Estas espécies apresentam, em geral, uma grande instabilidade, têm uma


vida curta e reagem rapidamente com diversos compostos e podem atacar alvos
celulares. A natureza autocatalítica das reações com radicais livres é o fator mais
importante na deterioração oxidativa de substratos orgânicos.

No entanto, os RL podem ser neutralizados de duas maneiras: a primeira é


quando os radicais livres se encontram, e uma molécula cede elétrons (oxida-se)
enquanto a outra os aceita (reduz-se), pareando as órbitas externas; a segunda
forma é quando entra em ação o próprio sistema antioxidante do organismo para
inibir a produção de RL. Esse sistema é constituído por enzimas que têm a

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capacidade de inibir, até certo ponto, a formação de RL; quando saturado, o sistema
deixa com liberdade os RL, e para inibi-los é necessária a participação de
antioxidantes administrados ou por via oral ou por injeções.

De todo oxigênio que respiramos, 98% são usados para gerar energia
necessária para a vida; porém, os 2% restantes são transformados, no organismo,
em radicais livres, ou seja, são as reações catabólicas, de destruição, do oxigênio. É
importante destacar, porém, que o oxigênio não é o único sintetizador de RL,
embora, devido à sua importância para manter a vida, seja a fonte de RL mais bem
estudada. Entre outros agentes geradores de RL podemos citar: a luz solar, a
poluição ambiental, intoxicação por metais pesados, os agrotóxicos, vários tipos de
produtos industrializados, etc (Figura 32).

Figura 32. Exemplos de agentes geradores de radicais livres (RL). Fonte: NUTRIÇÃO.
Disponível em: <http://nutricao.inf.br/autismo/estresse-oxidativo-no-autista/>. Acesso em: 07
ago. 2012.

Em se tratando de humanos interessam-nos radicais livres que vêm do


metabolismo do oxigênio. Temos os radicais superóxidos, os peróxidos de
hidrogênio, que não são radicais livres, mas produtores de radicais livres, porque o
peróxido de hidrogênio não tem elétron não-pareado na sua órbita externa; ele é
totalmente pareado. Mas como é hidrossolúvel, atravessa rapidamente as
membranas celulares e pode ser um importante precursor de outros radicais livres.

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Temos os peróxidos lipídicos, que são aqueles produzidos principalmente no


nível das gorduras da membrana celular devido às suas camadas lipídicas e,
finalmente, temos os radicais hidroxila (Tabela 4).

Tabela 4. Exemplos de radicais livres e seus respectivos antioxidantes.

Radicais livres Antioxidante endógeno Antioxidante exógeno

Superóxido Superóxido dismutase Beta-caroteno


O2- (SOD)

Peróxido de hidrogênio Catalase ----


H2O2

Radical hidroxila ---- Vitamina C


OH2

Oxigênio singlet ---- Beta-caroteno

Peróxido lipídico Glutationa peroxidase Vitamina E


-
COOH

No caso do superóxido, que é metabólito tóxico de oxigênio, sabe-se que ele


adquire um elétron de um átomo de ferro, tornando-se então um radical livre. O
organismo tem seus meios de destruir quase completamente essa substância
indesejável, através da enzima superóxido dismutase (SOD). Essa enzima elimina
adequadamente o superóxido, porém, ao fazer isso, ela cria um segundo tóxico, que
é o peróxido de hidrogênio (MUNDO VESTIBULAR, 2012).

Essa substância é neutralizada por outra enzima que se chama peroxidase,


encontrada em grande quantidade no fígado e nos glóbulos vermelhos. A
combinação de reações do superóxido com peróxido de hidrogênio vai produzir
outra forma ainda mais lesiva e tóxica que as anteriores: o radical hidroxila, que para
ser neutralizado necessita de antioxidantes adquiridos através da alimentação, pois
não são produzidos pelo nosso corpo (MUNDO VESTIBULAR, 2012).

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Por definição, uma substância antioxidante é aquela capaz de inibir a


oxidação, ou então é qualquer substância que, mesmo presente em baixa
concentração comparada ao seu substrato oxidável, diminui ou inibe a oxidação
daquele substrato.

Do ponto de vista biológico, podemos definir antioxidantes como aqueles


compostos que protegem os sistemas biológicos contra os efeitos deletérios dos
processos ou das reações que levam à oxidação de macromoléculas ou estruturas
celulares. Este ponto de vista implica que os diferentes antioxidantes podem atuar
em níveis e com modos de ação diferentes.

Nós temos o nosso próprio sistema antioxidante (antioxidantes endógenos):


a superóxido dismutase (SOD) para o superóxido, de que existem dois tipos: SOD
mitocondrial, rico em manganês, e o SOD citossólico, rico em cobre e zinco; a
catalase e a glutationa perixodase para o peróxido de hidrogênio. Não ternos um
sistema próprio enzimático que possa inibir os radicais hidroxila.

Os radicais livres, como temos falado, são controlados por antioxidantes


endógenos que o organismo possui, e quando estes são insuficientes, os radicais
livres podem ser inibidos por um aporte de nutrientes externos (antioxidantes
exógenos), como por exemplo betacaroteno, vitamina C, vitamina E, selênio. Nós
temos uma ampla gama de antioxidantes, inclusive as vitaminas do grupo B, e
temos uma série de elementos e sais minerais que vão ser importantes, como zinco
e cobre. Possuímos uma série de nutrientes com grandes propriedades
antioxidantes, além de relembrar que temos um efeito antioxidante endógeno
provocado pela ação de nosso sistema antioxidante, e que temos um sistema
antioxidante exógeno, que depende da administração que vamos fazer de sais
minerais e vitaminas.

O estresse oxidativo pode ocorrer como o resultado da maior geração de


radicais livres e/ou diminuição das defesas antioxidantes. Tem sido mostrado que
este estresse oxidativo exerce um papel fundamental em doenças como diabetes,
doenças cardiovasculares, câncer, catarata, envelhecimento, alcoolismo crônico,
doenças inflamatórias, entre outras.

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Há muitas explicações biológicas plausíveis para a ação protetora de frutas


e vegetais no retardo ou prevenção do aparecimento de doenças crônicas. O grupo
é fonte de uma variedade de nutrientes, vitaminas, minerais, fibra dietética e várias
outras classes de componentes bioativos. Todos estes fitoquímicos apresentam
funções sobrepostas e complementares, incluindo a modulação de enzimas
detoxificantes, estimulação do sistema imune, diminuição da agregação plaquetária,
modulação da síntese de colesterol, redução da pressão sanguínea, além de ações
antioxidantes, antibacterianas e antivirais.

ESTRESSE OXIDATIVO

Já vimos que o estresse oxidativo é ocasionado pelo desequilíbrio entre a


síntese dos RL e o sistema antioxidante. Esses desequilíbrios se elevam muitas
vezes a patamares insuportáveis para o organismo, criando as condições ideais
para que a estrutura dos tecidos seja alterada, provocando situações que vão desde
o sofrimento celular até a morte tecidual. Sabe-se que os RL estão presentes em
90% das doenças degenerativas crônicas e discutiremos essas patologias a seguir.

Podemos incluir, em primeiro lugar, as doenças que mais matam, que são as
que atacam o coração e os vasos sanguíneos, tomando como inimigo mortal a
arterosclerose - formação de placa de gordura no interior da artéria, que vai
entupindo-a progressivamente, desencadeando doenças como o infarto, derrames e
problemas circulatórios, principalmente em membros inferiores

Um segundo grupo de doenças importantes é o das reumáticas, seja na sua


forma inflamatória, como a artrite reumatóide, ou em sua forma degenerativa, como
a artrose. Os RL têm participação direta nessas enfermidades, acelerando a
destruição dos tecidos e favorecendo a aceleração do processo lesivo, como é o
caso da degeneração da cartilagem nos pacientes com artrose.

Muitas outras doenças estão incluídas nesta lista, mas destacaremos


somente algumas mais prevalentes: hipertensão, Parkinson, Alzheimer, diabetes,
câncer, catarata, degeneração macular, envelhecimento patológico, etc.

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É importante destacar a íntima relação existente entre a síntese dos RL e o


processo de envelhecimento, já que à medida que esse fenômeno ocorre, deteriora
concomitantemente nosso sistema antioxidante de defesa. Desse modo, os RL se
encontram com maior liberdade para agir, o que pode degenerar mais rapidamente
os tecidos e, consequentemente, acelerar o processo de envelhecimento.

Até aqui vimos apenas que os RL são nocivos para o organismo, mas é
importante saber que existem alguns efeitos benéficos em sua presença. O mais
importante é sua ação bactericida, fungicida, virucida, agindo como uma espetacular
barreira de defesa do organismo frente à presença de microorganismos; nesses
casos são liberados pelos glóbulos brancos, que são chamados a defender o
organismo ante os processos infecciosos.

Em segundo lugar, os RL podem ser utilizados terapeuticamente para


acelerar a liberação do oxigênio ligado à hemoglobina nos glóbulos vermelhos do
sangue para o interior dos tecidos, favorecendo as atividades metabólicas dos
mesmos. Evidentemente, ainda há muito o que conhecer sobre os RL. Como
podemos observar, assim como existem efeitos maléficos predominantes, há alguns
efeitos positivos para o organismo, e tudo depende de seu nível de concentração.

ANTIOXIDANTES

A capacidade antioxidante do organismo envolve o sistema enzimático


endógeno e o sistema antioxidante não-enzimático, tanto endógeno quanto obtido
pela alimentação (exógeno).

Enzimas antioxidantes:

- Superóxido dismutase (SOD); a SOD mitocondrial é manganês-dependente e a


SOD citoplasmática é zinco-cobre-dependente.

- Catalase, que depende da presença de ferro para agir.

- Glutationa peroxidase, que é selênio-dependente.

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- Glutationa redutase.

Antioxidantes não enzimáticos:

- Endógenos: glutationa, ácido lipóico, albumina, ubiquinona (COQ10), ácido úrico,


metalationeínas, transferrina, ceruloplasmina.

- Dietéticos (exógenos): vitamina E (alfa-tocoferol, tocotrienóis), vitamina C,


carotenóides, flavonóides (isoflavonas, quercetina, catequinas, resveratrol).

Enzimas Antioxidantes

As espécies reativas de oxigênio produzidas pelo metabolismo celular são


naturalmente mantidas em baixas concentrações intracelulares pela ação
antioxidante das enzimas superóxido dismutase, glutationa peroxidase e catalase.

Superóxido dismutase

A SOD está presente em todos os organismos aeróbios e catalisa a


dismutação do radical superóxido, formando peróxido de hidrogênio (H2O2) e O2. É a
enzima mais abundante no organismo humano e contém co-fatores metálicos que,
dependendo da isozima, podem ser cobre, zinco, manganês e ferro. Nos seres
humanos, o cobre/zinco SOD está presente no citosol, enquanto manganês SOD
está presente na mitocôndria.
SOD
O2- + H+
O2 + H2O2

Glutationa peroxidase

A glutationa peroxidase (GPx) é dependente de selênio e catalisa a redução


de hidroperóxidos orgânicos e inorgânicos (H2O2) pela glutationa reduzida (GSH)
para formar glutationa oxidada e água (ou alcoóis). Para a GPx continuar a catalisar
esta reação, a glutationa oxidada vai precisar ser novamente reduzida (pela
gluationa redutase) para novamente servir de substrato; para essa redução ela irá
utilizar a NADPH foramada pela via das pentoses.

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A atividade da GPx encontra-se dois terços no citoplasma e um terço na


mitocôndria. Além de selênio potencializar a atividade da GPx, ele tem um efeito
sinérgico com a vitamina E, aumentando a inibição da peroxidação lipídica.

2 GSH + H2O2 GPx GSSG + 2 H2O

Glutationa Redutase

A glutationa redutase é uma enzima necessária para a regeneração da


glutationa reduzida e, portanto, dá continuidade à ação da glutationa peroxidase.

O magnésio também participa da regeneração da glutationa reduzida, pois é


um co-fator de enzimas do ciclo das pentoses (NADPH).

Catalase

A enzima converte o peróxido de hidrogênio em água e oxigênio, usando o


ferro como co-fator. Esta proteína é encontrada nos peroxissomas das células
eucarióticas e é mais importante em condições em que há grande concentração de
formação de H2O2.

Catalase
2 H2O2 2 H2O + O2

Antioxidantes Não Enzimáticos

Glutationa

A Gluationa (GSH) é um tripeptídeo formado pelos aminoácidos glicina, ácido


glutâmico e cisteína e é um antioxidante extremamente importante. A cisteína é um
aminoácido determinante na formação da glutationa. Além da glutationa atuar como
co-fator de várias enzimas, entre as quais a glutationa peroxidase (remoção de
peróxidos), é uma sequestradora de radicais hidroxila e oxigênio singlet, tendo
também a ação de regenerar o tocoferil em alfa-tocoferol.

A glutationa também participa de diversos processos de detoxificação (pela


ação da glutationa-S-transferase) na conjugação com xenobióticos.

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O poder antioxidante da glutationa é aumentado em sinergia com o selênio e


a vitamina E.

Ubiquinona (Coenzima Q10)

A coenzima Q 10 é lipossolúvel e lipofílica. Sua principal função é atuar


como componente redox dos sistemas de transporte de elétrons transmembrana,
como na cadeia respiratória mitocondrial. O ubiquinol 10, que é a forma reduzida da
coenzima Q10, pode atuar como antioxidante e encontra-se distribuído tanto na
membrana plasmática como nas membranas intracelulares, sendo um antioxidante
importante para a proteção das lipoproteínas, inclusive a LDL.

A vitamina E ajuda a preservá-la. A ubiquinona regenera o alfa-tocoferol.


Alimentos como salmão, sardinhas, carne, nozes e espinafre contêm co-enzima
Q10.

Ácido úrico

O ácido úrico atua como antioxidante, pois tem alta capacidade de sequestrar
radical hidroxila, radical peroxila, oxigênio singlet, ozônio e ácido hipocloroso, além
de ter a capacidade de quelar cobre e ferro.

Ácido alfa-lipóico

É um composto normalmente sintetizado pelo fígado, atuando como co-fator


de algumas desidrogenases. Sua molécula contém dois grupamentos tiol (-SH)
sendo, portanto, um importante redutor e poderoso antioxidante. É o único que pode
agir tanto inibindo os radicais livres hidrossolúveis quanto os lipossolúveis.

O ácido lipóico regenera a vitamina C e por consequência a vitamina E,


podendo também mimetizar a ação destas duas vitaminas.

Metalotioneína

A metalotioneína é uma proteína de baixo peso molecular, rica em cisteína e


a mais abundante proteína não enzimática que contém zinco, podendo também

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carrear em menores quantidades cobre, ferro, cádmio e mercúrio (mantendo sob


uma forma não tóxica). Provavelmente, tem um papel tanto na absorção e transporte
quanto na desintoxicação desses metais. Os íons desses metais se ligam ao grupo
tiol (SH) da cisteína.

As ações antioxidantes das metalotioneínas se devem à quelação de metais


de transição, liberação de zinco (que pode inibir a peroxidação lipídica) e ao alto
conteúdo de grupos tiol que podem interagir com oxigênio singlet, radical superóxido
e radical hidroxila.

Albumina

A albumina inibe a formação de radical hidroxila e também transporta os


ácidos graxos livres na circulação sanguínea e, provavelmente, a bilirrubina ligada à
albumina tenha a ação de evitar a oxidação desses ácidos graxos, inibindo o início
de uma peroxidação lipídica.

Transferrina e Ceruloplasmina

Os radicais livres gerados no plasma sanguíneo, assim como em outros


fluidos extracelulares, não conseguem ser neutralizados pelas enzimas
antioxidantes e pelos antioxidantes lipossolúveis mais hidrofóbicos presentes nas
lipoproteínas plasmáticas. Na fase aquosa, os radicais livres podem ser gerados por
enzimas, pela auto-oxidação de diversos compostos e pelas células fagocíticas
ativadas.

Os radicais superóxido e peróxido de hidrogênio podem se formar no


sangue, podem atravessar a membrana eritrocitária e serem degradados pelas
enzimas antioxidantes. Porém, o radical hidroxila que pode ser formado no sangue a
partir desses RL, seria o mais agressivo e mais importante a ser evitado.

As substâncias capazes de quelar os metais de transição são a


ceruloplasmina e transferrina por serem proteínas com sítios de ligação para metais,
principalmente o ferro.

A transferrina tem apenas 20 a 30% dos seus sítios ligantes ocupados pelo

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Fe3+, significando que em condições normais não ocorre a presença de Fe3+ livre no
plasma. A ceruloplasrnina, além de atuar como ligantes de íons cobre, também é
importante por oxidar o Fe2+ a Fe3+ sem liberar radicais de oxigênio para o meio
externo, impedindo que o Fe2+ catalise a formação do radical hidroxila a partir do
peróxido de hidrogênio. Além disso, a ceruloplasmina reage estequiometricamente
com o radical superóxido e peróxido de hidrogênio.

Antioxidantes Não Enzimáticos Dietéticos (Exógenos)

Vitamina E

A atividade da vitamina E no organismo é desempenhada pelos tocoferóis


(alfa, beta, gama e delta) e pelos tocotrienóis. Sua característica química mais
importante é a propriedade antioxidante. É um fator de proteção principalmente das
membranas celulares, bloqueando a iniciação e propagação da peroxidação lipídica
(LPO); também suprime o oxigênio singlet e sequestra os radicais livres hidroxila e
superóxido. Ao ser oxidada, para inibir a LPO, toma-se o radical tocoferil (pró-
oxidante) e precisa ser regenerada para voltar a atuar. Sua regeneração é feita pela
glutationa e coenzima Q10.

Naturalmente, os alimentos ricos em ácidos graxos polinsaturados também


possuem grandes quantidades de vitamina E. As melhores fontes são óleos vegetais
ricos em ácidos graxos polinsaturados, sementes, oleaginosas e cereais integrais.
Boas fontes também são aspargos, abacates frutas vermelhas, vegetais de folhas-
escuras, legumes, alfafa e semente de linhaça (Figura 33).

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Figura 33. Alimentos que contêm vitamina E. Fonte: BELEZA INCONDICIONAL. Disponível
em: <http://belezaincondicional.blogspot.com.br/2012/06/vitamina-e.html>. Acesso em: 07
ago. 2012.

Vitamina C

O ácido ascórbico é reversivelmente oxidado no organismo em ácido


desidroascórbico (que é mais ativo). O ácido ascórbico tem múltiplas funções tanto
como coenzima quanto como co-fator.

É um dos antioxidantes mais importantes que temos, principalmente em


níveis hidrossolúveis. Sua habilidade de perder e captar hidrogênio lhe confere um
papel essencial no metabolismo. Transferidor de íons H+, participa da regulação do
potencial de oxidorredução intracelular, sendo reversivelmente oxidado em ácido
desidroascórbico.

A vitamina C inativa o radical livre hidroxila, que não possui no organismo


um antioxidante endógeno próprio para combatê-lo, tomando-a determinante para
conter o início da LPO. Além disso, a vitamina C também regenera o alfa-tocoferil
em alfa-tocoferol e ajuda a manter níveis adequados de glutationa.

O ácido ascórbico é necessário na produção dos hormônios antiestresse,


epinefrina e norepinefrina, assim como no interferon. A concentração é diminuída
sob tensão, quando a atividade do hormônio cortical adrenal é alta. Durante

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períodos de tensão emocional, psicológica ou fisiológica, a utilização e a excreção


de ácido ascórbico é aumentada.

A vitamina C é amplamente encontrada em frutas cítricas, vegetais folhosos


crus e tomates (Figura 34). Os morangos, brócolis, manga, goiaba, repolho, batatas,
pimentões verdes e alfafa também são boas fontes.

A vitamina C está envolvida intrinsecamente com outros nutrientes


antioxidantes, especialmente vitamina E, selênio e beta-caroteno. A combinação dos
antioxidantes provou ser mais efetiva no combate e prevenção do câncer do que o
uso isolado de nutrientes antioxidantes. Ela age em sinergia com as vitaminas B3,
B5, B6, vitamina A, vitamina E, sódio, fósforo, selênio, cálcio, cobalto, cobre e
bioflavonóides.

Figura 34. Alimentos ricos em vitamina C. Fonte: ESPAÇO MULHER. Disponível em:
<http://www.espacomulher.org/dieta-da-vitamina-c/>. Acesso em: 07 ago. 2012.

Carotenóides

Os carotenóides são provitamínicos amarelo-alaranjados-vermelhos


(pigmentos naturais) lipossolúveis, presentes nas espécies que fazem fotossíntese
para protegê-los contra a grande quantidade de radicais livres produzidos durante

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esta. São convertidos em vitamina A no organismo, com graus variáveis de


eficiência. O mais conhecido é o beta-caroteno, porém existem outros, como o alfa,
o gama-caroteno, a luteína, o licopeno e a zeaxantina.

Dos mais de 600 carotenóides descobertos, que ocorrem naturalmente,


cerca de 50 têm atividade biológica significativa (provitamina A), sendo o mais ativo
o beta-caroteno, porém os carotenóides possuem várias atividades no organismo,
sendo a mais importante sua função antioxidante. Segundo recentes estudos
realizados, o beta-caroteno parece capturar ou neutralizar a ação dos radicais livres.

Não existe proteína carreadora específica no sangue para os carotenos.


Alguns carotenóides, mais hidrofóbicos, são transportados no plasma em
associação com lipoproteínas plasmáticas, principalmente pela LDL (beta-caroteno e
licopeno), e se concentram principalmente no tecido adiposo, no fígado, glândulas
adrenais, órgãos como testículos e ovários e na pele.

Os carotenóides mais polares, como a luteína e a zeaxantina, são


transportados por outras proteínas e concentram-se mais na retina, principalmente
na mácula, onde têm como função suprimir espécies excitadas de oxigênio geradas
pela luz, protegendo as células fotorreceptoras da retina. Maior deposição de
carotenóides na pele resulta em uma cor mais amarelada da mesma, conhecida
como carotenodermia, que, se ocorreu por excesso de consumo, é só diminuir a
ingestão que a pele volta ao normal. A carotenodermia também pode ser
consequência de uma deficiência nos fatores de conversão dos carotenos em
vitamina A.

Em geral, os carotenóides exercem atividade antioxidante maior em


comparação com a vitamina A (que também tem função antioxidante). A vitamina A
é relativamente estável ao calor e à luz, entretanto, é destruída pela oxidação. Sua
biodisponibilidade é acentuada pela presença de vitamina E e de outros
antioxidantes.

Alimentos ricos em carotenos são frutas e vegetais bem coloridos, como


vegetais folhosos verde-escuros, vegetais e frutas amarelo-alaranjados (Figura 35).

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Figura 35. Alimentos de cor amarelada são ricos em carotenoides. Fonte: BLOG
LICOPENO. Disponível em: <http://bloglicopeno.blogspot.com.br/2010/09/licopeno-que-e-
para-que-serve.html>. Acesso em: 07 ago. 2012.

Flavonóides

Os flavonóides constituem um grupo de substâncias naturais que possuem


atividades biológicas bastante diversificadas como antiagregação plaquetária,
antiinflamatórias e atividade antioxidante (varrendo e neutralizando RL, ativando
enzimas e quelando íons metálicos).

Mais de 4.000 compostos flavonóides foram classificados de acordo com


sua estrutura química, entre elas as proantocianidinas, quercitina, bioflavonóides e
polifenóis do chá verde, São uma família de polifenóis e, por sua estrutura química,
muitos compostos fenólicos são antioxidantes varrendo radicais ânion superóxido,
oxigênio singlet e peróxidos lipídicos. Esses compostos fenólicos possuem um grupo
hidroxil que lhes confere a capacidade antioxidante.

Antioxidantes na Dieta

As ações de saúde na promoção da boa nutrição envolvem o estímulo


ao consumo de 5 a 10 porções de frutas e vegetais, sucos de frutas, vinho e
chás, que são fontes ricas de micronutrientes antioxidantes, como as vitaminas
C, E e beta-caroteno. Os diversos antioxidantes presentes em uma alimentação

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nutricionalmente adequada podem formar uma rede de proteção contra as


doenças crônicas, diminuindo sua incidência e contribuindo para menores custos
para a saúde pública.

As dietas ocidentais são ricas em açúcares, lipídios e álcool, sendo


deficientes em minerais essenciais, tais como: selênio e zinco e vitaminas A, C,
E e as do complexo B. O excesso de alguns nutrientes e a falta de outros,
desiquilibra o organismo, expondo-o ao risco de doenças, como diabetes,
obesidade, aterosclerose e câncer.

Contrapondo as dietas ocidentais, a chamada “Dieta Mediterrânea”, a


qual engloba uma série de países ao redor do Mar Mediterrâneo, apresenta
alimentos ricos em antioxidantes e outros bioativos, entre eles: peixes, frutas,
óleo de azeite e vinho tinto. Portanto, essa dieta é mais saudável e equilibrada,
prevenindo várias doenças crônico-degenerativas na população desses países.

Este padrão alimentar significará oferta significativa de vitaminas


antioxidantes (E e C), selênio, glutationa, ácidos graxos essenciais, fibras e
outras substâncias antioxidantes, como o resveratrol do vinho e os polifenóis do
azeite de oliva.

Em adultos que se alimentam com no mínimo cinco porções de frutas e


vegetais durante o dia pode haver menor risco de infarto em 31 % dos casos,
comparado com aqueles indivíduos que se alimentam com menos de três
porções. O menor risco de infarto isquêmico foi encontrado naqueles que
ingeriram certos tipos de vegetais como brócolis, couve-flor, couve-de-bruxelas,
assim como folhas verdes, frutas cítricas e outras frutas e vegetais ricos em
vitamina C (DUTRA-DE-OLIVEIRA & MARCHINI, 2008).

Pessoas que se alimentam de salada e vegetais crus com frequência


durante o ano têm risco diminuído em até 80% de desenvolver diabetes tipo 2,
comparados com pessoas que ingerem uma quantidade menor de vegetais
(DUTRA-DE-OLIVEIRA & MARCHINI, 2008). Dietas contendo uma quantidade
elevada de frutas e vegetais podem aumentar significativamente a capacidade
antioxidante do sangue.

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Portanto, ressaltamos que tanto a geração de radicais livres quanto a


ação do sistema antioxidante são diretamente dependentes do hábito alimentar.
O equilíbrio entre os fatores que aumentam os RL e/ou os fatores que interferem em
um menor consumo e absorção de substâncias que, direta ou indiretamente, têm
ação antioxidante ou de reparo, vai determinar o desenvolvimento e o nível do
estresse oxidativo.

Entre todos os fatores que podem causar estresse oxidativo, como poluentes
ambientais, químicos, estresse adrenal, radiação e hábitos alimentares, a
alimentação é o que está mais ao nosso alcance, e com uma nutrição celular
adequada, certamente nosso organismo lidará melhor com os outros fatores,
amenizando o estresse em geral.

Muito desses processos e de como a alimentação interfere, tanto positiva


como negativamente, estão sendo mais bem entendidos há pouco tempo e,
provavelmente, várias descobertas serão feitas, inclusive em relação às substâncias
ativas dos alimentos e seu modo de ação.

RADICAIS LIVRES E AS DOENÇAS

Aterosclerose

A aterosclerose é uma doença que, praticamente, domina os indivíduos após


a primeira fase do processo do envelhecimento, porém se desenvolve desde os
primórdios da vida, e é importante entender que existe uma íntima relação entre
aterosclerose e a produção dos radicais livres.

Em primeiro lugar, sabemos que temos lipoproteínas dentro do organismo, e


nós temos as de alta (HDL), baixa (LDL) e de muito baixa densidade (VLDL). O
grande problema são as lipoproteínas de baixa densidade, pois são as únicas que
oxidam, porque são muito ricas em colesterol, que, como se sabe, têm várias outras
ligaduras que permitem a sua oxidação. Em segundo lugar, as lipoproteínas de
baixa densidade são muito pobres em fosfolipídeos, diferentemente das HDL
lipoproteínas de alta densidade, muito ricas em fosfolipídicos e pobres em colesterol:

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elas extraem o colesterol dos tecidos.

A oxidação das lipoproteínas de baixa densidade forma a chamada


lipoproteína A (que é uma LDL com a apolipoproteína B), um fator químico que vai
lesar o endotélio. Só acontecem ateroscleroses quando há lesão endotelial, seguida
de uma hiperplasia da camada média da artéria, que vai recobrir a lesão do
endotélio com depósitos dos elementos constitutivos do sangue e a formação
definitiva da placa ateromatosa (Figura 36), destacando que, fora da oxidação das
lipoproteínas, nós temos um fator extremamente importante, que é o fato de as
Iipoproteínas de baixa densidade estarem recobertas por uma proteína denominada
apolipoproteína B.

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Figura 36. Etapas da formação da aterosclerose. Fonte:


ANACRISTINABIOIFES.WORDPRESS.COM. Aterosclerose. 2011. Disponível em:
<anacristinabioifes.wordpress.com>. Acesso em: 08 ago. 2012.

Hoje em dia sabe-se que só as lipoproteínas recobertas por apo-B são as


que se depositam no endotélio e as que lesam o endotélio; quando nós temos
lipoproteínas de baixa densidade em grande quantidade mais apoliproproteínas B

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em baixa quantidade, o risco de aterosclerose baixa, mas se temos lipoproteínas de


baixa densidade e apo-B alto, temos um grande risco de aterosclerose. E o risco é
ainda maior se nós temos a lipoproteína A de baixa densidade em grande
quantidade e também a presença da apolipoproteína B alto.

Nessas circunstâncias, temos uma aceleração nas lesões do endotélio e


uma presença maior na produção de aterosclerose. Assim, entendemos que a
oxidação com a produção de peróxidos lipídicos no nível das lipoproteínas de baixa
densidade provoca uma lesão química do endotélio, favorecendo o início da
aterosclerose.

Uma das características mais interessantes de como se produz a oxidação


dessa lipoproteína de baixa densidade, é que quando existe uma lesão do endotélio,
após a presença de oxidação do LDL, vai ocorrer a presença de leucócitos porque
automaticamente isto significa que há uma lesão inflamatória local pela ruptura do
endotélio. Esses leucócitos chegando no lugar, além de liberarem mieloperoxidase,
que acelera a lesão do endotélio por liberação de radicais livres na presença de
cloro, vão capturar as lipoproteínas de baixa densidade e formar o que se denomina
de células espumosas, e que são as que se depositam no endotélio para dar início
ao processo da aterosclerose.

Há, portanto, dois procedimentos pelos quais os radicais livres participam da


formação da aterosclerose (OLSZEWER, 2008):

1) A oxidação direta das lipoproteínas de baixa densidade;

2) A presença dos leucócitos, principalmente polimorfonucleares, que são os que


chegam na região, capturam as lipoproteínas de baixa densidade e se depositam no
interior do tecido da parede das artérias, criando o que se denomina células
espumosas. As células espumosas não são mais que os polimorfonucleares mais as
lipoproteínas de baixa densidade cobertas por proteínas que dão as lipoproteínas A.

Como foi citado, existem outros mecanismos através dos quais a


aterosclerose pode acontecer. Um dos mecanismos que hoje em dia mais se
conhece é o acúmulo da cistina dentro do organismo. Normalmente, nosso
organismo precisa da cisteína, que forma parte da glutationa peroxidase, mas a

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cistina não tem esta utilidade.

A cisteína é produzida pela metionina, que é um outro aminoácido. Metionina


vai dar cisteína, mas para a metionina dar cisteína ela precisa da presença da
vitamina B6 ou cloridrato de piridoxina. Em condições de deficiência de vitamina B6,
a metionina em vez de dar cisteína dá a cistina, provocando a cistinúria, e a cistina,
quando está acima dos valores que podem ser eliminados pela filtração renal, é
absorvida e age como um agente químico que lesa as paredes das artérias
(OLSZEWER, 2008).

Quando nós já temos uma lesão das paredes das artérias provocada pela
cistina temos uma mais rápida oxidação das lipoproteínas de baixa densidade, e
evidentemente uma chegada dos polimorfonucleares, porque a lesão do endotélio
representa uma reação inflamatória, com maior depósito de células espumosas no
local.

Sabe-se da importância da vitamina B6 na manutenção da cisteína, além de


que a cisteína é extremamente importante para manter a enzima glutationa
peroxidase, que inibe a peroxidação lipídica.

Outro componente importante para a manutenção da saúde arterial é o


óxido nítrico derivado do endotélio. A perda de óxido nítrico prejudica esse
mecanismo protetor, contribuindo para o desenvolvimento da aterosclerose.
Acredita-se que o estresse oxidativo leva a uma disfunção endotelial na
aterosclerose coronariana, com aumento da degradação e inibição da síntese de
óxido nítrico. Com base nesses achados, pesquisas tentam encontrar uma relação
entre vários antioxidantes, especialmente vitaminas C e E, e função endotelial.

Hipertensão Arterial

A hipertensão arterial é uma das doenças não transmissíveis mais


prevalentes em todo o mundo, afetando de 30 a 40% da população adulta. Essa
doença é multifatorial, contudo, a integridade do endotélio (fina camada que reveste
os vasos sanguíneos) é fundamental no processo de prevenção da hipertensão
arterial. No final da década de 80 e começo dos anos 90, foi detectado que as
células endoteliais produzem o óxido nítrico (ON), a partir do aminoácido L-arginina.

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O óxido nítrico é um agente vasodilatador, impedindo a vasoconstrição típica


da doença hipertensiva. No entanto, alguns fatores podem prejudicar a produção de
ON, como a hipercolesterolemia, a qual induz uma maior produção de radicais livres
e consequentemente uma menor produção de ON, levando a vasoconstrição e
hipertensão arterial. Portanto, os radicais livres também estão associados à
hipertensão arterial.

Doença de Alzheimer

A doença de Alzheimer (DA) é uma desordem neurodegenerativa,


progressiva e fatal, manifestada pela deterioração cognitiva e da memória, perda
progressiva da capacidade de realizar atividades de vida diária e por uma
variedade de sintomas neuropisiquiátricos e de distúrbios comportamentais. É
uma das formas mais comuns de demência que afeta a população com idade
superior a 65 anos. Apesar de a etiologia da DA ser ainda desconhecida,
evidências apontam para a hipótese de que o dano oxidativo induzido por
radicais livres exerçam um papel no desenvolvimento da doença.

O cérebro possui grandes quantidades de lipídios oxidáveis, que


precisam de proteção antioxidante. A vitamina E, por ser um poderoso
antioxidante em fases lipídicas, supostamente poderia proteger células cerebrais
e diminuir a progressão dos sintomas da DA. A terapia antioxidante tem sido
recomendada como parte do tratamento para a doença de Alzheimer e a
principal estratégia antioxidante envolve o uso da vitamina E (alfa-tocoferol). A
vitamina E parece aumentar de forma significativa a sobrevida de pacientes com
DA. As vitaminas E e C, principalmente vindas dos alimentos, assim como a
combinação de altas doses das duas vitaminas, parecem ter um efeito protetor
no desenvolvimento da demência do Alzheimer. Outro micronutriente bastante
estudado no tratamento da DA é a vitamina B, (tiamina), porém seus efeitos
benéficos em retardar a progressão da demência causada pela DA ainda não estão
comprovados (DUTRA-DE-OLIVEIRA & MARCHINI, 2008).

Doença de Parkinson

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Vários dados na literatura sugerem que o estresse oxidativo pode ser


um fator causador tanto da doença de Parkinson quanto da doença de
Alzheimer. A etiologia para a doença de Parkinson ainda não é bem
compreendida. Uma teoria plausível para a patogênese da doença de
Parkinson envolve o estresse oxidativo mitocondrial, que conduz à formação e
ao acúmulo de radicais livres responsáveis pela peroxidação lipídica, que, por
sua vez, resulta em danos à "substância nigra" do sistema nervoso, conduzindo
a danos e/ou à morte de células cerebrais.

Muitos antioxidantes, como as vitaminas E e C e carotenóides, podem ter


papel protetor contra o dano oxidativo celular e parecem exercer um efeito
preventivo contra doenças nas quais o estresse oxidativo está presente, como
das doenças de Parkinson e Alzheimer.

Doenças Reumáticas

É importante assinalar que as doenças cardiovasculares e as reumáticas


são as que mais se beneficiam com a Medicina Ortomolecular. Hoje em dia, sabe-se
que há uma relação direta entre as doenças inflamatórias, como a artrite e artrose e
a síntese dos radicais livres. Vejamos a seguir três motivos que podem contribuir
para a produção aumenta de RL nessas doenças (OLSZEWER, 2008):

a) As lesões articulares podem acontecer por fenômenos de isquemia por


perfusão: quando se faz exercício, a pressão intra-articular aumenta, e aumentando
a pressão intra-articular, as estruturas articulares se comprimem, determinando uma
diminuição do fluxo de sangue e provocando uma hipóxia. Consequentemente,
ocorre uma diminuição de oxigênio e um aumento na produção de radicais livres.
Quando se interrompe o exercício, a pressão intra-articular diminui e, subitamente, o
fluxo de sangue aumenta, aumentando assim o aporte de oxigênio.
Consequentemente, aumenta-se a produção de radicais livres, provocando a piora
das lesões nos tecidos.

b) Outro fato importante que encontramos em seres humanos, nos quais há


lesões articulares, é o aumento dos radicais livres, e junto com eles encontramos
níveis elevados de ferro livre, que intermediará a produção dos radicais hidroxila.

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Então, há um aumento de superóxidos por isquemia de reperfusão, e estes


superóxidos, na presença do ferro, dão lugar aos radicais hidroxila. Todos estes
radicais livres agridem e envelhecem o tecido.

c) Outro problema que temos é a peroxidação lipídica, porque todas as


estruturas articulares têm camadas lipídicas nas suas membranas e nos
componentes citosólicos das células, que, na presença dos processos oxidativos,
vão produzir alterações nas membranas. Consequentemente, uma lise ou inchaço
das células. Com a alteração da permeabilidade da membrana celular na presença
do cálcio intracelular vão se ativar as fosfolipases e proteases, enzimas que, na
maior parte das vezes, vão participar do ciclo das prostaglandinas, aumentando a
produção dos leucotrienos e determinando um aumento na produção dos radicais
livres, o que pode provocar diferentes alterações da membrana celular, inflamações
e fluxo de polimorfonucleares, fazendo com que o ciclo lesivo volte a se repetir.

Na artrite, há um aumento de superóxido e de peróxido de nitrogênio, que, na


presença de metais pesados, vão aumentar a formação de radicais hidroxila,
provocando a despolimerização do ácido hialurônico. Como se sabe, o ácido
hialurônico é um elemento extremamente importante dentro das estruturas
cartilaginosas. Quando esse fenômeno acontece, diminui o líquido sinovial e,
consequentemente, perde-se o lubrificante das articulações. Ao mesmo tempo, a
presença dos radicais livres na sinóvia aumenta esse círculo vicioso com a maior
chegada de polimorfonucleares para tentar reduzir o processo inflamatório, mas com
a liberação da mieloperoxidase leucocitária somente se provoca urna maior resposta
inflamatória, e todo o conjunto vai terminar provocando o problema da artrite.

A artrose é o processo degenerativo, ou doença por desgaste, que pode ser


acelerado pelos mecanismos de isquemia por reperfusão.

Câncer

O câncer é um dos principais problemas de saúde pública atuais e a


alimentação é considerada um importante fator determinante no seu
desenvolvimento. Estudos da ocorrência natural do câncer sugerem que fatores
ambientais têm papel importante na promoção, retardo ou prevenção de vários tipos

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de câncer, sendo os fatores alimentares um dos mais estudados.

O dano oxidativo, promovido em situações de estresse oxidativo, é um dos


principais mecanismos promocionais do câncer estudados atualmente. Radicais
livres podem danificar o DNA, proteínas estruturais, enzimas e membranas e pro-
duzir substâncias tóxicas. A defesa do organismo contra espécies radicais depende
fortemente de vitaminas antioxidantes, dentre elas os carotenóides (DUTRA-DE-
OLIVEIRA & MARCHINI, 2008).

O mecanismo pelo qual o beta-caroteno exerce esse papel protetor


contra o câncer é porque o mesmo é capaz de "limpar" espécies altamente
reativas, como o oxigênio e outros radicais livres, e dessa forma proteger as
células contra os efeitos nocivos dessas espécies.

A vitamina C também é fortemente associada ao tratamento do câncer


por ser citotóxica às células tumorais em altíssimas doses.

Diabetes

Alguns estudos apontam um estresse oxidativo aumentado em diabéticos.


Acredita-se que a capacidade antioxidante endógena esteja prejudicada nos
indivíduos diabéticos, dificultando a remoção dos radicais livres. O aumento dos
radicais livres nesses indivíduos pode estar associado à retinopatia, doenças renais
e cardíacas, típicas da fase avançada da doença. Contudo, novas pesquisas
precisam ser realizadas na tentativa de melhor compreensão dos radicais livres e
os efeitos deletérios nos diabéticos.

Envelhecimento

Novos conhecimentos sobre os mecanismos envolvidos no envelhecimento


e no aparecimento de doenças crônico-degenerativas trouxeram notoriedade ao uso
de vitaminas, especialmente as antioxidantes, como ferramentas de proteção e
mesmo cura para o grupo mais suscetível a estas situações, os idosos.

A maior frequência de deficiências dietéticas de vitaminas, especialmente do


complexo B, aumentam o risco de acúmulo de um aminoácido não-essencial, a

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homocisteína, em idosos. Esta situação coloca este grupo em uma faixa de maior
risco para doenças cardiovasculares e demências, conduzindo o raciocínio para o
uso de doses suplementares de ácido fólico e vitamina B12 em busca de redução e
controle das concentrações de homocisteína no plasma (DUTRA-DE-OLIVEIRA &
MARCHINI, 2008).

Assim, os idosos devem assumir dietas ricas em frutas, legumes, folhas,


grãos integrais, leguminosas, nozes e castanhas, as principais fontes de
antioxidantes em uma dieta completa e equilibrada, visando prevenir doenças
degenerativas e retardar o processo de envelhecimento.

Praticamente, diríamos que, de uma ou de outra maneira, 100% das


doenças hoje conhecidas estão relacionadas à gênese dos radicais livres, seja
como causa ou como consequência, e a necessidade de seu controle faz parte de
qualquer cronograma de tratamento a ser realizado em paciente portador de
doença degenerativa crônica.

É importante destacar que os radicais livres, apesar de serem basicamente


nocivos, quando superam suas concentrações normais ou quando podem ser
inativados pelos sistemas antioxidantes conhecidos, em algumas circunstâncias
tornam-se benéficos para o organismo, fato demonstrado pela capacidade
bactericida que eles apresentam e por serem eles os intermediários formados pelos
glóbulos brancos, principalmente os polimorfonucleares que determinam a
fagocitose dos agentes invasivos, sejam vírus, bactérias, parasitas, fungos, etc.

Muitas vezes, a produção dos radicais livres é incrementada por fatores


principalmente externos tais como a radiação solar, a exposição a produtos
químicos, tóxicos, venenos, radiações de outra origem, poluição ambiental como a
queima de combustíveis, o fumo, presença de ingredientes químicos e de metais
pesados, principalmente o cádmio, o emprego descontrolado de agrotóxicos que
posteriormente são introduzidos no organismo pela alimentação e do uso
indiscriminado de hormônios para fazer crescer muito rapidamente o gado, com
finalidade de lucro mais rápido e maior, sem que se meçam as consequências
deletérias que os mesmos podem proporcionar ao organismo.

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Sem dúvida, o melhor conhecimento dos radicais livres tem permitido


encontrar fórmulas adequadas para impedir o desenvolvimento das doenças
degenerativas crônicas e a implementação dos antioxidantes promete ser uma
propedêutica terapêutica interessante na profilaxia das doenças degenerativas
crônicas, ou das que estão relacionadas com o processo de envelhecimento.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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