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Segundo Hegel uma das fases do desenvolvimento da ideia da vontade livre em si e para si, a
vontade é: Imediata. O seu conceito é portanto abstrato: a personalidade; e a sua existência
empírica é uma coisa exterior imediata, é o domínio do direito abstrato ou formal; (Hegel, 1997,
p. 35, § 33)
atitudes éticas, isto é, atitudes que fomentam a comunidade.
[...]. Para Hegel, resulta daí a consequência de que no direto
natural moderno, uma “comunidade de homens” só pode ser
pensada segundo um modelo abstrato dos “muitos
associados”, isto é, uma concentração de sujeitos individuais
isolados, mas não segundo o modelo de uma unidade ética de
todos. (HONNETH, 2009, p. 39- 40)
De acordo com Axel Honneth, Hegel tem como interpretação de luta por
reconhecimento, uma “luta de vida e morte”, porém não em um sentido literal,
mas sim, em um sentido figurado, pois o não reconhecimento faz com que fira
a liberdade individual, e ou até mesmo uma ameaça a direitos. Como podemos
conferir:
Uma primeira interpretação dessa espécie decorre da tese
desenvolvida por Andréas Wildt, segundo a qual Hegel não fala
aqui da “luta de vida e morte” num sentido literal, mas somente
figurado; a metáfora drástica refere-se àqueles momentos de
uma “ameaça” existencial, nos quais um sujeito tem de
constatar que uma vida plena de sentido só lhe é possível no
“contexto do reconhecimento de direitos e deveres”. (Honneht,
2009, p. 93)
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Tópico este aproveitado do meu relatório PIBIC 2017/18 sob o titulo “Liberdade e Justiça na
obra ‘O Direito da Liberdade’ de Axel Honneth”.
amizade, mas a principio ire exemplificar a relação simbiótica de mãe e filho,
pois segundo Axel Honneth para Hegel o filho seria o ápice do amor entre
um homem e uma mulher assim seria o retrato de uma família burguesa,
formada pelo pai, mãe e filho: “ Hegel, neste ponto totalmente teórico clássico
da família burguesa, considera o filho a corporificação máxima do amor entre o
homem e a mulher: ‘Nele, eles intuem o amor; (ele é) sua unidade consciente
de si enquanto consciente de si’” (Honneth, 2009, p. 81); e posteriormente irei
abordar as relações tais como: amizade, casamento, sexualidade e etc.
Existem diversas relações de reconhecimento na esfera do amor e
amizade, mas a relação mãe e filho é uma que para Axel Honneth seria o ponto
de partida do reconhecimento intersubjetivo, pois essa relação mostra há
dependência total do filho para com sua mãe e, da mesma maneira, desta para
com àquele, sendo assim uma relação simbiótica, relação de interdependência
desses indivíduos ou “dependência absoluta”, e o não reconhecimento faz com
que haja um conflito de interesses entre os dois causando dificuldades no
relacionamento de ambos. Para nosso autor, nesse relacionamento, quando
ocorre uma “quebra”, o filho, por instinto, se sente desprezado e começa a agir
de forma agressiva para com a mãe; com o passar do tempo, tanto filho como
a mãe vão reconhecendo que cada um tem sua necessidade individual, ou
seja, passa de uma “dependência absoluta”, para uma “dependência relativa”.
[...]. Para Hegel, o amor representa a primeira etapa de
reconhecimento recíproco, porque em sua efetivação os
sujeitos se confirmam mutuamente na natureza concreta de
suas carências, reconhecendo-se assim como seres carentes:
na experiência recíproca da dedicação amorosa, dois sujeitos
se sabem unidos de fato de serem dependentes, em seu
estado carencial, do respectivo outro. Além disso, visto que a
carência e afetos só podem de certo modo receber,
“confirmação” porque são diretamente satisfeitos ou
correspondidos, o próprio reconhecimento deve possuir aqui o
caráter de assentimento e encorajamento afetivo; nesse
sentido, essa relação de reconhecimento está também ligada
de maneira necessária à existência corporal dos outros
concretos, os quais demosntram entre si sentimentos de estima
especial. [...](Honneht, 2009, p. 160)
A interação social do individuo faz com que ele desenvolva o seu “Eu”,
fazendo com que comece a reconhecer a particularidade do outro, bem como a
sua mesma.
Esse desenvolvimento faz com que o “Eu” esteja mais ligado à
singularidade do individuo e suas vontades, entre em conflito quando esse
mesmo indivíduo começa a viver em comunidade e sua globalização de
vontades, então ele tem que começa a interagir e compreende que o seu “Eu”
e a penas mais um, e isso faz entender e assim progrida seu “Eu” para o “Me”
mais preocupado com o desenvolvimento social.
Essa passagem do “Eu” singular para o “Me” particular, faz com que o
indivíduo não pense apenas em si mesmo, e consequentemente, passe a ter
outros interesses e procure novas formas de reconhecimento, por exemplo,
nossa sociedade a inda tem uma ideia de que a família é um retrato da família
burguesa tradicional, mas na atualidade temos famílias formadas e
comandadas apenas pela mãe e os filhos, outra forma de família é a formada
por casais homossexuais as quais adotam seus filhos e etc. Axel Honneth
chama esse tipo de família de “colcha de retalho”, termo esse que irei abordar
melhor no Capítulo 3 dessa monografia, pois está contido na obra O Direito da
Liberdade, essas famílias devem ser reconhecidas apesar de termos um “ideal”
de família, o que ligam elas são primeiramente o amor; e como não podemos
esquecer que essas famílias devem ser respeitadas como tal e sua dignidade
assegurada não só pelo Estado, mas também pela Sociedade civil. Isso não
seria um reconhecimento de direto? Isso não seria reconhecer-se-no-outro?
O Conceito ético de “outro generalizado”, ao qual Mead teria
chegado se tivesse considerado as antecipações idealizadoras
do sujeito da autorrealização que se sabe sem
reconhecimento, partilha com a concepção de eticidade de
Hegel as mesmas tarefas: nomear uma relação uma relação de
reconhecimento recíproco na qual todo sujeito pode saber-se
confirmando como pessoa que se distingue de todas as outras
por propriedades ou capacidades particulares. (Honneth, 2009,
p. 149)
Talvez essa seja a teoria normativa que tanto Axel Honneth e outros
comunitaristas propõem como forma de reconhecimento intersubjetivo, se ver
no outro, aprender que nossa individualidade seja respeitada, mas que também
possamos aprender a respeitar os indivíduos em suas singularidades e em
suas particularidades.
Portanto esse desrespeito faz com que haja a luta por reconhecimento,
claro que o autor diz que o reconhecimento é algo natural do ser humano, pois
ele desenvolve isso desde seu nascimento e mediante a uma socialização do
individuo através de suas experiências.
Na sociedade civil brasileira está ainda escancarado que ela é ainda
uma sociedade injusta, individualista e heterônoma. O individuo parece ainda
não ter sua identidade própria, não se reconhece a si mesmo quanto mais
reconhecer o outro. Temos diversos casos no qual a mulher é vista somente
como objeto para seu companheiro, para ele, ela não possui vontade e tem que
se totalmente submissa à vontade do parceiro, e isso e uma das causa da
violência contra as mulheres. Outros grupos que lutam por seu reconhecimento
diuturnamente, são os grupos GLBT’s e os kilombolas, os quais apesar da
sociedade retrógoda, vêm conquistando seus espaços e diretos
paulatinamente.
A luta pela integração a sociedade desses grupos é grande, são
pessoas que tem suas identidades, e querem preservá-las, querem ser
reconhecidas em seus direitos e liberdade, querem a garantia da “dignidade” e
“respeito” as suas individualidades. São seres singulares, que como os demais
têm direito de realizar suas vontades.
Axel Honneth contempla uma sociedade normativa, na qual esses
indivíduos citados acima, bem como os demais, terão seus direitos e deveres
resguardados em sua plenitude, e a luta pelo reconhecimento é que tornará a
sociedade mais justa e solidária,