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Sobre o Projeto de Constituição


da República Popular da China
Liu Chao-Tsi

15 de Setembro de 1954

Primeira Edição: Informe apresentado, a 15 de setembro de 1954, à I Sessão da Assembléia


Nacional de Representantes do Povo da China.
Fonte: Problemas - Revista Mensal de Cultura Política nº 63 - Nov de 1954.
Transcrição e HTML: Fernando A. S. Araújo
Direitos de Reprodução: A cópia ou distribuição deste documento é livre e indefinidamente
garantida nos termos da GNU Free Documentation License.

Estimados Deputados: a elaboração e aprovação da


Constituição da República Popular da China é acontecimento de
enorme importância histórica na vida de nosso Estado.
Precisamente a aprovação da Constituição de nosso Estado é a
tarefa mais importante da I Sessão da Assembléia Nacional de
Representantes do Povo (primeira legislatura).

O Projeto de Constituição hoje submetido ao exame desta


Sessão é fruto de um sério trabalho preparatório.

A 3 de janeiro de 1953, o Conselho Governamental Popular Central constituiu


uma Comissão — encabeçada pelo camarada Mao Tsé-Tung — com o encargo de
elaborar o Projeto de Constituição da República Popular da China. Essa Comissão
recebeu, em março do corrente ano, o Projeto Inicial de Constituição proposto
pelo Comitê Central do Partido Comunista da China, projeto esse que foi depois
minuciosamente discutido, durante dois meses, em Pequim e outras grandes
cidades do pais, pelos representantes dos Partidos e grupos democráticos, das
organizações populares e de todas as camadas da população — por mais de oito
mil pessoas, ao todo. É preciso assinalar que todas essas oito mil e tantas
pessoas participaram da elaboração do Projeto de Constituição. a 14 de junho
último, o Conselho Governamental Popular Central publicou — para que fosse
discutido por todo o povo — o Projeto de Constituição redigido com base no
projeto inicial, e enriquecido de emendas e acréscimos. a discussão, pelo povo,
do Projeto de Constituição durou mais de dois meses, e dela participaram mais
de 150 milhões de pessoas. As amplas massas populares apoiaram
calorosamente o Projeto, e propuseram, ao mesmo tempo, toda uma série de
emendas e acréscimos. Em vista dessas propostas, a Comissão de Constituição
introduziu novas emendas ao Projeto. E a 9 de setembro, na 34ª reunião do
Conselho Governamental Popular Central, o Projeto foi discutido e aprovado tal
como hoje é apresentado a exame desta Sessão.
Agora — em nome da Comissão Encarregada de Elaborar o Projeto de
Constituição da República Popular da China —, pronunciarei o informe sobre o
Projeto de Constituição.

I — O Projeto de Constituição da República Popular da


China, Síntese da Experiência Histórica

Elaboramos a Constituição baseando-nos em fatos. Quais os fatos em que


nos apoiamos? São eles: a vitória definitiva conquistada por nosso povo durante
uma prolongada luta revolucionária contra o imperialismo, o feudalismo e o
capital burocrático; a criação de um sólido Estado democrático-popular, que se
assenta na aliança entre os operários e os camponeses e é dirigido pela classe
operária; o estabelecimento, em nosso país, de uma firme posição dirigente do
setor socialista da economia; o início da sistemática execução de transformações
socialistas, e a realização conseqüente da passagem de nosso país ao socialismo.

Partindo desses fatos, a Constituição que elaboramos só pode ser,


naturalmente, uma Constituição democrático-popular, que figure entre as
Constituições de tipo socialista e não entre as de tipo burguês.

O Projeto de Constituição que propomos é a síntese da experiência histórica


de mais de um século de luta heróica do povo chinês, bem como a síntese da
experiência histórica ligada ao problema da Constituição e ao movimento em prol
de uma forma constitucional de governo da China na época moderna. No
passado, o povo chinês viveu longo tempo sob a tenebrosa dominação do
imperialismo e do feudalismo. Há mais de cem anos — quando o capitalismo
estrangeiro começou a penetrar a China — revelou-se a completa incapacidade
da dinastia imperial e feudal da China de então em defender seu próprio Estado.
Com o tempo, a agressão e o jugo estrangeiros se foram tornando cada vez mais
cruéis, e a política interna no país cada dia mais reacionária. A partir de então,
um país tão imenso como a China perdeu, de fato, sua qualidade de Estado
independente nas relações exteriores, e sobrevieram dias extremamente duros
para as grandes massas populares. Precisamente ao mesmo tempo, porém, o
povo chinês iniciou uma heróica luta revolucionária contra o capitalismo
estrangeiro e o feudalismo chinês. Para salvar a China e mudar os destinos de
seu país, muitos homens avançados realizaram grandes esforços em busca da
verdade. Esses homens estudaram com afinco a política e a cultura do Ocidente
burguês, considerando que nelas poderia ser encontrada a salvarão da China.
Depois de estudar tudo isso, procuraram transformar o regime estatal e social da
China segundo o modelo dos países burgueses do Ocidente.

Uma dessas tentativas foi o movimento reformador em prol da modificação


das leis — movimento esse iniciado depois da derrota sofrida pela China, em
1894, na guerra contra o Japão. Esse movimento foi chefiado por um grupo de
reformadores — com Kang Iu-Vei à frente —, os quais pretendiam fosse
estabelecido na China o governo constitucional burguês sem a mudança radical
do regime feudal. Seus pontos-de-vista encontraram, naquele tempo, a
aprovação e o apoio de muitas pessoas. Nas condições da época, apesar de
serem reformadores, o movimento por eles iniciado em favor da modificação das
leis teve significado progressista, o que atraiu sobre eles o ódio da reação. Em
1898 sua atividade foi reprimida pelos reacionários — chefiados pela imperatriz
Tsu-Hsi —, sofrendo eles uma derrota.

A derrota da China em 1894 provocou um amplo movimento popular. A par


do movimento reformador de Kang Iu-Vei surgiu no país um movimento
encabeçado por grupos revolucionários, entre os quais o de Sun Iat-Sen.
Derrotado o movimento reformador do grupo de Kang Iu-Vei, o grupo
revolucionário de Sun Iat-Sen criou em 1905 o partido político "Tang Meng-Hui"
("Liga Aliada"). Diferentemente dos reformadores, esse Partido aspirava a
estabelecer na China a República Democrático-Burguesa, e manteve uma luta
revolucionária para derrubar o domínio da dinastia de Tsing. Com isso foi dado
um grande passo à frente, em comparação com os reformadores.

Diante do rápido crescimento das forças revolucionárias, a dinastia Tsing já


não podia conservar sua dominação. Para mantê-la, para enganar o povo e
evitar a revolução popular, os governantes da dinastia Tsing anunciaram, há
cerca de 50 anos, "medidas preparatórias para implantar a forma de governo
constitucional" e, em 1908, publicaram um "Programa Constitucional". O objetivo
fundamental desse "Programa Constitucional" era manter o regime absolutista
feudal. Embora no referido Programa se houvesse que fazer a promessa formal
de satisfazer a algumas reivindicações do povo, esse não acreditou na
sinceridade dessas promessas, nem em que a instauração de semelhante "forma
de governo constitucional" contribuísse para o progresso da China. O povo
boicotou essas falsas "medidas preparatórias" no sentido de implantar a forma
de governo constitucional. Os revolucionários chefiados por Sun Iat-Sen
mantinham, então, uma firme posição de luta contra essas "medidas
preparatórias". Em compensação, o grupo reformador de Kang Iu-Vei as apoiava.
Os reformadores encontraram a oposição do grupo revolucionário e foram
repudiados pelo povo.

O grupo revolucionário de Sun Iat-Sen lutava energicamente pala


consecução revolucionária de seu objetivo: a forma de governo constitucional
democrática — isto é: um governo constitucional de caráter burguês. Do ponto-
de-vista das condições históricas daquele tempo, os membros desse grupo
procederam com acerto e expressaram as exigências das amplas massas
populares. Sob sua direção, iniciou-se precisamente a revolução de 1911, que
teve grande importância histórica.

A revolução iniciada a 10 de outubro de 1911 derrocou o domínio da dinastia


Tsing e acabou com o regime monárquico-feudal, que existia na China há mais
de dois milênios: foi proclamada a República da China; constituído o governo
provisório revolucionário de Nanquim — presidido por Sun Iat-Sen —, e
elaborada uma Constituição provisória. Essa Constituição provisória, que, por seu
caráter, era a Constituição de uma república burguesa, teve um significado
progressista. Como resultado da revolução de 1911, as idéias da República
Democrática penetraram profundamente as consciências: as massas começaram
a considerar que toda manifestação e todo ato contrários a essas idéias eram
contra a lei. No entanto, os revolucionários de então padeciam de defeitos.
Careciam de um programa conseqüentemente antiimperialista e antifeudal e não
mobilizavam nem organizavam, em grande escala, as forças das massas
populares, nas quais haveriam podido apoiar-se. Por isso, não puderam
conseguir a vitória definitiva sobre o imperialismo e o feudalismo. Essa revolução
foi, finalmente, derrotada e a camarilha reacionária de Iuang Chih-Kai apoderou-
se do poder estatal. Desde aquele momento iniciou-se na China o período de
dominação de diferentes grupos de militaristas do Norte; a Constituição
Provisória foi liquidada, e a denominação de "República da China" deixou de
corresponder a seu conteúdo, convertendo-se em uma expressão inteiramente
vazia. O grupo revolucionário dirigido por Sun Iat-Sen lutou contra os governos
dos militares do Norte, mas sem êxito.

Durante o domínio dos militaristas do Norte, a situação da China foi piorando


dia a dia. Todos os principais países imperialistas do mundo saqueavam
sucessivamente a China. Apoiavam os diferentes grupos de militaristas chineses,
que travavam entre si guerras incessantes, levando o país a um estado de
extraordinário caos. O poder em Pequim passava, então, de um militarista a
outro. O último pseudo Presidente — Tsao Kung —, da camarilha dos militaristas
do Norte, promulgou, em 1923, uma pretensa "Constituição" com o fim de
manter o domínio dos militaristas. Essa "Constituição" foi imediatamente
rechaçada pelo povo. O Partido do Kuomintang — dirigido por Sun Iat-Sen — e o
Partido Comunista da China contra ela se pronunciaram, qualificando-a de
pseudo Constituição. Ainda não havia passado um ano da promulgação dessa
pseudo Constituição, e já o governo de Tsao Kung entrava em decomposição.

Durante muitos anos — antes e depois da revolução de 1911 — todos os que


estavam dispostos a salvar a pátria só podiam encontrar uma saída, para a
China, no caminho capitalista de desenvolvimento. Depois da primeira guerra
mundial e da Grande Revolução Socialista de Outubro na Rússia, o povo chinês
começou a compreender que o capitalismo no Ocidente caminhava cada vez mais
para o ocaso; via, ao mesmo tempo, a grande aurora do socialismo. A 4 de maio
de 1919 surgiu na China um grande movimento revolucionário antiimperialista e
antifeudal. Simultaneamente, teve início na China o ascenso do movimento
operário. Os elementos avançados do povo chinês começaram a se convencer de
que o problema chinês só podia ser resolvido através do caminho do socialismo e
não do capitalismo.

Essa justa convicção dos homens de vanguarda foi compartilhada, com


grande rapidez, pelas amplas massas. Em 1921 fundou-se na China o Partido
político marxista-leninista da classe operária — o Partido Comunista da China. A
partir desse momento, criou-se para a revolução chinesa uma situação nova,
graças à qual ela se converteu em revolução democrático-popular, dirigida pela
classe operária — isto é: em uma revolução democrática nova — ; passou a fazer
parte da revolução socialista mundial, e encontrou o apoio da União Soviética,
socialista.
Naquela ocasião o grande revolucionário Sun Iat-Sen — com base na
experiência de muitos anos de lutas — compreendeu que, para alcançar o
objetivo de salvar a pátria,

"era necessário levantar as massas populares e unir-se às nações de


todo o mundo que nos consideram como iguais para a luta comum".

Formulou, com audácia, três postulados políticos principais — aliança com a


União Soviética, aliança com o Partido Comunista, e apoio dos operários e dos
camponeses —; reorganizou o Kuomintang; selou com o Partido Comunista da
China uma aliança. dirigida contra o imperialismo e o feudalismo, e desencadeou
uma nova luta revolucionária.

Em 1927, quando chegava vitoriosamente a seu fim a campanha


revolucionária do Norte — efetuada em conjunto pelo Kuomintang e pelo Partido
Comunista da China —, o Kuomintang de Tchang Kai-Chek abandonou os
postulados políticos de Sun Iat-Sen e traiu a revolução. Desde então, a classe
operária da China e seu Partido — o Partido Comunista da China — assumiram,
plena e totalmente, a responsabilidade da direção da revolução chinesa. Desde
então, por sua profundidade, seu caráter conseqüente e a amplitude das vastas
massas populares que dela participavam, a revolução chinesa passava a não ter
precedente entre os movimentos revolucionários anteriores. No decurso da
guerra agrário-revolucionária, da guerra contra os invasores japoneses e da
guerra de libertação nacional, o povo chinês foi criando, gradualmente, um
poderoso exército popular revolucionário e amplas bases revolucionárias, em
cujo território implantou o poder democrático-popular da frente-única e efetuou
diversas transformações sociais, acumulando uma rica experiência
revolucionária. A longa luta revolucionária confirma que o caminho da nova
democracia ao socialismo — caminho apontado pelo Partido Comunista da China
— é o único que leva à salvação da China. Todo o povo confiou inteiramente
nesse caminho.

Depois da segunda guerra mundial, o povo chinês conseguiu a vitória sobre a


camarilha reacionária de Tchang Kai-Chek — apoiada pelo imperialismo norte-
americano —, e, finalmente, conseguiu, em 1949, a grande vitória na revolução
popular. O último governo reacionário que deteve o poder na China no passado
— o governo reacionário do Kuomintang, chefiado por Tchang Kai-Chek — foi
sempre inimigo da Constituição. No entanto, antes de sucumbir, recorreu
também a uma pseudo Constituição com o fito de se salvar. Em 1946, o governo
do Kuomintang ajeitou uma Constituição que foi energicamente repelida pelo
Partido Comunista, por todos os partidos e grupos democráticos da China, por
todo o povo chinês. Em conseqüência disso, nem três anos haviam transcorrido
de sua promulgação por Tchang Kai-Chek quando seu domínio foi liquidado, da
mesma forma que o domínio dos anteriores governos reacionários. Ao mesmo
tempo, o povo repudiou o Partido da Jovem China, o Partido Democrático
Socialista, e outros Partidos e grupos reacionários que apoiavam essa pseudo
Constituição. Os deputados aqui presentes se recordam perfeitamente disso.
Por mais de cem anos não cessou a luta da revolução chinesa para derrotar a
contra-revolução. Essa luta encarniçada viu-se refletida na questão do regime
estatal, o que se expressou nos três tipos de Constituição por trás dos quais se
encontravam três forças sociais diferentes.

Em primeiro lugar, a pseudo Constituição da monarquia dos Tsing, dos


militaristas do Norte e do Kuomintang de Tchang Kai-Chek. Todos esses
governantes reacionários, pertencentes aos feudais e à burguesia "compradora",
manifestavam-se inclusive contra a democracia burguesa. No fundo, opunham-se
a qualquer Constituição e só recorriam a pretensas Constituições quando — sob
golpes das forças revolucionárias — seu domínio reacionário se tornava instável e
se aproximava de seus últimos dias. Isso faziam para — aproveitando certas
formas das Constituições burguesas — recuperar-se um pouco e retardar, assim,
seu desaparecimento. Mas, como é natural, não conseguiram seu objetivo.

Em segundo lugar, a Constituição com que sonhou durante muitos anos a


burguesia nacional — isto é: a Constituição da República democrático-burguesa
—. Tal Constituição jamais existiu na China — se não considerarmos a
Constituição Provisória nascida da revolução de 1911 e abolida, pouco depois,
por Iuan Chih-Kai.

Houve no mundo muitas nações que, depois de romperem as cadeias do


feudalismo, proclamaram a República burguesa; no entanto, na China
semicolonial e semifeudal a República burguesa foi sempre um sonho irrealizável.
Devido ao fato de não haver sido capaz de levar o povo à vitória sobre as forças
unidas dos imperialistas estrangeiros e da reação interna, a burguesia chinesa
não pôde converter a China em República burguesa, nem garantir o surgimento,
no país, de uma Constituição de caráter burguês.

Em terceiro lugar, á Constituição da República popular — República dirigida


pela classe operária e com base na aliança entre os operários e os camponeses
—, isto é: a Constituição que agora devemos aprovar.

O camarada Mao Tsé-Tung assinalou, há tempos, que, depois da vitória da


revolução popular — dirigida pela classe operária —, não seria proclamada uma
República de ditadura burguesa, mas deveria ser criada, forçosamente, a
República da ditadura democrática do povo — dirigida pela classe operária e com
base na aliança entre os operários e os camponeses. Essa República popular,
dirigida pela classe operária, só pode levar a China ao socialismo, e não ao
capitalismo. Os fatos demonstram o seguinte: as pseudo Constituições a que —
com o fito de enganar o povo — reiteradas vezes recorreram as camarilhas
governantes reacionárias, pertencentes aos círculos feudais e à burguesia
"compradora", jamais puderam desorientá-lo e foram por ele boicotadas,
enquanto que os que participaram da elaboração dessas pseudo Constituições e
as apoiaram foram ativamente repudiados pelo povo. De fato, imediatamente
após a promulgação de suas pseudo Constituições, os governantes reacionários
eram derrotados e essas chamadas "Constituições" se convertiam em farrapos
de papel. Ao mesmo tempo, muitos chineses, durante vários decênios, fizeram
toda espécie de esforços no sentido de instaurar a forma de governo
constitucional burguesa, mas nenhum resultado conseguiram. Em suma: na
China, uma verdadeira Constituição só poderia ser uma Constituição
democrático-popular e socialista. Só essa Constituição atenderia aos interesses
das mais amplas massas populares e seria por elas acolhida com júbilo.

Por isso dizemos que o Projeto de Constituição que agora propomos é a


síntese da experiência histórica de mais de um século de luta revolucionária do
povo chinês, a síntese da experiência histórica no tocante ao problema da
Constituição da China na época atual.

Indubitavelmente, nosso Projeto de Constituição é também uma síntese da


nova experiência histórica acumulada desde a proclamação da República Popular
da China.

Em 1949, a Conferência Política Consultiva do Povo da China elaborou o


Programa Geral, que desempenhou o papel de Constituição provisória. O
Programa Geral sintetizava a experiência das revoluções anteriores,
particularmente a experiência das bases revolucionárias populares; proclamava a
fundação da República Popular da China, e determinava as medidas políticas
fundamentais que a República Popular da China deveria aplicar nas diferentes
esferas da vida.

O Governo Popular Central e os governos populares locais aplicaram


firmemente o Programa Geral.

Embora só sejam decorridos cinco anos da formação da República Popular da


China, enormes mudanças já se registraram em nosso pais.

Em primeiro lugar, nosso país se libertou da situação de país colonial e


dependente, dominado pelo imperialismo estrangeiro, e se converteu em um
Estado verdadeiramente independente. Em setembro de 1949 — na sessão
inaugural da Conferência Política Consultiva do Povo da China —, o camarada
Mao Tsé-Tung proclamou solenemente:

"Os chineses, que constituem a quarta-parte da humanidade, puseram-


se de pé".

Conseguimos a libertação do domínio do imperialismo estrangeiro, em


holocausto da qual o povo chinês suportou inúmeros sacrifícios durante mais de
cem anos. O grande movimento desencadeado em todo o país, desde 1950,
contra a agressão norte-americana e em ajuda ao povo coreano consolidou, mais
ainda, a situação independente de nosso Estado. Nosso país já atua na arena
internacional como uma grande potência mundial. Nosso Estado — juntamente
com a União Soviética e os países de democracia-popular — converteu-se em
poderoso baluarte da defesa da paz no mundo inteiro.

Em segundo lugar, nosso país pôs termo ao prolongado domínio do


feudalismo. No passado o sistema de exploração feudal era a causa fundamental
da estagnação, do atraso e da falta de direitos de nosso país. Agora, mercê do
movimento de massas que se desenvolve por toda a China, essa causa foi
completamente liquidada na imensa maioria das regiões de nosso país.

Em terceiro lugar, em nosso país se pôs fim ao caos existente durante longo
tempo; estabeleceu-se a paz interna na China, e conseguiu-se uma unidade
desusada em todo o território continental de nosso país. Já foi liquidada na China
a inimizade e a desconfiança que outrora existiam entre as nacionalidades. As
diversas nacionalidades de nosso país uniram-se estreitamente, com base na luta
contra o imperialismo e os inimigos do povo existentes no seio das massas, com
base na igualdade de direitos nacionais, na amizade, e na ajuda recíproca.

Em quarto lugar, em nosso país foi posto termo, da maneira mais ampla
possível, à falta de direitos do povo, e se desenvolveu uma ampla democracia.
As massas populares organizaram-se em conseqüência da realização da reforma
agrária e de outras transformações sociais, do movimento para esmagar os
elementos contra-revolucionários, do movimento contra a agressão norte-
americana e de ajuda ao povo coreano, e de outros amplos movimentos de
massas. Inúmeras pessoas que anteriormente não se interessavam, em
absoluto, pelas questões do Estado começaram a participar, ativamente, da vida
política da China. As amplas massas populares de todo o país compreenderam a
fundo — pela própria experiência — que as Assembléias de Representantes do
Povo são a melhor forma orgânica e política de dirigir seu Estado.

Em quinto lugar, graças ao entusiasmo e à capacidade criadora, sem


precedentes, de que o povo libertado deu provas na frente do trabalho, e graças
à ajuda de nossa grande aliada, a União Soviética, nosso país restabeleceu, em
curto prazo, a economia nacional destruída pelos imperialistas e pelos
reacionários do Kuomintang e empreendeu a construção socialista, a realização
de transformações socialistas. A economia socialista — que demonstrou
irrefutavelmente, na prática, sua enorme superioridade sobre a economia
capitalista — é cada dia mais poderosa e reafirma sua posição dirigente na
economia nacional. As ações e medidas concretas de nosso Estado na esfera da
construção socialista contam com o apoio das amplas massas populares. Desde
1953, em consonância com o objetivo de construir o socialismo, começamos a
cumprir o primeiro plano quinquenal de desenvolvimento da economia nacional,
havendo alcançado êxitos.

Os fatos expostos mostram que, em cinco anos, nosso país avançou


enormemente; que a passagem do poder estatal às mãos do povo — poder
organizado, e dotado da devida direção — pode assegurar o desenvolvimento
das invencíveis forças do povo e emancipá-lo da vida de calamidades, assim
como garantir um progresso desusadamente rápido de nosso país e a elevação
do bem-estar material e do nível cultural do povo. Tais fatos explicam, também,
por que nosso Estado e nosso governo puderam conquistar esse concurso e a
confiança de todo o povo, conquistar a simpatia e o apoio dos povos pacíficos do
mundo inteiro.
Durante a história contemporânea, muito se discutiu, na China, em torno de
uma questão fundamental: Para a China, onde está a saída? No capitalismo ou
no socialismo? As enormes transformações realizadas em nosso país durante os
últimos cinco anos deram resposta convincente a essas perguntas. Os cinco anos
transcorridos confirmam, plenamente, que o único caminho justo que nosso país
deve seguir é o da passagem da atual sociedade — com uma complexa estrutura
econômica — à sociedade com uma formação econômica socialista única — isto
é: da sociedade de nova democracia à sociedade socialista.

Examinemos se, para a China, existe algum outro caminho.

Os imperialistas americanos e a camarilha traidora de Tchang Kai-Chek nos


dizem que nosso país deve voltar ao antigo caminho — o caminho da escravidão
colonial e do domínio feudal. Tudo que dizem acerca de que nosso povo arrasta
uma "mísera existência"; de que devem "libertar-nos", de que a República
Popular da China deve ser derrocada e restaurado na China seu domínio
reacionário, — tudo isso significa que nosso povo deve submeter-se novamente
ao sangrento domínio do imperialismo, do feudalismo e do capital burocrático.
Todo o mundo sabe, porém, que nosso povo — que conseguiu sua libertação
depois de uma luta de mais de um século — não permitirá, de maneira alguma,
que nosso país volte novamente a esse velho e trágico caminho. No entanto, os
imperialistas americanos, a camarilha traidora de Tchang Kai-Chek, os espiões e
os elementos contra-revolucionários no Continente procuram, insistentemente,
empurrar nosso país para esse velho caminho. Os imperialistas norte-americanos
continuam ocupando Taiwan, e a camarilha traidora de Tchang Kai-Chek ainda se
acha na referida ilha, realizando seu sinistro trabalho sempre a sonhar com o
retorno ao Continente. A restauração do domínio da reação continua a ser uma
ameaça real. Manter uma atitude de menosprezo diante dessa ameaça constitui
erro. Por isso, todo nosso povo deve sempre manifestar uma elevada vigilância,
fortalecer ao máximo nossa capacidade de defesa, lutar com energia pela
libertação de Taiwan e pelo aniquilamento definitivo da traidora camarilha de
Tchang Kai-Chek.

Pode nosso país marchar pelo caminho capitalista, desenvolver o capitalismo,


converter-se em um Estado capitalista? É possível que ainda haja alguns
elementos atrasados que alimentem semelhantes ilusões; são, porém, ilusões
muito erradas e extremamente perigosas. O camarada Mao Tsé-Tung disse:

"Repúblicas burguesas foram constituídas em alguns Estados


estrangeiros. Na China isso não pode ocorrer.".

Nosso povo —sob a direção da classe operária — de nenhum modo permitirá,


hoje, que se desenvolva, em nosso país, o capitalismo e, muito menos, que a
ditadura democrática do povo — dirigida pela classe operária — se converta em
uma ditadura burguesa. O capitalismo mundial já entrou em decadência; os
países capitalistas mais desenvolvidos do mundo encontram-se em um atoleiro,
ao passo que a União Soviética socialista e os países de democracia-popular se
fortalecem è prosperam. O povo de nosso país — sob a direção da classe
operária — constrói agora o socialismo; o país muda de aspecto — eleva-se
incessantemente o nível de vida, material e cultural do povo. Quererá acaso o
povo chinês — em face da existência de semelhante situação internacional e
interna — renunciar à sua luminosa e feliz perspectiva do socialismo e tomar o
doloroso caminho do capitalismo? Naturalmente, não quererá. Por isso os que
abrigam tais ilusões devem abandoná-las rapidamente. Se ainda há pessoas que
não querem abandonar essas ilusões e as conservam com obstinação, existe a
possibilidade de que tomem pelo perigoso caminho para o qual quer empurrá-las
o imperialismo. Insistem em que a China marche pelo caminho capitalista, caso
em que o país, inevitavelmente, haveria de ligar seu destino ao dos Estados
imperialistas; os imperialistas não permitiriam, entretanto, que a China se
convertesse em Estado capitalista independente e fariam dela uma colônia
submetida ao domínio do imperialismo e da classe dos feudais e da burguesia
"compradora". Esse, precisamente, o caminho seguido pelo traidor Tchang Kai-
Chek.

Existe para nosso país qualquer outro caminho? É possível que algumas
pessoas se refiram a um caminho capaz de conservar a situação atual — isto é: a
um caminho que não seja nem socialista, nem capitalista, mas no qual existam
tanto o socialismo como o capitalismo e se conserve a atual situação. É de todos
sabido que nosso país entrou agora no período de transição — o período da
construção da sociedade socialista. Em nosso país, esse período se chama
também de período da nova democracia. A peculiaridade econômica desse
período reside em que coexistem o socialismo e o capitalismo. Há os que
esperam manter para sempre essa situação e julgam que o melhor é não a
modificar. Tais pessoas dizem: «O Programa Geral é suficiente; para que
precisamos, ainda, de uma Constituição?". Nos últimos anos ouvimos também,
com freqüência, opiniões segundo as quais é necessário "consolidar o regime da
nova democracia" — opiniões essas que refletem, precisamente, a idéia de que é
imprescindível manter a situação atual —; entretanto, é, acaso, isso possível? As
relações de produção socialistas e capitalistas, opostas entre si, não podem
desenvolver-se paralelamente em um mesmo Estado sem entrar em conflito. Se
a China não se converter em Estado socialista, deverá transformar-se em Estado
capitalista. Deixar a China sem transformações significa paralisar seu
desenvolvimento — o que é de todo impossível. No que diz respeito ao caminho
para tornar a China Estado capitalista, é — como já disse antes — irrealizável.
Nosso país, portanto, só pode seguir o caminho do socialismo — o único caminho
luminoso —, e não pode deixar de marchar por ele pois assim exige a lei
inevitável do desenvolvimento histórico de nosso país!

Assim, pois, nosso país seguirá precisa e invariavelmente a senda socialista.


Não existe outro caminho.

Desde a criação da República Popular da China, nosso país tomou o caminho


do socialismo. No "Preâmbulo" do Projeto de Constituição se diz:

"O período que vai da criação da República Popular da China até à


construção da sociedade socialista é um período de transição.
Constituem tarefas fundamentais do Estado no período de transição a
realização gradual da industrialização socialista do país e a execução
gradual das transformações socialistas na agricultura, na indústria
artesanal, e na indústria e comércio capitalistas".

Em 1953, de acordo com os objetivos da construção do socialismo, nosso


país iniciou o período de desenvolvimento econômico planificado. Por
conseguinte, temos toda a necessidade de, baseando-nos no Programa Geral,
dar um passo adiante e aprovar a Constituição — cujo Projeto é agora submetido
ao exame dos deputados — a fim de referendarmos de forma legislativa as
tarefas fundamentais do período de transição em nosso país.

A realização da industrialização socialista e das transformações socialistas


em nosso país é uma tarefa extraordinariamente difícil e complexa. É necessário
mobilizar as forças de todo o povo, desenvolver a atividade e a iniciativa
criadoras das amplas massas populares e, com uma justa direção única, vencer
toda espécie de dificuldades. Só com essa condição poderemos cumprir
semelhante tarefa. Assim, pois, devemos, de um lado, desenvolver mais ainda a
democracia-popular — ampliar o sistema democrático em nosso país —, e, por
outro lado, criar um sistema de direção estatal única, altamente desenvolvido.
Para isso necessitamos também, de forma imprescindível, aprovar uma
Constituição mais perfeita do que o Programa Geral — Constituição cujo Projeto
é agora submetido à atenção dos deputados.

Durante a discussão popular, nosso Projeto de Constituição contou com o


fervoroso apoio de todo o povo, já que constitui uma justa síntese da experiência
histórica de nosso país. Esse Projeto expressa os interesses e a vontade do povo;
é resultado das grandiosas modificações havidas em nosso Estado.

O povo aprova também esse Projeto de Constituição porque nele foi


aproveitada, com acerto, a experiência internacional. Durante a elaboração do
Projeto, a Comissão de Constituição estudou várias Constituições da União
Soviética relativas a diversos períodos, e as Constituições dos países de
democracia-popular. Não há dúvida de que a experiência dos Estados socialistas
de vanguarda — à frente dos quais está a União Soviética — nos prestou imensa
ajuda. Nosso Projeto de Constituição é uma síntese da experiência da China e da
experiência internacional. Nosso Projeto de Constituição é resultado não só do
movimento popular-revolucionário em nosso país, mas também do movimento
socialista internacional.

Nisso reside a importância histórica da Constituição de nosso Estado.

II — Algumas Explicações Sobre o Conteúdo Fundamental


do Projeto de Constituição

Vou agora deter-me em quatro questões que se referem ao conteúdo


fundamental do Projeto de Constituição.
1. O Caráter de Nosso Estado

O art. 1º do Projeto de Constituição proclama: "A Republica Popular da China


é um Estado de democracia-popular, dirigido pela classe operária e baseado, na
aliança entre os operários e os camponeses."

No ''Preâmbulo" e em muitos outros artigos do Projeto é dito que, sob o


regime democrático-popular, ainda existe, em nosso país, uma ampla frente-
única democrático-popular.

Tão somente sob a direção da classe operaria pode nosso povo libertar-se da
opressão do imperialismo, do feudalismo e do capital burocrático. Essa verdade
já foi há muito confirmada pelos fatos históricos do passado. Depois que o povo
conseguiu a vitória, surgiu uma nova pergunta: Possui a classe operária a
capacidade e a firmeza, que teve no passado, para dirigir a organização do
Estado?

Embora seja certo ter havido pessoas que, no período inicial, mantinham em
torno dessa pergunta uma atitude de observadores e permaneciam na
expectativa, os fatos dos últimos cinco anos confirmaram inteiramente que a
classe operária possui relevante capacidade para dirigir o Estado. Para consolidar
as conquistas já alcançadas por nosso povo, é necessário que continuemos a
fortalecer e a tornar mais sólida a direção do Estado pela classe operária. A
construção do socialismo e as transformações são inconcebíveis sem que o
Estado seja dirigido pela classe operária.

A principal garantia da feliz direção por parte da classe operária reside no


reforço e consolidação constantes da aliança entre os operários e os
camponeses. Isso diz respeito, com igual importância, tanto ao período das
passadas guerras revolucionárias como ao atual período de organização do
Estado em nosso país. A aliança entre os operários e os camponeses de nosso
país — forjada na luta revolucionária antiimperialista e antifeudal —, longe de se
enfraquecer, depois da criação da República Popular da China fortaleceu-se mais
ainda. No processo da transição gradual à sociedade socialista, o campesinato
deve passar por modificações. Essas modificações já tiveram início e consistem
em os camponeses individuais — instáveis do ponto-de-vista econômico — irem
tomando, gradualmente o caminho da cooperação socialista. Só é possível
melhorar incessantemente as condições de vida do campesinato e consolidar e
reforçar, mais ainda, a aliança entre os operários e os camponeses, se a classe
operária guiar esses últimos pelo caminho da cooperação.

Além dos operários e dos camponeses, entre as massas trabalhadoras de


nosso país há também um número considerável de artesãos individuais e de
outros trabalhadores individuais não agrícolas da cidade e do campo que vivem
exclusiva ou fundamentalmente de seu trabalho. A classe operária, assim como
une os camponeses, deve reunir firmemente esses trabalhadores para que,
juntos, construam o socialismo. A estreita união entre esses trabalhadores faz
parte das tarefas da aliança entre os operários e os camponeses.
A direção pela classe operária e a aliança entre os operários e os
camponeses — direção e aliança que constituem a base do Estado — expressam
o caráter básico de nosso Estado. Isso testemunha que nosso Estado é
democrático-popular. Por seu caráter, o Estado democrático-popular e o Estado
capitalista pertencem a dois tipos de Estado completamente opostos. No Estado
capitalista — seja qual for o rótulo "democrático" com que se revista —, em
última instância é somente a burguesia (uma minoria insignificante da
população) que ocupa a posição dominante. Em nosso país, ao contrário, o
verdadeiro dono do Estado é o povo, que constitui a maioria absoluta da
população.

Os intelectuais de nosso país desempenharam no passado importantíssimo


papel no movimento revolucionário; e a seguir — na construção do socialismo —
desempenham papel ainda mais importante. Os intelectuais procedem de
distintas classes sociais e, por si sós, não podem formar uma classe social
independente. Unindo-se aos trabalhadores, convertem-se em intelectuais dos
trabalhadores; unindo-se à burguesia, passam a constituir a intelectualidade da
burguesia, e um número insignificante de intelectuais, ao se unir à classe feudal
e à burguesia "compradora" derrubada, convertem-se em intelectuais
reacionários. Excetuando uma parte ínfima da intelectualidade — parte que
mantém uma posição reacionária e atua contra a República Popular da China —,
nosso Estado deve preocupar-se em unir todos os intelectuais, em ajudá-los na
reeducação ideológica e em desenvolver sua capacidade para que sirvam à causa
da construção do socialismo. O camarada Mao Tsé-Tung já disse anteriormente:

"Todos os intelectuais que tenham conquistado méritos a serviço do


povo devem gozar de estima, e é preciso considerá-los como um valor
da mais alta significação para o Estado e a sociedade".

No "Preâmbulo" do Projeto de Constituição se diz: "A Frente-única


Democrático-Popular em nosso país continuará a desempenhar seu papel na
mobilização e união de todo o povo para o cumprimento das tarefas
fundamentais do Estado no período de transição e para a luta contra os inimigos
internos e externos".

Isso significa que, no período de transição de nosso país, a Frente-Única


Democrático-Popular — dirigida pela classe operária e que agrupa as classes
democráticas, os partidos e grupos democráticos e as organizações populares —
desempenha importante papel. Essa frente representa uma união ainda mais
ampla do que a aliança entre os operários e os camponeses, uma união baseada
na aliança entre os operários e os camponeses — isto é: constitui uma espécie
de aliança entre os operários e os elementos não operários com os quais é
possível colaborar. Há quem acredite que, nas condições da construção do
socialismo, tal aliança não possa existir e não seja necessária, esse ponto-de-
vista é errôneo.

Durante o período de transição, em nosso país, continua a existir a classe da


burguesia nacional. É sabido que, quando na sociedade existem classes
exploradoras e exploradas, sempre existe a luta de classes. Não obstante,
levando em conta que no passado nosso país esteve oprimido pelo imperialismo
estrangeiro, devido a essas condições históricas especiais, entre a classe
operária e a burguesia nacional não só existe luta, como houve, e continua a
haver, relações de aliança. Sob a direção da classe operária a burguesia nacional
participou da revolução democrático-nacional e durante os últimos cinco anos,
sob a direção do Estado participa dos movimentos patrióticos e do trabalho de.
restauração da economia. No curso da séria luta "contra os três" e "contra os
cinco abusos", elevou-se o grau de consciência de muitos capitalistas, que
expressaram sua disposição de aceitar as transformações socialistas. Dessa
forma, nosso Estado obteve a possibilidade de realizar uma política de
transformação socialista gradual da indústria e do comércio capitalistas, e já está
aplicando essa política atualmente. No período de transição, a burguesia nacional
ainda desempenha importante papel na economia do país. Ela pode ter certa
utilidade para o Estado na ampliação da produção, na melhoria da direção das
empresas e da técnica de produção, e no preparo dos operários, engenheiros e
técnicos; e por sua anuência, pode ser útil à realização de transformações
socialistas. No período de transição, a burguesia nacional ocupa também lugar
determinado na vida política do país.

Em nossa sociedade, particularmente entre as minorias nacionais, existem


ainda elementos patrióticos que pertencem a outras classes; o Estado deve,
também, agrupá-los na forma devida.

Por conseguinte, na atual etapa, a frente-única continua a ter, em nosso


país, uma ampla base.

O Partido Comunista da China já há muito assinalou que a grande união


revolucionária de todo o povo sob a direção da classe operária é necessária não
só para nossa revolução democrático-popular, mas também, e em igual medida,
para a construção do socialismo em nosso país. Explica isso o fato de
continuarmos a ter pela frente o imperialismo. Ao mesmo tempo, no país, se
oferece, de fato, aos cidadãos, a possibilidade de escolher um só desses dois
caminhos: ou deixar que o imperialismo nos escravize novamente, ou construir o
socialismo. A China só pode ser independente, democrática, próspera e poderosa
se trilhar o caminho do socialismo. Nessas condições, todos os elementos
patrióticos que não desejem converter-se em escravos coloniais têm a
possibilidade de se agrupar sob a direção da classe operária e de trilhar a senda
do socialismo. Se continuarem a se fortalecer o papel dirigente da classe
operária e a aliança entre os operários e os camponeses, quanto maior for a
união do povo mais atenderá, na medida do possível, aos interesses da causa do
socialismo. Portanto, nossa Constituição deve ser a Constituição da grande união
do povo, em todo o país, para a construção do socialismo.

2. Os Caminhos de Transição para a Sociedade Socialista


O art. 4º do Projeto de Constituição determina: "A República Popular da
China, apoiando-se nos órgãos do Estado e nas forças sociais, assegura, por
meio da industrialização socialista e das transformações socialistas, a liquidação
gradual do sistema de exploração, e a construção da sociedade socialista".

Para levar inteiramente à prática o rumo traçado pelo art. 4º, outros artigos
das "Disposições Gerais" do Projeto de Constituição contêm também muitas
teses que refletem tanto o objetivo fundamental — a construção da sociedade
socialista —, como os caminhos concretos para sua construção.

Em nosso país, mantêm-se ainda no período de transição diversas formações


econômicas. Na China existem atualmente as seguintes formas fundamentais de
propriedade sobre os meios de produção: a propriedade do Estado — isto é: a
propriedade de todo o povo —; a propriedade cooperativa — isto é: a
propriedade coletiva das massas trabalhadoras —; a propriedade dos
trabalhadores individuais, e a propriedade dos capitalistas. A tarefa do Estado
consiste em reforçar e desenvolver ao máximo as formações econômicas
baseadas nas duas primeiras formas de propriedade — isto é: em reforçar e
desenvolver o setor socialista e em realizar a gradual transformação socialista
das duas outras formações, ou seja: a transformação gradual, para o socialismo,
do setor não socialista. Por isso, o Estado "garante o desenvolvimento
preferencial do setor estatal da economia", prestando atenção particular à
criação gradual da indústria pesada, como base econômica fundamental do
socialismo. Ao mesmo tempo, o Estado "estimula e orienta o desenvolvimento do
setor cooperativo e lhe presta ajuda", estimula e orienta "a transformação da
indústria e do comércio capitalistas no setor do capitalismo de Estado, que
assume diferentes formas e substitui, de modo gradual, a propriedade dos
capitalistas pela propriedade de todo o povo".

Todas essas teses do Projeto de Constituição não são, naturalmente, fruto da


fantasia, mas estão baseadas nas modificações havidas nas relações sociais e
econômicas desde a criação da República Popular da China e na experiência
acumulada durante esse tempo pelas amplas massas. Por isso, são
perfeitamente realizáveis. Quero deter-me agora nas seguintes questões,
relativas a essas teses.

Antes de tudo, tratemos das formas de transição. Compreendemos que é


tarefa muito difícil transformar em socialistas a agricultura, a indústria artesanal
e a indústria e o comércio capitalistas. É absolutamente impossível realizar essa
transformação da noite para o dia. Devemos avançar de forma gradual, partindo
da experiência e do nível de consciência dai massas e das possibilidades reais.
Nossa experiência já demonstrou que, a transformação socialista, tanto da
agricultura como na indústria artesanal e na indústria e comércio capitalistas,
pode ter formas próprias de transição, e que é absolutamente indispensável que
essas formas de transição sejam flexíveis e variadas.

Na transformação socialista da agricultura e da indústria artesanal, a forma


fundamental de transição é a cooperação baseada na propriedade coletiva parcial
das massas trabalhadoras, como por exemplo, as cooperativas agrícolas de
produção, que nos últimos anos se vêm desenvolvendo no campo e cuja
particularidade consiste em ser a terra entregue em usufruto à cooperativa e a
fazenda explorada em comum. Nas condições históricas de nosso país, o
emprego progressivo e amplo dessa forma de transição de fazenda cooperativa
semi-socialista permitirá que conduzamos, com maior êxito, à forma coletiva de
propriedade das massas trabalhadoras as massas de trabalhadores individuais.

A forma de transição na transformação da indústria e do comércio


capitalistas em socialistas é o capitalismo de Estado. Nas condições históricas de
nosso país podemos realizar, de forma gradual, através de diferentes formas de
capitalismo de Estado, a transformação socialista da indústria e do comércio
capitalistas.

O capitalismo de Estado sob a direção do Estado chefiado pela classe


operária e o capitalismo de Estado sob a direção da burguesia têm caráter
distinto. Como dizia Lênin,

"o capitalismo de Estado é o capitalismo que saberemos limitar; para o


qual saberemos fixar limites.".

No setor econômico do capitalismo de Estado, de um lado, não foi ainda


liquidada a propriedade dos capitalistas — que continuam podendo obter lucros
—, e de outro lado, os capitalistas já não podem obter os lucros que desejavam.
Utilizando o capitalismo de Estado — essa forma especial de transição — podem
ser criadas condições favoráveis para, no futuro, substituirmos pela propriedade
de todo o povo a propriedade dos capitalistas.

A definição precisa, no Projeto de Constituição, dessas formas de transição


tem grande importância na realização das transformações socialistas em nosso
Estado.

Desejo referir-me agora à construção da sociedade socialista por via pacífica.


Durante a discussão, por todo o povo, muitos perguntaram: "Por que no
"Preâmbulo" do Projeto de Constituição se diz que o regime de democracia-
popular em nosso país garante a possibilidade de liquidar por via pacífica a
exploração e de construir a sociedade socialista?".

Em nosso país, com exceção de em um pequeno número de regiões, o


sistema de exploração feudal foi liquidado durante a guerra revolucionária e a
reforma agrária. Entretanto, para construir o socialismo é também necessário
destruir o sistema de exploração capitalista, o que representa uma
transformação social posterior. No Estado capitalista, se a classe operária e as
demais massas trabalhadoras quiserem realizar semelhantes transformações
sociais, deverão fazê-lo por meio de uma revolução que derrube o regime de
Estado de ditadura burguesa. Em nosso país, porém, a situação política e
econômica hoje existente é inteiramente diversa da situação dos países
capitalistas. Em nosso país já foi criado o regime estatal da democracia-popular
dirigido pela classe operária. Em nosso país existe o setor estatal socialista, que
cresce e se fortalece de dia para dia. Esse setor estatal já se converteu na força
dirigente de toda a economia nacional, ao passo que o setor capitalista já não
mais ocupa a posição dominante em nosso país. Por isso, a revolução socialista
em nosso país se diferencia da revolução socialista nos países capitalistas. Em
nosso país não se apresenta o problema da derrubada do regime estatal
burguês, e podemos realizar gradualmente as transformações socialistas com
apoio nos órgãos do Estado e nas forças sociais. Ao mesmo tempo — como já
dissemos acima —, a classe operária e a burguesia nacional de nosso país estão
unidas por uma aliança. Por isso, na liquidação do sistema de exploração
capitalista não temos de empregar os métodos utilizados na realização da
reforma agrária de 1950-1952, quando, em curto prazo, desencadeamos um
movimento das amplas massas e pusemos fim, de um só golpe, ao sistema
feudal de posse da terra. A transformação socialista da indústria e do comércio
capitalistas será realizada gradativamente pelo Estado, em período relativamente
longo, através das diversas formas do capitalismo de Estado. Daremos aos
capitalistas o tempo necessário para que — sob a direção do Estado e da classe
operária — aceitem, pouco a pouco, as transformações. Sem dúvida, nessa
questão é inevitável a luta. Essa luta existe atualmente, e pode existir também
no futuro. Diversos atos ilegais são mesmo agora cometidos por uma parte dos
capitalistas, alguns dos quais opõem resistência às transformações socialistas.
Por isso, o Projeto de Constituição determina:

"O Estado proíbe todo ato ilegal dos capitalistas que prejudique os
interesses sociais, desorganize a economia da sociedade e solape os
planos econômicos do Estado.".

A opinião de que em nosso país já não existe a luta de classes é


completamente errônea. É necessário castigar os capitalistas que infringem as
leis e realizam um trabalho de sapa. É impossível conceber que possa efetuar-se
sem complexa luta a passagem da limitação da exploração capitalista à sua
liquidação. Podemos, porém, conseguir esse objetivo utilizando formas pacíficas
de luta, através dos órgãos administrativos do Estado, da direção exercida pelo
setor estatal da economia, e do controle exercido pelas massas operárias. Basta
que os capitalistas compreendam o curso dos acontecimentos, queiram aceitar as
transformações socialistas, não violem as leis nem causem danos aos bens do
povo, para que o Estado se preocupe com eles, para que sua vida e seu trabalho
sejam garantidos de forma adequada, e para que não sejam privados dos
direitos políticos. Essa política se diferencia, consideravelmente, da política que
aplicamos com relação à classe feudal dos proprietários de terra. O papel
dirigente da classe operária no Estado, e a firme aliança entre os operários e os
camponeses; a posição dominante do setor socialista da economia na economia
nacional; a frente-única no interior do país, e, também, a situação internacional
favorável são as condições necessárias que nos permitirão liquidar, por via
pacífica, o sistema de exploração e construir a sociedade socialista.

No que diz respeito à realização das transformações socialistas das regiões


povoadas por minorias nacionais, deve ser tomado na maior conta o caráter
específico do desenvolvimento das nacionalidades em causa. A isso me referirei
mais adiante.

Passemos agora à questão dos kulaks. Durante a discussão, por todo o povo,
do Projeto de Constituição, muitos perguntavam como deve ser compreendida a
disposição de que "no que se refere às explorações dos kulaks, o Estado segue
uma política de limitação e liquidação gradual das mesas." É sabido que as
explorações dos kulaks são explorações capitalistas no campo, e que os kulaks
representam a última classe exploradora no campo. Em nosso país, as
explorações dos kulaks jamais foram desenvolvidas. Durante a reforma agrária
foi redistribuída a parte da terra que os kulaks cediam em arrendamento. Depois
da reforma agrária, graças ao desenvolvimento, no campo, das cooperativas de
produção, das cooperativas de compra e venda e das cooperativas de crédito, e
também à centralização, pelo Estado, da compra e venda do trigo e de outros
importantes produtos agrícolas, as explorações dos kulaks foram limitadas em
grau considerável. Se bem que no campo haja surgido um pequeno número de
kulaks de novo tipo, as explorações dos kulaks, em geral, não aumentaram, mas
diminuíram. Atualmente, cada kulak possui apenas, em média, o dobro da terra
de um camponês comum. A maioria das velhas explorações dos kulaks não mais
contrata assalariados e se o faz é em número muito escasso; reduziu-se a usura
praticada pelos kulaks, e sua atividade comercial foi consideravelmente
restringida; por conseguinte, em nosso país, existe a possibilidade de destruir
gradualmente o capitalismo no campo mediante a instituição de cooperativas e
mediante a limitação do desenvolvimento das explorações dos kulaks.
Evidentemente a luta é inevitável. Não podemos perder de vista o trabalho de
sapa dos kulaks. Em muitos lugares foram descobertos casos de resistência dos
kulaks à centralização, pelo Estado, da compra e venda, bem como casos de
sabotagem à ajuda mútua e ao movimento cooperativo. Devemos castigar os
kulaks que se dedicam à atividade subversiva. No entanto, a julgar pela situação
política e econômica geral do país, para acabar com os kulaks nós não
precisaremos realizar, de agora em diante, uma campanha especial semelhante
à da reforma agrária. Se a cooperativa camponesa de produção de uma dada
localidade se fortalecer rapidamente, será possível, futuramente, sob
determinadas condições, e com autorização dos camponeses, permitir ingressem
individualmente nas cooperativas — onde se reeducarão — os antigos kulaks que
hajam deixado de ser exploradores.

Durante a discussão, por todo o povo, do Projeto de Constituição, muitos


perguntavam também se esse não continha contradição quando, por um lado,
determina que o Estado, em virtude da lei, protege o direito de propriedade dos
capitalistas sobre os meios de produção e outros capitais, e, por outro lado,
estabelece que com relação à indústria e ao comércio capitalistas é preciso
efetuar transformações socialistas e substituir, de modo gradual, a propriedade
dos capitalistas pela propriedade de todo o povo.

Se aí se contém alguma contradição, ela reflete precisamente as


contradições existentes na realidade objetiva. No período de transição existe em
nosso país tanto o socialismo como o capitalismo, e as contradições entre esses
dois tipos de propriedade são contradições que existem objetivamente. Por sua
vez, na etapa atual, a indústria e o comércio capitalistas desempenham, de um
lado, um papel positivo no que se refere ao bem-estar nacional, mas, por outro
lado, desempenham, também nesse aspecto, um papel negativo. Essa é também
uma contradição que existe objetivamente na própria indústria e no próprio
comércio capitalistas. Nossa política — que visa a resolver as contradições entre
o socialismo e o capitalismo — consiste, de um lado, em permitir a existência da
propriedade capitalista e em aproveitar o papel positivo da indústria e do
comércio capitalistas relativamente ao bem-estar nacional, e, de outro lado, em
limitar o papei negativo da indústria e do comércio capitalistas nessa mesma
esfera e em lançar mão de medidas de transição para preparar as condições que
permitam a substituição gradual da propriedade capitalista pela propriedade de
todo o povo. As medidas concretas previstas no Projeto de Constituição para a
passagem à sociedade socialista orientam-se precisamente no sentido de
resolver, com acerto, essa contradição.

Nas condições concretas de nosso país, o rumo tomado por nós para a
construção do socialismo e os métodos dessa construção são acertados. Essa
verdade pode ser comprovada, ainda, pelo lado oposto — isto é: pela grita de
nossos inimigos e por manifestações da imprensa burguesa estrangeira.

Aos imperialistas e à camarilha traidora de Tchang Kai-Chek, refugiada em


Taiwan, desgosta, sobremodo, que estejamos construindo o socialismo; todos os
dias lançam seus ataques contra nós. Mas, — que haverá de surpreendente
nisso? Isso quer dizer que trabalhamos com acerto.

Alguns jornais burgueses estrangeiros desiludiram-se ao descobrir que o


caminho de que se fala no Projeto de nossa Constituição "é o caminho que
trilhou a União Soviética". De fato, o caminho que seguimos é precisamente o
que foi percorrido pela União Soviética. Nesse sentido não existe entre nós a
menor dúvida. O caminho da União Soviética é o caminho que corresponde às
leis do desenvolvimento histórico, e que será indefectivelmente percorrido pela
sociedade humana. É impossível evitar esse caminho. Sempre julgamos que o
marxismo-leninismo é uma verdade universal.

Com o propósito de solapar a causa do socialismo em nosso país, o pérfido


inimigo utiliza especialmente certas pessoas como os trotskistas-chentuhsiuistas,
que, sob a máscara de "esquerdistas", atacam os passos e as medidas concretas
no terreno de nossas transformações socialistas. Dizem que procedemos com
"demasiada inconsequência", "com um espírito excessivamente conciliador"; que
"nos afastamos do marxismo-leninismo". Com essas disparatadas afirmações
pretendem turvar as águas. Querem que rompamos a aliança com a burguesia
nacional e de pronto a expropriemos. Também estão descontentes pelo fato de
nossa política ser "demasiado lenta" nos domínios da agricultura; querem que
rompamos a aliança com o campesinato. Acaso não é isso o mais rematado
absurdo? Se procedêssemos como eles querem, isso alegraria apenas os
imperialistas e o traidor Tchang Kai-Chek.
Nossos inimigos têm que se sentir profundamente descontentes porque
nosso povo se traçou um firme objetivo — a construção do socialismo e as
medidas concretas a serem realizadas para sua consecução. Será necessário
dizer que tudo aquilo que mais desgosta o inimigo é o que há de melhor para
nosso povo?

3. O Regime Político de Democracia-Popular em Nosso País e


os Direitos e Deveres do Povo

O art. 2º do Projeto de Constituição determina: "Na República Popular da


China todo o poder pertence ao povo, personificado na Assembléia Nacional de
Representantes do Provo da China e nas Assembléias locais de Representantes
do Povo".

Esse enunciado e alguns mais de outros artigos mostram que o sistema


político de nosso Estado é o de Assembléias de Representantes do Povo. Há cinco
anos, assimilando a prolongada experiência de organização política nas bases
revolucionárias populares de nosso país, e levando em conta a experiência da
União Soviética e dos países de democracia-popular, nosso Programa Geral
definiu esse sistema político de nosso Estado. Sendo a soma de cinco anos de
experiência de trabalho dos organismos do Estado e da experiência das
Conferências de Representantes Populares de todos os graus, e representando o
pensamento de todas as camadas da população, o Projeto de Constituição
contém enunciados ainda mais perfeitos sobre o sistema político de nosso
Estado. A utilização, por nós, desse sistema político decorre diretamente da
própria natureza de nosso Estado.

O Povo chinês quer assegurar, por meio desse sistema político, o avanço do
país para o socialismo.

O sistema das Assembléias de Representantes do Povo pode tornar-se o


sistema político adequado a nosso Estado porque propicia às massas populares o
exercício de seus direitos, sua participação permanente na direção do Estado e,
por conseguinte, o desenvolvimento de sua atividade e de sua iniciativa criadora.
É claro que, se não existisse um sistema político adequado que permitisse às
massas populares desenvolver sua capacidade na esfera da direção do Estado,
seria impossível mobilizá-las e organizá-las — como é preciso — para a
construção do socialismo.

Em nosso país, as Assembléias de Representantes do Povo, de todos os


graus, são constituídas através de eleições gerais. O Projeto de Constituição
estipula que todos os cidadãos, ao atingir a idade de 18 anos, têm o direito de
eleger e ser eleitos, independentemente da nacionalidade e da raça a que
pertençam, do sexo, da profissão, da origem social, da crença, do grau de
instrução, da situação econômica ou da residência. Nas atuais condições
concretas de nosso pais, é ainda necessário, de acordo com a lei, privar do
direito de eleger e ser eleitos, por prazo indeterminado, os proprietários de terra
feudais e os representantes do capital burocrático. É necessário, ainda,
estabelecer normas desiguais de representação eleitoral nas cidades e nos
povoados, aplicar o sistema de eleições indiretas em vários graus e, nas eleições
para os órgãos inferiores, realizar a votação, na maioria dos casos, por
levantamento de mão. O sistema eleitoral em nosso país irá sendo
gradativamente aperfeiçoado e, uma vez criadas as condições correspondentes,
será aplicado plenamente o sistema de eleições gerais, iguais e diretas, com
votação secreta. No entanto, o atual sistema eleitoral corresponde à presente
situação de nosso país: é extraordinariamente cômodo para o povo e leva em
conta os interesses das minorias nacionais e das classes democráticas,
assegurando-lhes representação correspondente. As Assembléia de
Representantes do Povo, constituídas mediante tais eleições, expressam
inteiramente a vontade do povo, sendo, portanto, órgãos representativos do
povo com caráter altamente democrático.

O Projeto de Constituição determina que o exercício do poder supremo do


Estado no país está integralmente centralizado na Assembléia Nacional de
Representantes do Povo da China. Nossos órgãos administrativos do Estado —
desde o Conselho de Estado até os Comitês Populares locais — são criados por
órgãos do poder estatal como a Assembléia Nacional de Representantes do Povo
da China e as Assembléias locais de Representantes do Povo, e estão sob seu
controle; seus membros podem ser destituídos por tais órgãos. Essa é a razão
pela qual nossos órgãos administrativos do Estado não podem, de maneira
alguma, desenvolver sua atividade independentemente das Assembléias de
Representantes do Povo ou contra a vontade das mesmas. De acordo com a
situação real de nosso país, e com base na experiência de organização dos
órgãos superiores do Poder do Estado — experiência acumulada desde a
fundação da República Popular da China —, as funções da chefia do Estado em
nosso país são desempenhadas conjuntamente pelo Comitê Permanente da
Assembléia Nacional de Representantes do Povo da China e pelo Presidente da
República Popular da China, eleitos pela Assembléia Nacional. Assim, pois, a
chefia do Estado em nosso país é coletiva. Tanto o Comitê Permanente quanto o
Presidente da República Popular da China não possuem atribuições superiores às
da Assembléia Nacional de Representantes do Povo.

Todo importante negócio do Estado não é resolvido em nosso país por uma
só pessoa ou por um grupo de pessoas. Uma vez que o sistema das Assembléias
de Representantes de» Povo foi estabelecido como sistema político fundamental
de nosso país, todas as questões essenciais devem ser discutidas e resolvidas
pelas Assembléias de Representantes do Povo. As mais importantes questões de
cunho nacional são discutidas e decididas pela Assembléia Nacional de
Representantes do Povo da China, ou, no intervalo de suas sessões, por seu
Comitê Permanente; os problemas importantes de caráter local são discutidos e
resolvidos pelas Assembléias locais de Representantes do Povo. Assim, pois, as
Assembléias de Representantes do Povo são órgãos do poder estatal que podem
adotar decisões acerca de questões de importância e controlar sua execução.
O segundo parágrafo do art. 2 do Projeto de Constituição declara: "A
Assembléia Nacional de Representantes do Povo da China, as Assembléias locais
de Representantes do Povo, e outros órgãos do Estado, aplicam o sistema do
centralismo democrático".

Através do sistema de Assembléias de Representantes do Povo, exercemos o


poder do Estado de um modo centralizado e concentrado; nisso consiste
precisamente, em nosso país, o centralismo democrático.

Um jornal reacionário de Hong Kong diz que nosso "sistema de Assembléias


de Representantes do Povo nada mais é que um sistema de centralização do
Poder". Esses elementos reacionários pensam haver encontrado, assim, um
pretexto para nos atacar. Nós — os marxistas-leninistas — já há muito
declaramos, porém, que somos partidários do centralismo. A questão reside
unicamente em saber de que centralismo se trata — do centralismo absolutista
de um punhado de grandes senhores feudais ou de um punhado de grandes
capitalistas?, ou do centralismo democrático das massas populares, dirigidas pela
classe operária? Esses dois sistemas de centralismo são, sem dúvida, duas coisas
completamente diferentes. Como o Projeto de Constituição determina, em nosso
país um elevado grau de centralização funde-se com um alto grau de
democracia. Nosso sistema político é altamente centralizado, mas essa elevada
centralização baseia-se em uma elevada democracia.

Quando um povo se encontra oprimido não dispõe da possibilidade de


concentrar plenamente sua vontade e suas forças. Precisamente por isso, o povo
chinês era antes chamado — em tom de mofa — de "prato de areia". A revolução
concentrou a vontade e as forças do povo, e esse, havendo-se emancipado e
havendo criado seu Estado, deve, inevitavelmente, concentrar toda sua vontade
e suas forças no aparelho de Estado, a fim de o converter em poderosa arma.
Quanto mais firme, melhor pode o aparelho do Estado Popular defender os
interesses do povo, assegurar seus direitos democráticos e garantir a construção
do socialismo.

Em seu trabalho "Sobre o Governo de Coalizão", o camarada Mao Tsé-Tung,


ao se referir ao regime político de nosso país, indicou, de modo preciso:

"Esse Poder será, ao mesmo tempo, democrático e centralizado — dito


de outra maneira: centralizado com base na democracia, e democrático
sob uma direção centralizada".

Esse é o nosso princípio.

Muitas pessoas existem que, com freqüência, consideram erroneamente a


democracia e o centralismo como duas coisas completamente opostas e
incompatíveis. Consideram que onde há democracia não pode haver centralismo,
e vice-versa. Ao ver a unidade política de nosso povo nos órgãos do Estado e o
elevado grau de centralização da direção de todo o país, pretendem demonstrar
que em nosso país "não há democracia". Seu erro consiste, simplesmente, em
que não podem compreendei a democracia-popular, razão por que não podem
conseqüentemente ter idéias do que é o centralismo com base na democracia-
popular.

O trabalho das Assembléias de Representantes do Povo e de todos os órgãos


do Estado baseia-se nos interesses comuns e na vontade única do povo. Por isso,
em todos esses órgãos do Estado pode ser criada, precisamente com base na
democracia, a unidade política do povo. Entretanto, embora exista a unidade
política, não se pode, absolutamente, abandonar ou reduzir a crítica e
autocrítica. Ao contrário: a crítica e autocrítica é uma das manifestações mais
importantes de nossa vida democrática. No trabalho de todos nossos órgãos
estatais pode haver sempre defeitos e erros. Por isso, nas sessões da Assembléia
Nacional de Representantes do Povo da China e das Assembléias locais de
Representantes do Povo, nas reuniões e na atividade cotidiana de todos os
órgãos do Estado, é necessário desenvolver, amplamente, a crítica e autocrítica.
Devemos utilizar a arma da crítica e autocrítica para fazer com que progrida o
trabalho dos órgãos do Estado, para corrigir constantemente os defeitos e erros;
para lutar contra o burocratismo, que determina o isolamento para com as
massas; para zelar por que as instituições estatais mantenham, de modo
permanente, estreito contacto com as massas populares e expressem com
justeza sua vontade. Sem uma ampla crítica e autocrítica é impossível conseguir
a unidade política do povo e conservá-la. O esmagamento da crítica em nossos
órgãos do Estado é um crime.

Do ponto-de-vista burguês é impossível compreender o regime político de


nosso Estado. Muitos jornais burgueses estrangeiros comentam o sistema político
exposto no Projeto de nossa Constituição. A alguns parece estranho que nossas
Assembléias de Representantes do Povo tenham tão amplos direitos, e dizem
que "em particular, a concessão de prerrogativas excessivamente amplas à
Assembléia Nacional de Representantes do Povo da China nos surpreende de
modo involuntário". Outros discutem acerca de se o Presidente de nossa
República Popular da China se encontra na mesma situação que o Presidente da
França ou dos Estados Unidos. Esses críticos pretendem sempre medir nosso
sistema com o mesmo padrão do sistema político dos Estados burgueses, ou,
então, focalizá-lo com base em suas concepções subjetivas, profundamente
estranhas; procuram afirmar uma ou outra coisa. Mas a desgraça está em que
não vêem o que é maior e fundamental: não vêem que na história da China já se
deram enormes transformações — transformações essas realizadas sob a direção
da classe operária — e que o povo chinês se tornou o dono de seu país.

Alguns críticos burgueses estrangeiros arremetem contra o centralismo e o


coletivismo de nosso povo e, baseando-se nisso, afirmam que em nosso país
"não há liberdade individual", "são ignorados os interesses do indivíduo". Por
isso, precisamente, quero analisar se o elevado centralismo e coletivismo do
povo prejudicam os interesses e a liberdade do indivíduo integrante das massas
populares.

Em muitos artigos do Projeto de Constituição se determina que os cidadãos


de nosso país gozam de amplas liberdades e direitos. No Projeto de Constituição
se diz que os cidadãos têm liberdade de palavra, de imprensa, de reunião, de
associação e de desfiles e manifestações de rua, e que o Estado assegura essas
liberdades aos cidadãos, concedendo-lhes as condições materiais necessárias. O
Projeto de Constituição estabelece, também, que "a liberdade individual dos
cidadãos da Republica Popular da China é inviolável". "Nenhum cidadão pode ser
preso senão por decisão de Tribunal Popular ou mediante sanção da Procuradoria
Popular.". (...) "O domicilio dos cidadãos da República Popular da China é
inviolável. A lei assegura o sigilo da correspondência". "Os cidadãos da República
Popular da China gozam da liberdade de residência e de locomoção".

O Projeto de Constituição estabelece, também, que os cidadãos têm direito


ao trabalho e à instrução e que os trabalhadores têm direito ao repouso e à
assistência econômica na velhice, bem como no caso de doença e de perda da
capacidade de trabalho. No Projeto de Constituição se estabelece que o Estado
assegurará esses direitos dos cidadãos mediante a ampliação gradual das
condições materiais ainda insuficientes. Alem disso, o Projeto de Constituição
estatui que se concede aos cidadãos a liberdade de crença. O fato de nosso
Estado poder preocupar-se com as liberdades e os direitos de cada cidadão é
determinado, indiscutivelmente, pelo próprio regime estatal e social de nosso
país. As massas populares não têm, nem podem ter, em nenhum Estado
capitalista, uma liberdade individual tão ampla como a de que goza o povo em
nosso país.

Certos críticos estrangeiros manifestam estranheza ao ver que, de um lado,


asseguramos os direitos e as liberdades democrático-populares e, de outro lado,
reprimimos toda atividade traidora e contra-revolucionária e castigamos
severamente todos os traidores e contra-revolucionários. Naturalmente, os que
esperavam ver garantida na Constituição a liberdade de ação dos traidores e
contra-revolucionários só podem sofrer desilusões. Nossa Constituição e todas
nossas leis não darão, jamais, sequer as mais insignificantes facilidades aos
imperialistas estrangeiros — que sonham escravizar nosso povo —, nem aos
lacaios do imperialismo. Não é verdade, porém, que nosso povo alcançou a
verdadeira liberdade precisamente pelo fato de os traidores e contra-
revolucionários haverem sido privados da liberdade?

A certos críticos estrangeiros parece estranho que, de um lado, asseguremos


aos cidadãos a liberdade de crença, e que, de outro lado, castiguemos os
elementos imperialistas e os traidores que acobertados sob o manto da religião
desenvolvem, na realidade, atividades contra-revolucionárias. Naturalmente,
nada mais podem esperar que desilusões aqueles que querem que asseguremos
a liberdade aos elementos imperialistas e aos traidores cuja atividade visa à
derrubada do poder democrático-popular em nosso país. O Projeto de
Constituição prevê que nosso Estado continuará, realmente, a garantir, aos
cidadãos a liberdade de crença. Entretanto, a garantia da liberdade de crença e a
garantia da liberdade de atividades contra-revolucionárias são duas coisas
diversas, que jamais devem ser confundidas. Nossa Constituição e todas nossas
leis jamais darão, tampouco, a mais insignificante facilidade aos que,
acobertando-se com o manto da religião, realizem atividades contra-
revolucionárias. Nenhuma dificuldade há em compreender essa verdade.

No regime capitalista o Estado protege unicamente os interesses e as


liberdades de uma ínfima minoria exploradora e priva de direitos e liberdades a
imensa maioria explorada. Em nosso país as coisas se passam precisamente do
modo inverso; a ninguém é permitido — em nome dos interesses e da liberdade
de uma pessoa ou de um reduzido número de pessoas — prejudicar os interesses
e a liberdade da maioria, e os interesses gerais do Estado e da sociedade.
Precisamente em virtude dessa circunstância, o art. 14 do Projeto de
Constituição estabelece:

"O Estado proíbe a quem quer que seja utilizar a propriedade privada
em detrimento dos interesses sociais".

Em nosso país deve ser limitada e proibida, de modo indiscutível, a chamada


"liberdade" de causar dano aos interesses sociais. Ao contrário: nosso Estado
manifesta grande atenção e muita solicitude pelos interesses de cada pessoa. Os
interesses gerais de nosso Estado e da sociedade não podem estar divorciados
dos interesses do indivíduo. O socialismo e o coletivismo são inconcebíveis
quando desligados dos interesses do indivíduo. Nosso Estado protege
plenamente os interesses gerais do Estado e da sociedade. Esses interesses
gerais são a base que assegura a satisfação dos interesses individuais de cada
uma das pessoas que integram as massas populares.
O fato de nosso Estado poder levar as amplas massas populares a participarem,
de maneira ativa, da vida estatal e social possibilita que as massas populares —
compenetradas do espírito do coletivismo na vida social — cumpram, de maneira
consciente, suas obrigações para com a sociedade e o Estado. Tal fato patenteia
que nosso regime democrático-popular atende aos interesses do povo. Quererá
isso dizer que as massas populares, nas condições do coletivismo e existindo
determinadas obrigações para com a sociedade e o Estado, possam ser privadas
dos interesses pessoais e da liberdade individual? Naturalmente que não. No
regime democrático-popular e socialista as massas populares podem convencer-
se, pela própria experiência, de que os interesses gerais do Estado e da
sociedade são inseparáveis dos interesses pessoais e formam com ele um só
todo. No regime democrático-popular e socialista o povo goza de plenos direitos
democráticos e, ao mesmo tempo, tem múltiplos deveres. Uma vez que o povo
toma plenamente em suas mãos o exercício do poder do Estado, também
cumprirá integralmente seus deveres como dono do país.

Em nosso país os direitos e os deveres do povo coincidem por completo.


Ninguém pode ter exclusivamente deveres sem gozar de direitos, da mesma
forma que a ninguém é dado desfrutar só de direitos sem ter qualquer dever. No
Projeto de Constituição se estabelece que os cidadãos da República Popular da
China devem cumprir a Constituição e as leis; observar a disciplina no trabalho e
a ordem social, e respeitar as normas da moral pública. No Projeto de
Constituição fica, igualmente, determinado que os cidadãos da República Popular
da China têm o dever de cuidar e proteger a propriedade social; pagar os
impostos de acordo com a lei, e prestar o serviço militar. Finalmente, no Projeto
de Constituição se determina: "A defesa da Pátria é dever sagrado de todo
cidadão da República Popular da China". Esses deveres, definidos no Projeto de
Constituição, devem ser cumpridos por todos os cidadãos, sem exceção. Esses
postulados do Projeto de Constituição contribuirão para que se eleve, cada vez
mais, o sentimento de alta responsabilidade das massas populares por sua
grande pátria. Já que nosso país é um Estado popular e os interesses do Estado
e do povo coincidem integralmente, é natural que o povo considere como
próprios os deveres para com o Estado.

Todo aquele que intentar fugir ao cumprimento desses deveres não poderá
deixar de ser condenado pela sociedade.

Nosso povo se esforça por empregar todas suas energias na defesa de nossa
pátria, na causa do fortalecimento incessante do regime democrático-popular;
esforça-se por tomar parte na grande obra da construção do socialismo. Isso é
natural, pois quanto mais poderosa for nossa pátria, quanto mais sólido for nosso
regime democrático-popular, mais progredirá a construção do socialismo e
melhor serão assegurados e ampliados os direitos e as liberdades das massas
populares.

4. Autonomia Nacional

No "Preâmbulo" e em diversos artigos do Projeto de Constituição se definem


as relações entre todas as nacionalidades do país como relações de igualdade de
direitos de amizade e de ajuda mútua, e se garante a todas as minorias
nacionais o direito à autonomia.

Com a proclamação da República Popular da China foi liquidado o sistema de


opressão nacional e se estabeleceram entre todas as nacionalidades de nosso
país novas relações, baseadas na igualdade de direitos, na amizade e na ajuda
mútua, e em todas as regiões habitadas por minorias nacionais começou a
progredir gradualmente o desenvolvimento político, econômico e cultural e a
melhorar, de modo gradual, a vida do povo. Nosso país já se converteu em uma
grande família de povos livres e iguais em direito. No Projeto de Constituição
está sintetizada a experiência adquirida nesse sentido e se dá novo passo à
frente em comparação com o Programa Geral no que se refere à autonomia das
regiões nacionais e ao desenvolvimento político, econômico e cultural das
minorias nacionais.

Nosso Estado é um Estado de democracia-popular dirigido pela classe


operária e que marcha pela senda da construção da sociedade socialista. Por
isso, pode resolver a questão nacional dentro de um espírito inteiramente
democrático e de igualdade de direitos nacionais e estabelecer uma colaboração
efetiva entre as diferentes nacionalidades existentes no país. Afirmamos,
resolutamente, que é necessário conceder às diferentes nacionalidades
existentes na China a possibilidade de participarem ativamente da vida política
de todo o país e, além disso — em consonância com o princípio da autonomia
das regiões nacionais —, de se converterem em donas de seus destinos e de
exercerem o direito de gerir seus assuntos internos. Somente assim é possível
acabar com as barreiras e a discriminação entre as nacionalidades — barreiras e
discriminação herdadas do passado — e fortalecer incessantemente entre elas a
confiança mútua e a coesão.

No Projeto de Constituição indica-se com clareza que todos os cidadãos de


nosso país — independentemente da nacionalidade e da raça a que pertençam —
são iguais em direitos; ao mesmo tempo, nele se diz que a discriminação e a
opressão de qualquer nacionalidade são contra a lei. No Projeto de Constituição
estabelece-se também que todas as nacionalidades gozam da liberdade de
utilizar e desenvolver sua língua falada e escrita, da liberdade de manter ou
modificar seus usos e costumes. Os princípios democrático-populares e
socialistas pelos quais se rege nosso Estado ao resolver a questão nacional,
assim como as medidas concretas que é necessário pôr em prática de acordo
com esses princípios, estão referendados, em forma de lei, no Projeto de
Constituição. O Projeto de Constituição reflete a unidade de interesses entre as
distintas nacionalidades de nosso país. Todas elas — inclusive os han e outras
nacionalidades irmãs — estiveram submetidas, durante mais de um século, à
opressão do imperialismo estrangeiro. Os imperialistas organizaram toda espécie
de conspirações e solaparam os vínculos entre as nacionalidades de nosso país,
formados no decorrer da História, procurando, com isso, levar à prática sua
agressiva política de "dividir para reinar". Depois da formação da República
Popular da China, todas as nacionalidades de nosso país foram libertadas da
opressão imperialista; não obstante, os imperialistas continuam insensatamente
orientando todos seus esforços no sentido de dividir as diversas nacionalidades
de nosso país e, assim, conseguir seu objetivo: escravizá-las novamente. Em
resposta a esses desígnios agressivos dos imperialistas, as nacionalidades de
nosso país devem redobrar a vigilância, não dar aos imperialistas a menor
possibilidade de realizar tais desígnios. Todas as nacionalidades de nosso país
devem reforçar e consolidar a unidade de nossa Pátria; unir-se de forma mais
estreita ainda em um todo único, e lutar em comum pela construção de nossa
grande pátria. No Projeto de Constituição está escrito que a República Popular da
China é um Estado multinacional único e que as regiões autônomas nacionais são
parte inalienável da República Popular da China. É perfeitamente compreensível
ser tal formulação absolutamente indispensável, pois corresponde,
integralmente, aos interesses comuns das diversas nacionalidades de nosso país.

Nos artigos do Projeto de Constituição garante-se às diferentes minorias


nacionais a possibilidade real de gozar do direito à autonomia nas regiões onde
formem uma população compacta. Os órgãos de administração autônoma das
regiões autônomas nacionais não só exercem as funções gerais dos órgãos locais
do Estado, como, ainda, dentro dos limites das atribuições conferidas pela
Constituição e pelas leis, podem administrar as finanças em cada localidade, criar
em cada lugar destacamentos de segurança pública conformes ao sistema militar
do país e elaborar estatutos de autonomia e outros estatutos especiais que
correspondam às peculiaridades políticas, econômicas e culturais da
nacionalidade em causa. As formas dos órgãos de administração autônoma nas
regiões autônomas podem ser determinadas em consonância com a vontade
expressa da maioria da população da nacionalidade que goze de autonomia
regional. No exercício de suas funções, os órgãos de administração autônomas
devem empregar as línguas faladas e escritas de uso entre as respectivas
nacionalidades. Embora nas zonas equivalentes a um município em que viva uma
população compacta de minorias nacionais não seja possível, nem necessária, a
criação de órgãos de administração autônoma para tornar efetivo o exercício dos
mencionados direitos à autonomia, é, no entanto, igualmente necessária a
criação de municípios nacionais segundo as particularidades das minorias
nacionais.

É necessário assinalar que são inadmissíveis o chauvinismo de grande


potência e o nacionalismo local, prejudiciais à coesão das diferentes
nacionalidades de nosso país e ao exercício da autonomia nacional regional. No
"Preâmbulo" do Projeto de Constituição se indica que, a fim de continuar
reforçando a união das nacionalidades, é indispensável lutar não só contra o
imperialismo e contra os inimigos do povo no seio de cada nacionalidade, mas
também contra o chauvinismo de grande potência e o nacionalismo local.

Os han constituem a esmagadora maioria da população de nosso país; em


conseqüência das condições históricas, os han estão incomparavelmente mais
desenvolvidos que outras nacionalidades de nosso país no que se refere à
política, à economia e à cultura; isso, porém, não permite, de maneira alguma,
afirmar que os han possam gozar de direitos exclusivos e dar mostras de desdém
por outras nacionalidades irmãs. Ao contrário: os han têm uma obrigação
especial — ajudar o desenvolvimento das diferentes nacionalidades irmãs.
Apesar de haverem obtido o direito à igualdade nacional de direitos, as diversas
minorias nacionais não poderão, apenas com suas próprias forças e
possibilidades, liquidar rapidamente seu atraso econômico e cultural. Por isso, a
ajuda dos han é de extraordinária importância para as minorias nacionais. Os
han devem prestar às nacionalidades irmãs uma ajuda sincera e multiforme no
desenvolvimento de sua economia e de sua cultura. Os quadros han enviados
para trabalhar nas regiões das minorias nacionais devem manifestar
particularmente a maior solicitude pelo desenvolvimento da economia e da
cultura das minorias nacionais e pela elevação do nível de vida das mesmas;
devem servi-las com abnegação, ajudá-las a reforçar sua unidade, e contribuir
para o crescimento gradual dos quadros nacionais locais a fim de que possam
desempenhar toda espécie de trabalhos de direção nos lugares onde se acharem.
Como resultado da influência que exerceram no passado as classes dominantes
reacionárias, entre os han — mesmo entre os quadros han — se sente ainda a
sobrevivência da nefasta ideologia do chauvinismo da Grande China, que se
manifesta, por exemplo, na falta de respeito para com os usos e costumes das
minorias nacionais, e suas línguas faladas e escritas; no não reconhecimento de
sua liberdade de crença e de seu direito de gerir os assuntos internos; na
tendência a não levar em conta os quadros nacionais mesmo quando em
trabalho nas regiões povoadas por minorias nacionais; no fato de não os
consultar sobre o trabalho; em não acreditar que pela atividade prática possam
desenvolver suas habilitações indispensáveis à concretização de diferentes
medidas etc. É indubitável que essa ideologia do chauvinismo da Grande China e
atos idênticos solapam inevitavelmente a coesão das nacionalidades e são
inteiramente incompatíveis com o regime de nosso Estado. Os han e os quadros
han devem sempre esforçar-se pela superação da ideologia do chauvinismo da
Grande China. Por outro lado, entre as minorias nacionais subsiste a ideologia do
nacionalismo local. Do mesmo modo que o chauvinismo da Grande China, essa
ideologia é uma herança de um longo passado. É mister assinalar que a ideologia
do nacionalismo local e os atos cometidos dentro de seu espírito também causam
dano à coesão entre as diversas nacionalidades e são extremamente prejudiciais
aos interesses das próprias nacionalidades. Eis por que devem também ser
eliminados.

A construção da sociedade socialista é o objetivo comum de todas as


nacionalidades de nosso país. Somente o socialismo poderá assegurar a cada
nacionalidade um elevado desenvolvimento econômico e cultural. Nosso Estado
tem o dever de ajudar cada nacionalidade de nosso país a trilhar, gradualmente,
o caminho que leva à felicidade.

Entretanto, uma vez que o desenvolvimento das diferentes nacionalidades


ocorreu em condições históricas diferentes, não é possível considerar, de
maneira alguma, que elas possam chegar ao socialismo ao mesmo tempo e pelos
mesmos caminhos. No "Preâmbulo" do Projeto de Constituição está assinalado:

"Durante o desenvolvimento econômico e cultural, o Estado preocupar-


se-á com as necessidades de todas as nacionalidades, e no que se
refere às transformações socialistas levará em conta, plenamente, as
particularidades do desenvolvimento das mesmas.".

Isso significa que, em conseqüência das diferenças existentes no grau de


desenvolvimento das distintas nacionalidades, não será resolvida de modo
idêntico a questão relativa ao tempo e às formas em que deverão realizar-se
nelas as transformações socialistas. É necessário facilitar às massas populares
das diferentes nacionalidades e aos chefes a elas mais estreitamente ligados a
possibilidade de examinar, sem precipitação, todas essas questões, e de resolvê-
las de acordo com seu desejo.

Em algumas regiões de minorias nacionais, as transformações socialistas


serão iniciadas algo mais tarde do que nas regiões povoadas pelos han e para
sua realização será necessário um tempo mais longo. Por sua vez, quando essas
minorias nacionais realizarem as transformações socialistas, na maioria das
regiões do país já haverão sido conseguidos, provavelmente, grandes êxitos na
construção do socialismo e existirão condições mais favoráveis para as
transformações socialistas entre essas minorias nacionais, já que o Estado, por
essa época, poderá prestar-lhes grande ajuda material. Vendo, então, as
vantagens do socialismo vitorioso em todo o país as amplas massas populares
das minorias nacionais seguirão de bom-grado esse caminho. Mesmo se um
pequeno grupo de pessoas der mostras de aborrecimento pelo fato de as
transformações socialistas poderem prejudicar seus interesses pessoais, o Estado
poderá traçar uma política apropriada que garanta, de modo conveniente, o seu
viver. Eis porque as transformações socialistas nas regiões povoadas pelas
minorias nacionais podem efetuar-se de maneira gradual, durante um período
relativamente prolongado, através da utilização, para isso, de formas ainda mais
moderadas. Nas regiões das minorias nacionais onde ainda não foram
completadas, as transformações democráticas poderão efetuar-se
posteriormente, através da utilização de algumas formas moderadas, passando
depois, de modo gradual, ao socialismo. É indubitável que cada cidadão de nosso
país — mesmo um membro das minorias nacionais — que apóia o regime de
democracia-popular e faz parte da coesa família dos povos de nosso país terá um
futuro luminoso e ocupará o lugar que lhe cabe na sociedade socialista.

O que acima expusemos esclarece o conteúdo básico do Projeto de


Constituição.

III — As emendas e acréscimos apresentados ao Projeto


de Constituição durante sua discussão por todo o povo

Durante a discussão do projeto de constituição, as massas populares do país


propuseram inúmeras emendas e acréscimos e apresentaram, ainda, diversas
questões. Acima, dei parcialmente alguns esclarecimentos acerca dessas
propostas e questões. Quero referir-me agora a outras propostas e questões
formuladas pelas massas populares durante a discussão do Projeto de
Constituição.

Todas as propostas feitas pelas massas populares foram examinadas pela


Comissão de Constituição. Parte dessas propostas trata de questões que não
dizem respeito ao conteúdo da Constituição, mas ao de outras leis, motivo por
que devem ser levadas em conta ao serem elaboradas ditas leis.

Por haverem sido aceitas propostas das massas populares, o Projeto de


Constituição sofreu algumas modificações em seu conteúdo, redação e
linguagem.

Não é necessário mencionar aqui cada emenda apresentada ao Projeto de


Constituição submetido a exame dos deputados. Mencionarei apenas as emendas
mais importantes e sobre elas darei explicações.

1. Sobre a emenda ao terceiro parágrafo do art. 3º do projeto de


Constituição. Esse parágrafo estabelecia: «Todas as nacionalidades gozam a
liberdade de usar e desenvolver a língua falada e escrita, e da liberdade de
manter ou modificar seus usos e costumes e credos religiosos.». Esse postulado
é, em essência, igual ao conteúdo de um dos artigos do Programa Geral. Certos
cidadãos propõem que nesse parágrafo se assinale não só que todas s
nacionalidades gozam da liberdade de desenvolver sua língua falada e escrita,
mas também que todas as nacionalidades gozam da liberdade de usar sua língua
falada e escrita. Há, ainda, os que consideram que, em virtude de o artigo 88 do
Projeto de Constituição estabelecer que "Os cidadãos da República Popular da
China têm garantida a liberdade de crença", o postulado sobre a liberdade de
manter e modificar os credos religiosos, contido no terceiro parágrafo do art. 39,
é uma redundância e deve ser suprimido. A Comissão de Constituição considera
justas ambas as propostas. O terceiro parágrafo do art. 39 deve ser alterado
para a forma seguinte: "Todas as nacionalidades gozam da liberdade de usar e
desenvolver sua língua falada e escrita, e da liberdade de manter ou modificar
seus usos e costumes.".

2. Sobre uma emenda ao art. 59 do Projeto de Constituição. Nesse artigo se


fala da existência, em nosso país, de diferentes formas de propriedade dos meios
de produção. Certos cidadãos propõem que se precise que as quatro formas de
propriedade enumeradas no mesmo artigo — isto é: a propriedade o Estado, a
propriedade cooperativa, a propriedade dos trabalhadores individuais e a
propriedade dos capitalistas — são atualmente, em nosso país, as formas
fundamentais de propriedade, mas não as únicas. Os autores dessa emenda
consideram que além das quatro enumeradas nesse artigo existem em nosso
país ainda outras formas de propriedade, e que, por isso, esse artigo será falho
se a ele não for acrescentada a palavra "fundamentais".

A Comissão encarregada de elaborar o Projeto de Constituição considera que


essa opinião corresponde à situação realmente existente em nosso país. De fato,
em algumas regiões de nosso país habitadas por minorias nacionais existe
atualmente uma forma de propriedade feudal e até mesmo formas mais
atrasadas do que essa. O quarto parágrafo do art. 70 do Projeto de Constituição
indica que os órgãos da administração autônoma das regiões autônomas "podem
— em conformidade com as particularidades políticas, econômicas e culturais da
nacionalidade do lugar em causa — elaborar estatutos de autonomia e outros
estatutos especiais". As "particularidades econômicas" aqui mencionadas incluem
precisamente a questão das formas especiais de propriedade existentes em
algumas regiões das minorias nacionais. Como é natural, essas formas de
propriedade ocupam lugar extremamente insignificante no conjunto da economia
do país. Além disso, na ainda não libertada província de Taiwan — onde o
imperialismo norte-americano e a camarilha traidora de Tchang Kai-Chek hoje
oprimem e espoliam cruelmente a população local — a propriedade dos
imperialistas estrangeiros, a propriedade do capital burocrático e a propriedade
dos latifundiários não só subsistem como desfrutam de situação dominante. As
formas de propriedade anteriormente mencionadas não estão incluídas entre as
quatro formas enumeradas no art. 59.

Por isso, a Comissão encarregada de elaborar o Projeto de Constituição


aceitou essa proposta, acrescentando ao texto do art. 59 a palavra
«fundamentais».

Outra emenda ao art. 59 especifica a propriedade cooperativa como


propriedade coletiva das massas trabalhadoras. Essa emenda explica de maneira
mais exata o sentido da propriedade cooperativa.
3. Várias emendas foram introduzidas nos primeiros parágrafos dos arts. 89,
99 e 10 do Projeto de Constituição. Esses parágrafos determinam,
separadamente, que o Estado, de acordo com a lei, protege o direito de
propriedade dos camponeses, artesãos e outros trabalhadores individuais —
assim como o dos capitalistas — sobre os meios de produção e outros bens. No
texto inicial do Projeto de Constituição essas disposições eram, por seu
conteúdo, uma repetição das constantes do art. 11. Assim, o artigo 11 do Projeto
de Constituição estabelecia: «O Estado protege o direito de propriedade dos
cidadãos sobre as rendas legais, as economias, a habitação e outros meios de
existência". Essa disposição reconhecia a todos os cidadãos o direito de possuir
quaisquer espécies de bens, exceto os meios de produção. Agora o primeiro
parágrafo do art. 89 do Projeto de Constituição foi modificado para a forma
seguinte: "De acordo com a lei, o Estado protege o direito de propriedade dos
camponeses sobre a terra e outros meios de produção"; o primeiro parágrafo do
art. 99 passou a dizer: "De acordo com a lei, o Estado protege o direito de
propriedade dos artesãos, e de outros trabalhadores individuais não agrícolas
sobre os meios de produção"; o primeiro parágrafo do art. 10 está assim agora
redigido: "De acordo com a lei, o Estado protege o direito de propriedade dos
capitalistas sobre os meios de produção e outros capitais". Por "outros capitais"
subentende-se, nesse parágrafo, o capital sob outras formas que não sejam os
meios de produção — como por exemplo, o capital comercial. A adoção dessas
emendas permitiu fossem eliminadas repetições nos diversos artigos.

4. O texto inicial do primeiro parágrafo do art. 23 do Projeto de Constituição


declarava: "A Assembléia Nacional de Representantes do Povo da China é
integrada por representantes eleitos pelas províncias, pelas cidades subordinadas
à Administração Central, pela minorias nacionais, pelas forças armadas e pelos
chineses residentes no estrangeiro.". Agora, esse artigo está assim redigido: "A
Assembléia Nacional de Representantes do Povo da China é composta de
representantes eleitos pelas províncias, pelas regiões autônomas, pelas cidades
subordinadas à Administração Central, pélas forças armadas e pelos chineses
residentes no estrangeiro". Foi necessário introduzir essa modificação porque nas
eleições para deputados à Assembléia Nacional de Representantes do Povo da
China as minorias nacionais não constituem unidades eleitorais; apenas a região
autônoma nacional é uma unidade eleitoral territorial como a província e a cidade
subordinada à Administração Central.

Entretanto, os deputados das minorias nacionais à Assembléia Nacional de


Representantes do Povo da China são eleitos não só pelas regiões autônomas,
mas também pelas províncias e cidades subordinadas à Administração Central.
Eis por que ao eleger os deputados à Assembléia Nacional de Representantes do
Povo da China, em nome das províncias e das cidades subordinadas à
Administração Central, é necessário chamar a atenção para a observância da
proporcionalidade da representação das minorias nacionais. Para isso
modificamos o segundo parágrafo do artigo 23. Na nova redação desse artigo
sublinha-se especialmente que na Lei Eleitoral é preciso determinar a
proporcionalidade de representação e a maneira pela qual devem ser eleitos os
deputados das minorias nacionais. Na realidade, isso já foi feito no "Regulamento
Sobre as Eleições Para a Assembléia Nacional de Representantes do Povo da
China e para as Assembléias Locais de Representantes do Povo", publicado em
fevereiro de 1953 pelo Governo Popular Central.

5. Foram introduzidas emendas nos arts. 34 e 35 do Projeto de Constituição


— artigos que contêm os postulados sobre as diferentes comissões criadas pela
Assembléia Nacional de Representantes do Povo da China. Em virtude do art. 34,
essa Assembléia constitui a Comissão de Negócios das Nacionalidades, a
Comissão de Projetos Legislativos, a Comissão de Orçamento, a Comissão de
Mandatos e outras Comissões que se tornem necessárias. Todas essas
Comissões são órgãos permanentes e têm como missão cooperar no trabalho da
Assembléia Nacional de Representantes do Povo da China. De acordo com suas
atribuições, no intervalo das 'sessões da Assembléia Nacional de Representantes
do Povo a Comissão de Negócios das Nacionalidades e a Comissão de Projetos
Legislativos devem contribuir, também, para o trabalho do Comitê Permanente
da referida Assembléia, ao passo que a Comissão de Orçamento e a comissão de
Mandatos apenas funcionarão durante as sessões da Assembléia. Para mostrar a
diferença existente no caráter do trabalho das duas últimas Comissões, foi
introduzida no segundo parágrafo do art. 34 uma pequena emenda, que diz: “No
período compreendido entre as sessões da Assembléia Nacional do Povo da
China, a Comissão de Negócios das Nacionalidades e a Comissão de Projetos
Legislativos ficam subordinadas à direção do Comitê Permanente da Assembléia
Nacional de Representantes do Povo da China.".

O art. 35 trata das Comissões criadas pela Assembléia Nacional de


Representantes do Povo com o fim de examinar diversas questões. Essas
Comissões são órgãos provisórios constituídos pela Assembléia Nacional com o
fim de controlar o trabalho de outros órgãos do Estado; têm, por isso, caráter
diferente do das Comissões indicadas no art. 34. Essa emenda foi introduzida em
virtude de no texto inicial não estarem definidos com exatidão o caráter e as
tarefas das mencionadas Comissões. Além disso, segundo o art. 31 do Projeto de
Constituição, uma das funções do Comitê Permanente da Assembléia Nacional de
Representantes do Povo é controlar o trabalho de outros órgãos do Estado; por
isso é que para exercer tal controle o Comitê Permanente deve ter o direito de
criar Comissões idênticas com o fim de investigar determinadas questões. Em
virtude disso, as palavras "Por diferentes Comitês e Comissões criados pela
Assembléia Nacional de Representantes do Povo", incluídas no texto inicial do
art. 35 foram substituídas pelas seguintes: "Em caso de necessidade, a
Assembléia Nacional de Representantes do Povo da China, e — no intervalo entre
suas sessões — o Comitê Permanente da mesma, podem criar Comissões com o
fim de investigar determinadas questões.". Dessa forma, mostra-se claramente a
diferença que existe entre as duas espécies de Comissões previstas nos arts. 34
e 35, completando-se também a cláusula que prescreve o direito de o Comitê
Permanente criar Comissões dessa índole.

6. No segundo parágrafo do art. 79 do Projeto de Constituição foi


acrescentada uma disposição indicativa de que os Tribunais Populares de
instância superior controlam a atuação judicial dos Tribunais Populares de
instância inferior. Levando em conta a extensão territorial e a grande população
de nosso país, bem como as dificuldades de comunicações que ainda existem
entre muitas regiões do país, não corresponde às condições reais a disposição
segundo a qual somente o Supremo Tribunal Popular tem o direito de controlar a
atividade judiciária dos Tribunais Populares locais e especiais. Para facilitar a
correção dos erros que possam ser cometidos em matéria judiciária, será mais
racional que — tendo em conta a experiência de trabalho dos tribunais durante o
período transcorrido desde a fundação da República Popular da China e das
condições atuais de nosso país — o controle da atividade judiciária dos Tribunais
Populares de instância inferior seja exercido pelos Tribunais Populares de
instância superior.

7. A Comissão de Constituição introduziu consideráveis emendas nos artigos


do Projeto de Constituição concernentes aos órgãos da Procuradoria,
principalmente nos arts. 81 a 84. O texto dos artigos modificados mostram que
os órgãos de nosso Procuradoria serão: a Suprema Procuradoria Popular, as
Procuradorias Populares locais e as Procuradorias Populares especiais. Nas
Procuradorias Populares, além dos cargos de Procurador, de Procuradores-
Adjuntos e de Juízes de Instrução, fica instituído o Conselho da Procuradoria.
Esse Conselho é o órgão que — sob a direção do Procurador-Geral — resolve as
questões mais importantes relacionadas com o trabalho da Procuradoria. A
criação de semelhantes órgãos consultivos junto à Procuradoria Popular garante
a discussão coletiva dos problemas e uma orientação mais racional do trabalho
da Procuradoria Popular. Cremos que a aplicação de tal sistema nos órgãos da
Procuradoria é o que melhor atende à situação atual de nosso país.

São essas as emendas mais ou menos importantes que introduzimos no


Projeto de Constituição, levando em conta as propostas das massas populares.

Quero ainda referir-me às propostas que a Comissão de Constituição, após


exame, considerou inaceitáveis. Evidentemente no presente informe não é
possível mencionar na íntegra todas essas propostas. Deter-me-ei apenas nas
seguintes questões:

1. Certos cidadãos propõem seja minuciosamente descrita no «Preâmbulo» a


história de nossa revolução — por exemplo: o papel do Partido Comunista da
China na história da revolução chinesa, o papel da aliança entre a classe operária
e o campesinato, e o papel da frente-única —; seja exposta, com maior detalhe,
a história da luta dos heróis que tombaram pela revolução no decurso de mais de
cem anos; sejam mostrados mais detalhadamente os êxitos conquistados em
todas as esferas da economia nacional desde a fundação da República Popular da
China, etc.. A Comissão de Constituição não aceitou semelhantes propostas.

Outros apresentaram com relação ao "Preâmbulo'' dois tipos de propostas


totalmente contrárias: uns consideram que o mesmo deve referir-se às
perspectivas da sociedade comunista; outros julgam que não é necessário falar
do que ainda não foi realizado. Essas propostas também foram recusadas.

Por que não podem ser aceitas essas propostas?


Naturalmente, no «Preâmbulo» do Projeto de Constituição é indispensável
mostrar que essa Constituição é resultado da vitória da revolução do povo
chinês. Entretanto, o "Preâmbulo" da Constituição deve, principalmente,
reportar-se a uma particularidade histórica — a de que nosso país se acha em
período de transição — e, também, frisar as tarefas principais do Justado no
período de transição e as condições externas e internas requeridas para o
cumprimento das mesmas tarefas. A Historia de todas as anteriores revoluções
do povo chinês é digna de respeito, mas no "Preâmbulo" da Constituição não
cabe a inclusão de um grande número de descrições históricas não necessárias.

Como é Constituição de um período de transição, nossa Constituição não


pode deixar de diferenciar-se — sob determinados aspectos — da Constituição do
período em que a sociedade socialista já foi construída. De um lado, em nosso
país ainda não foi construída a sociedade socialista; de outro, na vida real de
nosso país a construção do socialismo está sendo realizada e a cada dia mais
amplamente se desenvolve. Na Constituição não deve ser descrita a situação que
será criada no futuro, depois da integral construção da sociedade socialista, mas
ser refletida a realidade atual; por isso é necessário mostrar nela as mudanças
que se estão verificando na vida real e o objetivo a que visam essas mudanças.
Sem revelar esse objetivo é impossível explicar muitos fatos da vida real. Por
isso, precisamente, uma parte dos artigos de nossa Constituição tem caráter
programático.

Daí ser errônea a opinião de que, como a construção do socialismo não está
terminada, não se deve formular no "Preâmbulo" o objetivo de construir a
sociedade socialista. Entretanto, não há necessidade de se assinalarem nele —
paralelamente com o objetivo da construção da sociedade socialista — as
perspectivas que se apresentarão depois de constituída essa sociedade — isto é:
o objetivo da luta pelo comunismo.

2. Alguns cidadãos propõem que às formas de propriedade dos meios de


produção existentes em nosso país — enumeradas no art. 59 — se acrescente o
capitalismo de Estado. A Comissão de Constituição não aceitou essa proposta,
porque em nosso país temos atualmente as mais diversas formas de capitalismo
de Estado — isto é: há uma aliança econômica na qual, entre a propriedade do
Estado e a propriedade dos capitalistas, existem todas as formas complexas de
ligação, não podendo, portanto, o capitalismo de Estado constituir uma forma
especial de propriedade. Assim, pois, no art. 59 — que trata das diferentes
formas de propriedade — não é necessário falar do capitalismo de Estado.

3. Há quem proponha que na Secção III do Capítulo II sejam enumeradas


completamente as denominações dos Ministérios e dos Comitês do Conselho de
Estado. Tampouco essa proposta foi aceita pela Comissão de Constituição. Tendo
em vista que, à proporção que se desenvolva em nosso país a organização
estatal, será indispensável introduzir, sob determinadas condições, algumas
mudanças na estrutura do Conselho de Estado, não são ali nominalmente
designados os Ministérios subordinados ao Conselho de Estado, a fim de evitar
emendas à Constituição toda vez que ocorra uma dessas mudanças. As
denominações dos Ministérios e dos Comitês do Conselho do Estado são
determinadas à parte, na Lei Orgânica do Conselho de Estado.

4. Outros cidadãos propõem uma emenda a respeito dos órgãos locais do


Estado. Julgam que as Assembléias locais de Representantes do Povo — assim
como a Assembléia Nacional de Representantes do Povo da China — devem criar
Comitês Permanentes. A Comissão de Constituição não aceitou essa proposta.

O trabalho da Assembléia Nacional de Representantes do Povo da China não


pode, por certo, ser comparado — por sua complexidade — com o das
Assembléias locais de Representantes do Povo. A Assembléia Nacional de
Representantes do Povo exerce o Poder Legislativo do Estado, ao passo que as
Assembléias locais de Representantes do Povo carecem de tal direito. Além
disso, quanto mais baixo for o grau da Assembléia de Representantes do Povo e
menor o território de sua jurisdição, mais fácil será convocar suas sessões. Por
isso, as Assembléias locais de Representantes do Povo não têm necessidade de
instituir outros órgãos permanentes além dos Comitês Populares. Os Comitês
Populares locais são os órgãos executivos das Assembléias locais de
Representantes do Povo, desempenhando, ao mesmo tempo, a função de órgãos
permanentes das mencionadas Assembléias. Se fossem instituídos outros órgãos
permanentes das Assembléias de Representantes do Povo, isso complicaria a
estrutura do aparelho e suscitaria inconveniências no trabalho.

5. Alguns cidadãos propõem seja acrescentada ao "Preâmbulo» uma


disposição sobre o papel e as tarefas da Conferência Política Consultiva do Povo
da China. A Comissão de Constituição considerar não ser necessário fazer esse
acréscimo ao «Preâmbulo» da Constituição.

A Conferência Política Consultiva do Povo da China é uma forma de


organização da frente-única democrático-popular em nosso país. Desempenhou
as funções da Assembléia Nacional de Representantes do Povo da China.
Naturalmente, no futuro, não terá necessidade de exercer essas funções; mas
como organização de frente-única continuará a desempenhar seu papel na vida
política de nosso país. Como a Conferência Política Consultiva do Povo da China é
uma organização de frente-única todos os Partidos, grupos e organizações que
participam da referida frente devem, mediante consultas recíprocas, apresentar
diversas propostas referentes a tal organização.

6. Há quem proponha que se acrescente à Constituição um artigo que


determine as fronteiras de nosso país. A Comissão considera que não é preciso
introduzir tal artigo. A missão fundamental da Constituição é estabelecer, em
forma legislativa, o regime social e estatal, ao passo que a delimitação concreta
das fronteiras do Estado não é, absolutamente, uma tarefa imprescindível da
Constituição. Nas Constituições dos Estados federativos é necessário enumerar
todas as unidades que integram a federação, mas nosso país não é um Estado
dessa índole. Nas instituições dos Estados unitários podem ser enumeradas,
também, naturalmente, todas as unidades territoriais e administrativas, quando
se considera necessário referendar a divisão territorial e administrativa existente.
Em nosso país, porém o desenvolvimento econômico acaba de romper suas peias
e não se pode ainda dizer que haja sido plenamente consolidada a divisão
territorial e administrativa. Por exemplo: o Conselho Governamental Popular
Central decidiu, há pouco, unificar, do ponto-de-vista administrativo, várias
províncias. Por isso, não é oportuno enumerar, na Constituição, a denominação
das unidades territoriais e administrativas hoje existentes. É claro que a divisão
territorial e administrativa não deve ser arbitràriamente modificada. Por isso é
que o Projeto de Constituição estabelece que somente a Assembléia Nacional de
Representantes do Povo da China tem o direito de aprovar a divisão
administrativa das províncias, das regiões autônomas e das cidades
subordinadas à Administração Central, enquanto que a divisão administrativa das
regiões autônomas, dos distritos, dos distritos autônomos e das cidades é
confirmada pelo Conselho de Estado.

Os que propunham se acrescentasse um artigo sobre as fronteiras guiavam-


se pela seguinte consideração: a necessidade de fazer constar na Constituição
que a ilha de Taiwan é parte inalienável do território de nosso Estado. Essa
consideração não é má. Entretanto, não é necessário, por isso, acrescentar na
Constituição um novo artigo, pois jamais houve dúvidas de que Taiwan seja
território sagrado da China. A libertação da ilha de Taiwan de sob o domínio do
imperialismo americano e da traidora camarilha de Tchang Kai-Chek e a
consecução, com isso, da completa unidade territorial de nosso país, são uma
tarefa que o povo chinês deve, obrigatoriamente, cumprir.

O que acabo de expor é uma breve resposta a diversas propostas


apresentadas pelas massas populares ao Projeto de Constituição.

IV — Conclusão

Estimados deputados:

A discussão, por todo o povo, do Projeto de nossa Constituição provou que o


mesmo reflete os interesses de todas as nacionalidades do país e está baseado
na realidade existente. Durante a discussão do Projeto de Constituição afirmava-
se entre as massas populares que «no Projeto de Constituição está inscrito tudo
aquilo que nosso povo fez sob a direção do Partido Comunista da China e do
Presidente Mao Tsé-Tung e tudo aquilo que já começou a fazer e o que deve e
pode fazer depois nosso povo»; que o Projeto «mostra claramente, artigo por
artigo, como devemos chegar ao socialismo», e que «o Projeto de Constituição
significa que o desenvolvimento político, econômico e cultural das minorias
nacionais receberá ainda maior impulso». As amplas massas populares
consideram que o Projeto de Constituição elaborado por nós «é a garantia de
uma vida feliz» e que nele «cada artigo reflete os interesses do povo». Tais são
as conclusões que as massas populares extraem do Projeto de Constituição. É
claro que essas conclusões são justas. O Projeto de nossa Constituição — depois
de ser aprovado pela Assembléia Nacional de Representantes do Povo da China
— converter-se-á na lei fundamental do Estado em nosso país. Essa Constituição,
encarnando a própria experiência e os velhos anseios das massas populares,
desempenhará indefectivelmente um enorme papel positivo na vida estatal de
nosso país e inspirará, sem dúvida, as massas populares à luta pela defesa e
ampliação de nossas conquistas; à luta contra todas e quaisquer tentativas que
os inimigos façam para minar o regime social e estatal de nosso país; à luta pelo
sadio desenvolvimento futuro da construção em nosso país e pela aceleração dos
ritmos dessa construção.

A Constituição deve ser respeitada por todo o povo e todo o aparelho do


Estado. Os deputados à Assembléia Nacional de Representantes do Povo da
China e as Assembléias locais de Representantes do Povo bem como os
funcionários de todo o aparelho estatal, são servidores do povo, e todas as
instituições do Estado são órgãos a serviço do povo — compete-lhes, por isso,
uma responsabilidade especial no cumprimento da Constituição e na garantia de
sua aplicação.

Em nosso país, o Partido Comunista da China é o núcleo dirigente. Essa


situação do Partido não significa, absolutamente, que se conceda a seus
membros quaisquer direitos especiais na vida estatal do país, mas apenas que
sobre eles recai uma responsabilidade maior. Os membros do Partido Comunista
da China devem dar exemplo de observância à Constituição e às demais leis.
Todos os comunistas devem manter estreita ligação com as massas, e unidos a
todos os Partidos e grupos democráticos e às amplas massas populares que se
encontram fora do Partido lutar ativamente pela aplicação da Constituição.

A promulgação da Constituição da República Popular da China não só


suscitará o júbilo de nosso povo, mas encherá de alegria os corações de nossos
amigos em todos os países do mundo. A China Popular tem muitos amigos no
estrangeiro. A grande União Soviética e os países de democracia-popular são
nossos amigos mais chegados; os povos pacíficos de todos os países do mundo
são, também, nossos amigos. O apoio que nossos amigos do estrangeiro
prestam à nossa obra representa uma das principais condições de nossa vitória.
É compreensível, por isso, que nossos amigos se alegrem com nossos êxitos.
Assim como a vitória da Revolução Chinesa, têm grande importância histórica e
mundial os êxitos na construção do socialismo e as transformações socialistas na
China. Em nossa Constituição está definida a orientação fundamental que segue
nosso país nos negócios internacionais. Essa orientação é a luta pelos nobres
objetivos de conseguir a paz no mundo inteiro e o progresso da humanidade.
Todos os êxitos alcançados por nosso país e os que serão conseguidos
contribuíram e contribuirão para a causa comum da conquista da paz e do
progresso dos povos no mundo inteiro. Uma condição indispensável para a
construção do socialismo em nosso país é a garantia de uma paz duradoura em
todo o mundo.

A promulgação da Constituirão de nosso país foi possível graças à grande


vitória conquistada por todos os povos da China uma prolongada luta travada em
comum. Isso porém, não significa que, uma vez promulgada a Constituição,
qualquer de seus antigos será aplicado espontaneamente. Não; não significa
isso. De um lado, a Constituição faz o balanço de nossa luta passada, de outro,
dá uma firme base jurídica à nossa luta atual. A Constituição prevê nas
importantes questões de nossa vida estatal quais os atos que são legais e que,
de acordo com a lei, devem ser realizados, e define, também, quais as atividades
que são ilegais e, que, por conseguinte, devem ser reprimidas. Depois de
promulgada a Constituirão, não podem desaparecer por si mesmos os casos de
violação dos preceitos constitucionais. A Constituirão, porém, coloca em nossas
mãos uma poderosa arma com a qual poderemos travar uma luta eficaz para
acabar com tais fenômenos. A Constituição fala da construção da sociedade
socialista em nosso país. Isso. naturalmente, não significa ainda que a sociedade
socialista já esteja construída; que possamos esperar por ela de braços
cruzados; que ela chegue por si mesma. Ainda temos pela frente um longo
caminho, no qual tropeçaremos inevitavelmente com dificuldades e obstáculos, e
no qual nem sempre, teremos ventos favoráveis. A importância da Constituição é
grande, e as tarefas que ela nos formula são mais consideráveis, ainda. Só
poderemos conseguir nosso objetivo através de uma luta dura e de um trabalho
tenaz; de um incansável e afanoso estudo; da superação dos diversos obstáculos
que se apresentem em nosso caminho. Não devemos, de forma alguma,
envaidecer-nos nem ficar satisfeitos com os êxitos já alcançados, pois a
presunção e a auto-suficiência só podem trazer enormes prejuízos a qualquer
pessoa, a qualquer classe, a qualquer partido, a qualquer nacionalidade. Ao
saudar a aprovação e a promulgarão da Constituição, todas as nacionalidades da
China — seguindo a rota traçada na Constituição de nosso país e dirigidas pelo
Partido Comunista da China — devem reforçar sua coesão; ser modestas e
conscienciosas; não tolerar a arrogância e a impaciência, e empregar todas suas
forças na luta pela aplicação integral da Constituição, pela transformação de
nosso país em um grande Estado socialista.

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Inclusão 25/08/2011

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