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ACORDOS DE GBADOLITE DE 1989

O Acordo de Gbadolite entre o Governo Angolano, liderado por José Eduardo dos
Santos e a rebelião armada, UNITA, liderada pelo Dr. Jonas Savimbi ocorreu no
contexto do abrandamento da Guerra fria em 1989: com a aproximação do fim da “ era
soviética” e, com aproximação da queda do Muro de Berlim (Novembro de 1989),
registou-se uma mudança no desenvolvimento da guerra em Angola. Outro factor
preponderante foi os “acordos de Nova Iorque”: negociado entre Angola, Cuba e África
do Sul, sob observação dos EUA, que estabelecia a retirada de todas forças estrangeiras
do território angolano e determinava a aplicação da resolução 435/78 resolução que
determinava a autodeterminação do povo namibiano (Salomão, s/d).

A Cimeira de Gbadolite foi realizada nesta cidade, do ex-Zaire, terra natal do então
Estadista Zairense Marechal Mobutu, ele que também foi o medianeiro da mesma, numa
Quinta-feira, dia 22 de Junho de 1989. A cimeira contou com a participação de 18
chefes de Estado africanos e 2 altos representantes e decorreu à porta fechada, na qual o
Dr. Jonas Savimbi, teria aceite o plano de Paz proposto pelo governo angolano, tendo
terminado com a proclamação da entrada em vigor do cessar-fogo em Angola às 00h00
do dia 24 de Junho de 1989.

Na oportunidade foi tornado público um comunicado quase impreciso de apenas 3


pontos que basicamente reafirmava a vontade de todos os "filhos e filhas de Angola pôr
fim à guerra" e de proclamar a Reconciliação Nacional, a vontade de todos angolanos de
porem fim à guerra, a cessação de todas hostilidades no território, a entrada em vigor do
cessar-fogo às 00h00 do dia 24 de Junho de 1989 e a formação de uma comissão para
continuar o processo, sob mediação de Mobutu.

DUAS PROPOSTAS DE PAZ DESENCONTRADAS

Afinal as partes tinham propostas díspares. a proposta de paz do Governo do MPLA: era
a chamada “a solução africana” e foi apresentado pelo Presidente Angolano num
discurso proferido na V sessão ordinária da então Assembleia do Povo no dia 1 de
Março de 1989, a que se seguiu uma Declaração da AP sobre o encontro de Gbadolite e
continha a seguinte proposta:

 Respeito pela Constituição e pelas principais leis da República de Angola;


 integração das forças da UNITA nas instituições da República de Angola;
 Afastamento voluntário de Jonas Savimbi na politica angolana, ou seja, o MPLA
buscava a rendição da UNITA e o exílio de Jonas Savimbi, mantendo o seu
sistema de partido único.

A UNITA por seu turno tinha uma proposta que continha quatro pontos fundamentais,
designadamente:

 Revisão da Constituição;
 Realização de eleições gerais em Angola;
 Garantia de não exílio de Jonas Savimbi e negociações directas entre o MPLA e
a UNITA;
 Formação de um governo de unidade e reconciliação nacional. ( Muekália,
2010)

FRACASSO DO ACORDO DE GBADOLITE

Apesar de Gbadolite apelidar-se de “cimeira de paz”, as duas partes encontravam-se


desavindas. Tanto o governo como a UNITA viviam num clima de “desconfiança
mútua”, não conheciam as verdadeiras intenções de cada um e, duvidam mutuamente
dos respectivos planos de paz.

De um lado, a UNITA “desconfiava” dos mediadores africanos, entre eles Mobutu,


Robert Mugabe, Kenneth Kaunda, Omar Bongo, e Denis Sassou Nguessou. Para a
UNITA a falta de “experiência” democrática dos mediadores podia “minar” o processo
de paz. Do outro lado, o MPLA continuava relutante em “sentar-se à mesma mesa” que
a UNITA. Continuava firme em sua posição de vantagem, defendendo o exílio político
de Savimbi, enquanto iam-se convencendo moral e materialmente da possibilidade de
uma “ofensiva de sucesso” contra Mavinga.

Numa entrevista, o PR Eduardo dos Santos disse ao jornalista Pascal Fletcher que
Savimbi tinha começado a desrespeitar o que aceitara na cimeira e que "continua iludido
e pensa que pode destruir o Estado angolano". Da parte da Unita, o então representante
do movimento em Lisboa, Alcides Sakala denunciou ao semanário português "O
Jornal", edição de 25 de Agosto de 1989 que o Dr. Savimbi afinal não se tinha
comprometido retirar temporariamente da vida política e chamou o então presidente da
Zâmbia, Kenneth Kaunda, que com Moussa Traore, então presidente em exercício da
OUA participara do encontro de Gbadolite, de "velho cansado e mentiroso". E assim
Gbadolite foi por água abaixo e a guerra ganhou uma escalada sem precedentes.

CONCLUSÃO

Apesar de ter fracassado, Gbadolite foi o inicio do “trilhar do caminho da paz”. A partir
dele as partes passaram a falar mais em “negociação”, “processo de paz” e “
reconciliação”. Gbadolite marca também o primeiro encontro oficial de paz entre José
dos Santos e Jonas Savimbi. Gbadolite foi um do primeiro passo da reconciliação
nacional dado em 1989. Pode – se dizer que também que aconteceu de facto o primeiro
aperto de mão entre o Presidente Eduardo dos Santos e o então Presidente da Unita Dr.
Jonas Malheiro Savimbi.

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