Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
CAPÍTULO 7
1 - INTRODU!:ÃO:
o estudo dos propulsores marítimos durante muitos anos foi baseado em empirismo quase total.
Há relativamente poucos anos as experiências sistemáticas e as teorias baseadas na aerodinâmica
de perfis de asas passaram a lançar luz sobre um problema razoavelmente complexo.
Desde o início é conveniente k:mbrar que qualquer assunto relativo a propulsores envolve um
número relativamente grande de variáveis, o que torna as soluções de problemas um tanto complexas.
Assim é objetivo efetuar um estudo inicial do hélice operando sozinho. Posteriormente faz-se uma
análise da interação entre casco e hélice; uma vez que já estudamos como o casco sofre resistência à
propulsão quando se desloca rebocado podemos avaliar o desempenho dos dois elementos.
Esta será a orientação dos capítulos 7 a 9:
- inicialmente verificar como se comporta um propulsor sem interferência do casco;
- posteriormente verificar como interagem o propulsor e o casco.
Antes de abordar as teorias básicas é prudente fazer uma breve observação sobre a natureza do
desempenho do propulsor.
Deve-se ter em mente uma diferença fundamental entre a ação de um propulsor operando em um
líquido e de outro sistema trabalhando em meio sólido. A roda de pás por exemplo poderia ser
inadvertidamente considerada com um equipamento análogo à esteira de um trator. Na realidade a
situação é distinta. A esteira do trator se apóia no terreno e tenta cisalhar o solo, o qual se opõe a este
cisalhamento.
A reação do solo contra a esteira opondo-se ao cisalhamento proporciona a aparição da força de
propulsão.
Um roda de pás trabalhando em meio líquido efetua uma ação diferente; ela comunica certa
quantidade de movimento à água e para tal precisa permanecer em contato com a água. Num líquido
com viscosidade nula, como é o caso do fluido ideal, não haveria resistência ao cisalhamento, de modo
que a roda de pá não poderia agir em decorrência ao mesmo efeito que o da esteira do trator.
Sabe-se, no entanto, que um propulsor poderia impulsionar uma embarcação mesmo que ela
estivesse navegando em um fluido ideal. Isto acontece porque o propulsor não obtém sua força
propulsora como decorrência do cisalhamento do meio.
A ação do propulsor do navio, seja roda de pá ou qualquer outro equipamento, é devida à reação
que resulta da transmissão à água de uma certa aceleração, na direção oposta ao movimento do navio.
O propulsor do navio é comparável a uma bomba que impele água para ré.
A bomba só produz escoamento se o impelidor se mantém em contato com a água à medida que
esta adquire velocidade. Por esta razão, quando um propulsor transmite velocidade à água, ele avança
mais devagar do que avançaria se a água fosse matéria sólida, capaz de resistir a esforço de
cisalhamento.
No caso do hélice, ele se move para diante numa distância menor do que um parafuso de mesmo
passo se moveria numa porca. O mesmo pode ser dito com relação à roda de pá; para que as pás
possam acelerar a água para ré, é necessário que elas se mantenham em contato com a água, logo o
avanço do eixo da roda de pás é menor do que uma circunferência em cada volta.
O termo Recuo ("SLIP") é usado para indicar a diferença entre o avanço que um propulsor teria
num sólido e aquele que tem efetivamente no líquido.
É importante que o leitor compreenda a distinção que se focalizou porque através da mesma
pode-se entender alguns coeficientes usados na análise do desempenho dos propulsores.
95
"... _. _.-
OSTENSIVO EN - 113
YP 010-
.
:e
;;;
tf
.(
1'47):
1 "~\
.
-
'te
q"r
,
Q
,
~..B
11; , Q
Ve;.;; V f:.~t.
Q
1 ~.E.
....
AV..."'t;o
Q
..' G
'~'-.
~
R ",Â4> de..
~
Fi:€~V!? "" 'l/r-V""
"I ~ -f- e.
,
ri<j~ 28 '- ~~OO p~ 00 disro ,
,...
'ii
'"
'ii
Para emprego deste propulsor ideal teríamos as seguintes condições: I'
..
- A montante do disco, ao longe, a velocidade é Va, chamada Velocidade de avanço;
- Acompanhando-se as linhas de corrente vemos que a água começa a aumentar a velocidade ~
~
antes de atingir o disco; este aumento continua até ser atingido o valor final V I. ..
- A aceleração provoca uma contração da veia líquida e no local onde o líquido atinge a
~
velocidade V I, a área de seção reta está reduzida para ac;
- Chamando ap a área do propulsor de disco verificamos que:
~
ac < ap ~
(V I - Va) ft /seg
p .ac . V I
96
~
OSTENSIVO EN - 113
- Constante de for,Ç,aaxial
Pode-se mostrar também que se B for constante, ajap = cte. Por outro lado ac é proporcional a
D2.
Escrevendo a Equação (2) de modo adimensionál teremos:
p.a~.v;=~(~-IJ
Mas, à vista do que se disse acima, ac a D2, de modo que:
T 1 1
a- --1
p .D2 . Va2 B (B J
- ENERGIA E POTÊNCIA
97
,~
OSTENSIVO EN - 113
M = (p.Ac,V]).ÓT .
2
A potência necessária para proporcionar a diferença de energia na unidade de tempo é transferida
para a veia líquida pela ação do disco sendo medida em unidades inglesas por: DHP x 550 1bft
Seg
DHP são iniciais inglesas de "Delivered Horse Power"; representa a potência recebida pelo
propulsor da máquina de propulsão. Na análise do disco esta potência é fomecida ao líquido para
proporcionar a mudança de energia cinética na unidade de tempo; igualando, pois, este valor à
diferença de energia cinética a juzante e a montante do disco, na unidade de tempo temos:
(EC)J - (EC)M I 2 2 .
DHP x 550 = LlT = -2
(-
. \p AC VI . VI - Va ..) ( )
2
I Va Va 2
DHP x 550 =- P A-. - - V (3)
2 C B B2 a
( J
I 3 1 I
(DHP x 550) = - P . AC . Va . -. 2 - I (4)
2 B (B J
e também:
2 ., , . 2
ac a D , ou seja: a area ac e proporcIOna I a D
98
I.
OSTENSIVO EN - 113
Mas sabemostambémque:
Rendimento do Propulsor
Consideremos os elementos apresentados na figura 29, a qual nos mostra um propulsor girando
com a velocidade de n rps, avançando no meio líquido com a
.-
.-
.-
.
v. = VELOC. DE AVANÇO
ESTEIRA
DO
.-
.-
.-
.
T
PROPULSOR .
.
4
99
--
OSTENSIVO EN - 113 ...
CJ
velocidade Va e exercendo uma força axial T. Já vimos que a potência recebida da máquina pelo ta-
propulsor é designada por DHP.
Por outro lado pode-se dizer que o trabalho fornecido pela máquina ao hélice pode ser ..
subdividido em: ..
Trabalho útil feito pelo propulsor e trabalho perdido na esteira do hélice; ou seja: ..
= (TRABALHO
..
(TRABALHO MÁQUINA) ÚTIL EFETUADO) + (TRABALHO PERDIDO NA ESTEIRA)
..
IIp=rendimento do propulsor = TRABALHO ÚTIL EFETUADO fi;
TRABALHO FORNECIDO PELA MÁQUINA ,.
Mas:
..
..
TRABALHO ÚTIL EFETUADO / UNID. TEMPO =T x Va
.
E também: ..
TRABALHO FORNECIDO PELA MÁQUINA / UNID. TEMPO = DHP ..
Logo: IIp = T . Vi!
DHP
(5) ...
Já vimos que ..
I;
= P . ac V; . ~ [~ "
e também que:
T . - 1)
...
P 3 ~ ~- 11
G
DHP = "2. ac . Va . B [B j
ti
Substituindo estes dois valores na equação (5) temos: .
O
..
p . aC
2
. Va . B
-
le B - - 1 . Va .
J =2x lL1 -
B
1
2
..
IIp = P
2.aC .Va
3 ~ ~
B. ( B2
- 1
J
-
(B J
l
2
- 1
=~
-
B
-1
..
Desta última, expressão obtemos a equação: ..
..
IIp = 2B
l+B
(6) .-
til
e daí uma última conclusão da teoria do propulsor de disco:
..
~
5° RESULTADO: "O RENDIMENTO É CONSTANTE QUANDO B É CONSTANTE". ..
til
Note-se que de acordo com a equação (6) IIp = 1 se B = 1. Acontece, porém, que B = 1
significa VI = Va , ou seja: Recuo = O.Nós já vimos, porém, que se não houver recuo o propulsor não
100
~
OSTENSIVO -
EN 113
pode funcionar de modo que a teoria do propulsor de disco não conduz a uma solução definitiva ou
mesmo razoável, embora todas as conclusões tiradas sejam válidas para os valores usuais de Recuo.
- Razão de recuo
Num propulsor real a velocidade VI, é representada pelo produto do passo e rotação: H x n
Já vimos que: VI> Va
E que a diferença entre V 1 e Va é uma medida do recuo ("SLIP").
Podemos escrever:
RECUO = V1- Va :.
RECUO = H . n - Va
RAZÃO DE RECUO = RECUO = H . n - V i!
VI H.n
Verificamos, pois que quando dissemos que o propulsor de disco trabalhava com B constante,
estávamos na realidade afirmando que o propulsor estava com razão de recuo constante.
101
i
OSTENSIVO EN - 113
8T
-------
,, ,,
VELO C. de ROTAÇÃO da SEÇÃO = 7t!1d (ftls) ~
'<E AS SETAS INDICAM A DlREÇAO DO ESCOAMENTO
Por meio de ensaios efetuados em túneis de vento pode-se determinar a componente de forças
oT e OR;OTé o elemento de força axial e o R é a força de resistência ao movimento da pá.
O somatório do produto de oR pelo raio do elemento considerado, efetuado para todo o
comprimento da pá, dará o conjunto resistente que o propulsor oferece ao movimento. Este conjugado
será igual ao conjugado motor.
De modo análogo, a soma das forças elementares oT dará a força axial do propulsor T.
Verifica-se do que foi dito acima, e do diagrama de forças da figura 31, que a força axial T e o
Conjugado M, dependerão do recuo, ou seja, dependerão de:
~L
n.r
A razão acima, ou vanD , como é usado com mais freqüência, é de grande importância para o
estudo de propulsores. Seu nome e Coeficiente de Avanço:
J= -L
V
nD
Esta conclusão, bem como os diferentes resultados obtidos da teoria do propulsor de disco,
mostram a relevância do conceito de Recuo, para o qual pediu-se a atenção do leitor no 10item.
As duas teorias apresentadas dão conclusões gerais mas não apresentam elementos objetivos que
possibilitem o projeto do propulsor.
A terceira teoria, a da circulação, permite o projeto do propulsor desde que sejam
conhecidos resultados de ensaios em túneis de vento dos perfis de asa que caracterizam os elementos
de pá.
o trabalho necessário para projetar um propulsor com auxílio desta teoria é grande de modo
que não será focalizado neste texto. Em vez disto estudaremos a seleção de características dos
propulsores por meio de resultados de ensaios de séries sistemáticas de modelos de hélices, como
veremos no Capítulo 8.
102
!I;
-,
OSTENSIVO EN - 113
3 - NOMECLA TURA:
Há um número relativanente grande de termos ligados ao estudo dos hélices; não é propósito deste
texto apresentá-Ios em detalhe. Procuraremos, com auxílio da figura 32, indicar os mais significativos
para que o leitor possa acompanhar o desenvolvimento do assunto.
Diâmetro - é o diâmetro da circunferência descrita pela ponta da pá;
Bosso - peça maciça ajustada e enchavetada no eixo, à qual são fixas as pás;
Passo - distância que caminha no sentido axial um elemento da pá quando o hélice se move num
meio sólido. Deve-se observar da figura 32 que o passo da pá junto ao bossa é diferente daquele
próximo à ponta.
103
ii
..
~
..
iV ..
ti&
.,..,. '!t~.,.,Pt:r ~<:o...)
..
..G
~F;" C.L
Gi
iI
.
VI!\"! OF f)~"'DE ,,"!tOM A$TERM
. 1if1lAIr.(1 1;71',&,,""'1/..
r".-p,.oJIiC..,.tc-!,...PIt:
n YlICW'~
"'I!".
. .Q
Q
TiI'-flt4.f'rLL 1* SilO.,,, ""!
~"'b 15 RI(;,H'T
y,t:Nt:t>F-
4 &.u>~~.
JiA"I:>~t:J. ,.11':
I;snRN ir 7;,11«$.., 111
'" .
CtJtc"...rsJ:
.
lJNIt~~""ON 10
".."..o
CIR',,,r Q
. . Q
Q
Q.
-1 I::í
Q
Q
'-- D'","".<=!. ,.,_~
...l Q
DE\lGLOl"J!O' BLA~ &. BtRDE SEcrlDN S
G
Bordo de ataque: aresta da pá que penetra na água quando o hélice gira.
i
104 ~
.
~
~
..
OSTENSIVO EN - 113
Bordo de fuga: aresta oposta.
Área projetada: área da pá que é vista de ré. É a área que seria projetada em um plano
perpendicular ao eixo do hélice.
Área desenvolvida: é a área contida em uma curva definida pelas extremidades dos elementos de
pé caso cada elemento fosse ratificado e girado do ângulo de passo.
Algumas razões adimemsionais são úteis na definição das características dos propulsores, entre
elas as seguintes:
Diâmetro estabelecer um valor de H para definir esta razão. Algumas vezes usa-se o passo a 70%
do raio.
- Razão de Área Desenvolvida: Ad = área desenvolvida de todas as pás dividida pela área do
disco. A
4 - ANÁLISE DIMENSIONAL
o conhecimento do desempenho dos propulsores foi aumentado com a análise de ensaio de
modelos de hélices.
Para estudar as leis que controlam o desempenho dos propulsores estes são testados sem estar
acoplados a modelos de cascos. Este são os chamados ensaios em água aberta, que serão descritos no
Capítulo 8.
Como na determinação da resistência dos cascos, pode-se obter orientação das leis que
controlam o desempenho dos Propulsores utilizando-se a análise dimensional. Por esta razão é
apresentada aqui uma _abordagemda Análise Dimensional aplicada aos propulsores de modo a facilitar
a compreensão dos ensaios efetuados com modelos de hélices.
Com já vimos, a Força Axial produzida pelo hélice pode ser escrita como:
1 1
Va ). B.
2 2 --1
T a ~D (B J
105
OSTENSIVO EN - 113
Nestas condições podemos escrever:
T -- f (-
\p.
a
D
b c
. Y a.g
a
.n
e
.p
f
.~
g
) (7)
..
Para que se tenha homogeneidade é preciso que:
a = l-f-g ..
b = 1 + 3a - c - d + f + g ..
c = 2 - 2d - e - 2f - g ..
Substituindo os valores de a e c em b temos -
~
b=2+d+e-g
.
..
Substituindo os valores de a, b e c na Equação (7) temos: ..
;..
1;1
(8) t-
T=p.D'. V; .fl( ~~ J (~J (p~; J (V~DJl e.
.
As quatro expressões nos colchetes são adimensionais, de modo que não há restrição quanto os
;-
valores de d, e, f, g.
A natureza de f deve ser definida por experiências. ;.
.
11
- AVALIA CÃO DE CADA EXPRESSÃO NO COLCHETE
;.
A equação (8) pode ser escrita da seguinte maneira: Q.
~
;..
(9) .
~ = f lr~~}(~~}rp~;}( V:DJ] ;..
"
A equação (9) estabelece a afirmação de que se os adimensionais dentro do colchete tiverem o .
mesmo valor no modelo e no hélice real, haverá semelhança mecânica no escoamento e o valor da
T
~
..
fração PD2y2a será o mesmo para o modelo e o hélice.
Como no caso de estudo da resistência podemos chamar de À a razão entre dimensões lineares:
J2~- = À
DM
106
L
OSTENSIVO EN - 113
r PARÊNTESIS
gD
V2a
Se o modelo do hélice é testado com o número de Froude correto, ou seja buscando ter
velocidades equivalentes, teremos:
l..Yi!Js = À112
(Va)M
Assim o 10 parêntesis na equação (9) estabelece que o modelo e o hélice do navio deverão ser
comparados com o mesmo número de Froude.
- 2° PARÊNTESIS ND :
Va
o valor ND já foi identificado por nós como sendo uma maneira de definir a razão de recuo.
va
Algumas vezes é usado o inverso desta razão, cujo o símbolo é:
p
3° PARÊNTESIS
p. V2
a
o 3° parêntesis é igual àquele encontrado como resultado da análise dimensional feita para a
resistência à propulsão do modelo do navio. Aqui, como lá, verificamos que não há condição de
efetuar um ensaio no qual este adimensional seja o mesmo para o hélice real e para o modelo do
mesmo.
Como, porém, as forças nas pás do hélice decorrem da diferença de pressões, o fato de que este
adimensional não é o mesmo para o modelo e o hélice não afetará as conclusões.
4° PARÊNTESIS -Y-
VaD
Este último parêntesis é o numero de Reynolds. Já vimos que não é possível ter o número de
Froude e o número de Reynolds iguais para um modelo e hélice no mesmo ensaio.
O número de Reynolds está intimamente ligado a forças de atrito, ou seja: perdas por atrito das
lâminas do propulsor. Como esta é uma fração pequena da força axial do propulsor, podemos
desprezar o efeito da viscosidade. É necessário, porém, fabricar os modelos tão grandes quanto
possível, a fim de evitar escoamento laminar nas pás.
Após identificar os quatro adimensionais da equação (9) e verificar a influência de cada um deles
na semelhança, podemos tirar algumas conclusões, como mostrado a seguir:
107
--
OSTENSIVO -
EN 113
r CONCLUSÃO
Ta p D2y;
23 CONCLUSÃO
A partir das condições estabelecidas inicialmente, sabemos que as seguintes relações podem ser
escritas: ~
~
~
-12~- =À e LY~Js = À1/2 ~
DM (Va)M
~
~
Logo, se considerarmos p igual para o modelo e o hélice, teremos: ti
ti
2L = D ~ . (V a X = À3
TM D ~ (Va )~
(10) ti
e
Por outro lado precisamos ter: 1s = 1M de modo que: fi
'1
!!~D~- = nM.DM ~
(Va)s (Va)M
~
-!!~- = DM .l Y0L- = 1- . À 1/2 = -1-- ... ~
nM Ds (Va)M À À112 ~
til
nM = nS . À v> (11)
~
Como À é maior do que 1, À1/2 também é de modo que concluímos que a rotação do modelo no
~
ensaio é maior do que a do hélice em operação normal. Gt
"
~
5 - CONSTANTE DE FORCA E CONSTANTE DE CONJUGADO
~
5.1- INTRODUÇÃO
~
No estudo da Resistênia à propulsão vimos que para facilitar a extrapolação dos resultados do
ensaio de um modelo para um navio era conveniente empregar coeficientes adimensionais chamados
coeficientes de Resistência.
No caso dos propulsores também é interessante lançar mão de alguns coeficientes adimensionais
com veremos.
Cumpre lembrar que um dos coeficientes adimensionais muito usado já foi focalizado: trata-se
do Coeficiente de Avanço 1, cujo valor é:
1 = ..S!..!L
nD
~
108 ~
G
..
~
OSTENSIVO EN - 113
-.IL = À?
TM
ou seja que a razão entre a força axial do hélice e a do modelo é igual ao cubo do fator de escala.
Quando consideramos que a força axial do propulsor T, se desloca no líquido com velocidade Va ,
podemos afimar que a potência desenvolvida é:
THP =T .Va
THP são as iniciais inglesas de "Thrust Horse Power" e representa a potência descrita acima.
Comparando os valores de THP do hélice em escala real e de seu modelo podemos escrever:
(THP)s = -.I..L. (V J~
(THP)M = TM . (Va)M
109
l
OSTENSIVO EN -113
e (THP)M = nM .QM (FM) :. QM =(THP)M . --L
nM
rl
FMJ
T ..
C -- ..
e ordenadas T - P Y;D2
..
Q ..
ou CQ =- D3y2
P a
..
..
os resultados podem ser usados diretamente para o hélice de tamanho real. ..
Este método pode ser usado, a desvantagem é que CT e CQ tendem para infinito quando a ~
velocidade de avanço Ya tende para zero. Esta situação acontece em certas ocasiões nas embarcações ..
quando se efetua a partida, a velocidade é baixa, ou quase nula, e no entanto a potência desenvolvida
pela máquina é grande.
t-
e..
~
5.4 - COEFICIENTES KTE KQ
KT = T
P D2.n2D2
KT = T
P n2D4
..
..
110 ..
~
~ 1 ~
OSTENSIVO EN - 113
Fazendo a mesma substituição de V2a por n2.D2 na expressão de CQ teremos o novo coeficiente:
T Q
KQ = 3 2 = 3 2 2
P . D . Va PD .n .D
Q
KQ = pn2D5
Deve-se notar que J, KTe KT são adimemsionais em qualquer sistema homogêneo de unidades.
5.5 - RENDIMENTO
e que
2 4
T.Va = KT (pN D ). V a
.
IIp = I .~L
21t ~
6 - RESUMO
Durante muitos anos toda a abordagem dos problemas referentes aos propulsores foi empírica
Há relativamente pouco tempo o assunto passou a ter um tratamento científico.
É necessário fazer uma distinção entre a ação de um propulsor que se desloca na água e o de um
parafuso que se movimenta num meio rígido. A comparação da esteira de um trator com uma roda de
pás auxilia a compreensão da diferença.
As teorias básicas que procuram explicar o funcionamento dos propulsores são:
- Propulsor de disco;
- Elemento de pá;
- Circulação.
A primeira teoria permite a obtenção de uma série de afirmações gerais sobre o comportamento
dos Propulsores mas não dá elementos diretos para a determinação das características dos mesmos.
As duas outras teorias podem ser usadas com este propósito, embora o trabalho requerido seja
muito grande.
111
.
EN - 113
"
OSTENSIVO
..
É usual combinar resultados das três teorias e empregar resultados de ensaios de modelos de 81
propulsores para facilitar a seleção de características dos mesmos, como indicaremos em outro ,.
capítulo.
A aplicação da Análise Dimensional ao escoamento em propulsores permite a obtenção de fi
quatro adimensionais que, se forem iguais num ensaio com um modelo e num propulsor real, "
garantem a semelhança mecânica. Sabe-se que não é possível ter os quatro adimensionais iguais no fi
modelo e no hélice real, mas esta limitação não impede a obtenção de coeficientes adimensionais ..
representativos do desempenho do modelo e do hélice real.
É de grande importância o entendimento da obtenção destes coeficientes adimensionais, bem
fi
como do emprego dos mesmos. fi
fi
fi
7 - EXERCíCIOS PROPOSTOS
..
1°) Procure explicar, usando suas palavras, porque um propulsor operando num meio fluido tem ..
necessariamente um comportamento diferente de um parafuso que avança num meio solido. ..
2°) Definir os seguintes termos: li
(a) Velocidade de avanço; ti
(b) DHP ou "Delivered Horse Power";
"
(c) IIpou rendimento do propulsor ,
(d) Recuo; (j
(e) Razão de recuo; "
(f) Coeficiente de avanço ,.
"
3°) Procure fazer um pequeno desenho de um propulsor e indicar no mesmo os principais termos
que definem o propulsor.
"
4°) Relacione as variáveis das quais depende a força axial em um propulsor. Procure reproduzir fi
as operações típicas, de análise dimensional buscando identificar os grupos adimensionais dos quais li
T .
depende a razão 2 2
pD Va ..
5°) Um modelo de um hélice tem o diâmetro 15 vezes menor do que o propulsor real. Qual será a "
velocidade de avanço no hélice real se o modelo é ensaiado com velocidade de 7 ft/seg ? Qual a ~
rotação do hélice real se no ensaio a rotação do modelo é 150 RPM ? ..
6°) Um hélice de um navio deverá ter as seguintes características:
Diâmetro: 16 ft "
Passo: 20 ft IJ
Rotação: 150 RPM. ~
Velocidade de avanço: 20 nós
É fabricado um modelo deste hélice para analisar o desempenho por meio de ensaios. Sabe -se que
~
o modelo tem um diâmetro de 12 polegadas. Sabe-se também que quando o ensaio é realizado os '9
valores de KT e KQmedidos no modelo são: "
..
KT = 0.16
KQ = 0,033
Pergunta-se:
(a) Qual o valor de J no ensaio?
(b) Qual o valor da força T no propulsor?
(c) Qual o valor do conjugado no propulsor?
112
E.:....
OSTENSIVO EN - 113
(d) Qual será a potência necessária para acionar o propulsor, ou DHP?
(e) Qual será o valor de THP: "Thrust Horse Power"?
(f) Qual o valor do rendimento do propulsor IIp?
8°) Procure mostrar que um propulsor operando com razão de recuo constante está
necessariamente com valor constante do coeficiente de avanço J.
113