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A NATUREZA COMO LIMITE DA ECONOMIA

A contribuição de Nicholas Georgescu-Roegen


Andrei Domingues Cechin
Álefe Lopes Viana (alefe.viana@gmail.com)
Jalil Fraxe Campos (jfraxe@gmail.com)
José Lucinaldo Ferreira de Souza (jolufe.souza@gmail.com)

Palavras-chave: Entropia; Decrescimento; Evolução; Economia verde.

O presente livro trata sobre a Teoria do Decrescimento Econômico


proposta por Nicholas Georgescu-Roegen, que foi um matemático-estatístico
romeno, nascido em 1906 e que posteriormente se dedicou aos estudos
econômicos após receber um convite (em 1934) para trabalhar em Havard, no
Estados Unidos, realizando vários trabalhos com Schumpeter. Lá trabalhou e
escreveu um de seus valiosos trabalhos, que trata sobre a Teoria do
Consumidor. Voltou pra Romênia, assumiu alguns cargos públicos, mas após a
ascensão do governo comunista, retornou aos EUA, atuando na Universidade
de Vanderbilt, no Tennessee, falecendo em 1994, aos 88 anos.
Contemporâneo ao Clube de Roma, Georgescu escreveu em 1971 um
livro (A lei da entropia e o processo econômico) que pretendia mudar o
paradigma de análise econômica de crescimento. Ele afirmava que a análise do
desenvolvimento deveria ser analisado à luz da termodinâmica e não de
princípios mecânicos, para tanto ele usa o conceito de entropia, ou seja, que
qualquer sistema fechado termodinâmico aumenta cada vez mais o seu grau de
desordem (a entropia) não havendo possibilidade de inverter o grau de
crescimento desta propriedade.
Os economistas à época (e a maioria até hoje) acreditavam que a
economia era um sistema fechado, que não precisa interagir com o planeta, não
acreditando que dissipa-se nada de seu ciclo. Para Georgescu, os economistas
possuem uma única forma de ver o mundo, acreditando que a história do
pensamento econômico seja uma acumulação de verdades absolutas.
Esta forma de pensar, faz então, a física ser anulada, considerando-se do
ponto de vista da termodinâmica bem como de sua 2ª lei, a lei da entropia. Ora,
a a economia é um subsistema aberto de um sistema finito (planeta) e não pode
contrariar a entropia e, queira ou não, a economia caminhará para um
aniquilamento. A pergunta central abordada no livro é: pode a economia crescer
indefinidamente?
A visão central de Georgescu foi tentar mudar a visão sistêmica da
economia da ideia de fluxo circular para uma visão metabólica do processo. Se
as leis da termodinâmica não valessem, aí não haveriam limites pro crescimento
econômico.
Entropia tem a ver com dissipação espontânea da energia. É irreversível!
Toda transformação energética envolve a produção de calor e o calor tende a se
dissipar. O calor é a forma mais degradada de energia, porque não se consegue
reverter o que foi dissipado em trabalho.
O próprio ser humano se nutre de recursos de baixa entropia e gera
resíduos de alta entropia. Entropia não é puramente o que se chama de grau de
desordem das coisas. Para José Eli da Veiga, orientado de Andrei Cechin, a
definição de entropia é um tanto ainda considerado confuso entre os físicos, que
estudam a temática com mais rigor. De certa forma há uma grande dificuldade
desse conceito ser compreendido pela economia.
O sol é a fonte energética de baixa entropia, pois emite seus raios ao
planeta e outra parte é irradiada, porém, não gerando resíduos. Apenas nutre os
recursos naturais.
Segundo o autor, é fundamental o desenvolvimento tecnológico para
principalmente buscar fontes não fosseis de energia. A ecoeficiência não é uma
tábua de salvação para o planeta. O ideal seria uma economia sem crescimento,
mas com pleno emprego e redução das emissões de fósseis, proposto por Peter
Victor, apresentado no livro “Gerenciando sem crescimento: mais devagar por
desenho e não por desastre”, lançado em 2008. No livro ele aborda algumas das
suposições e crenças mais fundamentais sobre mercado, preços, livre comércio
e crescimento, prosperidade e felicidade que muitas vezes impedem uma
consideração séria do meio ambiente e da economia.
Para enriquecer o trabalho, foi realizado contato com o autor do livro,
Andrei Cechin, que prontamente foi bastante solícito em responder e auxiliar com
algumas dúvidas para clarificar a ideia central apontada por Georgescu. Tais
dúvidas atendem às perguntas as quais a equipe teria como elaboração final
para composição do resumo. A equipe elaborou cinco perguntas e
posteriormente foram respondidas via e-mail, conforme dispostas abaixo:
1. Equipe Primeiramente, gostaríamos de começar tirando algumas
dúvidas sobre o próprio livro. A capa nos remete a reflexão do que o livro nos
trará como mensagem. É necessário fazermos uma conexão com o conteúdo do
livro e a capa. A capa diz muito a que o livro veio. Desta forma, o que lhe levou
a escolher essa imagem para composição da capa do livro e o que ela pode
representar? Qual mensagem ela repassa ao leitor?
Andrei Cechin: A capa é uma criação do ilustrador Zé Vicente da Veiga,
que, trocando ideias comigo, chegou a esse resultado bastante original. A “bola
de papel amassado” sugere que as críticas do Georgescu foram descartadas e
não respondidas pelos economistas a partir da década de 70. A contra capa faz
referência a irreversibilidade do aumento da entropia e também à frágil estrutura
teórica que a ignora.

2. Equipe: O conteúdo do livro afirma que é necessário que a economia


deixe de crescer (nessa visão racional da economia) e se diminua a atividade de
produção e consumo. Mas diante do cenário atual do capitalismo liberal, esse
decrescimento ainda deve ser buscado (é factível)? É ainda uma realidade que
devemos alcançar? Indagamos isso pois o capitalismo parece se
“metamorfosear” dentre as ações que podem ser implementadas para seu
decrescimento. Ou esse processo se dará de forma natural, buscando a
“autosustentação” da gaia? É possível alcançarmos uma “economia verde”?
Andrei Cechin: Do ponto de vista da economia global, sim, seria
ambientalmente positivo uma redução na pagada material. Mas a economia
global é uma resultante do que acontece nos países. Acho que alguns países
com alta renda per capita, alta educação, expectativa de vida e baixa
desigualdade poderiam e deveriam iniciar um processo de decrescimento da
pegada material (fluxos de materiais usados anualmente para sustentar um
padrão de consumo, principalmente metálicos e fósseis). A busca pela redução
da pegada material de países pobres e emergentes com alta desigualdade não
parece ser o caso, já que a redução da pobreza e desigualdade de renda serão
acompanhadas quase que inevitavelmente de aumentos na pegada material. É
provável que o decrescimento no uso de minerais metálicos e no uso de
combustíveis fósseis se dê com o escasseamento (tais recursos vão se tornando
menos acessíveis com a tecnologia disponível), o que não é bom. Melhor seria
reduzirmos seu uso para evitar aceleração de problemas como mudanças
climáticas, contaminação do solo e da água, e perda de habitats. Por outro lado,
buscar decrescimento do PIB não faz muito sentido. O nível de atividade de
produção e consumo de um país é uma resultante de processos
descentralizados. Claro que governos podem atrapalhar ou estimular o
crescimento, mas nenhum governo tem o botão do crescimento ou
decrescimento. ‘Economia verde’ seria crescimento econômico com simultânea
redução absoluta de impacto ambiental? Se for isso, pensando a produção
dentro de um território, sim é possível. Alguns países desenvolvidos parecem
estar numa trajetória mais ou menos assim. Se se levar em conta os materiais e
emissões necessários para manter um padrão de consumo (não importando
onde sejam extraídos os materiais e emitidos os poluentes) então já é bem mais
complicado. Até agora não há experiências de aumento da renda per capita sem
que a pegada material (que é uma perspectiva do consumo) aumente junto.

3. Equipe: Como você enxerga o decrescimento nesse atual cenário


político (seja nacional, seja mundial), onde temos visto que apenas tem-se
buscado somente o “crescimento econômico” como fator de desenvolvimento
para uma nação? Contextualizando, tem-se a ideia de que os “países do sul”
devem ter como meta crescer economicamente igual aos “países do norte”, mas
sabemos que isso é impossível do ponto de vista do balanço energético, da
física.
Andrei Cechin: Os países do sul tem muito a fazer em termos de
desenvolvimento humano, melhorar a distribuição do acesso e qualidade da
saúde e educação para todos, e também da renda. Para que o estado possa
oferecer mais e melhores serviços públicos, entre outras coisas, a carga de
impostos pagos per capita tem que aumentar nesses países. Mas isso, muito
provavelmente, só será possível com a renda nacional per capita aumentando.
Agora, o PIB é um péssimo indicador de riqueza e de bem estar, e acaba
funcionando como uma bússola às avessas. É um mau guia. Esses países
devem é encontrar um eixo de desenvolvimento em que a expansão das
liberdades substantivas das pessoas seja ao mesmo tempo meio e fim do
processo.

4. Equipe: Somente buscar o decrescimento seria a salvação para a


gaia? Ou seria apenas um retardamento da escassez dos recursos?
Perguntamos isso devido ao crescimento da população mundial bem como
frente ao mercado de trabalho e uso da mão de obra no futuro. Algumas
profissões deixarão de ser desempenhadas pelo fator humano, pois parte-se do
pressuposto que o capital intelectual não agrega valor fazendo trabalho de
“máquinas”.
Andrei Cechin: Buscar decrescimento da economia não representa
salvação. Países muito desenvolvidos poderiam iniciar uma transição rumo ao
‘decrescimento do consumo material’, o que acarretaria redução na pegada
material desses países. Quanto ao decrescimento do consumo material global,
ninguém tem nenhum poder sobre isso. É uma resultante. Um grande desafio
será o que fazer com seres humanos que se tornarão redundantes para a
economia com o avanço da inteligência artificial. Teremos que criar empregos
de regeneração e restauração do "capital natural' - intensivos em mão de obra -
mas não bastará. Há quem discuta a necessidade de uma renda básica universal
nesse contexto. Mais do que em Georgescu, boas reflexões sobre o futuro estão
no livro Homo Deus do Yuval Harari.

5. Equipe: Pelo que você estuda e observa até o momento, existem


respostas ou até propostas (alternativas) que podem ser (são) apresentadas
para combater a crise atual?
Andrei Cechin: Não acredito em respostas sistêmicas, do tipo "bala de
prata". Acredito que a economia é um sistema evolucionário e complexo.
Acredito em mudanças culturais, institucionais, tecnológicas. Existem muitas
crises e em muitas escalas. Você se refere ao fato de termos ultrapassado
algumas importantes fronteiras ecológicas planetárias? Lidar com isso exigirá
uma governança ambiental global que funcione. Não temos uma que funcione.
Exigirá que os países levem a sério os acordos e limites. Boa políticas
ambientais, tetos (limites quantitativos) e leilões no uso de recursos naturais,
impostos de carbono, em alguns casos mercados de licenças, e claro,
indicadores de riqueza e desenvolvimento que reflitam a dilapidação do
patrimônio natural e o mal-estar causado pela poluição, são medidas
importantes. E finalmente, por mais que seja irrealista do ponto de vista físico
uma economia realmente circular. Acho que um caminho saudável será
aumentar esforços nesse sentido, fomentando a transição para uma economia
pós-fóssil, tanto em termos energéticos quanto materiais, como desenvolvimento
da bioeconomia e de biorefinarias, a reciclagem, o design de produtos "berço ao
berço", minimizando ao máximo o lixo, e mimetizando processos naturais no
planejamento industrial.

Referências
Bocato-Franco, Alan Ainer. Decrescimento em dez perguntas: perspectivas
para o debate social, econômico e ambiental. Ambiente e Sociedade. São
Paulo v. XVI, n.3. p. 145-150. 2013.

CECHIN, Andrei Domingues; VEIGA, José Eli da. A economia ecológica e


evolucionária de Georgescu-Roegen. Rev. Econ. Polit. São Paulo, v. 30, n. 3,
p. 438-454, setembro de 2010. Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-
31572010000300005&lng=en&nrm=iso>. acesso em 24 de maio de 2019.
http://dx.doi.org/10.1590/S0101-31572010000300005

Cechin, Andrei. A natureza como limite da economia: a contribuição de


Nicholas Georgescu-Roegen. São Paulo, Editora SENAC São Paulo /Edusp,
2010.

LÉNA, Philippe (dir.). Enfrentando os limites do crescimento: Sutentabilidade,


decrescimento et prosperidade. Nouvelle édition [en ligne]. Marseille : IRD
Éditions, 2012 (généré le 22 mai 2019). Disponible sur Internet :
<http://books.openedition.org/irdeditions/19965>. ISBN : 9782709925662. DOI :
10.4000/books.irdeditions.19965.

WIEDMANN, Thomas; SCHANDL, Heinz; LENZEN, Manfred; MORAN, Daniel;


SUH, Sangwon; WEST, James; KANEMOTO, Keiichiro. The material footprint
of nations. Proceedings da Academia Nacional de Ciências, maio de 2015, 112
(20) 6271-6276; DOI: 10.1073 / pnas.1220362110.

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