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A execução de contratos educacionais em Juízo: cuidados especiais

A inadimplência de mensalidades escolares não é algo incomum


para as escolas e os colégios que prestam serviços ao mercado consumidor. Após
as tentativas de solução amigável para o pagamento do débito, resta ao credor
escolar ingressar em Juízo para exigir a dívida.
Todavia, a instituição de ensino deve adotar alguns cuidados antes
do protocolo da medida judicial contra o devedor, especialmente no que se refere
aos documentos que acompanham o contrato de prestação de serviços
educacionais.
O contrato de serviços educacionais, por sua natureza, possui
obrigações recíprocas em que o consumidor remunera a instituição de ensino
em razão da contraprestação dos serviços de educação. Isso significa que, pela
teoria dos contratos, o consumidor não precisa pagar a mensalidade escolar
caso o serviço não seja prestado.
Nesse sentido, o artigo 787 do Código de Processo Civil estipula
que, na hipótese de execução de contratos educacionais, as escolas ou os
colégios devem provar a prestação do serviço.
O Poder Judiciário entende que o Boletim Escolar e a Lista de
Presença são documentos hábeis a provar que o serviço foi prestado, atribuindo-
se certeza ao título executivo (contrato de prestação de serviços) na Execução
em Juízo, a exemplo da seguinte decisão do Tribunal de Justiça do Estado de
Santa Catarina:

EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. CONTRATOS DE


PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS EDUCACIONAIS. INADIMPLÊNCIA.
ALEGAÇÃO DE NÃO COMPROVAÇÃO DOS SERVIÇOS.
ACOLHIMENTO PARCIAL. BOLETINS QUE DEMONSTRAM A
PRESENÇA DAS ALUNAS EM SALA DE AULA EM PARTE DO
PERÍODO DISCUTIDO. CERCEAMENTO DE DEFESA NÃO
CONFIGURADO. PROVA EXISTENTE QUE AUTORIZA O
JULGAMENTO. RECURSO ACOLHIDO EM PARTE. O Superior
Tribunal de Justiça entende que, para a cobrança das parcelas
impagas por aluno do estabelecimento de ensino particular,
além da apresentação do contrato devidamente formalizado e do
demonstrativo do débito, mister provar também a efetiva
prestação do serviço no período almejado (REsp n. 323.704/MG,
rel. Min. Aldir Passarinho Junior, j. em 12-3-2002). A juntada
aos autos de boletins escolares do período no qual se
pretende o adimplemento é apta a comprovar a
contraprestação dos serviços educacionais prestados pela
entidade de ensino exequente em parte do período
discutido. "Inexiste cerceamento de defesa pelo julgamento
antecipado da lide se o Magistrado colheu dos autos elementos
suficientes para formar seu convencimento, porquanto vige o
princípio da persuasão racional" (Ap. Cív. n. 2006.014712-4, de
Caçador, rel. Des. Fernando Carioni, j. em 3-8-2006). (TJSC,
Apelação Cível n. 2007.041420-0, de Lages, rel. Des. Jaime Luiz
Vicari, Sexta Câmara de Direito Civil, j. 07-04-2011).

A não comprovação da prestação de serviços educacionais numa


Execução pode acarretar no julgamento improcedente da causa em desfavor da
instituição de ensino, além da aplicação de custas processuais e honorários
advocatícios de sucumbência.
Ante o exposto, recomenda-se que a Execução de Título
Extrajudicial embasada em contratos de prestação de serviços educacionais seja
instruída com a seguinte documentação: a) Requerimento de Matrícula; b)
Contrato de Prestação de Serviços Educacionais; c) Boletim de Escolar; d) Lista
de Presença; e) Demonstrativo Atualizado do Débito.

São José/SC, quarta-feira, 28 de março de 2018.

Bruno Constante Goedert


OAB/SC 35.978

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