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Especificamente sôbre êste aspecto do ensino, o notável Professor italiano Dino Jarach,
da escola de Griziotti, e que há muito vem lecionando na Argentina, em sua excelente
obra “Curso Superior de Derecho Tributário”, 1957, vol. I, págs. 11/12, observa:
“Aun los autores que afirman que debe hablarse de Derecho Financiero y que el Derecho
Tributaria es sólo una parte de aquél, en la práctica, cuando tratan del Derecho
Financiero, después de un examen preliminar de la materia, lo único que examinan y
profundizan, en definitiva, es el Derecho Tributario. Esta es la prueba positiva de que el
Derecho Financiero, como materia jurídica en general, no es susceptible de ser estudiado
en forma unitaria.
El Dr. Giuliani Fonrouge, entre nosotros, sostiene también que la materia científica de la
cual debe hablarse y debe estudiarse en las Facultades es el Derecho Financiero; pero en
todas sus obras lo que trata es el Derecho Tributario y no el Financiero.
Todo ello me induce a afirmar que, científicamente, tenemos que limitarnos a este
Derecho Tributario, y cuando digo limitar-nos talvez pueda parecer paradójico, porque es
una materia tan amplia, con tantas ramas, que no constituye por cierto una limitación
tratar sólo de ella en un curso universitario o para graduados”.
Podemos ainda acrescentar que pela reforma de 1954, na França, e mesmo no projeto
aqui trazido pelo Prof. Jean Gaudemet em sua recente palestra na Sala João Mendes Jr.,
enquanto no 2.º ano se lecionam “Institution Financiers” no 3.º ano foi instituída a
cadeira de “ Science e Technique Fiscales ”. Exatamente com êste título, em 2 volumes,
agora em 1959, na coleção “Thémis”, o Prof. Lucien Mehl publicou excelente manual
didático. Também o Prof. Louis Trotabas – sem dúvida o maior mestre do Direito
Tributário hodierno da França – já publicou na coleção Dalloz, para os estudantes da
nova cadeira, um “Précis de Science et Tecnique Fiscales”.
De outro lado, se é verdade que a Constituição Brasileira de 1946 é uma das mais ricas
na disciplina tributária, entretanto não temos ainda tôda a legislação complementar, pois
especialmente o Código Tributário Nacional permanece há alguns anos na Câmara dos
Deputados, em projeto.
Será, porém, êsse poder, ilimitado? Poderá êsse levantamento ser feito arbitràriamente,
cobrando-se de A e deixando-se de cobrar de B, ou em bases irregulares? Não. Além de
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A Constituição do Estado Federal tem que enfrentar maior problemática tributária, pois
coexistem nela três Fiscos ou três competências autônomas de imposição: a União, os
Estados e os Municípios.
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Em razão da natureza dos tributos, o único que exige partilha entre a União, Estados e
Municípios é o impôsto, porque êle é um tributo sem contraprestação. O Poder Público
exige o impôsto unilateralmente, apenas e tão-só em razão da soberania fiscal, por isso
no Estado federativo em que há tríplice competência tributária, é preciso dividir as várias
soberanias fiscais em relação aos impostos. Daí a razão da discriminação constitucional
dos impostos.
E’ verdade que a Constituição deve conter apenas o genérico. Ela procede por síntese,
mas basta examinar o rol dos impostos partilhados para se certificar de que ela não faz
uma simples enumeração nominal, ela não arrola cada tributo pelo seu “nomen júris”
porém muito mais cientificamente ela sintetiza ou caracteriza o elemento constitutivo de
cada um, ou seja, o suporte fático ou fato gerador.
II – consumo de mercadorias;
VI – os atos regulados por lei estadual, os do serviço de sua justiça e os negócios de sua
economia”.
“Art. 29. Além da renda que lhes é atribuída por força dos parágrafos 2.º e 4.º do art.
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15, e dos impostos que, no todo ou em parte, lhes forem transferidos pelo Estado,
pertencem aos Municípios os impostos:
II – de licença;
Com exceção dos itens I, II e III do art. 29 que se reportam apenas ao “nomen juris” –
impôsto predial e territorial urbano, de licença e de indústrias e profissões – todos os
itens dos arts. 15 e 19, como os demais do art. 29, trazem a especificação do fato
gerador do respectivo impôsto.
Mais claramente: a Constituição não diz, por exemplo, no art. 15, I, compete à União
decretar o impôsto aduaneiro, mas sim:
Por isso, acertadamente, o projeto do Código Tributário Nacional do art. 25 a 42, como
lei federal que deverá ser, procura explicitar o fato gerador de cada impôsto de
competência privativa da União dos Estados e dos Municípios, que já está de um modo
sintético, configurado em cada item da partilha constitucional.
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Após discriminar os fatos geradores dos impostos que privativamente cabem à União e
aos Estados, estabelece a Constituição:
“Art. 21 – A União e os Estados poderão decretar outros tributos além dos que lhes são
atribuídos por esta Constituição, mas o impôsto federal excluirá o estadual idêntico. Os
Estados farão a arrecadação de tais impostos e à medida que ela se efetuar entregarão
vinte por cento de produto à União e quarenta por cento aos Municípios onde se tiver
realizado a cobrança”.
Já em relação aos impostos dêste art. 21, cabe ao respectivo poder tributante a
definição de seu fato gerador. A problemática que surge é a de ser encontrado um fato
gerador que não seja nenhum daqueles já configurados na discriminação constitucional
dos impostos de competência privativa.
Se do exame do novo fato gerador resultar conflito com qualquer um dos já enumerados
na partilha, teremos que o novo imposto padece do vício de inconstitucionalidade, por
invasão de competência privativa.
Qual será o meio técnico jurídico para se alcançar essa vinculação legal da imposição
tributária?
O meio é a determinação dos elementos do fato gerador que devem estar descritos na
lei tributária e concomitantemente ocorrendo na realidade. É sòmente com a ocorrência
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E’ um procedimento que visa a configurar o crédito tributário. Êle não cria, não altera
nem extingue a obrigação tributária. Êle apenas declara, ele apenas tem função de dar
certeza e liquidez ao direito creditório. A lei descreve em abstrato os fatos suscetíveis da
incidência, o lançamento vai perquirir a ocorrência dos fatos, apreciá-los em face da lei,
para tirar as conseqüências da realização dêsses fatos perante a lei e assim
individualizar a obrigação.
Quem quer que examine a casuística fiscal, poderá constatar que do ponto de vista da
prática, a mais ampla problemática fiscal gira em tôrno do procedimento de lançamento.
E isto é compreensível, pois tôda e qualquer obrigação tributária, para ser cumprida,
tem de ser primeiramente acertada (eis como é expressiva no caso, a palavra
lançamento dos italianos: “accertamento”). O lançamento é uma condição para o
cumprimento da obrigação tributária.
jurídicos. Há, entretanto, conceitos que não estando integralmente elaborados em leis,
resultam de disposições implícitas ou do sistema.
Passemos, pois, a estudar êsses conceitos, que são da mais larga e útil aplicação na
solução de muitos problemas fiscais.
É o fato de o objeto estar abrangido pelo campo de tributação. Tècnicamente se diz que
é a ocorrência do fato gerador do tributo.
É o inverso, isto é, o fato de o objeto se encontrar fora dos limites do campo tributário.
É a dispensa do tributo devido, feita por disposição expressa da lei e por isso mesmo
excepcional. A isenção é um favor fiscal, que retira o objeto de campo da incidência. Por
isso só se pode isentar o que esteja “a priori” tributado. Sòmente pode isentar, quem
tenha poder para criar o tributo, pois é uma dispensa da obrigação de pagar. O projeto
de Código Tributário Nacional prevê:
É instituto mais amplo que o da isenção, porque enquanto a isenção é uma dispensa do
pagamento de um tributo devido, a imunidade é um obstáculo ao próprio nascimento da
obrigação tributária. Como a imunidade é um obstáculo à própria imposição, portanto
uma restrição à capacidade de tributar que é outorgada pela Constituição, a imunidade
é, de regra, instituída pela Constituição. O projeto assim menciona o seu efeito:
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A isenção, sendo uma dispensa do impôsto devido, é uma parte liberada do campo da
incidência, que poderá ser aumentada ou diminuída, pela lei, dentro do campo da
incidência. O campo da incidência poderá ser ampliado pela lei, de modo a abranger
mais fatos do campo da não incidência, entretanto nunca poderá transpor a barreira da
imunidade, pois lhe falta poder para tributar o campo imune.
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