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1. Introdução

A proposta deste trabalho é a abordagem da Ética no serviço público, procurando traçar


um perfil dos funcionários da Administração Pública ou simplesmente servidor publico,
para evitar o desvio de suas finalidades por intermédio de actos não muito éticos
praticados por seus administradores e servidores. No entanto, a partir da definição de
ética e deontologia profissional analisar-se-ão os princípios éticos que norteiam a
Administração Pública, passando-se a apontar novas atitudes da gestão pública.

Ainda será objecto deste trabalho dar um pequeno enfoque sobre Administração ética
dos bens públicos, apresentando uma linha jurídica da natureza originária dos ilícitos
cometidos perante uma administração de bens estatais.

Para finalizar, passar-se-á a demonstrar a conclusão retirada do estudo realizado sobre o


assunto proposto, que se deu através da pesquisa bibliográfica, procurando sempre
simplificar o entendimento do assunto abordado, permitindo fácil compreensão dos
temas apresentados.
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2. ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO


2.1. Ética
Éticas provem de Ethos que em grego significa “modo de ser” (LAROUSSE, 2003, p.
516.). Ética é o domínio da filosofia que tem por objectivo o juízo de apreciação que
distingue o bem do mal, o comportamento correcto e o incorrecto. A Ética Profissional
é o compromisso de um Homem respeitar os seus semelhantes, no trato da profissão que
exerce. Todas as profissões têm a sua ética específica.
Segundo HANKINSON (1996), do Grego “ethiké” e do latim “ethica” (ciência relativa
aos costumes), a Ética é um ramo de Filosofia que tem por objectivos o estudo do que
distingue o bem e o mal, comportamento correcto e o incorrecto. E os princípios éticos
constituem directrizes pelas quais o homem rege o seu comportamento, tendo em vista
uma filosofia moral dignificante.

Segundo HAAS (2010), ética é tão requisitada em nosso dia-a-dia para julgar as pessoas
no meio em que estão inseridas, não é muito claro para a maioria. É comum o dizer de
que alguém é ou não ético ao agir de determinada forma, mas poucas pessoas
conseguem definir o que é ética.

Ética é a ciência de bens, costumes e remete-nos aos direitos e deveres dos indivíduos
da sociedade preocupando-se com o que deve ser em termos de conduta e práticas,
(MAZULA, 2005:19).

Todo ser ético é sujeito moral, para sermos éticos precisamos ter consciência e
responsabilidade sobre os nossos actos, precisamos agir conforme a nossa razão de
forma activa e sem se deixar levar pelos impulsos ou opinião dos outros (CHAUÍ,
2004).

2.2. Moral

Segundo KANT (1734) Moral é o conjunto das regras ou normas de conduta admitidas
por uma sociedade ou por um grupo de homens em determinada época. Assim, o
homem moral é aquele que age bem ou mal na medida em que acata ou transgride as
regras do grupo.

Segundo RIBEIRO (1846), moral é conjunto de valores, de normas e de noções do que


é certo ou errado, proibido e permitido, dentro de uma determinada sociedade, de uma
cultura.
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Como sabemos, as práticas positivas de um código moral são importantes para que
possamos viver em sociedade, fato que fortalece cada vez mais a coesão dos laços que
garantem a solidariedade social.

2.3. Deontologia Profissional

A deontologia é uma palavra de raiz grega composta de dois vocábulos: “Deon” ou


“Deontos” que significa “o que fazer” e “Logos” que significa “tratado” traduzindo-se
assim como a “Ciência dos Tratados” (DIAS, 2004). Poderá então, definir-se que:

O objecto da Deontologia consiste em ensinar o homem a dirigir os seus afectos, de


maneira a que eles sejam o mais possível subordinados ao bem-estar. Cada homem tem
as suas penas e os seus prazeres, que lhe são próprios, e com os quais o resto dos
homens não tem qualquer relação; há, também, os prazeres e as penas que dependem
das relações com os outros homens, e os ensinamentos do Deontologista têm por
objectivo aprender, num como noutro caso, a dar ao prazer uma direcção tal que lhe
permita ser produtivo para outros tipo de prazer; e a dar uma tal direcção à pena que a
torne, na medida do possível, uma fonte de prazer ou, pelo menos, que ela seja o menos
pesada possível, suportável e, assim, tão transitória quanto possível” (BENTHAM
[1834] apud DIAS, 2004:167).

O termo Deontologia, Segundo HANKINSON (1996), surge pela combinação das


palavras gregas “déontos” que significa dever e “logos” que se traduz como discurso ou
tratado. Sendo assim, a Deontologia é uma parte da Ética especialmente adaptada ao
exercício de uma determinada profissão.

2.4. Princípios éticos


 Segundo BRAGA (2007) São princípios éticos:
 Ter responsabilidade com o papel profissional assumido perante a sociedade;
 Respeitar os direitos humanos na relação clientes e profissionais;
 Ter excelência no exercício da profissão e respeito com outras categorias
profissionais;
 Responsabilizar-se nas decisões tomadas ou delegadas;
 Proteger a pessoa humana das práticas arbitrárias que contrariam a lei, a ética e a
competência;
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 Respeitar e fazer respeitar as opções políticas, culturais, sociais, morais e


religiosas da pessoa e criar condições para que ela possa nestas áreas exercer os
seus direitos;
 Recusar a participação em qualquer forma de tratamento cruel, desumano ou
degradante;
 Assegurar a continuidade da assistência registando fielmente as observações e
intervenções realizadas;
 Manter-se no posto de trabalho até que seja substituído para garantir a
continuidade da assistência;
 Informar sobre os recursos a que a pessoa possa ter acesso, bem como sobre a
maneira de os obter;
 Guardar segredo profissional que tenha tomado conhecimento em decorrência
do exercício profissional, e outras providências contidas no código de ética;
 Respeitar a intimidade da pessoa e protegê-la de ingerência na sua vida privada e
na da sua família;
 Manter no desempenho de suas actividades em todas as circunstâncias, um
padrão de conduta pessoal que dignifique a profissão;
 Proceder com correcção e urbanidade, abstendo-se de qualquer crítica pessoal ou
alusão depreciativa a colegas ou a outros profissionais;
 Integrar-se a equipe de saúde em qualquer serviço em que trabalhe, colaborando
com a responsabilidade que lhe é própria, nas decisões sobre a promoção da
saúde, prevenção da doença, tratamento e recuperação, promovendo a qualidade
do serviço
2.5. Ética Profissional

Segundo NALINE (2009), ético-profissional é o conjunto de normas éticas que formam


a consciência do profissional e representa imperativos de sua conduta.

O mesmo autor acrescenta que o indivíduo que tem ética profissional cumpre com todas
as actividades de sua profissão, seguindo os princípios determinados pela sociedade e
pelo seu grupo de trabalho.

A ética profissional é um conjunto de valores e normas de comportamento e de


relacionamento adoptados no ambiente de trabalho, no exercício de qualquer actividade.
Ter uma conduta ética é saber construir relações de qualidade com colegas, chefes e
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subordinados, contribuir para bom funcionamento das rotinas de trabalho e para a


formação de uma imagem positiva da instituição perante os públicos de interesse, como
utentes e a sociedade em geral (VERONEZZI, 2007).

3. Conceito de Serviço Público e Servidor Público


3.1.Serviço Público

Segundo MELLO (2000), Serviço Público é a actividade consistente na oferta de


utilidade ou comodidade material fruível singularmente pelos administrados, que o
Estado assume como pertinente a seus deveres em face da colectividade.

Serviço Público, em sentido amplo, como sendo todo aquele serviço prestado pela
Administração ou por seus delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer
necessidades essenciais ou secundárias da colectividade, ou simples conveniências do
Estado (MEIRELES, 1997)

3.2. Servidor Público

De acordo com a lei no 16/2012 (Lei de Probidade Pública) de 14 de Agosto, no


disposto do artigo 3,do número 1e 2 considera se servidor Público a pessoa que exerce
mandato, cargo, emprego ou função em entidade pública, em virtude de eleição, de
nomeação de contratação ou de qualquer outra forma de investidura ou vinculo, ainda
que de modo transitório ou sem remuneração.

Entende se como sinónimos de servidor publico os termos funcionários, agente do


estado, empregado publico, agente municipal ou qualquer outro termo similar, que se
utilize para referir se a pessoa que cumpre funções em entidade Pública.

4. Administração ética dos bens públicos

A administração é um fenómeno natural no mundo moderno. Cada organização e cada


empresa requer a tomada de decisões, a coordenação de múltiplas actividades, condução
de pessoas, avaliação do desempenho dirigido e objectivo previamente determinado,
obtenção e alocação de recursos e etc. (CHIAVANETO, 2000, p.10).

E na administração pública juntamente com os bens públicos não seria diferente. Diante
do meio de utilização dos interesses à busca do interesse público, no gozo e uso dos
poderes que são atribuídos aos agentes públicos para alcançar esses fins, podem os
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mesmos ultrapassar os limites legais e se cometer abusos e ilegalidades. Por tal razão,
tornam-se necessários a fiscalização e controle dos actos Administração Pública, para
que a sociedade não venha a ser a principal afectada. Para tal, a implementação da ética
na gestão ou administração pública é necessário a conscientização da sociedade como
um todo, de modo que todos os cidadãos passem a actuar concretamente na fiscalização
e cobrança de uma governação eficaz e moralmente correcta. (MARIA,2000)

Bens públicos são todos aqueles que pertencem às pessoas jurídicas de Direito Publico,
isto é, Províncias, Municípios, e Distritos, que estejam afectos à prestação de um
serviço publico.
Em conformidade com o disposto na alínea f do atrigo 23 do Decreto 3/2007 de 9 de
agosto, Lei do património, Bens de domínio Publico são conjunto de bens da
propriedade do Estado, impenhoráveis e imprescindíveis.

Património do Estado: conjunto de bens do domínio público e privado, e dos direitos e


obrigações de que o Estado é titular, independentemente da sua forma de aquisição,
designadamente: (i) Bens móveis, animais e imóveis, sujeitos ou não a registo; (ii)
Empresas, estabelecimentos, instalações, direitos, quotas e outras formas de
participação financeira do Estado; (iii) Bens adquiridos por conta de projectos, quando
não haja reserva de titularidade a favor de terceiros; (iv) Outros bens como tal
classificados por lei. (Alínea l do artigo 3 do Decreto 3/2007 de 9 de agosto, Lei do
património).

Os bens supracitados possuem características em comum, que são, imprescritibilidade e


impenhorabilidade. A primeira que dizer os bens por estarem afectos para fins públicos,
estão fora do comércio jurídico de direito privado, como compra e venda, doação,
permuta e outros. E a segunda, estes bens não são penhoráveis.

4.1.Dever dos agentes


Em todos os actos, procedimentos e quaisquer intervenções no quadro da gestão do
património do Estado, quaisquer funcionários responsáveis ou agentes administrativos,
encarregues ou intervenientes nos processos em geral ou à prática de qualquer acto a ele
respeitante, deve observar estritamente os comandos normativos estabelecidos e as
práticas de zelo, diligência e conduta profissional exigíveis, nos termos da legislação
vigente. (Artigo do 71 do Decreto 3/2007 de 9 de agosto, Lei do património).
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4.2.Práticas ilícitas
De acordo com o preceituado no artigo 72 do Decreto 3/2007 de 9 de agosto, São
consideradas práticas ilícitas na Administração dos bens de domínio do Estado ou
simplesmente património do Estado o seguinte:
Prática corrupta: oferecer, aceitar ou solicitar, directa ou indirectamente, bens
patrimoniais ou outros, de modo a omitir um determinado dado ou a prática de
determinado acto em benefício próprio ou de outrem;
Prática fraudulenta: viciar ou omitir intencionalmente dados que constem ou que
deviam constar como património do Estado com o fito de tirar algum proveito para si
próprio ou para terceiro;
Prática de colusão: combinação entre agentes da Administração Pública e/ou terceiros,
tendente a deturpar a informação sobre o património do Estado, visando prejudicar os
interesses deste;
Prática de coacção: ameaçar os agentes da Administração Pública encarregues pela
gestão do património do Estado, a inserir ou ocultar dados, com vista a tirar vantagens
patrimoniais, políticas ou outras, em prejuízo dos interesses do Estado.
No entanto, a prática dos actos acima descritos é passível, nos termos da legislação
aplicável, de instauração do competente procedimento disciplinar, sem prejuízo do
respectivo processo criminal.

Estes são crimes essencialmente funcionais em que a situação de funcionário público é


elementar para caracterização do tipo penal em questão. Trata-se de crimes próprios, ou
seja, exigem que no polo activo esteja um funcionário público, na condição de autor, co-
autor ou partícipe.
O homem é um ser, que só consegue sua vivência no encontro com outros homens,
ficando suas acções e decisões possam afectar as outras pessoas. Nesta coexistência,
provavelmente têm que haver regras que classifiquem e proporcionam esta relação.
Estas regras, dentro de uma hierarquia qualquer, indicam os limites em relação aos
quais podemos adequar as nossas possibilidades e os obstáculos a que devemos nos
sujeitar. São os códigos éticos que nos obrigam, mas ao mesmo tempo nos protegem.
O administrador público que desempenha sua profissão observando os regulamentos
éticos aproximar-se a conquistar o lugar e estima merecido, é óbvio que se adaptar-se às
normas, porque estas precisam estar abordoadas em princípios de virtude, assim a ética
tem sido o caminho justo e adequado, para o benefício geral das sociedades atuais.
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5. Conclusão

Após ter-se discorrido acerca do tema proposto, ficou claro que a gestão pública deve
estar fundada nos princípios éticos e constitucionais que regem a Administração
Pública, ficando os agentes públicos, sujeitos ao controle administrativo, judicial e
social em todas as suas decisões e actividades administrativas desenvolvidas no âmbito
público. No entanto tais actividades não desrespeitem as finalidades do Estado a
Administração Pública se submete às normas constitucionais e às leis especiais. Todo
esse adorno de normas objectivas a um comportamento ético e moral por parte de todos
os agentes públicos que servem ao Estado.

Contudo, para a real implementação da ética na gestão ou administração pública é


necessário a conscientização da sociedade como um todo, de modo que todos os
cidadãos passem a actuar concretamente na fiscalização e cobrança de uma governação
eficaz e moralmente correcta.
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6. Referências bibliográficas

BRAGA, P. Ética, Direito e Administração Pública. 2ª ed. Brasília.2007.


CHAUÍ, Marilena. A existência ética. In: Convite à Filosofia. 13ª ed. 2ª impr. São
Paulo: Editora Ática, 2004.
CHIAVANETO, Idalberto. Introdução Teoria Geral da Administração. 6. ed. Rio de
Janeiro: Campus, 2000.
Decreto 3/2007 de 9 de agosto, Lei do património.
HAAS, M. E. Direito Administrativo. 2ª ed .São Paulo: Saraiva.1999.
HANKINSON, S.Teoria do dever. 2ª ed.são Paulo Atlas,1996.
KANT, S. Teoria Geral do Estado. São Paulo: Escolar editora.1734.
LAROUSSE. Dictionnaire du Français au collège. Paris, 2003.
MARIA, Denise Abeijon Pereira Gonçalves, Ética na Administração Pública: algumas
considerações, rio de Janeiro, 2000.
MAZULA, Brazão. Ética, Educação e Criação da Riqueza. Maputo, 2005.
NALINE, R.J. Ética geral e profissional. São Paulo: Editora Revista dos Tribunai.2009.
RIBEIRO, P. S. O que é moral. In Brasil Escola.1846.

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