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Rafael Zanoto Boeira

A FUTURA RESTAURAÇÃO
DA NAÇÃO DE ISRAEL NO LIVRO DE EZEQUIEL

Pinhais – 2017
Seminário Batista Regular do Sul

A FUTURA RESTAURAÇÃO
DA NAÇÃO DE ISRAEL NO LIVRO DE EZEQUIEL

Trabalho apresentado como requisito do


Módulo de Mestrado de Ezequiel do
Seminário Batista Regular do Sul.
Prof. Pr. Barry Alan Farlow

Pinhais - 2017
SUMÁRIO

Introdução ..................................................................................................................... 03

1 - A Teologia da Substituição ...................................................................................... 05

1.1 - Definição...................................................................................................... 05

1.2 - Origem ......................................................................................................... 05

1.3 - Características ............................................................................................ 06

1.4 - Base Bíblica e Refutação ............................................................................ 06

2 – A Realidade das Profecias (cap. 1 ao cap. 32) ...................................................... 07

2.1 - A Realidade do Atalaia (cap. 1 ao cap. 3) ................................................. 07

2.2 - A Realidade do Castigo e Restauração aos Judeus (cap. 4 ao cap. 24) .. 08

2.3 - A Realidade do Castigo às Nações Vizinhas (cap. 25 ao cap. 32) ............ 11

3 – Preparação para o Futuro Arrependimento de Israel (cap. 33) ......................... 12

3.1 - O Envio de Profetas Advertindo ............................................................... 12

3.2 - As Advertências Realizadas ....................................................................... 12

4 – A Futura Restauração de Israel na Terra Prometida (cap. 34 ao cap. 39) ........ 13

4.1 - A Provisão de um Pastor Fiel (cap. 34) ..................................................... 13

4.2 - A Remoção dos Inimigos (cap. 35.1 ao cap. 36.7 e cap. 38 ao cap. 39)... 14

4.3 - O Propósito de Deus em Restaurar Israel (cap. 36.8 ao vers. 38) .......... 15

4.4 - Analogias da Restauração de Israel (cap. 37) .......................................... 16

5 – A Futura Restauração da Adoração em Israel (cap. 40 ao cap. 46) ................... 16

5.1 - O Novo Templo (cap. 40 ao cap. 43.17) .................................................... 16

5.2 - A Nova Adoração (cap. 43.18 ao cap. 46 ................................................... 18


6 – A Futura Geografia de Israel (cap. 47 ao cap. 48) ............................................... 18

6.1 - Deus é o Provedor da Vida (cap. 47.1 ao vers. 12) ................................... 18

6.2 - Os Limites da Terra Prometida (cap. 47.13 ao cap. 48) .......................... 19

Conclusão ...................................................................................................................... 20

Referências Bibliográficas ........................................................................................... 21


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INTRODUÇÃO

A futura restauração da nação de Israel na terra que foi prometida por


Deus será cumprida, pois Deus não é homem para mentir. “Deus não é homem, para
que minta; nem filho de homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele
prometido, não o fará? Ou, tendo falado, não o cumprirá?” (Nm 23.19). Deus reunirá
seu Israel das extremidades da terra e restaurará seu templo, sua terra e sua adoração, a
Bíblia está repleta de textos que afirmam isso, mas há muitos que acreditam ao contrário
do que foi dito, pois sua crença está em que Israel não mais existirá como nação, sua
terra, seu templo e sua adoração não serão restaurados pelo fato de Israel ter sido
substituído pela Igreja. Esta linha de pensamento é antiga e conhecida como Teologia do
Pacto, ou Teologia da Substituição. Ela foi se desenvolvendo ao longo dos séculos, e um
de seus aspectos, o da continuidade de Israel na Igreja, mais amplamente conhecida,
pelos batistas, como Teologia da Substituição, e como já mencionei é influenciada pela
Teologia das Alianças, contrária a Teologia Dispensacionalista, a qual ensina a futura
restauração de Israel e que este e a Igreja são distintas.
Neste trabalho quero apresentar provas bíblicas no livro de Ezequiel
sobre a futura restauração de Israel, pois Deus chamou o profeta Ezequiel para
pronunciar o castigo à nação de Judá por causa de seu afastamento de Deus, mas
também, o profeta deveria pronunciar profecias da futura restauração do remanescente
de Israel. São vários textos e versículos que comprovam isso, ao contrário da Teologia
da Substituição que usa poucos versículos fora de seu contexto e com uma interpretação
alegorizada, ou tipológica, para basear sua linha de pensamento. Com este trabalho
sobre o livro de Ezequiel quero mostrar que Israel não foi substituído pela Igreja, nem
foi o tipo da Igreja, mas são distintas.
Começarei explicando sobre a Teologia da Substituição e logo passarei
para os capítulos iniciais do livro de Ezequiel, pois dos capítulos um aos trinta e dois é
revelado, em alguns versículos, sobre a futura restauração de Israel. Nestes capítulos
temos o chamado do profeta Ezequiel, a queda de Jerusalém e o castigo das nações. Mas
dos capítulos trinta e três aos quarenta e oito é reservado para profecias referentes à
futura restauração de Israel. O capítulo trinta e três prepara o povo cativo para o futuro
arrependimento, os capítulos trinta e quatro aos trinta e nove se concentram na futura
restauração de Israel na terra prometida como a provisão de um Pastor fiel, a remoção
dos inimigos da terra prometida e o propósito de Deus na restauração, os capítulos
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quarenta ao quarenta e seis revelam a futura restauração em relação à adoração no


templo e os capítulos quarenta e sete ao quarenta e oito mostram Deus como o provedor
da vida e os limites da terra prometida.
Em todo livro de Ezequiel não encontramos nenhuma referência à Igreja,
pois as profecias ainda não cumpridas neste livro se referem à tribulação e ao milênio e
não encontramos referências à Igreja neste período. Pois hoje Israel se encontra
disperso, aos poucos voltando para sua terra, mas logo virá o fim, o próximo evento
bíblico mundial será o arrebatamento da Igreja seguido pela tribulação culminando na
volta do nosso Senhor Jesus. Neste momento nosso Senhor destruirá os seus inimigos e
os fiéis serão reunidos para dar início ao Reino Milenar onde todas as profecias do livro
de Ezequiel serão literalmente e completamente cumpridas, porém algumas destas
profecias serão cumpridas na Tribulação.
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1 - A Teologia da Substituição

1.1 - Definição

A Teologia da Substituição é um distintivo da Teologia do Pacto, pois ela


ensina que a Igreja substituiu Israel no programa de Deus, que Deus não tem mais um
plano para Israel como uma nação. Israel por ter falhado com Deus perdeu o direito das
promessas e estas foram transferidas para a Igreja devendo ser cumpridas na mesma.
Pois Enns, em seu livro “Manual de Teologia Moody”, explanando a respeito da
Teologia da Substituição cita Gary DeMar como um proponente deste conceito. Muitas
das promessas, principalmente as referentes à terra, foram espiritualizadas para
encaixar-se com a Igreja. Seus partidários acreditam que a Igreja, hoje, é o Israel de
Deus, que dentro desta substituição, a Igreja é a continuidade de Israel. Sua maior
defesa é a desintegração de Israel como uma nação, a dispersão do povo judeu entre as
nações e a rejeição de Jesus Cristo como seu Messias. Conforme seus adeptos o único
plano de Deus para os judeus nos dias de hoje é sua salvação e tornar-se parte da Igreja.
Vejamos o que disse Enns a este respeito:
A teologia do pacto também é conhecida como teologia da substituição. A
teologia da substituição é um distintivo da teologia do pacto. A terminologia
reflete seu ensino de que a igreja substituiu Israel no programa de Deus. Eles
creem que desde que Israel rejeitou a Jesus como seu Messias, Deus teria
substituído Israel pela Igreja. Israel não tem mais um futuro no programa de
Deus. As promessas que Deus fez a Israel têm sido cumpridas na Igreja. A
desintegração de Israel como uma nação e a dispersão do povo judeu entre as
nações é um argumento adicionado pelos teólogos da substituição e usado
para propagar a sua crença. Desde que a Igreja teria reposto a Israel no
programa de Deus, as promessas feitas para Israel têm sido ou serão
finalmente cumpridas na Igreja (Enns, 2014, p. 611).

1.2 - Origem

Esta teologia foi sendo desenvolvida ao longo dos séculos começando,


pelo menos, por Agostinho (354 – 430 d.C.) que via Israel tendo sido substituído pela
Igreja e as promessas feitas a Israel seriam cumpridas na Igreja. Jerônimo (347 – 420
d.C.) e Crisóstomo (347 – 407 d.C.) causaram muitas polêmicas rígidas contra os
judeus. Esta teologia influenciou a história do período medieval, principalmente para os
judeus, pois o antissemitismo tornou-se saliente com as perseguições aos judeus com as
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atrocidades das Cruzadas. Mais tarde, o pensamento de que Deus rejeitou o povo judeu,
culminou no Holocausto e teve influência no Apartheid.

1.3 - Características

Passo a listar três das principais características da Teologia da


Substituição:
(1) A primeira característica diz respeito à interpretação bíblica, pois sua
hermenêutica não segue a linha literal, mas a alegórica ou tipológica.
Pelo fato de usarem um sentido tipológico em relação às
interpretações do texto bíblico, acabam facilitando o encaixe daqueles
referentes a Israel como sendo a Igreja. Fato é de que não conseguem
provar se a Igreja é ou não um tipo de Israel.
(2) Outra característica diz respeito ao abandono de Deus concernente à
seu povo pelo fato deste ter falhado em obedecer à Deus e ter
assassinado se Messias. Romanos 11.28-29 diz o contrário.
(3) Seus defensores afirmam que Deus passou as promessas feitas a
Israel para a Igreja, sendo esta a continuidade de Israel e não havendo
mais possibilidade da volta do mesmo. Jr 33.25-26 diz o contrário. As
promessas de Deus à seu povo, elas são incondicionais.

1.4 - Base Bíblica e Refutação

Os defensores desta teologia além de argumentarem que a falha de Israel


em obedecerem a Deus e a crucificarem o Messias, também, se apoiam em alguns textos
bíblicos para mostrar que Israel não está mais nos planos de Deus e que a Igreja
substituiu Israel.
Gálatas 6.16: “E, a todos quantos andarem de conformidade com esta
regra, paz e misericórdia sejam sobre eles e sobre o Israel de Deus (ARA).” Os
defensores da teologia da substituição indicam que este texto mostra a existência de
igualdade entre Israel e a Igreja, pelo fato de interpretarem que o Israel de Deus é todos
os crentes de todas as nações, mas conforme observamos no versículo anterior Paulo
estava falando de judeus (circuncisos) e de gentios (incircuncisos), portanto, Paulo faz
uma distinção neste versículo quando escreve: “paz e misericórdia sejam sobre eles”,
está se referindo a todos cristãos gentios, mas quando escreve: “e sobre o Israel de
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Deus”, está se referindo aos judeus crentes. Fica claro que o Israel de Deus não é todos
os cristãos, mas os cristãos judeus.
Gálatas 3.29: “E, se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão
e herdeiros segundo a promessa (ARA).” Este texto mostra que todos os cristãos são
herdeiros da bênção espiritual contida na aliança abraâmica que é a justificação pela fé,
mas o texto não anula a benção material exclusiva do povo judeu. O texto não está
fazendo uma troca das promessas ao povo judeu para a Igreja, apenas mostrando que
todos os crentes são descendentes de Abraão no sentido espiritual, mas não está
colocando a Igreja no lugar de Israel, ou em continuidade de Israel, nem mostrando
igualdade entre os dois.
Agora vejamos alguns textos que indicam distinção entre Israel e a
Igreja:
Atos 15.14-16: “expôs Simão como Deus, primeiramente, visitou os
gentios, a fim de constituir dentre eles um povo para o seu nome. Conferem com isto as
palavras dos profetas, como está escrito: Cumpridas estas coisas, voltarei e reedificarei
o tabernáculo caído de Davi; e, levantando-o de suas ruínas, restaurá-lo-ei (ARA).” No
início da Igreja o apóstolo Pedro divide a humanidade em três grupos, no versículo 14:
“visitou os gentios”, se referindo aos não judeus, ainda no mesmo versículo: “a fim de
constituir dentre eles um povo para o seu nome” se referindo a igreja e o versículo 16
claramente se refere aos judeus e a futura restauração de Israel.
I Co 10.32: “Não vos torneis causa de tropeço nem para judeus, nem
para gentios, nem tampouco para a igreja de Deus,” Neste texto o apóstolo Paulo
claramente faz distinção entre Israel e a Igreja, e também, divide a humanidade em três
grupos.

2 - A Realidade das Profecias (cap. 1 ao cap. 32)

2.1 - A Realidade do Atalaia (cap. 1 ao cap. 3)

Nos capítulos dois e três Ezequiel é chamado para ouvir a Palavra de


Deus e depois comissionado como um atalaia para declarar esta palavra. Mas que
mensagem era esta? Como profeta ele deveria agir igual um atalaia, um vigia, pois
deveria anunciar a mensagem de castigo e destruição pelos pecados do povo, mas
também, anunciaria um futuro glorioso de restauração e arrependimento do povo judeu
(Ez 2.1-7 e 3.11-15). Ezequiel 2.10 mostra que o juízo de Deus era grande sobre o povo
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por estar escrito dentro e fora do rolo e em Ezequiel 3.14 a palavra amargurado quer
dizer que Ezequiel estava indo até o povo anunciar os juízos de Deus.
É interessante notar que em Ezequiel 3.16-21 é mostrado quatro situações
a respeito do atalaia, mas quero me deter no versículo vinte e um onde mostra que o
atalaia é fiel em anunciar as advertências de Deus e o povo não é julgado por ouvi-las.
Conforme textos posteriores de Ezequiel veremos a promessa do futuro arrependimento
do remanescente que Deus tem preservado, por então, mesmo tarde, ouvirem a
mensagem de Deus e não serem julgados, mas restaurados na sua terra conforme as
promessas de Deus a Abraão.

2.2 - A Realidade do Castigo e Restauração aos Judeus (cap. 4 ao cap. 24)

Quero começar esta parte com o que escreveu Almeida:


“A Bíblia fala do grande amor de Deus em proporcionar a solução para a
reconciliação da raça humana caída, porém, para a nação de Israel, aquela
que fora criada especialmente para levar a mensagem de redenção, o Criador
revela que, no futuro, Ele programou o verdadeiro descanso, gozo completo,
paz e segurança. Apesar da quebra da Aliança Mosaica firmada, para entrar
no Reino Messiânico, a nação de Israel será restaurada física e
espiritualmente.” (Almeida, 2014, p. 93).
É interessante notar que os judeus estavam certos de que não seriam
destruídos, que Jerusalém e o templo existiriam para sempre, e eles tinham razão porque
conheciam as Escrituras, sabiam das promessas irrevogáveis e incondicionais de Deus,
pois eles sabiam que os judeus eram o povo de Deus, que Jerusalém era a cidade de
Deus e que a glória de Deus habitava no templo. Eles só não imaginavam que Deus
poderia destruir Jerusalém e o templo e refazê-los no futuro, como também dispersar
seu povo por entre as nações e preservar um remanescente que no futuro viesse a se
arrepender e ser totalmente fiel. Os defensores da Teologia da Substituição precisam
atentar para o conhecimento que os judeus tinham das Escrituras e das promessas de
Deus exclusivas ao povo judeu. A origem da certeza dos judeus provinha do próprio
Deus. Para pensarmos que a destruição de Jerusalém e a dispersão do povo judeu são
definitivas, e que por ser assim a Igreja tomou seu lugar, precisamos, também, pensar
que os judeus tinham uma falsa confiança nas promessas de Deus e as interpretavam de
maneira errada. Mas mesmo em meio tanta calamidade, destruição, idolatria,
desobediência e tristeza podemos observar o futuro glorioso que Deus promete a Israel.
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Os capítulos 4, 5, 7 e 9 mostram que Jerusalém será invadida, castigada e


destruída (Ez 7.1-9). Os capítulos 6 e 8 mostram a tamanha idolatria do povo e as
abominações que este estava praticando. No meio de tudo isso há textos que indicam a
futura restauração da nação de Israel:
(1) Ezequiel 5.1-4: Os versículos 1 e 2 mostram que muitos judeus
morrerão na invasão do exército babilônico, mas os versículos 3 e 4
mostram que uma terça parte será salva da morte nesta invasão, mas
este remanescente ainda passaria por dificuldades e alguns deles
morreriam na dispersão.
(2) Ezequiel 6.8-10: Estes versículos mostram que Deus preservará um
resto que um dia se arrependerá de seus pecados, pois terão nojo de si
mesmos. É interessante que o motivo de Deus preservar um resto é
para que saibam que Ele é o Senhor. Se a igreja tomou o lugar de
Israel como eles reconhecerão que Deus é o Senhor? Isto pelo fato de
que não há mais esperança para Israel no futuro e a Palavra de Deus a
este respeito é vã.
(3) Ezequiel 9.1-4: Estes versículos indicam que alguns de Jerusalém
seriam poupados da morte, pois este é o remanescente de Deus.
(4) Ezequiel 10.18-22: Aqui a glória de Deus abandona, com muita
relutância, o templo, ou seja, a presença de Deus não estaria mais em
Jerusalém.
(5) Ezequiel 11.14-21: A presença de Deus não estaria mais em
Jerusalém, mas conforme este texto estaria com o povo sobrevivente,
pois sua salvação foi por causa do poder de Deus. Este texto deixa
bem claro que Deus seria o santuário do remanescente, seria sua
provisão em terras estranhas. A presença de Deus não estava mais no
templo em Jerusalém, mas estava com os exilados. Também, o texto
nos mostra que assim seria por um breve tempo, até Deus ajuntá-los
de entre as nações as quais foram dispersos e reuni-los na terra de
Israel. Podemos observar que ainda não chegou este tempo, mas
quando vier o que Deus fará com a Igreja, já que esta tomou o lugar
de Israel?
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(6) Ezequiel 14.6-11: Este texto indica que haverá judeus que se
arrependerão e se voltarão a Deus e no versículo onze mostra que
estes serão o povo de Deus. Neste caso o povo se refere a uma raça,
os judeus, o contexto nos confirma isto e desta forma não pode ser a
Igreja, pois ela não é o povo de Deus em relação a raça judaica.
(7) Ezequiel 16.53-63: Este texto é interessante porque mostra a
restauração de outras cidades além de Jerusalém como Sodoma e
Samaria e o versículo 63 é chave por mostrar o perdão de Deus
àqueles que haviam se desviado, ou seja, os judeus. Se há perdão é
porque houve arrependimento.
(8) Ezequiel 20.33-44: Mais uma vez temos um texto que deixa claro a
restauração futura de Israel, pois Deus diz que reinará sobre eles
tirando eles dentre os povos aos quais foram dispersos e os
congregará. Não tem como encaixar a Igreja aqui porque ela é
constituída de várias pessoas de vários povos. Para ajuntar um povo
este primeiramente precisa ser disperso e neste caso temos o povo de
Israel.
Deus prometeu castigar seu povo por causa da desobediência obstinada, e
cumpriu com o castigo, também, conforme os versículos expostos acima podemos
observar a promessa de Deus em relação à futura restauração de Israel, e de igual modo
que foi cumprido referente ao castigo Deus, também, cumprirá com relação à futura
restauração de Israel.
Em Ezequiel 24.15-27 encontramos a triste realidade na vida do profeta,
pois seu casamento teve um fim, sua amada esposa veio a falecer. Esta dura realidade na
vida de Ezequiel, a morte de alguém que ele tanto amava mostra o fim do casamento
entre Deus e seu povo, este que Ele tanto amou morreu nos seus pecados. Ezequiel veria
sua amada novamente na eternidade e Deus reatará sua comunhão com Israel
novamente no futuro. Este casamento teve um fim para uma determinada geração que
foi corrupta, mas não é um fim permanente para Israel, pois Deus voltará a ter sua
esposa novamente e este será a mesma esposa de sempre, Israel, é claro com outra
geração de judeus, arrependidos e fiéis. A Igreja não pode tomar este lugar reservado a
Israel, a Igreja tem seu próprio lugar no plano de Deus, mas não o lugar de Israel.
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2.3 - A Realidade do Castigo às Nações Vizinhas (cap. 25 ao cap. 32)

Nestes capítulos podemos observar a realidade do castigo às nações


vizinhas de Israel e no decorrer da história confirmamos esta profecia. Também, no
tópico anterior, a respeito da profecia de castigo à Israel podemos observar seu
cumprimento no decorrer da história. A pergunta é: Por que as profecias de castigo à
Israel e às nações vizinhas devem ser interpretadas literalmente e as profecias a respeito
da futura restauração de Israel devem ser interpretadas alegoricamente? Será que é pelo
fato de as profecias a respeito dos castigos já terem sido confirmadas na história? Na
verdade isso deveria ser um encorajamento para nossa fé em confiarmos que a profecia
da futura restauração de Israel irá acontecer literalmente e não perder a fé na
interpretação literal da Palavra de Deus pelo fato desta profecia estar demorando, isto
para nós seres humanos limitados ao tempo.
Dos capítulos 25 aos 32 podemos ver julgamentos e destruição com
relação a nações aparentadas com Israel como: Amom, Moabe e Edom. Depois
observamos julgamentos e destruição com relação a nações que não eram aparentadas
com Israel, mas que eram suas vizinhas como: Filístia, Tiro, Sidom e Egito. Mas o que a
destruição de algumas dessas nações e o enfraquecimento de outras tem haver com a
futura restauração de Israel? Vejamos o versículo 23 do capítulo 28: “Pois enviarei
contra ela a peste e o sangue nas suas ruas, e os traspassados cairão no meio dela, pela
espada contra ela, por todos os lados; e saberão que eu sou o SENHOR (ARA).” Deus
tem providenciado para que estas nações que sempre foram uma incomodação para
Israel não tenham condições de perturbar o povo de Deus no futuro e este viver
livremente e em paz na sua terra, aquela prometida por Deus a Abraão.
É interessante notar que Deus inspira seu profeta a escrever uma analogia
com relação ao rei de Tiro e a Satanás (Ez 28.1-19), e com isso mostra não só a derrota
das nações que perturbavam Israel, mas a derrota daquele que estava por detrás de todas
estas nações e sempre desejou a destruição do povo de Deus, o próprio Satanás.
Também podemos observar que é dedicado um espaço maior para falar sobre o
julgamento do Egito. Enfim, em Ezequiel 28.24-26 Deus mostra sua intenção de julgar
estas nações, para que Israel viva seguro em sua terra, não que estas nações foram
inocentes, elas mereceram o julgamento de Deus. Pois já soubemos, pela história, sobre
a destruição e enfraquecimento destas nações, mas ainda não vimos Israel totalmente
congregada em sua terra, Deus ainda não está santificado entre seu povo e este ainda
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não habita seguro em sua terra. Vejamos o que escreveu Liebe a respeito destes
versículos:
“Os versículos 25 e 26 do capítulo 28 constam no coração das profecias sobre
as nações, e entre esses oito capítulos o Senhor dá uma maravilhosa promessa
para Israel: o povo judeu voltará da dispersão para a terra de seus
antepassados. Essa promessa já se cumpriu consideravelmente até hoje: três
milhões de judeus retornaram para Israel, vindos de todos os cinco
continentes. Eles construíram casas, plantaram vinhas (v. 26a).” (Liebe, 2016,
p. 132).
Deus tem um propósito para castigar as nações vizinhas, e este propósito,
além de seu pecado de irem contra o povo de Deus, também é para que Israel viva em
paz na futura restauração desta nação.

3 – Preparação para o Futuro Arrependimento de Israel (cap. 33)

3.1 - O Envio de Profetas Advertindo

No livro de Ezequiel a ênfase de Deus ter enviado profetas não foi


somente para anunciar juízo por causa do pecado, mas principalmente para anunciar
esperança em relação a futura restauração do povo.
Em Ezequiel 33.1-21 temos mais uma vez a função do atalaia, e o que
podemos ver em relação à futura restauração de Israel é Deus mostrando a possibilidade
de restauração pelo arrependimento, pois quando o atalaia adverte e há prontidão em
atender as advertências com bom grado e há a prática do arrependimento, também, há a
possibilidade de restauração. Esse é o motivo de preservar um remanescente, para que
este reflita nas advertências dos profetas e venham a se arrepender para que haja
restauração (Ez 33.5b, 11 e 14-16).

3.2 - As Advertências Realizadas

Dos versículos 22 ao 33 o pior acontece, a destruição de Jerusalém é


anunciado por um que escapou da cidade, a profecia está cumprida e o profeta
credenciado. Imagino que a liderança do povo que estava exilado e ouvia Ezequiel deve
ter ficado de queixo caído, envergonhados em não respeitarem a palavra de Ezequiel.
Pois se o profeta foi credenciado com o cumprimento literal desta profecia devemos nós
hoje em dia agir como os líderes dos judeus que ouviam Ezequiel e não lhe davam
crédito? Se a profecia de Ezequiel a respeito da destruição de Jerusalém foi literal
porque as demais não serão? O versículo 33 mostra o objetivo de Deus levantar um
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atalaia advertindo o povo e o objetivo de cumprir com a advertência de modo literal,


para que o povo soubesse que houve um profeta no meio deles que estava anunciando a
Palavra de Deus e estas seriam cumpridas literalmente.

4 – A Futura Restauração de Israel na Terra Prometida (cap. 34 ao cap. 39)

Chegamos a uma parte do livro que indica claramente sobre a futura


restauração de Israel, pois do capítulo um ao capítulo 33 temos um prefácio para o
restante dos capítulos mostrando o propósito principal de Deus neste livro, ou seja, a
futura restauração do povo de Israel. Até agora pude relacionar o texto a este propósito
de maneira indireta, pois daqui para frente o objetivo fica mais claro e mesmo que há
uma divisão técnica do livro creio que não há uma divisão natural, ou seja, que Ezequiel
esteja mudando de propósito. Na minha visão há uma relação profunda entre as duas
partes do livro, na primeira parte podemos observar a preparação para declarar, na
segunda parte, o objetivo de Deus em restaurar seu povo no futuro.

4.1 - A Provisão de um Pastor Fiel (cap. 34)

Neste capítulo encontramos o castigo de Deus aos pastores infiéis de


Israel e a futura promessa de um Pastor Fiel. Os versículos 11 ao 31 mostram que Israel
terá apenas um Pastor e este será fiel, pois este texto indica que a futura restauração de
Israel se dará no milênio. No milênio somente entrará quem for salvo, por isso os judeus
devem se arrepender e se voltarem a Jesus na sua segunda vinda, nem hoje em dia e
nem no período da tribulação há indícios de que todos os judeus estarão arrependidos, a
inauguração do milênio deve ser somente com pessoas crentes. Hoje em dia Jesus é o
Pastor da Igreja de forma espiritual, mas no milênio Jesus será Pastor e Rei do Israel
restaurado de forma literal (Jr 23.5-8; Jr 31.23-25; Jr 33.14-21). Zuck escreveu o
seguinte a este respeito: “No milênio, Israel desfrutará as bênçãos que Deus prometeu a
Abraão e a Davi relativas à terra, à nacionalidade (“semente”) e ao rei (“trono”) da
nação. Assim, a igreja atual não está sendo o cumprimento dessas promessas feitas a
Israel como nação.” (Zuck, 1994, p. 265). Também, vejamos o que escreveu MacDonald
em seu comentário bíblico popular:
“Ez 34.25-31: Essa passagem descreve a segurança e a prosperidade das
ovelhas de Deus no reinado futuro de Cristo. Sob uma aliança de paz (v. 25),
haverá chuvas de bênçãos (v. 26), e Israel será plantação memorável (v. 29;
ou “uma terra famosa por suas colheitas”; NVI).
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A forma ideal de governo é a monarquia absoluta e benevolente na qual


Cristo é o Rei.” (MacDonald, 2011, p. 717).
Nos versículos 11 ao 16 podemos observar tudo o que Deus fará ao povo
como pastor: procurar, buscar, livrar, tirar, congregar, introduzir na sua terra, apascentar,
fará repousar, sarar a quebrada e fortalecer a enferma. Tudo isso ao povo judeu somente
será possível no futuro, no milênio, pois agora não há possibilidades de haver isto de
forma literal.

4.2 - A Remoção dos Inimigos (cap. 35.1 ao cap. 36.7 e cap. 38 ao cap. 39)

Mais uma vez temos profecia de juízo contra Edom, mas também,
referindo-se a todas as nações vizinhas de Israel e o motivo disso é para preparar a terra
para a futura restauração de Israel viver em paz. Além desses inimigos antigos de Israel
encontramos inimigos que ainda se levantarão contra Israel para destruí-los.
Além de remover inimigos do passado Deus removerá inimigos que
ainda estão por vir contra Israel e o motivo principal é para mostrar que Deus é o
Senhor soberano sobre tudo, que Deus tem planos para Israel e para mostrar ao seu
povo sua bondade. Estes inimigos dos judeus que virão para destruí-los serão nações do
norte, e algumas do sul que unirão forças para varrer Israel do mapa e interessante que a
época mais provável para esta tentativa de invasão será na metade dos sete anos de
tribulação. Vejamos o que escreveu Ice:
“Independente do que o mundo pensa e do que os meios de comunicação vão
dizer sobre Israel naquele dia, o Senhor Deus declara que a nação invadida é,
conforme Suas próprias palavras, “o meu povo de Israel”. Como o apóstolo
Paulo escreve acerca de Israel no Novo Testamento: “Deus não rejeitou o seu
povo, a quem de antemão conheceu...” (Rm 11.2). Baseado em quê Paulo
podia fazer tal afirmação? Ele pôde dizer isso: “... porque os dons e a
vocação de Deus são Irrevogáveis” (Rm 11.29). No entanto, muitas pessoas
em nossos dias sofrem sob o efeito ilusório e falso da “Teologia da
Substituição”, cuja concepção propõe que Deus substituiu “o meu povo de
Israel” pela Igreja. É evidente que a Igreja, composta pelos eleitos de Deus
dentre os judeus e os gentios, também é o povo de Deus na presente era.
Contudo, Deus não extinguiu o Israel étnico e nacional, pelo contrário, Ele
tornará a concentrar Sua atenção no povo judeu após o Arrebatamento da
Igreja. O Senhor também chama a terra de Israel de “a minha terra”. Em
outras palavras, Seu povo de Israel estará vivendo em Sua terra, que também
se denomina Israel, nos últimos dias, quando Gogue e seu bando descerão
para atacá-los. Portanto, esse texto deixa muito claro que um ataque contra o
15

povo de Deus e contra a terra de Deus é um ataque contra o próprio Deus.


Essa é a razão pela qual, apesar de Israel ser pego de surpresa e estar
desprevenido, Deus intervirá para defendê-lo. Com que finalidade Ele
defenderá Seu povo e Sua terra? Ele os defenderá, segundo Suas próprias
palavras, “para que as nações me conheçam a mim, quando eu tiver
vindicado a minha santidade em ti, ó Gogue, perante elas” (Ez 38.16).” (Ice,
2015, p. 133 e 134).

4.3 - O Propósito de Deus em Restaurar Israel (cap. 36.8 ao vers. 38)

Com a eliminação dos inimigos de Israel a terra ficará livre para a volta
do povo judeu sem muitas preocupações com os vizinhos e a terra seria sarada, pois
Deus abençoaria com abundancia como prometido na sua aliança em Levítico 26.3-5. A
sequência dos acontecimentos da futura restauração de Israel é que primeiramente Deus
os reunirá em sua terra de todos os cantos do planeta, depois Deus purificará seu povo
arrependido (Ez 36.31) e por último este povo salvo entrará no reino milenar de Cristo.
Agora, porque Deus fará tudo isso?
Versículo 21: Deus teve compaixão de seu nome porque Israel o profanou
por esteve.
Versículo 22: Deus restauraria Israel por amor ao seu nome porque Israel
o profanou por onde viveu.
Versículo 23: Deus restituirá ou recuperará a santidade de seu grande
nome para que as nações saibam que Ele é o Senhor.
Versículo 32: A restauração de Israel não era por amor a eles, pois eles
não mereciam.
Versículo 37: As nações que tiverem a oportunidade de permanecer ao
redor de Israel saberão que Deus é o Senhor.
Versículo 38: Todos os judeus, também, saberão que Deus é o Senhor.
Realmente é um milagre de Deus em preservar um remanescente judeu,
em salvar este remanescente trazendo arrependimento ao seu coração e em restaurar
completamente a terra e a nação de Israel de uma forma bem melhor do que era
anteriormente fazendo lembrar-se da segunda situação de Jó que Deus o fez ser bem
melhor do que a primeira situação. Todo este milagre é para que o universo saiba que
Deus é o Senhor. Por que remover tantos inimigos de Israel, por que julgar a iniquidade
dos judeus a ponto de quase destruí-los totalmente e por que destruir com catástrofes
naturais um exército enorme vindo do norte contra Israel? Por tantos detalhes em
16

relação à restauração de Israel e por que pronunciar tantas vezes que todas estas ações
são em amor ao seu nome e para revelar a santidade de seu nome perante as nações se
nada disso for literal? A santidade do nome de Deus continua sendo profanada pela
Igreja, pois há igrejas que agem desonestamente, e neste texto Deus apenas fala dos
judeus e dos gentios, não há menção da igreja aqui.

4.4 - Analogias da Restauração de Israel (cap. 37)

Neste texto encontramos duas analogias, dos versículos 1 ao 14 a do vale


de ossos secos, e dos versículos 15 ao 28 a dos dois pedaços de madeira que serão
unidos. Depois de profetizar a restauração de Israel no capítulo anterior, agora, neste
capítulo é trazido uma lição prática da futura restauração de Israel. O vale dos ossos
secos é uma analogia de Deus agindo em favor dos judeus reunindo o remanescente e
dando vida a este, e os dois pedaços de madeira mostra algo muito maior, a união
definitiva de Israel e Judá, de toda a nação judaica.
Podemos aplicar uma lição prática para a igreja em relação ao vale dos
ossos secos, mas seu significado original é a futura restauração de Israel. Mesmo que
isso não convença os teólogos da substituição, a segunda analogia é mais difícil de
encaixar com a Igreja, a dos dois pedaços de madeira unidas.

5 – A Futura Restauração da Adoração em Israel (cap. 40 ao cap. 46)

Os capítulos mais espiritualizados do livro de Ezequiel são a partir do

quarenta.

5.1 - O Novo Templo (cap. 40 ao cap. 43.17)

A verdadeira adoração que Deus ordenou aos judeus deve estar


relacionada com o templo e os sacrifícios, pois todas as nações deverão adorar ao
Senhor no templo e isso acontecerá no milênio conforme relata Wiersbe: “No templo do
milênio, se cumpriria o desejo de nosso Senhor de que sua casa fosse uma casa de
oração para homens e mulheres de todas as nações (Mc 11.17; Is 56.7 e Jr 7.11).”
(Wiersbe, 2015, vol. 4, p. 298). Vejamos também Lahaye e Hindson:
Isaias 2.2-3 explica que, nos últimos dias, o mundo vira ao Templo milenial
para aprender a lei de Deus, como base do governo milenial: “O monte do
Templo do Senhor [o Templo milenial, erigido sobre o monte do Templo] [...]
ficará acima de todos os montes. Os povos de todas as nações irão correndo
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para lá, e dirão: “Vamos subir ao monte do Senhor [o monte do Templo],


vamos ao Templo do Deus de Israel.”. Ele nos ensinara o que devemos fazer,
e nos andaremos nos seus caminhos. Pois os ensinamentos do Senhor vem de
Jerusalém; do monte Sião ele fala com o seu povo” (veja também Mq 4-2-3).
Portanto, no Milênio, o Templo será o sinal do cumprimento do novo
concerto, para a nação de Israel, que será protegida e prosperará sob os seus
termos (Is 59.20-21; Jr 31.27-40; 32.37-40; Ez 16.60-63; 37.21-28). (Lahaye
e Hindson, 2010, p. 436).
Em Ez 43.1-17 mostra a glória de Deus voltando ao templo. O versículo
5 mostra que a glória de Deus enchia o templo e nos versículos 6 e 7 mostram que o
novo templo em Jerusalém no reino milenar é o trono de Deus entre os homens, é o
lugar das plantas de seus pés e é onde Deus habitará com os homens. Então, é para lá
que todas as nações devem ir em obediência para adorar o Senhor. Para a glória de Deus
ter voltado é preciso primeiramente ter saído. Isso não se encaixa com a igreja, pois a
glória de Deus não tem abandonado a igreja para que necessite voltar, pois o Espírito
Santo habita na vida do crente.
O capítulo quarenta inicia-se com a visão de Ezequiel referente ao novo
templo, o templo milenar, pois Ezequiel é levado a Jerusalém e lhe é mostrado o futuro
templo do reino milenar. Espiritualizar isso é acusar Ezequiel de desvario, de
descontrole emocional e ausência de razão. É dizer que Ezequiel não viu o novo templo
do futuro e que Deus não foi capaz de lhe mostrar algo no futuro. Também, é
interessante notar que os capítulos 40 ao 42 são recheados de detalhes a respeito da
arquitetura do novo templo com muitas dimensões, formas e geometrias. Mesmo que
ainda falte algumas informações, estas são mínimas. Em Ez 40.4 o profeta é ordenado a
prestar bem a atenção em tudo que visse e ouvisse para poder anunciar à Israel. Isto
indica a literalidade do texto, pois Ezequiel deveria passar a outros judeus de maneira
minuciosa o que viu e ouviu, e estes poderiam passar os detalhes adiante. Na tribulação
parece que haverá uma tentativa de construir o templo de Ezequiel, este que será
terminado no milênio.
Outro argumento interessante para um templo literal no milênio é a
promessa de Deus de nunca faltar levitas e sacerdócio para o povo, e sendo assim, há a
necessidade de um templo literal (I Sm 2.35; I Rs 2.27 e 35; Jr 33.17-22). Pois sempre
existirá um povo fiel a Deus, tanto de gentios como de judeus, esta é uma promessa de
Deus (Dn 12.3). E também, por causa dos sacrifícios que existirão no milênio deve
haver um templo literal onde estes serão realizados.
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5.2 - A Nova Adoração (cap. 43.18 ao cap. 46)

O arrebatamento é o fim da igreja, mas o milênio é a volta do trabalho de


Deus com seu povo. Nestes textos podemos observar a volta dos sacrifícios no templo e
isto não é um retrocesso para Israel, pois os sacrifícios do A.T. nunca salvaram alguém,
não podiam tirar o pecado de alguém, apenas cobrir, eram apenas um memorial da
futura salvação vindoura pelo sacrifício de Jesus Cristo que é o Cordeiro de Deus
conforme explica Lahaye e Hindson:
O sacrifício de um animal não poderia jamais remover a culpa daquele que
faz a oferta (Hb 10.4,11). Um dos principais propósitos desses sacrifícios (no
que tange ao aspecto educativo) era preparar o povo de Israel para o Messias
e sua expiação eterna. Outro propósito era prover uma “absolvição” temporal,
transitória, externa e legal, por meio de uma “expiação” (um ritual de
purificação: Hb 9.10,13) feita por um sacerdote (Nm 15.25-26). Não era
apenas um prenuncio profético da obra expiatória de Cristo. Na antiga
aliança, Deus estabeleceu uma estrutura rígida e altamente complexa para seu
“reino de sacerdotes”. As transgressões da nação seriam perdoadas quando
sacerdotes legítimos oferecessem, no Tabernáculo ou no altar do Templo, os
devidos sacrifícios a Deus. Este perdão era prometido sem levar em
consideração o estado espiritual do sacerdote ou de quem oferecia o
sacrifício. (Lahaye e Hindson, 2010, p. 401).
A obediência a este memorial dos sacrifícios no A.T. é que
demonstravam a fé do indivíduo e Deus e sua justificação e aceitação perante Deus pela
fé, não pelos sacrifícios. No milênio seu sentido poderá ser o mesmo, ou seja, um
memorial, se assim for, este memorial no milênio será referente a tudo que nosso Cristo
sofreu como sacrifício para pagar definitivamente nossos pecados. Da mesma forma que
a Ceia do Senhor é um memorial simbolizando a morte, ressurreição e vinda de Cristo
para a Igreja, os sacrifícios no milênio serão um memorial simbólico de tudo que o
Messias fez para seu povo. Os sacrifícios, como o templo, também, são descritos de
modo detalhado, e especificar algo de modo detalhado só pode ter um sentido literal.

6 – A Futura Geografia de Israel (cap. 47 ao cap. 48)

6.1 – Deus é o Provedor da Vida (cap. 47.1 ao vers. 12)

Este texto é o que mais há quantidades de interpretações e onde as


imaginações férteis criam suas novelas. Haverá um rio que sairá do templo e terminará
no Mar Morto e o texto indica que será um rio abençoado por Deus porque produzirá
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muitas árvores frutíferas para a alimentação e para remédio, este rio será abundante de
peixes, purificará as águas do Mar Morto e tudo que depender deste rio viverá. No
milênio haverá um novo templo onde a glória de Deus o encherá e deste templo cheio
da glória de Deus fluirá um rio que abençoará toda a terra, pois no milênio Deus será o
provedor da vida, como o é hoje em dia, mas não reconhecido pelos incrédulos.

6.2 – Os Limites da Terra Prometida (cap. 47.13 ao cap. 48)

Neste último texto mostra as fronteiras da terra de Israel, os limites de


Jerusalém e suas portas, a localização do templo, da parte dos sacerdotes e levitas, da
localização da parte do príncipe e os limites das doze tribos. Este texto se dirigi ao
cumprimento da promessa de Deus em reunir seu povo de todos os cantos do planeta
unir Judá e Israel como uma única nação como foi no início e dar a terra prometida aos
judeus arrependidos, regenerados e restaurados.
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CONCLUSÃO

O livro de Ezequiel é muito rico em detalhes começando com seu


chamado para ser profeta e suas advertências práticas e formais. Estas advertências
eram juízos da queda de Jerusalém por causa do pecado de afastamento do povo em
relação a Deus, pois eles estavam se prostituindo com os deuses de outras nações.
Depois temos juízos de castigos e destruição a vários povos vizinhos que eram
aparentados com Israel, e outros que não tinham parentesco com os judeus, mas ambos
aproveitaram da situação de calamidade dos judeus para os humilharem. Em sequência,
a partir do capítulo 33, é revelado a futura restauração de Israel onde Deus confirma que
irá cumprir com suas promessas ao povo judeu preservando um remanescente que irá
reuni-los de todos os cantos do mundo e milagrosamente além de preservar este
remanescente, também, irá guarda-los de futuros inimigos destruindo-os e constrangerá
seu povo a se arrepender de seus pecados se convertendo ao Senhor. Depois disto
entrarão no reino milenar e terão um novo templo onde a glória de Deus voltará a estar
entre eles. O povo, como memorial do que Cristo fez no passado, voltará a fazer os
sacrifícios e aceitarão a Jesus Cristo como seu Messias. Enfim habitarão seguros na
terra prometida e Judá e Israel viverão unidos novamente. Tudo isso irá acontecer de
forma literal, pois não haveria motivo de tantos detalhes se o significado fosse
alegórico. Pois a interpretação literal nos apresenta o texto bíblico de uma maneira mais
lógica do que a interpretação alegórica ou tipológica. Há mais coerência e encaixe na
história com a interpretação literal, pois a interpretação alegórica abre muito o leque
para várias interpretações, alguns textos acabam tendo vários significados no modo
alegórico. Outro fato de se destacar aqui é que a maioria dos teólogos interpretam de
forma literal até o capítulo 32, mas quando entram no capítulo 33 em diante começam a
interpretar de forma alegórica para poderem encaixar a Igreja com Israel, ou seja, para
poderem ensinar que a Igreja substituiu Israel no plano de Deus, sendo ela a
continuidade de Israel. O que podemos concluir do livro de Ezequiel é que Deus é
soberano e poderoso sobre tudo e todos, pois Ele pode trazer juízo a seu povo quando
este anda longe de Deus, e depois pode restaurá-lo. A humanidade pode ter certeza que
Deus restaurará Israel no futuro como nação e o mais interessante disto tudo revelado no
livro de Ezequiel é que será por amor a Seu Nome e para que todas as nações, inclusive
os judeus, saibam que Deus é Senhor.
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