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12" VF
DECISÃO
FILHO, AFRÂNIO ROBERTO DE SOUZA FILHO, FERNANDO MÁRCIO QUEIROZ, JORGE LUIZ
em razão da suposta prática das condutas tipificadas no artigo 288 do Código Penal; artigo
2°, §4°, II, da Lei nr. l 2.850/201 3; artigo 31 7 c/c o §1 °, do Código Penal; artigo l ° da Lei
9.61 3/98; artigo 333 c/c o §1°, do Código Penal, na forma do artigo 71, todos na forma do
mandado judicial. Alega que a prova ilícita, consistente em mensagens de whatsapp, não
possui pertinência com o feito. Assere que a denúncia está amparada unicamente em
colaboradores que, segundo o acusado, não teriam agido com o legítimo propósito de
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transporte de dinheiro que não pode ser considerado como corrupção ou lavagem de
condutas. Afirma, no que concerne aos crimes de fraude à licitação e lavagem de dinheiro,
que o Ministério Público Federal deixou de apontar quaisquer narrativas acerca de tais
organização criminosa visto que as três denúncias ofertadas, embora divididas em núcleos
integrantes. No ponto, alega litispendência entre a presente ação e os autos nr. 1229-
valoração da mesma circunstância fática. Alega que por força do princípio da anterioridade
seria associação criminosa. No ponto, alega a ausência de justa causa visto que a narrativa
ARRUDA do cargo no ano de 2010. Em relação ao crime de fraude à licitação, objeto das
sustenta a ocorrência de bis in idem tendo em vista tratar-se de um único certame. Afirma
que o crime de corrupção ativa, assim como as demais condutas, está amparado em
denúncia, que o suposto crime de corrupção ativa atribuído ao réu seria decorrente do
crime de corrupção passiva imputado a ACNELO QUEIROZ e TADEU FILIPPELLI. Afirma que a
acusado aos réus ACNELO QUEIROZ e TADEU FILIPPELLI. Alega a inexistência de menção ao
relativo à adequação típica das condutas. Aduz que a denúncia não apresenta informação
relativa à ocultação e/ou dissimulação dos valores aptas a caracterizar o crime de lavagem
das condutas bem como ausência de justa causa. Afirma que a mensagem trocada entre
JORGE SALOMÃO e o acusado sobre ajuda para "uma reunião grande, pois as cortinas não
sobem" refere-se ao fato de que o irmão de JORGE SALOMÃO possui loja de decoração de
TERRACAP - Projeto de Lei 427/2011) - alega que o convénio para a reforma do estádio
Mane Garrincha foi assinado em data anterior à eleição do acusado para o governo do
Distrito Federald 8/1 2/2009) e que o verdadeiro motivo da suspensão do convénio foi a
assumidos com a FIFA e União para sediar os jogos da Copa do Mundo e das
Brasília. Afirma que as provas acostadas aos autos tratam-se de registros fabricados pela
empresa leniente que poderiam ser produzidos por qualquer pessoa. Aduz não ter sido
3.342/3.343)
das condutas e ausência de justa causa para a ação penal. Afirma a inexistência dos
criminosa visto que referida associação delitiva sequer existia no ordenamento jurídico em
organização criminosa, no tópico relativo à adequação típica das condutas, imputa o crime
substrato mínimo para a continuidade do feito. Alega que a prova do suposto crime,
nos termos da lei. Alega que o inquérito policial não apresenta qualquer indício do
entregas de dinheiro conforme apontado pelo leniente Rodrigo Leite e as datas de registro
de entrada no edifício America Office Tower. Aduz que o contrato de prestação de serviços
ex-governador teria solicitado o repasse. Afirma que o escritório ao qual está vinculado
prestou serviços acerca de três temas: 1)consultoria para a construção do Estádio Nacional
Internacional de Brasília. Quanto à compra de camisas pelo consórcio Brasília 2014, afirma
que nem o réu Alcoforado nem seu então clube de futebol recebeu qualquer doação de
R$300.000,00(trezentos mil reais). Afirma que não era sócio nem administrava o
restaurante Inácia à época da inauguração do Estádio Nacional de Brasília. Alega não ter
Futebol uma vez que não praticou atos de gestão administrativa, financeira ou política
naquela entidade. Afirma que os valores pagos na compra dos ingressos pelo Consórcio
Brasília 201 4 foram todos utilizados para a realização do evento de inauguração do Estádio
após garantirem o benefício do perdão judicial. Assere que a acusação se baseia apenas em
obras relativas ao BRT Sul em inquérito policial diverso; 2) o fato narrado na inicial de que
doações eleitorais, seria de competência da Justiça Eleitoral, nos termos dos artigos 350 e
9. É o relato necessário.
FUNDAMENTO E DECIDO.
pretensão punitiva estatal tendo em visa o transcurso de mais de 08(oito) anos entre a data
11. Ressalto que o prazo prescricional para o crime em comento tem início a partir
configuração.
"(...)
o delito previsto no art. 89 da Lei n. 8.666/1993, o art. 90 desta lei não demanda a
ocorrência de prejuízo económico para o poder público, haja vista que o dano se
1050984/AP.
inépcia da denúncia depois da condenação, que faz supor que a peça cumpriu a
sua finalidade, tanto que o processo chegou ao seu fim natural. Inepta seria a peça
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cujo vício de narrativa fosse tão grave que impossibilitasse a defesa dos acusados
havendo prova alguma de que teriam praticado o fato induzidos pelo parecer do
pena, traduzem fatos exteriores ao tipo penal. Assim, está correra a sentença
quando concluiu que a culpabilidade dos agentes não extrapola aquela inerente à
artigos 109, inciso IV e 117, inciso l do Código Penal e artigo 61 do Código de Processo
Penal.
supostos crimes eleitorais, ressente-se de amparo legal. Isso porque, não há elementos
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nos autos que permitam concluir pela inexistência de crimes comuns e tão somente
eleitorais. No caso, a denúncia imputou aos réus a prática de crimes de corrupção ativa e
passiva e narrou ter sido a vantagem ilícita recebida, também, por meio de doação
eleitoral, o que, ao menos nesse Juízo preliminar, justifica a competência da Justiça Federal
16. Com efeito, a denúncia descreve os fatos imputados aos acusados de modo
objetivo e claro de forma a viabilizar a ampla defesa e o contraditório. É certo que por se
dos envolvidos, o que deverá ser comprovado no curso da instrução criminal: "Admite-se a
denúncia geral, em casos de crimes com vários agentes e condutas ou que, por sua própria
desde que os fatos narrados estejam suficientemente claros para garantir o amplo
da denúncia. Nesse sentido, registro "No exame das condições da ação e/ou da justa causa
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10/12/2018).
19. Ainda que assim não fosse, na linha do julgado proferido nos autos do
Inquérito n. 3982, do Supremo Tribunal Federal, "o conteúdo dos depoimentos colhidos em
colaboração premiada não é prova por si só eficaz, tanto que descabe condenação
lastreada exclusivamente neles, nos termos do art. 4°, § 16, da Lei 12.850/2013. São
suficientes, todavia, como indício de autoria para fins de recebimento da denúncia (Inq
3.983, Rei. Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, Dje de 12.05.2016)." (STF: Inq 3982, 2a
determinação judicial, inexistindo nos autos elementos que permitam invalidá-lo. Ademais,
acusatória.
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INSTRUTÓRIA QUE PODERÁ SANAR EVENTUAIS DÚVIDAS. ILICITUDE DAS PROVAS QUE
DENEGADA. Os defeitos por ventura existentes no auto de prisão em flagrante não têm
o condão de, por si só, contaminar o processo e ensejar a soltura do réu, ainda mais se
preparado, se evidenciado que o réu não foi, em princípio, induzido à prática do crime
pelos policiais, e/s que, estes, após receberem diversas denúncias anónimas a respeito
flagrante, desde que, juntamente com o condutor, duas testemunhas que tenham
oferecimento da exordial acusatória não tem o condão de configurar nulidade, e/s que
respeito do que foi dito por elas na fase investigatória, já que as mesmas foram
probatório como a apontada origem ilícita das provas que fundamentaram a acusação,
denegada. (STF, HC, Relator GILSON DIPP, DJ 16/09/2002, pag. 207, RT, Vol.
00809, DTPB)
somente entre as partes do acordo, não repercutindo na esfera jurídica de terceiros. Além
do mais, eventual revisão do acordo não implica na invalidação de provas obtidas a partir
24. Quanto à alegação de litispendência entre estes autos e os autos nr. 1229-
criminosa, formulada pela defesa de FERNANDO MÁRCIO QUEIROZ, razão assiste à defesa.
25. Com efeito, a denúncia que deu origem aos presentes autos, especificamente
quanto à imputação de pertinência à organização criminosa (artigo 2°, caput, e artigo 2°,
Código Penal), imputou aos réus FERNANDO MÁRCIO QUEIROZ, ACNELO SANTOS QUEIROZ
FILHO, AFRÂNIO ROBERTO DE SOUZA FILHO, JORGE LUIZ SALOMÃO, LUÍS CARLOS BARRETO
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de Brasília.
27. Pois bem, das denúncias ofertadas é possível constatar que se trata de suposta
29. Por tal razão, deve ser declarada extinta a presente ação penal, tão somente
30. Destarte, nos moldes do artigo 395, inciso II, do Código de Processo Penal c/c
31. Por fim, esclareço que em relação à adequação típica pretendida, no que se
deverá ser realizada por ocasião da prolação da sentença, não sendo este o momento
sumária (artigo 397 do Código de Processo Penal). As defesas não trouxeram aos autos
33. As demais questões levantadas, tal como postas pelas defesas, constituem-se
Filho, Fabrício Souza Baptista, Murilo Santos e Silva, Vanusa da Silva Pinto e Moacir
Anastácio de Carvalho.
Machado Júnior, Sérgio Alexandre Monteiro de Bragança Saad, Rodrigo Ferreira Lopes,
Numa Peixoto Primo, Flavio Comes Machado Filho, Carlos José de Souza, Roberto Xavier de
Castro Júnior, Ricardo Curti Júnior, Eduardo Alcides Zanelatto, João Marcos de Almeida da
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Fonseca, Marcus Vinícius Dutra Moresi e Igor Andrade Fonseca Homem mediante
arrolada pela defesa do acusado AGNELO SANTOS QUEIROZ FILHO porquanto trata-se de
corre nos autos da ação penal l 235-89.201 8.4.01.3400 que versa sobre fatos conexos.
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