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PHARMA COPE A
N A V A. L., E C A S T R E N S E.
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P HAR MAC O P E A
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NAVAL, E CASTRENSE.
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AoSintºsTRissimo SENHOR {
FR. CUsionio -DE-CAMPos E olIVEIRA,
Freire Conventual, e Commendador da Ordem de Christo, Caval
leiro da Nobilissima Ordem da Torre e Espada, Membro da Junta
Chirurgica e Medica na Corte do Rio de Janeiro, Primeiro Chirur
gião da Real Camara de Sua "#
, com exercicio effectivo,
Chirurgião Mór das Armadas e Exercito nos tres Reinos Unidos,
Capitão de Mar e Guerra , e Coronel Graduado, etc. etc. etc.
PELO SEU DELEGADO

JACINTO DA COSTA,
Primeiro. Chirurgião do Hospital Militar da Marinha, e approvado
em Medicina Prática ; Chirurgião do Numero da Armada Real,
Eraminador do Numero em Chirurgia Civil, e em Chirurgia , e
Pharmacia Naval; Chirurgião Mór do Batalhão de Artilheria Na
cional de Lisboa Occidental, ete.

TO M O II.

L I S B O A: >

NA I M P R E S S À O RE GIA. …º

18 19.

Por Ordem Superior.


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PHARMACO PEA \ \
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NA VAL,
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E CASTRENSE…>,
… " "
} … …

, , , . PARTE SEGUNDA.

PHARMACIA PRATICA, . . .

S. I.

Noções preliminares {
de Pharmacia.

PHARMACIA he a scieneia, que ensina a conhecer,


escolher, preparar, compôr, e conservar os Medicamen
tos (*).
A HISTORIA NATURAL lhe fornece o conheci
mento dos seus caracteres exteriores : a PHYSICA as ob
servações sobre suas propriedades, e phenomenos que of
ferecem : a CHYMICA os instrumentos e processos, por
meio dos quaes adquire seguro conhecimento de suas par
{CS COI1St1{Ulente.S.

Historia Natural he a sciencia, que classificando to


dos os corpos da natureza por classes, ordens , generos,
especier, e variedades conforme as suas qualidades, e pro
priedades externas, ensina a bem os conhecer, e distinguir.

#(*) Considerada em razão do conhecimento, e explicação dos


?> que tem lugar durante a preparação dos Medicamentos, a
harmacia deve-se denominar Sciencia,
Tom. II,
(2)
O Chirurgião Pharmaceutico deve perfeitamente conhecer
a parte desta sciencia que trata dos vegetaes (Botanica);
porque o seu uso lhe he mui frequente, e attenta a sua
analogia, são faceis de confundir. Não lhe he menos im
portante, o conhecimento do Reino animal (Zoologia), e
do mineral (Mineralogia); particularmente pelo que per
tence ás substancias officinaes.
Physica Experimental he a sciencia, que por meio
de observações e experiencias, ensina a conhecer as pro
priedades e phenomenos dos corpos naturaes, e se occupa
das leis do movimento, Ainda que todas as partes da Phy
sica experimental sejão muito necessarias ao Chirurgião
Pharmaceutico, com tudo lhe são particularmente essenciaes
as que tratão das propriedades geraes dos corpos, dos dif
ferentes fluidos, ou de outras substancias, que frequente
mente concorrem para as operações chymicas, e dos in
strumentos que servem á perfeição das mesmas operações.
Chymica he a sciencia, que por meio da analyse, e
da synthese, demonstra os principios, e propriedades de
todos os corpos naturaes, e acção que exercem huns para
com outros. O Chirurgi㺠Pharmacêutico, deve bem apren
der todas as partes da Chymica, e particularmente das
operações, que tem relação com a Pharmacia; deve bem
conhecer todas as substancias, que entrão, ou, contribuem
de qualquer modo para as mesmas ºperações. __ . .
A Pharmacia se divide emo Theorica, e, Práticas, oi
objecto, da primeira, consiste nas indicação dos preceitos;
o da segunda na applicação destes mesmss preceitosº á preº:
paração dos Medicamentos.("), " . .. .
Dividem-se os Medicamentos em simplicer, e compar…
4.
tes. Os Medicamentos simplices são corpos de huma sós
_* *
* *

-•

(*) A divisão da Pharmacia e Theorica, e Prática he sómente a


que se deve admitir, depois que a Chymica surgio das trevas, em que
existia. As denominações de Galenica, e Chymica antigamente adº
ptadas, devem por tanto rejeitar-se.
(3) •

especie, produzidos pela natureza. Subdividem-se em fim


pices divididos, e em simplices extrahidos. Os primei
#os são aquelles de que se têm destruido a cohesão em suas
partes integrantes: tas são as rasuras,, limalhas, pós sim
plices, etc. Os segundos resultão de alguns Médicamentos
reunidos, que tem sido separados de outros corpos, e de
differente natureza , com que estavão em união ; por
exemplo as gelatinas, feculas, etc.
Os Medicamentos compostos subdividem-se em mix
tos, e em combinados.. Os primeiros são os que não tem
outras propriedades além das que possuião as substan
cias, que entrão na sua composição; por exemplo, as con
feições, pós compostos, etc. (*) Os segundos são os que
tem propriedades particulares, e distinctas das que possuião
as substancias, que entrão na sua composição; taes são os
saes neutros, os oxidos, os sulphuretos, os hydro-sul
phuretos, etc. (**).
* *** *** • * *

(*) A palavra mixtos não se toma neste lugar, conforme o sen


tido, que lhe dão os Chymicos e Physicos, para exprimir a combi
nação dos principios de muitos corpos; mas antes huma mistura de
#… substancias, na qual estas conservão as mesmas proprieda
des, que possuião antes da sua união.
(**) Admira que não se tenha até hoje assás meditado nesta divisão,
de que se podem tirar as maiores vantagens. Com effeito o Chirurgião
Pharmaceutico deve empregar todo o seu cuidado na perfeição dos
Medicamentos compostos mixtos ; porque quando a união das drogas
não póde ter lugar pela força de affinidade, mas que depende sómen
te de hum trabalho mecanico , se ella não he muito exacta, parti
cularmente nos Medicamentos activos, estes não obrão uniformemen
te: algumas vezes serão inuteis, e em outros casos nocivos. Quan
to aos compostos combinados, como a união das drogas depende de
huma força natural, attractiva e reciproca, o contacto se fará de hu
ma maneira mais ou menos exacta , conforme as variedades que of
ferecerem esta força, e a natureza das drogas. O Chirurgião-Medico
deve bem fazer esta distinção; porque como nos Medicamentos com
postos mixtos não se opera alguma mudança em razão desta mixtáo,
e cada huma droga obra separadamente, he necessario que elle estu
de a maneira de se comportar cada ingrediente, e vigie em que seus
A 2
( 4.)
Os Medicamentos tambem se dividem em officinaes,
e magistraes. Os primeiros são os que se conservão pre
parados nas Officinas Pharmaceuticas, e que por conse
quencia não devem ser de natureza susceptivel de huma
Prompta
momento,alteração: os segundos
em que são são os que se preparão no
prescriptos. " … •

. . Finalmente, tambem se dividem os Medicamentos em


internos, e externos. Os primeiros são os que se adminis
trão internamente: os segundos são os que se applicão ex
ternamente (*) - "' - …" . -

- -

* *
, , * . . ,

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. . ' "…" º : ;

efeitos não se contrariem, e a sua união seja feita de maneira conve


niente. Nos Medicamentos compostos combinados, pelo contrario, ca
da droga não obra segundo a sua maneira particular, porém adquire
pela combinação huma propriedade nova, cujos efeitos deve o Facul
tativo seguir com a mais escrupulosa attenção. - - -- -- - -- - -

(*) Esta distinção, adoptada pelos antigos, não he seguida pelos


modernos: 1.º porque a maior parte dos Médicamensos, a que se dá
o nome de internos, são empregados externamente, e vice versa:
2.º porque a consistencia do maior numero dos extermos não differe da
dos internos, e podem ter o mesmo excipiente: 3.º porque a força
dos externos penetra algumas vezes no interior das visceras, do mes
mo modo que os medicamentos tomados pela boca, e que se deno
minão internos. Não obstante, todas estas objecções provão que, se
esta distinção não deve ser rigorosa, e restrictamente seguida, tam
bem não deve ser inteiramente rejeitada. Com efeito o Facultativo,
na prescripção dos Medicamentas externos não teme administrallos em
mais fortes doses, e bem que se possão introduzir huns, e outros
dos Medicamentos nas eavidades, os effeitos resultantes offerecerião,
notaveis differenças: temos hum exemplo desta verdade nas diversas
confeições purgativas, e sedativas dados em crysteis. Ha sem dúvi
da casos, em que o Pharmaceutico, preparando medicamentos exter
nos, póde impunemente omittir algumas precauções, tanto a respei
to das drogas que emprega, como na escolha dos vasos; ao mesmo
tempo que esta falta de attenção na preparação dos Medicamentos in
ternos poderia determinar accidentes graves. Segundo todas estas con
siderações, pode-se affirmar, que esta distinção he muito util ao Pra
tico, e que assás deve ser recommendada aos Estudantes.
( 5 )
A preparação dos Medicamentos consiste na sua dis
posição, feita da maneira mais propria para lhes dar maior
efficácia, ou constituillos mais agradaveis, e bem dispos
tos ás operações que devem experimentar.
Póde reduzir-se a preparação a quatro classes geraes:
1.° divisão: 2.º extracção: 3." mixtão: 4.° combinação.
Divisão he a preparação, mediante a qual se produz
huma separação entre as partes homogeneas, ou integran
tes dos corpos.
Extracção he a preparação, mediante a qual se pro
duz huma separação entre as partes constituentes, ou hete
rogeneas dos corpos.
Mixtão he a preparação, mediante a qual se produz
huma interposição, e união entre as muleculas de dois ou
mais corpos.
Combinação he a preparação, mediante a qual, não
sómente tem lugar a divisão, mas tambem a união entre
as moleculas integrantes dos corpos.
Para preparar com exactidão os Medicamentos com
postos he necessario: 1.º conhecer a natureza, princípios,
e propriedades dos corpos, que devem entrar nas prepara
ções: 2.º não ignorar a theoria, e phenomenos das ope
rações, a que se devem submetter: 3.º prever todas as al
terações que podem experimentar durante as operações: 4.°
saber quaes são as substancias que se separão, que são absor
vidas, ou combinadas no curso destas mesmas operações: 5.°
assegurarse da natureza, e propriedades dos novos productos.
Ha, duas operações accessorias á preparação ; huma
primitiva, outra consecutiva. A primeira consiste na elei
fão dos Medicamentos: a segunda na sua reposição.
Entende-se por eleição dos Medicamentos a escolha
das drogas simplices mais proporcionadas a preencher o fim
proposto em sua preparação. Para fazer boa escolha de me
dicamentos, he necessario conhecer suas virtudes particula
res, e os signaes de sua perfeição ; saber o tempo, ma
neira de os colher, e seccar; lugar proprio a recebellos sen
do indigenas, e a conservallos sendo exoticos; conhecer
* - •

--*-**** ……… - ** * ** * * * * * * * ** * -- … * ** * * * *
- - - - - - - - - --
*-
(6)
as fraudes com que se costumão adulterar, a fim de poder
evitallas; e em fim ter huma idéa exacta do objecto, a que
são destinados.
A reposição dos Medicamentos consiste em os collo
car em vasos convenientes á sua natureza. Qualquer que
seja a reposição, he necessario: 1.º observar que a nature
za do vaso, em que a substancia se coloca, seja bem conheci
da, para que não haja reacção nociva entre o vaso, e a sub
stancia: 2.° ter o vaso tapado convenientemente, segun
do a substancia he mais ou menos facil de se alterar pelo
contacto do ar; 3.º em fim, segundo a natureza do cor
po, conservar o vaso em lugar mais ou menos frio ou
quente, ora ao abrigo da luz, ora a ella exposto.

S. II.
">

Das Operações Pharmaceuticas. …

DE. fazer-se huma grande distinção entre as opera


ções, e os productos dellas, como bem observou M. Car
honelle em seus Ellementos de Pharmacia, publicados em
18oo. Com effeito hum xarope, hum electuario, hum
extracto são productos de operações, e não operações. Tri
butando a devida homenagem áquelle insigne Professor,
eu adoptarei a sua distinção; e antes de tratar dos produ
ctos Officinaes e Magistraes, exporei por ordem alphar
betica a definição, e principal doutrina sobre as Operações
Pharmaceuticas. A saber:
ACIDIFICAQAO , he o terceiro gráo de oxigena
ção, que se designa com o nome de oxigenação abandante.
Opera-se todas as vezes que algum corpo, destinado a ser
vir de base acidificavel, tem a faculdade de se combinar
com o oxigeno, de maneira que adquira a propriedade aci
da. A acidificação tem lugar de tres maneiras; a saber: .
I. Por huma elaboração natural: tal he o modo por
que a natureza nos offerece os acidos dos fructos. , ,
Il. Por hum movimento espontaneo, aliàs chamado
(7)
fermentação: tal he o modo por que se fórma o vinho
oxigenado, ou acido aceroso.
III. Por intermedio da arte, isto he, transportando o
oxigeno já combinado com huma base sobre outra nova
base, com que tenha mais attração: deste modo, por exem
plo, se leva o oxido de arsenico ao estado de acido arseni
cal, ajuntando-lhe sufficiente quantidade de oxigeno para
o converten em acido.
CALCINAQAO, he huma operação, que consiste em
submetter á acção de fogo violento, e continuado os cor
pos mineraes, # não são fusiveis por si mesmos, e que se
querem privar da agoa que entra na sua composição, e dos
outros principios dotados de volatibilidade pela sua com
binação com o caloriço:
- CLARIFICAGAO, he huma operação, que constitue
parte da purificação em geral. Pode ter lugar; 1.º pelo
repouso, 2.º pela coagulação mediante o calorico; 3.º pe
la fermentação; 4.º pelo intermedio das claras de ovos,
ou da albumina em geral. Este ultimo processo se empre
ga, para clarificar alguns liquidos turvos, e viscosos, ajun
tando-lhes a clara de ovo batida com agoa, durante a fer
vura. Nesta operação a albumina, concretando-se, une-se
á materia coagulavel. do liquido, e se eleva á superficie
#ClF3fórma
e de espuma, que então sei separa com a espuma
• --

COMBUSTÃO, he a operação, em que se queimão


os corpos de ##### e se opera a sua com
binação comº o oxigeno. O caracter que exclusivamente
lhe pertence, he que o seu residuo seja sempre huma ver
dadeirrincineração, e não huma oxidação, ou acidificação.
Kejão-re, estar palavras. * * * •

CONCENTRAGÃO, he a operação, pela qual se:


aproximão as moleculas dos corpos, que se achão inter
Postas, por outras, moleculas aquosas. Pratica-se ou por
meio do frio, ou pela acção do fogo. A respeito da con
centração pelo frio; veja-se Congelação. A concentração,
que se opéra por meio do caloricó, hé muito mais frequente:
etsegura: consideradasemigeral, tem muita semelhança cem:
(8)
a evaporação; mas em particular se applíca á condensa
ção dos acidos, dos licores alcalinos, e dos saes neutros
em solução na agoa. Eleva-se a temperatura a gráos re
lativos á attração dos corpos pela agoa. Na concentração
do acido sulphurico, e do phosphorico necessita-se de tem
peratura muito elevada. . . --

CONGELAGÃO, he a conversão de hum corpo fiui


do em semisólido, ou sólido, operada ou pelo frio, ou
pelo desenvolvimento subito do calorico, mediante a faisca
eletrica. A congelação ou he natural, ou artificial; póde
# tanto ser contada entre as operações que pertencem á
harmacia. Os acidos diluidos em muita agoa, taes como
o vinagre, o çumo de limão, as dissoluções salinas, que
se submettem a huma temperatura de 5 até 1o ou 15
gráos abaixo de zero do thermometro de Reaumur, se con
vertem parcialmente em gêlo. Observa-se } sómente a
agoa destes fluidos he susceptivel de congelação; donde
resulta que o remanecente no estado de fiuidez he ou mais
acido, ou mais salgado. Desta maneira se concentra o vi
nagre, e os sucos acidos por meio do gêlo, etc. Os oleos
tornados concretos pelo frio se conservão sem experimen *

tar alteração. - - - -

CONTUSAO , he a operação, mediante a qual se


destroe a união dos corpos, pizando-os em hum almofa
TlZ»

COZIMENTO, he a operação pela qual as substan


cias sólidas, tanto vegetaes, como animaes, e mesmo as
mineraes são expostas á acção do fogo, mergulhadas em
hum fuido conveniente, húma porção do qual se reduz a
vaposes, a fim de que a parte compacta das substancias seja
mais bem penetrada, e o liquido restante possa sobrecar
regar-se dos seus principios activos.
Ha tres especies de cozimento; a saber: ligeiro, me
diocre, e forte : o cozimento ligeirº he, o que não passa
de hum quarto de hora, e he terminado á menor agitação
do liquido, ou ás primeiras bolhas, que se elevão na super
ficie: cozimento mediocre he aquélle, cuja fervura he
mais consideravel, e póde ser continuado de meia até huma
*
( 9 )
horas; cozimento forte he aquelle, cuja fervura póde ser
mantida desde huma até duas, tres, e algumas vezes seis
horas. -

Esta operação só deve exercer-se sobre corpos não aro


maticos. Submetem-se ao cozimento as raizes inodoras,
os lenhos resino-extractivos, extracto-resinosos, as folhas
vegetaes emollientes, as raizes e sementes feculosas; po
rém ha circumstancias, em que se devem submetter á ac
ção de huma primeira agoa fervente certos corpos vege
taes, cuja epiderme ou envoltorio não póde separar-se com
facilidade, taes como a cevada inteira, a raiz de grama,
etc. Emprega-se tambem o cozimento para certos fructos,
como os polposos, leguminosos, e as raizes lignosas. Ob
serva-se em bastantes circumstancias que o cozimento
contribue para a aproximação de principios, que consti
tuem certos productos vegetaes mais saborosos, e alimen
tares; o mesmo acontece a respeito das carnes musculares
{{Í111113CS, º - -

Emprega-se igualmente o cozimento para obter as ge


léas vegetaes, animaes, etc.
CRYSTALLIZAGAO, he huma operação, mediante
a qual as partes integrantes de hum corpo simples ou com
posto, separadas de qualquer fuido, se reunem em virtude da
affinidade de aggregação, e formão hum todo homogeneo
necessariamente sólido, que offerece angulos, e faces, e se
denomina crystal.
Distingue-se a crystallização em secca e humida, se
gundo a natureza do fluido, que serve de intermedio na
separação das moleculas dos corpos crystallizaveis. A pri
meira he devida ao calorico, e a segunda se opéra por
meio da agoa.
Tres *# são necessarias para operar a cristalli
zação: 1.º a solução que mantém as moleculas separadas:
2.° a subtracção do fuido pela evapºração: que necessita o
aproximamento das moleculas: 3.º o resfriamento lento e
Pacifico do liquido salino, depois de evaporado pela acção
do calorico artificial. Porém note-se qué a evaporação pe
lo fºgo deve ser conduzida de maneira, que a temperatu
Tom. II.
( 1o ) •

ra não se eleve a mais de 4o até 45 gráos do thermometrô


de Reaumur, e que o refriamento possa tambem operar-se
gradualmente em hum lugar, cuja temperatura seja seme
lhantemente elevada ao mesmo gráo, deixando-a descer por
si mesma pela cessação do fogo. - … … - -- -

A evaporação espontanea, posto que exija mais tem


po, he infinitamente mais vantajosa pars huma crystalli
zação regular. Para esta regularidade tambem contribue
muito
plana ea dilatada
forma dossãovasos crystallizatorios.
preferiveis a todos. Os de superficie

DECANTACAO, he a acção por que qualquer liqui


do, clarificado pelo effeito do repouso, se separa do se
dimento que contém, inclinando suavemente o vaso em
que se acha. Este operação he muito usada na Pharmacia:
humas vezes serve para separar, e obter o liquido mais cla
ro; outras vezes pelo contrario emprega-se com a unica
intenção de conservar o precipirado. " : > 2… … . . .
DECREPITACAO, he huma operação que se em ,
prega particularmente, para privar o sal marino da sua
agoa de crystallização expondo-o á acção immediata do
fogo. Consiste na fractura de seus crystaes cubicos por ef
feito da vaporização da agoa que contém. O sulphato de
potassa, as folhas de louro, tambem decrepitão no fogo. O
muriato de soda decrepitado he de uso muito frequente.
- DEFLAGRAGAO, he huma inflammação rápida,
mas sem estrondo, occasionada pelo contacto immediato de
hum corpo combustivel com outro que contenha oxigeno,
e que possa ceder-lho facilmente, ou com o gaz oxigeno
empregado a nú, e applicado sobre lium combustivel in
flammado. * . • •

- Para que a deflagração tenha lugar, he necessario o


concurso da faisca electrica, ou a applicação da chamma.
O nitrato de potassa em contacto com o carvão accezo, oc
casiona a combustão rápida deste ultimo ; porque o acido
do nitrato lhe cede facilmente o seu oxigeno. O mesmo ni
trato de potassa, misturado com hum metal facilmente oxi
davel, opera huma defiagração, quando se lhe applica o fo
go: tal he a maneira da oxidação do antimonio no mo
( 11 )
…mento da sua combustão pelo nitro, He necessario não
confundir a defiagração com a detonação. Veja-se esta pa
lavra, P• º -

DEFLEUGMACAO, he a operação que tende a se


parar o fleugma, ou a agoa dos fluidos, a que se querem
augmentar os gráos de ligeireza, ou de densidade, segun
do sua natureza, e as qualidades que lhes devem perten
CCT,
A defieugmação póde por tanto operar-se em senti
do contrario ; a saber: retendo a agoa, e deixando volati
zar os fluidos mais ligeiros; ou expellindo a agoa, e reten
do os fluidos mais pezados, , , " " ,
No primeiro caso, a defleugmação se refere aos li
-cores etherizados, e alcoolicos; então toma o nome de re
ctificagão. Veja-se esta palavra. . . . . . - …
• No segundo caso separa-se a agoa pela distillação
(veja-se concentração),
congelação. - —
ou a beneficio do * frio.
* ,
(Veja-se
, •

DEPURAGAQ. Em Pharmacia se usa particularmen


te deste termo para designar a separação das fezes, ou pa
renchyma dos succos expressos dos vegetaes, ou dos oleos
por expressão operada a beneficio do repouso. Veja-se Cla
ºrificação, e Filtração. _
DESOXIGENAGÃO, he o processo, mediante o
qual se rouba o oxigeno das oxides, ou dos acidos, e se
reproduz a sua base por meio dos combustiveis oxigena
-dos, cuja affinidade para o oxigeno seja maior. Desta ma
neira se desoxigena com o carvão o acido sulphurico, o
<phosphorico, etc. Todos os combustiveis simplices tem
a propriedade desoxigenante. Desoxigenar pois hum corpo
he o mesmo que restituir-lhe a sua propriedade combusti
vel.
DESECCAGÃO ou EXSICAGÃO, he a operação,
mediante a qual se privão as substancias da humidade,
que não lhes he absolutamente essencial. Tem por fim
conservar os corpos organicos nas estações, em que a na
.tureza, lhes recusa huma existencia activa. Principalmente
Se exerce sobre os vegetaes, e algumas vezes sobre partes
B 2 |-
( 12 )
animaes. Pratíca-se a beneficio dos raios solares, ou de hum
calor artificial brando.
Além da subtração da humidade que a deseccação
opera nos corpos organicos, mediante a vaporização, não se
póde duvidar da combinação mais intima, que determina
entre os principios constituintes dos corpos. A semente de
coentro, por exemplo, que ainda se acha adherente á as
tea, posto que chegada ao seu estado de madureza, tem
cheiro muito desagradavel, que se torna suave á propor
ção que he deseccada pela arte; a cebola de scilla recente
contém hum succo vegetal acre, e corrossivo, que cessa
de ser venenoso, quando a cebola tem perdido a sua hu
midade pela deseccação, etc.
DETONAGAO, he huma inflammação rápida, sem
# acompanhada de estrondo mais ou menos violento.
Este phenomeno he determinado pela potencia, que se op
põe á separação das moleculas gazosas, e a seu livre des
envolvimento tão promptamente como ellas se formárão.
Desta maneira he que a polvora detona logo que he inflam
mada, e se acha comprimida em hum canal mais ou me
nos estreito com maior ou menor força (*).
DIAQUIFICACAO. Pratica-se para separar dos saes,
e outras substancias analogas, a agoa que contém. A arte
executa esta operação por meio do calor. Algumas vezes
se faz espontaneamente pela acção do ar atmospherico.
DIGESTAO, he huma operação essencialmente dif
ferente da maceração, e do cozimento, mas que tem mui
ta analogia com a infusão. A digestão he com effeito hu
ma infusão prolongada, de que a agoa he o vehiculo; po

# A polvora foi inventada no seculo XIV, por Fr. Bertholdo


Schwartz, ainda que Authores menos criticos a tenhão querido attri
buir a Constancio Anselmo Triburgo; opinião que eu seguia, quando
escrevi o Tratado das feridas feitas com armas de fogo.
As melhores proporções da polvora são: carvão 14: enxofre 9:
salitre 77.
…… as
tre 76, mais usadas são: carvão, e enxofre, áá 12: sali

( 13 )
rém na qual a temperatura deste fluido não deve ser eleva
da acima de 30 até 40 gráos do thermometro de Reau
mur, e que póde ser-lhe inferior. O fim desta operação
consiste em obter os principios sómente soluveis na agoa,
para effeito de os isolar dos outros principios, cujas pro
priedades physicas , e medicinaes são oppostas entre si.
Deste modo se servio Baumé da digestão para separar a
arte gommosa do opio. Póde prolongar-se a digestão até
# espaço de seis mezes; porém os conhecimentos da
Chymica moderna tem dado lugar a outros processos mais
simplices, expeditivos, e seguros. *

DESAGGREGAGAO, ou DIVISÃO, he a acção de


separar ou desviar as moleculas dos corpos humas de
outras. He o opposto da aggregação. A desaggregação po
de-se operar mecanica e chymicamente: a primeira com
prehende a incisão, que se exerce sobre os corpos vegetaes
ou animaes, quando se pertende que elles offereção muitas
superficies: os instrumentos proprios á incisão são faças,
e tirouras. A ralação, raruração, e limagem tambem
fórmão parte da divisão mecanica. A primeira se opera a
beneficio de raladores para os corpos carnosos, taes como
as raizes, e fructas; a segunda se opera com o auxilio de
grosas para os corpos duros, taes como os lenhos, pon
ta de veado, etc.; a terceira em fim se exerce mais par
ticularmente sobre as subtancias metallicas por meio de
limas. A desaggregação mecanica tambem comprehende a
pulverização. (Veja-se esta palavra) A desaggregação
chymica comprehende a pulverização, que he susceptível
de muitas modificações, como adiante se verá.
DISTILLAGÃO , he huma operação, por meio da
qual se consegue separar os principios volateis dos fixos,
e obter distinctamente huns e outros: tem lugar, quando
a evaporação dos liquidos se opera em vasos fechados, e o
fluido, que vaporiza, he obrigado a condensar-se em hum
recipiente. -

A distillação se divide rigorosamente em secca, e hu


mida ; mas a respeito da primeira se emprega mais espe
cialmente o nome de sublimação. Veja-se esta palavra.
( 14 )
. A distillação se pratíca a beneficio de retortas de vi
dro ou de louça, e ainda mesmo de ferro, segundo a na
tureza das substancias distillaveis, e o grande fogo, a que
se devem expôr. Porém quando se distillão grandes quan
tidades de liquido, he necessario usar de alambiques.
Considerada em razão de suas differentes temperatu
ras, a distillação se opera I.º A banho-maria, mediante
hum calor de 6o gráos do thermo metro de Reaumur. Es
te meio consiste em interpôr hum vaso com agoa entre a
retorta e o fogo, a fim de moderar sua demasiada inten
sidade, e constituir a acção do calorico mais igual, e gra
duada. Tem particularmente lugar a respeito de corpos
dotados de hum aroma, ou principio volatil muito fugaz,
e dos licores alcoolicos, a fim de os obter, quanto seja pos
sivel, izentos de fleugma. II.º Em gráo igual ao da agoa
fervente; e neste caso a operação se pratíca a fogo nú,
mas pelo intermedio da agoa. A temperatura he constan
temente elevada a 85 grãos; porque a ebulição tem lu
gar em vasos fechados. Emprega-se particularmente para
obter as as agoas distilladas, e os oleos volateis das plan
tas. III.º Em gráo superior ao da agoa fervente ; e então
se opera a fogo nú, ou a banho de aréa , isto he, inter
pondo hum vaso com arêa entre o fogo, e a cucurbita, ou
retorta, etc. A temperatura he a da agoa fervente, e se póde
elevar até á incandescendencia, quando se exerce sobre cor
pos naturalmente
Meado, e materias seccos, taes como os lenhos, ponta de
mineraes. •

DISSOLUGAO, he huma operação analoga á solu


ção (veja-se esta palavra ), porém na qual o corpo
que se dissolve, ou o dissolvente, ou ambos, são sensivel
mente alterados, como se observa na dissolução dos me
taes em os acidos.
EBULLIGAO, he a sublevação mais ou menos tu
multuosa, e accelerada das moleculas de hum fluido, de
qualquer natureza que seja, pela acção do calorico. O ther
mometro de Reaumur designa a ebulição, ou fervura da
agoa 8o gráos acima de zero; mas nem todos os liqui
dos exigem o mesmo gráo de temperatura para serem levados
( 15 )
a este éstado. Alguns entrão em ebulição aos 66 gráos;
deste numero são os licores alcoolicos: outros pelo contrario,
como as agoas salinas, e os accidos em geral, exigem hu
ma temperatura excedente aos 8o gráos. -

A ebulição não póde jámais operar-se sem desenvol


vimento de calorico; e debaixo deste ponto de vista he
realmente vantajosa, quando se applica a proposito. O ca
lorico, separando as moleculas dos corpos, facilita a ex
tracção dos seus principios, e os combina de maneira mais
intima : he assim, por exemplo, que elle desenvolve o
principio sacarino das raizes leguminosas, amolescendo-as
pelo cozimento. Em outras circumstancias o calorico, va
porizando os fuidos pela ebulição, dá lugar a productos,
que não se poderião obter sem o seu intermedio; taes são,
entre outros, os productos da distillação, os xaropes, os
extractos, etc. *-* -

ETHERIZAGÃO, he a operação, pela qual se faz


passar
ether. o alcool combinado com hum acido ao estado de
Fº} •

EVAPORAGAO, he a volatilização de hum liquido


em fórma de vapor por meio do calorico. O fim do ope
rador consiste em separar as substancias liquidas das fixas.
As soluções salinas, gommosas, e extractivas se fazem
evaporar em agoa; as resinosas em alcool, etc.
Esta operação se executa em vasos chamados evapo
ratorios , que podem ser de porcelana, vidro, argilla,
ou de cobre, latão, prata, quando se evaporão substan
cias, que não tem acção sobre estes metaes. A temperatura
deve ser regulada pelo operador, e proporcionada á natu
reza das substancias: por exemplo, o alcool se evapora em
57 gráos, o ether em 32, o mercurio em 254, e segundo
Dalton em 278 gráos acima de zero do thermometro de
Reaumur. A vaporabilidade he, pois relativa aos diffe
rentes liquidos, e sujeita a variar segundo o estado de
pressão atmospherica.
EXPRESSAO, he huma operação mecanica, median
te a qual se consegue extrahir os fiuidos immediatos dos
vegetaes, ou sejão aquosos ou oleosos. Ella se refere
( 16 )
principalmente á extracção dos succos das plantas, e dos
oleos. Fórma parte da analyse mecanica.
EXTRACGAO, he em geral a arte de tirar os prin
principios immediatos dos corpos por meio de todos os fiui
dos, ou vehiculos conhecidos, que sejão proprios a este
genero de operações. Por tanto a extracção comprehende
a maceração, a infusão, o cozimento. e a digestão. Ve
jão-re estar palavras.
FERMENTAGÃO, he hum movimento intestino mais
ou menos tumultuoso, que se excita espontaneamente em
hum corpo organizado , vegetal ou animal, donde resulta
huma desorganização de principios, e novos combinados.
Ha tres especies de fermentação: -

1. Fermentação espirituosa he aquella, cujo producto


ou resultante he hum espirito ardente, ou alcool: para que
tenha lugar he neccessario: 1.º o contacto do ar: 2.º dez
até doze gráos de calor do thermometro de Reaumur: 3.°
a fuidez do corpo : 4º huma quantidade sufficiente de
Irlat Cr 12 S2 Carl I12 •

II." Fermentação acida he aquella, cujo producto he


hum acido vegetal ou vinagre : para que se opere he ne
necessario: 1.º que o corpo seja mucillaginoso: 2.º dezoi
to até vinte e seis gráos de calor: 3." o contacto do gaz
oxigeno. • -

III.º Fermentação putrida, he aquella, por meio da


qual a natureza decompõe os corpos, e desenvolve huma
grande quantidade de gaz ammoniaco: para que se effe
ctue he necessario: 1.º hum certo gráo de humidade: 2.2
o contacto do ar ; 3.° cinco até dez gráos de calor,
FILTRAGAO, he huma operação, pelo auxilio da
qual se separão os fluidos dos sólidos, fazendo passar os
primeiros a travez de hum corpo, que seja sómente pe
netravel pelos liquidos propriamente taes. A filtração se
opéra pelo intermedio de papel pardo, de algodão, de es
topa, dos vasos de barro não cozido; pelo de vidro contu
so, de arêa, de carvão em pó, segundo a natureza do li
quido. Tambem se consegue separar por meio do filtro os
mesmos liquidos entre si, em consequencia da sua densidade
( 17 )
respectiva. Finalmente a filtração he hum dos meios de
purificação das agoas, empregado com o fim de as consti
tuir potaveis, e salutiferas. Veja-se a palavra Purificação,
no artigo Purificação das agoas potaveis.
FÚLMINÃöão, he huma detonação violenta, e su
bita, cujo estrondo he mais forte do que na detonação or
dinaria. Manifesta-se no ouro fulminante, na polvora ful
minante, de que se eleva a temperatura a gráo inferior ao
que póde fazer entrar hum corpo em ignição. O gaz hydro
geno, misturado a hum pouco de azote gazoso, posto em
contacto com o gaz oxigeno, e inflammado pela faisca ele
ctrica, produz hum estrondo pavoroso; tal he o do raio.
FUSAO. Esta operação ou he aquosa, ou ignea. A
fusão aquosa he a que se opera pelo intermedio da agoa
mesmo de composição, ou de crystallização dos corpos sub
mertidos a huma temperatura de 4o até 6o gráos de ther
mometro de Reaumur pouco mais ou menos.
A fusão ignea he a solução de alguns mineraes, e
corpos salinos, mas particularmente a dos metaes operada
pelo calorico. A temperatura exigida não póde ser menor
de 8o gráos. Até aqui só conhecemos o metal fusivel de
Darcet, que he huma alliagem de oito partes de estanho,
cinco de chumbo, e tres de bismutho, que passe ao estado
de fusão na temperatura igual á da agoa fervente.
A fusão não se exerce sómente sobre os metaes, e cer
tas pedras, mas tambem com vantagem sobre os saes finos,
sobre alguns saes neutros, taes como o borato de soda,
nitrato de prata, etc.
A fusão he tambem huma operação preliminar da vi
erificação. *

GRANULAGÃO, he a operação, mediante a qual, fa


zendo passar algum metal a travez de hum vaso crivado,
e determinando a sua queda em outro vaso cheio de agoa
fria, o metal se condensa, e reduz a granitos maiores, ou
menores. Tal, he o processo, que tem lugar na preparação
do chumbo de espingarda.
INCINERAGAO, he hum producto necessario da
combustão; applica-se particularmente á destruição pelo fe
Tom. II. C
( 18 )
go, e ao ar livre do organismo vegetal, e animal; he a
reducção a cinzas dos corpos organizados quaesquer que
sejão. •

Os productos da incineração são constantemente saes


neutros de toda a especie, que participão da combinação
de
comqualquer acido,
huma base ou com a potassa, ou com a soda, ou
terrea. •

INCISÃO. Veja-se Disgregação.


INFUSAO, he huma operação, que consiste em sub
metter á acção da agoa, elevada a diversas temperaturas,
os corpos vegetaes, ou animaes, de que se querem obter os
principios mais facilmente soluveis. Algumas vezes tambem
tende a obter o principio colorante de certos corpos, par
ricularmente dos vegetaes, como acontece na infusão de
flor de papoulas rubras, etc.
Em huma temperatura de 1o gráos, a agoa não dis
solve mais do que o principio mucoso extractivo, huma
vez que a infusão não seja prolongada por algumas horas.
Huma temperatura de 4o até 6o gráos permitte a dis
solução do aroma, e dos principios extractivos, e salinos.
Por huma temperatura de 8o gráos, a que se eleva a
agoa, obtem-se o principio colorante, além dos que se aca
bão de citar. , !

A infusão he infinitamente vantajosa para obter to


dos os productos dos vegetaes, ainda mesmo os mais diffi
cilmente soluveis, sendo sufficientemente prolongada.
Os oleos, e as gorduras liquificadas, servem tambem
de excipientes para certas infusões. São conhecidos em
Pharmacia, os oleos finos, ou graxos por infusão; que me
lhor chamariamos por maceração, visto que estas especies
de oleo devem ser preparadas a frio. Não se póde dizer o
mesmo das pomadas, de que a banha, e as gorduras são o
excipiente, e que se preparão por infusão na temperatura
do banho-maria.
A infusão se exerce sobre as raizes, e cascas odorife
ras; sobre as folhas, cuja contextura he delicada, e sobre
as que contém aroma; sobre os petalos, e calices das flores;
sobre os fructos, e sementes aromaticas, e sobre alguns
( 19 )
productos dos animaes, taes como a cochenilha, kermes
vegetal, etc. *

LIQUEFACGAO, he huma operação, mediante a


qual se consegue tornar fuidos os corpos de consistencia
semi-solida, e mesmo solida, desviando as suas muleculas
pela interposição do calorico.
As condições necessarias para operar a simples lique
facção consistem em que os corpos possão tornar-se liqui
dos, elevando a sua temperatura desde 15 até 3o gráos só
mente do thermometro de Reaumur. Assim, por exemplo,
se liquidão os oleos solidos dos vegetaes, a manteiga, a ba
nha, a cera, e algumas resinas; estas ultimas necessitão de
hum intermedio oleoso fino, ou volatil.
A liquefacção he huma verdadeira solução pelo calo
rico, que não se deve confundir com a fusão, e ainda me
nos com a solução operada pela agoa.
LEVIGAGÃO, ou PORPHYRISAGÃO, são as ope
rações, pelas quaes se dividem as moleculas dos corpos de
natureza sólida, e friavel, até os reduzir a pó impalpavel.
O instrumento proprio a esta operação, he huma meza de
marmore (porphyro), e huma moleta da mesma pedra,
cujas faces devem ser perfeitamente lizas. |-

As substancias, que se Pºr"…"; são em geral as


que pertencem ao reino mineral, e as dos outros reinos,
que lhes são analogas; taes são, por exemplo, no reino
mineral as terras, os saes, os sulphuretos metallicos, as
minas metallicas, os metaes, os betumes sólidos, os pro
ductos vulcanicos; no reino animal as cascas de óvos, as
pedras de caranguejos, o coral, as madreperolas, e os phos
phatos calcareos, separados da sua gelatina pela incinera
ção. No reino vegetal submettem-se á porphyrisação al
guns saes extrahidos de plantas, carvões, cinzas, etc.
A porphyrisação ou se opera a secco, ou por meio da
agoa sufficiente para humedecer os corpos porphyrisaveis,
a fim de accelerar a divisão de suas moleculas. Porém não
se deve usar de agoa, quando o fluido póde occasionar al
guma alteração sensivel no corpo porphyrisavel. Por tanto
2
(2o )
os saes, os sulphuretos alcalinos, os metaes facilmente oxi
daveis, cumpre que sejão porphyrisados sem agoa.
LIXIVIAGAO, he huma operação, pela qual se ex
trahem as substancias salinas dos corpos, que as contém por
intermedio da agoa, tanto a frio como a quente.
A lixiviação, mais geralmente chamada lixivia, tem
muita analogia com a infusão em quanto ao modo de
preparação; mas distingue-se porque sómente se exerce nas
substancias, que são comprehendidas entre as materias mi
neraes, ao mesmo tempo, que a infusão se exerce sobre os
vegetaes, e animaes.
LOGAO, ou LAVAGEM, he huma operação, me
diante a qual, agitando os corpos sólidos em hum fluido,
se consegue separallos das fezes, e de outras substancias
estranhas, que possão conter.
Ha quatro especies de loções ou lavagens. A primeira
he, quando pela agitação do corpo sólido no liquido, são
separadas as particulas impuras, que se lhe achão adheri
das; como se pratíca a respeito das raizes, e hervas antes
de se usarem. A segunda tem lugar, quando as substancias,
que se querem obter, são divididas no liquido, e se sepárão
assim dos corpos insoluveis, que formão hum residuo: des
te modo se extrahe do colcothar o vitriolo, que não pôde
ser decomposto pela calcinação. A terceira he aquella,
em que, agitando no liquido hum corpo bem pulverizado,
as particulas que se querem separar, sendo menos pezadas,
permanecem suspensas durante a efusão do liquido ainda
turvo, e ficão separadas das outras moleculas, que se pre
cipitão; como acontece na purificação das minas metalli
cas, das substancias terreas, etc. Na quarta em fim, agi
tando no liquido hum corpo bem triturado, as particulas
que se devem rejeitar sendo mais pezadas, são suspendidas
primeiro por algum tempo, e se precipitão depois, durante
a efusão do liquido ainda turvo: assim he que o bolo de
Armenia deposita a arêa, que lhe está unida, e que o ethio
pe marcial já preparado se separa das moleculas de ferro,
# não se achão sufficientemente divididas, ou oxigena
a S. •
( 21 )
MACERAGÃO, he huma operação, que tem muita
analogia com a infusão, da qual differe porque se opera
constantemente a frio. Tem lugar na agoa para certos pro
ductos vegetaes, a que se pertende restituir huma parte da
humidade, de que fôrão privados pela deseccação; taes são
geralmente os legumes seccos. Mas tem-se convencionado
comprehender mais particularmente debaixo do nome de
maceração as extracções, que se operão pelo intermedio
dos vinhos, alcooles, vinagres, e oleos por expressão. He
por este meio, que se prepárão os vinhos medicinaes, os
vinagres do mesmo nome, as tinturas em agoardente, e al
cool, e os oleos pharmaceuticos.
OXIDAGAO, he huma especie de oxigenação lenta,
isto he, huma combinação do oxigeno com os corpos, sem
desenvolvimento sensivel de calorico, nem de luz.
OXIGENAGAO, he a operação pela qual se oxige
não os combustiveis oxigenados, e se fazem passar ao es
tado de oxido, ou de acidos perfeitos.
PORPHYRISAGAO, Veja-se Levigação.
PULVERISAGÃO, he huma operação mecanica, por
meio da qual, contundindo os corpos em hum almofariz,
se consegue separar as suas # , que estão no estado
de aggregação, para os levar ao de tenuidade mais ou me
I1OS # Póde ter lugar tambem por trituração, e por le

vigação ou porphyrigação. Vejão-re estas palavras.


PRECIPITAGÃO, he huma operação, na qual as
moleculas de hum corpo, suspendidas ou dissolvidas em
hum menstruo, e separadas a beneficio de huma nova, sub
stancia introduzida no liquido, se precipitão no fundo do
vaso, em razão do seu pezo maior que o do fluido, em que
cessão de ser soluveis.
POLPAGAO, he a extracção, ou a separação da sub
stancia carnosa, ou polposa das raizes, folhas, flores, e
fructos dos vegetaes, por meio de huma ligeira fricção so
bre hum peneiro de cabello invertido, para a separar da
parte fibrosa. •

A polpação sómente se opera depois de ter amollecido


( 22 )
a parte carnosa, ou polposa dos vegetaes por meio do co
zimento, e pela addição de sufficiente quantidade de agoa;
PURIFICAGÃO, he huma operação, mediante a qual
os corpos dos tres reinos da natureza devem ser privados
das particulas estranhas á substancia, que se pertende em
pregar, a fim de a constituir mais pura, e de uso mais fa
cil e proveitoso. Pode-se considerar esta operação como
huma das que exigem mais conhecimentos, e cuidado da
parte do Pharmaceutico. Para operar a purificação de al
gum corpo não basta sómente separallo dos de interposição,
que alterão a sua pureza, mas em muitas circumstancias
he tambem necessario associallo a estes mesmos corpos, com
que se acha em huma especie de homogeneidade. Para con
seguir o fim desta operação, he preciso que o corpo pu
rificavel se ache em hum estado de aggregação branda, ou
fluida, ou seja por meio do calorico, ou pelo auxilio de
hum dissolvente, que possa manter suas moleculas mais,
ou menos desviadas. * •

Entre os mineraes pode-se citar o mercurio revivifi


cado do cinabrio, mas ainda manchado pelo oxido negro,
que se purifica fazendo-o passar a travez de huma pelle de
camurça, e triturando-o momentaneamente com banha. Po
dem tambem citar-se os saes naturaes, que se purificão fa
zendo-os fundir em agoa, filtrando-os, e evaporando-lhes
o liquido, para os restituir ao seu estado sólido pela crystal
lização. •

Entre os productos vegetaes, a purificação dos succos


gommosos assucarados, taes como o manná, succos espessos,
etc., que se opera pela agoa, clarificação, filtração, etc.;
a dos balsamos, e resinas liquidas, que se opera pelo auxi
lio de hum calor brando, por filtros de palha, ou passan
do-os a travez de hum peneiro de cabello, á maneira das
polpas; a das gommas pela sua dissolução em a agoa, e
clarificação com a albumina de óvos; a das gommas-resi
nas pela sua dissolução, ou antes pelo seu amollecimento
em vinho, ou vinagre, cocção, e evaporação a banho-ma
ria do fluido de intermedio; a das resinas pela sua dissolu
ção em alcool. -
(23 )
Entre os productos dos animaes os oleos colorados,
o espermaceti, os oleos de peixe, que se purificão, o pri
meiro com huma terra argillo-calcarea, e agoa elevada á
temperatura de 7o até 8o gráos; os segundos com a cal
viva, ou o acido sulphurico, e as banhas de consistencia
media, e sólida, que se fazem liquificar depois de dividi
das e lavadas.
Em fim ha circumstancias, em que se emprega o ca
lorico immediatamente, como na purificação do enxofre,
do sulphureto de antimonio, da camphora, etc.
Póde-se inferir, por este pequeno numero de exem
plos, de quanta importancia seja esta operação na Pharma
cia; porém não são menos uteis os meios, que fornece á
Hygiena para a conservação, e melhoração das agoas,
com o fim
de que de aastratar
passo fazer no
potáveis,
seguinteeartigo.
salutiferas: taes são os

Purificação da agoa.
A agoa se conserva difficultosamente a bordo dos na
vios, e algumas vezes mesmo não he possivel achar-se po
tavel, e salutifera nos portos a que as embarcações abor
dão, ou nos lugares porque marchão os exercitos.
Ha duas especies de agoa impotavel: primeiramente a
corrompida, e fetida; em segundo lugar a crua, isto he,
a que não dissolve o sabão, nem amollece os lugumes, que
nella se cozem: estas duas especies são assás nocivas á sau
de.
A agoa se corrompe no mar com maior ou menor bre
vidade, segundo as differentes substancias, que contém, e
segundo o modo , porque he conservada. A experiencia mos
tra, que permanece por mais tempo doce, quando se per
fumão os toneis com o vapor de enxofre; a que se póde
ajuntar com vantagem hum pouco de oleo de vitriolo. Cos
tuma-se-lhe deitar alguma porção de sal, fazendo-a aque
cer, e separar cuidadosamente a espuma densa, que se vai
formando na superficie á medida, que augmenta o gráo de
calor: este methodo he muito proveitoso, e deve sempre
usar-se, quando se fazem ferver as substancias leguminosas.
(24)
Hum meio de adoçar, e corrigir a agoa, quando se
acha corrompida, e fetida, consiste em rapar os toneis que
a contém, expollos ao ar, agitallos frequentissimamente,
e precipitar a agoa de huns para outros. Outro meio tam
bem cónsiste em a fazer ferver, tendo a cautela de que
a ebulição não seja muito prolongada; porque neste caso
dissiparia as particulas mais activas. Poder-se-ha fazer ainda
mais salutifera ajuntando-lhe hum pouco de succo, ou de
extracto de limão: este acido he mais innocente para o uso
commum do que os acidos vitriolico, e marino, que em
tal caso se recommendão; tambem contribue para precipi
tar asfervura.
pela particulas terreas, e os differentes insectos destruidos

Além da agoa corrompida, os navegantes são muitas


vezes obrigados a usar da crua, e sobrecarregada de parti
culàs salinas, e terreas, a qual não he pouco nociva á sau
de, posto que doce e fresca. A pedra de filtrar, que se usa
a bordo de alguns navios, concorre para fazer potavel esta
especie de agoa, quando não se acha muito sobrecarregada
de saes vitriolicos, e marinos; porém esta operação he as
sás longa, e não se poderia por este meio filtrar quantida
de sufficiente para toda a equipagem de hum navio. A arêa
he pois a substancia mais propria para separar da agoa as
particulas heterogeneas. Eu passo a repetir o que se acha
escripto a este respeito pelo sabio Dr. Home.
» Quando o exercito austriaco acampava em Hungria,
» as tropas erão frequentemente obrigadas a manter-se da
» agoa das alagoas, que purificavão pela seguinte manei
» ra: tomavão hum pequeno batel ding; no qual fa
» zião algumas divisões por meio de corrediças transver
»» saes: enchião de arêa todas estas divisões, excepto a ul
» tima, e deitavão o batel no lago: hum orificio praticado
» em huma das extremidades, ao invel da superficie da
»» agoa, deixava entrar este liquido na primeira divisão,
» donde passava á segunda por meio de outro orificio aber
» to na parte inferior da primeira corrediça; da segunda
»» divisão passava á terceira por meio de hum semelhante
»º orificio praticado na parte superior da segunda corrediça;
(25 )
»» e assim alternativamente: em todas as mais até chegar á
»» ultima divisão, tendo atravessado toda a aréa. Final
aº mente, por hum tubo adaptado ao orificio da ultima
» divisão se recolhia a agoa tão clara, e pura, como de
»» huma fonte. Quando os Navegantes em suas viagens
» são necessitados a proverem-se desta especie de agoa,
»» a podem purificar de igual maneira.» * - - -

... O mesmo Author propõe o uso de alguns toneis, re


partidos no meio por divisões de madeira, que se enchem
de arêa, e se deita a agoa na primeira divisão, como em
huma cisterna. Estes toneis se devem communicar por
meio de tubos, e fazer circular a agoa por oito ou dez
divisões cheias de arêa, etc. , - -

»» A experiencia tem feito conhecer os effeitos de hu


»» ma mistura facil, commoda, e saudavel, para tornar
ºs uteis as agoas encharcadas, de que sómente a Chymica
»» moderna podia dar a razão. He.. a mistura, do carvão
…» ordinario em pó grosso, agitado por algum tempo na
» agoa inficionada: coada esta ao depois por fustão , ou
» por duas baetas, sabe limpida e sem cheiro. O mesmo
»» cisco de carvão, lançado nos charcos, e misturado na
»» agoa, a torna potavel, sem perigo.»
. Por consequencia, se no filtro, que acima fica descri
pto, se juntar o pó do carvão com a aréa, tirar-se-ha hum
dobrado partido, 1.° de separar as substancias estranhas
suspensas na agoa, e talvez dissolvidas, e 2.º a combina
ção que dos gazes se faz com o carvão, com o qual elles
tem mais affinidade do que com a agoa , deixando-a por
este simplicissimo meio capaz de uso salutifero , e com
grande promptidão. ( V. Instrucções, e Cautelas práti
caf, etc. »Á? Dr. Francisco Tavares; Appendix sobre
a escolha da agoa, que deve servir aos usos da vida, pag.
345). _____. __ - -

3 RECTIFICAGÃO, he huma distillação repetida,


r meio da qual se trata de obter productos ou mais
identicos, ou mais ligeiros, e mais destituidos de côr. Es
ta operação se emprega em muitas circumstancias. O fim
Proposto na rectificação do alcool, he de o obter, quanto seja
Tom. II. D
(26)
possivel, ligeiro, e transparente. Veja-se Defleugmação.
Relativamente ao ether, o fim da rectificação consis
te em o obter perfeitamente izento de toda a substancia
estranha. " . …… … . . . … ……… .
***
. . . . …
- Todos os productos da analyse dos vegetaes, e ani
maes no gráo de calor superior ao da agoa fervente, ne
cessitão de ser rectificados para se usarem. Assim, por ex
emplo, se rectifica o espirito, o oleo, e o sal volatil de
ponta de veado, etc., etc. , !
- RASURAGAO, vej. Disgregação. -

. SALIFICAGAO, he huma operação, pela qual as


substancias salificantes, ou os acidos, passão ao estado de
saes medios pela sua combinação com as substancias sali
ficaveis, isto he, com as terras, com os alcalis, ou com
as oxides metallicas. - - , ,, º

… SOBREOXIGENAGÃO, he a operação, pela qual


se ajunta o oxigeno a hum corpo já saturado deste prin
cipio: deste modo se sobreoxigena o acido muriatico, e
com este novo acido se prepara o murito sobreoxigenado
de potassa, de mercurio, etc., etc. - … . * .

º SOLUGÃO, he huma operação simples, na qual se


fazem separar as moleculas dos corpos pelo intermedio de
-hum fuido conveniente, sem desnaturar nem os principios,
nem as propriedades. Não se deve confundir a solução
com a fusão. (veja-se
dissolução. . . esta palavra), e ainda menos com
• * . * . *.

A solução ou he perfeita ou imperfeita ; he perfeita


quando o fuido, que serve de intermedio, não perde a sua
transparencia; he imperfeita quando se perturba a trans
parencia do fiuido. - • • •

A agoa, o vinho; o vinagre, o alcool, e mesmo os


acidos mineraes, podem servir de fuidos proprios á solu
ção; mas a condição rigorosa desta operação, em qual
quer vehiculo, e de qualquer natureza que elle seja, he que
o corpo, cujas moleculas são divididas, e confundidas com
o fluido, não experimente a menor mudança em seus prin
cípios, e propriedades essenciaes, e que á vontade se possa
restituir ao seu primeiro estado.
*
( 27 )
SUBLIMAGÃO , he huma operação , pela qual as
substancias concretas, sendo combinadas com o calorico,
se atenuão em particulas subtilissimas, e se volatilizão até
á parte superior dos vasos sublimatorios, onde se adhi
rem em fórma sólida, e ás vezes crystallina. Deste modo
se sublima o mnriato de ammoniaco, o enxofre, o acido
benzoico, etc. - •

TAMIZAGAO, he huma operação mecanica, que


faz parte essencial da pulverização. He a acção, median
te a qual se consegue dar ás moleculas dos corpos dividi
dos pela contusão, ou pela trituração, huma tenuidade
uniforme, fazendo-lhes atravessar hum tecido de seda ou
de cabello, cujas malhas sejão mais ou menos finas, e
iguaes entre si. Pratica-se em peneiros cubertos á maneira
de tambor, quando os pós são susceptiveis de se volatilizar,
e de obrarem mãis ou menos fortemente sobre os nossos
orgãos externos: do contrario se póde exercer a descu
berto. • • -

TRITURAGAO, he a operação, pela qual se redu


zem os corpos duros a particulas mais ou menos diminu
tas, porém não a pó subtil, mortificando-os em hum al
mofariz." —— — º -

TORREFACGAO, he huma operação de Pharma


cia, na qual se submettem á acção immediata do fogo os
corpos que se querem privar da humidade, para aproximar
os seus principios, e combinallos de maneira mais intima
por hum principio de carbonização.
VAPORIZAGÃO, he huma especie de evaporação,
que se designa com o nome de espontanea. Opera-se in
sensivelmente pelo unico poder de attracção, que exerce o
ar atmospherico sobre as camadas superiores dos fluidos,
que estão com elle em contacto.
A vaporização só póde ter lugár em quanto não se
acha saturado de agoa positivamente, e se faz mais sensi
vel em razão do gráo de temperatura, á medida que este
se eleva mais, e que a pressão do ar he menor.
VITRIFICAGÃO, he huma operação immediata da
A
D 2
(28)
fusão, mas com differenças muito notaveis em a natu
reza do corpo vitrificavel, e no seu resultado.
Esta operação só póde exercer-se sobre corpos combi
nados ou postos em contacto, e de que a fusibilidade de
hum coadjuve a fusão do outro. - ... - - - - - -

Os productos, que resultão da vitrificação, são necessa


riamente corpos combinados no estado de semitranspa
rencia effectiva. Hum metal, por exemplo, só passa ao
estado de vidro depois de ser combinado com a base do
gaz oxigeno; a pedra siliciosa necessita de ser ajudada pela
presença
Sa, etC. da potassa, ou da soda
* ** *
para passar á fusão vitro

••
* * * ** * *
• •

Instrumentor de Pharmacia.

Todos os intrumentos de Pharmacia podem ser com


prehendidos em tres grandes
ptiveis de subdivisões; a saber:divisões, as quaes são susce
• -

I.º FORNOS.
II." VASOS. - - - -
III." INSTRUMENTOS.

OS FORNOS ou são portateis, ou fixos. Qualquer


que seja a sua fórma, ou grandeza, devem compor-se de
cinzeiro, fogão, laboratorio, e chaminé, ou via de desen
volvimento para o fumo, e para manter a circulação do
ar. Os mais usados são os seguintes - - *

1.º Polycrestos. 4.º De Cupélla.


2.º Evaporatorios. • 5.º De Reverberio.
3.º De Fusão. 6.° De Forja.
OS VASOS são de tres especies; a saber: … … …
1.° Vasos operatorios. -

2.° — destinados a servir de recipientes.


3." destinados á conservação dos Medicamentos.
Os primeiros são chamados operatorios, por serem
destinados ás operações, e á preparação dos Medicamentos;
neste numero se comprehendem:
( 29 )
Marmitas. Terrinas.
Bacias- Cadinhos.
Panellas. Chocolateiras.
Vasos distillatorios. Os alambiques.
sublimatorios. As retortas.
crystallizatorios. As cucurbitas.
Os matrazes.
Em geral estes vasos são formados de
Substancias metallicas. Porcelana.
Terras argillosas vidradas. Vidro.
— não vidradas. Molybdena.
Os segundos são denominados recipienter, porque ser
vem á recepção dos Medicamentos; esta especie compre
hende:
Os potes de louça. Os matrazes de collo compri
do
As garrafas de vidro. — de collo curto.
Os terceiros são chamados conservatorios, porque ser
vem para conservar e reservar os Medicamentos; compre
hendem:
As caixas, ou bocetas de páo.
Os bocaes de vidro.
As garrafas de gargalo voltado.
- - • — direito.
Os frascos com rolhas de vidro.
OS INSTRUMENTOS , dividem-se em :
1.º Instrumentos manuaes.
2.º • COTtanteS.

3.° — de Mecanica.
4." —— de Chymica.
5.º - de Physica.
Os primeiros comprehendem:
Espatulas. Filtros de papel.
Cylindros. de estopa.
Pinças. Peneiro de seda.
Moldes. — de cabello.
Coadores de linho. — de tambor ou cu
— de lã. Crivos. bertos.
- ( 3o )
Os segundos comprehendem:
{ grandes. maiores.
Facas - medias. Tisouras.
{ pequenas. II]CI]OTCS.

Os terceiros comprehendem:
bronze { ferro.
Almofarizes de X marmore vidro.
U marfim páo.
Prensas. oinhos.
Grozas. Limas.
Pedra de porphyrizar, e moleta.
Os quartos comprehendem:
Alambiques. Retortas:
Cucurbitas, e seus capiteis. Funís.
Os quintos comprehendem:
Balanças. (A) Thermometros.
Pezos. (B) Areómetros. (Peza-licores).
(A) Thermo metros são os instrumentos destinados a
medir os gráos de calor : attribue-se a sua descuberta ao
Hollandez Drebbel.
O thermometro de Mr. Reaumur he o mais usado,
e de que me sirvo nesta Obra. A sua escala he dividida
em 8o partes, ou gráos, desde o ponto da congelação da
agoa marcado em zero, até ao da agoa fervente marcado
em 8o.
O thermometro de Fahrenheit usado na fnglaterra,
e em outras partes, fórma a sua escala desde o gelo arti
ficial até ao gráo da agoa fervente, dividida em 18o par
tes ou gráos. O ponto da congelação he marcado em 32,
e o da agoa fervente em 212.
O thermometro centigrado proposto na França, fixa
o zero no ponto da congelação, e divide a escala entre
este ponto, e o da agoa fervente em 1oo gráos. Veja-se a
seguinte Tabella de comparação entre os gráos extremos
dos thermometros mencionados;
( 31 )

Thermometro Thermometro || Thermometro


Gráos extremos de de
M. Reaumur. Fahrenheit. | Centrigado
Congelação. . . | Zero 32 grãos Zero
Fervura da agoa 8o gráos | 212 gráos 1oo gráos

/
(B) Areómetros (Peza-licores) são os instrumentos,
por meio dos * se conhece a differença do pezo espe
cifico dos liquidos. Constão de tubos de vidro graduados,
e guarnecidos inferiormente de dois globulos desiguaes,
dos quaes o menor se lastra com mercurio. Ha varias es
pecies de areómetros, de que huns são destinados para os
acidos, ou liquidos mais pezados do que a agoa, outros
para os fluidos mais ligeiros, como os espiritos, etc.
Pezes, e Medidas Pharmaceuticas.

Os pezos são os unicos meios, que se devem empre


gar para determinar as doses dos Měč.
porque
se achão em relação directa com a quantidade das mole
culas integrantes, ou com a marra dos corpos. Devem
ser comparativos, e debaixo de denominações analogas in
dicar constantemente as mesmas quantidades pondericas;
a sua unidade (base) deve ser constante, e bem determi
nada. Sem entrar em huma analyse mais longa sobre a dif
ferença dos pezos, e medidas até agora adoptados, eu pas
so a tratar dos que mais se usão na Pharmacia.
Libra de troy (dos Ourives).
As Pharmacopéas de Londres, e de Edimburgo usão
da libra dos Ourives, chamada de troy, e a sua divisão
he como se segue:
( 32.)
Huma libra doze onças.
Huma onça é oito oitavas.
Huma oitava COntéÍIl tres escropulos.
Hum escropulo vinte grãos.
Libra medicinal.
A libra medicinal, de que fazem uso as Pharmacopéas
de París, Genebra, Hespanha, Portugal, e são as de que
tambem uso na presente Pharmacopéa, he dividida pela
seguinte maneira:
Huma libra doze onças.
Huma onça oito oitavas.
contém
Huma oitava tres escropulos.
Hum
Cujaescropulo vinteTabella:
reducção mostra a seguinte e quatro grãos. •

Reducção da libra medicinal.

Libra | Onças | Oitavas Escropulos | Grãos


I I2 96 | 23o 6912 … ….…

+ • | ;"| 24 576 … . .

| || 3 | 72
| | "__"
Explicação dos novos Pezos.
Estes pezos não são representados por alguns caracte
res, mas escriptos com todas as letras ; a saber:
Gramma he a palavra de adopção relativamente aos
pezos, e fórma a unidade fundamental de que se deve
partir para regular as fracções do minimo, e do maximo
das quantidades pondericas. He igual a grãos dezoito e
fIlClO.
(33)
Deca-gramma, corresponde a dez grammas, e equi
vale a duas oitavas, hum escropulo, e doze grãos.
Hecto-gramma, corresponde a cem grammas, e equi
vale a tres onças e huma oitava.
Filo-gramma, corresponde a mil grammas: he o pe
zo cubico de hum decimetro de agoa distillada na tempe
ratura do gelo liquescente : equivale exactamente a duas
libras (trinta e duas onças), cinco oitavas, dois escropu
los e hum grão.
Myria-gramma, corresponde a dez mil grammas, e
equivale a vinte libras (de dezeseis onças), sete onças,
dois escropulos, e dez grãos,
Deci-gramma he a decima parte de huma gramma:
equivale a dois grãos.
Centi-gramma he a centesima parte de huma gram
ma: equivale á quarta parte de hum grão.
Milligramma he a milesima parte de huma gran
ma: equivale á oitava parte de hum grão.

Tabella dos pezos antigos , e novos.

Nomenclatura nova. Reducção dos pezos de Libra.


Libiºlongº Oitavas | Grãos

Gramma . . . . . ! . . . . . . . . . [ 184
Deca-gramma . . . . . . . . . . | 2 36
Hecto-gramma . . . ] , . 3 I •

Kilo-gramma . . 2 • • $ 49
Myria-gramma. . . . . 2o 7 . . - 58

Deci-gramma . . . . - . . . . . .| 2
Centi-gramma. . . . - . . . . . .| }
Milli-gramma . . . . | . . | . . . . . #

N. B. Sempre que fallo de libras, relativamente á


explicação dos novos pezos, deve entender-se a libra de
Tom. II. E
(34)
dezeseis onças. Igualmente advirto, que se achão omitti
das neste calculo as fracções decimaes, etc.; seguindo
nesta parte a Mr., Virey. Veja-se Traité de Pharmac.
Theor. et Prat., Tom. I. pag.247.
Medidas de capacidade.
Para as substancias fluidas tambem se usa das medi
das de capacidade; porém estas sómente devem ser empre
gadas na Pharmacia para medir a agoa, e os mais liquidos,
que tem oetc.
tisanas, mesmo pezo especifico, como são as infusões,
• *

As medidas de capacidade commumente usadas, são


as seguintes: -*

Canada: contém quatro quartilhos.


Quartilho: corresponde a huma libra medicinal, ou
> doze onças.
Cópo: corresponde á terça parte de hum quartilho,
e equivale a quatro onças.
Colher: reputa-se pela oitava parte do cópo, e equi
vale a meia onça.
Fasciculo : corresponde á quantidade, que se póde
conter debaixo de hum braço, e contém doze ma
nipulos. }

Manipulo : corresponde á quantidade, que se póde


abranger em huma mão, e contém quatro pugillos.
Pugillo: corresponde á quantidade que se póde con
ter entre os dedos pollegar, indice e medio, e se
reputa equivalente ao pezo de meia oitava.
(35 )

Pezos Medicinaes antigos.

Denominação dos pezos. A que equivalião.


Abulusan, ou Abilusan . Dois obulos.
Alconvani Tres onças,
Alcuathus Onça e meia.
Aleaubolo Quatro escropulos.
Almuzeni Onça e meia.
Argenteus Huma oitava.
Arsinum. Oitava e meia.
Assarius. Duas oitavas.
Avelãa . Huma oitava.
Aureus, Exagiu 2 CXtll

la, Solidum - Cada hum 4 escropulos.


AEreolus. Dois grãos,
Bachela . Hum aureo.
Bondacho Huma avelãa.
Carat auri • Hum escropulo.
Carat margaritarum Quatro grãos.
Centenarius. Cem libras.
Centipondio. . . Cem libras.
Chalcus . Dois grãos.
Chema . •• Meia oitava. -
. Chuanus. Onça e meia.
Conchula. Oitava e meia.
Danich . •
Oito grãos.
Darchinum . Oitava e meia.
Decamech Huma oitava.
Denarios. 82, e 1 setimo de grão.
Depondium. Meia onça.
Deum x . Onze onças.
Dextans . Dez onças.
Dodrams. Nove onças.
Duela . Oito escropulos.
Durach • Quatro libras.
E 2
(36 )
Exagium . . . . . Veja-se Auteus.
Fava Egypcia . . . . Onça e meia.
Fava Grega . . . . Hum escropulo. -
Kerates . . . . . . Quatro grãos.
Kilgic . . . . . . Libra e meia.
Lupinus. - . . . . Oito grãos.
- - - - - - Oito onças.
# Cla •
lIl3 • • • Dezeseis onças.
#.
Mina • @ •
Vinte onças.
Mná e • • • • • • Cem oitavas.
- Nós - - - - - - - Meia onca.
Obolus, ou Onolorat. . Doze grãos.
Octuns, ou Bes, ou Bessis Oito onças.
Oxibaphum . . . . . Duas onças, e duas oitavas.
Quadrans . . . . . Quatro onças.
Quartarium. . . . . Hum quarto de libra
Quilate . . . . . . Quatro grãos.
Quincunx . . . . . Cinco onças.
Rotulus . . . . . . Huma libra.
Septunx . . . . . . . Sete onças.
Sescuns, ou Sescuncia . Onça e meia. .
Sextans . . . . . . Duas onças.
Sexunx . . . . . . Seis onças.
Siliqua, ou Kirat, ou Ce
rat1On • • • • • Quatro grãos.
Solicus, ou Assarius. . Duas oitavas.
Status. . . . . . . Huma oitava. .
ordinario. Cincoenta libras.
Talentum < maior. . Setenta e duas libras.
maximo . Cento e vinte libras.
Therminus . . . . . Oito grãos.
Triens . . . . . . A
de vinho
Tres onças..

Acetabulum { de azeite
Duas onças e meia. •

Duas onças, e duas oitavas.


Amphora - . . . . . Duas urnas... , |
Amphora Athica . . . Setenta e dois Sextarios.
Amphora Romana . . Duas urnas.
Apinta de Hollanda. . •
Vinte e duas onças.
(37)
-Apinta de París . . . Trinta e duas onças.
Arroba de Hespanha. Trinta e duas libras.
Cado, ou Metreta, ou Ce
ramis . • • •
Amphora e meia.
Chema . . . • •
Duas colhéres pequenas.
Chist . . . . • •
Dezeseis onças.
Chopin . . . . . . Seis onças.
Chus . . . . • • Nove libras.
Cochleare . . . . . Quasi meia onça.
Cochlearium . . •
Huma oitava e 14 grãos.
Concha . . . • Seis oitavas.
Cotyla, ou Hemina OUl
Triblion . . Nove onças.
Culeus . Quarenta urnas.
Cyatho . Onça e meia.
emiolis. . Doze drachmas.
Hemizexton. Oito onças:
Sessenta e quatro libras.
Açumbre 3 42 onç.,5 oitav., e I escrop.
Kenis. . . . . . Quarenta, ou 44 onças.
{ magnum
Mistrum &
{? onças, e 8 escrop. de vinho
ou 3 onças de azeite.
t parvum. •.
{ 6ouoitavas, e 2 escrop.de vinho
6 oitavas de azeite.
{3 onç, e 3 oitavas de mel, ou
Oxibapho . . . . . {: onç, e meia de vinho, ou
U2 onç, e 2 oitavas de azeite.
Poiçon - . . . ... Duas onças.
Quartarius . . . . . . {.4 onças e meia de azeite.
5 onças de vinho, ou
Safil . . . . . . . Trinta e duas onças.
Sextarius, ou Kist .….. A sexta parte de Congio.
Urna . . . . . . . {4o libras de vinho, ou
Molho . . . . . .
Q3# 35 libras de azeite.
Oito chenices. .
Chenice . . . . ..…. Duas libras e tres onças,
(38 )
Pezos antigºs, mas que ainda se usão.
Pezor medicinaer. Abbreviaturas, com que se
escreve para pedir me
Libra, ou 12 onças . . ibj: dicamentes. -

Meia libra, ou 6 ónças. #bÍ3 - . .


Onça, ou 8 oitavas . . %j.
Meia onça, ou 4 oitavas 36.
Oitava, ou Drachma, óu
tres escropulos . . 5
Meia oitava, ou t escro
pulo e meio . . . 3f3 . . . . .. .
Escropulo, ou 24 grãos. 3j - - - : ;

Meio escropule,eu 12 grãos.


Grão . . . . . . . . grj
Meio grão . * . . . . grÉ º

N. B. Ainda que estas abbreviaturas quasi que es


tão agora em desuso, com tudo eu as menciono, por ser ne
cessário o seú conhecimento para se entenderem as obras
antigas, de que sem dúvida se colhe grande utilidade.
Abbreviatura, de que se usa nas Receitas.
Recipe, ou Tome º … • • R.", Tom. |-

Faça . . . . . .*. . .. JFaç. . . * . . ?


"Gözitmente . . . ! ..…. " . Cozim. • •

Segundo a Arte . . . . | S. A. . . . . . . .
Misturè . . . . . *. . . M." #
Mande .….….…. . . . . Md.º" * * * * * *

Item, ou em separado . ! . Jt.. • : … :


Forme . * . . . . . . JForm. :-. . :
Electuario . * . . . . . . . Elect. * *

Pilolas . . . . . - - - - Pilol. ' ' ' ' '


a 1.°. *** - -
Ajunte . . ….….…. ".". • • • • •

Córte. ". . . . . . ….". & ! ' ' . .


Divída . . . . . . . divid. A
(39 )
Numero . . . . . . . . . ] nº
Quanto baste • • • • • • q» b,
Aná, ou partes iguaes. . | aa
Preparado - - - - - - {
Banho de Maria , , , . . M.
Banho de Vapôr . . , , , B.V.
Banho de Arêa . . . . . B. A.

§- III.

Das Leis de composição , e decomposição dos corpos.

To… as partes da materia (se exceptuarmos talvez q


calorico, a luz, e a electriçidade), se attrahem entre si,
e com tanta mais força, quanto he maior a sua massa, e
# são mais aproximadas. Assim a mesma causa, que
az cahir a pedra perpendicularmente ao centro do nosso
globo, tambem attrahe este ao sol, e todos os planetas
do nosso systema huns para os outros. Esta attracção uni
versal foi demonstrada pelo illustre Isaac Newton, e não
he outra cousa mais do que o pezo, ou gravidade dos cor
Julga-se ser a mesma força, que, espalhada nas mais
pequenas moleculas da materia, as faz adherir humas a
outras. Assim a agoa, que se eleva nos tubos capilares, ou
que se liga ás superficies dos corpos, e os molha; o mer
curio, que se ajunta, e se amalgama ao ouro; o oleo, que
attrahe o oleo, etc., são outras tantas provas desta força,
que he sempre proporcionada ao numero das moleculas
attrahentes, ou á sua massa e proximidade. A gravitação
não varía jámais em energia nas mesmas moleculas, se
todas as circumstancias, que a modificão não varião tam
bem.
feria.
Ella he huma força constante, e inherente á ma
# • -

A attracção he de duas especies. Exerce-se seja entre


moleculas homogeneas, ou da mesma natureza, seja entre
( 4o )
moleculas de differente natureza, ou heterogeneas. No
primeiro caso ella fórma "###"; e se chama attrac
ção de aggregação, ou de coberão, porque as moleculas
similares se ajuntão por suas superficies, como as do en
xofre ao enxofre, da sal ao sal, da agoa á agoa; éllas
tomão mesmo algumas vezes huma figura geometrica co
mo nas crystallizações, e nos refriamentos de algumas ma
terias fundidas. Esta attracção be tºda mecanica, e póde
ser destruida pela pulverização, vaporização, etc.
Na segunda especie de attracção as moleculas hete
rogeneas se combinão, e fórmão hum corpo de natureza
differente daquella das substancias componentes. Por ex
emplo, o hydrogeno, e o oxigeno combinados fórmão agoa;
o acido sulphurico, e a cal viva , ambos de hum sabor
caustico, sendo unidos, fórmão hum sal, que he o gesso
insipido. Nestas combinações, as moleculas heterogeneas
parece penetrarem-se entre si; porque em vão se pulveri
zaria o gesso para separar o acido, e a cal; elles só o po
dem ser por meio de agentes chymicos, isto he, por huma
terceira substancia, que tenha mais attracção para hum dos
componentes do gesso. Logo que estas combinações se ope
rão, a temperatura dos corpos, que se unem, muda, e per
de ou adquire calorico.
Chama-se attracção de composição esta segunda es
pecie, e chama-se affinidades electivar a escolha que as
moleculas heterogeneas fazem de certas moleculas hete
rogeneas, mais do que de outras. Assim o acido sulphurico
póde bem unir-se aos oxidos metallicos; mas elle os aban
donará
baryte. para preferir os alcalís, e deixará ainda estes pela
- •

Estas preferencias ou eleições das differentes substan


cias da natureza entre si não suppõem huma analogia
nos corpos que se preferem, como a palavra affinidade
poderia fazer julgar; mas ellas dependem talvez da figu
ra das moleculas, que se juntão melhor com humas do que
com outras. Ou tambem se julga que a grandeza, ou a
densidade comparativa das diversas moleculas, as faz adhe
rir antes a estas do que áquellas, seja que ellas se apresen
( 41 )
tem mutuamente huma maior superficie para se unirem,
para se tocarem por hum maior número de pontos; seja
que elas se achem em relação de pezo, e de força attra
CtIV2. • - * * * • •• • • •

Com tudo se ha preferencias de escolha pela affinida


de, estas eleições são, como todas as amizades do mundo,
sujeitas a bastantes alterações. Primeiramente huma sub
stancia que apenas attrahiria fracamente, adquire huma
maior energia de attracção, logo que obra em grande mas
sa sobre outra massa menor. Por exemplo, o oxido de
manganez, no maximo de oxigenação, cede facilmente do
seu oxigeno a corpos combustiveis capazes de lho roubar,
ou ao simples calorico; mas logo que he chegado ás ultimas
moleculas de oxigeno, ahi adhire, com extrema obstinação;
toda a sua, massa parece grupar-se em torno dellas para as
reter. O mesmo acontece a respeito das ultimas moleculas
da agoa no acido sulphurico… Logo, a massa póde substi
tuir o que falta á força da attracção. • •

o . As combinações chymicas se fazem tanto mais facil


mente, quanto, as moleculas dos corpos se achão mais li
vres, e mais attenuadas, e mesmo não se operão sem a flui
dez; assim as moleculas pezadas retidas em massa pela
força de cohesão, ou muito condençadas, ou muito con
cretadas pelo frio, ou muito insoluveis nos liquidos, tem
menos tendencia a unirem-se do que outras moleculas
mui soluveis, e separadas, que mesmo terião menos força
-de attracção. . : -

22 - Por outra parte as moleculas mui atenuadas, mui fu


gazes, como as dos gazes mais ligeiros, dos liquidos subtís,
deixão mais difficilmente preza a corpos mais sólidos, e
mais densos; assim as substancias muito elasticas, muito
volatilizadas pelo calor , parecem ter menos affinidade.
Além de que moleculas tão rarificadas, tão desviadas, con
servando-se a mui grande distancia das moleculas por que
são attrahidas, ou que ellas mesmas attrahem, tem pouca
acção humas sobre outras. Donde se conclue, que a af
- _finidade diminue em razão directa da distancia.
. . __ A affinidade diminue em força nas substancias á me-.
Tom. II.
(42)
dida que ellas se aproximão do estado de saturação : pelo
contrario quanto menos huma substancia, he saturada, tan
to mais fortemente,sattrahe. E o mesmo modo, as affinida,
des são proporcionaes ás quantidades necessarias para a
saturação, comólobserva Kirvan; porque º se he necessario
muito mais potassas do que alumina, para saturar a mesma
quantidade de hum acidó, he huma prova de ser maior a
sua affinidade para a potassa. Os sacidoserem relações-con
stantes de quantidade nos saeslneutros com suas bases alcar
linas, ou terreas, ouxmetallicas… Parece que a sua combina
ção fazendo-se de atomo aiatomo, lhe necessarios quasi
proporções fixasº da parte2 dos dous corpos componentes;
conforme Dalton. Segundo chum oxido metallicor he mais
ou menos oxidado; sua affinidade varía tanbem aem força
para cada ácido, porque tomau aº sitanto mais, quanto #
mais oxidado, ilu 225 e #27227 e 92º tooº orfaºda () .….……
-*. As substancias combinadas são menos atacaveis do que
as livres. Assim nosº saessºneutros; parece que o acido, e
o alcalí; ou toda outra base; se servernőreciprocamente de
ponto de apoio, eo adherindo juntamente, não procurão
imais contrahirinovas allianças, defendendo-se hum e ou
tro dos corpos decomponentes; heinecessarios huma maior
força para os dividir. :ortº origir do , oãº_toº, ok, sy","
a… Heio que-se consegue ipor meio das affinidades:du
plair, ou complexas, que offerecendo ao acido huma outra
base, offerecem igualmente á base hum outro acido, a fim
de que se opere huma duplicada troca. Esta duplas de
composição não tem hugar em todas as misturas de saes
neutros, º porque, as forças reciprocas dos acidos, e das
bases não são: sempre sufficientes para operar huma seme
lhante mudança, º fºi . . . . :
. "". Em fim ha outra affinidade, chamada}^#### por
Fourcroy, e que se póde referir á que Barthollet chama
resultante, porque resulta das forças collectivas de dois,
ou mais corpos unidos. Poder-se-hia ainda estabelecer huma
outra especie de attracção, a de fusibilidade, ou de solu
bilidade. Por exemplo, o sulphato, ou o muriato de cal
augmentão a solubilidade do nitro na agoa; tal sal pouco
}+
* |- *
( 43 )
soluvel se dissolve em hum licor já saturado de outro sal.
O estanho, ainda que brando, e muito fusivel, faz mais
duras, e menos fusiveis diversas alliagens metallicas, comº
o bronze, etc. (Veja-se Bergman, Kirwan, Berthollet,
Dalton.). * . … - - - -- - • •

>> T A B E L LA
} * * * " ..
Das principaes affinidades electivas, de que a Pharma
cia-Prática póde necessitar nas suas diversas
-
operações. !
- - -
- … .:: : : : :….……… … … .. … ::::… … s …" , d.;
•- - * **
--• • • •
;.*.*
- a N. B. Vão colocadas em primeiro lugar as substan
cias, cuja affinidade he maior; e á medida que a escala
desce, a affinidade he menor. * • •

- * * ** * …, … . … "," … " … …. … ..."


I." Das attracções dos corpora combustiveis para o
# º oxigeno. cº: ;
.….……… …! <i:: A
1.º Substancias não metallicas. -- …"
.….….… … "... … . "
Carbonio. .rs… e º [ Acido muriatico; ( para º
Hydrogenio. …………… " | se fazer oxigenado,
Phosphoro. …" : [ ou oximuriatico.)
Enxofre. .…….………… : -

Azote. .::: … I - -

2.º Substancias metallicas. , !


Zinco. Bismutho.
Ferro..….… … … se sºu º Cobre. " " " … .
Estanho. .……….… : Platina. .…… ! ! !
Antimonio. ...………. f || Mercurio. .……… ?
Arsenico. .…»iosº º | Prata. … -- -

Chumbo. º i: , , , , ! Ouro. - - -

Os metaes se precipitão de suas dissoluções nos acidos


huns pelos outros, seguindo o inverso desta ordem. Pare
ce que a sua electricidade metallica (na pilha de volta)
segue a mesma progressão. Outros metaes adhirem com
grande força ao oxigeno, “pº o manganez,
2
molybde
• • •
(44)
na, chroma, columbium, etc. Estes tres ultimos passão
mesmo ao estado de acidos. O titane, o tantalo, e cerium
são refractarios ao fogo, e quasi inreductiveis em regulos.
II. Ordem, na qual
são precipitados dos acidos.
Os oxidos metallicos prece
dentes, Ammoniaco.
pela Alumina. Cal.
Zircone. Stronciana.
Glucina e Yttria. Baryte.
Magnesia. Alcalis fixos.
Esta tabella apresenta hum grande numero de excep
ções, segundo cada especie de acidos, e segundo as mas
sas, ou quantidades das materias precipitantes.

III. Ordem de Combinações, 1.° da potassa, 2.° da ro


da, 3.° do ammoniaco com os acidos.
Sulphurico. Formico.
Nitrico. Benzoico.
Muriatico. Acetico.
Phosphorico. Saclactico.
Fluorico. Boracico. | r |
Oxalico. Sulphuroso.
Tartarico. Nitroso.
Arsenical. Carbonico. - -
Succinico. Prussico.
Citrico.

4.º Da baryte, e da stronciana com os acidos.


Sulphurico. • Tartarico.
Oxalico. Arsenical.
Succinico. Benzoico.
Fluorico. Acetico. • •

Phosphorico. Boracico. - - )
Saclactico, Sulphuroso. : .
Nitrico. Nitroso. - . . ."
Muriatico. Carbonico, • . . ?

Suberico, Prussico. . . . … :
Citrico.
(45-)
5.° De cal com os acidos.
Oxalico. Arsenical.
Sulphurico. Citrico.
Tartarico. Malico.
Succinico. Benzoico.
Phosphorico. Acetico.
Saclactico. Baracico.
Nitrico. Sulphuroso.
Muriatico. Nitroso.
Suberico. Carbonico.
Fluorico. Prussico.

6.° Da magnesia com os acidos.


Oxalico. Citrico.
Phosphorico. Malico.
Sulphurico. Benzoico.
Fluorico. Acetico.
Arsenical. Boracico.
Saclactico. Sulphuroso.
Succinico. Nitroso.
Nitrico. Carbonico
Muriatico. Prussico
Tartarico.

7.° Da alumina com os acidos.


Sulphurico. Phosphorico.
Nitrico. Benzoico.
Muriatico. Acetico.
Oxalico. Boracico.
Arsenical. Sulphuroso.
Fluorico. Nitroso.
Tartarico. Carbonico.
Succinico. Prussico.
Saclactico.
Citrico.
( 46 )
8.° Do oxido de ferro com os acidos.
Oxalico.
Tartarico. Succinico.
Citrico. *


Camphorico. Formico. * *

Sulphurico. # ! Acetico.
Saclactico. Boracico. *

Muriatico. Prussico. -
Nitrico. ---- Carbonico. #

Phosphorico.
Arsenical. * .

Fluorico.

9.° Do oxido de antimonio com os acidos.


Muriatico. |- Fluorico. c- 1
Benzoico. " | Arsenical. , . '' ''
Oxalico. • . | Formico.
Sulphurico. - - - Acetico.
Nitrico. .……… … | Boracico.
Tartarico. " " | Prussico.
Saclactico. . …..." Carbonico.
Phosphorico. " "
Citrico. | …

Succinico. "…

1o.º Do oxido de chumbo com os acidos.


Sulphurico. • Fluorico. , . …
Saclactico. Citrico. *

Oxalico. - Formico. -** . .


Arsenical. . Acetico. . ";

Tartarico. - . " | Boracico. .


Muriatico. • Prussico.
Phosphorico. . . . Carbonico.
Sulphuroso. . . '"' º
Suberico. > +

Nitrico. * *
( 47 )
II.º Do oxido de cobre com os acidor.

Oxalico. Succinico.
Tartarico. - --> Fluorico. "
Muriatico. Citrico. - '
Sulphurico. •
Formico. • •• *;
Silicº, …". Acetico. . ---
Nitrico. . . . . : Boracico. *#

Arsenical. . . . . Prussico. .' : ' +


Phosphorico. …, ,… Carbonico. -i ………
* * *
:: :

12.º Do oxido de mercurio com os acidos. ... _>

Muriatico. - 5 * # - 1. Citrico. - … . . s . .:
Oxalico. # :; : " … … º Sulphuroso. : -.
Succinico... - a … .. ………….. Nitrico. - "… E - *: *"*
Arsenical. > f = f * * * * * lº Fluorico... . . . . . 2
-Phosphorico: ; s t > . - | "Acetico.-… .. - …:
####
Saclactico.
….
, ,
.
. . … * .
z | Boracico.
Prussico. . ..
….… ,
..…
.,

*Tartarico. ":" … - . ... Carbonico. - …


*#:--: . ". ". "- 1 • - * + • • •• •

#* * * .* * *
* - ***.*** -
- ** "A", "E"
13.° Do oxido de prata com os acidos.… … — 3
-* * * * - C . * # : ;" |-

Muriatico. Fluorico. . * … .. "


•" - * * * - - - -

Oxalico. Tartarico.
• s"> ".…
Sulphurico. . . . . * Citrico. , , .
Saclactico. Formico.
Phosphorico. " " *** --- - - Acetico. (ST
…………… …!
Sulphuroso... Succinico.
Nitrico.………… ( - . …! Prussico: ; cºlso"3 2. O
Arsenical. - "." -> Carbonico. .………… |- -
( 48 )
IV. Ordem de combinações dos acidos com as bases
falificaveis.
tº Do "acido sulphurico com
Baryte. , tria.
Stronciana. Alumina.
Potassa. Zircone.
Soda. Oxidos metallicos na ordem
Cal. * * precedente, zinco, fer
Magnesia. ro, C[C,
Ammoniaco.
Glucina.

2.º Do acido nitri 3.° Dos acidos mu 4º Do acido phor


CO : rlattco, e acetico: phorico: , :
com as mesmas ba como o precedente, as mesmas bases ,
ses, mas a stroncia IDaS O 21m IllOI112CO mas a cal se collo
na he depois da so antes da magnesia. ca antes da stron
da. Em quanto ao Para os oxidos dos ciana, e a magnesia
resto da ordem, in metaes, vejão-se as depois do ammonia
teiramente seme tabellas preceden co. Para os oxidos
lhante. Para os oxi tCS, metallicos, vejão-se
|-
- * *
dos metallicos, con * --
as tabellas prece
sultem-se as tabel dentes.
las precedentes.
V." Ordem de combinações dos oleos fixos com º
Cal. Os outros oxidos metallicos,
Baryte. # de chum
Os dois alcalis fixos, o, de bysmutho; não de
Magnesia. | ferro.
Ammoniaco. Alumina.
Oxido de mercurio.
( 49 )
Os Corpos que se combinão intimamente, e em proporções
determinadas são:
- Alcalis.
Acidos com . . .

. . .
-
} Terras.
Oxidos metallicos.
+
….

- - • Metaes.
|- Terras.
Enxofre, e phosphoro com •
&#co.
Alcalis.

º ". ". Dos REAGENTES. Os ensaios são:


As tinturas de tornerol, ou de lichen, as de violar,
ue
OS ;
se fazem verdes com os alcalis,
… . . * * " "…
e vermelhas pelos aci
* { • "… ". •
**

- Os papeis vermelhos com a infusão de páo Brazil,


ou amarellos pela de curcuma ; as infusões destas duas
substancias que mudão de cór pelos alcalis, e acidos, des
cobrindo a sua presença; tambem a infusão de páo ne
phritico, de côr mudavel
º Os reagentes pelos ditos
propriamente acidos, e alcalis. " … …
são: • >

1.º ALCALIS PUROS.. Potarra, roda, ammoniaco,


decompõem os saes de bases terreas, e metallicas. Tam
bém
co; aa stroncianà
baryte descobre
obra por
comotoda
os aalcalis.
parte o acido sulphuri • *- *>

* A potafra caustica mostra a presença das terras no


leite de enxofre, da alumina na magnesia, das terras nos
acidos mineraes, da colophonia nas resinas de guaiaco, e
de jalapa; ensaia o mercurio doce, o kermes, e o enxofre
dourado de antimonio (oxidos hydrosulphurados); reco
nhece nas agoas o sulphato de magnesia, de alumina, os
saes. metallicos, etc... , , º ), ', '

O ammoniaco dissolve o cobre em azul, e esta disso


lução serve a reconhecer o arsenico no estanho, no mu
riato de baryte, o cinabrio, e o sublimado corrosivo. Este
alcali denuncia por toda a parte a presença do cobre, em
alimentos, em bebidas, em succo de alcaçus, em vinagre,
e outros acidos; no alumen. o muriato de ammoniaco, aº
Tom. II. G
( 5.O )
prata, e o nitrato de prata fundido; o estanho no ouro em
folhas; o oxido de ferro nos sulphatos de zinco, de potas
sa, de soda, o muriato de baryte, o acetato de potassa,
e no tartrito de potassa antimoniado, no alcool, etc. O
ammoniaeo descobre tambem o alumen nos vinhos, a alu
mina na magnesia, os oxidos de ferro, e de zinco no sul
phato de cobre ; os carbonatos de cal, os sulphatos de
magnesia , de alumina, ou de bases metallicas nas agoas,
2.º TERRAS Cal, magnesia, descobrem o acido car
bonico. A agoa de cal descobre o alumen nos vinhos,
contesta o acido carbonico na pedra de cauterio, descobre
nas agoas co alumen, o sulphato de ferro, os carbonatos
alcalinos, e as terras, … " " … … -- , , " " . . . * > . .
-ia: Baryte, e stranciana. Veja-se acima.… .….. …
3 º ACIDOS. O sulphurico decompõe os saes neutros
descolocando seus acidos, ou suas bases; descobre a pre
sença do chumbo nos vinhos, e vinagres ; no estanho o
mercurio, o oxido branco de zinco; a cai no oxido bran
eo de mercurio precipitado; o sulphato, e carbonato cal
careos na magnesia, no verdegris; o chumbo no ether
acetico; elle ensaia a magnesia, ou a cal calcinada. De
monstra na analyse das
TCFFEOS. . ... . !
• • •
agoas, os carbonatos alcalinos,. e
. - ..._": " ) . . . * * * * * . . .

O mitrica desenvolve os acidas phospherico e tartarico


suas bases, decompõe o gaz hydrogeno sulphurado nas agoas,
e precipita o enxofre; separa as cinzas de ossos misturadas
á farinha; o cobre, e o chumbo contidos nos alimentos; o
cobre das folhas de ouro; descobre o sulphato e carbonato
calcareos, e o sulphato de baryte no oxido branco de chum:
bo; contesta a presença da silice, ou do gesso no precipi
tado branco, do estanho no mercurio, das terras, e do aci
do carbonico nos alcalis causticos, do sulphano de cal na
magnesia; ensaia a pureza do tartrito de posassa, e de
soda, e do acetito de potassa; denuncía a presença do en
xofre, e do ammoniaco por toda a parte onde existem. .
O muriatico decompõe tambem o gaz. hydrosul-º
phuroso; descobre, tambem o chumbo nos vinhos; destin
gue a prata do estanho em folhas, e o arsenico no estanho;
* - * *
(51 }
reconhece o chumbo nos acetatos (principalmente no aceta
to de potassa, ou terra foliada, do commercio, feita por du
pla decomposição do acetato de chumbo, e do sulphato * * +
de potassa. ) , º , , , , ………", ….…. f * ** *
* O nitro-mariatiro (agoa regia) descobre se ha chum
bo no antimonio crú-º . * . * … .. … 2o” .
O phosphorico descobre a cal, separa tambem os oxi
- dos de chumbo, de alguns saes. … .. .. ….…e… E ai,
O oxalico precipita a cal dos saes calcareos, nos vi
nhos , , no sobre-tartrato de potassa, o oxido de zinco, as
agoas mineraes, etc. Usa-se sobretudo do oxalato de am
moniaco, ou do oxalato de potassa, sal de azedar, para
duplas decomposições de saes calcareos. ……….º cº ";

O arsenical se apodera do enxofre, e fórma hum


sulphureto de arsenico. ".…… - - *: * - - " …

O baracico reduz o arsenico, logo que tendo sido


precipitado pela, agoa de cal da sua dissolução, se trata
depois este metal por meio do carvão..…..… .….
..…. O tartarico descobre a potassa unida ao acido sul
phurico, e ao carbonato de soda. … … ……… …" …, a
. O carbonico precipita a cal pura, etc.…… . . e º
- a… O acetito descobre a cal nas farinhas, nos oxidos bran
cos de chumbo; separa o cobre das folhas de ouro, o al
vaiade dos sulphatos de cal, ou de baryte, o chumbo do
estanho, o antimpnio diaphoretico do oxido branco de zin
co, o chumbo, e seus oxidos dos do mercario, e do cina
brio y descobre a cal no mercurio precipitado branco; en
saia a pureza do minio, do verdegris, etc." … .. … . .
… Os acidos ritrito, maiiro, etc., são usados tambem
na analyse dos vegetaes. ____*_*º, * . * # ~ …….… ºs
e 4.º SAES NEUTROS DE BASES ALCÁLINAS,
.…. E TERREAS. o . , "… … . … …" "
… . . Salphata de cal, em dissolução, descobre o acido
oxalico no sal de succino, e outros licores. , ºs e º "i"
… Nitrato de pºtasra descobre o manganez, o ferro, o
arsenico no enxofre, o antimonio crú pelo auxilio de
calor. *- , º , , , , … . …
…, Nitrato de baryte separa G
sulphurico. •
o acido
2 sulphurico no ether
( 52 ) \

- Muriato de ammoniaco secco descobre a potassa, ou


a cal no assucar ( dando o seu cheiro ammoniacal.). . …
… Muriato de baryte demonstra o acido sulphurico nos
vinagres, ou os acidos muriatico , nitrico, phosphorico,
tartarico, no , ether sulphurico, e licor de Hoffmann, os
sulphatos nos muriatos de soda , ou de ammoniaco, nos
nitratos, o sub-borato de soda no carbonato de soda, as
agoas noetc.…
cinado, assucar de leite, o licor* de . .ponta de veado suc
•" •
* * *

Muriato de cal reconhece o acido phosphorico, e oxa


lico por toda a parte, os phosphatos, e sulphato de soda,
omoniaco
carbonato de soda nas agoas, o acido… carbonico no am
caustico. . * * * * * * * ……… … … - •

... Acetato de baryte descobre tambem o acido sulphuri


co no evinagre,
saes, por todao aalumen
parte. no vinho, o acido sulphurico nos
• - .

: : Carbonato de potassa faz reconhecer o alumen nos


alimentos, bebidas, a cal na cerveja, e acido tartarico no
vinagre, no sal de succino; ensaia a agoa de cal, precipita
os oxidos metallicos dos sulphatos, as terras dos muriatos
de ferro, o cobre, as terras de todos os saes de base, alca
lina; separa os acidos dos etheres, e do licor de Hoffmann,
a agoa do alcool, e mostra a força deste, descobre o sal.
ammoniaco do sal de succino. . . . … º… "
Carbonato de roda decompõe, nas agoas, os saes ter
reos, e metallicos. " . . . - • ++ . O ;

, , Prussiato de potafsa, ou de cal precipitão em azul o


ferro das suas dissoluções. O prussiato de potassa descobre
o cobre nos alimentos, o ferro nas flores (oxido) de zinco,
as agoas mineraes, a potassa caustica, os acidos. ' :;
Sub-borato de soda, ou horax mostra a presença do
cobalto nas cores, empregando-o cómo fiuxo reductivo.
Oxalato de ammoniaco, e sobre-oxalato de potarsa.
Veja-se acido oxalico. ___ . * * * , ,
5.º SAES DE BASES METALLICAS. Sulphato de
prata dissolvido mostra os muriatos nos saes, no succo de
limão, nas agoas; descobre o arsenico no enxofre. .. …
º Sulphato de ferro, de cobre, obrão sobre o hydroge
* . * *
(53 )
no sulphurado gazoso. O sulphato de ferro recente (ver
de, ou no minimum de oxidação) dá huma ferrugem (oxi
do de ferro no minimum) pelas agoas oxigenadas. O sul
phato de cobre descobre o arsenico, o sublimado corrosivo
nos alimentos. • |-

Nitrato de prata precipita o muco animal; descobre


nos vinhos muito enxofrados, e por toda a parte o acido sul
phurico, o acido muriatico nos vinagres, no acido nitri
co, nos alcalis ( depois da sua saturação), no nitro, o ace
tato de potassa, os saes magnesianos, o licor de ponta de
veado succinado , o borax , o carbonato de soda, os tar
tratos de potassa ou de soda, o assucar de leite; reconhe
ce os muriatos, e os sulphatos nas agoas distilladas, e en
negrece pelos hydro-sulphuretos. • … ? •

| Nitrato de mercurio precipita tambem as mucilagens,


e o principio extractivo, descobre o alumen na agoa; en
saia a agoa de cal; reconhece os sulphatos, os muriatos,
o hydrogeno sulphurado nas agoas, assim como os carbo
natos de soda, de cal e de magnesia, e por toda a parte
os acidos sulphurico e muriatico. . .. .. . . "
Nitrato de chumbo descobre o acido sulphurico em
acido tartarico, em sal de succino, em tartrato de potassa
e de soda, em emetico; precipita o acido muriatico por
toda a parte, … . . . . . . . , ,
Muriato de arsenica ou, o de antimonio, demonstrão
o enxofre nas agoas mineraes. … .. . , ' ', , .
º Oximuriato de mercurio (sublimado corrosivo) preci
pita a albumina animal, reconhece nas agoas os carbona
tos de soda e de cal; he precipitado pelos hydrosulphurer
tos, como todos os saes metallicos. . . . • J

.…. Acetato, e sobre-acetato de chumbo liquido (extracto


de saturno) precipitão o muco animal, o acido sulphuri
co no vinagre, os acidos nitrico, tartarico, os saes neutros;
descobrem o alumen no tartaro, sulphato de soda no tar
trato de soda, os alcalis, as terras, os sulphatos e muria
tos nas agoas, assim como o hydrogeno sulphurado, e o
enxofre. ••

: 6.º METAES, PUROS ( ou em regulos. ) A prata


(54)
descobre o hydrogeno sulphurado nos vinhos enxofrados,
e na albumina, ennegrecendo-se. *** * *** *** *

-i … O mercurio vivo, do mesmo modo, nas agoas mine


raes, e o sublimado corrosivo nos alimentos. · · ·
O cobre polido descobre tambem o sublimado corro
sivo, - º

? O ferro polido precipita o cobre nos vinhos, os ali


mentos, a limalha de ferro, o extracto de saturno, ape
dra infernal, os saes neutros, o tartaro, o tartrato de po
tassa, os sulphatos de ferro, de zinco, o muriato de bary
te; tambem nos tamarindos, o suco de alcaçuz, os extra
ctos, etc. --T – "3 | * * * *** *

" … O ginco polido descobre o chumbo no vinagre, o es


tanho no emetico, o enxofre no arsenico, vi ***" -> >> ::
, 7. OS OXIDOS METALLICOS se apoderão -todos
dos hydrosulphuretos, ou os decompõem, e se unem ao en
xofre. O oxido de cobre dissolvido no ammoniaco desco
bre o arsenico no estanho, no sublimado corrosivo, os oxi
dos de antimonio nos alimentos. º sº … . …… … * * *
8º OS SULPHURETOS, SABÔES, etc. O hydro
sulphurero de ammoniaco descobre os metaes, o chumbo
no vinagre, as agoas mineraes, o arsenico nos alimentos,
o chumbo no muriato de baryte, e os precipita, em negro.
Os hydrosulphuretos descobrem o chumbo no vinho,
o vinagre, a cerveja , e os alimentos, o antimonio no vi
nho, o cobre no alcool, o mercurio em muriato de soda,
o chumbo nas cores, no ether acetico, na terra foliada
(feita por decomposição do acetato de chumbo), e o tartra
ro de potassa no antimonio diaphoretico, no mercurio pre
cipitado branco; descobrem o arsenico no muriato de ba
ryte, e no cinabrio; assim como o minio no vermelhão,
o arsenico no sublimado corrosivo; ensaião a quantidade de
antimonio contida no enetico. • - \

Solução alcoolica de sabão descobre os acidos livres,


os saes de base terrea, ou metallica nas agoas, ou o acido
carbonico.
te propria. A solução aquosa de sabão branco he igualmen
• •

º sº"ALCOOLES, E ETHERES. o alcool precipita,


( 55 )
da sua solução aquosa, os saes neutros que ele não póde
dissolver, accelera sua crystallização, separa o acido tar
tarico do vinagre , o phosphato, e o sulphato de cal do
acido phosphorico, o sulphato de potassa do sulphurico, o
tartaro do sal de succino, os sulphatos das agoas, as re
sinas da assafetida, o pez negro do asphalto, a essencia
de terebinthina do oleo de petroleo, aos oleos volateis dos
fixos (excepto o de ricina em parte dissoluvel), a colohpo
nia das resina tacamahaca ; ensaia o ammoniaco caustico,
e carbonatado, os saes e espirito de succino, etc. ….."
Alcool galbico. Veja Tintura aquosa, e agoar. "'
Ether fulphurico (o nitrico, o muriatico, o acetico
se decompõem facilmente, e seus acidos separando-se, não
são tão perfeitos como o sulphurico de Mr. Boullay). Se
para os oleos: fixos do balsamo de copaiba ( com tudo es
tes oleos são em parte dissoluveis pelo ether ), o esper
niaceti da eera, a gordura dos oleos fixos, ou a manteiga
de cacáo destes; mas o alcool he_preferivel nestes casos.
roº AGOAS E SOLUÇÕES AQUOSAS. Agoa
dirtiliada serve para lavar; separa o oxido de bismutho
do acido nitrico, ou do vinho, ou do estanho; descobre e
alcool nos oleos volateis, nos etheres; ensaia a manteiga
de antimonio, o sal de saturno; precipita o bismunho do
exido branco de mercurio, do estanho, etc. .
Tintura de galhas, aquosa, ou alcoolica, descobre o
ferro no aeido sulphurico, no alumen, ou os saes ammo
niacaes, ou o muriato de baryte, ou o acetato de potas
sa, ou os sulfatos de potassa , de soda, de zineo, no oxi
do branco de zinco, o acido muriatico, as ageas "#
etc., e o precipita por toda a parte em negro ou violado:
Tineara de taxxivo precipita a albumina, e a gelati
na, o ferro, e os oxidos metallicos; ensaia e emericó, a
ina, e outros cozimentos vegetaes. -
REAGENTES nos casos de envenenamento para
conhecer a natureza dos venenos. ·

º. Os alcalis fazem reconhecer os envenenamentos pelo


sublimado corrosivo; o mercurio precipitado branco os en
venenamentos pelos acidos. . * . * . . - J12 e i. e… " :
( 56 )
… O ammoniaco, os envenenamentos pelo sublimado cor
rosivo, ou pelos oxidos de cobre. .

, , sublimado.
lo A agoa de cal, os envenenamentos pelo arsenico, pe • • • •

… O acido sulphurico, os envenenamentos pelo chumbo, ••


e a baryte. - - -

2- O muriatico, os envenenamentos pela pedra infernal,


pelos saes, mercuriaes não sobre-oxidados. * * .* *

. O boracico, os envenenamentos pelo arsenico, que


serve a reduzir ao seu estado metallico. - -

O mercurio crú, ou os envenenamentos pelo


o cobre polido, { subimado corrosivo."
. Oque
cobre ferro
ellepolido,
reduz. os envenenamentos

pelos
,
oxidos de
.. * •

O sublimado.
e pelo sulphato de cobre, os envenenamentos pelo arsenico;
• •

; O nitrato de potassa , os envenenamentos pelo arse


nico, de que desenvolve o cheiro alliaceo da combustão. ,
de mercurio . . os envenenamentos pelos
••••••••• de prata
- -

• • •
{ acidos
riatico.
sulphurico, ou mu\, •

— de baryte . . . ( tambem os envenenamen


º tos pelo acido sulphuri
Acetato de baryte, . . . ( co: -
__ Os hydro-sulphuretos , os envenenamentos pelo su
blimado, arsenico,
estes metaes, antimonio
que tornão menos ,perigosos.
chumbo; e mineralizão • " ,

-. O hydro-sulphureto de ammoniaco, os envenenamen


tos pelo arsenico, pelo mercurio. 2 -…

As cores azues vegetaes descobrem os envenenamen


tos pelos alcalis causticos. - … …. . . . .
* ** * *

DOS VENENOS.
neutralizar, Ensaios
ou dos dos reagentes para os
contravenenos. •

Chama-se veneno toda a substancia, que, introduzida


em pequena dose na economia animal, tende a destruilla.
. O nome de veneno ou virus se applíca mais particular
mente ás substancias animaes capazes de envenenar, ou de
( 57 )
causar enfermidades. O effeito da maior parte dos vene
nos animaes, e vegetaes se dirige sobre a sensibilidade
nervosa, e contractibilidade muscular; mas os venenos mi
neraes atacão principalmente o tecido dos nossos orgãos,
e ahi se neutralizão pela sua combinação com os nossos
sólidos, ou com os nossos liquidos.
Tudo o que he veneno para certos entes não o he
sempre para outros. Assim o arsenico, tão perigoso para o
homem, purga sómente os lobos, os cães, etc., e o aloes,
sómente purgativo para o homem, mata os cães, e as ra
posas em dose assás pequena. A noz vomica, que lhes he
tão fatal, o he menos para o homem. As amendoas amar
gas, que nos causão, pouco damno, matão os gatos, as
gallinhas, etc. A salsa, o aipo, e outras plantas umbelli
feras, alimentos para nós, fazem perecer a maior parte
das aves. Alguns insectos se nutrem de materias vegetaes,
ue serião para nós venenos, como as lagartas, que vivem
# euphorbio, etc. Os ensaios de venenos feitos em ani
maes domesticos não devem pois, por causa destas diffe
renças, fornecer-nos huma inducção decisiva relativamen
te á nossa especie.

IDos venenos, e virus animaer, e dos reagentes para os


r… - - - - - - - - - destruir.
O virus hydrophobico, ou da raiva, como a saliva de
hum cão enraivado, que produz tetanos mui violentos,
com constricção espasmodica da garganta, deve ser ataca
do immediatamente no lugar da mordedura, pelo cauterio
actual ou potencial (o fogo ou os alcalis causticos, ou
os acidos concentrados, e o oximuriatico, os saes corrosi
vos, etc. ). As cantaridas tomadas internamente, o ex
tracto de belladona, o opio, o almiscar, tem sido recom
mendados. Os banhos de mar, tomados com violencia, e
susto, o ammoniaco, a electricidade tem sido tambem lou
vados, assim como as fricções mercuriaes. Porém nos te
tanos raivosos espontaneos os mais fortes antispasmodi
cos, e refrigerantes, ou os derivativos, como os vesicato
rios, são os mais uteis remedios. - •

Togn. II.
(58)
O virus contagioso da peste, dos anthrazes, e de al
gumas enfermidades mui agudas ou malignas, como a fe
bre amarella, etc., se destroe efficazmente pelos acidos,
e sobretudo pelas fumigações de acido muriatico oxigena
do de Mr. Guyton (*); as do enxofre inflammado, do
gaz nitroso rutilante, ainda que menos activas, tambem
são de bom effeito. He necessario expôr a estes vapores,
ou mergulhar nos acidos os objectos impregnados dos
miasmas contagiosos. O vinagre não he sempre efficaz (**).
O virus das viboras, e cobras venenosas não parece
ser em todas da mesma natureza; mas em geral exige re
medios diaphoreticos (além da cauterização da parte pica
da , antes de passadas doze horas). Este virus, que parece
ser de natureza muito septica, se destroe, fóra do corpo
sómente, pelos acidos ou outros corrosivos. Introduzido
na economia animal, convém administrar então a agoa
de Luce, e o ammoniaco como sudorificos, a theriaga, e
o vinho como estimulantes. Quanto ao oleo commum, e
ao mercurio gommoso, não parecem muito uteis. A raiz de
serpentaria em forma de cozimento, a polygala seneka, a
contra-herva, etc., se empregão como sudorificos nas duas
Indias, em taes circumstancias, e com bons effeitos, ainda
mesmo contra a mordedura do cascavel (crotalus horri
dus, Linnei). Os vesicatorios sobre a ferida são tambem
seguidos de bons effeitos (***). |- , , …

(*) Veja-se Traité des moyens de desinfecter l'air, etc. Par


L. B. Guyton Morveau. Paris, 1805. E nesta Obra, os Artigos
acido marino etom.
guytonianas, manganez,
II. tom. I. pag. 156 e 127, e o artigo fumigações
• |- -

(**) O virus morbifico das bexigas, da vaccina, da sarna, da


Syphilis, etc., se de natura bem fóra do corpo pela acção dos aci
dos mineraes, e sobretudo do oximuriatico; mas a applicação destes
sobre o corpo vivo não he sem difficuldades. Do mesmo modo o
oximuriato de mercurio, e o acetato de chumbo precipitão o muco
animal, que contém este virus. -

, (***) Veja-se Fontana, do veneno da vibora; Orfila, Toxico


logia generale, etc.
( 5.9 )
As exsudações acres da pelle dos sapos, salaman
dras, etc., produzem violentas inflammações, envenena
mento dos instrumentos, etc. A camphora, o alcool, os
acidos, e os antisepticos destroem os seus effeitos.
Os peixes tornados venenosos, logo que se nutrem de
moluscos acres (de alforrecas, de aplysias, etc.), taes são
os quadridentes, causão symptomas graves de erysipela,
e descamação da epiderme de todo o corpo. Parece que
os aromaticos combinados aos acidos, como o vinagre, e
a pimenta, a gengibre, o anis estrellado, são os melho
reS , COntra VenenCS.
Os moluscos acrer, como os mexilhões, e as ostras,
que em certas épocas são perigosos, e causão erupções cu
taneas, exigem os mesmos remedios que os precedentes.
Em quanto ás picaddar de insectos, como os escor
piões, as abelhas, e bespas, as mordeduras das aranhas,
etc., a applicação do ammoniaco, ou o succo de qualquer
planta umbellifera, não venenosa , as cura brevemente.
Não succede o mesmo a respeito das cantharidas, e vaccas
louras, que se hajão engollido: a sua acção se dirige vio
lentamente á bexiga. Os mucilaginosos, o leite, os cor
pos graxos são palliativos uteis nestes casos, assim como
as emulsões, e os banhos. Outros recommendão os acidos,
os cozimentos adstringentes de tannino, cu de galhas, que
obrão mesmo sobre a substancia destes insectos.

Dos venenos vegetaes, e dos corpos que os podem


neutralizar.
He de notar que os vegetaes acres quasi não contém
algum principio animalizado, ou albuminoso, posto que
este caracter pertença tambem a plantas não perigosas.
Cs cogumelos (Agaricus bulbosus, mecator, visco rus,
piperatus, Linnei ), são extremamente venenosos. Devem
se excitar immediatamente os vomitos; depois usar de mui
tos acidos vegetaes, o acetico, ou o citrico, ou o malico;
consecutivamente empregar os etheres, e os antispasmodi
cos contra os violentos vomitos de bile. Tem-se recom
mendado as infusões sobrecarregadas de galhas, de tan
H 2
( 6o )
nino, de quina, como capazes de precipitar a substancia
nociva dos cogumelos. Porém o mais seguro he não co
mer alguma destas substancias, sem as haver macerado em
vinagre. O alcool, o ether roubão huma porção de seu
veneno; o tannino o decompõe tambem em grande parte.
Os venenos estupefacientes, como o opio, o meimen
dro, a mandragora, a belladona, o tabaco, a herva mou
ra, etc., não podem ser neutralizados (depois do vomito)
senão por huma grande quantidade de acidos vegetaes. O
tartrito acidulo de potassa opera sobretudo bem, assim
como o acido oximuriatico. As infusões de galhas, ou de
tannino, ou de aromaticos quentes, não são inuteis; por
que ellas podem tambem precipitar huma parte da mate
ria nociva, como se tem observado logo que se misturão
aos cozimentos destes venenos. Os vinhos acerbos, e ad
stringentes convém tambem muito.
Os venenos drasticos, como o helleboro branco e ne
gro, euphorbio, gomma-gutta, jalappa, escamonéa, etc.,
purgão com violencia, e excitão os vomitos, mediante hu
ma resina acre, e venenosa. Ainda que se tenhão recommen
dado nestes casos os alcalis, como proprios a dividir esta
resina, e que a solução de sabão possa ser conveniente,
comtudo os acidos vegetaes são tambem muito uteis, e di
minuem extremamente a faculdade purgativa. Parece ain
da mais vantajoso recorrer aos tonicos adstringentes , á
theriaga, aos cozimentos de quina loxa, ou calisaya, de
tannino, de casca de romãs, e de balaustias, que precipi
tão certamente este principio drastico.
• Os venenos acres, como a cevadilha, laureola, e thy
melea, aconito na pelo, dentelaria, estaphisagria, nigella,
clematitis, celidonia menor, lobelia caustica, jarro, balsa
mina , eloendro , ou o leite de figueira, etc., que ul
cerão a pelle sobre que se applicão, perdem muita parte
da sua actividade por meio dos acidos, porém são ainda
melhor combatidos com os fortes cozimentos de tannino,
de galhas, de boa quina; em fim se deve fazer uso dos
adoçantes, dos mucilaginosos, do leite, dos corpos graxos,
das emulsões. •
( 61 )
Os venenos amargos ou naureantes, como a noz vo
mica, a scilla, o #, o louro cereja, a cicuta me
nor, as coloquintidas, etc., são modificados em grande
parte pelos acidos vegetaes, e principalmente pelo acido
oximuriatico. Os cozimentos de galhas, de balaustias, o
succo de acacia, os fortes adstringentes, a theriaga, o vi
nho, os espirituosos, os aromaticos são uteis.
Os venenos fetidos, como a sabina, o linho canemo,
a nogueira, o sabugueiro, a escrophularia, e digitalis, etc.,
se aproximão dos estupefacientes, mas não se combatem
do mesmo modo; porque os etheres, o vinho principalmen
te, ou os acidos combinados aos espirituosos, parecem os
mais proprios a destruir as suas faculdades maleficas. Os
aromaticos depois são indicados, excepto a respeito da sa
bina , que exige antes os acidos,
Os venenos oleo for acres, taes como os ricinos, o suc
co de mandioca , o fustete, o caout-chouc liquido, etc.,
venenos muito activos, que não podem destruir os corpos
graxos, por isso que são da mesma natureza. Os acidos,
huma vez que não sejão concentrados, pouco obrão; o
acido oximuriatico será mais util; os alcalis puros ou sa
ponaceos diminuem a sua actividade; os etheres os dissol
vem sem os destruir. Os succos concretos, taes como o eu
phorbio, o leite dos tithymalos, de asclepias, apocynos,
de figueira, etc., contém igualmente hum principio vene
noso analogo ao caout-chouc liquido, concrescivel pelo
oxigeno, insoluvel no vinagre, soluvel nos alcalis, oleos,
e etheres. Parece pois que as soluções saponaceas são uteis
contra estes venenos. Depois se deve fazer uso dos adoçan
tes. Mas os acidos são talvez os mais necessarios no prin
cipio.
Em todos estes envenenamentos, o vomito he hum
preliminar necessario, ou seja por meio da irritação me
canica, ou a beneficio dos emeticos conhecidos.

Dos venenos mineraes , e dos seus reagentes.


Nos envenenamentos deste genero não se deve empre
gar o emetico, nem o sulphato de zinco, nem os pós de
( 62 )
Algaroth, e outros mineraes para fazer vomitar; mas an
tes sim a ipecacuanha, ou as irritações mecanicas da cam
painha, a beneficio da rama de huma penna, etc.
Os acidos mineraes são mui violentos corrosivos. De
ve-se administrar immediatamente muita magnesia pura,
diluida em agoa assucarada, ou huma forte solução de
sabão. Convém depois usar dos diluentes, leite, emulsões,
mucilagens, e corpos graxos.
Os alcalis causticos destroem com igual promptidão
os tecidos animaes. Tambem o mais urgente remedio he
o uso dos acidos vegetaes, ou dos corpos graxos, do leite,
dos mucilaginosos, que se podem combinar aos neutrali
ZântCS.

Os nitratos de prata, ou de mercurio são escaroticos


mui violentos, e não ha remedio mais importante que os
hydro-sulphuretos (figados de exofre alcalinos, ou terreos,
liquidos), ou o hepar marcial (hydro-sulphureto alcalino
ferruginoso), que mineralizão estes metaes. Poder-se-ha,
para o nitrato de prata, empregar a solução de sal mari
no, que fórma immediatamense hum muriato de prata in
soluvel (lua cornea); ursar-se-ha muito depois dos mu
cilaginosos, e do leite.
O sublimado corrosivo (muriato sobreoxigenado de
mercurio) precipita bem a albumina , o tannino; assim os
fortes cozimentos de quina, as claras de ovos (dadas se
paradamente), a quina em pó, o tannino, serão mais uteis
que outros reagentes. Comtudo pode-se usar primeiro da
solução de sabão, para decompôr este sal; mas a agoa de
cal, e os sulphuretos são menos uteis. -

A manteiga de antimonio (muriato de antimonio su


blimado), e os pós de Algaroth, violentos remedios, se
rão muito melhor decompostos pelos sulphuretos do que
por qualquer outro meio. Nestes casos he que o balsamo
de enxofre terebinthinado póde ser mui #
O emetico, em alta dose, se decompõe muito bem
por hum cozimento sobrecarregado de tannino, ou de ga
lhas, ou quina, ou por hum extracto amargo diluido.
Os saes e oxidos de cobre (o verde-gris , o verdete,
• ( 63 )
o sulphato, e acetato de cobre) exigem primeiramente por
vomitivo a ipecacuanha. Empregar-se-hão depois os hydro
sulphuretos alcalinos, o balsamo de enxofre, ou se preci
pitará o cobre por meio de fortes cozimentos de tannino,
de galhas, de quina; mas este meio parece não ser mais
do que secundario. Os purgativos de cassia, de manná, são
tambem muito uteis. •

Os oxidos e acetator de chumbo não obrão com tanta


celeridade como os precedentes, mas os effeitos nem por
isso são menos funestos, e a sua lentidão os faz mais aggra
vantes. Desde que se percebem, he necessario vomitar por
meio da ipecacuanha, ou purgar o enfermo hum pouco
fortemente a beneficio dos vegetaes sómente; depois usar
dos hydrosulphuretos alcalinos, de balsamo de enxofre, e
successivamente dos cozimentos e pós de quina, galhas,
casca de romã, balaustias, tannino, etc. Os extractos
amargos serão muito bem indicados; far-se-ha uso de ali
mentos graxos, e mucilaginosos, -

O arsenico ( o oxido branco de arsenico, o ouro-pi


menta, o rosalgar, sulphuretos) he hum dos mais terri
veis venenos; reclama promptamente os vomitivos, depois
os pós, e cozimentos tannantes, e precipitantes de galhas,
de boa quina, de casca de romã, de tannino, sobretudo
os extractos amargos diluidos, e mesmo hum pouco de
opio. Nestes casos, os hydrosulphuretos não são muito
uteis. Convém depois empregar os etheres ou o licor de
Hoffmann, e as bebidas emulcionadas, adoçantes.
O carbonato de baryte, e o muriato, nitrato, e ace
rato baryticos tambem envenenão; mas, nestes casos, bas
ta administrar huma limonada mineral com o acido sul
phurico, em assás grande quantidade para neutralizar estas
substancias, ou huma solução sobrecarregada de sulphato
de soda. Usar-se-ha depois dos remedios tonicos.
|
( 64 )

§. IV.

Da colheita, deseccação, e conservação das substancias


vegetaes, e da sua duração officinal (*).

CH.… colheita pharmaceutica a provisão conve


niente dos vegetaes feita nos lugares, nos tempos, e da
maneira mais propria ao uso para que se destinão.
As raizes colhem-se ou para servirem immediata
mente, ou para se conservarem: no primeiro caso podem,
conforme a urgencia, colher-se em todas as estações, huma
vez que estejão em estado de vegetação, e que sejão desar
raigadas em terremo natural; no segundo caso he preci
so attender ao fim para que se destinão. Querendo extra
hir-lhes o succo, devem colher-se na Primavera, quando
principião a brotar, e produzir as primeiras folhas; porque
nesta época o succo he muito mais abundante. As raizes
recentes devem sempre preferir-se para os cozimentos; e

(*) As luzes da Chymica, e a experiencia tem demonstrado que


as propriedades de quasi todas as substancias do reino animal são pu
ramente imaginarias, que outras substancias mais communs, mais
faceis de achar, e que tem virtudes analogas, podem muito bem
substituir * parte daquellas, que só merecèrão tanto apreço pela
sua raridade, e pela difficuldade de se alcançarem. Por esta razão os
poucos, e triviaes preceitos sobre o methodo de colher, preparar, e
conservar as substancias animaes, que por aquelles dous motivos pa
recem
II]OT12.
inuteis, e superfluos, não devem fatigar demasiadamente a me

Quanto aos productos do reino mineral, (posto que hajão mui


tas observações relativas á sua colheita, e preparação), os preceitos
sobre a maneira de escolher estas substancias, podem beber-se nos
Elementos de Historia Natural, e a maneira de preparallas adquirir-se
pela prática pharmaceutica. Consequentemente só tratarei nesta ses
são do reino vegetal; e as plantas indigenas, como mais inherentes
à sciencia pharmaceutica, comporáo a sua materia.
(6; )
quando seja preciso usar das seccas, he necessario que te
nhão sido convenientemente colhidas, e se tenhão feito
seccar perfeitamente. Na distillação devem, sempre que
for possivel, empregar-se as raizes recentes, principalmen
te sendo aromaticas; e nas conservar pratíca-se o mesmo,
tendo de mais o cuidado de colher as raizes na Primavera.
As que houverem de ser pulverizadas devem ter perdido
todo o succo de vegetação, serem depois cortadas transver
sal, e miudamente, seccas, e reduzidas então a pó. Na
combustão servem sempre as raizes que nascem na Prima
vera; mas para conservallas, e seccallas, deve-se conhecer
a sua natureza, e caracter; isto he, quanto á sua duração;
as annuaes devem ser colhidas no tempo da fiorescencia;
as biannuaes podem desarraigar-se no começo do segundo
anno, ou pelo meado do Inverno ; as vivazes colhem-se
no tempo, em que as differentes especies principião a per
der as folhas; as menos usadas d’entre ellas devem ser arran
cadas pelo meado do Inverno. As raizes aquaticas á excep
ção do Inverno, em todo o tempo podem colher-se. As
lenhosas, ou fibroras, como as do cardo, das plantas gra
mineas, e semelhantes, podem desarraigar-se no principio
da germinação, e algumas dellas em toda a Primavera: as
mais espersas, succulentas, e carnudas, por exemplo, as
de bardana, serpentaria, e outras, devem arrancar-se antes
do Inverno, pouco depois da madureza da semente, e ex
por-se immediatamente á sécca. As raizes mucilagino
rar, não todas, as da althéa, ou malvaisco, por exemplo,
serão colhidas na Primavera: o mesmo deve entender-se a
respeito da maior parte das plantas aromaticas, como a
valeriana, e outras, que são mais odoriferas na Primavera:
as raizes acres estão na mesma razão das aromaticas, e
devem colher-se igualmente na mesma estação. Ultimamen
te, seja qual for a especie das raizes, nunca devem colher
se senão no local que a natureza lhes assignou, porque só
assim conservão toda a sua efficacia (*).

(*) Do que fica exposto se collige evidentemente, que he impos


Tom. II. I
(66 )
Ordinariamente colhem-se as cascas do carvalho, por
exemplo, do sabugueiro, e outras, sem separar a casca ex
terna da interna, para servirem neste mesmo estado; ou
tras vezes succede escolher-se sómente a casca interior co
mo a da nogueira, e semelhantes. Quando a planta bro
ta, e a seve abunda de sorte que separa espontaneamente a
casca da parte lenhosa da planta, he então a época mais
favoravel á colheita das cascas; sendo comtudo mais esti
madas as que forem colhidas no fim do Inverno.
Os lenhos , se são indigenos, devem colher-se no
meado do Inverno: o seu uso he rarissimo. Os exoticos esco
lhem-se inteiros, duros, pezados, de ordinario odoriferos,
e nunca carunchosos. Quanto ao agarico, que entre as plan
tas indigenas he de uso mais frequente, he bom escolhello
adherente ao carvalho, e sempre antes da fructificação.
As plantas mucilaginosas , polposas, e succulentas,
como a malva, o malvaisco, e outras, devem ser colhidas
na sua adolescencia. As ralinas, acres, ou dotadas de hum
espirito volatil, e subtil ; as antiscorbuticas , como as
azedas, a cochlearia, o eryzimo, serão colhidas no prin
cipio da sua fiorescencia, que he o tempo da juventude das
plantas.
Colhem-se desde a sua adolescencia até á juventude,
exclusivamente, todas as plantas aromaticas de flores la
biadas , como a salva, a #, e outras; e igualmente
as aromaticas de fiores umbelladas, como o funcho, por
exemplo. -

Ha plantas aromaticas não labiadas, como abetonica;

sivel estabelecer huma lei geral para a colheita das plantas; mas fica
igualmente demonstrada a necessidade de attender escrupulosamente á
sua duração, local, substancia, grandeza, tempo da vegetação, e uso
officinal : desta maneira são mais claros, e Precisos os preceitos so
bre a colheita das raizes; e quando este trabalho seja ainda incom
pleto, servirá ao menos de remover as difficuldades, e dissipar a ob
scuridade, que nesta parte se encontra em todos os Tratados de Phar
HlaC13, • •
( 67 )
aromaticas de fiores compostas, ou fiocculosas, como a
losna, a macella, e outras semelhantes, as quaes todas
podem colher-se desde a juventude até á velhice exclusiva
mente. Colhem-se em todo o tempo, exceptuado a infan
cia, e a velhice, todas as plantas insipidas, e inodorar,
a bardana, por exemplo, a escabiosa, a tanchagem, e ou
tras. As plantas # ou que não tem flor, como a
avenca, a douradinha devem ser colhidas na maior força
da idade. Todas as plantas miudas, o tomilho, a saxifra
ga, etc., podem colher-se desde o principio da sua juven
tude até á velhice: todos os renovos , ou botões das arvo
res, os dos choupos, v. gr., e todos os outros devem ser
colhidos na Primavera, antes de começarem a abrir.
Tendo tratado da colheita particular das plantas, res
ta fazer a este respeito algumas observações geraes. Nas
grandes plantas, por exemplo, a bardana, o tabaco, e ou
tras, colhem-se as folhas separadamente ; nas plantas me
diocres, colhem-se as folhas, os ramos, a aste : ex. gr. a
borragem, a parietaria, etc.; e nas mais pequenas plantas,
o tomilho, por exemplo, colhem-se todas com as flores, e
raiz. Em geral sempre se preferem as recentes ás seccas,
ainda mesmo as antiscorbuticas: quanto ao mais, não ha
vendo no anno tempo fixo para a colheita das plantas, de
vem sómente observar-se não se colherem ao meio dia, de
noite, ou durante a canicula, salvo se for grande a urgen
cia; mas sempre de manhã, e antes do nascer do sol; ten
do o cuidado de tirar-lhes as folhas inferiores, de ordina
rio dillaceradas, e destruidas pelos insectos (*).

(*) Para estabelecer com methodo os preceitos sobre a colheita


das plantas he preciso, quanto á sua natureza, distinguillas em qua
tro classes, que são: mucilaginosas, salino-espirituosas, aromaticas,
e insipidas, ou inodoras. Chamáo-se plantas mucilaginosas aquelas,
que pelo cozimento deixáo na agoa a sua mucilagem; taes são a mal
va, o malvaisco, etc.; nesta classe entráo as plantas de subtancia
tenra, e succulenta, como a pulmonaria, a alface, e outras, que tem
*
todas as mesmas regras de colheita.
2
salino-espirituosas são as
|- ( 68)
Pelo que respeita ao methodo de colher as flores , se
o seu caliz tem as mesmas propriedades dos petalos, co
lhem-se huns e outros, por exemplo, as flores da macella,
da arnica, da salva, etc. Em todas as outras flores, separão
se os petalos dos calices; e se aquelles são maiores separa
se-lhes a parte inferior, ou botão; por exemplo, as caryo
philatas, a peonia, e outras desta especie. Nas flores mais
pequenas como as da hortelã, herva de S. João, etc., cor
ta-se a parte, a que as flores estão pegadas: dá-se o nome
de summidades ás flores que forão assim colhidas. O tem
po da juventude das flores, isto he, aquelle em que os pe
talos começão a desenvolver-se he o mais proprio para a
sua colheita; a excepção da rosa encarnada, e de algumas
mais, que devem ser colhidas antes do seu desenvolvi
IÚl CIlfO•

Quanto ás outras flores, cujo aroma reside no caliz,


devem sempre colher-se no fim da sua efiorescencia, isto he

que possuem hum principio volatil, subtil, d'hum sabor distincto,


que cedem facilmente quando se contundem, bem como o arum ma
culatum de Lin. , e igualmente todas as plantas antiscorbuticas. As
plantas aromaticas, ou que exhaláo cheiro aromatico, devem ser di
vididas em labiadas, umbelliferas, e compostas: labiadas são as
plantas, cujas flores tem dous labios, e que se assemelhão com a

salva; umbelliferas aquellas, em que as flores estão separadamente
prezas a hum pedunculo, e partindo do mesmo centro, divergem, e
formão hum plano, ou immitão hum chapéo de sol aberto, por ex.
o funcho. Chamão-se compostas as plantas, cujas flores reunidas em
fórma de cylindro tem hum receptaculo commum, grande, e inteiro,
como a macella. A quarta classe pertencem todas as plantas, que não
tem cheiro, nem sabor particular, tal he a escabiosa.
Chamáo-se idades dos vegetaes as differentes épocas da vida, que
nelles se considérão, e que são: infancia, adolescencia, juventude,
idade adulta, velhice, e decrepitez. Infancia he a época, em que as
primeiras folhas se desenvolvem: adolescencia, a em que a aste se alon
ga: juventude a época, em que as flores começão a abrir: idade
adulta, quando a semente começa a desenvolver-se: velhice, quan
do os fructos cahem espontaneamente , e as capsulas seminaes se
abrem; decrepitez, quando a planta se abate, e murcha,
( 69 )
na sua idade adulta : por exemplo, a maior parte das fio
res labiadas, e especialmente o alecrim, a alfazema, e
OU [T3S.
As sementes propriamente ditas, devem colher-se quan
do a planta está em vegetação, e de maneira que sejão
cheias, grandes, inteiras, não damnificadas pelos insectos,
greladas, e que se precipitem n’agoa, particularmente sen
do muito grossas: devem colher-se maduras, isto he, º na
velhice da planta, e em tempo secco, claro, e sereno. Os
fructos hão-de colher-se maduros; mas podem tomar-se
hum pouco antes, quando se pertendem seccar, ou guar
dar. Ha occasiões, em que se receitão antes mesmo da sua
madureza, muito principalmente se elles são acidos, aspe
ros, e adstringentes.

S. v.
Da exsiccação das drogas simplices.

Tia, ás drogas a sua humidade superflua por meio de


hum calor temperado he huma operação, que em Phar
macia se chama exsiccação.
As raizes mais pequenas, lenhorar, aromaticas, co
mo as da valeriana, e outras desta ordem, basta que sejão
bem lavadas, limpas, e expostas ao simples calor atmos
pherico no Estio, e ao ar livre até seccarem perfeitamente;
quando porém são hum pouco rucculentar, inodoras, e
muito carnudar, he necessario expôllas aos raios do sol; e
se o tempo for humido, e sombrio, deve-se substituir o ca
lor da estufa, ou dos fornos moveis de argila, ou de fer
ro. Comtudo as raizes aromaticas desta ordem devem sec
car-se á sombra, e expôr-se aos raios do sol huma hora,
pouco mais ou menos, antes de se guardarem nos vasos.
Todas as raizes maiores devem ser lavadas, limpas
de todos os seus filamentos, e depois postas a seccar: al
gumas precisão ser raspadas; outras rachadas longitudinal
(7o )
mente. Se no centro existe alguma parte lenhosa, tira-se
lhes; cortão-se depois miudamente, e então se fazem sec
car. Todas as raizes lenhoras, sejão ou não odoriferas,
como as da espadana, de bistorta, e outras semelhantes,
seccão facil, e mesmo espontaneamente, sempre que fo
rem expostas por alguns dias em lugar secco, quente, e
arejado. • |-

:: As raizes carnudas, por exemplo, de chicorea, de


genciana, etc., devem seccar-se ao calor do sol no Estio, e
ao ar livre; se isto não-basta, o que muitas vezes succede
quando ellas são succulentas, ex. gr. a escorcioneira, então
he preciso usar do calor artificial da estufa, etc. -

-, As raizes mucilaginosas, por exemplo, as do mal


vaisco, consolda maior, e outras desta classe, quando são
grossissimas, depois de miudamente cortadas, serão imme
diatamente seccas a 3o gráos de calor do thermometro de
Reaumur. As raizes destinadas á pulverização serão
miudissimamente cortadas, antes de se fazerem seccar: as rai
zes aromaticas desta classe, taes como as da angelica, de
salsa, etc., cortão-se mui miudamente, estendem-se sobre
huma peneira, cobrem-se com hum papel, e seccão-se ao
calor da estufa, na temperatura de 2o gráos. As raizes
insipidas, e inodoras, as da borragem, por exemplo, ou
de cynoglosa, e todas as mais semelhantes, podem em to
do o tempo fazer-se seccar ao calor do sol. :#
As grandes raizes exigem iguaes precausões; comtu
do em razão da sua grandeza, e grossura; e para que se
quem perfeitamente, he preciso cortallas transversal e miu
damente, enfiallas, e expôllas ao ar: se porém forem fun
gosas, ou mucilaginosas, devem então seccar-se ao calor
da estufa, até que se tornem frageis. Conhece-se que a exsic
cação foi bem feita, quando as raizes se quebrão facil
mente, ou tem adquirido a côr, e o som dos troncos (*).

(*) Nas raizes deve-se examinar a natureza, a substancia, e a


grandeza. Quanto á natureza, dividem-se as raízes em mucilaginosas,
que abundão em mucilagem; em aromaticas, ou que exhalão chei.
(71 )
Nunca ha razão, e nenhum proveito se tira de seccar
as plantar cruciferas, o mastruço, por exemplo, a co
chlearia, e outras semelhantes. Todas as plantas aromati
car não oleosas, a herva cidreira, o mangericão, etc., mal
se distinguem pelo seu cheiro particular, depois de seccas.
As oleoro-aromaticar devem seccar-se á sombra, sobre hu
ma grade de vime, ou de hum panno pouco tapado em
huma casa, cujo calor exceda a 2o gráos; depois serão ex
postas aos raios do sol por huma, até duas horas, mexen
do-as a miudo; e desta sorte ficarão perfeitamente seccas.
Entre estas as que tem hum tecido mais denso, e mais
secco, seccão mais facil, e promptamente; por #
2

o alecrim, a salva, e outras desta ordem. Precisa-se hum


gráo de calor maior, e mais continuado para seccar as plan
tas hum pouco succulentas, como o funcho, o endro, e se
melhantes. Sempre que as plantas depois de seccas se que
brão ao tocallas, podem reputar-se perfeitamente seccas,
e terminar a sua exsiccação para não alterar as suas pro
priedades. As plantas inodoras não exigindo tantas caute
las, podem seccar-se ao calor do sol, da estufa, etc. (*).
* -

===- — 1 l. ,

ro aromatico; e em inodoras, ou que não tem cheiro. Quanto á sua


substancia, chamão-se raizes lenhosas aquellas, cuja consistencia he
dura, e secca; carnudas, as que no interior tem huma substancia ten
ra, ou polpa; e finalmente diz-se que a raiz he fungosa, quando o
seu tecido he esponjoso. A respeito da grandeza, dividem-se em gran
des, mediocres, e pequenas. Grandes, como as raizes de scylla, peo
nia, brionia, e aurum maculatum de Linneo.
A4cdíocres, como as raizes de althéa, angelica, chiccrea, alcaçuz,
C OUltraS.

Pequenas, como as das pimpinella, morangos, azevinho.


(*) O aroma, ou espirito rector das plantas, e das flores, algu
mas vezes não se acha unido a principio algum oleoso, ou oleo es
sencial, como no narciso, e n'outros: outras vezes une-se a hum oleo
essencial como na alfazema, e semelhantes. Conhece-se que as plan
tas pertencem á primeira especie, quando esfregando as ellas perdem
o seu aroma, e adquirem hum cheiro herbaceo: as plantas da segun
da especie, que se podem chamar oleos balsamicos, distinguem-se das
(72 )
Na exsiccação das flores deve-se ter muita attenção
com o seu tecido, côr, e cheiro. Nas flores em que o es
pirito rector se acha unido a hum principio aquoso, como
nas violas, no til, e noutras desta natureza, perde-se o
cheiro durante a deseccação; e extingue-se inteiramente al
guns dias depois. As que tem hum tecido mais sólido, co
mo a corôa de rei, não perdem tão facilmente o espirito:
as flores oleofo-balsamicas, a salva, por exemplo, a alfa
zema, e todas a desta classe, conservão o seu aroma, quan
do tem sido seccas com toda a perfeição.
. He mais difficil seccar as flores de tecido molle, e
frouxo, por exemplo, as da peonia, do golfão aquatico, etc.;
e muito menos as de contextura rija, como as de giesta, e as
mais desta ordem.
Supposto que nenhuma virtude medicinal se encontra
na côr das flores, comtudo a sua alteração prova a imper
feição, com que forão deseccadas. Conserva-se pois a côr
nas flores ou total, ou parcialmente, envolvendo-as em
papel para as fazer seccar: as flores de tecido frouxo, aro
matico não oleoso, por exemplo, os lirios, as violas, es
tendem-se em huma peneira, seccão-se ao sol, ou ao calor
da estufa, volvendo-as até que se quebrem com facilidade.
Seccão-se facilmente á sombra; as flores de tecido mais
denso, por exemplo, as do sabugueiro, do til, e outras
semelhantes.
As flores oleosas, e balsamicas, como as de laranja, ,
de macella, e semelhantes, devem envolver-se em papel
mui levemente, expôr-se ao sol por tres ou quatro horas,

primeiras, porque quebradas, ou esmagadas entre os dedos, não só não


perdem o aroma, mas o exhalão mais activo. He pois da ultima ne
cessidade conhecer a natureza do espirito rector, e a sua coherencia
com as plantas, tanto para a distillação das agoas, como para a ex
tracção dos oleos essenciaes: este he o motivo, por que as plantas aro
maticas não oleosas, postas em infusão nos oleos fixos, lhes cedem o seu
aroma; e as oleosas fornecem á agoa por meio da distillação o seu
oleo essencial aromatico.
(73)
e depois conservallas em huma casa arejada, tres, ou qua
tro dias, não se descuidando de revolvellas de tempo a tem
po.
As flores succulentar, a papoula silvestre, por exem
plo, far-se-hão seccar promptamente, estendendo-as ao ca
lor da estufa, ou do sol.
As flores magras, a fava, a orelha de urso, por ex.,
devem seccar-se ao rol, ou ao calor da estufa, pondo-se
em huma peneira cubertas com papel.
As rementes oleosas, ou emulsivas, e que tem hum
tegumento oleoso, seccão-se sempre ao calor do Estio,
e nunca ao de estufa ; mas primeiramente tira-se-lhes a
substancia carnosa que as envolve,
As farinaceas podem durar hum anno sem perderem
as suas propriedades, sendo seccas ao sol; e durão muito
mais tempo, fazendo-as seccar ao calor da estufa, ao qual
deverão igualmente seccar-se as sementes mucilaginosas.
De maneira alguma se emprega o calor na exsiccação das
sementes espirituosas, que, quanto for possivel, se devem
conservar nas suas vagens. Quanto ás sementes communs,
basta para a sua conservação expôllas ao sol dois, ou tres
dias, segundo o seu gráo de humidade (*).

(*) As sementes, quanto á sua natureza, dividem-se em oleosas,


farinaceas, mucilaginosas, espirituosas, e communs. São oleosas ou
emulsivas as que pizadas n’agoa lhe fornecem huma especie de
leite, ou emulsão; por exemplo, a semente da papoula branca, de
abobora, etc. Chamáo-se farinaceas as que pela trituração se redu
zem a hum pó ou farinha branca de ordinario; por exemplo, o tri
go, a castanha, e outras: mucilaginosas são as que mettidas na boca,
ou humedecidas, se tornão glutinosas; por exemplo, as de marmelo,
de althéa, e outras semelhantes.
Podem chamar-se espirituosas aquellas que exhalão cheiro, ou
sabor subtil: estas subdividem-se em espirituoso-aromaticas, e espi
rituoso-acres: á primeira subdivisão pertencem quasi todas as semen
tes de flores umbelladas; por exemplo, o funcho, o endro, etc. , á
segunda pertencem todas as que tem sabor, e cheiro activo, e acre;
taes são as sementes das plantas anti-escorbuticas; por exemplo, o
Tom. II.
(74)
Os grandes fructos cortão-se em pedaços, extrahe-se
lhes a pellicula, e seccão-se mediocremente ao calor da es
tufa ; exceptuão-se as romãs, e outros fructos de casca
forte, que podem conservar-se todo hum anno sem a mais
pequena preparação. Os fructos succulentos, e de menor
grandeza, como os do junipero, herva moura, e outros de
semelhante especie, deseccão-se perfeitamente na estufa, e
conservão-se em sitios seccos.

§. VI.

Da reposição, e duração das drogas simplicer.

DÁ… o nome de reposição pharmaceutica á maneira


de guardar as drogas nos lugares, e vasos convenientes á
sua conservação.
Chama-se em Pharmacia duração á propriedade, pe
la qual os corpos resistem mais, ou menos tempo á sua
destruição.
As raizes fungosas, bulbosas, carnudas, as de chi
corea, de salsa, de azaro, por exemplo, durão hum anno
tão sómente. As raizes maiores, e tanto ou quanto lenho
sas, como a da labaça, da brionia, e outras da mesma es
pecie, podem durar dois, ou tres annos. Podem conservar
se muitos annos as raizes compactas, e lenhosas, como a
genciana, a bistorta, e semelhantes; entre as quaes podem
ter lugar muitas raizes exoticas, a raiz da China, a ipeca

mastruço, a cochlearia. Chamão-se sementes communs todas as outras


*ementºs,
da que se não podem classificar nas sobreditas ordens, como as
beldroega. •

Todas estas distincções de sementes, que tão pouco cuidado tem


devido aos Authores, parecem mui necessarias á sua perfeita, e con
veniente colheita, e conservação. Os antigos fazião huma falsa, e
inutil distinção de sementes, frias, quentes, maiores, e menores:
he mui ridículo que ela se conserve nos nossos dias.
(75 )
cuanha , e todas as da mesma especie. Como porém
se não possa determinar positivamente a duração das rai
zes, he necessario examinallas com cuidado , e não ser
vir-se dellas sempre que tiverem perdido a côr, o sabor, o
cheiro, e se desfizerem em pó. Exceptuão-se comtudo as
raizes resinoras, por ex., a jalapa, e outras da mesma
ordem; as quaes, como a sua porção resinosa fica intacta
são mais efficazes, e não devem ser rejeitadas. As raizes
guardão-se em bocetas ou caixas de madeira bem tapadas,
e sempre em parte secca.
As cascas lenhosas, especialmente as balsamicas re
sinosas, podem durar quatro annos sem perderem as suas
virtudes; porém as cascas mais delgadas e aromaticas, as
de canella, por ex., não devem servir logo que começarem
a perder o cheiro. A cascas indigenas mais delgadas de
vem ser reformadas infallivelmente de dois em dois annos:
taes são as do sabugueiro, da ezula, e semelhantes. A ma
neira de guardar as cascas não differe da das raizes.
Os lenhos, se são colhidos a tempo, se são pezados,
duros, resinosos, podem durar hum seculo ; e não durão
mais de 3 a 4 annos se a sua substancia he pouco densa,
e aromatica, como o páo de Rhodes, e outros desta espe
cie: quanto mais, que todos os lenhos são suceptiveis de
alterar as suas propriedades, ou em razão do caruncho, ou
por causa da humidade. Guardão-se como as raizes, e
C3SC2S.

As plantas mucilaginosas durão dois, e mais annos


com muita facilidade: quanto ás salino-espirituosas, co
mo as antiscorbuticas, he inutil conservallas nas officinas.
As plantas aromatico-balsamicas podem conservar-se
tres annos e mais ; as insipidas, e inodoras, de textura
tenue e humida, como a parietaria, a beldroega, apenas
durão hum anno, e por consequencia devem ser renovadas
a miudo: a veronica, a escabiosa, e todas as de semelhan
te especie, cujas
conservar-se folhas tem maior consistencia, podem
dois annos. •

. As plantas cryptogamas de Linneo conservão as suas


virtudes por tres, óu quatro annos: como porém o ultimo
K 2
( 76 )
termo da duração das plantas he o começo da extincção
das suas propriedades, he necessario, quanto for possivel
empregallas muito tempo antes desta época (*). As plan
tas guardão-se em vasos de vidro bem tapados, ao abrigo
do ar, e não mui expostas ao contacto do sol, ou da luz.
As flores não podem conservar-se inteiras, porque com
muita facilidade perdem a sua côr, e cheiro: por conse
quencia he preciso reformallas todos os annos, ou quando
se achão alterados o seu cheiro, e côr naturaes. Exceptuão
se aquellas, que são mais odoriferas depois de seccas, como
a rosa encarnada, e a maior parte das flores labiadas inhe
rentes ao caliz, como a salva, e outras que conservão a
sua força balsamica dois, ou tres annos. Guardão-se as fio
res da mesma maneira que as plantas.
As sementes envolvidas em capsulas como as da pa
poula; as leguminoras, que tem siliquas, ou vagens, ou
hum tegumento lenhoso, durão muito mais do que as se
mentes nuas; por exemplo, as do funcho, da escabiosa,
e semelhantes pertencem ás primeiras, as sementes que
amadurecem no desta
maior, e outras caliz,ordem.
como a pulmonaria , a consolda •

As sementes oleosas não aromaticas de tegumento le


nhoso podem durar dois annos, e mais; porém as que o
não tem devem ser reformadas todos os annos.
As sementes farinaceas bem seccas, durão muitos an
nos, e mui raras vezes he preciso renovallas: as sementes
espirituoras aromaticas podem durar dois, ou tres annos.
As sementes espirituosas subtir devem renovar-se todos
os annos; e as communs, grandes, e cubertas de casca hum
pouco dura; durão mui bem tres annos. As sementes pe
quenas envoltas em casca delgada, e fina serão refomadas.
todos os annos. Conservão-se mexendo-as em joeira, ou

(*), Chamão-se plantas cryptogamas todas as que Linneo com o


nome de cryptogamia, classificá ná 24.° classe do seu systema Bota
"ico. Esta classe comprehende as plantas, cujas flores, e fructifica
S㺠mal podem conhecer-se em razão da sua pequenez,
(77)
crivo; e guardão-se em vasos de vidro bem tapados, em
lugar_secco, e sempre sem tocar nas paredes.
Os fructos moller, assim indigenos, como exoticos,
por ex., os figos, as tamaras, as maçãs de anafega, mal
se conservão hum anno sem se alterarem ; os mais duror,
como os myrobolanos, podem durar tres, ou quatro lus
tros, isto he, quinze, ou vinte annos. As bagas perfeita
mente seccas conservão-se tres, ou quatro annos, quando
são guardadas por hum Pharmaceutico instruido. A re
posição dos fructos he a mesma das sementes.

§. VII.

Dos productos pharmaceuticos officinaes.


Enominão-se productos pharmaceuticos officinaer os
que se podem conservar por longo espaço de tempo (hum
anno ou mais), e que se preparão, segundo as fórmulas
geralmente approvadas, ou adoptadas nas Pharmacopéas,
e Dispensatorios pharmaceuticos. •

Nesta parte da Sciencia, e Arte de curar, achão-se


immensas refórmas a fazer; porque a maior parte das an
tigas fórmulas são sobrecarregadas de Medicamentos inu
teis, ou fórmão misturas indigestas, que a razão impugna.
Mas tão necessaria como he a sua refórma, exige ser com
provada pela experiencia, e tempo.
Dos productos officinaes pharmaceuticos huns são des
tinados para o uso interno, outros para o uso externo; co
mo se vera nos seguintes artigos.

1.° Productos officinaes pharmaceuticos para o uso


interno.

Nesta classe se comprehendem: 1.º as agoas; 2.° os


alcooler; 3.º os balsamos; 4.º as conservas; 5.º as confei
fões; 6.° os extractos; 7.° as massas ; 8.° as pilular;
9. º os trociscos; Io,º as partilhas ; 11.º os oleos; 12.°
(78)
os pós; 13.º os saer; 14º os vinhos; 15.º os vinagres;
16-º os xaropes (*).

1.º AGOAS OFFICINAES, são Medicamentos liqui


dos, diaphanos, que se sobrecarregão dos principios vola
teis das substancias, e se combinão com os corpos susce
ptiveis de se dissolverem nelles.
As agoas podem ser distilladas, e não distilladar.
As
pelaprimeiras preparão-se pela distillação; e as segundas
solução simples. •

Duas são as especies das agoas não distilladas; huma


póde chamar-se medicamentora, e outra mineral-artificial.
A primeira tem em solução, e com abundancia huma, ou
muitas substancias quasi sempre salinas: a segunda será
tratada, quando se fallar dos productos magistraes.
Na preparação das agoas distilladas deverão observar
se os preceitos, que se seguem:
1.° As plantas que nem são aromaticas, nem salino
espirituosas, posto que forneção alguns principios á dis
tillação, só dão huma agoa pouco efficaz, pelo menos
em attenção á dose, que commummente se administra. O
mesmo se póde dizer das agoas distilladas extrahidas das sub
stancias animaes; mas as agoas distilladas das plantas aro
maticas , e antiscorbuticas tem huma virtude mui co
nhecida.
2.º He inutil para dar ás agoas mais propriedade, dis

(*) Ainda que hajío outros Medicamentos com differentes de


nominações, todos elles tem huma connexão tão essencial com os
precedentes, que de justiça se devem contar na sua classe. Não foi
com tudo pouco difficultoso estabelecer os differentes generos de pro
ductos, attendida a diversidade dos Authores sobre o methodo de clas
sificar os Medicamentos. Com efeito, huns pertendem estabelecer a
differença dos productos pela sua força; outros pelo uso dos Me
dicamentos; e quasi todos pela consistencia particular dos mesmos
Medicamentos. Mas ninguem pôde ainda estabelecer systema conve
T}1CIMG, •
(79 )
tillar as plantas inodoras tendo-lhes espremido o succo, e
servir-se do banho maria: he igualmente inutil distillallas
com os cozimentos, e com os succos das plantas, a fim de
dar mais virtude ás agoas aromaticas.
Seja qual for a distillação, he sempre necessario dei
xar no fundo do vaso huma quantidade sufficiente de li
quido : sem esta precaução as agoas distilladas cheirão
3O empyreuma.
3.º Nas distillações das agoas inodoras , primeiramen
te cortão-se as plantas miudamente, enche-se quasi meio
vaso com ellas assim cortadas, lança-se-lhes em cima agoa
commum até dois terços, pouco mais ou menos da gran
deza do vaso, e no dia seguinte, a hum fogo moderado,
faz-se ametade da distillação.
4º Na distillação das agoas oleoro-aromaticas deixão-se
em agoa as substancias depois de miudamente cortadas,
para que mais facilmente possão ser agitadas pela ebulli.
ção. Enche-se o alambique até dois terços, quando muito,
da sua capacidade, e feitas algumas digestões, ou macera
ções preliminares, procede-se á distillação a fogo nú em
gráo d’agoa fervendo, e continua-se até que a agoa cahin
do gota á gota tem pouco, ou nenhum cheiro,
A distillação das agoas antiscorbuticas só tem a dif
ferença de não precisar da digestão preliminar; e deve ces
sar logo que a agoa distillada se torna insipida.
5.º Na distillação, e na reposição das agoas aromati
cas, e antiscorbuticas he preciso muito cuidado em ter
os vasos bem tapados. - •

Posto que as agoas oleoso aromaticas sejão mais per


perfeitas, quando são saturadas com os oleos essenciaes, he
- sempre necessario separallas exactamente do oleo que vem
ao de cima, para que ellas possão em tudo sasisfazer aos
usos a que se destinão.
6.º } construcção dos alambiques de Lavoisier he ex
cellentissima. Na distillação das agoas usa-se algumas ve
zes, e com vantagem da serpentina.
Sempre se deve dar a preferencia aos vasos de barros
( 8o )
ou de vidro;
cuidado, e quando
em que estejãoosbem
de cobre sirvão,(*).
estanhados ter-se-há todo o*

2.º ALCOOLES, são Medicamentos liquidos espiri


tuosos, formados pelo espirito de vinho, que quasi lhes ser
ve de excipiente, e que faz perder aos corpos, que soffrem
a sua acção, os seus principios mais efficazes, e suscepti
veis de nelle se dissolverem.
Os alcooles podem considerar-se ou como simplicer,
ou como compostos. >

. He simples o alcool, quando na sua composição en


tra huma só substancia, além do excipiente; e he compos
to, quando são muitas as substancias que o fórmão.
O simples prepara-se pela méra infusão: o composto
pela distillação.
Quanto á preparação dos alcooles devem observar-se
cuidadosamente as regras seguintes:
1.º Os corpos que se pertendem submetter á acção do men
struo, devem primeiramente reduzir-se a pó subtil, atten
dendo á maior, ou menor facilidade da solução da substan
cia, que se pertende extrahir. He necessario escolher hum
vaso tal, que as substancias nelle se não alterem: enchello,
quando muito até ao meio, das substancias que devem con
stituir a operação: tello exactamente fechado, deixando
lhe com tudo huma pequenissima abertura, principalmente
quando se faz uso do calor; e terminar a operação filtran
do, ou côando os productos com a mais escrupulosa at
tenção. •

2.° As substancias que tem differentes gráos de solubi


lidade, não devem infundir-se juntas em menstruo espiri

(*) Em algumas Pharmacopéas encontrão-se muitos productos, a


que huns dão o nome de agoas simplices, e outros de agoas compos
tas, e cujo excipiente não he a agoa, mas sim o alcool. Todos estes
devem desfalcar-se do numero das agoas, e ser comprehendidos sob
a denominação generica dos alcooles. Esta regra he utilissima em Phar
macia, e deve servir de regra geral para a classificação de todos os
Medicamentos. •
+ (81 )
tuoso; primeiramente infundem-se as menos soluveis, e
depois as de mais prompta, solução, para que o Medica
mento adquira as propriedades necessarias. . . . .
3.º Os vegetaes muito aquosos diminuem a força do
menstruo espirituoso; por este motivo só quando estiverem
convenientemente seccos he que se devem misturar com o
menstruo : exceptuão-se as plantas cruciferas, e todas as
que sendo seccas, perdem a efficacia das suas virtudes.
4.º Nos Medicamentos muito espirituosos deverá sempre
fazer-se a distillação a banho maria : os licores distilla
dos serão depois rectificados para ficarem mais perfeitos.
5.º Nunca se devem distillar, ou fazer infundir no al
cool os corpos que só contém principios de extracção. Se
pelo contrario se usar de hum menstruo espirituoso enfra
quecido com agoa, a distillação dará sómente a parte es
pirituosa; então o menstruo, a quem a agoa tirou a força,
depõe as substancias que tinha em solução, e o Medica
mento toma a côr de leite (*). +

(*). Lançando os olhos sobre as discripções das operações phar


maceuticas transcriptas nas diversas Pharmacopéas, vê-se claramente,
que muitos Medicamentos absolutamente analogos, forão conhecidos
por denominações differentissimas. Com efeito acháo-se Medica
mentos com o nome de tinturas, essencias, elixir, balsamo espi.
rituoso, espirito ardente, ou inflammavel, agoas compostas, e ou
tros muitos, os quaes todos na sua essencia nada mais são do que hu
ma disgregação das substancias animaes, vegetaes, ou mineraes no
alcool. Para evitar a confusão que huma grande variedade de nomes
devia necessariamente produzir na expressão de tantos Medicamentos
da mesma especie, e para reunir os preceitos que correspondem a es
ta classe de productos, foi preciso incluillos todos sob a denominação
geral de alcooles, em attenção ao nome do menstruo: pela mesma
razão todos os Medicamentos compostos, cujo excipiente he o vinho,
o vinagre, ou o oleo, são genericamente chamados vinhos, oleos, e
vinagres, como o pratícão hoje algumas Pharmacopéas modernas, que
adoptárão o novo systema da nomenclatura chimica admittido por to
dos os sabios. A grande vantagem que o novo systema de nomencla
tura dá ao estudo da Chimica, ou facilitando-o pela simplicidade, e
exactidão dos termos, ou banindo as idéas falsas, que os termos an
Tom. II. L
/*
( 82 ) •

3º. BALSAMO, he hum Medicamento liquido, mui


tas vezes anctuoso, hum pouco mais espesso do que os oleos,
de ordinario da consistencia do balsamo natural, composto
de oleos espessos, ou essenciaes, ou de tinturas espirituosas,
e convênientemente condensado pelas substancias resinosas,
ou extractivas, como por exemplo, a cera, o sabão, ou
pós de diversas naturezas (*). ,, , . . . . ";
.…..!! ". : - : - . : ; "…" - . . … _
+
**
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->… … :-*} - ---
* * * *, * ,
** , * * *
|-
=+=…—––– " "+ •
……—***
=
+
- -

• •

* ' ') … o * * - - |- - -

tigos exprimem pela sua impropriedade, persuadem, que será igual


mente vantajoso o admittillo na refôrma systematica da nomenclatura
pharmaceutica. A idéa de desfalcar esta grande variedade de nomes,
que se dá á disgregação dos corpos no alcool, incluindo-os na deno
minação generica do seu menstruo, já constitue huma parte desta re---
forma. Poderia dar-se-lhe maior extensão, denominando cada especie
de Medicamentos pelo especifico que lhe serve de base. Quando hajão
dois alcooles na mesma base, hum dos quaes provém sómente da ba
se, e do excipiente, e o outro das outras substancias, poderia juntar
se ao primeiro o termo simples, e ao segundo o de composto; e se
ambos resultassem da mesma base, e do mesmo excipiente, e con
tivessem além disto muitas outras substancias, poderião neste caso
distinguir-se facilmente juntando a cada hum delles o nome da substan
cia mais activa, depois da base; e sendo preparados por huma opera
ção differente, por ex., hum pela distillação, outro pela infusão pa
deria juntar-se ao primeiro o termo distillado, e ao segundo o de
infuso. Por este methodo nunca se confundirião os productos, por
maior que fosse a analogia da sua composição. Em consequencia des
tes principios a tintura de aloes, deverá chamar-se alcool d'aloes; o
elixir de Paracelso alcool d'aloes composto; e o elixir de Garrus al
cool d'aloes distillado. Esta doutrina he igualmente applicavel aos
oleos, vinhos, vinagres, e da mesma sorte ás pastilhas, unguentos,
e emplastros, e outros semelhantes productos, aos quaes (apezar da
impropria significação d'alguns) se poderia conservar o nome generi
co, em attenção ao seu antiquissimo uso. Esta reforma talvez sofre
ria as mesmas contradicções, que no principio experimentou o syste
ma da nova nomenclatura chimica: mas o seu resultado sería igual
mente brilhante, e util. Esta refórma da nomenclatura pharmaceuti-,
ca foi apresentada á Academia Real de Medicina Prática de Barcelo
na
tulonohe:anno de 1798sur
Reflexions emlahuma Memoria
nouvelle de Mr. Garbonell,
Nomenclature Chimique. cujo ti •

(*) A palavra Balsamo he tão vaga, que não se póde assignar


__*

(83 ) . . •

- 4.º CONSERVA he hum Medicamento brando, com


posto de substancias vegetaes, e ao qual com o assucar se
dá a consistencia das pappas»… , . -
…A maneira de preparar as conservas tem os seguintes
preceitos . . . . . . | , .
1.° Não se deve usar do processo ordinario misturando
o assugar em pó com o corpo contuso; porque o assucar
não póde penetrar, nem dividir as substancias vegetaes, com
as quaes tem muito pequena adhesão : as conservas assim
preparadas ficão imperfeitas, e podem fermentar mui fa
cilmente, … . . - : , |
- 2.° O processo de expôr as conservar ao sol por espaço
de quarenta dias, tendo cuidado de mexellas de tempo a
tempo, certamente merecia toda a preferencia : este era o
processo de Merue, e de outros grandes Pharmaceuticos.
Não era a dissipação imaginaria da substancia aquosa, e ex
crementosa que os determinava áquela operação; mas sim
porque o assucar derretido pelo calor do sol, unindo-se
mais intimamente com a substancia polposa dos vegetaes,
augmentava a duração, e a melhoria do Medicamento.
3º O methodo descripto por Baumé para a preparação
das conservas com os vegetaes seccos, e pulverizados, não
he, completo; porque lhe inapplicavel ás substancias que se
alterão seccando-se, particularmentº ás antiescorbuticas:
além de que, o seu º methodo, segundo elle mesmo confes
sa, he, sobre laborióso, contrario ao fim, e á natureza das
*• *
- ! - * * *** * * , , , , ! • |-
+ + • +

* * —
== — = — —

a fit) # : ; sº"……….ibºlid #" - : , , , "…


classe certa a este Medicamento, segundo judiciosamente observou
Laugerius. He verdade que a sua differente fórma, e consistencia lhe
faz dar o nome de artificial, natural, espirituoso, oleoso, sulphuréo,
saponaceo, e unctuoso; mas o termo generico balsamo não he devi
do nem á fórma, nem á manipulação do Producto. Não póde dar-se
huma definição exacta do balsamo. A que fica exposta he a mais
# possivel. Os differentes Medicamentos, a que se dá o nome de
alsamo, são comprehendidos nos alcools, nós oleos, nos urguentos,
e n'outros productos deste genero. Muitas reflexões sérias, e conti
nuadas authorizárão esta opinião, L 2 ••

2
(84 )
conservas; porque os vegetaes seccos, e que por si mesmos
se conservão, nenhuma necessidade tem de novas prepara
ções para promover a sua conservação. -

De mais, a quantidade do assucar, que se gasta, e que


sempre he o duplo, ou o triplo das substancias, não só he
inutil, mas tambem diminue a força do Medicamento. O
resultado deste processo he mais hum electuario, do que
huma conserva natural. ,…, …:-. , Cc - * # :;

4.º O methodo de Laugerius he o mais claro, e o mais


perfeito. Determinada a quantidade do succo dos vegetaes,
que devem servir, toma-se dupla quantidade de assucar
puro, dissolve-se em agoa, e põe-se ao fogo até ter con
sistencia de pastilha : tira-se do fogo, e pouco a pouco
lança-se no gral, em que já está a substancia vegetal re
duzida á polpa, mexendo sempre até se misturarem exa
ctamente. •

. Estas conservas durão muito mais tempo com a sua


efficacia; e quando succede tornarem-se grumosas, basta
triturallas, e diluillas com certa quantidade de xarope.
5.º Como nas conservas se usa do assucar mais para di
minuir, do que para augmentar as propriedades médica
mentosas dos vegetaes, emprega-se o assucar em quantida
de dupla do pezo do succo dos vegetaes, e não do pezo dos
vegetaes inteiros, o que muitos pratícão. : , ,
A proporção entre as partes sólidas dos vegetaes, e a
sua quantidade de succo, acha-se tão bem estabelecida nos
Elementos de Pharmacia de Mr. Baumé, que póde facili
tar muito os conhecimentos á preparação das conservas (*).
5.º CONFEIGAO he hum Medicamento, que tem a
: : : : ,, ,, , ? ? * # f * ** * #;
#: ; ·
• • — 1 - - - º ==
—=

(*) Os Antigos costumavão cobrir de assucar as partes recentes


dos vegetaes, e esta, operação duplicava-lhes o processo; porque ou
misturavão o assucar com os vegetaes em polpa; ou os cubrião exter
namente com assucar; davão a estes corpos assim preparados o nome
de condita: porém os primeiros devem ser considerados, como ver
'dadeiramente conservas, e os segundos são mais operações dos Con
feiteiros do que dos Boticarios. * . . }
(85 )
mesma consistencia das pappas, e que he formado de sub
stancias pulverizadas, misturadas com mel, xarope, ou ou
tras substancias
quem polposas, condensadas com os pós, com
se misturão, • •

Na preparação das confeições, devem observar-se as


regras seguintes.
- 1.º A maior parte das confeições, ou electuarios usados
pelos Antigos, e formados, de substancias inuteis, ou su
perfluas, como certos metaes, etc., e que tinhão a maior
necessidade de reforma, forão pelo auxilio da Chimica re
formadas por Baumé de maneira, que a sua doutrina a
este respeito deve ter hum lugar distincto, e ser a sua
Obra consultada. , ; -

2.º Para preparar as confeições, he preciso pulverizar


bem as substancias, misturallas exactamente entre si, e
com os corpos destinados para as diluir. A sua consisten
cia deve ser pouco mais, ou menos como a do mel, ou
da terebenthina; isto he, que não seja fuida, que tenha a
moleza da polpa;
de electuario. …; - o que na prática se chama consistencia
• • • • - -

3.º Para se haver esta consistencia, deve-se variar a


quantidade das drogas segundo a sua natureza. Entretan
to ha huma regra geral a observar, e he, que os pós das
cascas, das raizes, e outros semelhantes consomem o tri
plo do xarope. As gommas-resinas, por exemplo, o gal
bano, exigem hum excipiente igual ao seu pezo; mas as
resinas proprias precísão menos, por exemplo, o mastique,
ou almecega.
Para os metaes, para os seus oxides, suas preparações
não soluveis, e a maior parte dos saes neutros, emprega
se hum excipiente igual á ametade de seus pezos: para
os alcalis deve tomar-se o decimo do pezo; e ultimamente,
os extractos não carecem de excipiente em razão da sua
consistencia, salvo quando são duros; e neste caso emol
lecem-se com huma pequena quantidade de excipiente.
, 4.° Se as substancias, que entrão na confeição, se combinão
entre si, em virtude desta combinação adquirem novas proprie
dades, então a quantidade do excipiente não segue a Propor
(86)
ção das substancias, e deve augmentar-se, segundo as cir
cumstancias: por exemplo, quando as terras calçareas se
unem com o cremor de tartaro para formar hum electua
rio. |- •

5.º A maior parte das confeições, como, por exemplo,


a de diascordio, e outras, perdem com o tempo a sua ef.
ficacia; e durarião certamente muito mais, se tendo pre
parado separadamente os pós, e os extractos que as comº
põem, se misturassem com o excipiente só quando a ne
cessidade o exigisse: fica porém huma duvida, que só a
experiencia póde resolver, e he, se este processo he igual
mente applicavel ás demais confeições; pois que bem. sa
bido he, que os pós, por maior que seja o cuidado da sua
conservação, sempre se alterão com o tempo; e que de or
dinario conservão a sua efficacia nos electuarios (*)... "
6.º Os crystaes, que mui frequentemente se formão nos
electuarios, são o resultado da crystallização do assucar,
é indicão a decomposição deste genero de Medicamento:
póde evitar-se este-inconveniente, empregando na prepara
ção hum xarope, cujo assucar abunde em principios
coso-assucarados. , • .mu
• ..

* Pode-se obstar a esta alteração, fazendo o xarope pou


co denso, e pondo-o ao calor da estufa até que os crystaes
todos desappareção. O que feito, deixa-se cozer o residuo
até á consistencia" precisa, e depois emprega-se na preva
ração das confeições. Este he hum dos preceitos de Mr.
Deyeux. - - - - - ******* - … :-
- - - -

>=
+

==,+ , … … ========#
# *

(*) A diferença entre os electuarios, confeições , e opiatas he


accidental; porque a sua composição he pouco mais ou menos a mes
<ma em todos: este o motivo, porque se devem incluir na denomina
ção generica de confeição : com tudo, dava-se o nome de opiatas a
alguntas confeições particulares, em que entrava o opio; distincção
que já não existe na preparação das confeições. Quando o numerº das
substancias he grande, emprega-se ordinariamente o triplo do excipien
te; e esta regra geral acha-se em os antigos Tratados de Pharmacia: Nas
confeições cordiaes toma-se o quintuplo, ou sextuplo do excipiente;
nas purgantes o quadruplo; e em todas as outras o triplo. " *
(87 )
6º EXTRACTO he hum succo vegetal, que se obtem
pelo cozimento, ou pela infusão, e ao qual se dá maior,
ou menor consistencia, tirando-lhe a humidade (*). . . •

**

(*), A definição que se segue, adoptada por Mr. Deyeux no seu


Curso de Pharmacia, he mais exacta, e por isso, he bom transcré:
vella: ,, O extracto he hum residuo que se obtem , quando com
, muito cuidado se faz evaporar ou o succo de hum vegetal, ou hum
, liquido aquoso, ou espirituoso, depois de digerido, macerado, ou
, cozido com qualquer substancia animal, ou vegetal. , , . *
A difficuldade de isolar, pela expressão, cozimento, ou infusão,
as substancias extrahidas dos vegetaes; a falta de conhecimentos, exa
ctos, e rigorosos sobre a natureza dos principios extrahidos; a idéa de
reduzir todas as substâncias ultimamente descubertas ás já estabeleci
das divisões, e o receio de innovar sem necessidade determinárão os
Chimicos Modernos a comprehender sob a denominação de extracro
todas as substancias extrahidas dos vegetaes pelo meio indieado, e di
vidillas em extractos mucilaginosos, sapônáceos, resinosos, gommo
resinosos, e extracto-resinosos. A maneira analoga de extrahir estes
diversos principios, e a facilidade de reunir os preceitos da sua prepa.
ração, bastão para seguir a ordem adoptada por todos os Authores
Modernos,
Talvez com tudo, que esta doutrina já reformada fosse realmen
te util, se tivesse por base a luminosa theoria do Professor Pauquelin
transcripta em huma Memoria de Journanx de la societé des Phar
maciens de Paris N.° 13, tom. 2. pag. 533. Com efeito o extracto
mucilaginoso, e o extracto resinoso não são realmente extractos, as
sim como o não são o assucar, a fécula, e outras substancias, que se
extrahem dos vegetaes; porque as primeiras pertencem ás mucilagens,
e as segundas ás resinas. Os extractos gommo-resinosos não são cor
pos que tenhão propriedades medias antre as substancias gommosas,
e resinosas; isto he, não são substancias que resultem de principios
identicos, e constantes, mas sómente da simples mistura destes prin
cipios em proporção variavel, e inconstante. Pelo que respeita aos
extractos saponaceos, julgava-se, que pela união de hum principio
oleoso com huma substancia salina se obtinha outra substancia parti
cular, cujos caracteres erão determinados, e invariaveis; mas a repe
tição das experiencias tem demonstrado não só a inconstancia dos seus
pincipios, e a variedade do seu caracter, mas tambem que elles não
são extractos verdadeiros, pela mesma razão que se não reputão taes,
nem as gommas resinas, nem outras subtanciás vegetaes. Em fim a
(88)
* A differente natureza, e propriedade dos extractos os
dividio em cinco classes, que são : 1.º Extractos gommo
sor, ou mucilaginosos; 2.º Saponaceos ; 3.º Resinosos;
4.º Gommoso-resinosos; 5.º Extracto-resinosos ou extra
Ct27/0J'. -

O 1.º he huma substancia glutinosa gorda, insipida,


sómente soluvel n’agoa, e nunca no alcool, e que, estan
do bem secca, he frágil; não absorve o oxigeno, e pela dis
tillação dá em abundancia hum acido pyro-mucoso. En
contra-se nas raizes, troncos, e folhas das arvores mais
tenras; tambem se solta dos vegetaes espontanea, e natu
ralmente, como succede á gomma arabica; e quando esta
separação se faz artificialmente por meio de hum menstruo
aquoso, então o producto entra no numero dos Medica
mentos magistraes. - * * * -

O 2.º he huma substancia molle, secca, e inodora,


insoluvel na agoa, e inteiramente soluvel no alcool, que a
separa dos corpos. Julga-se que a sua natureza he seme
* * *

unica substancia, que se separa dos vegetaes, e que propriamente de


ve chamar-se extracto, he a substancia, a que nesta Pharmacopéa se
chama materia extractiva dos vegetaes, e cujas propriedades se descre
vem na ultima especie dos extractos. Esta substancia sempre compos
ta dos mesmos principios; que exposta á acção de diversos reactivos
oferece os mesmos phenomenos; que fórma a principal, e a mais
estimavel parte dos vegetaes em razão da sua virtude medicinal, e
da sua applicação ás tinturas, appresenta algumas variedades nos seus
efeitos, segundo são differentes os vegetaes, de que he extrahida; o
que se observa no extracto de quina, de pepinos, etc., cuja varieda
de póde ser devida á differente proporção dos principios constituentes,
e talvez mais á mistura das outras substancias estranhas, unidas en
tre si: só o tempo, e a experiencia poderão resolver, e aclarar esta
duvida.
Segue-se desta doutrina, que só deve admittir-se huma especie de
extracto , ou que só a materia extractiva dos vegetaes merece este
nome; que os extractos resinosos, e gommosos devem classificar-se
nas resinas, e nas gommas, e que o extracto saponaceo, e gommo
resinoso devem ser considerados como misturas variaveis, e incon
stantes dos outros principios dos vegetaes. :
(89 )
lhante á dos oleos volateis espessos, mas mais oxigenada.
O 3.° he hum succo concreto em parte soluvel na
agoa, ou em vinagre, com os quaes fórma hum fluido côr
de leite; dissolve-se melhor com o alcool: extrahe-se dos
vegetaes sómente pela incisão. -

O 4.º he o succo das plantas convenientemente con


densado, e que além das substancias particulares aos ve
getaes contém abundantemente saes essenciaes: attrahe mui
ta humidade do ar, e torna-se então em fluido da especie
dos xaropes. •

O 5.º finalmente he huma substancia escura, secca, e


inteiramente soluvel na agoa, que se tira da infusão, e do
cozimento dos vegetaes, e dos succos convenientemente
condensados; dá na distillação hum acido, hum oleo,
e hum pouco de ammoniaco: , compõe-se de carbonico,
de hydrogeno, de azote, e de oxigeno; attrahe algu
ma humidade do ar, e absorve promptamente o seu oxi
geno , pela combinação do qual a substancia extractiva
adquire huma natureza resinosa, e se precipita no menstruo
aquoso em que he insoluvel.
Quando se preparão os extractos, devem observar-se es
crupulosamente as seguintes regras:
… . 1." Os liquidos de que se tirão extractos pela vapori
zação, são os succos dos vegetaes, a sua infusão, ou o
seu cozimento. Devem observar-se as regras, que prece
dentemente se estabelecêrão, e que são relativas á prepa
ração destes productos; e he igualmente preciso separar com
todo o cuidado, por meio da agoa, as subssancias de natu
reza extractiva, e saponacea.
Com tudo, havendo nessas alguns principios resinosos,
extrahem-se separadamente com o auxilio de hum menstruo
aquoso, e espirituoso, como se pratíca com os corpos gom
mo-resinosos; e então a solução particular de ambas estas
substancias no menstruo dá hum extracto de boa nature
za, cujo mixto he exacto.
2. A maior parte dos Authores pertendem que se de
vem clarificar com a albumina, ou clara de ovo, o suc
co, a infusão, e o cozimento dos vegetaes antes de o con
Tom. II.
( 9o )
densar; outros pensão que não devem clarificar-se: a opi
nião de Laugerius he, que se tome cuidado em evitar os
extremos, sendo para este fim mui conveniente, ou deixal
los descançar simplesmente, ou então côallos.
3. Quando na preparação dos extractos se pertende
vaporizar os liquidos, emprega-se hum calor mui brando,
e a quantidade de vehiculo absolutamente necessaria, sem
ebulição, ao banho-maria; porque as substancias precipi
tão-se durante a vaporização (como succede particular
mente nos extractos saponaceos), pegão-se ao fundo do
vaso, onde, depois se queimão, e dão ao extracto hum
cheiro empyreumatico.
4.º Para dissolver, e extrahir perfeitamente as resi
nas, deve-se primeiramente reduzillas a pó finissimo , e
depois infundillas n’hum menstruo espirituoso, tendo o
cuidado de augmentar a miudo a quantidade do liquido. O
menstruo espirituoso mais proprio para esta solução, he o
ether mais puro: o alcool, posto que rectificado, não ab
sorve, nem mesmo os principios resinosos puros; porque
quanto, mais he aquoso, tanto mais facilmente divide os
principios extractivos, e gommosos.
A agoa que se lança nestas soluções, combina-se com o
menstruo espirituoso, e a subtancia que estava em solução,
precipita-se. Separa-se pela filtração, e depois secca-se;
mas fazendo a distillação no banho-maria em alambique de
vidro, obtem-se
mesmas entãoprecedentes.
propriedades hum menstruo espirituoso com as
• |- •

5.° Se na preparação dos extractos se emprega hum


menstruo vinoso, este quando se vaporiza fornece huma:
substancia graxa, e espessa, que se mistura com os extra
ctos, e que faz com que não saião puros. Este vehiculo
deve usar-se o menos que for possivel. -

6." Os vasos, em que se fizer a evaporação, devem ser


de barro vidrado, louça fina, ou de prata, e ter-se sem
pre destapados; mas para aperfeiçoar a solução das sub
stancias extractivas, e para que a sua evaporização seja
exacta, he preciso durante esta operação evitar cuidadosa
mente o contacto do ar com o liquido; porque a natureza
( 91 )
das substancias extractivas muda, logo que ellas se combi
não com o oxigeno : só a experiencia poderá demonstrar
se esta substancia resinosa perde então a sua propriedade,
ou ao contrario a augmenta.
7." A densidade dos extractos serve para conhecer se
elles tem, ou não a necessaria consistencia; o que se veri
fica, quando são tão espessos como o mel, ou quando es
tendendo-os sobre hum papel não apparece do outro lado
signal algum de humidade.
Os extractos saponaceos reduzem-se a huma consis
tencia quasi secca; e os resinosos puros devem ser sempre
perfeitamente sólidos: só assim huns e outros se podem
conservar por longo tempo.
7.º MAssº he hum Medicamento algum tanto du
ro, ductil, fiexivel, que com facilidade se amollece, e cór
ta. Fórma-se de diversas substancias pulverizadas, unidas
a hum excipiente proprio, e ás vezes de diversos corpos
fundidos, e misturados. A massa, dividida em partes mais
pequenas, fórma as pilulas, os trociscos, e as partilhar
sem fogo.
8.° PILULA , he huma pequena parte da massa pi
lular, e a que se dá a fórma espherica.
9.° TROCISCOS, são pequenas partes de massa fra
gil, e que com facilidade se secca, aos quaes, sufficiente
mente condensados, se dá a fórma de hum pequeno pão,
ou bolo.
1o.º PASTILHAS sem fogo, são corpos delgados de
figura redonda, chata, e muitas vezes quadrada, que faz
arte de huma massa composta de assucar, pós, e muci
agens
densadasmisturadas a frio, ou de substancias polposas con
pelo assucar. • •

Os preceitos seguintes são os que devem observar-se


para a perfeita preparação das massas:
1.º Pulverizar exactamente as substancias seccas : li
quificar em menstruo proprio as que deverem ser fundidas:
misturallas todas entre si, e com o excipiente : dividir
igualmente os componentes por todas as partes da massa,
de maneira que esta fique*#* , se não pegue aos
2
(92 )
dedos, e com facilidade se possa amollecer, e dividir em
mais pequenas partes.
Para que esta operação seja perfeita he necessario con
tundir, e triturar por muito tempo a marra em gral; ser
vir-se de instrumentos não só acommodados á quantidade
das substaucias, mas sobretudo que não possão communi
car-lhes algumas propriedades nocivas.
2.º O excipiente da massa pilular deve ser huma
substancia tal como o mel, ou hum xarope, aliàs as pilulas
ficão duras, e seccas, não podem ser penetradas pelos fiui
dos do estomago, e produzem mui pouco effeito; se as
pilulas seccão com o tempo, torna-se a amollecer a massa
com o mel, com hum xarope, ou com outro qualquer men
struo proprio.
Para dividir mais regular, e promptamente as pilulas,
óde servir a maquina que os Alemães inventárão, e que
E…? descreve nos seus Elementos de Pharmacia. Feitas
as pilulas, guardão-se immediatamente em vasos, tendo a
cautela de as passar em pó de alcaçuz, ou amido, para
evitar se adhirão entre si.
3.º Nunca o mel, ou xarope deve ser o excipiente dos
trociscos, mas sim huma mucilagem, succo, ou qualquer
substancia que possa seccar perfeita, e promptamente. Lo
go, que os trociscos estão preparados, tira-se-lhes a humi
dade por meio de hum calor brando, mettem-se em vasos
bem tapados, e deixão-se em lugar secco, Baumé, e al
guns outros Pharmaceuticos, tem por inutil a preparação dos
1rociscos, e pensão, que os pós bem conservados podem
preencher só por si as diversas indicações. Falta-lhes pro
var agora, que os pós assim guardados se conservão sem
alteração mais tempo do que nos trociscos. Seguindo a
mui plausivel opinião de Laugerius, he verosimil que el
les durem mais tempo sob a fórma de trociscos, do que em
simples estado de pór.
4.º O excipiente das partilhas sem fogo deve ser
sempre huma mucilagem, ou outro qualquer corpo desta
natureza, cuja deseccação seja prompta e facil, e de sor
te que as pastilhas fiquem seccas, e frageis.
( 93 )
O assuccar, que em grande quantidade entra na com
posição das partilhas, deve ser mui branco, e mui secco.
Preparada a massa, põe-se em hum papel cuberto de pós
de amido (gomma) e estende-se com hum cylindro de páo;
depois, com hum ferro conico, cortão-se as pastilhas de
maneira que fiquem iguaes em grandeza, e põem-se inume
diatamente a seccar em lugar quente.
Para pulverizar as pastilhas, devem preferir-se o ami
do ao assucar; porque contribue com maior efficia á sua
deseccação. A aspersão deve ser igual, e ligeira; depois
quando as pastilhas
e guardão-se em lugarestão seccas, limpa-se-lhes o amido,
secco. •

11.º OLEO, he hum Medicamento unctuoso, ordina


riamente fuido, inflammavel, e não soluvel na agoa.
O oleo he considerado ou como hum Medicamento
que resulta da combinação artificial, e da mistura de di
versas substancias, ou como substancia formada natural
mente nos corpos, donde se extrahe a beneficio da arte: os
seus principios constituentes são o carbonico, o hydroge
no, e hum pouco de oxigeno.
O oleo, considerado na primeira accepção, he hum
Medicamento líquido, e unctuoso, cujo excipiente quasi
sempre he o oleo commum ou azeite, e que por meio da
infusão, da digestão, ou do cozimento tem em solução
huma ou muitas substancias submettidas á sua acção.
Quanto ao oleo considerado como producto natural
dos corpos, podem distinguir-se tres especies, que são:
oleo fixo, oleo volatil, e oleo empyreumatico ou fetido,
O primeiro he hum corpo graxo, e unctuoso de sabor
doce, e nauseativo, inodoro, insoluvel no alcool, não se
vaporizando ao calor da agoa fervendo, e que tem algu
ma materia mucosa, e huma consistencia de manteiga,
quando he extrahido de certas sementes.
O oleo volatil he hum corpo ordinariamente fluido, e
unctuoso, de sabor acre, e caustico, soluvel no alcool,
vaporizando-se ao calor da agoa fervendo , inflammavel
pelo contacto dos acidos, e conservando o principio odori
fero das plantas, donde he extrahido. - - -
(94 )
O oleo empyreumatico ou fetido he hum corpo fluido,
e espesso, unctuoso, de côr quasi preta, de sabor acre, de
mui fetido cheiro, não soluvel no alcool, e que só se va
poriza ao maximo gráo do calor : com tudo repetindo as
distillações, e pricipalmente misturando com este oleo al
guma terra albuminosa, elle faz-se tenue, volatil, e trans
parente, e perde a sua causticidade.
As seguintes regras são as que devem observar-se na
preparação dos oleos. •

1.º O oleo só póde obter a solução dos principios re


sinosos, oleosos, gordos, e aromaticos, pela infusão, pe
la digestão, e pelo cozimento : esta solução faz-se de di.
versas
queremmaneiras,
haver. segundo a natureza dos principios que se

He sempre inutil fazer ferver ou infundir nos oleos


as substancias mucilaginosas extractivas , assim como a
maior parte das materias animaes; pois que he certo que
nesta preparação o Boticario perde absolutamente o seu
tempo, e as suas drogas; e este he tambem o motivo, por
que estes
mittir em ultimos Medicamentos oleosos se não devem ad
Pharmacia. • • -

2.º As flores aromaticas, e particularmente as não


oleosas como a dos jasmins, devem metter-se em hum vaso
de vidro com azeite finissimo, tendo sempre o vaso bem tapa
do. Depois põem-se ao sol no Verão, renovando as fiores
que
so dátinhão
hum sido infundidas,
excellente com novas flores:' este
oleo aromatico. .. . proces•

. O oleo das flores, e das plantas, que contem oleo essen


cial, deve tambem ser preparado pela digestão em vaso
so tapado, renovando igualmente as substanbias que pri
meiro forão infundidas no liquido; o que dá da mesma sor
te hum oleo mui aromatico, e mui #a arruda, por
exemplo. Querendo extrahir das plantas herbaceas, como a
cicuta, o oleo, e a parte resinosa que dá côr, he necessario
contundillas recentes, e fervellas em oleo commum; co
nhece-se que este oleo tem as qualidades necessarias, quan
do, perdida a humidade, fica com huma côr verde; mas se
entre estas substancias humas exigirem a infusão no oleo,
- ( 95 )
e outras o cozimento, este deve ter sempre a precedem
cia. • •

3.º A humidade mui facilmente faz os oles rançosos;


por cujo motivo se lhe deve tirar com cuidado por meio
da cocção: nesta operação usa se de hum calor brando, e
he melhor servir-se do banho-maria, porque o oleo altera
se com muita facilidade pela acção do fogo, faz-se acre,
e adquire principios nocivos. Conhece-se que os oleos tem
perdido toda a sua humidade, quando lançando algumas
gotas no fogo estas não decrepitão, não scintillão, e pro
duzem huma chamma clara, e serena.
4.º Para extrahir perfeitamente os oleos fixos, não
he preciso empregar o calor; porque então os oleos com
muita facilidade tomão ranço. Neste caso, envolvem-se os
corpos em hum panno de linho, e submettem-se á acção
forte, e mui continuada da prensa.
… Quanto ás substancias que contém mais humidade, ou
mucilagem, o oleo que ellas dão he mais abundante e
menos sujeito a alterar-se, quando pela torrefacção se tem
disposto á operação. Mas para extrahir das sementes, o
cacáo por exemplo, hum oleo fixo, he preciso primeiramen
te contundillas, e torrallas levemente, e depois mettellas
ainda quentes em agoa fervendo, e deixallas nella por es
paço de huma hora : deita-se-lhe depois agoa fria, deixa
se descançar o liquido, e extrahe-se os oleos que se elevão,
e sobem á sua superficie.
Os corpos oleosos como a noz moscada, e as bagas de
louro contém ás vezes hum oleo essencial, e volatil, que
se extrahe separadamente, fazendo a decocção destas sub
stancias em hum alambique, tendo-lhe ajustado hum re
cipiente. •

5.º Quando os corpos contém copiosamente hum oleo


volatil a que adhirem, se se espremem convenientemente,
dão hum oleo aromatico junto a alguma mucilagem, a
qual se separa deixando-o descançar. •

Querendo extrahir de certas substancias o oleo essencial,


que ellas contém, he preciso mettellas n’agoa, e distillal
las depois: se se distilla nova quantidade de materia na
( 96 )
agoa aromatica, que fórma o residuo da distillação, obtem
se maior quantidade de oleo: ainda que os oleos essenciaes
percão com o andar do tempo, a sua fiuidez, e cheiro, po
dem tornar-se fluidos, e odoriferos, distillando-os com no
nova quantidade de materia.
6.° Os oleos essenciaes exoticos, ainda que mais peza -
dos do que a agoa, podem com tudo elevar-se pela distil
lação, e obter-se da mesma sorte que os oleos indigenos.
Nesta operação, póde servir com muita vantagem o
apparelho descripto por Baumé nos seus Elementos de Phar
macia. -

7.° Os oleos fixos, pelo tempo adiante, tomão ranço


combinando com o oxigeno a sua parte mucosa; a fim
pois de dilatar a sua conservação, deve-se ter mui grande
cuidado em separar-lhes a parte mucilaginosa , e evitar o
contacto do gaz oxigeno. -

Os oleos volateis tornão-se sólidos, e transformão-se


em resinas verdadeiras, logo que se combinão com o oxi
geno. Todos os oleos pela acção violenta do fogo perdem
huma parte do seu hydrogeno, e ficão empyreumaticos;
e ainda que sejão naturaes, devem ser considerados como
corpos alterados pela arte.
Se hum oleo essencial estiver unido a hum oleo em
pyreumatico, separa-se o primeiro distillando-os em lam
bique de vidro, e tendo-se lançado em cima huma certa
quantidade de agoa.
12. POS, são Medicamentos aridos, formados de huma
só substancia pulverizada, ou composta de muitos corpos
reduzidos a pó perfeitamente.
Os por podem dividir-se em simplices, e compostos.
Simplices, quando são formados por huma só substancia;
compostos, quando são o resultado da mistura de muitos
corpos reduzidos a pó.
Preparão-se os pós perfeitamente, observando as re
gras seguintes:
1.º Separando os corpos a pulverizar das partes estra
nhas, e nocivas: reduzindo a pó impalpavel, por meio do
porphiro, aquelles, cuja textura he fragil, aspera, e mal
( 97 )
fexivel: pulverizando as substancias duras, assás tenazes,
e mui fiexiveis: deseccando perfeitamente os corpos aquo
sos antes de passar á pulverização : cortando, e dividindo
os que forem mui adherentes: raspando, ou limando os
corpos duros antes de submettellos á pulverização.
2.º Na pulverização deve attender-se á maneira de
triturar : deve empregar-se muita força para pulverizar as
substancias duras, e lenhosas: he preciso muito menos es
forço para os corpos frageis, e que cedem facilmente: al
guma quantidade d’agoa deitada sobre as resinas, e sobre
as substancias seccas aromaticas, dá huma particular faci
lidade á pulverização.
As substancias que se não pulverizão facilmente, como
as gommas-resinas, reduzem-se com facilidade a pó, un
tando o fundo, e a mão do gral com hum pouco de azeite.
Os corpos semipulverizados devem passar-se por hum pe
neiro proprio, para separallos dos que já estão reduzidos
a pó: deve evitar-se a acção nociva de certos corpos acres,
que emanáo das substancias em quanto se triturão, ou se
passão pelo peneiro. Ultimamente os vasos, e os instru
mentos devem estar em proporção com a quantidade de
materia que se pertende pulverizar, e taes que não possão
communicar aos corpos algum principio nocivo.
3.º Antes que os corpos passem á livigação, devem ser
reduzidos ás mais pequenas partes possiveis. Esta operação
he mais facil, e mais exacta, quando nella se emprega hum
liquido aquoso, para que as substancias tomem a mesma
consistencia das pappas : exceptuão-se alguns corpos, co
mo o ambar amarello, cuja livigação se não póde absolu
tamente facilitar pelo auxilio da ágoa, com a qual nunca
chega a misturar-se. •

Na livigação das substancias salinas ou mucosar, que


são mui soluveis na agoa, e mui susceptiveis de alterar-se
pelo seu contacto, nunca se deve empregar o vehiculo aquo
so. Conhece-se que os corpos forão sufficientemente por
phirizados, quando o pó que delles resulta, não trinca nos
dentes, e não he aspero ao tacto; e então, se na liviga
ção se empregou hum menstruo aquoso , formão-se da
Tom. II. N
( 98 )
massa, com o auxilio de hum funil, pequenos trociscos,
que se fazem seccar immediatamente para obviar á sua al
teração. |- • •• •• -

4.º Para bem preparar os pór comportos, pulverizão


se primeiramente os corpos mais duros, por exemplo, cer
tas raizes, e os lenhos; depois os que são menos compactos,
como a maior parte das raizes; seguem-se immediatamente
as substancias menos duras , como muitos fructos seccos,
e as sementes não aromaticas; e ultimamente os corpos
frageis.
Além disto he preciso pulverizar os corpos muito hu
midos com as substancias mui seccas; as materias oleosas,
e a maior parte das aromaticas devem misturar-se com as
substancias lenhosas, e seccas: se porém o spica-nardi, e
o casulo da seda entrão nos pós compostos, he melhor,
antes de pulverizallos, cortallos á tisoura em pequenos pe
daços: se as substancias porphirizadas, e outras de seme
lhante natureza, que devem entrar nos pós compostos, tem
sido pulverizadas separadamente, devem misturar-se todas,
passallas assim em peneiro mui tapado, a fim de haver hum
mixto exacto de todos os componentes: o que nos Medica
mentos merece a primeira, e principal consideração.
5.° As substancias tenras e molles, que não podem
pulverizar-se separadas, devem ser trituradas pouco a pou
co em gral de marmore com as outras substancias já mis
turadas; e depois passadas pelo peneiro.
6.º Não ha razão para comprehender na classe de pór
officinaer as sementes, e todas as substancias oleosas, que
facilmente adquirem ranço; quando porém se receitão por,
nos quaes devão
ajuntar-lhos (*).entrar estes corpos, então lhe necessario : •

- - • • *

= • • • • - - - —— —

(*) Os pós compostos tiverão differentes nomes, segundo o uso


a que se destimáo; chamárão-se dentificos os que servem para fortifi
car, e limpar os dentes: collyrios seccos os que se usão nas molestias
dos olhos. Quanto aos pós formados de muitas substancias diversas,
Pulverizadas, e destinadas á preparação das conservas, o seu nome
( 99 ) • - •

13." SAL, he hum Medicamento formado pela com


binação perfeita, e pela saturação reciproca dos acidos com
as substancias alcalinas, terreas, ou metallicas.
Divide-se o sal em natural, e artificial: o primeiro
he formado
da arte. pela natureza; o segundo he huma preparação

Os saes podem tambem dividir-se em saes de base


alcalina, raer de base terrea, e saes de bare metallica:
a natureza da substancia , que se acha combinada com o
acido, he quem dá lugar a esta divisão.
A perfeita preparação dos saes depende da observação
dos preceitos, que se seguem: • - -

1.º Deve considerar-se a purificação dos acidos, e das


bases; a sua combinação intima; a sua saturação exacta,
e mutua; a separação do producto salino, das fezes, e ou
tros corpos estranhos.
2.° Não póde determinar-se o pezo das substancias, que

ordinario he o de especies; mas não póde duvidar-se, que estes dif


ferentes nomes se applicão a Medicamentos do mesmo genero. Cha
mão-se tambem especies ás collecções de muitas plantas seccas, que
se destinão ou á infusão, ou ao cozimento, e que se usão em certas
molestias. Taes são as especies peitoraes, vulnerarias e outras, que
já hoje se não usão: parece com tudo, que sería bem vantajoso con
servallas; porque então as plantas, escolhidas por Botanicos e Phar
maceuticos instruidos, poderião melhor satisfazer á indicação no uso
domestico; e desta sorte se poria hum termo á infinidade de erros dia
rios, que com prejuizo dos doentes se commettem na preparação das
infusões, e dos cozimentos. Assim, quando se submetem ao mesmo
grão de calor todos os corpos, que entrão nestas collecções, as substanº
cias, da mesma, ou de semelhante natureza se achariáo reunidas, e os
corpos se dividirião em partes mais ou menos pequenas, e seria tam
bem differente o gráo de calor, segundo fosse mais ou menos difficil
a extracção dos principios, que se quizessem haver. Desta sorte a in
fusão serviria para humas especies, e o cozimento para outras: cer
tas especies, como as aperientes, as refrigerantes deverião ser com
postas de raizes; asadstringentes de raízes, e cascas; as sudoríficas
dos lenhos, e raizes; as emollientes, e as amargas serião compostas
das folhas, e das plantas; as peitoraes das flores; e todas as outras
em proporção. •• •

N 2
( Too )
entrão na composição, e formação dos saes, por ser depen
dente dos seus differentes gráos de força, e pureza.
3. O sabor, e a effervescia não bastão para estabelecer
o termo da saturação, e quasi sempre podem fazer errar:
para que isto não succeda, he necessario submetter os raer
aos reactivos exactos, e puros, por exemplo, á tintura de
heliotropio, ao xarope de violas (*).
4.° Conhecem-se os saes acidos, quando tingem de ver
melho o xarope de violas, e a tintura de heliotropio; e
que são alcalis, quando esverdecem o xarope, ou a infu
são de violas. Na falta destes reactivos, póde servir o pó
de violas seccas.
5." Devem crystallizar-se os saes que são susceptiveis
de crystallização, porque então mais facilmente se
distinguem pela fórma dos crystaes. Algumas vezes favo
rece-se a neutralização dos sães pondo-os a seccar sobre
hum papel pardo, tendo cuidado de o renovar a miudo; os
saes deliquescentes, ou efflorescentes devem guardar-se im
mediatamente em vasos bem tapados.
Nas formação, crystallização, e reposição dos faer,
devem sempre servir vasos proporcionados á quantidade
das materias, e taes que nem possão alterallas, nem deixal
las peñetrar pelos liquidos (**).

(*) Heliotropio he o croton tinctorium de Linneo; Tourmesol em


Francez
Tormesol.
; em Portuguez tambem alguns Chimicos lhe dão nome de

(**) Ainda que seja mui commum contar entre as substancias sa


linas os acidos, e os alcalis, com tudo, segundo os principios da Chy
mica moderna, só merecem o nome de sães aquelles corpos, que são
formados pela combinação dos acidos com huma qualquer base. A de
scripção dos preceitos, e de todos os phenomenos relativos aos produ
ctos deste genero, póde amplamente ver-se nos Elementos de Four
trºy, e Chaptal, e em algumas Obras de Pharmaceuticos distinctos
( Ior) •

T A B E L L A > ----
|-

*--
-

Da quantidade aproximativa de agoa necessaria á solução


de alguns saes terreos, alcalinos. N. B. Os gráos de tem
peratura da agoa são designados, segundo o thermometro
de Reaumur.

—— |-

Nomes dos saes.


Quantidade Quantidade
dos saes. d'agoa pura.
•••••••••
"…=

s… de cal. . . . . 1 parte joo partes | 1o gráos


— de magnesia. . . dita I parte 1O *
•- de alumina, e de
- potassa . . . 16 ditas IO
— de potassa . . . | I6
1!
•-••
1O
de soda . . . . 2O
I
{ I -
{ 8o
de ammoniaco . . 2 -- 1O
Nitrato de baryte , . . . 2 *--* IO
de strociana
=-

— de cal . .
— de potassa . .
.
.
.

. .
.
| 5
I
2#


IO
IO
1O
— de soda . . .
de ammoniaco .
. .
. . 4 | lO
IO
itas { 3o
Carbonato de magnesia saturado }it 3 5 IO
— de potassa neutro . IO -
de soda . . . 1O
de ammoniaco . . IO
Phosphato de soda . . . . IO
de ammoniaco . . 1O
Muriato de baryte . . . . IO
, de magnesia . IO
de potassa . . . 1O
+-
de soda . . 9 $O
de ammoniaco . . 1O
de potassa oxigenado 2O ••
IO
Borato alcalinulo de soda. . IO
$O
Tartrato de potassa. . . . - 1O
acidulo de potassa 8O
Oxalato acidulo de potassa. . 3O •••

Acetato de potassa . . . . ditas, I OIl G 3 O

\ |-
( Ioz )
14.° VINHO (branco ou tinto) he hum Medicamen
to liquido, que por meio da maceração, ou da infusão, ex
trahe, e divide os principios de huma ou mais substancias
medicamentosas,
Quando o vinho he formado com huma só substancia,
chama-se
dem, ou macerão e he composto
simples;muitas aquelle,
substancias . em que se infun

As regras prescriptas para a perfeita preparação dos


vinhos são as seguinte: - |- • •

1.º O vinho póde mui facilmente alterar-se, e


azedar-se pela acção do calor, e pelo contacto do ar; mo
tivo por que os vinhos officinaes devem ser preparados pela
maceração, e a hum calor, que não exceda a cinco gráos;
clarificados pelo repouso, e pela decantação; guardados em
lugar frio; conservados em garrafas de vidro, cheias, e
hermeticamente tapadas. . -

Quando porém a decantação he substituida pela filtra


ção, nunca se devem preparar os vinhos sem as precauções
acima referidas, e sem ordem expressa do Facultativo. Sempre
que he preciso preparar qualquer vinho immediatamente
éhie he receitado, então o Medicamento he magistral, e pó
de fazer-se a fogo brando, e por meio da infusão.
2.º A humidade contribue singularmente para alterar
os vinhos; razão porque todas as substancias, que enfrão na
sua composição, devem ser mui seccas: esta condição não
he sómente necessaria; he indispensavel.
3.° As plantas cruciferas, só recentes devem entrar na
preparação dos vinhos ainda mesmo officinaes, não só por
evitar que a deseccação lhes absorva a virtude, mas mesmo
porque a experiencia tem mostrado, que ellas contribuem me-.
nos que as outras, para que o vinho e azede, mui princi
palmente ajuntando-lhe hum pouco de sal ammoniaco.
A experiencia tem igualmente provado, que a quina
em casca póde muito bem entrar na composição dos vinhosº
medicinaes, cuja parte colorante se póde precipitar em vir
tude dos principios particulares á quina, e consequentemen
te conservarem-se os vinhos muito mais tempo sem alte -*-
ração. # - - . - |-
( to3 )
-4.º Para que os vinhos sejão perfeitamente preparados, he
preciso attender particularmente á sua natureza, como ju
diciosamente observa Mr. Morelot; este he o motivo por
que o vinho que se escolher para excipiente deve ser gene
roso, branco-louro, ou tinto nem muito nem pouco car
regado, aromatico, de sabor picante e frio, sem que dei
xe no paladar a menor sensação de hum corpo mucoso, e
sobretudo que tenha huma densidade nunca inferior a 5,
ou 6 grãos : he igualmente neccessario não perder de vis
ta a causa da maior, ou menor densidade do vinho; isto
he, reparar se esta densidade he, ou não devida a huma
mui grande quantidade de materia extractiva, ou tartaro.
5.º Mr. Parmentier dá hum regra fundada sobre a
experiencia , e que deverá seguir-se quando se pertender
preparar grande quantidade de vinhos medicinaes, co
mo de ordinario se pratíca nos Hospitaes Militares. Con
siste a regra em servir-se de hum alcool carregado dos prin
cipios dos vegetaes, que tem de entrar no composição dos
vinhos. Ajunta-se a huma maior, ou menor quantidade de
vinho generoso huma sufficiente deste alcool: a proporção
entre as duas quantidades está na razão do mais ou menos
prompto consumo, que o Medicamento póde ter.
6.°. As regras estabelecidas para a preparação dos al
cooes
Tm a Se são perfeitamente applicaveis ao caso, de que aci
tratCtl. •

15. VINAGRE, he hum Medicamento liquido, que


extrahe, e dissolve os mais efficazes principios das substan
cias, que se submettem á sua acção.
Distinguem-se duas especies de vinagre em razão dos
seus ingredientes; e que são simpler, e composto:
Simples, quando he formado por huma só substancia;
composto, quando na sua preparação entrão muitos corpos.
O primeiro prepara-se pela infusão simples; o segundo pe
la distillação. • •

No methodo de preparar os vinagres devem observar


se as seguintes regras:
1.° Como o aroma não póde unir-se"exactamente com
o vinagre, mistura-se-lhe hum pouco de alcool rectificado,
( IO4 )
sempre antes de começar a distillallo, ou infundillo sobre
as substancias aromaticas.
2.º Quando se faz a distillação, ou a infusão do vi
nagre, nunca deve ser grande o gráo de calor, para obviar
ao empyreuma. Por este motivo na distillação he mais van
tajoso o banho maria; e na infusão basta o calor do sol,
ou fogo em gráo equivalente.
- 3." A scilla, e todas as substancias aquosas em geral,
devem estar perfeitamente seccas para ser infundidas com
vinagre: a humidade diminue-lhes a força, e accelera-lhes
a alteração.
Exceptuão-se desta regra as substancias, que pela de
seccação, perdem os seus mais efficazes principios: taes são
as plantas antiscorbuticas, que colhidas de fresco se devem
pôr em infusão com o vinagre.
4.° O vinagre branco, que de ordinario he mais pican
te, e mais forte do que o tinto, he sempre preferivel nas
distillações; comtudo sempre que for possivel deverá usar
se do vinagre distillado, por não ser sujeito a alteração.
Neste processo usa-se frequentemente de huma pequena
digestão em lugar da maceração, porém, he sem motivo;
porque o vinagre enfraquece, e soffre tal, ou qual altera
ção.
5.º Na preparação dos vinagres só devem servir vasos
de vidro : os vasos de barro vidrado, ou de metal, que se
usão nas officinas, podem communicar ao vinagre alguma
qualidade perniciosa. . •

16." XAROPE, he hum Medicamento liquido, feito


com as infusões, com os cozimentos, com os succos es
premidos, ou com liquores distillados, misturados com cer-,
ta quantidade de assucar , ou mel, e que por meio do
calor tomão a necessaria consistencia.
Baumé não deixou de ter razão chamando-lhe Conser
va liquida; porque ordinariamente preparão-se os xaropes
para que se não alterem os corpos, que assim preparados se
conservão em estado liquido para servirem quando for pre
C1SO.

. Contão-se tres especies de xaropes, que são: simples,


mixto, e, composto.
/>
( ro; )
Simples, o que he formado de huma só substancia
(exceptuando o assucar), e preparado por huma só opera
ção: mixto, o que he formado de huma só substancia, mas
por dois processos differentes: composto, quando na sua
preparação entrão muitas substancias pelo auxilio de huma
ou muitas operaçoes.
Além disto póde distinguir-se em xarope feito pela
solução, ou preparado pela cocção. |-

Para que os xaropes sejão perfeitamente preparados,


devem observar-se as seguintes regras:
1.º Todas as substancias, que perdem os seus princi
pios mais efficazes, ou se alterão pela acção do fogo, de
vem ser misturadas com assucar mui branco na proporção
de duas partes de assucar para huma de liquido; depois
procede-se á solução do assucar por meio do banho maria;
côa-se o liquor, a que se chama xarope por solução. Mas
as substancias, que se não alterão pela ebulição, devem mis
turar-se com quantidades de liquido, e de assucar quasi
iguaes; depois clarifica-se este mixto, e coze-se até ficar
na consistencia necessaria: a composição de muitos xaro
pes, como o de chicoria, de borragem, e outros, sería mui
to mais exacta, se tendo-lhes espremido o succo, se misturas
sem nelle duas ou tres partes de assucar refinado, dando
lhe a fogo moderado a consistencia de xarope : esta pre
paração chama-se xarope queimado, ou xarope de cocção.
# 2.º Quando a virtude das substancias reside nos seus
principios volateis, como nos corpos aromatico-espirituo
sos, nos succos antiscorbuticos, e n'outros deste genero,
devem preparar-se os xaropes pela solução em vasos tapa
dos; mas quando as substancias carecem destes principios,
ainda que ellas se possão alterar pela acção do fogo, como
as infusões de quina, de ipecacuanha, e outras, então pó
de fazer-se a solução do assucar em vasos destapados.
a Fazem-se da mesma sorte os xaropes por cocção em
vasos não tapados, escolhendo-os proporcionados á quan
tidade das substancias, e taes que não possão alterallas:
eis a razão por que, quando se preparão os xaropes acidu
los, nunca devem servir os vasos de cobre.
Tom. II. O
• (1o6)

Os xaropes de certas substancias levemente aromaticas,


como o de rosas rubras, adquirem maior efficacia, deitan
do-as
de de em vasopouco
hervas de barro que possa
contusas. " levar " "igual
. quantida

3.º Quando se pertende haver hum xarope, não só


mente carregado de principios extractivos, ou mucosos,
mas tambem dos aromaticos, ou resinosos, he necessario
em primeiro lugar distillar, ou infundir os corpos em hum
vehiculo proprio: depois com certa quantidade de assucar
fazer hum xarope por solução; e ultimamente, cozendo o
residuo em certa quantidade de assucar, faz-se o xarope por
cocção, ao qual ainda quente se ajunta o xarope por so
lução. O resultado desta operação he hum xaropebem pre
parado, ao qual se chama mixto; mas se o liquido carre
gado dos principios aromatico-resinosos, ou de outra qual
quer substancia susceptivel de alterar-se pela acção do
fogo, he em pequena quantidade, então, he inutil fazer
delle hum xarope por solução; basta misturalho com o
xarope por cocção, ou com o assucar refinado, e quente,
Fogo que elle tem a necessaria consistencia, e muito melhor
ainda, servindo-se do calor brando do banho maria.
4.º Conhece-se que o xarope tem adquirido a consistencia
precisa, quando deitando algumas gotas sobre hum prato,
ou sobre a unha, ellas com difficuldade se soltão, e cor
rem; esta consistencia porém he susceptivel de alguma va
riedade, segundo a sua natureza, e a estação em que se faz
a preparação. Por este motivo he necessario dar aos xaro
pes maior gráo de consistencia no Verão, do que no Inver
no; os xaropes mucilaginosos, mui particularmente devem
ter maior densidade do que os outros. O areometro póde
servir excellentemente para avaliar com maita facilidade a
consistencia dos xaropes. O areometro da invenção de Mor
Ceau he mui bom; a sua descripção acha-se na nova Ency
clopedia artigo Acide saccharia, pag. 226, e alli, mesmo
se póde ver a maneira de operar com elle. " : -

5.º O Boticario deve ter todo o cuidado, em que os


seus xaropes, sejão transparentes, pois, que esta qualidade
contribue quasi sempre para a sua conservação; sem que
(ro7)
comtudo este processo lhes tire a sua, efficacia, no que se
deverá empregar a principal attenção. Porque ainda que
nem todos os xaropes pareção absolutamente tranparentes,
por conterem necessariamente principios extractivos, póde
com tudo conhecer-se-lhes a transparencia, misturando-lhes
agoa; á excepção dos xaropes balsamicos, que mesmo não
sendo transparentes, são sempre mais efficazes.
6. Ha duas regras geraes sobre que se funda a pre
paração exacta dos xaropes. Primeira: os liquidos; que for
não a base dos xaropes, devem, o mais que for possivel,
ter principios efficazes, sem que com tudo sejão muito acti
vos, como as infusões de ipecacuanha, e outras, que neces
sitão ser preparadas, segundo a indicação, e dose, em que
devem ser applicadas; Segunda: ; he preciso evitar que os
liquidos se alterem quando se misturão com o assucar, e
que o xarope adquira a minima qualidade nociva,
7.° Todos os xaropes, por bem preparados que sejão;
são sujeitos á fermentação; porque o assucar necessario á
sua conservação deixa com o tempo de se conservar em
solução com o liquido, e encadila-se. Para restituillo ao
seu primeiro estado, desfazem-se os crystaes em hum men
struo proprio, que se ajunta ao xarope, ao qual se dá a ne
cessaria consistencia; mas quando a fermentação se houver
ultimado, e o xarope tiver adquirido hum sabor acido, en
tão fica incapaz de servir, e deve lançar-se fóra. . -

8.° Com o volver do tempo fórma-se á superficie dos


xaropes huma codea, que sem tirar-lhes as propriedades os
torna desagradaveis. Para que os xaropes sejão melhor con
servados, mettem-se em garrafas de vidro, bem enxutas,
bem tapadas, e de huma capacidade tanto mais pequena,
quanto for mais prompto o consumo dos xaropes (*).
- - --* …

(*) He evidente, que a natureza do mel se aproxima muito da


do assucar , que os seus principios constituentes são os mesmos, se
Bºdo º provão as experiencias da Chymica moderna, e que da sua
"sluta com os diversos Medicamentos resultão os mesmos phenome
ººi. Ninguem ignora hoje, que o assucar, e o mel produzem os mes
2 * *#
( Io8 )
2.º Productos officinaes pharmaceuticos
" . • J1 |
para uso externo. • • "… ; º

Nesta classe se comprehendem principalmente: 1.º os


emplastros
madas. : 2.º os unguentos: 3-º os cerotos : 4.º as po
• • - *- - - …".

EMPLASTRO, he hum Medicamento externo de


consistencia sólida, e tenaz, ductil ao calor, formado de
oleos, ou gorduras, que lhe servem de excipiente, as quaes
se condensão por meio da cera, das resinas, ou dos oxidos
de chumbo
mente para formar huma massa, que se possa facil
amollecer. • • • • •

Distinguem-se duas especies de emplastros em razão


da materia que lhes dá a consistencia ; huma he a dos
emplastros condensados pela cera, pelas resinas, e mais
substancias seccas; outra he a dos emplastros que se con
densão pela cocção, e pela disolução dos oxidos de chum
bo, e das outras substancias desta especie (*).
As seguintes regras são as que se devem ter em vista **>
na preparação dos emplastros: : : : : : : -
1.° Quando se preparão os emplastros da primeira es
pecie he preciso examinar attentamente a proporção das
substancias, e a depuração das fezes, e terminar a prepara
ção por, , , huma
-
, … ?
solução simples. }
… (" :
-- r e - … , + :
i- , ,; , , ,
,, , , , , , …!!! !

• , . . , . º , ,

mos efeitos nos Medicamentos liquidos, e que na preparação dos pro


ductos melados, se quer haver hum resultado igual ao dos xaropes.
Esta he, pois a razão por que incluírão na classe dos xaropes as infu
sões, os cozimentos, os succos preparados com o mel: posto que al
guns Authores estejão na pratica de os separar. * * * * * * * \ -

(*) Nas Observações sobre os Emplastros impressas no Volume


23. dos Annaes de Chimica de París, acha-se a doutrina de Mr.
Deyux a este respeito; e segundo a qual só se deve chamar emplastro
áquele genero de Medicamento, cuja consistencia depende da com
binação dos oleos com os oxidos metallicos; não devendo incluir-se
neste genero os productos da solução da cera, e das resinas nos oleos,
os quaes deveráo chamar-se unguentos sólidos ; mas sem a reforma
total da Nomenclatura pharmacêutica não se podem fazer estas, e ou
tras mudanças da mesma natureza, e que serião necessarias consequen
cias humas das outras.
( Io9 )
2. Quando se expõem á acção do fogo os emplas
tros da segunda especie sem juntar-lhes agoa, então o oleo
arde, a revivificação dos oxidos opera-se, e o emplastro
ennegrece. Quando se emprega agoa, a solução dos oxi
dos nos oleos he muito mais lenta, e a massa do emplas
tro torna-se então branca, ou cinzenta; salvo se houve com
bustão. f • • |-

3." Nos emplastros saturninos, em cuja cocção se usa


da agoa, he necessario aquecer lentamente o oxido de
chumbo com o azeite, mexendo a miudo as duas substan
cias misturadas, e ter muito cuidado em que o azeite não
arda, e se queime. Tira-se depois o vaso do fogo, deita
se-lhe huma pequena quantidade de agoa, e depois se ex
põe o emplastro á cocção até adquirir a necessaria consis
tencia: se for necessario augmentar a quantidade de agoa,
augmentar-se-ha sempre antes de tirar o vaso do fogo;
mas se a materia tiver perdido muito calor, deve mexer
se continuamente com huma espatula de páo, para que os
oxidos possão mais facilmente combinar-se com os oleos,
ou outras substancias graxas. O resultado desta operação he
huma especie de sabão metallico, exactamente combinado
com as substancias mucilaginosas. - - -- -
Obtem-se esta combinação expondo á acção do fogo
todas estas substancias juntas; porque a combinação di
recta dos oleos com as mucilagens hecquasi impossivel...
* 4. No fim da cocção devem derreter-se os emplas
tros, e juntar-lhes a cera, terebinthina, e outras substancias
semelhantes; o mesmo se pratíca com o sabão, que depois
de reduzido
huma a partes
agitação muito delgadas se derrete por meio de
continua. - •

… As outras substancias devem ser misturadas com a


massa emplastrica da maneira, e pela ordem seguinte: 1.°
as gommas-resinas desfeitas em vinagre, tendo depois de
coadas adquirido a consistencia do mel; he sempre me
lhor, quando he possivel, usar dellas em pó: 2.º as resinas
pulverizadas, e muito melhor unidas com outros pós: 3.º
os extractos espessos (mas não duros) pela grande agitação
que soffrèrão: 4.º o mercurio enfraquecido pela terebin
( IIo )
thina: 5.º a canphora desfeita em oleo: 6.º os pós igual
mente espalhados pelo auxilio do tamiz, e sempre longe do
fogo : 7.° os oleos essenciaes que se devem instillar na
massa quando ella estiver quasi fria.
N.B. Todas as substancias acima só se misturão com
a massa emplastica, quando ella está meia fria.
5." He neccessario amollecer com agoa por muito mais
tempo os emplastros, que não tem principios gommosos,
e extractivos; os que tem estes principios perdem, quando
se amollecem n’agoa, huma parte dos seus extractos, e da
sua consistencia.
untado com azeite.Conservão-se embrulhados
• - -em
- - papel mal

6.° Conhece-se que o emplastro tem a consistencia


necessaria, quando depois de frio fica tão macio como a
cera branda, e se não pega aos dedos quando se amollece.
UNGUENTO, he hum Medicamento externo gordo,
e unctuoso, formado de oleos, ou de outros corpos graxos
misturados com cera, resinas, ou substancias mineraes, e
cuja consistencia he maior do que a dos oleos, e sempre
menor do que a do emplastro. : . ,
Quando se preparão os unguentos, devem ter-se em
vista os preceitos seguintes: - . . .

… : 1.º Os cerotos, unguentos, as pomadas; e os limi


mentos, exceptuando a # das proporções; prepa
rão-se ordinariamente da mesma maneira, e com as mes:
mas drogas. Esta he, pois a razão, porque não tendo dif
ferença senão pela diversidade de consistencia, todas as
sobreditas especies só devem formar huma classe.
Com effeito, chamão-se pomadas aos Medimentos,
cuja densidade he semelhante á banha de porco : os az
guentos são de ordinario mais densos: os cerotos tem hu
ma consistencia media entre os unguentos, e os emplastros:
os linimentos tem mais consistencia do que os oleos, e
huma densidade media entre estes, e as pomadas. Os lini
mentos são classificados entre os Medicamentos magistraes.
2.° Na formação dos extractos, quando para dar con
sistencia aos oleos se emprega a cera, huma parte desta
basta para duas de oleo. Para fazer os unguentos basta hu
( III )
ma quarta parte, e nos linimentos a oitava he sufficiente.
Os emplastros preparão-se com partes iguaes de cera, e de
2ZCl{C. - : ,;

3." Algumas vezes, em razão da consistencia que po


dem ádquirir os oleos, e as substancias gordas misturan
do-se com as resinas, com as substancias mineraes, e ou
tras, ou não se usa da cera, ou se emprega em menor
quantidade. Quando se misturão, e combinão os simplices
na preparação dos unguentos, dos cerotos, das poma
das, e dos linimentos, devem consultar-se as regras esta
belecidas para os emplastros, as quaes de ordinario podem
ter aqui a sua applicação, tendo o cuidado de dar a cada
hum destes productos huma consistencia particular.

§. VIII.
FOR MUL A RIO OFFICINAL.
PARTE PRIMEIRA. •

. Medicamentos para uso interno.…… .


Ageas aromaticas. … .

Nº 1._AGOA DE CANELLA SIMPLES.


R. | … Anella contusa. . . . . . onças tres.
: Agoa commum. . . . . . . libras seis.
Distille em retorta, ou alambique apropriado, para
obter tres libras e meia de liquido distillado, que se deve
conservar em vaso de vidro bem tapado.
Caracteres. Limpida, ou esbranquiçada pelo oleo, de
cheiro, e sabor de canella. * *

Modo de administração. Diluida em agoa simples, ou


combinada com Medicamentos excitantes, e corroborantes.
">
( I 12 )
Nº 2. AGOA DE FLOR DE LARANJA.

R. Flores de laranja, odoriferas e frescas, libras cinco.


Agoa commum . . . . . . . libras quinze.
Inclua em hum alambique, e distille oito libras de
liquido,
pado. que se deve conservar em vaso devidro bem ta
• -

# … Caracteres.
mente aromatico.Transparente, •
de cheiro, e sabor ligeira •

Modo de administração. Só, ou misturada a outras


preparações excitantes.
Kirtudes. Excitante, antispasmodica.
Usor. Nas asthenias; e tambem serve para communi
car ás bebidas cheiro agradavel.
Dose. De duas até seis onças.
Nº 3. AGOA DE HERVA CIDREIRA (melissa.)
Veja-se agoa de hortelã pimenta.
Nº 4. AGOA DE HORTELÃ VULGAR,
Veja-se agoa de hortelã pimenta.
Nº 5. AGOA DE HORTELÃ PIMENTA.
R. Hortelá pimenta recentemente secca, libras duas.
Agoa commum . . . . . . . libras seis.
Distille em alambique para obter a terça parte do
liquido, e conserve em vaso de vidro bem tapado, e em
lugar fresco." - • *

Caracteres. Limpida, ou esbranquiçada pelo oleo aro


matico, de cheiro, e sabor da hortelã pimenta.
bidas.Modo de prescripção. Só, ou misturada a outras be
• •

" … Virtudes. Ligeiramente excitante, difusiva, aromatica.


Uros. Nas affecções de estomago, principalmente nos
vomitos nervosos, nas febres nervosas, na asthenia."."
Dore. Só, desde huma até tres oitavas; misturada a
outras bebidas, desde meia até tres onças em doze horas.
N. B. O processo indicado para obter a agoa aroma
>
( 1.13)
tica de hortelá pimenta he o mesmo, que se deve empre
gar para obter as agoas aromaticas de herva cidreira, de
hortelã vulgar, etc.,
N.º 6. AGOA DE ROSAS.
Prepara-se com os petalos de rosas rubras, da mesma
maneira que a agoa de flor de laranja. Esta agoa serve
para dissolver as substancias proprias a formar os colyrios,
e para os outros usos da agoa aromatica de flor de laran
Ja

. Alcooles simplices, e compostos.


N.° 7. ALCOOL DE CANELLA., …
- , (Tintura de canella.)
R. Casca de canella contusa. .. onças tres.
Alcool de 22 gráos. . . . . libras duas e meia.
Faça macerar por espaço de tres dias, e depois filtre.
2.5 Caracterer. Dé côr amarella; de cheiro alcoolico mis
turado ao de canella; de sabor calido-aromatico.
Modo de prescripção. Misturado aos cozimentos, infu
sões, e agoas aromaticas.
Pirtuder. Excitante, calefaciente, corroborante.
Uros. Nas hemorragias uterinas asthenicas, nos vi
cios de digestão, nas febres typhoideas. "
Dose. De hum escropulo até huma oitava.
N.º 8... ALCOOL DE COCHLEARIA.
# . . (Espirito de cochlearia.).
. R. Raiz de rabanos. . . . . . . . . . onças dez.
aº - Folhas de cochlearia . . . . . libras cinco.
Alcool de 22 gráos . . . . . libras seis.
Contunda promptamente as raizes, e folhas; distille
a banho-maria, e conserve em vaso de vidro o alcool
obtido.……… , , , , , , . os, º
Caracteres. De cheiro activo, penetrante, que deve a
hum principio volatil pertencente á raiz de rabanos, e
que tem muita analogia com o ammoniaco.
Tom. II.
( 114) }

Pirtude, e usos. Este producto alcoolico distillado he


antiscorbutico; convém nas enfermidades da boca; he re
commendado na hydropesia ascitica, rheumatismos, icte
ricia, e como lithontriphico. • •

Dose. De quinze gotas até huma oitava. Usa-se di


luido com agoa para prevenir a caria dos dentes., () - . . '' '
|-

· · ·· ·

Nº 9. ALCOOL DE BEIJOIM COMPOSTO.


(Tintura de beijoim composta, ou Balsamo i =
catholico.) .

R. Bejoim . . . . . . . . . onças tres.


Balsamo Peruviano. . . . . . onças duas.
Azebar sucotrino .. .. .. . . onça meia. - -

Alcool de 3o gráos . . . . libras duas e meia.


Faça digerir por espaço de tres dias consecutivos a ca
lor que não exceda a trinta gráos do thermo metro de Reau
mur. Conserve o licor sobre o residuo por mais seis dias;
filtre, e conserve em vaso de vidro bem tapado.
- , Modo de" prescripção. "Misturado
excitantes. " com
… as composições
..… º.……

- Virtudes, e usos. Como excitante nas affecções asthe


nicas. Externamente se applica sobre as ulceras atonicas.
• • •
Dose. Até trinta | gotas.
• - 2- - , . .!
- - |- … :, … --- ,
:: ; º * . - *, ,.
!}! |-

Nº 1o ALCOOL DE GENCIANA COMPOSTO. , * *•


>
*. ".
(Tintura de genciana.)" " . * *
R. Raiz de genciana . . . . ... onças duas.
Casca secca de laranja.". . onça huma.…
Canella. . . . . . . . . .…. onça meia. . . :
Alcool de 22 gráos -. . . . . . , libras duas e meia.
Pulverize todas as substancias, e deixe em maceração
com o alcool por espaço de quatro dias consecutivos, agi
tando de tempo em tempo; filtre por papel pardo.
º Caracteres. De côr alambreada; amargo, aromatico.
Modo de prescripção, Misturado a outros compostos.
* Yirtudes. Excitante. " ": ' ……… … … ……….…… •

' -
Usos. Nas enfermidade
,
asthenicas, principalmente
. .* * * * * * * - e iri,
** * - -
nas
- --
( ! 15 )
debilidades de estomago, e de intestinos, nas febres inter
mittentes asthenicas, etc. |- -

:
Dose.
, :
Desde hum escropulo até duas oitavas.
| | |\ A .
• .

Nº II ALCOOL(Tintura

DE GUAIACO
de guaiaco.) "
. ." .
R. Resina de guaiaco . . . . . Qnça huma.
Faça dissolver em sufficiente quantidade de alcool de
3o gráos; filtre a solução, e conserve, em vaso de vidro
bem tapado. • • • - - • +

Caracteres. De côr amarella avermelhada;


coolico. • •, , , , ,
• ,
cheiro al

. --Modo de prescripção, Misturado a outras composições.


!! Virtudes. Excitante do systema lymphatico; sudori
fico efficaz. • : ::: { --

Uros. Nos rheumatismos; nas affecções arthriticas,


asthenicas, e na gotta, . .. : *

Dore. Desde meio até, dois escropulos em 24 horas. ,


ºs tra? ! o . - Cº:.*;; 02 - .…………...…. , ,, ' '
N. 12 ALCOOL AMMONIACAL COM GUAIACO.
(Tintura de guaiaco, volatil.) •

… R. Gommarresina de guaiaço . . . . …, onças duas.


Alcool ammoniacal (*), , , , , onças dez,
Inclua a mistura em matraz de vidro tapado, e con
serve em digestão por espaço de seis dias; filtre: conserve
o licôr em vaso de vidro bem tapado. . . . . .
Caracteres. Cheiro penetrante; côr amarella averme
lhada. º sinuí nº e . . . . . . , , , , e .
Modo de prescripção. Com a agoa distillada, e com
agoas odoriferas, aromaticas, por exemplo, de flor de sa
brigueiro, de camomilla, com as agoas de canella, de ro
5ás - etç. … 5 + '.') # : ; , … . " -" - " " .. … ' • '- - -

… ; Virtuder, Estimulante, excitante, resolutivo, obran


do principalmente sobre o systema lymphatico. , , , , ,
* #==tº…………………… f - |-

chºy # O TTTTT * * * . *

2. (*):::Alcool ammoniacal he huma mistura de ammoniaco causti


co com o duplo do seu pezo de alcool. 1

P 2
( 116)
Usos. Na gotta; nos rheumatismo chronicos.
Dose. Desde hum escropulo até duas oitavas.
Nº 13 ALCOOL DE HERVA CIDREIRA COM
POSTO. (Agoa de Melissa.)
R. Sumidades recentes de herva cidrei
ra . . . . . . . . . . . onças seis.
Amarello de casca de limão ' . . onça huma.
Noz moscada . . . . . . . .… onça meia.
Coentro . . . . . . . . . . onças duas.
&#, india } fa. . . . . oitava huma.
Alcool de 22 gráos. . . . . libras duas e meia.
Deixe em digestão por espaço de tres dias: distille
depois a banho-maria para obter huma quantidade de li
quido igual em pezo á do alcool empregado.
Caracteres. Limpido; de cheiro agradavel; aromati
co; sabor picante, cálido, aromatico. … - -
, , Modo de administração. Com o assucar, ou com as
misturas excitantes.… } # , " "", =
JYirtudes. Excitante; difusivel. •

Uros. Nas º enfermidades asthenicas ; no abatimento


resultante de alguma affecção moral. : - .
Dose. Desde seis gotas até huma oitava, = ""; +

} … ::: : #* * … :
Nº 14 ALCOOL DE JALAPA. ' : ; c * * * … o
" (Tintura de jalapa.) " "……………"
R. Jalapa contusa . . . . . . . onça huma e meia.
Canella contusa º . ".…. .. .… oitavas duas. -
Alcool de 22 gráos….….…. . fibra huma." " " .
Inclua em hum matraz com metade do alcool indica
do ; exponha por seis dias ao sol, ou a calor de banho de
arêa, agitando frequentemente. Decante, e repita a diges
tão pelo mesmo espaço de tempo, ajuntando sobre o resi
duo a outra parte do alcool; côe por expressão, reuna os
dois liquidos, filtre, e guarde em vaso apropriado.
Yirtudes, e usos. Muito purgativo ; conveniente nas
hydropesias ascitica, e anasarca, etc. •
( 117 )
Dose. De duas oitavas até meia onça.
Nº 15 ALCOOL DE CANTHARIDAS.
… (Tintura de cantharidas.)
R. Cantharidas em pó . . . . . . onça meia.
Alcool de 25 gráos . . . . . libra huma.
Deixe em digestão por espaço de quatro dias; filtre,
e conserve em vaso de vidro. . .
Caracteres. Côr amarella esverdinhada; cheiro, e sa
bor alcoolico; transparente indecomponivel pela agoa.
Kirtudes. Excitante, irritante, rubefaciente, estimu
lante, resolutivo, anti-odontalgico. .

Uso interno. Na hydropesia, astma, hydrophobia, etc.


Dore. De tres até dez gotas, duas vezes por dia.
Uso externo. Nos tumores indolentes; sciatica; algu
mas paralisias;
tusões, etc. dores de dentes procedidas de caria; con
Aº •

N.º: 16 ALCOOL. DE LOSNA.


… (Tintura de losna.) " • -

R. Flores seccas de losna . . . . onças quatro.


Alcool de 22 gráos . . . . . . libras duas.
Deixe em maceração por dois dias; exprema o liqui
do sobre duas onças de folhas de losna, e repita a ma
ceração.
panno, e Exprema
filtre. _.".de novo o liquido a travez de hum
• • • • -

º Caracter. Cheiro de alcool, e losna; sabor amargo,


alcoolico. -

Modo de administração. Unido a outras preparações.


Virtudes , e usos. Excitante. Util nas febres inter
mittentes adynamicas, nas debilidades de estomago, etc.
Dose. Desde hum escropulo até duas oitavas.
Nº 17 ALCOOL COM OPIO.
(Tintura de opio de Brugnatelli.)
R. Opio puro pulverizado . . . . onça huma.
- #" 22 gráos . . . . . libra huma.
( 1 18 )
Faça digerir em vaso de vidro tapado por espaço de
oito dias; filtre por papel.
Caracteres. De côr vermelha escura; de cheiro alcoo
lico, e de opio. |- - -

Modo de prescripção. Só, ou combinado com as agoas


aromaticas; ether ; bebidas excitantes dadas internamente;
emulsões: tambem se emprega externamente em fricções.
Yirtudes. Excitante, em pequena dose; em maior do
se, narcotico. " ": ' . . \, •

Dore. Desde dez grãos até dois escropulos. -

... N. B. Cada escropulo desta preparação contém meio


grão de opio, como consta da sua evaporação. (Brugna
zelli.) : , .… * . * . * … |- • • •

. . . … …… - i 1) . . 2 # : ;! #; :2. ; , ,- - ** *
- """".

N.ºs 18 ALCOOL DE QUINA COMPOSTO, - ;


. . (Tintura antiseptica de Huxham, ) . .
R. Quina vermelha em pó. . . . . onças duas.
Casca amarella e secca de laranja. Conça huma e meia,
Raiz de serpentaria virginiana º oitavas duas.
_Alcool de 25 gráos. . . . . . onças vinte..."
Deixe em maceração por seis dias, e côe,
º Caracteres. Côr avermelhada; sabor alcoolico, amar
• * * * * * *, * # : ; , " " : : , : , , º t , . . 2 (, ";
Modo de prescripção. Só, ou misturada com o al
cool de #". e misturas aquosas, e excitantes, . . . !
..tiseptica.
': Wirtnder. Principalmente
?. as da quina; excitante, an
-3 • .

… Usos. Nas febres intermittentes, nervosas, e sobre


tudo nos enfermos, que não podem supportar aquina só
per si. . ":" .. …, aº , " "). "…; …::: …; …
Dore. Desde meio escropulo até duas oitavas.….
Nº 19 ALCOOL DE RHABARBARO, ; ; , ; º .
(Tintura de rhabarbaro.) !')
R. Rhabarbaro conruso .. .….….. , onça huma. !
Canella contusa. . . . . . : oitavas duas.
Alcool de 22 gráos . . . . . libra huma.
( 119 )
Deixe em meceração por hum dia; º filtre, e conserve
a solução em vaso de vidro. • • •

Caracteres. De côr amarella laranjada; de cheiro al


coolico, e de rhabarbaro; de sabor amargo.
Modo de administroção.
Firtudes. Associado a outros mixtos.
Excitante, purgativo. - - - •

Uros. Nas indigestões, debilidade de intestinos, coli


cas, diarrhéa , algumas especies de obstrucções.
* *

Nº ao ALCooL DE RABANos coMPosTo.


(Tintura de rabanos composta.) * * *
{ \| | •

R. Raiz fresca de Rabanos miudamente


cortada . . . ... . . onças seis.
- Amarello de casca de laranja . .. onça meia.
Alcool de cochlearia . . . . . libras duas.
Deixe em maceração por dois dias, e côe.
Modo de administração. Diluido em agoa, ou asso
ciado ás infusões, cozimentos, etc. º # ..
Kirtudes. Diuretico, antiscorbutico, desobstruente.
. Dose. De dois escropulos até huma oitava. "
Nº 21 ALCOOL DE VALERTANA COMPOSTO. ,
* * * (Tintura volatit devalerina. ) . … " .
R. Raiz de valeriana silvestre . . . . ' onças duas.
Espirito volatil aromatico (*) ..." libra huma.
Misture; deixe em digestão
pado; depois filtre. a frio em .vaso bemi ta"
, , {}"}" if _ , , '': . . .

Caracteres. Côr carregada de valeriana; cheiro aro


matico. _ / " " ----

(* } Prepara-se o espirito volatil aromático da seguinte maneira:


# volatil fluido . . . . . . . . . . , , libras duas.
*---——— de
eo essencial
- de casca de "limáo .. .. . .. ')4 ááa
noz moscada.
* * __ *
.- oitavas
-- duas. º……
Misture. • (Ph. Ger.) …
(, 12o )
Modo de prescripção. Só , ou combinado a outros
mixtos. • - -

JZirtudes. Excitante. " … . . .


Usos. Affecções nervosas, epilepsias, e febres adyna
micas.
Dose. De meio escropulo até huma oitava.
N.º 22 ALCOOL NITRICO.
(Espirito de nitro dulcificado.)
R. Alcool rectificado . . . . . . onças doze.
Acido nitrico concentrado - . . . onças seis.
Inclua o alcool em hum grande matraz; ajunte gra
dualmente o acido; agite de cada vez a mistura; conserve
em digestão a frio por espaço pouco mais, ou menos de
hum. mez. (Lagrange.) • ",

Caracteres. Limpido como a agoa distillada; de chei


ro agradavel, ligeiramente etherizado de acido nitrico;
volatil; inflammavel; soluvel na ágoa. : - - - -
Modo de prescripção. Só, ou dissolvido em agoa, e
nas bebidas aquosas frias, e tepidas. , , , , , , , ,,* * * ,
Virtudes. Excitante, em menor gráo que o ether
Uros. Nas febres nervosas, somnolencia, apoplexia.
Dose. Desde hum escropulo até duas oitavas, em al
uma bebida conveniente; desde seis até doze gotas em
#" colhér de agoa, ou com hum pouco de assucar. -

N.B. Esta preparação (que não he mais do que huma


combinação de ether nitrico com alcool), tambem se po
derá fazer extemporaneamente misturando huma, parte de
ether nitrico com duas de alcool. : #;" | -

# o " º : n < …" | f * * * * * ** *


º as ALCOOL ESTOMACHICo.
R. Extracto de quina. .
— de cascarrilha
ãa oitava meia.
—— de genciana
—— de camomilla . . * *

Alcool de 22 gráos. . º onças quatro.


Dissolva.
( 121 )
Xirtudes, e urof. Na dispepsia, e na atonia do con
ducto intestinal. Administra-se só per si, ou em vehiculo
apropriado. - - - ---
Dose. De meia até huma onça, duas vezes por dia.
Nº 24 ALCOOL ETHERIZADO DE ACIDO SUL
PHURICO.
(Licor anodino mineral de Hoffman.)
R. Alcool rectificado . . . . . . onças duas,
Ether sulphurico rectificado. . . onça huma.
Misture.
. Caracteres. Transparente como o ether sulphurico;
de cheiro etherizado fragrante, aromatico; soluvel na
agoa ; dissolvendo os oleos aromaticos, resinas, etc.;
volatil; inflammavel.… ----------- *• •• • • • •• • •

Modo de prescripção. Só, ou dissolvido nas bebidas


aquosas frias, ou tépidas.
Kirtudes. Excitante, diffusivel; inferior alguns gráos
ao ether; º antispasmodico, provocando facilmene a secre
ção da ourina, ou da tranpiração -cutanea , segundo he
combinado aos opiaceos, ou aos licores tépidos.
Uror. Nas affecções hystericas, nos typhos, na car
dialgia, hypocondiria,
to asthenicas, i º etc. Em vapôr .nas affecções
• -
de . pei
Dose. Desde meio escropulo até duas oitavas, só, ou
em vehiculo conveniente.

OBSERVAÇÃO. As tabellas seguintes indicão as


tinturas simplices mais usadas, a quantidade, e o gráo de
concentração do alcool empregado para cada huma dellas,
e o tempo de maceração, ou digestão que exigem, segun
do são preparadas a quente, ou a frio. Estas tabellas são
em grande parte extrahidas da nova Pharmacopéa Batava,
huma das melhores modernas.

Tom. II. • Q.
( 122 )
T A B E LL A

Das tinturas alcoolicas simplices mais usadas :


em Pharmacia.

Tinturas que se preparão a frio.

#Quantida Quantida- Numero


das sub-de, e grãos [ de dias
tancias. de alcool a 1 de ma
Denominação das Substancias. empregar. | ceração.
/*> 1->
onças lonças grãos

Sumidades seccas de losna . . [ 1 6 | 15 3


Casca de laranja contusa . .. I 6 | 15 6
Beijoim pulverizado . . . . | 1 8 | 2o | 6
Cantaridas pulverizadas. . . . | I. 8 | 2o - 6 •

Castoreo cortado. . . . . [ 1 8 | 2o | | 6
Canella contusa . . . . . | 8 | 2o | 6
Açafrão . . . . . . . I 3 │ 15 | 8
Rhabarbaro contuso. . . . I 8 | 15 6.
Serpentaria de Virginia contusa. | 1 6 | 15 | 6
Balsamo de Tolu. . . . . | 1 8 | 2o | 6
Folhas seccas de digitalis pur- • -

purea • • • • • • • | I 8 | 1o 6

* * * * ** *
( 123 )
Tinturas que se preparão a quente.

Quantida- Quantidade | Numero


de das sub- e gráos do de dias de
stancias. | alcool a em-digestão.
Denominação das Substancias. pregar.

onças onças grãos


Aloes succotrino contuso . 1 8 I5 $
Casca de angustura contusa . | 1 8 | 2O 6
Assafetida contusa . . . . | 1 8 | 2O 6
Casca de cascarrilha contusa . | 1 8 | 2O 3
Cato contuso . . . . . . I 6 | 15 6
Casca de quina contusa. . . . | 1 8 | 2o 6
Raiz de genciana contusa . . I 6 15 }
Guaiaco em raspas . . . . I 8 | 2O 6
Raiz de enula contusa. . . I 6 15 3
Raiz de jalapa contusa. . . I 8 22 6
Myrrha contusa . . . . I 8 | 2o 6
Casca e lenho de quacia . . [ 1 6 | 15 | }
Succino pulverizado. . . I 8 32 | 1O
Raiz de valeriana em pó . . | 1 6 | 15 3
Raiz de ipecacuanha contusa . I 8 3o 6
Opio puro pulverizado (*) .| 1 12 || || O 8

|
- - - -- "… , , - • \,
, --* * *

(*) As proporções de Alcool, e opio para esta ultima tintura, são


as indicadas por Brugnatelli. (Pharmacopéa Geral) Huma oitova desta
preparação contém , segundo o mesmo Author, hum e meio grão de
opio.

Q_2
(124)
º Conservar. -

Nº 25 CONSERVA DE COCHLEARIA.
R. Folhas recentes de cochlearia . . onças duas.
Assucar . . . . . . . . . onças seis.
Contunda as duas substancias em gral de marmore até
reduzir a polpa: passe por peneiro de cabello, da mesma
maneira que se pratica a respeito das polpas.
N. B. Esta conserva dura por pouco tempo em bom
estado; pelo que só deve preparar-se á proporção do seu
consumo, e sempre sem concurso do calor. Para a conser
var por mais algum tempo, pode-se augmentar hum pou
co a proporção do assucar, e ajuntar á polpa huma suffi
ciente quantidade de alcool de cochlearia.
reticaKirtudes. Convém
, aperitiva, nas affecções escorbuticas; he diu
depurativa. •

Dore. De duas até seis oitavas.

Nº 26 CONSERVA DE CYNOSBATO.
-(rosa canina.)
R. Polpa de cynosbatos . . . . . . libra huma.
Assucar refinado em pó. . . . libras duas.
Misture exactamente, para formar conserva S.A. __
Kirtudes, e usos. Emprega-se como adstringente, e
tonica nas diarrhéas, e relaxações dos intestinos: he tambem
antiscorbutica, e entra na composição do loochio rubro de
Fuller: estima-se como diuretica, etc. … .-
-

Dore. Desde duas oitavas até huma onça.


N.° 27 CONSERVA DE ROSAS RUBRAS.
R. Rosas rubras em pó fino. . . . onças tres.
Assucar em pó fino. . . . . . libras duas.
Agoa distillada de rosas . . . . q.b.
Macere as rosas na agoa por espaço # algumas ho
ras; misture a massa com o assucar em pó.
| Caracteres. Doce, de côr rosada, densa.
Modo de prescripção. Diluida em agoa, ou mistura
da a outros Medicamentos,
*
(125 )
• •

- 1 Virtudes. Ligeiramente adstrigente. --> |

: Usos. Na dysenteria, hemorragias passivas, etc. " :


Dose. Desde duas oitavas até meia onça. «… . .
- - - . : - : , e, , , ," ",
…- - - ……… . Electuarios. : ,

Nº 28 ELEGTUARIO DE CATO.…… . .
(Confeição japonica.) ; ; ; ; , .
R. Cato em pó. . . . . . . onças quatro.
Gomma kino em pó. . . . onças tres.
Pós aromaticos. . . . . . , onças duas.
Opio desfeito em q.b. de vinho oitava huma e meia.
Xarope commum em ponto de mel, q.b.
Fórme electuario S. A. . . : : : : :
Modo de administração. Diluido nos cozimentos ad
stringentes, e nas bebidas aciduladas. •

77rtudes, e usor. Medianamente adstringente. Con


vém nas diarrhéas, e dysenterias atonicas. Externamente en
tra na composição dos crysteis. • •' ; ; , … , ..

<td Dose. De huma até duase oitavas para os infantes, e


de meia até huma onça para os adultos. . … o , … :
. . -… 2 # : ; ; , …", … … - - - - - - - - - - - - -
Nº 29 ELECTUARIO OPIADO. , … .:: .……
… Irie: o "to" ?? (Theriaga.) ei, ou "º o cºº a
R. Casca de canella . . . . ---------
Pimenta longa . . . . aa onça meia.
Cachu. . . . . . . . ' : 'onças quatro. " …
Escordio . (.….....! …"] >
"Raiz de tormentilla.. .. .. …} áa onças duas. …"
… Genciana, .. .. .. …….….… { # . . ". -- , , |
Pulverize, e misture exactamente : ajunte º
# (bem diluido em vinho) . . . oitavas cinco.
* Mel puro . . . . . . . . . . , ... libras duas e meia
Vinho generoso..….…....….; .... q.b. b - -
* Fórme electuario de consistencia devida." #

-* #N. B. Cada oitava deste electuario contém cousa de


hum grão de opio. (Brugnatelli.) .. . " .

"… "Caracteres. Qdorifero, de sabor activo, particular.


(126)
Modo de prescripção. Só, em fórma de bolo, ou de
pilula; diluido em agoa commum, ou aromatica, ou em •

vinho. . "" : : ::: : : :: :


IVirtuder, e uros. Excitante, narcotico. Util nas af
fecções nervosas, dores abdominaes, vigilias, dysenteria,
affecções asthenicas.
ose. De meio até hum escropulo para os infantes;
de meia até huma oitava para os adultos.
• •

Nº 3o ELECTUARIO ADSTRINGENTE.
R. Lirio fiorentino … - - -* * . , onça meia.
Quina . . . . . . . . . "… onça meia.
Assucar purificado . . . . . . . . ' onças oito.
Gumo de limão azedo. . . . . q.b. .
Misture as substancias pulverizadas em gral de vi
dro, e ajunte çumo de limão até a consistencia de ele
C[Ul2T1O- ….… " " … ol.2 ºr * * * # : #: :
. - Virtudes, e usor. Nas hemorragias passivas pulmo
nares, e hemorrhoidaes; em todas as diarrheas, particular
mente nas provenientes da diathese escorbutica.
Dore. Huma onça, repetida todas as horas, de ma
scriptoquena ofórmula,
neira enfermo deve tomar em rºche,
24 horas
• ci osºfº
total . pre
" … … … . . . ! … to 1, #;" ". "
Nº 31 ELECTUARIO DE SENE. . . ……..
(Electuario linitivo.) . . . .
R. Folhas de sene em pó. . 2: ... onçasioito.
Semente de herva doce. em pó .. .. onças quatro.
Polpa de ameixas …. , , , .….…i… libras duas. • •

Xarope commum . . . . . . . i < q.b. … "


Dilua no xarope, a polpa. de ameixas, e ajunte o se
ne, e herva doce em pó, para formar electuario S. A./
Modo de administração. Internamente, diluido em
agoa, ou nas bebidas refrigerantes. Externamente, combi
nado aos crysteis purgativos. , , …" …
Kirtudes, e usos. Suavemente purgativo. Util nas af
(227 )
fecções hemorrhoidaes, e espasmodicas do conducto intes
tinal. •

Dore. De meia até huma onça.

Especies.
Nº 32 ESPECIES ADSTRINGENTES.
*

- R. Raiz secca de bistorta . . . ' : #


- * |- # tormentilla ' '' '''$} áa oitavas quatro.
• e grança . . … … … . .. * __ * .* . * *
}
de alcaçuz. . . . . …) •

Córte, e misture. . . ………."; "… . . . {


AModo de prescripção. Em fórma de cozimento, a que
sirvão de excipiente duas libras de agoa. Pode-se ajuntar,
como correctivo , algum xarope, por exemplo, o de ro
más azedas, na dose de duas onças. Tambem se podem
ajuntar algumas gotas de acido sulphurico, como coadju
vante. __. __....… - - - - - - 1. ' : ' ' '

Virtudes. He util nas dysenterias, e nas hemorrha


gias pulmonares, e uterinas. . . . . : -.
Pose. De tres até quatro onças, duas, ou mais vezes
por dia. | … . ' : '# 4. •

=== P * * * #2, # 2 – * #*#*# …"…fiz º " " … …


Nº 33 ESPECIES AMARGAS.…rio a… …a ,
*. : , : - , , , , ,, ;, fi: º r , , ,, ,… º . - .…
R. Flor de camomilla . . . . { 1,

Summidades de centaurea menor > áa oitavas duas.


Quacia em raspas . . . . -

----

Amarello de casca de limão.". onça meia. .


Córte, e misture. - -

Modo de administração... Em fórma de infusão, a


que sirvão de excipiente duas libras de agoa fervente. Pode
se ajuntar como correctivo o mel, assucar xarope de casca
de limão, ou laranja, na quantidade de duas onças.
Kirtudes. Febrifugas depurativas, etc. Convém nas
affecções atonicas dos apparelhos digestivo, e intestinal.
… - dia,
por Dore. De tres até quatro onças, duas, du mais vezes

(128)
Nº 34 ESPECIES APERITIVAS.
{
R. Raiz de grama . . . :) ### ! … .. .……..
de funcho . . . áa oitavas quatro.
— de almeirão ..…."
de alcaçuz. . . . . Qitavas duas. >

Córte, e misture. .. ':' .. . : ==


Modo de administração. Em fórma de cozimento, a
que sirvão de excipiente duas libras de agoa. Pode-se ajun
tar coadjuvante o nitrato de potassa na dose de hum es
cropulo; e como correctivo o mel, o oximel scillitico, ou
o xarope das raizes aperientes na dose de duas onças.
Mirtudes, e usos. Diureticas, desobstruentes. >
* #7 º Dore. De tres até seis onças,::::::,
• •• • • • • • •
duas:: ::vezes
º " >>por dia.* #---
> *, *,
- , º 2
{ cegº ; ;

Nº 3; ESPECIES ANTIHERPETICAS.* * • •

,

! # !

.… º *#
* * *
• * * ** * *
-
.
* * *
•• • •

#
• •

: ;
.

… R. Enula campana .….….….…!) … *# ::: …, , , *, * , , ... ::.::.::.


|-

Fumaria . . . . . . * — — º * ###. +

: "I". Salsaparrilha.
Bardana o .. .….….…….… . ) nãa
. . . .… # oitavas quatro. •

, , ……….rio…! fºi …". —


* ** º Córte , e misture...…… <i>…… … - - . -

Modo de Administração. Em fórma de cozimento, a


que sirvão de excipiente duas libras de agoa, e a que se
póde ajuntar duas onças de xaropeide fumaria.E :: ".Y.
Kirtudes, e usos. Convém nas affecções cutaneas, e
particularmente na sarna. , ... - - - - i j . "
º Dose. De tres até seis onças, duas vezes por dia.
. . . . ' 34"… - Rio e lí?
Nº 36 ESPECIES ANTISCORBUTICAS.…? • * -

.………i… o , cºmo ,
º R. Raiz de bardana. .….…. :) " " sºvº.
* — de labaça -. * ".. * -. * ( áa
-
3, onca
…, meia.
…a " •

: - — de rabanos rústicos (. , (…"º onça, nela. |-

Folhas de trevo aquatico".-a ): i ro , o# 29


º Córte, e misture.js ***.h ….… it' ". .……….viv>
Modo de administração. Em fórma de cozimeto, a
que sirvão de excipiente duas libras de agoa. Ajunta-se co
. Sii) """ •
( I29 )
mo correctivo o xarope antiscorbutico, na dose de duas
onças. • • • •

Pirtudes. Antiscorbuticas, desobstruentes, e diureti


C2S. - • * - í, e º ..;
Dore." De tres até seis onças, duas vezes por dia.
|-

… -
• - "… ! . . . ": .:: / |-

Nº 37 ESPECIES CARMINATIVAS. ; ……… • • •


. * 1; - 2: … * * * …
…R. Sumidades de herva cidreira ...}… .. … Aº
-i . — — de tomilho ....o … áa oitavas duas. }
… --——" de hortelã. pimenta J'ai o , tº, 24 d
* #; Flores de arnica .…. ….…. .……… onça meia. …:: …
Semente de aniza.h .…..… . , , "oitava huma. …
*** Córte, e misture.…….…1…, … º ovºi º , ………..
º Modo de administração. Em fórma de infusão, a que
sirvão de excipiente duas libras de agoa fervente. Ordina
riamenter se ajuntão algumas gotas de qualquer tintura
aromatica (alcool de canella, ou de melissa, por ex.), e,
como correctivo, duas onças de xarope de casca de laranja.
Pirtudes, e usar. Carminativas: uteis nas indigestões,
cólicas flatulentas, cephalalgia, etc.
Dose. De duas até quatro onças.… in: …
- … ……….… == - - - - - - - ___* ** * * * *
Nº 38 ESPECIES EMOLLENTES.… > ", -
• • • • : - , º "";
",

R. Raiz de malvaisco . . . . }
áa onça meia.
, o Folhas deparietaria .….….…. ******* }
" - Cevada perlada .. … . . . . .. onça huma. . .
- º Córte, e misture: … . . , , ,,, , , , ,, … <
Modo ºdei administração. Em fórma de cozimento, a
que sirvão de excipiente duas libras de agoa. Pode-se ajun
tar como correctivo o xarope commum, o de althea, etc.,
na dose de duas onças. …… , e º . " " " …
…? Virtudes, e usar. Emollientes, uteis nas affecções
asthenicas do apparelho ourinario, e nas cólicas espasmo
dicas.
Dose. De tres até seis onças, duas vezes ou mais por
dia.
Tom. II. R
( 133 )
Nºs 39 ESPECIES PEITORAES.…… e o ro: … o…
-i R. Folhas de hysopo; ..….…. ;o)… é .….….…º
de hera terrestre. . .…."; • _ _ •

“Flores de tussilago, ºs, ao.…. :( aa oitavas tres.


Raiz de alcaçuz ........ .
Lichene islandico
Córte, misture. ...", "X".…. º onça tbéia. :: "..! "> •

Modo de administração. Em fórma de cozimentoin


fuso; fervendo primeiro o lichen, i e alcaçuz com duas li
bras de agoa, e infundindo consecutivamente os outros ve
Pode-se ajuntar como correctivo o melo, karope
getaes,
commum, óu de althéa, etc., na dose de duas onças.
Kirtudes, e usos. Expectorantes: "convém nas affec
ções catarrosas do ### #
#*# …
pleuris, e peripneu
inonia." " …" if ºs a 25 dº ze:', # 2 .…… _, @* #2
#Dore. De duas até quatro onças, duas, ou mais vezes
por dia.º"# cadeia aº vo . Elli… º ºb to off) #2:1:triots
et arei º 6. – 9 jo"* * oi 23ho aqui, º circonioo oiro,
Nº 4o ESPECIES SUDORIFICAS.A, º , ………VA
-oto , Riº": #;">2 - 2a, fºi girl afei!!,2
R. Guaiaco em raspastº e.….? ) E estib e G º sºu
Raiz de esquina . . . . ( -- --
— de #if:… 1 às para quatrº…
de alcaçuz . . . -
### ## . . . . ocº' swiert ab xis XI , X
Modo de administração. Em fórma de cozimento,
a que sirvãos de excipiente duas libras de agoa, º Pode-se
ajuntar como correctivo, e coadjuvante orixarope do cozi
nheiro, o antirheatnatico, etc., na dose desduas ónças.
… Virtudes, e aros. - Diaphoreticas, sudorificas; uteis
nas affecções venereas, e nos casos emo que convém restar
belecer a transpiração cutanea. ºf zºo atub of geob_gt
* Dose. De duas até quatro onças, duas vezes por dia
-* * * * * * * * * . . snitzo o feita qº ob ºsãº. --
*

… 2- )
"oi ai..… :o aº… c. 5 - 21:2"io ºitº . E ae… :$1 'ºs' .
> .íliº
-- - - 1. .……É
(131 ) •

Nº (. 4: ESPECIES .VERMIFUGAS.…
. . É a 2, 3 * . * …i… .
.… -
* #

R. Sumidades de losna . . . . ) • : ::
…. — de camomilla romana > áa oitavas duas.
de hortelã vulgar - J . .
- a Flores de atanasia . - - . . . , onça meia
Córte, e misture. . . ** ! !

a Mada de administração. Em fórma de infusão, a que


sirvão de excipiente duas libras de agoa fervente. Pode-se
ajuntar como correctivo, e coadjuvante o xarope de losna,
na dose de duas onças. , º - - - - * *.

Pirtudes, e usos. Anthelminticas; uteis nas affecções


verminosas. , , "; • |- - -

Dose. De duas até quatro onças, duas ou máis vezes


por dia, … … - . . . . . ": ' '

Nº a ESPECIES VULNERARIAS,
** * *- - • |-

R. Folhas de hera terrestre - -

, , — de hypericão. *
*ãa onça meia.
=-7 de agrimonia. . . .
Sumidades de congorça. .
Córte, e misture. |-

Modo de Administração, Em fórma de infusão, a que


sirvão de excipiente duas libras de agoa fervente. Póde-se
ajuntar como correctivo o oximel simples, na dose de
duas onças- … is: º , ) - º - - -

Virtudes, e usos. Nas contusões, feridas recentes, etc.


Dore. De tres até seis onças, duas ou mais vezes por
dia.
• Etheres. +
º
- •
+

NºR. 43Acido
ETHER ACETICO.
acetico concentrado. . R ; lib
- ". . *# .
• -
.

Alcool . . . . . , , , , , ), º "Prº "º" :


Inclua em retorta de vidro, e a banho, de arêa distille
S.A. a calor brando, e graduado. Guarde, o licor obtido
em vasº de vidro bem tapado. •
#Brugnatelli.)… !!
2
( 132 )
Caracteres. Cheiro agradavel de acido acetico, vola
til, inflammavel; sabor picante mui calido, transparente, - *
soluvel em agoa. + + , , : ,
"Modo de prescripção.
apropriadas. ·
Com o assucar ou misturas
· · · • -

Pirtudes, e usos. Excitante. Convém nas febres ner


vosas, disenteria , bexigas, tosse convulsiva, dores.
Dose. Desde hum escropulo até duas oitavas, em al
gumas vezes. . . . .

Nº 44 ETHER MURIATICO. • • •

R. Muriato oxigenado de potassa . * . * onças seis.


Alcool . . . . . . . . . . onças tres.
Inclua em vaso de vidro, e ajunte |-

Acido sulphurico. . . . . . . . onças tres.


Este acido decompõe o sal , e se une á potassa. O
acido muriatico oxigenado, á medida que se combina com
o alcool o etheriza. Concluida a mistura, tapa-se o vaso,
e conserva-se em repouso por algum tempo; decanta-se de
pois toda a parte fuida, inclue-se em retorta de vidro, e
faz-se distillar a calor brando. O licor que passa he o ether
muriatico. (Brugnatelli.) - -

Caracteres. Cheiro fragrante; côr pálida, transparen


te, volatil, inflammave!, sobrenadante na agoa, mais
pezado de todos os etheres; converte-se algumas vezes em
substancia graxa. * * * … … - -

Modo de prescripção. Com o assucar; misturado á agoa


commum, ás agoas aromaticas, aos compostos excitantes.
Firtudes, e usos. Excitante. Convém nas affecções
asthenicas, no movimento desordenado do systema ner
voso, etc. • •

Dose. Desde meio escropulo até duas oitavas, em al


gumas vezes. - +

Nº 45 ETHER NITRICO, " . .


R. Assucar em pó fino . . . . . . onça huma.
Inclua em huma retorta tubulada, e ajunte |-

Alcool purissimo. : . . . ". " , onças tres. "


5. ".
( 133 ) \,

Adapte á retorta hum grande ballão tubulado, que


cubra com pannos molhados em agoa fria. Lute as juntu
ras com hum simples papel, e adapte hum tubo de penna.
Ajunte por vezes pelo tubo da retorta de
Acido nitroso bem concentrado e fu
mante - - - - - - - - - - - onças tres.
Tape exactamente. Formar-se-ha para logo huma es
pecie de effervescencia; a massa se aquece, o assucar se
funde, o alcool se etheriza, e passa do collo da retorta ao
ballão. Quando se elevão na retorta vapores vermelhos,
muda-se o recipiente. (Brugnatelli.) -

Caracteres. Cheiro suave de ether; côr ligeiramente


laranjada mais ou menos carregada; inflammavel; sobre
nadante na agoa; de sabor cálido, aromatico, amargo.
Modo de prescripção. Com o assucar, com as agoas
aromaticas, ou com as misturas excitantes convenientes.
}Yirtudes, e usor. Excitante. Convém nas febres ner
vosas, somnolencia, apoplecia.
Dose. De meio escropulo até duas oitavas, em diffe
renteS VezeS» • • •

N. B. O ether nitrico deve-se confessar, que he hu


RMedicamento perigoso, pela facilidade com que se decom
põe por maior precaução que se empregue na maneira de
o administrar.

Nº 46 ETHER SULPHURICO.
R. Alcool. . . . . . . . . . libra huma.
Inclua em huma retorta, collocada sobre banho de
arêa, e ajunte gradualmente
Acido sulphurico . . . . . . libra huma.
Adapte o recipiente á retorta, deixe em repouso por
vinte e quatro horas; aqueça depois gradualmente a retorta.
Obter-se-ha primeiro hum alcool de cheiro agradavel; de
pois o ether sulphurico, que se reconhece em algumas es
trias, que se formão no collo da retorta. Quasi no fim,
elevão-se vapores brancos, e então deve-se mudar de reci
piente, e moderar o fogo. Estes vapores indicão a forma
ção do acido sulphurico, que associando-se ao ether, dá
(134 )
nascença a huma especie de oleo ligeiro, amarello, co
nhecido pelo nome de oleo doce de vinho. Suspende-se a
distillação. Para rectificar o ether, e privallo do acido sul
phuricó, ou sulphuroso que póde conter, inclue-se em hu
ma pequena retorta com sufficiente quantidade de potassa,
de soda, ou de magnesia ; agita-se a mistura; adapta-se
hum recipiente apropriado ; procede-se á distillação a
banho maria na temperatura de 33 ou 34 gráos de Re:
mur; e o ether se recolhe em garrafa de vidro. Resta na
retorta hum residuo liquido, que he huma mistura de ether,
agoa, e materia oleosa amarella, particular.
Caracteres. Cheiro forte, aromatico, penetrante; sa
bor calido; inflammavel; limpido , muito transparente;
sem côr; ligeiro; mui volatil; sobrenadante na agoa.
Modo de preseripção. Só ou combinado ao assucar,
vinho, gemma de ovó, xarope, mel, etc. No tratamento
da tenia se une aos cozimentos de féto macho, ou a ou
tras composições. … " •

Firtudes. Excitante, diffusivel, antispasmodico, prin


cipalmente contra a ténia ( Rosen, Bourdier; Alibert ),
carminativo: applicado externamente, e cobrindo com a
mão o lugar a que se applica, torna-se estimulante, rube
faciente. * * * - -

Uso interno. Nas febres nervosas, affecções de esto


mago, hysterismo, convulsões asthenicas, ictericia, calcu
los biliares; (com as gemmas de ovos) nas cólicas vento
sas, soluços, tosse convulsiva, syncope, lethargia, cepha
lalgia, micrania habitual; no envenenamento pelos cocu
mellos (combinado com o ammoniaco); na phthisica ca
tharral (Bourdier). Faz-se inspirar vantajosamente em fór
ma de vapôr em certas enfermidades do apparelho respira
torio. Usa-se para este effeito de huma maquina apropria
da: a inspiração do ether faz experimentar ao enfermo bu
ma sensação agradavel de frio no peito, huma diminuição
do dispnea, e da tosse; e depois de 1o ou 15 minutos hu
ma expectoração mais facil. Paarton, que fez muitas ob
servações sobre a acção do ether inspirado na phthisis
florida, vulgarmente chamada consumpção escrophulare,
( 135 )
ajuntou hum escropulo ou meia oitava de folhas de cicuta
pulverizadas a cada onça de ether, e achou que esta mistu
ra. obra como topico com o maior effeito. A inspiração
deve fazer-se tres, ou quatro vezes no dia, por espaço de
hum mez, ou seis semanas. … .. … r. . *{ .
. Uso externo. Applicado sobre as regiões temporaes nas
dores de cabeça chronicas, espasmodicas, rheumatismaes,
cobrindo com a mão por espaço de dois, ou tres minutos hu
ma pequena compressa embebida no ether (Vard): applica
do sobre a região mandibular nas dores de dentes, e de
ouvidos: nas hernias-estranguladas, applicando ao escreto
huma oitava vez. (Eguer, Med. de Duncan.) º º "a
Dose. Desde quarro ate seis gotas, só, ou com assu
car; desde meio escropulo até duas oitavas com outras mis
turas, a tomar
* **
* - -
: "2.2. -
** *
em algumas vezes.
- -
• * }
-

- * * * * * * *
º . "…"
+

: Extractor. , … , - ; ;, º
, ! … - ** - - - -

Nº 47 EXTRACTO DE ALCAGUZ, .
R. Raiz de alcaçuz bem contusa. . . libra huma.
ºii… Agoa commume. (..i….….A. . , º libras seis. *.*
# Sujeite ao cozimento; côe, espremendo fortemente;
deixe o liquido em repouso, para que assentem as fazes;
decante,
• e evapore| -nº
vida ( *):: 20
a banho|-
maria até á- ".";
, litero:21
{ consistencia
"Y … º.º
de |- •

• • • •• … *- - .*. . • • * * * * * * *

. * #:: º Bºm 2… . -- 1; rr , ou º , " "", {


—LXII__ …………— —— * *
• = 7

* (*)"O extracto de alcaçuz n㺠se prepara de ordinario em nossos


dispensatórios pharthaceuticos, mas se emprega commumente o que
nos vem pelo commercio. Como porém venha muito queimado, e im
Pregnado de corpos estranho?, e por isso de gosto desagradavel, con
vem purificallo, e compollo pelo seguinte processo:
R. Extracto de alcaçuz do commercio . . libra huma
Dissolva em o q.b. de agoa, côe; e decante; clarifique com
claras de ovos, e novamente côado, ajunte
Gomma arabia escolhida . . . . . . . onças tres.
Assucar alvissimo . . . . . . . . . onças quatro
*

Côe, e evapore até á consistencia de extracto.


( 136 )
IVirtuder. As que possue a planta , (veja-se Materia
}
Medica.)
Usos. Nas affecções de peito, rins, bexiga ourinaria,
impigens, etc.
Dore. De me io até dois escropulos. }

Conforme o mes mo processo se preparão os extractos


seguintes: -
*-
".
|-

Extractos." }';#rtudes. IDores.

Nº 48 De ARI. Aromatico, es-- … De oito grãos


STOLOQUIA tomacal , incisi até dois escropu
REDONDA vo, emmenagogo. los. …"
… (Raizes.)
N.° 49 De CA Aromatico, es De oito grãos
MOMILLA. tomacal; util nas até dois escropu
(summidades cólicas flatulentas los.
com flores. ) de estomago, af
fecções espasmo "; " |
dicas, hysteria. :: . . : º
Nºso De CAR Aromatico , es … De oito grãos
DO SANTO. * tomacal; proprio até dois escropu
(folhas.) - a facilitar a di ºlos.……. … º
"I -** **
gestão. c , , , ,
N.º ; I De CA Estomacal, an De seis grãos
LUMBA. tiseptico, antife até meia oitava,
(raizes.) bril, antidysente e mais.
rico.
Nº 52 De CAS Tonico, adstrin . De meio até
CA: DE CAR gente ; util nas humi e meio es
VALHO. diarrhéas, e nas cropulo. : " * *
o
hemorragias pul , ;

monares, e uteri 3

|
( 137 )
Extractor. }Yirtudes. Doses.

N.° 53 De CEN Tonico, corro De meio escro


TAUREA borante, estoma pulo até huma
MENOR. cal, anthelminti oitava.
(folhas e sum co, antifebril.
midades flori
das.)
N.° 54 De DIGI Antipieleptico, Da terça rte
TALIS PUR diuretico, anti de hum até mº
PUREA. (fo scrophuloso, tor grão.
lhas.) pente. Util, nas
hemorragias pul
monares, hydro
pesia, etc.
Nº 55 De GEN Corroborante, De meio escro
CIANA. estomacal, antife pulo até meia oi
(raizes.) bril, desobstruen ta.V2.
fCº • -

N.º 26 De TRI #### CStO- - De meio até


OLIO FE macal, febrifugo, dois escropulos.
, BRINO." depurativo do san
. . (folhas.): gue, aperiente,
diuretico , anti
scorbutico. …
Nº 57 De LOS Tonico, corro De doze grãos
NA. ( toda a borante, estoma até hum escropu
planta.) cal, antifebril , lo.
emmenagogo, an
| thelmintico.
Nºsº D-MAR Resolutivo, em De hum escro
ROIOS. ..…! menagogo, discu cropulo até huma
(folhas.) ciente ; util nas oitava, e mais.
affecções catar
- - - -- - - - - - -- . . . . … r.
- ** * * * * * * - -
-raes, nas obstru
* * *
gões, na ictericia.
" … , o , , ,, …

* ** * * * * *
;" - i { "", - |-
- - - - - - -
• S -,
Tom. II. * *
* --- …
* * * * *•
* ** *
c. 1.2 O
* *)"
•••
(138 )
Extractos. |Virtudes. Dores.

NºCIA.
59 De QUA Tonico, corro De seis grãos
* i
borante , anthel até hum escropu
(lenho.) ! mintico, desob lo.
struente; util na
dispepcia, febres
intermittentes, e
continuas, anore
xia , diarrheas,
caquexias, icteri
cia , hydropesia,
anasarca, e em to
das as affecções
atonicas.
N, º 6o De RU Adstringente; De quatro grãos
BIA. Tinctoro util nos fluxos ato até hum escropu
(raiz.) nicos do conducto lo. . . .
intestinal , e nas
hemorragias ato " … - "... :
nicas. -
1 - - !

Nº 6 I De RHA Amargo, esto De meio escro


BARBARO. macal, fortifican pulo até meia oi
(raiz. ) te ; suavemente [a V2 •

purgativo ; util #

· ·· · *

· · · · · · · ·

nas diarrhéas, dy
* *
senterias, affec • * * * * *

ções verminosas,
-C uteflflRS. - -
N. º 62 De SAL Sudorifico acti De seis grãos
SAPARRI tivo, depurativo, -até dois escropu
LHA. los. … ..."
antisyphilitico,am-
tirheumatico.
|-

" .. …
N.º# De ToR Adstringente, fe De quatro grãos
MENTILLA. brifugo, antisepti # hum escropu
(raiz.) co; util para sus O.

pender os fluxos de
ventre, e hemorra
T 4 ... "
gias sanguineas.
(139)
Extractor. - Virtude.r. Dorer.

N.° 64. De SI- Adstringente; De quatro grãos


MARRUBA. | antidysenterico; até hum escrapu
(casca, ) suspende a menor- lo. *"

. * ** rhagia , e fluxos
sanguineos.
N.° 65 De UL- Adstringente; Idem. …
º MEIRO. . util nas hemorrha- *. * ..."

(casca. ) . . ! gias, diarrheas , , , , …


febres intermít
- - . tentes, escrophu- . i . •

* . * . * 1 | las, impi ens, e º … -. . ,


outras enfermida- ** * -

|- des do orgão cu- * . * * *


taneo. *) |
- ** * *

N.º 66 EXTRACTO GOMO-RESINOSO DE QUI


" … NA." , , , , , , . . * * * <?

R. Quina em repizo .. .. . . . . libra huma.


Cubra com alcool de 25 gráos: deixe em maceração
por quatro dias; sujeite á prensa para extrahir a tintura.
A quina será depois cozida em sufficiente quantidade de
agoa para extrahir os principios gommosos. Depois de de
cantado o cozimento, sujeite á evaporação: em vaso sepa.
rado evapore tambem a tintura alcoolica, e a final se mis
turem, etc. · · · * * * * * * * * **

º N.B. Querendo aproveitar o alcool, se póde evaporar


em alambique. Por este processo se obtem hum extracto
sem alteração; o que não acontece em agoa pelos longos
cozimentos, porque a resina se precipita queimada, e faz
o extracto empyreumatico, Convém advertir que quando o
extracto estiver em consistencia de brando xarope, se deve
tornar a decantar, e côar, para separar por este meio o sul
phato de cal, que contém a agoa mediante os cozimentos,
Modo de preseripção. Só, dissolvido em vehiculo con
veniente, ou combinado a outras substancias em pó, em
fórma pilular, ou de electuario, e gº……… •

2
(14o)
Pirtudes.
to efficaz. __ As
. da quina em substancia;
• • i … febrifugo mui •

* Dose. De seis grãos até meia oitava.


Nº 67 EXTRACTO DE GUAIACO. - -

Prepara-se conforme o processo indicado para o extra


cto de quina.
Pirtude, e usos. Sudorífico; diuretico: util na gota,
rheumatismo, hydropesia, e veneno syphilitico. .
Dose. De quatro grãos até meia oitava.
N.º 68 EXTRACTO DE CASCARILHA.
Prepara-se conforme o processo indicado para o extra
cto de quina. , , , , ,
Pirtuder, e usos. Tonico; estomacal: util nas febres
intermittentes, diarrhéa, dysenteria, e lienteria.
Dose. De seis grãos até hum escropulo.
Nº 69 EXTRACTO GOMMOSO DE OPIO.
R. Opio em bruto. . .…. onças duas. •

Córte miudamente, e ajunte , , . ) .


Agoa fervente . . . . . . . ; libra huma: " "
Faça dissolver opio na agoa; côe ainda quente; ajunte
huma libra de agoa distillada fria. Exponha este liquor
por espaço de dois dias ao ar; filtre de novo para em fim
o evaporar a fogo brando, e depois a banho-maria até á
consistencia de extracto. (Dublin.) -

Caracteres. Consistente, de côr escura; sabor, e chei


ro de opio. - - • -

Modo de prescripção, virtudes, usos, e dose. Os do


O OIO.» . •

op N. B. No processo indicado por Mr. Leroux (Ann.


de Chim., tom. XLVI.), para obter o extracto gommoso
de opio, depura-se a solução aquosa do opio com clara de
ovo ; trata-se pelo alcool o extracto brando obtido por
huma suave evaporação para lhe extrahir toda a resina.
Estou porém bem longe de recommendar este processo:
ignorando ainda em que consiste a parte activa deste Me
( 141 )
dicamento, julgo conveniente não o despojar de seus prin
cipios constituintes, seja com a albumina, seja com o al
cool. . * - - •

Nº 2o ExTRACTO DE FUMARIA.
R. Succo expresso de fumaria; ... qualquer quantidade.
Evapore a banho-maria até á devida consistencia... …
Pirtudes, e ufos. Convém na inercia da bilis; e em al
guns casos de obstrucções, e erupções cutaneas. . . . . . , º
Dose. De meio até dois escropulos. … "

Nº 7. ExTRACTO DE SCILLA. . .
R. Cebola recente de scilla . . . . qualquer quantidade.
Contunda em gral de marmore; dilua em sufficiente
quantidade de agoa ; esprema por hum panno. Faça fer
ver o residuo em nova quantidade de agoa, até que esta seja
ligeiramente amarga : reuna o cozimento com o licor da
primeira expressão, e evapore até á consistencia de ex
traCtO. - "… . .

Caracteres. De côr avermelhada; sabor amargo, de


sagradavel.
Modo de {{##
-

Dissolvido em agoa, ou mistu


rado a outros Medicamentos em fórma de pilulas, electua
rio, etc. -

Pirtudes, e uror. Os da scilla.


Dose. De meio até quatro grãos.
Nº 72 EXTRACTO DE CICUTA,
R. Gumo expresso de cicuta ... - qualquer quantidade.
Evapore a calor brando até á consistencia de extracto.
Pirtuder, e usos. Muito recommendado, em fórma
pilular, contra os cancros, e humores scirrosos.
Dose. De meio até quatro grãos.
( 142 )
Nº 73 EXTRACTO CATHARTICO. ………
R. Azebre succotrino . . . . . onças tres.
Polpa de coloquintidas. . . . onça huma.
Escamonea. . . . . . . . . . onça huma e meia.
Pós aromaticos ….". . . . . oitavas duas.
Espirito de vinho tenue . . . . . libra huma.
… …Deixe as coloquintidas em digestão por tres dias; côe
por expressão, e á tintura junte o azebre, e escamonea re
duzidos a pó: evapore até á consistencia de mel espesso,
e então se lhe ajuntem os pós aromaticos; misture exacta
mente, e fórme extracto. (Pinto, Pharm.)
Pirtudes, e usos. Drastico, estimulante. . .
Dose. De dois grãos até meio escropulo. - … :-
*** * * Oximeir. " "…:. . . ":" ." -
-, - f. 2 , : ; • …… : -
** * * * * *
, * * * ** *
* *

Nº 74. OXIMEL SIMPLES. . . . . , ,


* R. Mel optimo . . . . . . .…libra huma.
" Vinagre idem". . . . . . .. onças oito.
Liquide em vaso de barro não vidrado, espumando o
mel; e ferva até á consistencia de xarope.
Firtudes, e usor. Dissolvente dos humores viscosos,
que se adhirem á garganta nas affecções catarrosas, tosse,
asmatica, etc.
cozimentos Entra na composição
vulnerarios, de alguns
expectorantes, etc. gargarejos, e •

Dose. De meia até huma onça para cada libra de co


zimento, ou infusão. - -
- - -

N.° 75 Idem com acido acetico distillado.


R. Mel purificado . . . . . . . . libras duas.
Acido acetico distillado . . . . libra huma.
Ferva a fogo suave em vaso de vidro; ou de barro
não vidrado
xarope. , separando a espuma, até á consistencia de
(Brugnatelli.) • - •

Caracteres.
bor acidulo, Densidade de xarope; cheiro picante;
adocicado. •- -
sa •

Modo de prescripção. Unido a composições aquosas,


cozimentos, infusões, e muitas vezes aos gargarejos.
( 243 )
Pirtudes. Antiexcitante, detersivo, resolutivo. "
Uros. Nas enfermidades esthenicas de peito, princi
pneumonia,nos
palmente catarros, affecções de garganta; na peri
pleuriz- •

Dose. De huma oitava até duas onças, em 24 horas.


N. B. O oximel feito com vinagre distillado he huma
preparação nova, que se deveria designar por hum epitheto
particular, a fim de o distinguir do oximel feito com o vi
magre commum,
dos seus principiostãoconstituintes.
differente do primeiro pela natureza
(Planche.) •

Nº 76. OXIMEL SCILLITICO. |-

. R. Vinagre scillitico . . . . . . . libras duas.


Mel despumado. . . . . . . . . . libras tres.
Ferva
cia de em vaso de barro não , vidrado
xarope. .
até á consisten
|- • •

Yirtudes, e usos. Convém para evacuar os humores


viscosos dos apparelhos respiratorio, e digestivo; he util
na asma, e para resolver certas obstrucções ; promove a
secreção ourinaria. • -

e. De huma oitava até huma onça.


Pilulas. .
N.° 77 PILULAS ALTERANTES de Plumer.
R. Enxofre de antimonio precipitado
. Mercurial doce (muriato mercu- % áa oitavas duas.
rial doce) . . . . . . . .
Triture perfeitamente, e ajunte
Gomma de páo santo - . . . . onça meia.
Xarope de malvaisco. . . . . . . q b.
Fórme S. A. massa pilular para dividir em pilulas de
cinco grãos.
N. B. Cada pilula contém cousa de hum grão de enxo
fre de antimonio precipitado, e outro tanto de mercurio
doce. |- |- * * *
}Yirtudes, e usos. Alterantes, diaphoreticas. Uteis nas
obstrucções das visceras, nas affecções venereas, e cutaneas.
(144)
Dose. De tres pilulas ao principio, duas vezes por dia,
e
até
# augmenta
º .
gradualmente, conforme as circumstancias,
• • -

N. B. Tenho verificado ser esta a generica receita por


que taes pilulas se preparão, na Cidade do Porto, em a Bo
tica de Filippe Duarte da Fonseca, rua do murinho de S.
Domingos, num. 1. Seja-me licito observar , que muitos
Facultativos erradamente se persuadem que estas pilulas,
para serem bem preparadas, devem ter huma côr de casta
nha escura, quando esta côr só póde ser devida ao excesso
do alcali que fica no oxido de antimonio sulphurado (en
xofre dourado de antimonio) por falta de lavagens. Quan
do este ultimo he despojado, jamais póde fazer esta côr;
porque dois saes, ainda com differentes bases, e ambos uni
dos ao oxigeno, nunca se podem decompôr hum ao outro
sem concurso de algum corpo intermediario. " " " .…
N.º 78 PILULAS, MERCURIAES de Parmentier.
R. Mercurio crú . . . . . , ! •

Jalapa em pó. . . . . } áa oitava meia.


Escamonea . . . . . •

Cremor de tartaro (tartrito acidu


lo de potassa). . . . . grãos desoito.
Xarope de ameixas . . . . q.b.
Triture o mercurio com o cremor de tartaro, e peque
na quantidade de xarope; ajunte os pós, e forme S.A. pi
lulas de grãos seis cada huma. º
//irtudes, enas
particularmente usos.
que Nas affecções
acomettem syphiliticas,
o systema osseo. muito •

Dose. De quatro até seis pilulas. Cada huma contém


cousa de hum grão e meio de mercurio.

Nº 79 PILULAS MERCURIAES GOMMOSAS. +


1. ;} C. J. C. … . !!! "… ,, . } . {
- --
*- - - •

R. Mercurio purificado. . . . . oitava huma.…


Gomma arabia em pó . . . . . oitavas duas.
… Triture em gral de pedra ou vidro até á perfeita ex
tinção do mercurio: ajunte
(145 )
Extracto de guaiaco . . . . . oitavas duas.
Mel rosado . . . . . . . q. b.
Fórme S. A. massa pilular para dividir em pilulas de
cinco grãos. N. B. Cada huma pilula contém cousa de
hum grão de mercurio.
Kirtudes, e usos. Nas affecções siphiliticas inveteradas.
Dose. De duas até tres pilulas, huma ou duas vezes
por dia.
N.º 3o PILULAS ETHIOPICAS.
R. Sulphureto negro de mercurio , onça huma.
Sulphureto de antimonio
Resina de guaiaco . . . . áa oitav, quatro.
Extracto de salsaparrilha . . . onça huma.
Porphirize os sulphuretos com a resina de guaiaco;
incorpore
lulas no extraco,
de cinco grãos. e . fórme
. .massa para dividir em pi

Kirtudes, e usor. Antipsoricas; uteis na sarna rebel


de, tinha, impigens, ulceras cacoethicas; e tambem na hy
dropesia, febre quartã tenaz.
: Dose. De duas até quatro pilulas.
Nº 8 I PILULAS SCILLITICAS.
R. Scilla em pó fino. . . . . . grãos oito.
Gomma ammoniaco . . .
Semente de cardarnomo menor
em pó. . . . . . . . áa escropulo hum.
Extracto de alcaçuz .
Xarope commum . . . .. . . . q. b.
Fórme S. A. massa pilular para dividir em pilulas
N.° 24 N. B. Cada huma pilula contém a terça parte
de hum grão de scilla. -

Xirtudes, e usos. Resolventes, aperientes. Usão-se


nas obstrucções das visceras abdominaes , e nas affecções
mucosas do bofe ; na astma humida ; dores nephriticas;
ischuria, e dysuria, hydropesia, ictericia, e febres quartãs.
Dose. De duas até quatro pilulas, duas vezes por dia.
Tom. II, T
• ( 146 )
N.º 82 PILULAS DE CINOGLOSA.

R. Raiz de cinaglosa . . . . -

Semente de meimendro branco äa onça meia.


Extracto gommoso de opio .
Myrra . . . . . . . . . oitavas seis.
# • • • • • ãa oitava huma e meia.

Xarope de cinoglosa. . . . q. b,
Fórme S. A. massa pilular para dividir em pilulas de
grãos quatro cada huma.……
Nº 83 PILULAS BALSAMICAS de Fabre. - _-
…"

R. Bolo de Armenia . , . . . escropulos dois.


Cachu . . . . . . .
Casca de romã em pó . . } áa escropulo hum,

Rhabarbaro em pó . . .
Sangue de drago em pó. . }
áa grãos seis.
Balsamo de cupaiva . . . . . q. b
Fórme massa pilular, para dividir em pilulas N.° 24.
Kirtudes, e usor. Nos ultimos periodos das gonor
rheas, e nos fluxos alvos atonicos. -

Dore. De seis até oito pilulas, duas vezes por dia.


Nº 84 PILULAS PURGATIVAS REFORMADAS
de Fahre. . . . . . . .
R. Jalapa em pó. . . . . . . escropulo hum.
Gomma gutta. . . .. áa escropulo meio.
Aloes sucotrino .
Escamonea de Alep. .
Rabarbaro em pó. .. .. ..
Mercurio doce } áa escropulo hum. •

Canella em pó . . . . . escropulo meio.


Xarope de chicorea composto, q.b. *-

Fórme massa pilular, para dividir em pilulas N.° 24.


. , Kirtudes, e usos. Purgativas; uteis nos ultimos pe
riodos das gonorrheas virulentas, etc.
( 147 )
Dose. Seis pilulas, duas vezes por dia, e se augmenta,
ou diminue a dose conforme o effeito e temperamento do
enfermo.
" • • • Pór,

Nº 85 Pós AROMATICOS.
R. Canella em pó subtil. . . . . onça meia.
Flor de noz moscada . . . . oitavas duas.
Cravo da India . . . . . . oitavas duas.
Gingibre branca em pó. . . . onças duas.
Misture exactamente.
Kirtudes, e usos. Tonicos, estomacaes, corroborantes.
Dore. De seis grãos até hum escropulo, e mais.
Nº 86 Pós AROMATICOS MARCIAES.
R. Limalha de ferro pp. . áa oitavas duas.
Cardamomo em pó . . .
Alumen em pó (sulphato de
alumina. .. . . . . . .. oitava huma.
Gomma arabia pulverizada .
Assucar branco . . . .
}
-
áa oitavas duas.

Misture exactamente. . - •

Pirtudes, e usos. Tonicos, adstringentes; uteis nas


hemoptises incipientes.
# De meio até hum escropulo, suspendidos em
agoa, ou em vinho, duas vezes por dia.
Nº 87 PÓS ANTHELMINTICOS.
R. Coralina de Corsega.
Semente contra . . . } äa oitava huma.
Raiz de féto macho em pó)
Misture, e reduza a pó finissimo.
Kirtuder, e usos. Anthelminticos; recommendados
contra a tenia. • • •

, Dore.
duas Meiadia.
vezes por oitava, suspendidos
T em agoa assucarada, • + "

2
( 1 48 )
N.º 88 PÓS ANTHELMINTICOS de Palacios.
R. Semente de Alexandria . . oitavas duas.
Mechoacam branco . . . oitava meia.
Mercurio doce sublimado . grãos quarenta e cinco
Coralina de Corsega . . . oitava huma.
Macis. . . . . . . . grãos nove.
Pulverize , e misture.
IVirtudes, e usos. Como os precedentes.
Dose. Doze grãos, duas vezes por dia, suspendidos
em sufficiente quantidade de agoa assucarada.
Nº 89 PÓS DE ESTANHO COMPOSTOS.
R. Gomma gutta . . . . . . . grãos oito.
Sal de losna . . . . . . . . grãos vinte.
Estanho pulverizado. . . . . grãos dez.
Raiz da China. . . . . . . grãos dez.
Misture, e reduza a pó finissimo.
Pirtudes, e uros. Como os precedentes.
Dose. Doze até dezeseis grãos, que se administrão
rccolher, se se
suspendido emrepete ou agoa morna
leite, conforme assucarada, á hora de
os effeitos. •

Nº 9o PÓS DE DOWER.
R. Ipecacuanha. . . . . .
Opio purificado . . } áa escropulo meio.
Alcali vegetal vitriolado . . escropulos quatro.
Pulverize á parte, e misture exactamente.
Kirtudes, e usos. Sudorificos, diaphoreticos. Recom
mendados nas inflammações locaes, acompanhadas de gran
de calor e tensão; usados na tosse, e nas affecções catar
raes; nas febres, no Rheumatismo, etc.
Dore. De cinco até doze grãos e mais gradualmente.
Nº 91 PÓS ESTIPTICOS.
R. Gomma kino em pó . . . oitavas duas.
Cato em pó . . . . . áa oitava huma e meia.
Sulphato de alumen . .
branca em
Gingibreexactament
Misture e. pó . . grãos dezeseis. • • O
( 149 )
Pirtudes, e uros. Adstringentes, estipticos. Uteis
nas hemorragias, tanto internas como externas; usão-se nas
febres intermittentes, nas diarrheas atonicas, nas hemorra
gias uterinas, e fluxos alvos. - • -

Dose. De seis até doze grãos e mais gradualmente.


Nº 92 PÓS DE JAMES. , , , , … . . .
R. Antimonio diaphoretico (oxido bran
co de antimonio ) . . . . . . oitava huma.
Tartaro emetico (tartrito de potas
sa antimoniado em pó subtil) .. º grãos dois.
Mercurio doce (muriato mercurial
doce. . . . . . . . . . . grãos seis.
Pulverize, e misture exactamente.
Mirtudes, e usor. Alterantes. Muito recommendados
nas febres, bexigas, sarampo, escarlatinas, affecções de
peito, e nas obstrucções, etc.
Dose. De meio até dois grãos para os infantes; de
dois até seis grãos para os adultos.
N. B. A addição da camphora, e do nitrato de po
tassa augmentão a efficacia destes pós.
Vinhos.
Nº 93 VINHO DE IPECACUANHA.
R. Ipecacuanha em repizo . . . . onça huma.
Vinho branco generoso . . . . libras duas e meia.
- Deixe em digestão por espaço de seis dias, e filtre.
}Yirtudes, e usos. Possue todas as virtudes da ipeca
cuanha. He muito util nas diarrheas renitentes, e nas dy
senterias, administrado com a ipecacuanha em substancia.
Dore. De meia até huma onça, segundo a diathese
morbifica. - -

Nº 94 VINHO CHALIBEADO ou DE FERRO."


… R. Limalha de ferro puro e recente . . onças quatro.
º I Canella contusa ". . . . . . . . . , onça humas"º
Vinho branco generoso .….….…...…libras quatro.

(15o )
Deixe em digestão por espaço de quatro dias em ma
traz de vidro tapado, agitando de tempo em tempo; deixe
clarificar ; decante depois o vinho , e guarde em vaso de
vidro. \

Virtudes, e usor. Excitante permanente, particular;


util na asthenia, pallidez asthenica, e chlorose, etc.
Dose. Ds meia até huma onça, duas vezes por dia.
Nº 95 VINHO QUINADO.
R. Quina escolhida, e contusa . . . onças duas:
Amarelo de casca de laranja .. . . onça meia.
Vinho vermelho . . . . . . lib. duas e meia.
Misture, e inclua em hum vaso, que conservará por
espaço de 24 horas mergulhado em agoa tépida; filtre
depois espremendo o residuo, e guarde para o uso.
Virtudes, e uras. Possue as virtudes da quina ; he
estomacal, febrifugo, tonico, antiputrido, e excita o ap
petite. __ . . . - • • • •

Dose. De duas até quatro onças. " …


N. B. M. Parmentier, e outros respeitaveis A.A. re
commendão com preferencia o vinho quinado, que se pre
para extemporaneamente pela maneira seguinte:
Vinho branco . . . . .. . libras duas.
Alcool de quina (tintura de quina, onça duas.
Misture. •

Xaropes.

Nº 96 XAROPE COMMUM.
R. Assucar puro . .
Agoa commum .
. . .
. . .
} saeres iguaes
partes iguaes.
Clarifique S. A. a beneficio de clara de ovo, e ferva
até á consistencia de xarope. : - -

Nº 97 XAROPE DE ALTHEA.
R. Raiz de Althea . . . ... .. . . . onças seis.
.…… Lave, e córte longitudinal e transversalmente. Ferva
em q.b. de agoa até que, a raiz se faça fexivel nos
dedos, e o liquido seja reduzido a quatro libras: ajunte
( 151 )
Assucar branco . . . . . . .. .. libras quatro.
Clarifique com clara de ovo, e faça ferver até á con
sistencia de xarope. ... * . * * *
Kirtudes, e usos. Adoçante, expectorante; promove
as ourinas, e modera as dores dos rins. -" " ..… "
. Dose. De meia até duas onças, para duas libras de
vehiculo, e só por si. " " __ C. …* >
* …

Nº 98 XAROPE DE SALSAPARRILHA.
R. Salsaparrilha . . . . . . . . libras duas.
Corte longitudinal e transversalmente. Ferva em
Agoa commum . . . . . . . º libras seis,
Até reduzir a . . . . . . . . libras duas.
Côe o cozimento, e ferva a raiz em nova , e igual
quantidade de agoa. eCôe
dos; faça evaporar, de novo
ajunte : ; misture os dois liqui • • • º

Assucar . . . . " .. .
. . . . . . libras seis.…
Clarifique S.A., e ferva até á consistencia de xarope.
}Wirtuder, e uror. Sudorifico, anti-rheumatico ; mui
to usado nas enfermidades syphiliticas chronicas, nos en
gorgitamentos limphaticos, e nas affecções cutaneas.
Dore. De meia até huma onça, em agoa, ou bebidas
apropriadas.
Nº 99 XAROPE DE FUNCHO.
#### com a raiz de funcho, conforme o proces
so que fica indicado para o xarope de althéa.
Kirtudes, e usos. . Aperiente, diuretico, emmenago
go, estomacal. • • • ••

Dore. De meia até huma e meia onça. . . …….……


N.º IoO XAROPE DE LOSNA.
R. Folhas seccas de losna . . . . . ' onças tres.
Agoa fervente . . . . . . . libras duas.
Infunda por seis horas em huma temperatura de 4o
$# Côe, deixe em repouso por espaço de huma hora;
ecante. Ajunte , . . - •

Assucar clarificado . . . . . . . libras quatro.


(152 )
Clarifique S. A. com clara de ovo, e coza até á con
sistencia de xarope. º , e o , ,, , ,, e . "
Yirtudes, e usos. Amargo, aromatico, estomacal,
"vermifugo, emmenagogo. . … * - -

· [. Dose.
• •
De meia até huma e meia

onça. . • • • -

º * ** ** . . "" : - .

Nº 1or XAROPE DE FUMARIA.


R. Suco depurado de fumaria . . …. libras tres.
- Assucar branco em pó. . . . . libras duas.
Faça dissolver, e evaporar a banho-maria; côe.
Kirtudes, e usos. Depurativo; conveniente nas en
fermidades cutaneas, etc. . . . , e -

Dose. De meia até huma onça.


Nº 1oz XAROPE DE LIMÃO. . .
R. Gumo de limão depurado . . , onças dezeseis.
x Assucar. . . . . * .*.* . . ' oncas trinta
Em vaso de barro dissolva o assucar a fogo moderado.
Virtudes, e usos. Refrigerante, antiscorbutico, an
tiputrido; util nas febres, e para acalmar a sede.
Dore. De meia onça até huma e meia.
Nº 1o3 XAROPE , DE CASCA
,
DE LARANJA.
', , ,
R. Amarello de casca de laranjare
centemente seperado do fructo. onças cinco.
º aº Infunda em agoa fervente…..….…. librahuma e meia.
Prolongue a infusão por espaço de doze horas, a ba
nho-mrria, em huma temperatura de 4o a 5o gráos; côe
depois, e ajunte.
Assucar branco .. . . . . . . libras duas.
Continue o cozimento a banho-maria até a consisten
cia de xarope. • • • - •

Virtudes, e usos. Cordial, antiscorbutico, carmina


tivo, e vermifugo. * * * * * — -

Dose. De meia até huma onça só por si, ou em vehi


culo apropriado. º , º •
( 153)
Nº 1o4XAROPE DE CASCA DE CIDRA.
Prepara-se conforme o processo indicado para o xaro
pe de casca de laranja; e possue pouco mais ou menos as
mesmas virtudes.

Nº 1o; XAROPE ROSADO.


R. Flores de rosas seccas . . . . meia libra.
Ajunte agoa fervente. . . . . . libras quatro.
Deixe de infusão por doze horas; côe, e ajunte outro
tanto assucar quanto restar de liquido; faça evaporar a
banho-maria até á consistencia conveniente.
Kirtudes, e usos. Adstringente, usa-se nas hemorra
gias, e fluxos alvos.
Dose. De meia até huma onça.
Nº 1o6 XAROPE DE ROMÁS AZEDAs.
Prepara-se com o çumo expresso de romãs azedas, con
forme o processo indicado para o xarope de limão.
JWirtudes, e usos. Refrigerante, adstringente; util nas
diarrheas, dysenteria, lienteria, e hemorragias.
Dore. De meia até huma onça.
Nº 1o7 XAROPE DE PAPOULAS RUBRAS.
R. Flores recentes de papoulas rubras, libras quatro.
Agoa fervente . . . . . . libras quatro e meia.
Deixe em digestão por huma noite; decante o liquido;
ajunte
Assucar fino . . . . . . . sufficiente quantidade.
Para formar xarope S. A.
Mirtuder, e usor. Emolliente, calmante, anodino;
util nas affecções de peito, tosses, escarros sanguinolentos
Pleurises, e outras enfermidades.
.… Dose. De meia até huma onça.
Tom. II. V
( 154 ) • • ·

Nº ro8 XAROPETDE MARMELOS. "..." … . .

"… Prepara-se com o succo expresso, e depurado de mar.


melos, conforme o processo indicado para o xarope de li.
mão. : : : : :
Pirtudes, eadstringente.
antiscorbutico, usos. Refrigerante,
. . ' .. * cordial,
* * antiputrido,
* * •

Dose. De meia até huma onça.


• .r "i" i.i…, . . . …..… … … . . . . ."
Nº 1o9 XAROPE DE POMOS.……..… s …
º "o - ºr 1 e º . Ao ; einº º esc L = " " …", … º.
e º Prepara-se com o çumo expresso, e depurado de po
mos, conforme o processo indicado para o xarope de limão.
* * * Firtudes,
vezes solutivo. e uros, º Adoçante, expectorante; algumas
... º… * . . •

Dose. De duas oitavas até meia onça pará os infantes,


e de meia até huma onça para os adultos.
, " "X # : ; ; ; ), , ... - ** "AX. r r | 2.
Nº 11o XAROPE DE MANNÁ.
: : :. , , " " …>… ( :", " .. . . . .. …
R. Mamá .….….…." - f. ". . . . . quatro onças.
::: Agos fervente ". . . ... .. huma libra.
Faça dissolver a fogo moderado; côe, e ajunte
Assucar refinado . . . . o duplo do pezo do liquido.
Kirtudes, e usos. Purgativo suave; util na tosse, etc.
Dose. De duas oitavas até meia onça para os infantes,
de meia até huma onça para os adultos. -

Nº I I I XAROPE DE SORVAS, : ,,, ,


, , " " .. . - , ; ;; # …

R. Gumo depurado de sorvas . . libras duas.


Assucar purificado . . . . . . . . . lib. quatro e meia
A fogo brando fórme xarope S. A. . . . . . . . .
Kirtudes, e usos. Adstringente; antiscorbutico; util
para sistir as diarrheas, dysenterias, e hemorragias pulmo
113 TCS. .…....", irr; …?… 21:11 tio o , "c", # 2";
Dore. De meia até huma onça; diluido ém agoa, ou
nos cozimentos apropriados.
• # • •
1. .…..
. .***.
( 155 )
Nº 112 XAROPE DE BALSAMO DE TOLU, e º
(Xarope balsamico.) . i º
+
R. Alcool de 36 gráos saturado de bal- , . -
samo de Tolu , . . . . . . …. oitavas dezoito.
Inclua em hum matraz, e ajunte gradualmente agitando
Agoa commum na temperatura de 1o
gráos . . .. .. . . . .. .. onças dezeseis.
Deixe em repouso por 24 horas, e filtre. •

Faça cozer até ponto de pluma com a menor quanti


dade de agoa possivel
• Assucar optimo. . . . . onças trinta e duas.
. Ajunte a agoa balsamica; agite por hum instante a
mistura
vaso para volatilizar
tapado. o alcool,. .deixe esfriar o xarope em
(Brugnatelli.) A- -

. . . Caracteres. Côr, e tranparencia do xarope commum;


cheiro, e sabor balsamico mui agradavel; miscivel ás agoas
distilladas, com as quaes conserva a sua limpidez.
Modo de administração. Só, ou misturado aos cozi
mentos e infusões bechicas. # !

IVirtudes. Excitante, expectorante, diuretico.


2 - Uso. Nos catarros chronicos, astma, hydropesia.
Dore. De meia até huma onça, duas ou mais vezes
por dia.
*** …………… e .. . .. . ; ; "
Nº 113 XAROPE DE OPIO de Beaumé.
R. Extracto de opio por digestão... oitavas tres.
º 'Agoa commum. . . . . . . . lib. duas e meia.
Dissolva, e ajunte - -

Assucar negro . . . . . . . . . libras quatro.


Clarifique S. A. com duas ou tres claras de ovos, e
coza até á consistencia de xarope. . - , \
* N. B. Cada onça deste xarope contém cousa de dois
grãos de opio. : * * *
|- : '*'; -

= . . Virtudes, e uros. Calmante; suavemente narcorico,


Convém em todos os casos, em que he necessario acalmar
dores tanto internas como externas. * >, , , » * *\
Dose. Desde huma oitava até huma onça. ! … vi "º
V 2.
( 156 )
Nº 114 XAROPE DE RHABARBARO COMPO
STO. . .
R. Rhabarbaro escolhido . . ? ia onça huma e meia.
Folhas de senne limpo . . $
Canella fina. . . . . . . . oitava huma e meia,
Sub-carbonato de potassa . . escropulos dois.
Gingibre - .. .. .. .. . . oitava meia.
Infusão de chicorea . . . onças dez.
— de rosas pálidas . onças quatro.
Assucar branco . . . . . libras duas.
Faça hum ligeiro cozimento do senne com a potassa
em sufficiente quantidade de agoa, e nelle infunda o Rha
barbaro, canella, e gengibre. A parte fórme xarope com
as infusões clarificadas de chicorea, e rosas; no fim do co
zimento, e meio frio, ajunte o cozimento infuso de Rhabar
baro, separado por decantação. - - -

Virtudes, e usos. Purgativo suave, principalmente


util aos infantes; desembaraça do meconio os recem-nasci
dos , e diminue a irritabilidade do conducto intestinak;
destroe os vermes, e obra como tonico. • •

Dose. De huma até quatro oitavas para os infantes, e


até huma e meia onça para os adultos.
#

Nº ris XAROPE DAS RAIZES APERIENTES. * *

R. Raiz de aipo . . .
de funcho . .


de salsa . .
de azevinho
.
.
- } áa onças quatrº.
de espargo. •

Agoa quente . . . libras dez.


Assucar branco . . . . . libras cinco.
Preparadas as raizes, faça-as macerar na agoa por al
gumas horas; ferva depois ligeiramente por espaço de al
guns minutos; côe, ajunte o assucar, clarifique, e fórme
xarope S. A. , :

Kirtudes, e usos. Diuretico, desobstruente; util na


na hydropesia, e nas aréas de bexigas.
( 157 )
Dore. De meia até huma e meia onça.
Nº I 16 XAROPE ANTISCORBUTICO.
R. Folhas de cochlearia . . .
becabunga . . .
Agriões. • • • áa libra huma.
Raiz de rabanos rusticos . .
Laranja amarga . . . . .
Canella . . . . . . . . oitavas quatro.
Vinho branco generoso . . . . libras quatro.
Contunda separadamente as substancias; ajunte o vi
nho , e deixe em maceração por dois dias: distille depois
a banho-maria para obter huma libra de licor espirituoso
aromatico, em que faça dissolver a calor mui suave.
Assucar branco . . . . . . . libras duas.
Côe depois com expressão o residuo da distillação;
deixe assentar, e decante. Ajunte
Assucar branco .. .. . . . . . libras duas.
Clarifique ; côe, e coza áté á consistencia devida.
Cuando estiver inteiramente frio, ajunte ao primeiro xa
rope.
Kirtuder, e uros. Antiscorbutico efficaz ; promove
as ourinas, e o fluxo menstrual.
Dose. De duas oitavas até huma e meia onça.
Nº 117 XAROPE DO COZINHEIRO.
(Sudorifico, antisiphilitico, antirheumatico.)
R. Salsaparrilha cortada . . . . onças trinta.
Agoa . . . . . . . . . libras vinte e duas.
Faça infundir por espaço de 24 horas; ferva depois
até reduzir a sete libras. # tres vezes a mesma ope
ração com a mesma salsaparrilha, do que devem resultar
vinte e huma libras de liquido, que se misturão. Ajunte
Flores de borragem. . . .
Rosas brancas. . . . . .
Senne limpo . . . . . . áa onças duas.
Semente de annis . . . . .
Faça evaporar até á reducção de ametade; ajunte
( 158 )
Assucar. . . . . .. . . áa libras duas.
Mel branco . * . .
• • • • +

Ferva até á consistencia de xarope.


Pirtudes, e usos. Depurativo, mui util nas enfermi
dades siphiliticas, affecções catarrosas, e escrophulosas;
excita o suor. : - -

Dose. De meia até huma onça.


Nº I 18 THERIAGA. CELESTE.
R. Extracto de raiz de angelica .. . )
- — de aristoloquia redonda.
— — de contraherva. . . . . |-

— — de enula campana . . * * *

—- de genciana. . . . . -

de tormentilla.. .. .. . -

—— de valeriana silvestre . > áa oitavas tres.


— — de vincetossico . . . -

{
— — de serpentaria. .. ..
-

de zedoaria . . . .
+ Extratco de folhas de cardo santo
de centaurea menor. -
— — de diascordio . . . ..
Extracto de opio . . . . . . - onça huma.
Resina de cascarrilha
de labdano . . . . .
} ãa oitava huma
* •
Storaque calamita . . . . . oitavas tres.
Myrrha . .. .. .. .. .. .. .. .. oitavas quatro.
Galbano. •

-
º Mastic . .. .. ..
Opoponax ..
.. .. .. .. $ áa oitavas duas. •

• Resina de guaiaco . . . . . oitava huma.


• Camphora . . . . . . . . escropulo hum
Açafrão . . . . . . . . oitava huma.
Castoreo . . . . . . . . oitava meia.
Pós de viboras . . . . . .
Cinabrio de antimonio porphi- äa onça meia.
rizado . . .. .. . . . . \ |-

*#:; * • • … …, # 1
( 159 )
Sal volatil de ponta de veado . } áa oitava huma
—— de succino . . . . e meia.
Ambar gris. . . . . . . . . . , escropulo hum.
Balsamo amarello do Perú liquido. oitavas tres.
Oleo volatil de cravos. . . .
de casca de limão . . . .
ãa gotas doze.
de genebra. . . .
Oleo de succine rectificado . .
Oleo volatil de cardamomo . -
de canella - . . *** … . .
—— de cubebas . . . escropulos dois
—— de macis . • • • • • ' ao todo.
de noz moscada . i fºr,
Pulverizem-se separadamente os balsamos sólidos, as
gommas-resinas, e as resinas; pezem-se para as reunir em
hum só pó. |- -

Depois reduz-se o açafrão a pó, que se conserva á par


te; divide-se a camphora com hum pouco de alcool: pul
veriza-se o castoreo, e as viboras; porphyriza-se o cinabrio
de antimonio; triturão-se no mesmo gral, e juntamente o
sal volatil de ponta de veado, e o sal de succino; tritura
se igualmente o ambar gris. Assim dispostas as substancias
convenientemente, e pezadas, forma-se de tudo hum só pó.
Abrandão-se os extractos a calor de banho-maria; divide
se o açafrão em pó no balsamo do Perú liquido; incorpo
rão-se os pós nos extractos amollecidos pelo calorico; pi
za-se tudo em almofariz de ferro com pilão do mesmo me
tal, até que a massa do electuario pareça bem unida; no
fim se ajuntão os saes, e os oleos volateis. (Morelot.) . . .
Kirtudes, e usos. Cordial, estomacal, antelmintico;
conveniente nos fuxos dysentericos, na tosse inveterada:
he tambem cahnante, e ligeiramente sudorifica. Emprega
se nas enfermidades contagiosas, pestilenciaes; nas febres
malignas; provoca o somno. A dose para uso interno he
desde dois grãos até hum escropulo, em fórma de bolos,
ou pilular, a que, sendo necessario, se dá consistencia pelo
intermedio de alguns pós aromaticos,
Externamente -se applica estendida em panno sobre a
região do estomago abdominal para suster diarreas. *#
( 16o )

PARTE SEGUNDA.
Medicamentos para uso externo.
Agoas compostar.
Nº 119 AGOA ALUMINOSA.
R. Alumen (sulphato de alumina).
Vitriolo branco (sulphato de zinco) } áa onça meia.
Agoa fervente. . . . . . . libras duas e meia.
Dissolva em vaso de vidro, e filtre.
Virtudes, e usos. Adstringente, deseccante. Convém
ara sistir as hemorragias, e para reprimir a fibra muscu
ar das chagas atonicas, particularmente das escorbuticas.
Applica-se
sas de pannoemsustidas
bebida,com
em ligadura
planchetas de fios, ou compres
contentiva. •

• • (º "

N.º 12o AGOA SAPHIRINA. •

R. Agoa de cal .. . . . . . libra huma.


Sal ammoniaco ( muriato de
ammoniaco). . . . . .. . oitava huma.
Verdete (acetito de cobre). . grãos seis.
Misture, e passadas 24 horas côe.
Kirtudes, e usos. Como a precedente, nos casos em
que convem obrar com maior intensidade.
N.º I21 AGOA DE LUCE.
. (Ammoniaco succinado.)
R. Alcool .. .. . . . . . . . onça huma
Alcali volatil fluor (ammoniaco
liquido) . . . . . . . .. onças quatro.
Oleo de succino rectificado. . . escropulo hum.
Sabão. . . . . . . . . . grãos dez.
Faça digerir o sabão, e o oleo de succino no alcool
até que tudo
misture sejão por
dissolvidos;
agitação. depois ajunte o ammoniaco, e •
( 16 t }
Virtuder, e urof. He hum util estimulante contra as
apoplexias, lethargias, sincopes; serve em fricções contra
as picadas, ou mordeduras dos animaes venenosos, où so
bre as combustões recentes.

Alcooler simplicer, e comportos.


Nº 122 ALCOOL ANTIGOTOSO de Pradier.

R. Balsamo de Meca . . . . . oitavas seis.


Quina vermelha . . . . . . onça huma.
Açafrão. - - - - - . . . oitavas quatro.
Salsaparilha . . . . . . , áa onça huma.
Salva. . . . . . . . . f
Alcool rectificado . . . . . libras tres.
Dissolva á parte o balsamo na terça parte do alcool;
faça macerar no restante as outras substancias por espaço
de 48 horas; filtre; misture os dois liquidos, e conserve
em vaso tapado. *

Kirtudes, e usos. Para se empregar este liquor mis


tura-se com duas, ou tres partes de agoa de cal, tendo o
cuidado de bem agitar a garrafa: deita-se immediatamen
re, e em sufficiente quantidade sobre huma cataplasma de
farinha de linhaça, que se applica sobre a parte doente o mais
quente que o enfermo a possa supportar, a fim de chamar,
ou derivar o humor gotoso para os membros a que se ap
plica a cataplasma com o licor.
Nº 123 ALCOOL DE MIRRHA.
R. Mirrha. . . .. . . . . . onça huma e meia.
Alcool de 22 gráos . . . . . libra huma.
Deixe em maceração por oito dias, e depois côe.
PGrtudes, e usos. Excitante, antiputrido. Convém
nas chagas atonicas para excitar a vitalidade da vegetação
muscular; e na caria dos ossos, para promover a sua esfo
liação. Applica-se embebido em planchetas de fios.
Tom. II. X
• ( 162 )
Nº 124 ALCOOL DE MIRRHA COMPOSTO.
R. Mirrha - . .. . . . . .
Cato . . . . . . . } onça huma.
Tintura de balsamo Peruviano. . oitava huma.
Espirito de cochlearia . - } áa onças quatro.
Alcool de 22 gráos . •

Deixe em maceração por quatro dias, e depois côe.


}Yirtudes, e usos. Os mesmos que o precedente ; e
convém com particularidade nas ulceras escorbuticas, tan
to das partes duras, como das moles.
Nº ALCOOL NERVINO.
R. Oleo de canella. l
de cravo . . . . . 3a oitava huma.
de alfazema . . . .
de alambre . . . . . onça huma.
Alcool de 36 gráos . . . . ' onças duas.
Misture S. A. • •

Kirtudes, e usos. Convém para excitar a vitalidade


individual diminuida em alguma parte do corpo humano,
como na paralysia, hemiplegia, impotencia, ect.; nas do
res rheumaticas por atonia, e nos tetanos thraumaticos.
Applica-se emcasos.
urgencia dos fórma de fricção, que se repete segundo a •

Nº 126 ALCOOL DE SABÃO ALCAMPHORADO.


(Linimento saponaceo camphorado.)
R. Sabão, duro raspado. . . . . onças quatro.
Camphora. . . . . . . . onça huma.
Alcool de 25 gráos. . . . . libra huma.
Oleo volatil de rosmaninho .. - onça meia.
Misture o sabão com o alcool até estar bem dissolvi
do; ajunte a camphora, e oleo volatil.
Kirtudes, e usos. Resolvente, discuciente. Convém
(26s)
nos tumores atonicos, nas contusões, depois de passado o
periodo inflammatorio; nas dores rheumaticas chronicas,
e nas motivadas pela falta da circulação dos liquidos. Ap
plica-se em fricções.

Nº 127 ALCOOL DE SABÃO ALCAMPHORADO


OPIADO.
(Linimento de Sabão com opio.)
R. Opio purificado .. . . . . onça meia.
Sabão branco raspado . . . onças tres.
Camphora . . . . . . . . onça huma.
Alcool de 25 gráos .. .. .. .. libra huma e meia.
Oleo volatil de alfazema . . oitavas duas.
Digira o sabão, e opio no alcool por tres dias; côe,
e1111S[Ur2.
ajunte a camphora , e o oleo volatil, agitando bem a •

Virtudes, e uros. Convém nos mesmos casos que o


precedente,
violenta. quando se trata de dissipar a acção dolorosa

N. º I28 ALCOOL ODONTALGICO.

*#
Opio. :. :. :. :. .: :. :. :. h äa oitavas duas.
Canella. . . . . . . . J
Pyrethro . . . . . . . . . oitava huma.
Resina . . . . . . . . . . onça meia.
| _Alcool de 22 gráos. . . . . . .. onças oito.
* Reduza as substancias a pó grosso, e ponha em diges
tão com o alcool por espaço de tres dias; depois filtré. .
Kirtudes, e usos. Convém nas odontalgias putridas,
principalmente na existencia da diathese escorbutica. Ap
plica-se sobre os dentes, e região gengival a beneficio de
huma esponja, ou escova macia ; e conserva-se na caria
dos dentes a beneficio de pelotas de fios. **

X 2
( 164 )
Balsamor.

N.° 129 BALSAMO ANTIARTHRITICO de San


cher.
R. Sabão animal aromatico (*): . onça huma.
Espirito de alfazema rectificado - onças quatro.
Camphora . . . . . . . . oitavas duas.
Oleo essencial de hortelá pimenta
de canella . .
———— de alfazema. .
— de moschada. . áa gotas quinze.
—— de cravo . . .
•- de sassafraz . .
Ether acetico . . . . . . – onça huma.
Faça dissolver a camphora no espirito de alfazema;
triture com o sabão em gral de vidro; ajunte os oleos es
senciaes; deite a mistura em vaso appropriado, e ajunte
o ether.
Pirtuder, e usos. Convém nos rheumatismos chroni
cos, tumores brancos, luxações, etc. Applica-se em fric
ções subre as partes dolorosas, depois de dissipado o estado
esthenico. •

/ Cerotor.

Nº 13o CEROTO SIMPLES.


{ (Ceroto de Galleno.)
R. Oleo de amendoas doces . . libra huma.
Cera branca . . . . . . onças quatro.
Agoa rosada . . . . . . sufficiente quantidade.
Córte miudamente a cera; faça-a liquidar com o oleo
a calor extremamente brando; deixe esfriar; raspe com es
patula de páo, e inclua a mistura em hum gral de marmo

(*) O sabão animal aromatico se prepara com seis partes de


medula de vacca, huma parte de espermaceti, huma parte de oleº
.ºncretº de moschada, e a lixivia de toda caustica.
( 165 )
re; agite até que a massa fique perfeitamente izenta de
grumos. Misture então gradualmente a agoa rosada, e con
tinue a agitar até perfeita encorporação.
Pirtudes, e uros. Refrigerante; convém para acal
mar os ardores, e inflammação das ulceras provenientes de
#º,
e labios
e para amaciar as gretas das mãos, mamilões,

Nº 131 CEROTO CALAMINAR:


R. Pedra calaminar preparada. . äa libra meia.
Cera amarella . . . . . .
Oleo commum. . . . . . . libra huma.
Liquide a cera com o azeite, e em principiando a es
friar ajunte a calaminar mexendo continuadamente.
JZirtudes, e usos. Convém para promover a cicatri
zação das ulceras, sobre as quaes se applica estendido em
panno. Aproveita tambem nas queimaduras, e excoriações,
qualquer que seja a sua causa, depois de dissipada a inflam
maçao.

Nº 132 CEROTO DE CHUMBO.


- (Pomada de saturno.)
R. Vinagre de Saturno (acetito de
chumbo liquido) . . . . onças duas e meia.
Cera branca . . . . . . . onças quatro.
Oleo commum . . . . . . onças nove.
Liquide a cera com o oleo, e em começando a esfriar
ajunte a vinagre de sturno, mechendo continuadamente.
Kirtudes, e usos. Refrigerante, desecativo, e resolu
tivo. Convém em algumas impigens, nas ulceras provenien
tes de combustão, nas frieiras, mas deve-se empregar com
circumspecção por que he repercussivo. Applica-se como o
precedente.
Nº 133 CEROTO DE ESPERMACETI.
R. Cera branca . . . . . . onça huma.
Espermaceti . . . . . . onça huma e meia
Oleo de amendoas doces . . onças oito.
Agoa distillada . . = . . . onça huma e meia
( 166 )
/ … Faça liquidar a calor brando ; deixe esfriar em vaso
de porcelana, agitando continuadamente com espatula, ou
pilão de vidro, até obter massa consistente.
Virtuder, e usos. Convém nas affecções esthenicas da
pelle; nos pequenos tumores dos infantes, e pessoas de
constituição delicada; nas ulceras motivadas por combus
tões, etc. Applica-se hum pouco amollecido a calor brando
no Inverno, e estendido sobre panno de linho.

Emplastros.
Nº 134 EMPLASTRO COMMUM.
- (Diaquilão menor.)
R. Lithargirio
• mivitroso) . . de. chumbo
(oxido . . .se. onças quatro.
Oleo commum. . . . . . . onças oito.
Agoa quente. . . . . . . . q.b.
Faça ferver o oleo com o oxido, juntando-lhe de quan
do em quando huma pequena porção de agoa quente, me
xendo sempre até que o oxido esteja inteiramente unido, e
o todo adquira a consistencia de emplastro.
Pirtudes, e usos. Emolliente, resolvente, maturativo:
usa-se para abrandar os tumores, e sobre as chagas para
lhe embaraçar o contacto do ar. Applica-se estendido em
panno. * * * - - - , ,

Nº 135 EMPLASTRO COMMUM GOMADO.


- (Diaquilão maior.)
… R. Emplastro commum N.° 134. libras duas.
Cera amarella . . . .
f Terebinthina . . . . . áa onça huma e meia.
- Gomma ammoniaco . . .
Galbano . . . . . . . äa onças duas.
Dissolva as gommas em s. q. de acido acetoso;
côe a dissolução, e coza até á consistencia de mel: junte
depois a cera, e terebinthina, derreta a fogo brando , me
xendo continuadamente até á consistencia de emplastro.
( 167 )
, Virtudes, e usos. Emolliente, resolvente, e suppura
tivo em gráo maior que o emplastro commum. Applica- ,
se estendido em panno. * - * * *

Nº 136 EMPLASTRO COMMUM COM RESINA.


(Adhesivo, glutinante.) -

R. Emplastro commum N.° 134 . . libras tres.


Resina amarella . . . . . . . libra meia.
Terebinthina fina . . . . . . onças tres.
Misture a fogo brando. S.A.
Xirtudes, e usos. Adhesivo, glutinante: serve para
manter unidos os labios das feridas, sobre que se applica
estendido em panno, -

Nº 137 EMPLASTRO DE CICUTA.


R. Pez resina. . . .. . . . . . libra meia.
Cera amarella . . . . . . . . orças quatro.
Pez branco. . . . . . . . .
Extracto de cicuta. . . ãa onças duas. . .
Gomma ammoniaco em pó . . . onças duas.
Liquide juntamente as quatro primeiras substancias, e
côe por expressão; ajunte antes de esfriar a gomma ammo
niaca em pó; misture exactamente, e fórme madaleões.
Virtuder, e usor. Resolutivo ; util para desfazer os
humores scirrosos, tumores atonicos, escrophulas; para
abrandar a dureza
ca-se estendido em dos cancros,
panno, e para os resolver. Appli
ou pelíca. •

Nº 138 EMPLASTRO DE CICUTA COMPOSTO.


R. Gumo espessado de cicuta . . ãa onças duas.
de digitalis. .
Mercurio extincto em terebinthina, onças duas.
Gomma ammoniaco . . .. .
|-

* Galbano depurado .
Terebinthina . .
.
.
. . ..
. . .
} áa onça huma.
Emplastro commum . . • onças oito.
( 168 )
Faça liquidar o emplastro a fogo brando ; ajunte o
mercurio, continue a mexer por algum tempo; misture as
gommas, e a terebinthina, e quasi frio ajunte os gumos
espessos.
Kirtudes, e usos. Convém nos mesmos casos que o
precedente, quando se necessita de obrar com maior inten
sidade. He util nas ulceras siphiliticas scirrosas.
Nº 139 EMPLASTRO DE PEZ COMPOSTO.
R. Pez de Borgonha. . . . . . onças quatro.
Gomma ammoniaco. . •

galbano . . . . . áa onças duas.


Semente de mostarda . . . }
áa ança meia.
Camphora . . . . . . .
Oleo de terebinthina. . . . . q.b.
Liquide as tres primeiras substancias; ajunte a mostar
da, e camphora em pó, e a quantidade de terebinthina que
for necessaria para dar ao todo a devida consistencia.
Pirtudes, e usos. Excitante; mui conveniente para
dissiper as affecções da cavidade do thorax, e visceras nel
la incluidas. Applica-se sobre as costas, estendido em pan
no, ou pelíca.
Nº 14o EgºstRo DE EUPHORBIO COMPO

R. Pez de Borgonha. . . . . . onças quatro.


Euphorbio . . . . . . . . oitava meia.
Terebinthina . . . . . . . q.b.
Liquide o pez, e ajunte em pó subtil o euphorbio, e
a quantidade de terebinthina que for necessaria para dar ao
todo a devida consistencia.
Zirtudes, e usos. Estimulante, algum tanto rubefa
ciente. Convem nas dores pleuriticas, e rheumaticas, nos
#
pellica.
astmaticos, etc. Applica-se estendido em panno, ou

( 169 )
Nº 141 EMPLASTRO DE LABDANO COMPOSTO.
R. Labdano . . . . . . . .. . onças tres.
Incenso . . . . . . . . . onça huma.
Canella em pó . • * •

Oleo # de macis. • } ãa onça meia.


Oleo aromatico de hortelã . . ' oitava huma.
Liquide o incenso, e ajunte primeiro o labdano em
brandecido ao fogo, e depois o oleo de macis; misture em
fim a canella em pó, e o oleo aromatico de hortelá, e fór
me emplastro, que se deve conservar em vaso tapado.
}'irtudes, e usor. Convem na debilidade do # y

e de intestinos. Applica-se estendido em panno, ou pelíca


N.° 142 EMPLASTRO ESTOMATICO.
R. Cera amarella . . . . . . onças quatro.
Terebinthina . . . . .…. onças duas.
Tacamahaca . . . . . . onça huma.
Mastic .

Beijoim . •

Storaque calamita… . . .

••

• •
• •


• •

{

áa oitavas seis.

Cravo da India. . . .
Noz moscada . . . •

áa oitavas tres.
Cardamomo menor ". . .
… º Canella . . .* . . . . **

Opio puro . . . . . . . oitavas duas.


Faça liquidar a cera, e terebinthina; côe; quasi frio,
ajunte as mais substancias, que devem ter sido previamente
bem pulverizadas, e de
Oleo essencial misturadas.
hortelã. Depois ajunte. • -

de losna
de coentro.
. . {…
"\} ,
gotas doze.

Malaxe, e guarde em vasa tapado.


Kirtudes, e usos. Applicado sobre o estomago, con
vém nas debilidades deste orgão, para suspender os vomi
tos; applicado sobre o ventre, he util nas diarrheas, nas fla
tuosidades; e em fim, applicado sobre a região do utero,
#*# nas debilidades provenientes do estado de pre
nhez. Usa-se estendido em panno, ou pellíca.
Tom. II. Y
( 17o )
Especier.
Nº 143 ESPECIES AROMATICAS,
R. # seccas de # • •• ••

ummidades de alecrim ... . -4 : --

Folhas e fiores de alfazema . ? * onça meia.


- ———- de losna • • / / -

º Córte e misture. " … " -

Fituder, e usor. Tonicas, excitantes; convém nos


edemas asthenicos, nas contuções, etc. •

, º Modo de applicação. Em fórma de infusão, a que sir


vão de excipiente, duas libras de agoa fervente. Applica-se
embebido em planchetas de fiios, ou compressas de panno,
sustidas com ligadura contentiva. " , -

Nº 144 ESPECIES ADSTRINGENTES.


R. # de romás. . . * .. •

açãs de cypreste. . . .
&##### e , eº, º e
áa onça meia.
de nogueira . . . .. ). .
Kirtudes, e usos. Tonicas, adstringentes; convem
nas grandes affecções edematosas, e para lavar as gangre
nas, Modo

e esphacelos
de }•icação.
por suffocação. ……....
Em fórma de cozimento, a que
sirvão de excipiente duas libras de agoa. Applica-se como
o precedente. |- ... … , , " , "; " " -

N.° 145 ESPECIES EMOLLIENTES.


R. Raiz de althea . . .. ……. # --
- de malvas. .. .. …
Folhas de verbasco … . . áa onça meia.
de parietaria ..…
Córte, e misture. - - \ ,

Kirtudes, e usoss. Emollientes; convém nas inflam


mações esthenicas. … ' . . … . . -

Modo de applicação. Em fórma de cozimento, a que


sirvão de excipiente duas libras de agoa. Applica-se como
o precedente. •• • - - - - - .
( 171 )
?N.º 146 ESPECIES OPHTHALMICAS.
R. Flores de malva .
de sabuga . .
de camomilla. . .
. . .
. .
.
. { •

ãa onça meia.

Folhas e flores de meliloto


Misture. - -

}'irtuder, e usor. Convém nas ophthalmias, e nas


echymoses das palpebras. . ""

Modo de applicação. Em forma de infusão, a que


sirvão de excipiente dúas libras de agoa fervente. Appli
ca-se embebido em fios, ou planchetas sustidas com liga
dura contentiva. -

Linimentor.
- } ; •

Nº 147 LINIMENTO MAGISTRAL.


R. Alvaiade (oxido branco de chumbo) ]
Lithargirio (oxido vermelho de } áa onças duas.
chumbo ) . . . . . . . Já ""
Triture em gral de pedra com sufficiente quantidade
de agoa rosada, por espaço de huma hora, até que a mis
tura fique perfeitamente branca; ajunte -

Oleo de herva moura. . . . . q. b


e Fórme linimento S.A. , " . -

Pirtudes, e usos. Convém no estado esthenico das


hemorroida, e nas combustões motivadas pela polvora in
cendiada, ou pela agoa, e oleo ferventes. Applica-se em
fórma de unções a beneficio da rama de huma penna.
N.° 148 LINIMENTO VOLATIL.
(Oleo ammoniacal.)
R. Oleo de amendoas doces . . . onças duas.
Espirito de sal ammoniaco (al- " .

cali ammoniaco volatil.) . . onça meia. --


Misture em vaso de vidro. • -

Firtudes, e usos. Irritante, rubefaciente. Convém


nas dores rheumaticas, angina limphatica, paralisia, ne
vralgia sciatica, tumores "…?
, tumores atonicos dos
2
( 172 )
testiculos, bubões, odonthalgia rheumatica. Applica-se
em em fórma de unção, ou fricção, cobrindo consecutiva
mente a parte com hum papel pardo.
Meis.

N.° 149 MEL EGYPCIACO.


R. Mel branco . . . . . . . onças quatro.
* Vinagre optimo. . . . . . . , onças sete.
Verde gris pulverizado (oxido
de cobre verde). . . . . . onças cinco.
Faça ferver suavemente em vaso de cobre, agitando
sem interrupção com espatula de páo, até que a mistura ces
se de entumecer, e tenha adquirido côr vermelha; tire do
fogo, e guarde em vaso de louça.
Kirtudes, e usos. Convém para detergir as ulceras,
destruir as carnes fungosas, e para fazer destacar as partes
gangrenadas, depois de limitada a gangrena. Applica-se a
beneficio de planchetas de fios. - -

Nº 15o MEL ROSADO.


R. Petalos seccos de rosas rubras . . libra meia.
Agoa fervente . . . . . . . . . libras tres.
Deixe em maceração por doze horas; côe; e ajunte
Mel puro. . . . . . . . . libras seis.
Kirtudes, e usos. Detersivo, adstringente. Convém
para detergir as aphtas, as ulcerações, principalmente do
paladar, e gengivas; para injectar no interior das fistulas;
para gargarejar em algumas anginas, etc.
Pomadas.
N.° 151 POMADA ALVISSIMA.
R. Cera branca. . . . . • • } áa oitava huma.
Espermaceti. . . . .
Oleo de amendoas doces . . . . . onça huma.
Faça liquidar a banho-maria, e em vaso de barro vi
drado: deite a mistura assim liquida em gral de pedra, e
( vs)
agite continuadamente com pilão de páo, para que se des
fação bem quaesquer grumos. Ajunte •

Agoa distillada de rosas . . . . onça huma e meia.


Triture continuadamente até perfeita encorporação.
Pirtudes, e usos. Emolliente, refrigerante; util nas
combustões, em algumas erupções cutaneas, etc.
Nº 152 POMADA DE GOULARD.
R. Cera amarella. . . . . . . onças duas.
Oleo rosado . . . . . . . libra meia.
Extracto de saturno. . . . . onça huma.
Camphora . . . .. . . . . oitava meia.
Faça liquidar a cera no oleo, e deixe esfriar; triture
em gral de marmore a camphora com pequena parte des
ta pomada; logo que se ache bem dividida, ajunte o resto
da pomada, e continue a trituração até que não appareção
grumos; incorpore
em vaso de louça. então o extraco de saturno, e conserve
- • •

Firtudes, e usos. Refrigerante, resolutiva, funden


te; util nas impigens, e outras enfermidades cutaneas do
mesmo
se deve genero;
usar comporém he repercusiva, e em certos casos
circumspecção. •

Nº 153 POMADA OXIGENADA. *

R. Banha de porco. . . . . . . libras tres.


Acido nitrico puro de 32 gráos . onças tres.
Em vaso de louça, faça liquidar a banha a calor mui
suave; ajunte o acido nitrico pouco a pouco, agitando
vivamente. Conserve a mistura sobre o fogo até á fervura;
deixe esfriar, e conserve em vaso apropriado.
Kirtudes, e usos. Antiherpetica , antipsorica, anti
venerea. Convém nas ulcerações venereas ligeiras; na sar
na; nas ulcerações herpeticas; nas queimaduras; nas ligei
ras inflammações cutaneas pruriginosas. Applica-se em
fricções sobre as partes affectadas, e estendida em panno,
ou pellíca. • •
( 174 )
Póf.

Nº 154. PÓS ADSTRIGENTES.


R. Alumen (sulphato de alumina
Gomma kino . . . . . .) } áa onça meia.
Myrrha . . . . . . •

} -* •

äa oitavas duas.
Incenso . . . • • •

Pulverize separadamente, e misture.


Mirtudes, e usos. Convém para suspender as hemor
ragias sanguineas consecutivas á applicação das sanguisu
as; e as provenientes da atonia dos sólidos, mui particu
armente nas chagas escorbuticas.
Nº Igg PÓS ESTIPTICOS.
… R. Vitriolo branco (sulphato de zinco) .
. . Vitriolo azul (sulphato de cobre) äa oitava hu
Alumen (sulphato de alumina) . . . ma.
, Alvaiade (oxido branco de chumbo)
Terra sigillada. . . . . . . . ) > >
Deseque em cadinho
pois com as outras os tres sulphatos, e pulverize de
substancias. •

JZirtudes, e usos. Convém nos mesmos casos que os


antecedentes
tensidade. , quando se necessita obrar com maior in

Nº 156 PÓS ESCAROTICOS.


R. Pedra hume queimada. . .
Mercurio nitrado rubro . .
} ãa oitava huma.
Misture por trituração. •

Pirtudes, e usos. Escaroticos; convem para destruir


a vegetação fungosa das ulceras.
Nº 157 PÓS DENTIFRICOS.
R. Coral rubro .
Sangue de drago
. .
. .
. . .

} áa onça meia.
Cravo . . . . . . . . . oitavas duas
Ponta deseparadamente,
Pulverize veado calcinada. . . onças duas.
e misture. •

----
( 175 )
Kirtuder, e uros. Convém, e se empregão da mesma
maneira que os seguintes:

Nº 158 PÓS DENTIFRICOS QUINADOS.


R. Quina rubra escolhida . . . onça huma e meia.
Sandalos rubros . . . . . onça meia.
Oleo volatil aromatico de
CT3 VO • • • • • }

de bergamota. . áa gotas doze.


. .
Pulverize
ajuntando a quina,
os oleos e sandalos; mistures exactamente
essenciaes. •

Pirtudes, e usos. Alimpão perfeitamente os dentes,


firmão as gengivas, e dão ao alito hum cheiro agradavel.
Applicão-se ligeiramente em fricções a beneficio de huma
esponja fina, ou escova macia. *

$. < -

Finagres compostos. … … > *'>


----T-7

#
Nº 159 VINAGRE ANTISEPTICo.
(Vinagre dos quatro ladrões.) #
##|
#
R. Summidades recentes de losna
••••=•

•••••••••

——— de
de alecrim

de arruda.
hortelá J}
de salva .
-
-

**
e>
}y ººººsº huma e ?> $ 5
5.

\},-4%

#
Flores seccas de alfazema . -. onças duas.
Alhos . . . . . . 4

Calamo aromatico
Canella • • • • • • ãa oitavas duas.
Cravo . . . . -
Noz moscada . . . •

Vinagre optimo . . . . . . libras oito.


• }
Inclua todas as substancias, preparadas segundo as re
gras prescriptas, em hum matraz; ajunte vinagre: faça di
gerir a mistura a calor brando, em banho de arêa, por es
Paço de vinte, ou trinta dias: côe com expressão, filtre,
e ajunte
Camphora (dissolvida em alcool) . . oitavas quatro.
( 176 )
Pirtudes, e usos. Antiseptico, antiputrido; util nas
epidemias, e nas gangrenas, e tumores atonicos. Applica
se emcontentiva.
dura fricções, e embebido
. em fianelas sustidas com liga •

N.º 16O VINAGRE DE SATURNO.


(Acetito de chumbo liquido.)
R. Lithargirio (oxido de chumbo se
mivitroso) . . . . . . . libra huma.
Vinagre branco . . . . . . . . libras quatro.
Faça ferver a mistura em vaso de barro vidrado até á
perfeita saturação; filtre.
Virtudes. Antiexcitante, debilitante, adstringente, re
percusivo. -

Uro externo. Nas enfermidades cutaneas, combustões,


º inflammações, cancros dos labios, ulceras, fistulas, ti
nha. Mistura-se ás cataplasmas das farinhas resolutivas;
entra na composição dos collyrios para combater a infiam
mação de olhos, na dose de dez até vinte gotas para qua
tro onças de vehiculo aquoso.
Uso interno. Nos casos desesperados de hemorragia
sanguinea , fluxos alvos, diarrheas, dores estenicas; com
hum pouco de opio, a fim de prevenir a grande acção des
te Medicamento sobre o estomago, e intestinos. A dore
he de seis grãos até dose em vehiculo conveniente.
Nº 161 VINAGRE DE MOSTARDA.
R. Mostarda em pó. . . . . . onças oito.
Vinagre optimo . . . . . . libras tres.
Deixe em maceração por espaço de tres dias, tendo o
cuidado de agitar o vaso; decante, e filtre. •

Virtudes, e usos. Excitante, rubefaciente; convenien


te nas paralisias, hemiplegias, e tortura orgica. Applica
se em fricções, e embebido em fianelas, ou em fórma de
cataplasma com a farinha de mostarda, etc.
* ( 177 )
" " . Unguentor. •

Nº 162 UNGUENTO DE ALVAIADE,


@###
branco.) "… .
R. Alvaiade (oxido de chumbo bran
co) - - - - - - -- - - - - áa onças nove.
Cera branca . . . . . . .
Oleo commum . . . . . libras tres.
Liquide a cera no oleo a fogo brando; fóra do qual
ajunte gradualmente o alvaiade, mexendo até esfriar.
Kirtudes, e usos. Refrigerante, deseccativo; util nas
queimaduras, e nas escoriações cutaneas; porém obra como
repercussivo. -

Nº 163 UNGUENTO DE ALTHEA.


a R. Folhas e raizes recentes de althea, libra huma.
. Oleo de linhaça . . . . . . . . libras duas.
} Cera amarella. . . . . . . . . onças oito.
Terebinthina . . . . . . . . onças duas.
Gomma hedra em pó . . . . . onça huma.
Contunda as raizes e folhas em gral de marmore, e
ferva com o oleo em vaso conveniente até extinguir toda
a parte aquosa. Côe, ajunte a cera, e faça liquidar a ca
lor brando: quasi frio ajunte a terebinthina, e gomma he
dra. |- • • • •

J'irtudes, e usos. Emollientes, anodino, e relaxante:


convem muito nas contracções tendinosas, e nervosas; fa
cilita o movimento das ankiloses, etc.

Nº 164 UNGUENTO ANTIPSORICO SIMPLES.


R. Unguento rosado simples. onças quatro. • •

Flor de enxofre (enxofre sublima- -

_. do). . . . . . . . . onças duas.


Oleo essencial de alfazema . . q.b. e
__. para
Misture. cheiro agradavel. . . . . …-
… • **

Tom. II. . . . . . Z .
( 178 )
Pirtudes, e usos. Antipsorico. Usa-se no tratamento
da sarna, e se emprega em fricções alternativas sobre dif
ferentes regiões do corpo. A dore para cada fricção he de
huma até duas oitavas, duas vezes no dia.

…...…. o E.de oi) e # '
Nº 16, UNGUENTO ANTIESORICO COMPOSTO.
N. Unguento antipsorico simples. .. onças oito.
., e o Sal marino decrepitado (muria- , , , , , : :
neto de soda decrepitado) . . . gonça huma.
e… . Alvaiade (oxido branco de chumbo): onça meia."
º Oleo de herva moura ..…………..2 onça huma e meia
Em gral de pedra misture o alvaiade, e sal marino em
pó subtil; triture com o oleo; ajunte o unguento, e con
tinue a trituração, por algum tempo. "→"JOVI : "
Kirtudes, e usos. Como o precedente.
N. B. Durante o uso das fricções com o unguento
antipsorico composto, convém prescrever ao enfermo, de
dois em dois dias, o uso do banho tépido… … … :
cº" * "… . . . . . . . . " ": '
Nº 166 UNGUENTO DE ARTHANITA.… .
R. Succo de arthanita. . . . - 3 libra huma.…
… … —ºr de: pepino silvestre. o - f. º librá meia.… - . . .
- º Manteiga. . . . . * . . . . libra meia, º ":" "
Oleo de lirio. . .. . . . . libra huma. . ' : {
Polipodio • • • . onças duas. ……
º Cera amarella…..….….." . . x onças tres.",
Sagapeno… … ……… … --.*?> 23
|-
34"ai,
Ol avas ..:.*? … • • •

Galbano . . . . . . . . = $ ** oitavasseis.…..
Escamonea . . . .
Coloquihtidas . . .. .*.
Folhas de mezereão . . * >ãa onça meia. º.º •

Aloes succotrino -. . • • •

Euforbio . . . . .….……º
Pimenta longa . . . . . .
Myrrha - . . . . E.….….… :( - - - - - -
Gingibre . . . . . . ... . . áa oitavas duas.
" , " .
* Flores de camomilla . . .- .*. * * * * - -

Camphora . . . . . . . oitavas tres. …


( 179 )
Ferva os sucos, e as folhas de mezercão recentes, e
contusas com a manteiga, e oleo em vaso conveniente, até
consumir toda a parte aquosa. Côe com expressão, e a ca
lor moderado ajunte, e liquide a cera. Pulverize á parte
as outras substancias, á excepção da camphora; misture os
pós, e em gral de marmore encorpore ao unguento. Faça
dissolver a camphora em q.b, de oleo de pepinos silvestres,
e ajunte ao unguento, continuando a trituração por algum
tempo até perfeita mixtão dos pós: guarde em vaso tapado.
N. B. O unguento de arthanita he mui antigo, como
se póde julgar pela natureza das substancias que entrão em
sua composição, algumas das quaes tem pouca disposição
a unirem-se intimamente. Comtudo consegue-se interpol
las humas com outras, procedendo á sua mistura como
fica indicado, e a applicação externa do unguento offerece
menos inconvenientes... . . . . . . . R.
Pirtudes, e usos. Resolutivo, desobstruente. Appli
cado em fricções sobre a região abdominal, promove as
evacuações do conducto intestinal. He conveniente na hy
dropesia ascitica, e anasarca, nos humores escrophulosos,
rheumaticos, etc. - } fº

Nº 167 UNGUENTO BASILICAO. …


(Unguento de resina amarella.) * * **
R. Resina amarella . . . . .
áa libra huma. .
Oleo commum . . . . . - |-
# - |-

Cera amarella , . . . . . . . onças oito.


. Liquide juntamente em vaso appropriado, e côe o
unguento, ….……" . . . ._ - - - - - º " "
Yirtudes, e usos. Digestivo, maturativo, Emprega
se para promover a suppuração dos tumores, e ulceras, prin
cipalmente das consecutivas aos vesicatorios. . . "…
- . . . - , : ,; "… - … * * ** * *
* *

Nº 168 UNGUENTO DE BRIONIA. , , …



R. Raizes
——— recentes de brionia.
engos"- e…( onças
? 'oito.
' .º
… …———— de feto.…. º áa onça huma.
——— de jarro… .:: .: º es" : º 3 a
Z 2
( 18o )
Raizes recentes de scilla . . . onças duas.
Folhas de pepino silvestre. . . , onças quatro.
Oleo comum . . . . . . . ' libras duas.
Cera amarella . . . .. . ". . onças oito.
Contunda as raizes, e folhas; ferva-as depois com o
oleo até consumir toda a parte aquosa, Côe com expressão;
separe o oleo das fezes, e faça nelle liquidar a cera: agite
o unguento até esfriar. ".

Pirtudes, e usos. Resolutivo, desobstruente, antihy



T1OS•
Applica-se em fricções sobre o ventre, e hypocon
*

Nº 169 UNGUENTo DE DIGITALIS.


R. Folhas recentes de digitalis pur-
purea - - -
Banha preparada. . . . . .
- - - - -- } -
áa onças quatro.
-

Contuda as folhas de digitalis em gral de marmore,


e incorpore com a banha: liquide a calor brando, e côe
com expressão; agite o unguento até que esteja perfeita
II]CÍltC fT1O. • . .

Pirtuder, e uros. Excitante, resolutivo; util nos tu


mores escrophulosos, scirrosos, e nas ulceras da mesma
I12 (UTCZ2. # } , ,
• , ,

Nº 17o UNGUENTO ELEMI. … ,,, '


(Balsamo de Arceo.) . . * ,
R. Resina elemi. . . . . . . libra huma e meia.
Terebinthina. . . . . . libra huma e meia.
Cebo preparado . . . . . . . . libras duas.
Banha de porco . . . . . . . libra huma.
Liquide juntamente a fogo brando, e côe o unguento.
para Yirtudes, e usos. Ligeiramente
excitar a suppuração das ulceras. estimulante. Usa-se |- •

N. B. Algumas vezes se dilue huma onça deste un


guento em oito onças de alcool, por meio de huma gem
ma de ovo, e se emprega vantajosamente em fórma de in
jecção nas fistulas, ou ulceras sinuosas.
* * >
( 181 ) -

Nº 171 UNGUENTO EPISPATICO. "


R. Unguento populeão . . . áa onça huma. :
Ceroto simples . . . . .
Cantharidas em pó fino . . . . oitava huma, …
Misture a frio em gral de marmore.
Mirtudes, e usos. Util para excitar e manter a sup
puração das chagas consecutivas á applicação dos vesica
torios; sobre as quaes se applica estendido em panno.
Nº 172 UNGUENTo MERCURIAL.
R. Mercurio . . . . . . .
Banha de porco. . partes iguaes.
. . .
Triture em gral de marmore, até á perfeita extinção
dos mais pequenos globulas mercuriaes. •

Pirtudes, e usor. Antisiphilitico ; obra sobre o sys


tema glanduloso; debilitante. Emprega-se contra as affec
ções venereas, principalmente na enfermidade constitucio
nal; contra as exostoses., e outros tumores venereos; con
tra a hepatite estenica; contra as pustulas, e bubões ve
nereos; , contra a difficuldade de ourinar ( em uncções
sobre o perineo.) • • • • * *

Applica-se em fricções, que o proprio enfermo (sen


do possivel) deve alternativamente, e em dias consecutivos
praticar sobre a barriga de huma e outra perna; passando
do mesmo modo ás faces internas de huma, e outra coxa,
de hum, e outro braço, etc. A dose para cada fricção he
de hum escropulo até huma oitava.
N. B. Ajuntando-se meia onça de camphora a duas
onças de unguento mercurial, obtem-se o unguento mercu
rial camphorado.
Nº 173 UNGUENTO PARA CURAR A TINHA.
r?

R. Carvão de sobro . . .
Flor de enxofre ... . . . } áa onças quatro.
Ferrugem de chaminé . . . onças duas. 2
Manteiga de porco . . . . onças quinze.
\ L"
( 182 )
Depois das substancias pulverizadas em gral de mar
more, misture, e ajunte gradualmente a manteiga, tritu
rando até perfeita combinação. O si. # : ;
Uro. Fomentando a cabeça de tres em tres dias, ha
vando primeiramente a parte enferma em agoa, e sabão.
Nº 174 UNGUENTO ANTHELMINTICO. ,
R. Cera amarella - . . ' .. ……. , onça huma e meia.
Manteiga. " - "... . . . . . . . . onças doze, …
Faça derreter as duas substancias a fogo brando, e
• + * **

quasi frio ajunte ' ' ' , ", JC 2. | … : "..


Pós de losna . . . . . .
— de atanasia . . . . . . } áa oitavas tres
Solução de assafetida em essencia oq .….." .
….…. de terebinthina . . . . . ! … onça huma. .
Uso. Por meio de fricções, ao ventre dos verminosos,
duas vezes por dia. .. ' ' ' ' . .* * *

- !, … -- aº le " .…… ! ! , . "… … …


Nº 175 UEGUENTO DA MADRE TECLA... .
… R. Banha de porco. .….…. .. .. : 'f , , ,
7 Manteiga fresca . .. . … : - : : : :
gº…" • • •• • • áa libra meia.
… º Lithargirio porphirizado (oxido ( , ,A
º, de chumbo semivitrificado)... :: ' . ..

* Oleo commum . . . . . . . . . … onças quinze.


: " Faça liquidar as substancias graxas bem purificadas
em hum vaso de cobre, e augmente o calor até que prin
cipiem a fumar. Ajunte então o oxido de chumbo, agitan
do continuadamente a mistura com espatula de páo, para
que o oxido não se precipite. Quando este se acha bem
encorporado, e o unguento tem adquirido côr parda escu
ra, e sufficiente consistencia, tira-se do fogo, e meio frio
se ajunta a cera em bocados, agitando sempre com a es
patula. Liquidada e incorporada a cera, guarda-se o un
guento em vasos hemisfericos. e… .. … ……… - º

Kirtudes, e usos. Maturativo; accelera a suppuração;


dissipa a inflammação das ulceras. … … , … tº t
• |- J + + • * - " * • #:: ………
+ - ••
/ ( 183 ),
NºR. 126 UNGUENTO NERVINO.…………………..
Espermaceti . . . . . . " … -- * * * * .………
?

čº de carneiro . . . . } aa onças quatro.


Oleo de bagas de louro .. .….… onças oita." ; º.º
. Oleo essencial de hortelã. . hum {
volatil de terebinthina. } áa oitava numa. •

. Camphora . . . . . . . . . . oitavas duas.


Faça derreter a calor moderado o cebo, e esperma
ceti; quasi frio ajunte tres partes do oleo de bagas de lou
ro: dissolva a camphora em gral de pedra na parte restan
te do oleo; ajunte os oleos essenciaes, e misture ao un
guento- - • •

}Yirtudes, e i u for. Excitante, corroborrante. He util


na impotencia por debilidade; contra a paralesia, rigidez.
Em algumas enfermidades abdominaes (em unções sobre o
baixo ventre, e região lombar). . . . { }
-

N.ºs 177 UNGUENTO POPULEÃO. -


|-

. R. Olho de choupo . . . . . . . ' onças oito. "…


- "º Banha - . . . . . i. e.….….… . libras duas. ";" ;
*#: Contunda os olhos de choupo em gral de marmore;
ajunte a banha derretida em vaso apropriado;º conserve a
mistura liquificada a banho-maria por espaço de tres horas.
Decante, e guarde em lugar fresco. … - ) . ": "iti
Kirtudes, e usos. Adoçante, resolutivo: he util nas
hemorroidas, inflammações,
lações, etc. …"…: o . combustões; doresº ...!:de " articu
• • • " .../{ * - - - {

• + - • |- • #". . .

Nº 178"UNGUENTO ROSADO SIMPLES,


R. Banha de porco preparada . . libras duas.
º Agpa rosada . . . . . . . onças tres.…."
# Misture triturando em gral de pedra: liquide depois
a calor mui brando, para que a agoa se separe, assentando
no fundo do vaso. |- •

Kirtudes, e usos. Refrigerante, deseccante; convém


nas erupções cutaneas, e para terminar a cicatrização das
ulceras resultantes das combustões, etc.
Serve principalmente de base a alguns outros unguen
( 184).
tos, principalmente para lhes dar cheiro suave, e commu
nicar-lhes côr agradavel.
Nº 179 UNGUENTO ROSADO COMPOSTO.
R. Unguento rosado simples . . . . onça huma.
Mercurio precipitado branco (mu
riato mercurial por precipitação. oitava huma.
Oleo de alfazema. . . . . . escropulo hum.
Misture. |- … "
Pirtudes, e usos. Como o precedente; util nas eru
pções venereas, e na sarna. : : : : :

Nº 18o UNGUENTO TRIPHARMACO.


...R. Lithargirio porphirizado (oxido - * * *

, _ de chumbo semivitrificado) . . onças seis. -

Oleo rosado . . . . . . . . . onças vinte e seis.


Vinagre . . . . . . . . . libra meia.
Misture em gral de vidro o lithargirio com pequena
quantidade de oleo, e vinagre até que bem se encorporem;
continue a trituração ajuntando pouco a pouco e alterna
tivamente o oleo, e vinagre, até que a mistura fique tão
ligada que não se separe pelo repouso. #

- Virtudes, e usos. Desecativo, cicatrizante; dissipa a


inflammação, e acrimonia das ulceras.
Nº 181 UNGUENTO DE TUTHIA.
R. Tuthia preparada . . . . . oitavas duas.
Manteiga fresca . . . . . .
Unguento rosado simples. . } áa onça meia
Triture em gral de marmore até exacta mistura.
Kirtudes, e usos. Applica-se em torno das palpebras
para deseccar, e dissipar a vermelhidão, e ulcerações ato
nicas dos olhos.
( 185 )
§. IX.

Dos Productos pharmaceuticos Magistraes


para o uso interno.
Chº- productos pharmaceuticos magistraer as
composições formadas para se empregarem no mesmo mo
mento, as quaes se executão conforme as prescripções do
Chirurgião Medico, e não podem ser conservadas sem que se
deteriorem além de hum, ou quando muito de alguns dias.
Os cozimentos, as emulsões, as geleas, as infusões,
os loochior, as misturas, as polpar, os ruccos, as cata
plasmas, e os suppositorios são differentes especies daquel
les productos; todos os outros magistraes, ainda que diver
samente denominados, tem tanta analogia com estes, que
justamente se contão nas suas classes.
Cozimento, extracto liquido aquoso, he hum Medicamen
to líquido que resulta da ebulição de huma, ou de muitas
substancias em hum liquido apropriado, e por meio da
qual este se embebe dos principios mais efficazes dos cor
pos que tem em solução.
O cozimento póde ser simples quando he formado por
huma só substancia, e composto, quando muitas substan
cias entrão na sua preparação. -

Para que os cozimentos sejão bem preparados, he es


sencial observar as regras que se seguem. |-

… 1. Devem examinar-se as substancias que entrão no


cozimento, o vehiculo, o tempo de ebulição, e os vasos
que servem á operação. - # - -

2.° As substancias, de que deve compor-se o cozimen


to, serão cortadas miudamente, mas não reduzidas a pó;
porque neste caso o cozimento sempre ficaria turvo, a pezar
mesmo de ser filtrado; e he essencialmente necessario que
ellas
se tenhão a dissolver
pertendem maior abundancia possivel dos principios que
no liquido. •

3º Quando se faz hum cozimento de vegetaes recen


tes, deve attender-se á sua humidade, que se reputa igual
ao quarto do pezo dos vegetaes; mas se estes são seccos
om. II. Aa
( 186 )
he preciso augmentar a dose em razão da diminuição cau
sada pela deseccação.
Exceptuáo-se desta regra geral as substancias activas,
que servem em doses mais pequenas; assim como as sub
stancias, cujos principios são pouco activos, e cuja quan
tidade deve augmentar-se, segundo a receita do Facultati
vo, ou o uso particular do Medicamento. . . . . .
4.º Nunca nos cozimentos se usa de vehiculo espiri
tuoso, mas sim de hum liquido proprio, capaz de dissolver
completamente as partes extractivas, e de não alterar-se
pela acção do fogo. Não póde determinar-se a quantidade
absoluta de cada hum dos liquidos, porque a sua propor
ção está na razão da quantidade das substancias, e do tem
po da ebulição. -

, , , 5.° O tecido das substancias, que formão o cozimen


to he quem regula o tempo da ebulição.
Os corpos duros, por exemplo, as raizes seccas, os
troncos, as substancias animaes, e outros deste genero,
que com difficuldade cedem os seus principios ao cozimen
to, precisão de huma ebulição longa, e forte : com tudo
se estas substancias passarem por huma infusão preliminar,
os seus principios cederão com muita facilidade por meio
de hum ligeiro cozimento. · : . .. .
As raízes tenras, por exemplo, chicoria e outras, só
precisão de hum quarto de hora de decocção; as cascas, as
sementes, e os fructos nem tanto precisão: se as hervas
forem seccas, basta huma leve fervura ; e muito mais
leve ainda quando forem recentes, ou verdes. . , º
6.º Ordináriamente regula-se o tempo da ebulição
pela quantidade do fluido evaporado, e segundo as regras
#*#* as que vão seguir-se : nos cozimentos dos
enhos, e das raizes basta consumir oito libras de vehicu
lo ; vinte onças para os das sementes; libra e meia para
as hervas verdes; # libra para os fructos; e ultimamen
te duas onças para os das flores, -

He preciso observar com tudo, que não ha razão para


conservar-se o costume de servir-se do cozimento para huma
grande quantidade de substancias; porque os seus princi
( 187 )
pios eficazes extrahem-se muito melhor por huma infusão
simples, que em quasi todos os casos corresponde melhor
ao fim a que se propõe, quando he feita sem o auxilio do
calor.
7.° Estas observações aliàs mui necessarias na pratica
pharmaceutica, devem com tudo ser consideradas como
excepções das regras geraes dos cozimentos.
As substancias animaes que contém pricipios mui so
luveis, e valateis, por exemplo, o caranguejo, devem ser
tão sómente infundidas : as raizes bulbosas soffrem huma
ligeira ebulição.
Alguns fructos acidos, v. gr., os tamarindos; os la
xantes, por exemplo, os mirobalanos exigem da mesma sor
te huma leve decocção. Todas as plantas capillares, as fio
res, e as plantas antiscorbuticas, o alcaçuz, as sementes
das umbellas, todas as substancias aromaticas sejão tron
cos, cascas, ou plantas, os purgantes resinosos como o
rhabarbaro, o senne, e muitas outras desta especie só no fim
do cozimento devem ser infundidos no liquido.
As substancias assucaradas como o manná , devem
ajuntar-se depois de filtrado o cozimento: as raizes, co
mo a quando
senão escamonea, por exemplo,
o liquido está meionão
frio.se ajuntão á decocção •

- 8º Para que o cozimento seja perfeito he preciso que


ferva levemente sem interrupção, e a fogo brando. Os va
sos, em que se fizerem os cozimentos, devem ter tal capa
cidade que o liquido se não possa derramar durante a fer
vura; e sempre compostos de materia que se não deixe pe
netrar pelo liquido, e possa assim communicar-lhe qual
quer principio nocivo (*).

(*) Chama-se caldo ao cozimento das substancias animaes, quan


do está ultimado ; consequentemenre os caldos devem entrar em o
numero dos cozimentos; pois que o processo operatorio he o mesmo
em ambos os productos: o mesmo deve entender-se a respeito da de
cocção dos lenhos, e das folhas. Quanto, as ptisanas nada mais são
do que ligeiros cozimentos que servem de bebida ordinaria; e que sãº
Aa 2
(188)
Emulsão he hum Medicamento liquido, da consisten
cia, e da côr de leite, preparado com as sementes emol
lientes trituradas na agoa, e composta de huma porção de
oleo fixo, de sementes, e huma porção do seu amido sus
pendido no menstruo pela intervenção de hum principio
mucilaginoso proprio a estas mesmas sementes.
Na preparação das emulsões devem observar-se as se
guintes regras:
1.º Descascadas as amendoas, e limpas as sementes
emollientes, contundem-se em gral de marmore com hu
ma pequena quantidade de vehiculo, até que a parte medu
lar das substancias fique reduzida a massa mui delgada, e
fina. Esta massa deve ser depois desfeita em grande parte
de vehiculo, e espremida vigorosamente, passando-a por
coador de panno de linho bem tapado : depois torna-se a
agitar o residuo com o resto do liquido, e côa-se.
Misturão-se depois os dois liquidos, e adoção-se com
huma quantidade sufficiente de assucar, ou de xarope: he
a isto que se dá o nome de emulsão. -

2.° As substancias acidas, e os liquidos espirituosos nun


ca devem servir nas emulsões; porque ella se coalha pelo con
tacto do acido como se fôra de leite; este o motivo por que
só deve empregar-se agoa pura, ou hum fuido aqueo ac
commodado ao uso da emulsão.
3º A quantidade das sementes que servem nas emul
sões varía, segundo os seus differentes usos: o pezo do as
sucar ou xarope he igualmeute indeterminado; pode-se
com tudo observar a seguinte regra geral, que he : huma
oitava da polpa das sementes ordinariamente he para hu
ma onça de vehiculo quando muito; e huma onça de assu
car para huma libra de emulsão.

compostos de hum pequeno numero de substancias. Pelo contrario,


chamão-se apozelmas aos cozimentos em que entra huma grande quan
tidade de substancias, mas todas estas denominações parecem super
fluas, porque o unico nome applicavel a cada hum destes productos
he sem duvida o de cozimento,
( 189 }
4.º Preparão se as emulsões com instrumentos de mar
more, porque os de cobre podem communicar-lhes alguns
principios nocivos. Este Medicamento por mui bem feito
que seja não póde conservar-se sem alteração mais de 24
horas, mui principalmente no tempo, ou em local quente;
mas duplicando a dose do assucar converte-se em xarope,
e então com muita facilidade dura hum anno e mais : hu
ma só colhér deste xarope em sufficiente quantidade de
agoa dá promptamente huma emulsão.
Gelatina he hum Medicamento diaphano, glutinoso,
consistente, tremulo, fluido ao calor, concreto com o frio,
de hum sabor insipido, de natureza mucilaginosa, a qual
se extrahe das substancias vegetaes, e animaes por meio de
hum fluido aquoso.
Dá-se commumente o nome de gelatina ás substancias
mucosas extrahidas das cartilagens, e dos ossos, e conden
çada depois; assim como se chama gelêa á substancia mu
cilaginosa, e assucarada de alguns fructos, em razão da
analogia da sua consistencia com a da gelatina. Chama-se
cóla á substancia mucosa, que se extrahe das partes bran
cas dos animaes, e que se reduz a massa dura e sólida.
1.º Chamão-se mucilagens ás substancias mucilagi
nosas extrahidas das raizes, dos fructos seccos, das cascas,
e das sementes de alguns vegetaes.
2.º Posto que a mucilagem fórme a base das gelatinas
animal, e vegetal, e que se tenha estabelecido certa ana
logia entre estas duas substancias, com tudo, se confórme a
mui ordinaria pratica, se fizer hum cozimento mui demo
rado e longo, para extrahir das materias animaes as partes
mucilaginosas, a lympha mistura-se com a mucilagem, e
a gelêa que he desta sorte preparada, tem tal differença
da gelêa vegetal, que se lhe póde separar gaz azote, e am
II1OI113 CO. ,

Com a gelatina dos animaes convenientemente espessa


se fórmão as chamadas pastilhas de caldo mui usadas nas
viagens de mar, e terra.
3.º O cozimento gelatinoso dos fructos depois de cla
rificado, e perfeitamente
meio de huma côado deve ser engrossado por
ligeira evaporação. •
( 19o )
Para extrahir a substancia gelatinosa das partes duras
dos animaes, he necessario fazer lhes hum cozimento forte:
se para esta operação se servir de hum vaso de estanho ta
pado, de maneira que a evaporização se faça lentamente,
obtem-se com maior facilidade huma gelêa de melhor na
{UTCZ2.
As substancias mucilaginosas dos vegetaes depois de
huma infusão longa e forte, deixão na agoa a sua mucila
gem, sendo levemente cozidas: côa-se então o liquido ain
da quente passando-o por hum panno pouco tapado, o que
dá hum corpo espesso, e glutinoso, que em razão do seu
uso deve ter menos consistencia do que a gelatina.
4." Quando se fazem as gelatinas, cortão-se miuda
mente as partes duras dos animaes: huma onça pouco mais
ou menos destas substancias dá tres onças de gelatina. As
raizes, e os fructos seccos devem ser cortados miudissima
mente: as sementes servem inteiras.
Ainda que algumas vezes haja necessidade de variar a
quantidade das substancias, póde com tudo estabelecer-se a
seguinte regra geral : pouco mais ou menos de huma li
bra destas substancias, e quatro de agoa pura bastão para
fazer duas libras de mucilagem.
5.° As gommas que emanão das arvores espontanea
mente são mucilagens naturaes, que o contacto do ar faz
sólidos. He mui frequente na pratica preparar as mucilagens
pela simples dissolução destas substancias na agoa : a dif
ferente natureza, e o diverso uso das gommas faz variar
a quantidade da agoa da disolução (*).
Infusão he hum Medicamento liquido que se prepara
pela immersão de huma, ou de muitas substancias em hum

(*) As gelèas fazem parte da classe das mucilagens, porque os


principios que se tirão dellas tem huma natureza analoga, além de
não haver a mais pequena differença entre o vehiculo, e processo das
duas. Com tudo como o tecido das substancias animaes he mais ta
# a decocção
OIUC,
das geleas animaes deve ser mais longa, e mais
( 19 ( )
liquido
cipios. apropriado para extrahir-lhe, e dividir-lhe os prin •

A infusão póde ser simples ou composta. Simples,


quando he só huma a substancia infundida; composta, quan
do são muitas as substancias que concorrem a formalla.
As seguintes regras são as que devem praticar-se na
preparação das infusões:
1.° He preciso escolher hum vehiculo no qual se pos
sa dividir perfeitamente a substancia que se pertende ex
trahir. A differente natureza das drogas, e o uso diverso
do Medicamento torna indeterminavel a quantidade do ve
hiculo. Quando porém se pertende haver huma infusão
carregada, quanto he possivel, dos principios dos corpos
infundidos, então he necessario que o vehiculo suba hum
pouco acima da materia infusa.
2.º Para que a infusão seja bem preparada he de ne
cessidade que o contacto entre os corpos, e o vehiculo se
faça de huma maneira mui intima: razão porque se devem
cortar miudamente antes de serem infundidas, as hervas,
as flores, e todas as substancias tenras: as substancias duras,
os lenhos, por exemplo, devem ser contusos, mas não
reduzidos a pó para que a infusão não fique turva.
Se as substancias são mui pezadas, e se pertende hu
ma infusão menos carregada, ou saturada dos seus princi
pios , he preciso mettellas, sem comprimillas, em huma
especie de boneca de panno de linho fino, e suspendellas
no menstruo durante a infusão.
3.º A infusão póde fazer-se pelo calor artificial, ou
sem elle, em maior ou menor quantidade de tempo, se
gundo a maior ou menor facilidade, com que se obtem os
principios das substancias, e com que elles podem alte
Tar-SC. - |

A infusão nunca deve aproximar-se da ebulição, para


que o medicamento
que não se não altere, e se extrahão principios
devião ser extrahidos. •

4.º Os corpos de hum tecido frouxo como as fiores,


e as hervas exigem huma pequena infusão: as substancias
duras, e compactas devem soffrer huma infusão longa, e
( 192 )
forte, e que algumas vezes se approxima da decocção. Es
tes corpos podem de ordinario ser infundidos em vasos
destapados; porém as substancias aromaticas, e antiscor
buticas, assim como todas as que contém principios extra
ctivos, que, combinando-se com o oxigeneo atmospherico,
mudão de natureza, por exemplo, a quina, devem ser infun
dida em vasos tapados.
Finalmente para que a infusão não fique turva, nem
seja desagradavel deve coar-se o liquido sem espremer o
residuo, á excepção de huma ordem contraria do Facultativo,
ou se a coadura he huma simples preparação para a filtra
ção.
Loochio he hum Medicamento denso, quasi da con
sistencia do mel, formado por corpos liquidos condensados
por huma substancia gorda, ou unctuosa, adoçado agrada
velmente com assucar, que lhe dá a necessaria consistencia.
Serve nas molestias de peito.
Mistura he hum Medicamento liquido composto de
diversas substancias liquidas misturadas, que de ordinario
contém saes em solução , e algumas vezes unido a pós,
confeições, substancias oleosas, e outros corpos em doses
differentes, segundo a sua natureza, uso , e ordem do Fa
cultativo (*). • •

Polpa he hum Medicamento molle, da consistencia


das pappas, composto da substancia tenra, e carnuda dos
vegetaes: algumas vezes obtem-se pelo auxilio de hum ca
lor brando,deeagoa:
quantidade quasi sempre desfazendo-a em sufficiente
• *- -

(*) Os Authores dão diferentes nomes ás misturas, segundo seu


Jiverso uso: chamão gargarejo á mistura indicada nas molestias da
boca, e da garganta: julepo á que he destinada ao tratamento das
doenças de peito: injecção á mistura que deve ser introduzida em
alguma cavidade : collyrio á que serve nas doenças dos olhos: crys
teis á que he injectada pelo anus : porém todas estas differenças ac
cidentaes
dos sob onão obstáo
nome a quedetodos
generico estes productos sejão compréhendi
mistura. •
( 193 )
Para se prepararem as polpas com perfeição, he ne
cessario observar os preceitos segintes:
1.º Os fructos seccos, as hervas lenhosas verdes ou sec
cas, as raizes aridas devem ser infundidas e cozidas até se
desfazerem entre os dedos como pappas: depois triturão-se
em gral de pedra com mão de páo; e passão-se por huma
peneira de cabello, cujo tecido seja tapado; e desta sorte se
se obtem polpas bem preparadas.
Quanto ás hervas, a maior parte das raizes, e frutos
recentes, basta para preparar-lhes as polpas, passallos ao
tamiz sem a disposição preliminar da infusão, ou do co
zimento: com tudo segundo as observações de Baumé os
corpos não preparados pelo cozimento são menos mucila
ginosos, e perdem o succo durante a reposição.
2.° As substancias mui succulentas devem por algum
tempo ser expostas ao calor do forno, ou fogão, a fim de
perderem a humidade superflua, e determinallas a huma
combinação mais intima do seu succo com a substancia
mucilaginosa, Limpão-se depois da cinza, tirão-se-lhes as
pelliculas, pizão-se, passão-se ao tamiz, e então se achão
perfeitamente preparadas.
3.° Na cocção das polpas, não he necessario evapo
rar-lhes toda a humidade, mas sómente fazer-lhes perder a
superflua; se depois de passadas á peneira, tem ainda mui
to grande quantidade de liquido, he preciso dar-lhes a ne
cessaria consistencia, no banho-maria; desta sorte são me
nos sujeitas á alteração. Para que as polpas fiquem bem
desfeitas devem passar-se outra vez por huma peneira de
cabello de hum tecido muito mais tapado.
4º A canafistula, os tamarindos, e outros corpos des
te genero hum pouco humedecidos com agoa, e expostos
a hum calor brando, amollecem de sorte que podem ser
passados ao tamiz. Mas diluindo a canafistula emagoa fria
obtem-se hum extracto de huma quantidade mui superior
á polpa. º
Succo, he huma substancia liquida, que se extrahe dos
vegetaes espremendo-os, e que depois se clarifica para ser
vir no uso medicinal.
Tom. II. Bb
(1947)
A preparação dos succos faz-se segundo as regras
seguintes: *- , , . >

1.º Para extrahir os succos dos fructos devem sempre


separar-se-lhes as sementes, e os caroços; e tirar-lhes igual
mente as cascas quando forem mui densas, ou tiverem
abundancia de oleo essencial. Com tudo sendo delgadas não
se devem separar; e os frutos assim preparados deixar-se
hão em maceração por espaço de 48 horas; mas se elles
contém substancias assucaradas, então deixão-se n’hum lu
gar frio, por algumas horas sómente, aliàs ficão menos ex
postos á fermentação. Isto feito, misturão-se com huma
pouca de palha mal cortada, e mui bem lavada, e mettem
se na prensa: he desta sorte que se obtem hum succo abun
dante, e de boa qualidade. Os fructos hum pouco duros
devem ser raspados antes de se metterem na prensa.
2.º Para extrahir hum succo conveniente dos vegetaes
succulentos mui mucilaginosos he preciso macerallos por
algumas horas, e borrifallos com agoa em quanto se con
tundem; mas sendo aromaticos, a maceração he desneces
saria, por serem mui susceptiveis de fomentar, ou alte
1'21r-SC e - -

As raizes glutinosas devem preparar-se da mesma ma


neira que as mucilaginosas, para que facilmente se lhes
possa extrahir o succo.
Para haver o succo aquoso dos vegetaes que os tem
copiosamente, devem pizar-se estes em hum almofariz de
marmore com huma mão de páo, envolvellos em hum pan
no mui tapado, e mettellos á prensa.
Quanto ás plantas lignosas, e acidas, he preciso hu
medecellas com huma pouca de agoa durante a trituração.
4.º Todos os succos devem ser clarificados logo que
forem espremidos, e antes que sirvão, ou se guardem em
repouso. Os succos pouco mucilaginosos apenas são espre
midos clarificão-se côando-os simplesmente sem interme
dio de outra alguma substancia. Os succos acidos separão
se das suas
filtração fezes pondo-os
simples. .. .. em descanço, e clarificão-se pela
- •

Os succos hum pouco mucilaginosos fervem-se pqr al


( 195 )
gum tempo em vasos destapados, e ordinariamente com o
albumen, ou clara de ovo; depois côão-se para ficarem bem
depurados. |-

Quando se espremem os succos das plantas aromati


cas ou antiscorbuticas, he preciso depois submettellos á
acção do banho-maria , em hum vaso de vidro bem tapa
do, e por algum tempo; em esfriando filtrão-se por papel
de filtrar.
5.º A maior parte dos succos antiscorbuticos, e com
particularidade os aromaticos, só devem preparar-se quan
do são pedidos: elles são Medicamentos Magistraes. Achão
se porém alguns, em cujo numero entrão os acidos, que,
por serem menos sujeitos a alterar-se, se prepárão para o
uso officinal.
Todos os succos officinaes, depois de perfeitamente
clarificados, e filtrados, conservão-se excellentemente, pon
do-os em repouso em frascos de vidro de gargalo pequeno:
deita-se-lhes depois huma certa quantidade de azeite, tapão
se exactamente, e guardão-se em lugar subterraneo, e
fresco.
6.º: Em geral os succos devem ser extrahidos das plan
tas quando ellas estão em perfeita vegetação, para que as
suas propriedades medicamentosas se achem nelles copiosa
ImCÍlte» •

O mesmo deve dizer-se sobre a clarificação dos succos,


a qual deve em geral fazer-se pela filtração simples sem
auxilio do calorico.
Cataplasma he hum Medicamento externo, brando,
da consistencia das pappas, formado com as polpas, pós,
e farinhas dos vegetaes, e outros corpos misturados com
substancias liquidas, gordas, ou unctuosas, condensado pela
simples mistura das substancias, e ordinariamente pelo au
xilio de huma ligeira cocção. •

Preparão-se as cataplasmas segundo as regras seguin


teS:
1.º Extrahem-se os principios mucilaginosos, e de
maior efficacia á maior parte dos vegetaes que se destinão
a formar a cataplasma, de "# que as polpas separa
2
( 196 )
das do liquido tenhão deixado nelle toda a sua virtude: esta
operação faz-se pelo cozimento, ou decocção dos vegetaes.
Preparão-se perfeitamente as polpas cortando em pe
quenos pedaços as substancias vegetaes, e fazendo-as cozer
ém pouca agoa, e a fogo brando até que ellas se desfação
entre os dedos, e fiquem como pappas, e então passão-se
ao tamiz.
Quando se lhes misturão pós, ou outra qualquer sub
stancia secca, he necessario desfazellos em sufficiente quan
tidade do residuo do cozimento, e algumas vezes até he
preciso dar-lhes huma leve fervura.
2.º O methodo de Baumé he mais laborioso, e menos
conveniente que o precedente: segundo a sua doutrina, as
cataplasmas devem ser feitas das substancias vegetaes bem
seccas, e reduzidas a pó: póde haver occasião em que este \!
methodo seja util.
3.° As substancias aromaticas bem pulverizadas ou
fundidas, os unguentos, as polpas, e outros corpos seme
lhantes só se misturão quando a cataplasma está prepara
da ; mas se os emplastros entrão na composição das cata
plasmas, mui principalmente os emplastros saturninos, en
tão devem misturar-se pouco a pouco humas, e outras ten
do o cuidado de os diluir primeiro em certa quantidade de
oleo (*).
Suppositorio he hum Medicamento sólido, da consis
tencia do emplastro, quasi da grossura de hum dedo, de
figura conica, e ordinariamente condensado pelo mel, ou
, por outras substancias espessas algumas vezes misturadas
com pós (**).

(*) Dá-se o nome de sinapismo a huma especie de cataplasma


que se applica ás plantas dos pés, e se compõe de substancias acres, #
e commumente de semente de mostarda; sinapi em Latim, etymo
logia de sinapismo: a etymologia não constituindo differença, todos
os sinapismos ficão comprehendidos debaixo do nome geral cataplas
/11/l. -

(*) Fazem-se ourros Medicamentos sólidos que se applicão a diº


ferentes pattes em differentes molestias: tal he hum Medicamento só.
( 197 )
••

S. X.
FoRMULARIO MAGISTRAL.

PA RTE P R I M E IR A.

Medicamentos para uso interno,


Bolos.

Nº 182 BOLOs solUTivos.

R. Riº"… em pó . . .
äa onça meia:
Polpa de canafistula . . . .
Sal cathartico (sulphato de
magnesia) . . . . . . . oitavas duas.
Xarope de chicorea composto. . . q. b.
Em gral de marmore, misture o rhabarbaro com o sal;
ajunte a polpa, e com o xarope fórme massa para dividir
em bolos n.º 4. • • • •

Xirtudes, e usos. Brandamente purgativos; conve


nientes nas affecções hemorroidades, cólicas biliosas, etc.
com Dose. Humbolo,
o intervallo de duasque se repete, sendo necessario;
horas. •

*:
e º rº" . . .

lido destinado a introdnzir-se na vagina; outro igualmente sólido, que


se introduz nas ventas; apezar porém do diverso uso destes Medica
mentos, como a sua manipulação não varía, devem todos ser com
prehendidos n’huma só classe. Exemplº: as méchas para sustentar as
quédas do utero, a que os Francezes chamão Pessaire; e os remedios
Sternuatorios ou Errinos; herrin
: '•
solide dos Francezes. "* º
( 198 )
Nº 183 BOLOS DRASTICOS.
R. Rhabarbaro em pó. . • } áa oitava meia.
Jalapa em pó. •

Cremor de tartaro (tartrito aci


dulo de potassa) . . . . . oitava huma.
Xarope de chicorea composto . . q.b.
Em gral de marmore misture os pós com o cremor de
tartaro, e com o xarope fórme massa para dividir em bo
los n.° 4.
Kirtudes, e usos. Purgativo; conveniente nos mesmos
casos, particularmente quando ha atonia de intestinos prove
niente de temperamento obesso, e na presença das hydro
pesias ascitica, e anasarca.
Dose. Como a dos precedentes.
Nº 184 BOLOS ESTOMATICOS.
R. Açafrão em pó. . . . . . . oitava meia.
Canella pulverizada. . . . . grão dezoito.
Magnesia (carbonato de magnesia) escropulos dois.
Xarope de losna. . . . . . . b.
Em gral de pedra, misture a canella com o açafrão;
ajunte a magnesia,
vidir em bolos n.° 6.e com o xarope forme massa para di
- •

Virtudes, e uros. Absorventes, antiacidos; conve


nientes na azía de stomago, etc. |-

Dose. Humbolo, duas vezes por dia.


M
Nº 18, BOLos ASTRINGENTES BALSAMICOS.
R. Bolo Armenio . . . . . . . onça huma.
# : ; ; ; ; ; : ; } = orça meiº.
Rhabarbaro em pó . . . . ãa oitava huma.
Sangue de drago . . . . .
Balsamo de cupaiva . . . . . . oitavas duas.
. Xarope de losna . . . . . . q.b.
Em gral de pedra, misture o rhabarbaro com o san
gue de drago; depois de alguma trituração ajunte os ou
( 199 )
tros pós, e o balsamo, continue a mixtão, e com o xarops
fórme massa para dividir em bolos n.º 18. |-

Pirtudes, e usos. Convém nos ultimos periodos das


gonorrheas, e nos fuxos alvos, quando se acha inteiramen
te dissipado
da uretra. o estado inflammatorio da membrana mucosa •

Dose. Dois até tres bolos, no espaço de 24 horas.


Nº 186 BOLOS FEBRIFUGOS.
R. Tartaro emetico (tartrito de potassa •

antimoniado) . . . . . . . grãos quatro.


Sal de losma . . . . . { .
Salmoniaco
ammoniaco
) . (muriato
. .. . de
. . ?{
am- áa oitava huma. •

Quina em pó . . . . . . . onça huma.


Xarope commum . . . . . . . q. b.
Em gral de pedra, misture o sal ammoniaco com o
tartaro emetico, e quina; ajunte o sal de losna em pó; con
tinue a mixtão por algum tempo para que o tartaro emeti
co fique bem dividido; e com o xarope fórme massa para
dividir em bolos n.º 12. -

" Virtudes, e usos. Convém nas febres intermittentes, e


remittentes.
Dose.
missões Hum
da febre. bolo, duas ou mais vezes, durante as re
- - - •

Nº 187 BOLOS MARCIAES QUINADOS.


…R. Quina pulverizada . . . . . onça meia.
# em pó . . . . . oitava huma.
e Ferro ammoniacal (muriato am-º *

moniacal de ferro sublimado) grãos doze.


Xarope de losna. . . . . . . . . q b.
Em gral de pedra, misture o rhabarbaro com o ferro;
ajunte a quina, e com o xarope fórme massa para dividir
em bolos n.º 6. , . ,
Mirtuder, e usos. Tonicos; convém nos mesmos ca
sos que os precedentes. : , ;

Dose. Como a dos precedentes, "… … " …


+ • + * -
* .. … . . . . …
(2co )
N. 188 BOLOS ANTHELIMINTICOS. .
R. Farinha de tremoços . . . . oitavas quatro.
- Jalapa em pó. . . . . . . . escropulos quatro,
Calamelanos preparados (muriato
*
.mercurial sublimado) . . . escropulo hum.
Coloquintidas em pó . . . .. escropulos quatro,
Xarope de losna . . . . . . q.b.
. Em gral de pedra, misture os calomelanos com as
coloquintidas; ajunte a jalapa, e farinha ; continue a mix
tão por algum tempo para perfeita divisão dos calomela
nos, e com o xarope fórme massa para dividir em bolos
n.º 12. • • • •

Kirtudes, e usos. Vermifugos; convenientes para de


struir as lombrigas, etc.
JDore. Hum bolo, duas vezes por dia.
Conservar.

Nº 189 CONSERVA ANTISCORBUTICA.


R. Polpa de tamarindos sem assucar . onças duas.
Cochlearia . . . . . . .
Azedas . . . .
Agriões . . . . . . . .
. . . . }
.
äa onça huma,

Raiz de rabanos rusticos . . . oitavas duas.


Amarello de casca de laranja azeda . onça meia.
Alcool de rabanos . . . . . . onças duas.
Assucar . . . . . . . . . . q.b.
Em gral de marmore, contunda a cochlearia, azedas,
agriões, e rabanos; misture com a polpa de tamarindos,
e cascas de laranja ; passe a polpa por cadarço; ajunte º
alcool , e com o assucar fórme conserva. -

Virtudes, e usos. Nas affecções escorbuticas.


Dose. Meia onça, duas vezes por dia, , … …,
Nº 19o CONSERVA SOLUTIVA. , …, a
. . R. Polpa de ameixas . . . . . º libra huma."
Senne em pó . - onças duas. … :•

Semente de anis. . . . . - onça meia- á


Xarope commum . . . , libras duas.
(2o1 )
Em vaso de barro faça ferver o xarope até ao ponto
de pluma; e retirado do fogo ajunte a polpa, e passado al
gum tempo misture os pós, e conserve em vaso de porce
lana. • • • • •

Kirtudes, e usos. Solutiva; muito util nas affecções


hemorroidaes, etc. A dose he de meia até huma onça, hu
ma ou duas vezes por dia, conforme os effeitos.…"
* . * * * * • • - • +

* * |- Cozimentor.….…….… … { < >.

Nº 191 COZIMENTO DE GRAMA. º. "


R. Raiz de grama . . . • • *

.*. * . Cevada perlada . J.) . : ; ás onça huma.


" . Agoa commum . . . . . . libras tres.
Ferva até ficar em . . . . . . . libras duas.
Coado, ajunte xarope commum ... onça huma.
Kirtudes, e usos. Refrigerante; util nas febres inflam
matorias; nas difficuldades de ourinar provenientes da irri
tação dos orgãos ourinarios, e no primeiro, e segundo es
tado das gonorrheas. * * * * * * *

Dose. De quatro até seis onças, duas ou mais vezes


por dia; e se administra tépido. " -

- | , ," . ,, {}, " " . J * ( * . … " "; , ;

Nº 192 COZIMENTO NITRADO. , ,, ,, …


R. Cozimento de grama, ut supra . . libras duas.
Dissolva nitro (nitrato de potassa) escropulo hum.
" Virtudes , e usar. Os do precedente. * *

Dore. Como acima indicado.

Nº 193 co#NTO DE SALSAPARRILHA SIM


' ' - PLES. • • • * * *

R. Salsaparrilha. . . . . . . . . . onças duas.


Agoa commum . . . . . . . . libras tres.
- * * Ferva até ficar em . . . . ..…. libras duas.
. . Coado, ajunte xarope commum . , onças duas.
Pirtudes, e usos. Sudorífico , depurativo, antirheu
matico, antisiphilitico; util nas enfermidades cutaneas, etc.
Dose. Como a do precedente.
Tom. II. Cc
( 2oz )
N.º: 194 COZIMENTO DE SALSAPARRILHA
… , , , º COMPOSTO. 3 # ob …i… . . ....…… .
-- R. Salsaparrilha.….……. > - . . . 20: 2 onças duas.… . . .
Agoa commum . . . . . . libras tres.
-- -- Ferva até ficar em . . . . . = libras duas. ,
Nas ultimas fervuras, infunda º …" , ..
Casca de mezereão. . . . s . . º oitava meia.… tá
Alcaçuz em raspas . . . . . onças duas.
Xarope commum . ":" . . .. onças duas.
Pirtudes, e usos. Os do precedente.
Dose. A do precedente. . * . * . * ..."
… " . " … --
… eº X - - - - - -5 * * * * * * *
Nº 19; cozIMENTO DE GUAIA CocoMPosTO.
-- >:* * #111 - . . . . . ' : [ 'i, 1.", …)". " *>

R. Guaiaco em raspas. . . . . . . 2 onça huma.


Agoa commum.….….…..….….…libras duas e meia.
|- Ferva até ficar em. . . . . ... libras duas.
-i … Nas ultimas fervuras; infundabli a "i" - - .::
# º oi. Sassafras em raspas. . . . -•
a }áa…},onça
#*} meia.
. * …

Alcaçuz contuso. . . .
Coado, ajunte xarope do cozinheiro, onças duas. {
Pirtudes, e usos. Sudorifico mui efficaz, e expecto
rante; excita as ourinas; convém muito na gota, hydro
pesia, e principalmente nas enfermidades venereas.
Dose. Como a do precedente. 95 º riº
AN.º 196 COZIMENTO
RARIO. .
REFRIGERANTE
, - - "… 2
VULNE •

R. Cozimedto de cevada . . . . libras duas.


" Vinagre optimo.….… . . . . . .? äa
2, onça
……. huma.
Mel depurado. $ . . . . .
Nitro (nitrato de potassa)
Misture e dissolva. .
. ., , oitava
, ";
huma… •

Kirtudes, e usos. Refrigerante, vulnerario; convê


niente em todos os casos de fracturas, deslocações, feri
-das, e contusões. " # . "… … ) . .* . .
Dose. Como a do precedente.
-

-- . * ##
(2c3)
Nº 197 COZIMENTO CHICORACEO COM
POSTO.…… -.:: … : : { -

R. Raiz de grama. . ... ... ....


2…, … — de chicorea .
a 2, .….
. } aa onça huma.
- -- . Agoa commum. . . . . . libras tres.
Ferva até ficar em . . . .. . , libras duas. A
Coado, ajunte, e dissolva
Sal de Glauber (sulphato de soda) onça huma. -
Xarope de chicorea composto.. onças duas.
Pirtudes, e usos. Refrigerante, e solutivo; convém
nas febres
Dore.ardentes,
Como a doe gastricas,
precedente.ou biliosas. • •

. • " * * • - • f • : , #

Nº 198 COZIMENTOS DE ABUTUA COMPOSTO.


R. Abutua (parreira brava) . . . onça meia.
Agoa commum. ". . . . libras duas e meia.
Ferva até ficar em . . . . . libras duas.
Ajunte uvavursina. . . . . .
Bagas de espina cervina . .
} ia onca meia.
aa onça meia..
Continue a fervura por algum tempo; côe com expres
são; decante, e ajunte •

… Espirito de nitro doce (alcoolni


trico) . . . . . . . . oitava huma.
Terra foliada de tartaro. (acetito # . " -

de potassa), . . . . . . . . oitava meia.


_Xarope das raizes aperientes . . . onças duas.
Mirtudes, e usos. Diuretico efficaz; muito convenien
te nas hydropesias thoracica, ascitica e anasarca; nas enfer
midades do figado, e nas obstrucções; no calculo da be
xiga, etc. . . + • • • - * #* ** * * ,* [* #

Dore. Como o precedente.


e

*<
Nº 199 COZIMENTOS
|-
DE . TAMARINDOS
POSTO... ..... – . . . . . . .
COM
R. Tamarindos (em rama)..….. º R. => ___. •

Raiz de chicorea". ..….? aa onça huma. }


Agoa commum. . . . . . libras duas e meia.
Ferva até ficar em . . . . . libras duas.
Cc 2
(2O4 )
Ajunte manná . . . . . . . . onça huma. "."
Dissolva sal polycresto (sulpha-1 * * *
to de potassa) . . . . . . . .. tonça huma. "
Pirtudes, e uros. Refrigerante, laxativo; convém nas
febres gastricas, ou biliosas, nas affecções hemorroidaes,
etc. Dose. Como a do precedente.
Nº zoo cozIMENTO BRANCo SIMPLEs.
R. Ponta de veado em raspas . . onça huma.
Gomma arabia . . . . . . oitavas duas.
Agoa commum . . . . . . libras tres.
Ferva até ficar em . . . . . libras duas.
Coado, ajunte assucar pp. . . onças huma.
Pirtuder, e usor. Involvente; convém nas diarrheas.
principalmente dos infantes, na declinação das dysenterias,
e na irritação da membrana mucosa dos intestinos prove
niente do uso dos purgantes drasticos, ou de algumas sub
stancias venenosas. • -

Dose. Como a do precedente.


N.º 2OI COZIMENTO BRANCO COMPOSTO.

R. Raiz de tormentilla. . . . ---- •

de consolda maior... .. ..." } ía onça meia


Gomma arabia. . . . . . . .. oitavas duas.
Agoa commum . . . .. . .º libras tres.
Ferva até ficar em . . .. . . libras duas.
Nas ultimas fervuras, ajunte -

Canella contusa . . . . . . oitava huma.


Ponta de veado calcinada em pó - onça, meia.
Assucar branco pp. . . . . . onça huma.
Pirtudes, e usos. Adstringente; convém nas diarrheas,
dysenterias e lientherias; he util nos fluxos alvos, e nas
gonorrheas por atonia, etc. , ,
Dore. Como a do precedente. , ,
( 2o5 )
Nº 2O2 COZIMENTO PEITORAL SIMPLES.
R. Raiz de althéa. . . . . . . onça huma.
Agoa commum . . . . . . libras tres.
Ferva até ficar em . . . . . libras duas.
Infunda alcaçus contuso . . . onça meia.
Coado ajunte mel pp. . . . . onças duas.
Xirtudes, e usos. Bechico, expectorante; convenien
te nas affecções catarrosas de bofe, e nas anginas de igual
natureza. Dose. Como a do precedente.
Nº 2o3 COZIMENTO PEITORAL COMPOSTO.
R. Cevada perlada . .
Pomos seccos . . . . . . .
passadas sem semente -
äa onça meia.
Uvas
Ameixas seccas sem caroço . }
Agoa commum . . . . . . libras tres.
Ferva até ficar em . . . . . libras duas.
Coado, ajunte
Xarope balsamico • } äa onça huma.
Oximel simples .
Pirtudes, e usos. Bechico e expectorante nas affec
ções catarrosas de bofe, e nos pleurizes, peripneumonia,
sarampão, e escarlatina, etc.
Dose. Como o precedente.
Nº 2o4 COZIMENTO PEITORAL DIAFORETICO.
R. Pomos seccos . . . . . } áa onça meia.
Ameixas seccas sem caroço .
Cevada perlada . . . . . . onça huma.
Agoa commum . . . . . . . libras tres.
Ferva até ficar em .. . . . . libras duas.
Coado, ajunte
Arrobe de sabugueiro . . . . oitavas seis.
Xarope commum . . . .
de althéa. } áa onça meia. •

Espirito de minderer (acetito


ammoniacal . . . . . . onça meia
(206)
Pirtudes, e usor. Bechico, expectorante, e diaphore
tico; convém nos mesmos casos que o precedente, e so
bretudo quando importa relaxar a demasiada tensão do or
gão cutaneo. - • , , !

Dose. Como o precedente.


Nº 2o; COZIMENTO DE MUSGO SIMPLES.
R. Musgo islandico . . . . . …. onça huma.
Agoa commum . . . . . . libras tres.
Ferva até ficar em . . . . . . ' libras duas.
Coado, ajunte -

Mel depurado. . . . . . * } áa onça huma.


Xarope commum. . . . .
Kirtudes, e usos. Tonico, involvente, expectorante;
convém nas affecções catarrosas de bofe, phtisicas pul
monares, etc.
Dose. Como o precedente. . . "

Nº 2O6 COZIMENTO DE MUSGO COMPOSTO,


*
R. Musgo islandico. . . . . . oitava s seis.
Quina em pó. . . . . . . onça meia.
Agoa commum . . . . .. . libras tres.
Ferva até ficar em . . . . .. libras duas.
Coado, ajunte xarope balsamico. onça huma.
Kirtudes, e usos. Os mesmos que o precedente, com
augmento da propriedade tonica.
ore. Como o precedente.
Nº ao7 COZIMENTO DE QUINA SIMPLES.
R. Quina em pó. . . . . . ' . onça huma.
Agoa commum . . . . . . …libras tres.
Ferva até ficar em . . . . . . libras duas.
Côe. • • -i …… * ** …
** * *

Virtudes, e usos. Tonico, antifebril; convém no es


tado atonico do estomago, e conducto sintestinal consecu
tivo ás febres gastricas ou biliosas, e ás febres typhoideas.
Dore. Como o precedente. . . . ….……
(2o7)
Nº aos COZIMENTO
".
DE QUINA COMPOSTO. • - -

R. Quina, contusa * - - - - - - onças duas.


Agoa commum . . . . . . . libras tres.
Ferva até ficar em .….… . . . libras duas.
Nas ultimas fervuras, infunda
º "Raiz de serpentaria em pó . . onça meia.
Casca de laranja azeda . . . oitavas tres.
Deixe em digestão por quatro horas; côe, e ajunte
Alcool de canella . . . . . . onças duas.
Kirtudes, e usos.
febres adynamicas, etc. Tonico, antifebril; conveniente nas •

Dose. Como o precedente.


Nº ao COZIMENTO
RADO. DE QUINA CAMPHo.
R. Quina optima contusa . . . onça huma e meia.
Serpentariasilvestre
Valeriana

virginiana

. . . . ãa oitavas treS•

Agoa commum . . . . . . libras tres.


Ferva S. A. até ficar em . . . libras duas.
Coado, ajunte -

Julepo camphorado acetoso .. - onça huma.


Agoa de canella simples .. .. ) - •

A# de canella . . ? aa … onça meia.


Xirtudes, e usor. Tonico , antifebril ; conveniente
nas febres typhoideas, etc. -

Dose. Como o precedente.


N.º 21o COZIMENTO DE SIMARRUBA - COM
POSTO. •

R. Simarruba. . . . . .
Angustura. . . .
Raiz de tormentilla. áa onça meia.
Consolda maior . •.

Agoa commum . . . . . . libras tres.


Ferva até ficar em . . . . . ' libras duas.
Coado, ajunte
-} * ** * *
(zo8 )
{
Xarope rozado simples. . . . ãa onça huma.
Commum . • •

IVirtudes, e usos. Adstringente efficaz; conveniente


nas diarrhéas, dysenterias, e lientherias, etc.
Dose. Como o precedente.
N.º 2 II COZIMENTO DE RABANOS COMPOSTO,
R. Raiz de rabanos . . .
— de labaça . . . . } áa onças duas.
Agoa commum . . . . . . libras tres.
Ferva até ficar em . . . . . libras duas e meia.
Ajunte
Becabunga . . . . . . ….…
Cochlearia . . . . . . . ãa oitavas tres,
Mastruço . . . . . . . 1

Continue a fervura até ficar em . , libras duas.


Coado, ajunte mel . . . . . onças duas.
}Yirtudes, e uros. Diuretico, desobstruente; mui con
veniente nas affecções escorbuticas, na ictericia, etc.
/
Dore. Como o precedente. /

Nº 212 COZIMENTO DE ENULA COMPOSTO,


R. Enula campana . . . . .
Fumaria . . . . . . . } ãa onça huma.
Agoa commum . . . . . . . libras tres.
Ferva até ficar em . . . . . libras duas.
Xarope commum • • • onças duas.
Kirtudes, e usos. Aperiente, fundente, refrigerante,
diluente, depurativo; mui util nas enfermidades cutaneas,
escorbuto, ictericia, obstrucções das visceras abdominaes,
e affecções melancolicas.
Dose. Como o precedente.
Nº 213 COZIMENTO DE LABAGA COMPOSTO.
R. Raiz de labaça . . . . . . .
Salsaparrilha. . . . . . ãa onça huma.
Agoa commum. . . . . . . libras tres.
Ferva até ficarem. . . . . , libras duas.
"Coado, ajuntexarope de fumaria. onças duas.
(209 )
Pirtudes, e usos. Depurativo, eccoprotico; util nas
enfermidedes da pelle, etc.
Dose. Como o precedente.
Electuario. -

Nº 214 ELECTUARIO ANTIHEMORROIDAL.


R. Manná dissolvido em q.b. de agoa - onças duas.
Cremor de tartaro (tartrito aci- -

_, dulo de potassa) . - • •
onça meia.
Flor de enxofre (enxofre subli
mado) . . . . . . . . . oitavas tres. •• • •

Xarope de Rhabarbaro. . . . . . q.b. -


Em gral de marmore, misture o cremor de tartaro,
eelectuario.
fior de enxofre; ajunte o manná, e com

o... xarope
, !
fórme•

Yirtudes, e usos. Brandamente purgativo; util nas af


fecções hemorroidaes, asthenicas, etc. . . . . . .
Dose. Duas oitavas, duas ou mais vezes por dia, con
forme as circumstancias. . . , . -

Nº as ELECTUARIO ANTIDYSENTERICo.
R. Kino em pó . . . . . . . . oitavas tres.
Gomma arabia. . . . . . . . . onça meia.
- Alumen em pó ( sulphato de alu- •

mina) . . .. .. .. .. . . . escropulos dois.


Raiz de tormentilla em pó. . .. oitavas tres.
Xarope de sorvas. .. . . . . . q.b.
Em gral de marmore, misture o kino, e a alumina;
depois de algum tempo de trituração ajunte a gomma ara
bia, e tormentilla; com o xarope fórme electuario.
Kirtudes, e usos. Adstringente; util nas diarrhéas,
dysenterias,
nicas. lientherias, fluxos alvos, e gonorrhéas
* • - - … . . . . … \asthe
- - - - •

Dose. Como a do precedente. .


Tom. II. Dd• * * *
( zro )
Nº 2.16 ELECTUARIO FEBRIFUGO.
R. Quina amarella em pó. . . . . onça huma.
Flor de camomilla em pó . . oitavas tres.
Sal ammoniaco (muriato am
moniacal) . . . . . . . oitavas tres.
Xarope de casca de laranja . . q.b.
Em gral de pedra, misture o sal com a camomilla; {
ajunte a quina, e com o xarope fórme electuario.
Pirtudes, e usos. Tonico; conveniente nas febres in
termittentes, e remittentes, etc. •

Dose.
º missões Duas
da febre. oitavas de hora em hora, durante as re

Nº 217 ELECTUARIO DE QUINA SOLUTIVO.


R. Quina em pó subtil. . . .
- Rhabarbaro em pó . . . .
Sal cathartico amargo (sul áa onça meia.
phato de magnesia). . .
Xarope de chicorea composto ... q.b.
Em gral de pedra, misture o Rhabarbaro com o sal;
ajunte a quina, e com o xarope fórme electuario.
Kirtudes, e usos. Os mesmos que o precedente, nos
casos, em que se acha indicado o promover as evacuações
alvinas.
Dore. Como a do precedente.
Nº 218 ELECTUARIO DE QUINA COMPOSTO.
R. Quina optima em pó. . . . . onça meia.
Sal ammoniaco (muriato a m
moniacal)
Serpentaria . . . em. pó
virginiana .. . oitavas duas

ãa oitavas duas.
Valeriana silvestre em pó .
Flores ammoniacaes marciaes (mu
riato ammoniacal de ferro su
blimado) . . . . . . . oitava huma.
Amarello de casca de laranja pp.. oitavas duas.
Xarope de losna . . . . . . q.b.
Em gral de vidro, misture o sal ammoniaco com aº
(211 )
flores marciaes; ajunte a serpentaria, e valeriana; continue
a trituração por algum tempo, ajuntando depois a quina,
e casca de laranja até perfeita mixtão; com o xarope fór
me electuario. •

JZirtudes, e usos. O mesmo que os precedentes..


Dose. A mesma que o precedente, |-

Nº 219. ELECTUARIO VERMIFUGO.


* ###""""; ; ; …………….
Sal cathartico amargo (sulpha- * ;

to de magnesia). . . . . oitavas duas.


Xarope de losna. . . . . . q-b,
Em gral de marmore misture exactamente os pós, e
com o xarope fórme electuario. -

Kirtudes, e usos. Antelmíntico; util nas affecções


VCTIIl1nOS2S,

Dose. De huma até duas oitavas, duas vezes por dia.


Nº 12o ELECTUARIO DE MAGNESIA COM
R. uina
Q# *º.CIÚl

Magnesia #
! • • •

9
• 2


• ºs


} fia onça huma.


-,
* *

">
º

Serpentaria virginiana .
Rhabarbaro
Extracto de genciana .
• • @


} áa oitava huma.
- - - @ # -*-
* * *

Valeriana silvestre . . •

} ãa oitava meia.
Centaurea menor. . . •
-

Salammoniaco - . . •

- de losna - . . . . ' } áa escropulo hum.


Xarope de casca de laranja - - q.b.


Depois de reduzidas as substancias a pó em gral de
marmore, misture os saes com o extracto pela addição de
sufficiente quantidade de xarope: ajunte os pás, e fórme
electuario S. A. - * * * *, *, !

Kirtudes, e usos. Antiseptica, excitante; convenien


te nas febres putridas, particularmente dos infantes. A
{
ia. he de huma até duas oitavas, Dd

duas2 ou mais vezes por
• •
( 2 11 )
*{ - Emulsões.

Nº 221 EMULSÃO COMMUM.

R. A mendoas doces sem pelle. .. onças duas.


Agoa commum . . . . . libras duas.
Assucar branco . . . . . onça meia.
Contunda bem as amendoas com o assucar, em gral
de marmore; ajunte gradualmente a agoa, e côe.
}Yirtudes, e usos. Refrigerante, humedecente ; mui
util nas febres esthenicas, e nas provenientes de lesões ex
{CTI)2S. |- . -

Dose. De quatro até seis onças, duas ou mais vezes


por dia.
Nº 222 EMULSÃO OPIADA.
R. Emulsão commum N.° 221 . . libra huma.
Xarope de opio de Baumé . . . onça meia.
Misture.
Pirtudes, e usos. O mesmo que a precedente; e con
vem principalmente no estado doloroso e espasmodico do
systema InGI"VOSO• • - •

Dose. Como a da precedente.


Nº 223 EMULSÃO CAMPHORADA.
R. Camphora dissolvida em q.b. de
alcool. . . . . . . . . grãos oito.
Mucilagem de gomma arabia. . oitavas tres.
Emulsão commum N.° 221. ... onças oito.
- Misture o alcamphor com a mucilagem, e ajunte de
pois a emulsão. . . . ? • ••

Kirtudes, e usos. Temperante, refrigerante; conve


niente nos ardores do estomago e bexigas, febres adyna
micas, etc. |-

" Dore. De meia até huma onça, duas ou mais vezes


por dia. :
( 213 )
Nº 224 EMULSÃO BALSAMICA. " " …
R. Balsamo de cupaiva. . . . ? áa onça huma.
Xarope de Tolu. . . . ", 4
Agoa de rosas. . . . . . . . …. onças seis.
Mucilagem de gomma arabia . onças duas.
Espirito de nitro doce (alcool S. * - º

nitrico) . . . . . . . , oitava huma.


Triture o balsamo com a mucilagem em gral de mar
more; misture gradualmente a agoa de rosas, e ajunte em
fim o xarope, e alcool nitrico. - - -

- Virtuder, e usos. Balsamica, adstringente ; util nos


terceiros periodos das gonorrheas, fluxos alvos, etc.
Dose. Quatro onças, duas vezes por dia.
Infusões.
Nº 225 INFUSÃO DE SABUGUEIRO COMPOSTA.
R. Flor de Sabugueiro . . . . onça huma.
Agoa fervente . . . . . . . libras duas.
Infunda por espaço de huma hora, e coado, ajunte
Espirito de Minderer (acetito
am moniacal) . . . . . . onça meia.
Arrobe de sabugueiro . .
Xarope de papoulas rubras. } ãa onça meia.
Pirtudes, e usos. Diaphoretico; util em todos os ca
sos de constipação,
escarlatinas, sarampãoe enos primeiros periodos das febres
bexigas. •

Dose. De duas até quatro onças, duas ou mais vezes


por dia. -

Nº 226 INFUSÃO
POSTA. DE TAMARINDOS COM •

R. Polpa de tamarindos . • } áa onça huma.


Manná . . . . . . .
Agoa fervente . . . . . . .. libras duas.
Dissolva, e ajunte -

Sal cathartico amargo (sulphato


de magnesia . . . .
Xarope de chicoria composto
. } áa onça huma.
( 214)
Kirtudes, e usos. Refrigerante, brandamente purga
tiva; conveniente nas febres gastricas ou biliosas; nas af
fecções hemorroidaes, etc. |-

Dore. Quatro onças, duas ou mais vezes por dia.


Nº 227 INFUSÃO DE SENNE TARTARIZADA.
R. Folhas de senne. . . • . . . oitavas duas.
Cremor de tartaro (tartrito aci
dulo de potassa) . . . . . escropulos dois.
Anis estrellado contuso . . . . escropulos dois.
Agoa fervente . . . . . . . onças quatro.
Deixe em digestão por huma hora; côe, e ajunte
Manná escolhido. . . . . . . onças duas.
Feita a dissolução a calor brando, clarifique, e côe.
Kirtudes, e usos. Purgatava; util em todos os casos,
em que convém promover as evacuações intestinaes, princi
palmente em individuos de temperamento irritavel.
Dose. De huma até quatro onças.

N. 128 INFUSÃO EXPECTORANTE. •


R. Hera terrestre . . . . . .
Hysopo . . . . . . . . áa onça huma.
Hnfunda por espaço de meia hora
em agoa fervente . . . . . libras duas.
Coado, ajunte
Xarope balsamico. . . . .
— de opio de Baumé. . áa onça meia.
Oximel scillitico . . . . .' '

. Virtudes, e usos. Expectorante; util nas astmas hu


midas, seccas, e catharosas. . - -

Dose. De duas até quatro onças, duas ou mais vazes


por dia.
(215 )
Nº 229 INFUSÃO DE CAMOMILLA COMPOSTA.
R. Infusão de camomilla. . . . . . libra huma.
Agoa de hortelã vulgar . . onça huma.
Tintura thebaica... . . . . . . . gotas vinte
Agoa de canella simples: . . . onça meia.
Xarope de casca de laranja . . . onça huma.
Misture. -

}Yirtudes, e usos. Carminativa; util nas cólicas flatu


lentas de estomago, affecções espasmodicas, dispepsia, etc.
formeDose. De huma
a exigencia dos até duas onças, que se repetem con
casos. • -

Nº 23o INFUSÃO DE QUINA SIMPLES.


R. Quina em pó grosso . . . . . . onça huma.
Agoa fervente. . . . . . . libra huma e meia.
Infunda por espaço de huma hora, e côe. •

J'irtudes, e usor. Tonica; conveniente em todos os


casos de debilidade do apparelho digestivo, e conducto in
testinal. • - - - + " -

Dose. Como a precedente.


Nº . 23: INFUSÃO
Quina DE QUINA
em pó groso. . . . E QUACIA. •

• : } áa oitavas tres.
Quacia em raspas . . . . • \

Agoa fervente . . . . libra huma e meia.


Infunda por espaço de huma hora, e côe. .
Kirtudes, e uros. Tonica, estomatica ; convém nos
mesmos casos
Dose. que aa precedente.
Como precedente. : - •
. .

Nº 232 INFUSÃO DE GENCIANA COMPOSTA.


R. Raiz de genciana. . . . . . . ' onça meia.
Amarello de casca de laranja. - oitavas duas.
Agoa fervente. . . . . . . . libras duas.
Infunda por espaço de meia hora, e coado , ajunte
Agoa de canella simples. . … onça meia.
Kirtudes, e usos. Febrifuga, vermifuga, antiseptica,
C CStOm3 t1C2.

Dose. Como a precedente.


(216 )
… :) . . . .
Nº 235 INFUSÃO VINHOSA DE QUINA.
R. Quina em repizo. .. .. .. ... ãa onça huma.
Amarello de casca de laranja
Vinho branco generoso . . . libras duas.
Deixe em digestão por 24 horas; côe com expressão.
Mirtudes, e usos. Tonica, estomatica; conveniente
nas febres adynamicas intermittentes, nas debilidades de
estomago, na convalescença das enfermidades agudas, e
affecções escorbuticas; nos ultimos periodos das gonor
rheas, e fluxos alvos entretidos por summa deblidade. |
Dose. De huma até duas onças, duas ou mais vezes #
por dia. |- • - -

Nº 234 INFUSÃO ANTISCORBUTICA. -->

R. Raiz de rabanos . . . . . . onça huma. {


Folhas recentes de cochlearia. . . oitavas seis.
de abeto . . . . . . onça meia
Cerveja optima .....….... .… libras tres. - . .
Deixe macerar por tres dias em vaso bem tapado.
Pirtudes, e usos. Diuretico; util nas
buticas, e na ictericia. . . . . , , ,,
affecções escor • #
Dose. Como a precedente " - ,, . . .
|- | 2 | * - - - - - * * . * . * . * . • • • \

Nº 235 INFUSÃO VINHOSA DE RABANOS... … - - -- - - E - - "... - - - --


}

R. Raiz de rabanos rusticos raspada, e - - {


. miudamente cortada). . . . oitavas seis.
Vinho branco generoso . . . . . . libras duas. . \
Deixe macerar por espaço de tres dias, e filtrada, |
ajunte . . . . • •

_Alcool de coclhearia .. . . . . . . . oitavas duas.



Kirtudes, e usos. Como a precedente.
,, ,! -, *, •
"… , … , º "ti". . . . : , …" . * * *

";
( 217 )
Nº 236 INFUSÃO
POSTA. VINHOSA DE RABANOS COM •

R. Rabanos recentes em talhadas . onça huma.


Marroios brancos . • } áa oitavas huma e meia.
Hortelã vulgar . . .
Herva cidreira . . . .
Agrimonia . . . . . } áa oitava huma.
Canella contusa , . . _*

• • •

Vinho branco generoso . . libras tres.


Deixe em digestão por espaço de 24 horas; decante e
filtre.
}Yirtudes , e usos. Como a precedente. Esta fórmu
la era de grande uso no Hospital Militar de S.João de Deos
para curar a ictericia depois de evacuados os enfermos.
Julepor.
N.° 237 JULEPO CAMPHORADO ACETOSO.
R. Camphora pulverizada com q.b. de
alcool . . . . . . . . oitava huma.

*####"""" ) … … ……. • • • • •

Vinagre bom . . . . . . . onças dezeseis."


Triture a camphora com o assucar; ajunte a muci
lagem, e depois o vinagre. •

Kirtudes, e usos. Antiseptico, expectorante; conve


niente
TOS2S,
nas febres podres complicadas com affecções catar

Dose. De duas oitavas até meia onça, misturado aos


cozimentos apropriados, duas ou mais vezes por dia.
Nº 238 JULEPO ALMISCARADO. -

R. Almiscar . . . . . . . . escropulos dois.


Assucar refinado . . . . . , ? - - - .. hum
Gomma arabia em pó. . . aa O1tava huma,

Agoa distillada de rosas. . . onças dezeseis.


Triture o almiscar com o assucar, depois com a gom
ma, e ultimamente ajunte pouco a pouco a agoa.
Tom. II. Ee
(218)
*** Virtudes, e ufos. Antiseptico; conveniente nas febrei
putridas, muito particularmente nas nervosas.
Dore. Como a do precedente, º
.R :: … . . . . . . . . . - - -
Limonadas.

Nº 239 LIMONADA VITRIOLADA.


R. Agoa commum. . .. .. .. . . libras duas.
Acido sulphurico . . . . . . q.b. para acidular.
* * #Ajunte xarope commum. . . . onças duas
Misture. º
… . N. B. Esta bebida deve ser preparada pelo Pharma
ceutico com todo o cuidado, e conservada em vaso de vi
dro. O Facultativo a deverá provar para certificar-se de que
não ha excesso na quantidade de acido que contém.
Kirtudes, e usos. Refrigerante, debilitante, coagu
lando a albumina adstringente; util nas febres, e hemorra
gias estenicas, nauseas causadas por saburra, sede esteni
ca; affecções escorbuticas, e syphiliticas. * 2 * *

Dore. De quatro até seis onças, duas ou mais vezes


por dia. * * •

Nº 24o LIMONADA NITRICA..


R. Agoa com mum. . . . . libras duas.
Acido nitrico. . . . . . q.b. para acidular.
Ajunte xarope commum. . onças duas.
Misture.
N. B. Deve-se observar a respeito desta bebida o que
fica recommendado relativamente á precedente.
Virtudes, e usos. Excitante, condensante dos corpos
mucosos, e da albumina, adstringente; util nas hemorra
gias uterinas ; purpureas, nas pulmonares; na hepatite
chronica; nas dysenterias; nas febres nervosas petechiaes;
nos typhos; no estado astenico das bexigas; nos tetanos;
no escorbuto, etc. •

Dore. Como a do precedente.


- , ,, , !
(219 )
Nº 24: LIMONADA TARTARQSA. - …"
R. Cremor de tartaro (tartrito acidulo . …
# de potassa). . . . . . . . . gonça meia. "
Borax (borato de soda) . . . . oitava huma.
... Agoa fervente. . . . . . . . . libras duas.
Em vaso de barro não vidrado, ajunte o cremor com
o borax; misture a agoa fervente; conserve em calor bran
do agitando o liquido frequentemente até perfeita dissolu
ção dos saes; côe ainda quente, e ajunte … :.: ".
Xarope commum. . . . . . . onças duas.
Kirtudes, e usos. Refrigerante, debilitante, desalte
rante, purgativa, diuretica; conveniente nas enfermidades
estenicas, principalmente nas febres; na hydropesia , icte
ricia, constipações de ventre, affecções hemorroidaes, e
escorbuticas. Dore. Como a da precedente. - 4

Lookior. º , e, . .

Nº 242 LOOKIO DE GOMMA ARABIA. . . ".".


R. Gomma arabia branca em pó. . . 'onça huma.
Agoa commum . . . . . .o - onças quatro.
Oleo de amendoas doces . .::.*/, onça, meia.
Xarope de althea. . . . . . . onça huma.
Em gral de pedra, triture gradualmente a gomma ara
bia com a agoa até á consistencia de mucilagem espessa;
ajunte o oleo, e continue a trituração por algum tempo;
misture a agoa restante, e por fim o xarope, º q … "
Kirtudes, e uros. Expectorante, emollinte; util nas
affecções catarrosas do bofe, na rouquidão, etc. "
Dore. De meia até huma onça, duas ou mais vezes por
dia. * + " " … * … ………… e º faz do aº
… " • - - … ," " ... " " " …………… . . . …
Nº 243 LOOKIO ADSTRINGENTE.… e……… 1: r ,
R. Conserva de rosas rubras . . . i ) . .…." … …--
**-*
- de cynosbatos ... }
aa onça huma. "
" ,
-


º Oleo
Alumen
de (sulphato de alumina
amendoas doces. , onça
. ." escropulo hum.
meia." " …"
… -- Xarope de rosas.….….….….….
Ee 2 onça huma. , , …
• •
(22o )
Em gral de marmore, misture as conservas, e o alu
men pulverizado ; ajunte gradualmente o oleo, e depois o
xarope;
mixtão.
continue
-
a triturar por algum tempo até perfeita
- - •

Kirtudes,
passivas, e usos. Adstringente;
tanto estomacaes util nas hemorragias
como pulmonares. •

Dose. Como a do precedente. •

Nº 244 LOOKIO RUBRO DE FULLER.


R. Conserva de cynosbatos . . . onça meia.
Arrobe de sabugueiro. . .
Oleo de amendoas doces. . ãa onça huma.
Em gral ajunte
gradualmente de pedra, triture a conserva com o oleo, e
o arrobe. •

Virtudes, e usos. Adstringente; util nas hemorragias


pulmonares passivas, etc.
Dose. Como a do precedente.
N.° 245 LOOKIO BALSAMICO. •

R. Balsamo de S. Thomé. . . . onça huma.


Gemmas de ovos. . . . . . n.º tres.
Xarope de Rhabarbaro composto onças duas.
Em gral de marmore, misture o balsamo com as gem
mas de ovos; ajunte gradualmente o xarope. •

: - Virtuder, e uros. Antihisterico ; muito conveniente


nas affecções da bexiga felea, depois de preparados os en
fermos por meio dos evacuantes apropriados. A dose he de
meia onça, duas até quatro vezes por dia. •

N. B. O balsamo de S. Thomé (que tambem se pó


de usar nas fórmas pilular, e alcoolica) constitue a base
do chamado segredo, com que o Funileiro Timotheo fosé
da Paz, morador em Lisboa ás portas de Santa Catharina,
cura algumas vezes a ictericia, mas que por desgraça o ap
plica frequentemente fóra de tempo, sem methodo, e sem
preparação previa dos enfermos; donde se póde concluir
com quanta vantagem este efficaz Medicamento deva obrar
sendo empregado por Clinicos habeis. He bem para admi
rar, que Medicos, e Chirurgiões instruidos tenhão attesta
( 221 )
do a favor do remedio do Funileiro, como de hum segre
do que lhes he desconhecido!
Misturar.

Nº 246 MISTURA SALINA SIMPLES.


R. Alcali fixo vegetal (carbonato de
potassa) . . . . . . . . oitava huma.
Gumo de limão azedo . . . . q.b. para saturar.
Infusão de flor de subugueiro. . libra huma.
Xarope commum. . . . . . onça huma.
Em gral de vidro, faça a saturação do alcali com o aci
do; ajunte o xarope, e depois a infusão; côe.
IVirtudes, e usos. Refrigerante, debilitante, diapho
retica; conveniente nas febres gastricas, sarampão, escar
latina, e bexigas para favorecer a sua erupção; nas consti
pações do orgão cutaneo, etc.
- Dose. De duas até seis onças, duas ou mais vezes por
dia.

Nº 247 MISTURA SALINA COMPOSTA.

R. Gurno de limão azedo . . . . onça meia.


Alcali fixo vegeral (carbonato de
potassa) . . . . q.b. para perfeita saturação.
Agoa de hortelã vulgar. .. . . onça huma.
Tartaro emetico (tartrito de po
tassa antimoniado) . . . . grãos tres.
Xarope commum. . . . . . , oitavas duas.
Em gral de vidro, faça a saturação do alcali com o
acido; ajunte o xarope, e a agoa; côe, e dissolva o tarta
TO CIIT et lCO.

Kirtudes, e usos. Em pequena dose he antiexcitan


te, absorvente; em maior dose he vomitiva; conveniente
nos casos de saburra estomacal, e de envenenamento por
algumas substancias vegetaes como vomitiva ; no catarro
suffocante, na mania, hypocondria, melancolia, dysente
ria, febres intermittentes; contra as obstrucções.
( 222 )
Dose. Meia onça, de quarto em quarto de hora, até
se manifestarem os vomitos. * *

N.º 248 MISTURA EMETICA.


R. Tartaro emetico (tartrito de potassa
antimoniado. . . . . . . . grãos tres.
Dissolva em agoa commum . . . onças seis.
}Yirtudes, e usos. Como a precedente.

Nº 249 MISTURA
NHA VOMITIVA COM IPECACUA
-

R. Ipecacuanha em pó. . . . onça huma e meia.


Oximel scillitico . . . . onça huma e meia.
Agoa commum. . . . . onças quatro e meia.
Em gral de vidro, misture os pós com o oximel, e
ajunte gradualmente a agoa. • -

Kirtudes, e usos. Vomitiva ; conveniente nas diar


rheas, dysenterias e lienterias; nas coliquações, etc. Em
pequena dose he expectorante, estomatica. • Aº

Dose. De meia até huma onça, de quarto em quart


de hora, segundo a exigencia dos casos.
Nº 25o MISTURA ANTICOLICA.
R. Oleo de recino . . . . . . . onça huma.
Xarope de Rhabarbaro . . . . . onças duas.
de opio de Baumé . . . onça meia.
Em vaso conveniente, misture o oleo com os xaropes,
Pirruder, e usos. Purgativa , anodina ; conveniente
nas cólicas nervosas, e iliacas, nos espasmos das hernias,
e nos insultos hemorroidaes.
Dose. De meia até huma onça, de meia em meia ho"
ra, conforme a exigencia dos casos. *

Nº 25 I MISTURA ANTIEPILETICA.
R. Agoa de canella . . . . .
- __ — de hortelã vulgar . .
Xarope de casca de laranja. .
}} áa onças duas. .

---- de opio de Baumé. . áa onça meia.


Licor anodino mineral de Hoffmann, oitavas duas.
(223 )
- Misture as agoas com os xaropes, e ajunte o licor
anodino. |-

Yirtudes, e usor. Antispasmodico; conveniente nas


cólicas nervosas,
doença espasmos
de Santo-Ivo, etc. . uterinos,
— affecções epilepticas,

Dose. Duas oitavas até meia onça, de quarto em quar


to de hora.

Nº 252 MISTURA ETHERIZADA.


… R. Agoa de canella. . . . . . . áa onças duas.
— de herva cidreira composta J
Xarope de casca de laranja . . . onça huma.
Ether sulphurico . . . . . . oitavas tres.
Misture as agoas com o xarope, e por fim o ether.
Kirtudes, e usos. Excitante, difusivo, antispasmo
dico; conveniente nas febres adynamicas, histerismo, con
vulsões astenicas, cólicas ventosas, syncope, lethargia,
cephalalgia, etc.
to deDose.
hora,Duas oitavas
segundo até meia dos
a exigencia onça, de quarto em quar
casos. •

Nº 253 MISTURA BALSAMICA.


R. Agoa de hortelã vulgar. . . . onças duas.
Alcool . . . . . . . . . onça huma.
Balsamo de cupaiva . . . . . onça meia.
Xarope de avenca. . . . . . onças duas.
Agoa de flor de laranja. .. . . . onça huma.
Espirito de nitro dulcificado (al
cool nitrico). . . . . . . oitava huma.
Em vaso conveniente, ajunte o xarope ao balsamo, e
gradualmente as agoas, e o alcool; misture por fim o es
pirito de nitro doce. •

Kirtudes, e usos. Excitante , adstringente; util nos


ultimos periodos das gonorrheas e fiuxos alvos, etc.
JDose. De meia até huma onça, duas ou mais vezes
por dia. , ,

N. B. Deve-se agitar a garrafa todas as vezes que se


usar deste remedio.
( 224 )
Nº 254 MISTURA ANTISIPHILITICA.
R. Sublimado corrosivo (muriato sobre
oxigenado de mercurio). . . grãos seis.
Alcool . . . . . . . . . oitava huma.
Agoa distillada. . . . . . . libras duas.
Xarope de althea . . . . . . áa onça huma.
— de opio de Baumé . .
Em gral de vidro, dissolva o sublimado no alcool;
ajunte os xaropes, e depois a agoa distillada.
Virtudes, e usos. Excitante, antisiphilitico ; conve
niente nas enfermidades venereas inveteradas , que tem ()
resistido
nas a outros otratamentos
que affectão mercuriaes,
systema osseo, e particularmente
e o orgão cutaneo. }
* I':

Dore. Meia onça , duas vezes por dia.


N. B. Cada onça desta mistura contém pouco menos º
da quarta parte de hum grão de sublimado. Deve ser con
servada em vaso de vidro, e a sua administração deve ser }
feita por colhér de páo. N
Nº 255 MISTURA ANTIVIPERINA. ºs .

R. Licor arsenical (*). . . . . oitavas duas.


Alcool de opio (tintura thebaica) gotas dez.
Agoa de hortelá pimenta. . . onça huma e meia.
Misture. • \ •

I'irtudes, e usos. M. P. Orfila experimentou a effi


cacia desta bebida nos casos de envenenamento pela mor
dedura da vibora, e cobras venenosas. Elle a administrava
combinada com o çumo de limão, e durante a ligeira ef
fervescencia que produz a mistura.
Dose. De huma até duas oitavas.

==

(*) Este licor he o arseniato de potassa : duas oitavas contém


hum grão de arsenico, e outro tanto de potassa; o resto he agoa.
(225 )
Pilular

Nº 256 PILULAS SOLUTIVAS.


R. Extracto de rhabarbaro . .
Cremor de tartaro (tartrito aci- % áa escropulos dois.
dulo de potassa. . . . . . .
Flor de enxofre (enxofre subli
mado). . . . . . . . . grãos doze.
Xarope de chicorea composto . q.b.
Em gral de marmore, misture o cremor de tartaro
com a flor de enxofre, e depois com o rhabarbaro ; conti
nue a triturar até perfeita mistura, e com o xarope fórme
massa pilular para dividir em pilulas n.º 24
Pirtudes, e usos. Brandamente purgativas; convenien
tes nas affecções hemorroidaes, etc.
Dose. Duas ou tres pilulas, de quatro em quatro ho
ras, conforme os effeitos.
Nº 257 PILULAS PURGATIVAS.
R. Extracto de rhabarbaro . . . . escropulos dois.
Resina de Jalapa . . . . . . . escropulo hum.
Cremor de tartaro (tartrito acidu
lo de potassa) . . . . . . escropulos dois.
Xarope de rhabarbaro composto . q b.
Em gral de marmore, misture o cremor de tartaro, e
a resina de jalapa em pó; ajunte o extracto de rhabarbaro,
e com o xarope fórme massa para dividir em pilulas n.º 24.
Mirtudes, e usos. Purgativas, ligeiramente drasticas;
convenientes aos temperamentos lymphaticos, etc.
Dose. Como a das precedentes. -

Nº ass PILULAS PURGATIVAS MERCURIAEs.


R. Resina de jalapa. . . . . .
Mercurio doce (muriato mer
} ãa grãos trinta e

curial doce) . . . . dois.
+ Sabão de Hespanha. . . . ) -

Em gral de pedra, misture a resina de jalapa com o


Tom. II. FF
( 226)
mercurio doce em pó; gradualmente ajunte o sabão, e com
qualquer xarope apropriado fórme massa pilular; aromatize
com essencia de anis, e divida em pilulas n.º 34.
/*rtudes, e uros. Purgativas, algum tanto drasticas;
convenientes nas affecções siphiliticas (*). * *
• • •

(*) Mr. Retz, no tom. 3. das Noticias instructivas a pag. 5c4,


assevera que o arrobe antisiphilitico de Laffecteur contém sublimado
"corrosivo, e que se tem visto produzir salivações abundantes, etc. Que
juízo pois se poderá formar de que diz Laffecteur, e das analyses
feitas pela Commissão da Academia de Medicina de París? Eu julgº
que Laffecteur não emprega commumente o sublimado na composi
<ão do seu arrobe, porém que algumas vezes com tudo o ajunta por
necessidade ; porque do contrario não asseguraria Retz, huma cousa
que se faz demonstravel com tanta facilidade ao bom Observador.
" , "Differentes fórmulas do referido arrobe vogão como originaes, e
principalmente a extractada do tomo FI, pag. 143 e 144 do Cursº
Elementar de Mr. Allion, cuja composição he *como
*
se segue:
# -

|-
/; … * . * … :
R. Raiz de salsaparrilha ........ } áa onças trinta,
=— de cana das alagoas .. .. st -

"Guaiaco . . . . . . . .» ... onças oito.


- - #
* . . Cominhos. . . ". ". ". … … …
* Flor de borragem . . . . . . . ( a, ……..".A.,.- -
Folhas de # e; . . . . . ? aa ºnças duas º
-. … Rosas de Alexandria "... .. .. ) . . ! ! * *

#" : : : : : : : : } * #"…….
Faça ferver em nove libras de agoa, á excepção do mel e as
sucar; côe o liquido depois de huma hora de fervura. Ferva nova
mente o residuo em outras nove libras de agoa por espaço de hora e
meia ; côe o liquido; ajunte o mel e assucar; ferva até a consistem
cia de xarope, e clarifique S. A., se for necessario.
. "Este remedio cura de ordinatio as enfermidades venereas, que
tem sido desnaturalizadas precedentemente pelo mercurio; porém
raras vezes convém nos symptomas primitivos, e sobretudo he comº
traindicado nas gonorrheas." - -

* – A fórmula que Mr. Proust obteve da receita original do arrobe


de Laffecteur, que este Author depositou na Secretaria da Real Sº:
ciedade de Medicina de París, e lhe foi communicada pelo Secretanº
*{izd Azir, he como se segue: -
(227 )
º Dore. Como a das precedentes.…… º . . . .
|- . * *-, . - º '!' " " . . .:: #; - 2 L'>

Nº 259 PILULAS DE DIGITALIS COMPOSTAS.


R. Extracto de digitalis . . . . . grãos seis.
. Terra foliada de tartaro (acetito . . .
de potassa) . . . . . . . escropulos dois.
Extracto de scilla.…….…. .. .…. grãos oito.
Alcaçuz em pó. . . . . . - escropulo hum.
Oximel scillitico . . . . . . q.b. º
Em gral de marmore, misture os extractos, e depois
a terra foliada de tartaro; ajunte o alcaçuz, e com o oxi
mel fórme massa para dividir em pilulas n.º 24. :

•- •••••• - •= — •••

R. Raiz de salsaparrilha. . libras seis. . .


* Raiz da China. . . . . . . . . libras quatro.
Guaiaco . . . . . . . . . . . libras tres. " *

-- Sassafraz . ..
Cominhos .. .. .. .. .. .. .. .. . libra huma e meia •

Extracto de borragem. . . . . .
} áa libra huma.
. Assucar . . . . . . . . . . . . … libras doze: ..:
Mel . . . . . . . . . . . - libras oito.
Fórme xarope S. A. • |- |-

. Finalmente o Facultativo Bahi enviou tambem de Barcelona a


D. Gregorio Banares, Boticario da Camara de S. M. Catholica, e
Professor de. Botanica em Madrid, a seguinte receita do mencionado
arrobe: -- 22" - e º , , , , , !
• -

R. Raiz de salsaparrilha . . . . . . .
—— da China . . . . . . . . . .• |
|-
{ +

áa libras tres, º
* *

— de cana das alagoas. . . .


Guaiaco . . . . . . . . . . onças dezeseis." •
| -

**- Sassafraz
"Raiz . . .
de bardana. . ., onças oito.
.. .. .. .. .. . .. " "
áa libra huma. •

Saponaria . . . . . . . . . . } • . ** *

Cominhos. . . . . . . . .
Flores de borragem. . . . . . âa onças oito.
Rosas de Alexandria . . . . . . •

* *

Folhas de senne . . . . . . . | * *

Assucar . . . . . . . .
Mel. . . . . } áa libras doze.
---•

Fórme xarope S. A.
- Ff 2
\,

*> (228)
Yirtudes, e usos. Incisivas, diureticas; antihydropi
cas, antiscrophulosas, etc.
. Dore. Duas pilulas, duas vezes por dia.
Nº 26o PILULAS DE MAGNESIA COMPOSTÁS.
R. Magnesia branca (carbonato de • •

magnesia) . . . . . . . grãos trinta e seis.


Camphora. . . . . .
Opio puro. . . . . . } áa grãos

seis.
Xarope de losna. . . . . - q.b. •

Em gral de marmore pulverize a camphora por meio


do alcool; misture o opio em pó; ajunte a magnesia, e
continue a triturar por espaço de dez minutos; com o xa
rope fórme massa para dividir em pilulas nº 12. P

Kirtudes, e ufos. Antiacidas; convenientes na azía,


e arrotos de estomago.
Dose. Huma pilula, de seis em seis horas, segundo as
indicações.
N.º 261 PILULAS DE DIGITALIS COM OPIO.

. R. Extracto
Folhas dethebaico.
digitalis em. pó. .
. . -
äa grãos oito.
Ipecacuanha em pó . . escropulo hum.
. .
Extracto de alcaçuz . . . . . escropulos dois
Oximel scillitico . . . . . . . q b.
Em gral de pedra, misture a digitalis com o extracto
thebaico pulverizado; ájunte gradualmente a ipecacuanha;
continue a mixtão
extracto de alcaçuz,por algum
e com tempo fórme
o oximel ;, combine
massa depoisº
para di
vidir em pilulas n.º 24. •

Kirtudes, e usos. Nas affecções catarrosas estomati


cas, e nas hemorragias passivas do bofe, etc.
Dose. De huma até duas pilulas, huma ou duas "º
zes por dia.
( 229 )
N.º 262 PILULAS DE CATO COMPOSTAS,

R. Alumen (sulphato de alumina). grãos doze.


Cato (terra japonica ) . . . . oitava meia.
Opio . . . . . . . . . . grãos seis.
Extracto de tormentilla . . . . oitava huma.
Em gral de pedra, misture o alumen com o opio e
cato em pó; ajunte o extracto de tormentilla y e com xa
rope de romás azedas (sendo necessario) forme massa para
dividir em pilulas n.º 24. •

Kirtudes, e usos. Adstringentes; uteis nas hemorra


gias pulmonares e uterinas, diarrheas, dysenterias, liente
rias, e nos ultimos periodos das gonorrheas.
Dose. De huma até duas pilulas, duas vezes por dia
Nº aós PILULAS DE CALUMBA COMPOSTAS.
R. Extracto de calumba . . . escropulos dois.
de simarruba. . . oitava meia.
Alumen (suphato de alumina) grãos doze.
Em gral de marmore, misture os extractos com o
alumen, e forme massa para dividir em pilulas n.º 24.
Mirtudes, e usos. Como as precedentes.
Nº 264 PILULAS MARCIAES COM MYRRHA.
R. Ferro preparado . . . .
Myrrha. . . . . . . . .
-

Extracto de aristoloquia redonda


} áa oitava meia.

Açafrão em pó . . . . . . . escropulo hum.


• < Xarope balsamico . . . . . . q.b.
Em gral de pedra, misture o ferro, myrrha, e açafrão;
ajunte
dir em opilulas
extracto; e com
de grãos seiso cada
xarope fórme massa para divi
huma. •

Kirtudes, e usos. Excitantes; convenientes na ato


nia das visceras abdominaes, nas obstrucções, e na inercia
do systema nervoso. { … •

ADore. Duas pilulas, duas vezes por dia- . .


(23o)
N.° 265 PILULAS: MARCIAES ALOETICAS.
R. Limalha de ferro porphirizada . escropulo hum.
Extracto brando de losna. . . escropulos dois.
Canella em pó .. . . . . áa grãos d
Aloes succotrino.…. . . . . } aa graos doze.
Extracto de marroios . . . . . escropulo hum.
Xarope de losna . . . . . . q.b.
Em gral de pedra, misture o ferro, canella, e aloes
em pó; ajunte os extractos; continue a trituração por al
gum tempo, e com o xarope (sendo necessario) fórme
massa para dividir em pilulas n.º 24.
Kirtudes, e usos. Nos mesmos casos que as preceden
tes, particularmente convenientes ao sexo feminino.
e
Dose. De huma até duas pilulas, duas vezes por dia,
Nº 266 PILULAS ANTHELIMINTICAS.
R. Aloes succotrino. . . . . *
Assafetida . . . . . . áa escropulo hum,
Myrrha . . . # # • • º$
Vitríolo verde (sulphato de ferro) \ =
º " Extracto de # } áa • • • • grãos doze.
… Succinato ammoniacal (espirito vo
latil de ponta de veado saturado º
, com s.. q. de acido succinico). . . gotas oito.
* Xarope de losna . . . . . . . . q.b.
Em gral de marmore, misture as gommas, e aloes;
ajunte o vitriolo verde, e depois o extracto de marroios;
parante
gradualme
massa ajunte
dividir * * o xarope fórmº
n.º 24.e *com,
succinado,
em opilulas •

'irtudes, e usos. Vermifugas; convenientes para des"


truir os vermes do conducto intestinal, (e emmenagogas)
* *
Dose. Duas até tres pilulas, duas vezes por dia.
*
- "… {* *
| - ]

Nº { PILULAS ANTISCORBUTICAS. . .

* *# : ; ; ; ; a ……… …
de calumba. . . . . . . escropulo hum. * !

Camphora dissolvida em q.b. de… . .


alcool . . . . . . . . grãos doze.
((231 )
Em gral de marmore pulverize a camphora por meio
do álcool; ajunte os extractos, e fórme pilulas n.º 24.
Kirtudes, e usos. Convenientes nas affecções escor
buticas, etc. - - - - º * * - -- - , , ,

Dore. Duas pilulas, duas vezes por dia.


#Nº 268 PILULAS DE SUBLIMADO CORROSIVO.
R. Sublimado corrosivo (muriato sobreo- …

xigenado de mercurio). . . . grãos tres.


Farinha de trigo. . . . . . . . oitava huma.
Mucilagem de gomma arabia , ... q.b.
Em gral de vidro, dissolva o sublimado em algumas
gotas de alcool; ajunte huma quartã parte da farinha; tri
ture por algum tempo ; misture metade da farinha restan
te; continue a triturar por dez minutos; ajunte o resto da
farinha, e com a mucilagem de gomma arabia fórme mas
sa para dividir em pilulas n.º 24. ..
Pirtudes, e usos. Nas affecções siphiliticas invetera
das, etc. * * - - *. *. . •

:Boxe. Huma pilula por dia, e duas, quando as circum


stancias o exijão. N. B. Cada pilula contém a oitava parte
de hum grão de sublimado.
- . - Pós.

Nº 249 Pós DE IPECACUANHA COMPOSTOS.


R. # em pó... . .
Tartaro emetico (tartrito de
grãos sete.
• • • • •• •

º potassa antimoniado) . . . grãos dois.


Misture: exactamente, e divida em tres doses iguaes.
Kirtudes, e usos. Vomitivos; particularmente uteis
nas diarrheas, dysenterias, lienterias, febres escarlatinas,
sarampão, e anginas, simples ou complicadas com febre es
carlatina. .… , ,
... Dare. Tres grãos, de quarto em quarto de hora até se
obter effeito, -
(232 )
Nº 27o PÓS PURGATIVOS.
R. Jalapa em pó . . . . . . . escropulos dois,
Sal polycresto (sulphato de potassa) escropulo hum.
Cremor de tartaro (tartrito acidu
lo de potassa) . . . . . . escropulo hum.
Misture, e divida em quatro doses iguaes.
Zirtudes, e usos. Purgativos drasticos; convenientes
aos enfermos de temperamento bilioso, e aos que não são
sujeitos a affecções hemorroidaes.
Dose. Hum escropulo.
Soror.
*

Nº 271 SORO DE LEITE DEPURADO.


R. Leite . . . . . . . . . libras quatro.
Cremor de tartaro (tartrito aci
dulo de potassa) . . . . onça meia.
Em vaso de barro não vidrado aquente o leite até le
vantar fervura; ajunte o cremor, e separe do fogo. Deixe
repousar, e decante. Quasi frio, ajunte claras de ovos bem
batidas n.º 2. Leve novamente ao fogo; deixe levantar
fervura; retire do fogo, e depois de frio filtre.
Mirtudes, e usos. Refrigerante; conveniente nas eru
pções cutaneas, nas enfermidades siphiliticas, nas hemor
ragias pulmonares passivas, na hematuria, e nas affec
ções hemorroidaes esthenicas.
• Dore. Meia libra, duas ou mais vezes por dia.
N.° 272 SORO SALSADO.
R. Cozimento
Soro de leite
de depurado . . .. \ äa
salsaparrilha. = 1;}
libra huma.
Xarope commum. . . . . . onças duas.
Misture.
Kirtudes, e usos. Como o precedente.
Nº 27, soRo ALUMINoso. •

R. Soro de leite depurado . . . libra huma e meia.


Alumen (sulphato de alumina). grãos trinta e seis
Misture.
(233 )
Pirtudes, e usos. Adstringente, e refrigerante; con
veniente nas hemorragias sanguineas por exahlação.
Dose. De huma até tres onças, duas ou mais vezes
por dia.

PARTE SEGUNDA.

Medicamentos para uso externo.


Agoas compostas.
Nº 274 AGOA SATURNINA.
(Vegeto mineral.)
R. Ex… de saturno (acetito de
chumbo liquido). . . . . . onça meia.
Agoa commum . . . . . . . libras duas.
Alcool . . . . . . . . . . onça huma.
Em vaso de vidro, misture o extracto de saturno com
a agoa; agite por algum tempo, e ajunte o alcool.
Kirtuder, e usos. Refrigerante, deseccante, adstringen
te, sedativa; conveniente nos tumores inflammatorios; nas
affecções hemorroidaes estenicas, nas ulceras proximas ao
estado de cicatrização ; nas contusões simplices; em fór
ma de injecção, nas ulceras fistulosas; entre a glande, e o
prepucio, no prurido e exulceração desta parte, assim co
mo da vagina, e do anus.
Nº 275 AGOA DE CAL COMPOSTA.
R. Agoa segunda de cal. . . . . libras duas.
Alcool diluido . . . . . . . . onças duas.
Verdete (acetito de cobre). . . escropulo hum.
Sublimado corrosivo (muriato so
bre oxigenado de mercurio). . grãos doze.
Em gral de vidro, dissolva o sublimado no alcool;
ajunte depois o verdete, e misture a agoa de cal.
Tom. II. Gg
(234)
]'irtudes, e ufos. Estimulante , detersiva, antivene
rea, ligeiramente corrosiva; conveniente nas ulceras siphi
liticas, e escorbuticas. Applica-se só per si ou diluida com
agoa, em fórma de loção, de injecção, e embebida em
planchetas de fios, ou compressas de panno de linho.
N.° 276 AGOA ALUMINOSA COMPOSTA.
R. Alumen (sulphato de alumina).
Vitriolo branco ( sulphato de ãa oitavas duas.
zinco) . . . . . . . .
Sublimado corrossivo (muriato so
breoxigenado de mercurio). . grãos doze.
Agoa commum . . . . . . . libras duas.
Em gral de vidro, dissolva o sublimado em duas onças
de agoa : em gral de marmore, dissolva o vitriolo branco,
e alumen no restante da agoa: misture as soluções.
Kirtudes, e usos. Como a agoa de cal composta.
Alcooles compostos.
N.° 277 ALCOOL CAMPHORADO.
R. Alcool de 3o gráos . . . . libras duas.
Camphora. . . . . . . . . onça huma.
Em gral de marmore, dissolva triturando.
}'irtudes, e usos. Excitante; conveniente nas paraly
sias, dores, rheumatismos, frieiras, contusões, tumores
atonicos, gangrenas, etc. Applica-se embebido em planche
tas de fios, ou em compressas de panno.
N.° 278 ALCOOL DE MONRAVÁ.
R. Alcool de 22 gráos . . . . . libra huma.
Camphora em pó. . . . . . oitava meia.
Aljofar em pó . . . . . . . escropulo hum.
Em gral de pedra, dissolva a camphora em q.b. do
alcool; ajunte o áljofar, e depois de alguma trituração,
misture o resto do alcool.
Kirtudes, e usos. Como o precedente; e principal
} (235 )
mente util para promover a cicatrização das ulceras na
debilidade da vegetação muscular.
Banhor compostor.

- Nº 279 BANHO EMOLLIENTE.


R. Folhas seccas de malva .
de malvaisco.
. .
.
| ãa oitavas seis
de verbasco . .
Agoa commum. . . . . . . libras tres.
Ferva até ficar em . . . . . . libras duas.
Côe.
JZirtudes, e usor. Emolliente; util em todos os casos
de inflammação e dor. Applica-se embebido em planche
tas de fios, ou em compressas de panno.
Nº 28o BANHO SEDATIVO.
R: Flor de sabugueiro. . . . . äa oitavas seis.
Folhas de losna . • • •

Agoa fervente. . . .. . . . libras duas.


Infunda por espaço de huma hora, e coada ajunte:
Assucar de saturno (acetito de
chumbo) . . . . . . . oitavas duas.
Pirtudes, e usos. Sedativo; util nas echymoses, e
inflammações principalmente erysipelatosas. Applica-se co
mo o precedente.
Nº 28 I BANHO AROMATICO.
R. Folhas de losna . . . . . ?
de rosmaninho . ãa onça meia.
de salva . } • •

Agoa fervente . . . . . . . . . libras duas.


Infunda por espaço de huma hora, e coado ajunte:
Alcool camphorado . . . . . onças duas.
Pirtudes, e usos. Excitante; conveniente nos tumo
res atonicos, nas echymoses, e ainda mesmo nas grandes
contusões, nas *# etc. Applica-se como os prece
dentes; e tambem he util para lavar as ulceras gangreno
S3 S. Gg 2
( 236 )
N.º 282 BANHO ADSTRINGENTE.
R. Casca de carvalho . . . . . onças duas.
Agoa commum . . . . . . libras tres.
Ferva até ficar em . . . . . . libras duas.
Coado, ajunte
Alumem (sulphato de alumina). oitavas tres.
Zirtudes, e usos. Adstringente ; util nos tumores.
edematosos, na atonia do systema dermoideo, nas relaxa
ões do esphinter e vagina, e nas ulceras complicadas com
# de sangue. Applica-se como o precedente.
Nº 283 BANHO TONICO.
R. Quina contusa. . . . . . . onça huma.
Agoa commum . . . . . . libras tres.
Ferva até ficar em . . . . . libras duas.
Nas ultimas fervuras, infunda
Folhas de losna . . . . . } •

de rosmaninho . . . ãa onça meia.


Summidades de alecrim. . . J
Camomilla . . . . . . . . oitavas tres.
Coado, ajunte
Camphora . . . . . . . . oitavas duas.
Alcool . . . . . . . . . libra huma.
Kirtudes, e usos. Excitante, antiseptico, detersivo;
conveniente nas gangrenas, e nos tumores edematosos. Ap
plica-se como os precedentes.
Nº 284 BANHO SULPHURICO.
tassa) de . enxofre
R. Figado

. . . .de .po. onças quatro:
. . . .(sulphureto
Agoa commum elevada ao maior gráo de calor, que
o enfermo possa supportar (4o gráos do thermome
tro de Reaumur) . . . . . canadas oitenta.
Dissolva o figado de enxofre na agoa.
. Kirtudes, e usos. Nas paralysias que não tem a sua
origem no cerebro; nos rheumatismos; na arthritis; nas
affecções hypocondriacas, e hystericas; nas enfermidades
ºutaneas, etc. Applica-se em fórma de banho geral, em
(237 )
que o enfermo deve conservar mergulhado todo o corpo por
espaço de 8 até 15 minutos, conforme as circum stancias.
N. B. De ordinario são precisos de oito até dez ba
nhos para curar a sarna recente, e o duplo para a inveterada.
Nº 285 BANHO SULPHURICO MURIATADO.
R. Figado de enxofre (sulphureto de
potassa). . . . . . . . oitavas quatro.
Agoa commum . . . . . . onças oito.
Dissolva, e ajunte
Acido muriatico. . . . . . .. escropulos dois.
Para misturar em hum banho de oitenta canadas de
agoa, que se usa da mesma maneira que o precedente.
N. B. O sulphureto de potassa decompõe em parte a
agoa; o hydrogeno, e o oxigeno se desunem; o hydroge
no se apodera do enxofre, que dissolve, e com o qual fór
ma o hydrogeno sulphurado. O acido muriatico precipita
o enxofre, e se combina com a potassa formando o mu
riato de potassa. Veja-se Morelot, Pharm. Chym.
Estes banhos são proprios para curar as enfermidades
cutaneas escrophulosas. •

N.º 286 BANHO CALCAREO.


R. Enxofre em pó . .
Cal viva . . . .
. .
. . } áa onças dezeseis.
Agoa commum . . . . . canadas quatro.
Ferva por espaço de hum quarto de hora, e deixe as
sentar arrefecendo.
N. B. A dose desta lixivia he de huma até duas ca
nadas para hum banho geral de oitenta canadas de agoa,
com a qual se mistura exactamente, e se usa da mesma
maneira que os precedentes.

Cataplasmar.
Nº 287 CATAPLASMA DE LINHAGA.
R. Farinha de linhaça . . . . . . onças tres.
Cozimento de raiz de althéa . . libra huma.
Banha de porco. . . . . . . onça huma.
(238 )
Em vaso conveniente, ajunte a farinha ao cozimento;
ferva
banha.até á devida consistencia, e fóra do fogo misture a

JVirtudes , e uror. Debilitante; emolliente ; conve


niente nos tumores dolorosos , inflammatorios, duros, e
nos que tendem á suppuração. Applica-se tépida, e esten
dida em panno.
Nº 288 CATAPLASMA EMOLLIENTE.

R. Folhas seccas pulverizadas de malva .


de malvaisco ( ăa oita
de verbasco vas seis.
Farinha de linhaça . . . . . . . .
Banha de porco . . . . . . . . – onça huma.
Em vaso conveniente, ajunte os pós, e a farinha; mis:
ture gradualmente agoa commum libra huma; ferva até á
devida consistencia, e ajunte a banha..
Kirtudes, e usos. Como a precedente.
Nº 289 CATAPLASMA SATURNINA.
R. Miolo de pão alvo. . . . . onças tres.
Agoa commum . . . . . . libra huma.
. Banha de porco. . . . . . . . . onça huma.
Extracto de saturno (acetito de
chumbo ) . . . . . . . . oitavas duas
Em vaso conveniente, ferva o miolo de pão na agoa
até á devida consistencia; fóra do fogo ajunte o extracto,
e depois a banha.
}Yirtudes, e usor. Emolliente, debilitante, calmante;
util nos tumores inflammatorios, principalmente de testi
culos; nas inflammações e ulceras erysipelatosas ; nas li
geiras echynoses, etc. Applica-se como as precedentes.
Nº 29o CATAPLASMA DE CICUTA.

R. Miolo de pão alvo . . . . onças tres.


Agoa commum . . . . . libra huma e meia.
\
( 239 )
Folhas seccas pulverizadas de cicuta. onças quatro.
Vinagre de saturno (acetito de
chumbo liquido) . . . . . . onça meia.
Banha de porco . . . . . . . onça huma.
Em vaso conveniente, misture o miolo de pão com a
cicuta; ajunte gradualmente a agoa; faça ferver até á con
sistencia de cataplasma. Passe por sedaço ainda quente;
misture depois o extracto, e a final a banha.
Virtudes, e usos. Excitante, resolutiva; convém nos
tumores, principalmente escrophulosos. Applica-se como
as precedentes.

Nº 291 CATAPLASMA DE ARROZ.


R. Farinha de arrôz. . . . . . onças tres.
Agoa commum . . . . . . libra huma.
Banha de porco . . . . . . onça huma.
Extracto de saturno (acetito de
chumbo). . . . . . . . oitavas duas.
Em vaso conveniente, ajunte gradualmente a agoa com
a farinha ; ferva até á consistencia de cataplasma, e fora
do fogo, misture o extracto, e depois a banha.
Kirtudes, e usos. Como a cataplasma faturnina.

N.° 292 CATAPLASMA SUPPURATIVA.


R. Cataplasma de linhaça N.° 287 - libras duas.
Polpa de cebolas . . . . • } ãa onça huma.
Unguento de resina amarella
Em vaso conveniente, e a brando calor ajunte a pol
pa á cataplasma; continue a agitar por algum tempo, e a
final misture o unguento.
IVirtudes, e usos. Suppurante, maturativa; convenien
te nos tumores que tendem á suppuração. Applica-se como
as precedentes.
( **º )
Nº 293 CATAPLASMA MATURATIVA.
R. Farinha de linhaça. . .
— de centeio. . . . ãa onça duas.
Cozimento de raiz de althea. . q.b.
A fogo brando fórme cataplasma; á qual ajunte
Unguento basilicão preto . . . áa onça huma.
Banha de porco . . . . . )
Gemmas de ovos . . . . . n.º quatro.
Açafrão em pó . . . . . . oitavas duas.
}'irtudes, e usos. Como a precedente; e convém mui
to no tratamento dos carbunculos depois de suppurados.
Nº 294 CATAPLASMA AROMATICA.
R. Farinha de arrôz . . . . . . onças quatro.
Plantas aromaticas em pó. . onças duas.
Infusão aromatica . . . . libras duas.
Mel . . . . . . . . . . onças duas.
Em vaso apropriado, ajunte os pós ao liquido; a fogo
moderado faça ferver até á consistencia de cataplasma, e
fora do fogo misture o mel, continuando a mixtão até
esfriar.
Pirtudes , e uror. Excitante; conveniente nos tumo
# atonicos, escrophulosos, etc.
ClCIltCS.
Applica-se como as prece

N. 295 CATAPLASMA QUINADA.


R. Especies aromaticas em pó. \ áa onça huma e meia.
Quina pulverizada. . . . .
Farinha de linhaça. . . . . onça huma.
Vinho aromatico . . . . . . libra huma.
Em vaso de barro, misture os pós com o vinho, e º
fogo moderado faça ferver até á consistencia de cataplas"
1T12, •

Kirtudes, e usos. Excitante, antiseptico; convenientº


nas grandes contusões, nos tumores atonicos , e nas 88"
grenas. Applica-se como as precedentes.
(241 )
Nº 296 CATAPLASMA º AMERICANA.……….… . s …
R. Farinha de mandioca à . . . . . onças quatro. , :
Vinho branco optimo . . . . libra huma e meia
Mel pp. . . . . . . . onças quatro.
Em vaso conveniente, misture a farinha com o vinho;
a calor brando faça ferver até á consistencia de cataplasma;
fóra do fogo ajunte o mel, e agite até esfriar. * * *

Kirtudes, e usos. Como a precedente. * . - *

Nº ay, CATAPLASMA AMERICANA COM


POSTA. . . . . …" . s.
R. Cataplasma Americana N. 296... libras duas.
-&## #- ºs: : : : } äa onça huma.
Em gral de pedra, misture a quina com a cataplasma,
e por fim ajunte o alcool. . * ….… …"
}Yirtudes, e usos. Como a precedente; obrando com
mais intensidade. # •

Nº 298 CATAPLASMA DE MOSTARDA. … .


R. Massa
Farinhadedetrigo
mostarda. .. .. ..
fermentada. º . }
-* * * * d *
, aa onças, uas

Vinagre optimo . . . . . . q.b." ";


Em gral de pedra, desfaça o fermento no vinagre, e
gradualmente ajunte a mostarda. . .' :: ….... "
.…g. Virtudes, e, arar. 2 Estimulante, excitante do systema
vascular, elevando o pulso; convém nas "febres nervosas,
nos typhos, na paralysia, na apoplexia sorosa, na cepha
lalgia, no abatimento do pulso. Applica-se tépida, esten
dida em panno, sobre as plantas dos pés, e algumas vezes
em differentes partes do systema dermoideo. * #

Nº 299 CATAPLASMA ANTICARBUNCULOSA.


R. Mel purificado. . . . . . onças oito.
Gemmas de ovos . . ... . n.º seis.
Farinha de centeio . . . . onças dez.
Alumen calcinado. . . . . .. onças duas. .
Em gral de marmore, misture os pós, e gradualmen
Tom. II. Hh •
(24z )
te as gemmas de ovos ; tritare a mistura por algum tem--
po, e depois, ajunte o mel até á consistencia de cataplas
ma: a , Efegi Bad: . . . . ~ ~ " " o Y
Kirtudes, e usar. Antiseptica; conveniente nos tumo
resºlcarbunculosos depoisº de suppurados: Applica-se duas,
ou mais vezes, no dia em gráo de calor atmosferico. to … #
ºrificº * * * 23.85 º , s = o ………. … - 5: -5 Rio.
NºR. 3oo CATARLASMA VESICANTE.… … ,
Cantharidas em pó . . . . ? - •

|- F###### #3 * aºs meiº e/


Vinagre optimo, . . . . … q.b.) •

Em vaso conveniente, ajunte a farinha com as cantha


ridas, e com o vinagre fórme cataplasma, ob tºoo.
Virtudes, e usar. Rubefaciente, vesicatoria. Applica
se estendida emopanno; ou pellica, sobre differentes re
giões do corpo. .tooo! E o ex: "º #3 º , ,
anoa obrindo : ºrtº ecºng s o co) ,nºvº e . * * * * *
át/f/fc0J'. .cf.: ...…… # 2 , !

Nº 3o . CAUSTIÇOAMOLLE#2 *LI* #TAO Po: "…:


R: Potassa pura, . .. .. .. ..…….…ononça meia." .
"Argilla cretosa (carbonato de alue:is: … . . M.
mina)p. .. . . . . . . ºr oitavas duas.
o . e Nitrato de mercurio …ef. , sºb oitavas duas.*
Sabão molle . . ..….….zoir a e onça huma e meia:
s". Em gral de pedra, misture_bs.saas; ajustendelagoa
q.b. para formar massa de consistenciaosólida; misture o
sabão friturando até perfeita mixtão.………. fr · 2c3q71.
… Virtudes, e a ros. Escarotico; conveniente para des
truir os tumores indolentes; sobre os quaes se applica, ten:
do o cuidado de limitar-lheio effeito a beneficio de hum
circulo formado com tiras emplastricas.
","",""7"> , , , , , , [7 * #, V = ' ' .. … " ": ' - '..
N.° 3o2. CAUSTICO ARSENICAL.::.::…, , , ."
R. Sulphureto vermelho de mercurio.…. onça huma.
Sangue de drago . . . .….…e… ohça meia.
Oxido branco, de arsenico (flores in:
-rºclº de arsenico) . ".….…...….... e oitava meia
F" = ""
}_{
( 243 )
Reduza separadamente aº pó impalpavel, e misture
depois mui exactamente. -

Pirtudes, e usor. Escarotico; conveniente nas ulceras


cancrosas de pouca extensão, principalmente nas da face.
.….… Quando se quer applicar este escarotico, toma-se hu
ma quantidade de pós proporcionada á extensão da ulce
ra, e com q= b. de saliva se fórma massa : está se adhire
sufficientemente para não precisar ser contida por meio al
# particular: Mr. Dubois a cobria de ordinario, com
ma têa de aranha. Deixa-se cahir per si mesma, e a que
da tem lugar espontaneamente no fim de seis até oito dias.
Far-se-ha segunda applicação, se pelo aspecto da ulcera se
julgar ainda util, ou quando o caustico tenha cahido por
alguma casualidade. Trata-se depois com o balsamo de Ar
ceo, ou com substancia analoga até á perfeita cicatrização.
N. B. Este he o escarotico antigamente conhecido
com o nome de Caustico de Fr. Cosme, e que Mr. Dubois
não sómente empregou nas ulceras da face, mas tambem
consecutivamente cá extirpação de diversos tumores cancro
sos, para os impedir de repullular. . . . . !
. ...", ";" -> - Gº". ºf : #!" . . . . . . (; , " ". . . . . -
. "", a fºi . . . Cerotos... … :: … * . * * *
.…" ") = "grio .……ez e º criar… … : - rg , o gol
Nº 303 CEROTO DE SABINA.… , , ,, ,
* R: Folhas de Sabina contusas . . . . libra huma.
-uf " Ceras amarella….….….…..… .. ….…. onças oito.
Banha de porco . . . . . . libras duas. …
Liquide a banha, e cera a calor brando; ajunte a sa
bina; ferva até consumir toda a humidade, sem que se
queime, e côe. .: #;" fºi º , " : ; º : " …
Mirtudes, e usos. Muito conveniente para promove
as suppuração das ulceras provenientes da applicação dos
vesicatorios; porque não produz as inconveniencias que al
gumas vezes se seguem da constante applicação do unguen
to de resina amarella, huma codea branca, e, espessa se fór
ma diariamente sobre a parte, a qual deve sér separada,
antes da applicação do ceroto. He particularmente preferi
vel para os individuos de pelle delicada, como mulheres,
infantes, etc. · : ; Hh 2 --
(244)
Crysteis.
Nº 324 CRYSTEL EMOLLIENTE.
R. Raiz de althea . . . . . . onças duas. …
Agoa commum . . . . . . libras duas e meia.
Ferva até ficar em: . . . . libras duas.
Coado, ajunte oleo commum , onças quatro.
Para dois crysteis. * * =

Kirtudes, e usos. Emolliente; util nas affecções he


morroidaes estenicas, nas cólicas nervosas, na estrangula
ção das hernias, e no estado de irritabilidade intestinal,
motivada pelos purgativos drasticos, pelo abuso de con
dimentos estimulantes, etc... •• * •• •• • -

Administra-se em gráo de calor moderado (32 gráos


do thermometro de Réaumur quando muito), duas ou mais
vezes por dia. -

Nº 395 CRYSTEL SOLUTIVO. * . .


R. Raiz de althea . . . . . . . onça huma. "
s Linhaça . . . . . . . …. º onça meia.. . . . .
Agoa commum. . . . . . libras duas e meia.
Ferva até ficar em . . . . . libras duas.
Coado, ajunte electuario de senne, onças duas. ".
Para dois crysteres. {.." , " ") e º
Mirtudes, e usos. Solutivo; conveniente nos mesmos
casos, quando convenha promover as evacuações do condu
cto intestinal. • *

Applica-se como o precedente.


Nº 3o6 CRYSTEL ANODINO.
R. Gomma de trigo . . . . . . onça meia.
Agoa commum. . . . . . libra duas e meia.
Ferva até ficar em . . . . libras duas.
Ajunte xarope de opio de Baumé. onça huma.
Para tres crysteis.
Kirtudes, e usos. Anodino; conveniente nos tenes
mos, cólicas estenicas,
hemorroidaes nervosas, etc.
diarrheas coliquativas, affecções A •

APplica-se como o precedente.


(245 )
N. 3o7 CRYSTEL ADSTRINGENTE. 2
-- . •

R. Casca de romãs azedas.


Cáto (terra japonica). áa onça huma.
Agoa commum . . . . . . . libras duas e meia.
Ferva até ficar em . . . . . libras duas.
Coado, ajunte º
Electuario de cáto. .. .. .. ..
* - - -
• } ás onça huma.
-

_Xarope de romãs azedas -. .….


Para dois crysteis. -

Kirtudes,
dysenterias, e usor. atonicas.
e lienterias Adstringente; util nas diarrheas, • •

Applica-se como os precedentes.


Nº 308 CRYSTEL ANTIFEBRIL,
-
R. Raiz de genciana . .
— de aristoloquia redonda .
• __ •
} áa oitavas seis.
Contraherva. . . . . . ... oitavas duas.
Losna - . . . . .
Agrimonia . . . .
Centaurea menor. . . . . …)
. . }
"> ..…
• -

áa oitavas duas.

Quina em pó . . . . . . . . -- A oitavas duas.


Agoa commum . . . . . . libras tres e meia.
Em vaso apropriado, faça ferver por espaço de hum
quarto de hora a genciana, e aristoloquia: infunda a con
traherva, e as mais plantas por algum tempo; depois côe
juntando 2 quina. . --2 ………. o "-", " …….…… … … …;
Xirtudes, e usos. Antifebril; conveniente nas febres
intermittentes, e quartãs. Applica-se na dose de huma até
duas libras, duas ou mais vezes por dia. i = "." -
N. B. Estas são as chamadas mézinhas de Pedro Car
zello , que ainda conservão o nome do seu inventor. …
- -- - - - - - - IV. - 2: - - ,
N.° 399 CRYSTEL ANTISPASMODICO.
R. Tabaco em folhas. . . . ... onça meia.
Agoa commum. . . .. .. . libras duas e meia.
Ferva até ficar em... . . . . . libras duas. ;
Coado, ajuntexarope de opio de … :
Para Baumé . . . . . . . .. onça huma…
dois crysteis. •
( 246.)
J'irtudes, e arar." Excitante; util nas cólicas flatuleñº
tas, e nas estrangulações herniarias, etc. - - - - :
"Applica-se como os precedentes. *
- -

-
. " | | "> … ! * . . . • • - • • . …" … |- • • • •

Nº 31o CRYSTEL CARMINATIVO. , , , !


R. Tabaco em folhas . . . . . … onça meia. "
Agoa commum. . . . . .. ..…..… libras duas e meia.
* "Ferva até ficar.em. .. .. . , libras duas.
Nas ultimas fervuras infunda …", : " !
- Camomilla ( cabeças).….…. .. onça huma.
Côe, e ajunte ……………
Assafetida triturada com gemma … : -

de ovo . . . . . . . . oitavas duas.


Electuario de senne # . "..….. - I onças duas. - 4
. Para dois crysteis. . . .:: ….… . . . . . .
* Virtudes, e usos. Como o precedente, e se administra
da mesma maneira. . . . . . . .:: .:: … - 2
#
# • • * • • • • • ... * ** *#

Nº 111. CRYSTEL DE QUINA. . . ….…… , .


R. Cozimento de quina. .. .. .. … , libras duas."
Camphora dissolvida em q.b. de , nº , º
.tia aº alcool… .. .. .. .. .. .. … oitava huma,
raci_Misture.» - a .. … º....… . . . . … º c < n -
-ro. Para tres crysteis. (… , e , e , i > e …, …, …. º
e_> Virtudes, e viron. Excitante, antiputrido; convenien
te nas febres typhoideas, etc. .:: … … : 1.3 · 3 |
ao… Applica-se como os precedentes.…… * . * . .
*# ……...! — > " . r… … º .…… :*, * . . O , , … ,,, !

Nº 312 CRYSTEL DE QUINA CAMPHORADO. -


-> … * . * . *. ** * * * * * * * * . . .
R. Cozimento de quina...:: … . . 2 libra huma e meia
Camphora dissolvida em q.b. de • •

alcool.):.I. .. …/...<if //, bitava meia. " " .


Assafetida triturada com gem-lo ….… " "
: "__ma de ovo .. .. .. .. .. ...: grão dez.…..
Laudano liquido de Sydenhão... onça huma… #
Electuario de cáto… ....….… onças duas.…?.
Em gral de pedra, dilua o electuario com o cozime"
---- - - •
- -
(247) -

to; ajunte ea oassafetida,


camphora, laudano. e por fim misture a dissoRção de •

//irtudes, e usos. Antiseptico; conveniente nos mes


mos casos, quando a febre se acha elevada ao gráo de pu * *

trefacção, º sº") . . . . . . … •• •
º
…Applica-se como os precedentes, " º : :í
… sei…or) cº-… . . ……… º.
.…… i , "a"………. . Collyrior. . . " "
… …; … tio, .…………… . * * * * * * * * . * …"\\
Nº 313- COLLYRIO EMOLLIENTE..…i… "Ideo e a
R. Flores de
de sabugo
malva .. .. …". . R 2,
. . . .
……..….###
aa onça meia.
Agoa fervente .. ... --1 * 1. C._libras duas. = ".74
Infunda por espaço de meia hora, e filtre.
Kirtudes, e vios. Emolliente, utilinas ophthalmias
estenicas.…….; … (o aº c{ ……."; 2) votº o #if"'
Applica-se em gráo de calor moderado (32 gráos do
thermometro de Réaumur quando muito), e embebido em
lanchetas de fios, ou compressas de Pannoyº em fórma de
anho, etc..……" e , o ºitº o Bºo…" .…… o º ºh aio, ºb v
--ts 1: fr: #;" " ….…………… : o iºr…" .. … s . "… "\
Nº 314 COLLYRIO ANODINO. 3 # 2. rºfib
R. Collyrio emolliente N.° 313. . libras duas: s"#cio
º5 19Laudano liquidó de Sydénhão?... oitavas tres, º
Misture. . 1 #;">
Mirtudes, e usor. Anodino; conveniente nos mesmos
casos que o precedente, e se applica da mesma maneira."
Nº 31, COLLYRIO SEDATIVO. , , , . ."
R. Collyrio emolliente N.° 313. . libras duas."
.…… Assucar de saturno (acetito de . vii…: "º
chumbo ) . . . . - - … … escropulo huma
Dissolva. . , o riº ºlfº "…) … e é 5o º ".
º Virtuder, e usos. Sedativo; util nos mesmos casos
que o precedente, quando se trata de dissipar a inflamma
ção,
neira.
é excitar.....i…
a sua::::verti
resolução Applica-se
aº o , º
* ** * * * *
de igual ma
> …….….… rs . " E " () ...i..
---------- …; ** ******** … *****#* * *
(248 )
Nº 316 COLLYRIO RESOLUTIVO.…… ……… …
-*

R. Flores de meliloto . . . . . U -- •

Rosas rubras. . . . . . s. áa } onça huma.


Agoa fervente . . . . . . libras duas.
Infunda por espaço de meia hora, e filtrado, ajunte
Assucar de saturno (acetito de
chumbo) . . . . . . . . . escropulo hum.
Pirtudes, e usos. Excitante, resolutivo; conveniente
nas ophthalmias atonicas, e no segundo estado das que ter
minão pela resolução. Applica-se de igual maneira.
Nº 317. COLLYRIO.DETERSIVO.
… R. Lirio Florentino em pó . .. .. oitavas duas.
Vitriolo branco (sulphato de zinco) escropulos dois.
o 2 Agoa de rosas . . . . . . . . . libras duas.
… Em vaso tapado, ajunte o lirio com a agoa rosada; }
conserve a calor de banho maria por espaço de duas horas;
depois de frio côe. Dissolva o vitriolo, e filtre..…. . . ..."
Pirtudes, e usos. Detersivo; conveniente para mun- 1

dificar, e limpar as ulceras ophthalmicas; e promover a sua |

cicatrização. - '. ' e 'fiº: o , º … …


Applica-se a beneficio da rama de huma penna, ou de
esponja fina. • - - -

* ** * * º ", orf, .… ….… º º… ……. \

Nº 318 COLLYRIO FORTIFICANTE... s .. …


R. Agoa distillada de camomilla . . . . onças oito.
Vinagre de saturno (acetito de )
chumbo liquido) . . . . . . .
r"Alcool, camphorado .. .. ... ...
.
}".
oitava huma.
º ox i, istº 2
Vitriolo branco (sulphato de zinco, grão seis. É
Em gral de vidro, dissolva o vitriolo na agoa; depois
ajunte o acetito, e o alcool. 2: , , , , , .………. , ;
Virtudes, e usos. Tonico, adstringente; util na rela
xação da membrana opaca, e ligamento ciliar. . ..." …"

Applica-se como o precedente,


(249 )
Nº 319 COLLYRIO SECCO.
. R. Assucar candi .
Tuthia preparada .
. .
.
. .
. . .
.
.
} ía escropulo hum
Lirio Florentino . . . . . * ** *

Pulverize separadamente, e depois misture. | , !


J'irtudes, e usos. Convém para dissipar os albugos
da cornea transparente, a que se applica por meio do tubo
de huma penna, pelo qual se assopra sobre a parte lesada
do olho. - -

+> Digestivos.
Nº 32o DIGESTIVO SIMPLES.
*R. Unguento elemi (balsamo de Arceo. onça huma.
Oleo de Aparicio (hipericão ) . . onça huma.
Misture S. A. < . :

Kirtudes, e usos. Suppurativo; conveniente para pro


mover a digestão das ulceras simplices, até que se mani
feste a vegetação muscular. Applica-se a beneficio de plan
chetas de fios. . . : - . . A ºi

Nº 321 DIGESTIVO COMPOSTO.


R. Unguento elemi (balsamo de Arceo). \ áa onça hu
- de resina amarella . . . II]3.

Precipitado rubro (oxido vermelho de


mercurio) em pó fino. .. .. .. .. oitavas duas.
Oleo de Aparicio (hipericão ) . . q. b.
Em vaso conveniente, misture o precipitado com hu
ma pequena parte de oleo; depois ajunte os unguentos, e
o oleo necessario para a consistencia de digestivo.
, Virtudes, e usos. Como o precedente; e opéra com
mais intensidade; pelo que convém melhor depois da limi
tação das gangrenas. • -

Nº 322 DIGESTIVO ANTISIPHILITICO.


R. Unguento elemi (balsamo de Arceo)
Pomada mercurial de partes iguaes } áa onça huma.
Mercurio doce (muriato mercurial doce) oitavas duas.
. Oleo de Aparicio (hipericão)Ii . . . q.b.
.." • • + -
Tom, II. "}" ;
( 25o )
Em gral de pedra, reduza a pó o mercurio doce; tri
ture com pequena quantidade de oleo; ajunte os unguen
tos, e com o oleo necessario fórme o digestivo.
Virtudes, e usos. Como o precedente, e convém nas
ulceras siphiliticas: , , , " " …"
<(> " "…!! -. , ( , . * . *, *, .

N.º #3 DIGESTIVO * ANTISIPHILITICO COM


* ** * , , , POSTO. --- - ---- #

R. Unguento elemi (balsamo de Arceo) * ãa onça huma. #

— de resina amarella Y. . "


Verdete (acetito de cobre) . . .
Mercurio doce (muriato mercurial º
} ãa oitava hu
* - º
… …
{ ma e mela,
doce). - - - - - - - - - .…
Oleo de terebinthina.….", ….….…. q. b.
Em gral de pedra, triture os pós com pequena quan
tidade de oleo; ajunte os unguentos, e com o oleo neces
sario fórme o digestivo, - . e º , , !

J'irtudes, e uros. Convém nos mesmos casos, que o


precedente; e opera com maior intensidade.

º Gargarejos.
Nº 324 GARGAREJO EMOLLIENTE.
R. Cevada perlada - . . . . . ] ; hu
Raiz de althea. .. .. .. .. . } ia onça huma.
Agoa commum .…. .….….…. libras tres.
… Ferva até ficar em . . . . . . , libras duas.
, Coado, ajunte … , , , - |- _*
,
Arrobe de amoras . . . . m –º * * * *

" - Xarope de althea . . . . ..." } aa onça huma.


- º Virtudes, e usos. Emolliente; ligeiramente adstrin
gente; util em todos os casos de inflammação da membrá
na mucosa da boca, e canal alimentar. Applica-se tépido
em fórma de bochechos, e gargarejos.
Nº 32; GARGAREJO RESOLUTIVO.
R. Rosas rubras" . . 2. . . . .
Flor de sabugueiro". . . . ãa onça huma.
Agoa fervente. . . . . . . libras duas,
( 25 r )
Infunda por espaço de hum quarto de hora, e coado,
,
ajunte . * . … -[ * *
, ,
**
Arrobe de amoras. . . . . ? 22 anº, I,}
Mel rosado • • • • • • • • •
|-

.J ,ãa onça huma •

Alcool de 22 gráos . . . . . …. onça meia."


Kirtudes, e usos. Resolutivo; conveniente para au
xiliar a terminação das anginas esthenicas, e nos primei
ros periodos das atonicas. Applica-se como o precedente.
Nº 326. GARGAREJO DETERSIVO. " " …
• * * *
… º
R. Cevada perlada . . . . . . * ….…… .
Folhas } agrimonia...... . . f. ºººº a huma.
Agoa commum. . . . . . . . . . . … libras-tres.
Ferva até ficar em . . . . . . . . ….", libras duas.
Coado, ajunte . . . . . . II", "º? . . . "
Mel rosado . . . . - - …. "... onças duas.
Acido sulphurico . . . . . . . q.b. para acidular.
}Yirtudes, e usos. Detersivo; conveniente nas ulceras
escrophulosas, antiscorbuticas, e venereas da boca, e gar
ganta. Applica-se como os precedentes." - ,
+ |- - - |- r. Jº º | *.*' ' ) .……… s . "... º * * *

Nº 327 GARGAREJO ANTISIPHILITICQ.…… E º


.…………… … ….…… …..… esb …………initº! E tio , o rº"…it
R. Mercurio purificado..….….…..…. e oitava huma. P.
Gomma arabia . . . . . . oitavas tres.
Mel. ". . . . . . . . . . i onça meia. & 7
. . Mercurio doce (muriato mercu-: : ; ...,
rial doce) . . .. .. .. . 2 grãos vinte.
Cozimento de raiz de althea. . , libras duas.
Em gral de pedra, triture o mercurio com a gomma,
e q.b. de cozimento para formar espessa mucilagem até
á extinção do mercurio; 'ajunte os pós, e o mel; triture
por algum tempo, e depois ajunte ao cozimento.
- Pirtuder, e usor. Antisiphilitico; conveniente nas ul
ceras venereas da boca, e garganta. Applica-se como os:
precedentes. .… …; … e . * … } ………

Ii 2
( 252 )
Nº 328 GARGAREJO ALUMINOSO.
R. Cozimento de cevada . . . . libras duas. .
Alumen (sulphato de alumina) oitavas duas.
Mel rosado . .. . . . .. onças tres.
Dissolva o alumen no cozimento, e depois ajunte o mel.
}Yirtudes, e usos. Adstringente; util nas anginas ato
nicas, e nas hemorragias passivas das gengivas, fauces, e
garganta, etc. Applica-se como os precedentes. .

Nº 329 GARGAREJO ANTISALIVANTE.


R. Cevada perlada . . . . . . onça huma.
Rosas rubras . . . . . . .
Maçãs de cipreste . • áa escropulos qua
Cascas de romãs ... $TO.

Flores de sumagre . . .
Agoa commum. • . libra e meia.)
Ferva até ficar em . - . . libra huma.
Coado, ajunte . • •

Vinho branco.…. . . . . . libra huma.


Mel rosado . . . . . . . onça huma e meia
Acido sulphurico . . . . . q.b. para acidular.
Kirtudes, e usos. Tonico, adstringente; util na pre
sença dos ptyalismos, principalmente quando provém da
applicação, ou administração das substancias mercuriaes.
Applica-se como os precedentes.
Nº 33o GARGAREJO ANTIPARALYTICO.
R. Sal
Raizammoniaco
de piretro (muriato
em pó. de
. . oitava huma e meia •

ammoniaco) . . . . . , oitavas duas.


Agoa de salva. . . . . . . , onças oito.
Alcool de cochlearia. . . . oitavas seis.
Deixe em digestão por doze horas: côe, e ajunte
Mel PP. . . . . . . oitavas quatro. .
Pirtudes, e usos. Excitante; util na paralysia da lin
goa, e na tortura orgica. Applica-se em fórma de boche
chos frequentemente repetidos.
(253 )
Nº 331 GARGAREJO ANTISEPTICO.
R. Casca de carvalho . . . . . onça huma.
Agoa commum . . . . . . libras duas e meia.
Ferva até ficar em . . . . . libras duas.
Coado, ajunte
Alcool camphorado . . . . oitavas duas.
Sal ammoniaco (muriato de am
moniaco) . . . . . . . grãos doze.
Oximel simples. . . . . . onças duas.
Zirtudes , e usos. Antiseptico ; util nas gangrenas
da boca e canal alimentar. Applica-se em fórma de boche
chos, e gargarejos, etc.

Injecções.
Nº 332 INJECGÃO SEDATIVA.
R. Cozimento de raiz de althea. . libras duas.
Assucar de saturno (acetito de
chumbo) . . . . . . . escropulos dois.
Dissolva. |

Xirtudes, e usos. Emolliente, sedativa; convém nos


rimeiros periodos das gonorrheas. Applica-se tépida, em
# de injecção no canal da urethra, e vagina, a benefi
cio de pequenas seringas.
Nº 333 INJECCÃO OPIADA:
R. Assucar de saturno (acetito de
chumbo) . . . . . . . oitava huma.
Vitriolo branco (sulphato de
zinco) . . . . . grãos seis.
Dissolva em agoa distillada . . libras duas.
Ajunte laudano liquido de Sy
denhão . . . . . . . . oitava huma e meia.
Pirtudes, e usos. Sedativa, ligeiramente adstringen
te; util nos segundos periodos das gonorrheas. Applica-se
como a precedente. •
• (254)

Nº 334 INJECCÃO ADSTRINGENTE COMPOSTA,


R. Alumen (sulphato de alumina). oitava huma e meia.
Verdete (acetito de cobre) .. .. escropulos dois.
Mel rosado . • * • •

Emulsão arabica . . . . . . . . äa onça huma.


Agoa rosada . . . . . . äa libra huma.
distillada. .. .. . .
Em gral de vidro, triture o verdete, e alumen com o
mel; ajunte gradualmente a emulsão, e por fim as agoas
distilladas. * * - •

Pirtudes, e usos. Adstringente, deseccante; util nos


ultimos periodos das gonorrheas. Applica-se como as pre
cedentes.
Linimentor.

Nº 335 LINIMENTO ANTIHEMORROIDAL,


R. Unguento populeão. •

- — de alvaiade . . }
ãa onça huma.
Oleo de golphaos . . . . . . q.b.
Misture. Fórme linimento S. A.
Pirtudes, e usos. Refrigerante; conveniente no esta
do estenico dos humores hemorroidaes. Applica-se em fór
ma de unção ou fomentação, duas ou mais vezes por dia,
Nº 336 LINIMENTO ANTIPARALYTICO.
R. Carbonato de ammoniaco alcoo
lizado (*). . . . . . . oitavas dez. .
Oleo graxo mucilaginoso . . . onça huma e meia.
Sabão negro. . . . . . . . . . oitava húa e meia.
Alcool de alecrim . . . . . . .. onças tres.
Dissolva o sabão com o oleo; ajunte o alcool de amº
moniaco, e o de
º he susceptivel de alecrim;
se separar.agite fortemente o todo , que • •

(*) Prepara-se distillando o carbonato ammoniacal com espiritº


# º:
21CQQis
ou dissolvendo duas oitavas deste sal em huma onça dº
(255 )
Kirtudes, e usos. Excitante ; conveniente nas paralysias,
rheumatismos, entorpecimento. Applica-se em fórma de fric
ôes. - • •

# 337 LlNIMENTO ANTIRHEUMATICO.


R. Camphora . . . . . . . . escropulo hum.
Oleo de terebinthina . . . oitavas duas.
Sal volatil de ponta de veado
succinado . . . . . . grãos quinze.
Sementes de cominho em pó. oitavas duas.
Unguento nervino . . . . oitavas quatro.
Sabão negro . . . . . . onça huma.
Em gral de pedra, dissolva a … no oleo; ajun
te o sal, e os pós; triture por algum tempo; depois ajun
te pouco a pouco o unguento, e por fim o sabão.
Mirtuder, e usos. Excitante; util nos mesmos casos
que o precedente, e se applica do mesmo modo.
Nº 338 LINIMENTO DE DIGITALIS COMPOSTO.
R. Uunguento de digitalis . . .
---- äa onça huma.
de arthanita. .
Pomada mercurial de partes
iguaes. . . . . . . . . onça meia.
Camphora . . . . . . . . . . . escropulo hum.
Oleo de camomilla . . . . . q b.
Em vaso conveniente, dissolva a camphora com peque
na quantidade de oleo; misture os unguentos, e com o
oleo necessario fórme o linimento.
Mirtudes, e usos. Excitante, desobstruente ; util nos
tumores escrophulosos, e na obstrucção das visceras. Ap
plica-se como o precedente. * …… … … * -

Nº 339 LINIMENTO REFRIGERANTE.


R. Unguento populeão . } ãa onças duas.
Linimento magistral.
Agoa de cal. . . . . . . . onça huma.
Oleo de amendoas doces . . . q.b. • •

Em gral de marmore, misture o unguento, e o lini


mento ; ajunte a agoa de cal, e depois o oleo necessario
Para a devida consistencia:
(256 )
Yirtuder, e usos. Refrigerante; util nas combustões
motivadas pelos liquidos ferventes, ou pela polvora incen
diada. Applica-se a beneficio da rama de huma penna.
Nº 34o LINIMENTO DESECCANTE.
R. Acetito liquido de chumbo. . oitavas duas.
Oleo de amendoas doces. . . . onça huma.
Em gral de pedra, agite-se até formar linimento.
Kirtudes, e usos. Convém, e se applica nos mesmos
casos, e fórma que o precedente.
Nº 341 LINIMENTO ROSADO COMPOSTO.
R. Unguento rosado composto. . . onças duas.
Alvaiade (oxido branco de chumbo) onça huma.
Oleo de herva moura. . . . . . q. b.
Em gral de pedra, triture os pós com o unguento, e
com o oleo necessario fórme o linimento.
Zirtudes, e usos. Convém nas erupções cutaneas, e
se applica em fórma de fomentação.
Nº 342 MEL ANTISIPHILITICO.
R. Mel rosado. . . . . . . . onças duas.
Alcool de myrrha. . . . . . . oitavas quatro.
Sublimado corrosivo (muriato
sobreoxigenado de mercurio ) grãos quatro.
Em gral de vidro, dissolva o sublimado no alcool;
depois ajunte o mel.
PVirtudes, e usos. Convém nas ulceras venereas da bo
ca, garganta, e nariz, sobre as quaes se applica a benefi
cio de hum pincel apropriado.
Pomadas.

Nº 343 POMADA ANTIOPHTALMICA.


R. Manteiga crua . . . . . . onças tres.
Tuthia em pó ( oxido cinzento
_ de zinco preparado). . . . onça huma.
· Camphora . . . . . . . . oitavas duas.
Verdete em pó (acetito de cobre). grãos doze.
( 257 )
Em gral de pedra, dissolva a camphora em sufficien
te quantidade de oleo de amendoas, ajunte os pós; conti
nue a triturar, e por fim misture a manteiga. " .
... Virtudes, e usos. Excitante; util nas ophthalmias
atonicas, e nas chronicas.
sobre as palpebras, Applica-se
e globo do olho. em fórma de unção •

Nº 344 POMADA DESECCATIVA RUBRA.


R. Oleo rosado . . . . . . . libra meia.
Cera amarella. . . . . . . onças duas.

#": : : : : } songahía emeia.


Lithargirio (oxido de chumbo
semivitroso). . . . . .
áa oitavas dez.
Avaiade ( oxido branco de
chumbo). . . . . . .
Camphora pulverizada com q.b.
de alcool. . . . . . . . oitava huma.
Em vaso conveniente, e a brando calor, dissolva a
cera no oleo: em gral de pedra misture os pós, e quasi
frio ajunte ao unguento.
Virtudes, e usos. Como a precedente.
N.° 345 POMADA OPHTHALMICA DE JANIN.
R. Banha de porco. . . . . . oitavas quatro.
Tuthia. . . . . . . .
Bolo de Armenia . . . . } ãa oitavas duas.
Precipitado branco. . . . . oitava huma.
Lave algumas vezes a banha em agoa rosada; misture
# exactamente em gral de vidro as drogas bem pulveri
Z2Cl2S,

Kirtudes, e usos. Como as precedentes.


Tom. II. • Kk
(258)
N.° 346 POMADA ANTIPSORICA.
R. Alcali fixo vegetal (carbonato de
potassa) - - - - - - - - ãa oitavas tres.
Flores de emxofre (enxofre subli
mado) . . . . . . - -
Banha de porco . . . . . . . onças tres.
Em gral de pedra, misture os pós com a banha, e tri
ture até formar pomada.
Kirtudes, e usos. Convem nos ultimos periodos da
sarna, e se applica em fórma de fomentação.…………
Nº 347 POMADA ANTITINHOSA.
R. Soda bem pulverizada . . . . .
Figado de enxofre (sulphureto
de potassa) em pó fino .
} äa oitavas tres.
; ,.
Unguento rosado . . . . . . onças, tres.
Em gral de pedra, misture os pós com o unguento, e
triture at }## mixtão. •

Kirtudes, e usos. Convem para fomentar as costras


tinhosas, duas ou mais vezes por dia.

Pós.

Nº 348 PÓS ADSTRINGENTES.


R. Alumen (sulphato de alumina) e-º

Gomma kino. . . . . .. . } ãa onça mela,


Myrrha • • e - º • • • º áa oitavas duas,


Incenso. . . . . .. • •

Pulverize separadamente, e misture. •

Kirtudes, e usos. Adstringentes; uteis para suspen


der as hemorragias consecutivas á applicação das sangulº
sugas , e as das ulceras sanguinulentas, sobre as quaesº
applicão, e sustem a beneficio de ligaduras compressivas.
* ( 259")
Nº 349 PÓS ESTIPTICOS.
# #
R. Vitriolo branco (
Vitriolo azul (sulphato dedecobre). ( g, a: •

Alumen ###### * *** hu


Alvaiade (oxido branco de chumbo) •

Terra sigillada - . . . . . . . - •

pois Deseque em cadinho


com as outras os tres sulphatos, e pulverize de
substancias. • •

… Virtudes, e usor. Como os precedentes.


, ! •

Nºsso VINAGRE ANTISEPTICO.


(Vinagre dos quatro ladrões.)
R. Summidades seccas de losna .
de alecrim . .
— de salva .. .. .
— — de . hortelã .. .
— de arruda .
-- … Flores seccas de alfazemas …
: Alho n . . . . . . . .
• • ? Raiz de aCOrO, ... º «…… * • ,
Canella fina . . . . . ãa oitava huma
Noz moscada. . . . .
Vinagre optimo . . . . . . . libras quatro.
Contunda as substancia, e inclua com o vinagre em
matraz de vidro tapado com bexiga, deixe em maceração
ao sol por espaço de quinze dias; côe com expressão ; fil
tre, e ajunte - 2. . . . .
Camphora dissolvida em alcool. …. oitavas duas.
.; , Kirtudes, e uros. Louvado contra as enfermidades
contagiosas, e ar infectado. Friccionão-se com este vina
gre as mãos, e o rosto; expõem-se ao seu vapor os vesti
dos, e outros objectos em tempo de peste. He hum bom
Prophylatico externamente; e util nas febres putridas. . ,
. Refere-se que quatro ladrões, na peste de Marselha,
em 172O, se garantírão do **º com o auxilio deste
2
(26o )
remedio. A vida lhes foi (dizem) concedida com a condi
ção de publicarem a sua receita.
Nº 351 VINAGRE CAMPHORADO.
R. Vinagre optimo. . . . . . . onças seis.
Camphora abrandecida com q.b. de
alcool . . . . . . . . . onça meia
Misture. •

IVirtudes, e usos, Estimulante, excitante; dá-se a


cheirar no abatimento de espirito, nos desfalecimentos,
etc.: em fórma de fomentação, convem nos tumores ato
nicos, particularmente nos edemas lymphaticos, nas con
tusões, etc.

Nº 352 VINAGRE DE MOSTARDA.


R. Mostarda contusa. . . . . onças duas.
Vinagre optimo. .. .. . . . libras duas. •

Deixe em maceração por 24 horas, e filtre.


Virtudes, e usos. Excitante, algum tanto rubefacien
te; util na paralysia, e hemiplegia; na tortura orgica, e em
todo, e qualquer abatimento do systema individual. Ap
plica-se em fricções. * • • • •

\- - • < • • • •

- Vinhos - Compostos.
N.° 353 VINHO AROMATICO.
R. Especies aromaticas. . . . .. onças duas.
Vinho branco optimo . . . . libras duas.
Conserve em digestão por 12 horas, e côe com ex
pressão.
J'irtudes, e usos. Excitante; conveniente para for
tificar os musculos, sobre os quaes se applica embebido em
compressas de pannos: serve para lavar as ulceras gangre
nosas: applica-se tépido para resolver as contusões, etc.
(261 )
Nº 354 VINHO ESTIPTICO.
R. Rosas rubras . . . . . .
Cascas de romãs. . . •
}> áa oitavas duas.
Balaustias . . . . . . . !
Flores de sumagre . . . . J
Alumen (sulphato de alumina) - oitava huma.
Vinho vermelho. . . . . . libras duas.
Alcool de 3o gráos. . . . . onças duas.
Contunda as substancias, e deixe macerar no vinho a
calor brando ; ajunte o alcool no fim da digestão, e côe
com expressão.
Kirtudes, e usos. Muitonico, adstrigente; util nas
entorses, contusões e tumores lymphaticos. Applica-se em
bebido em compressas de panno.
Nº 355 VINHO DE MALHEIROS.
R. Vinho tinto. . . . . . . libras tres e meia.
Salsa hortense . . . . . . . manipulos dois.
Mel purificado. . . . . . . ' onças quatro.
Acetito de cobre (verdete) - oitavas duas.
Myrrha . . . . . . . ãa oitava huma.
Aloes succotrino . . . •

Em vaso de barro, faça macerar a calor moderado,


por espaço de duas horas o vinho, e a salsa: côe por ex
pressão: em gral de vidro, dissolva o acetito de cobre, e
a myrrha; ajunte o mel, e guarde em vaso bem tapado.
Kirtudes, e usos. Excitante; conveniente nas aphthas
e ulceras venereas, muito particularmente nas da boca, e
garganta
N. B. Meu Mestre de Pathologia e Therapeutica o
Sr. Antonio Pereira Malheiros, fazia a esta preparação
grandes elogios para os fins referidos.
Zaragatóar.
N. 356 ZARAGATOA DETERSIVA.
R. Mel rosado . . . . . . onças duas.
Acido vitriolico .. . . . oitava huma.
Misture. , —
( 262 )
Pirtudes, e usos. Detersiva; util para tocar as ulce
ras siphiliticas, e escorbuticas, a beneficio de hum pincel.
Nº 357 ZAR#Toº DETERSIVA MERCU
RIAL. -

R. Mel rosado . . . . . . . . onças duas.


Mercurio doce (muriato mercu
rial doce) em pó . . . . . oitavas duas.
Acido sulphurico . . . . . . escropulos dois.
Em gral de vidro, triture o mercurio com o mel, e
pouco a pouco ajunte o acido.
Pirtudes, e usos. Detersiva, antisiphilitica ; conve
niente para tocar as ulceras venereas renitentes, a beneficio
de hum pequeno pincel. -

DESINFECTAGÃO, e purificação do ar, a fim de pre


venir os contagios, e suster os progressos das
febres epidemicas.
A Chimica, e os preciosos conhecimentos que a tem
illustrado nestes ultimos tempos, não só nos proporcionão
os meios mais seguros, e claros para examinar os princi
fº: constituintes do ar, dos miasmas, e outros corpos
eterogeneos, que se unem com elle, tornando-o insaluti
fero; mas tambem nos subministrão auxilios para a sua pu
rificação, e desinfectação, decompondo e neutralizando
os gazes deletereos, que se lhe tem misturado. O desco
brimento dos poderosos reagentes que exterminão as im
purezas, e miasmas contagiosos, que em muitas occasiões
envolve o ar, occuparão hum lugar distincto entre os co
nhecimentos uteis, e formarão huma época memoravel,
desde a qual ha principiado o genero humano a receber
todas as utilidades que são bem notorias, e palpaveis: os
exemplos, que nos offerecem as relações de Morveau e
Menzies são testemunho authentico do poderoso influxo
que tem as fumigações acidas para preservar, e ainda mes
mo anniquilar os miasmas.contagiosos que existem na
atmosphera. * * |-
(263 )
… A efficacia das fumigações feitas com os acidos pro
cede; 1.º da acção chimica pela qual elles se decompõem
e mudão a natureza dos miasmas; 2.° da sua expansibili
lidade, por meio da qual penetrão por toda a parte, e vão
ter com os miasmas subtis, ou elles estejão suspendidos na
atmosphera, ou adherentes aos diversos corpos situados na
esphera da sua actividade. Eu passo a tratar das diversas
fumigações.
I. Fumigação de gaz acido muriatico simples (acido
hydro-chlorico.) -

R. Sal commum (muriato de soda). . onças dez.


Oleo de vitriolo (acido sulphurico). onças oito.
Misturem-se a frio.
• Por este processo deve o sal estar algum tanto humi
do, e o acido ser concentrado. A mistura se fará em hum
vaso de vidro, ou de porcelana, e nunca em vaso de me
tal, ou louça vidrada. Deita-se o acido sobre o sal pulve
rizado, e logo se desenvolve o gaz acido muriatico em fór
ma de vapores, dos quaes convém desviar a cara para não
ser por elles incommodado. Esta operação póde fazer-se
a frio, ou por meio do calor, em lugares habitados ou não,
observando a respeito dos primeiros as cautelas, que ao
diante irão indicadas. .
Quando se queira produzir o gaz rapidamente, e em
abundancia, a fim de purificar promptamente lugares não
habitados, deitar-se-ha o acido sulphurico concentrado sem
mistura de agoa, de huma só vez, no vaso que encerra o
sal humedecido, o qual deverá estar posto em cima
de hum fogareiro, ou de arèa aquecida; porém nos luga
res habitados deve operar-se a frio com acido sulphurico
diluido com hum volume igual de agoa. Vai-se deitando
pouco a pouco sobre o sal, conforme a maior, ou menor
quantidade de vapôr que se requer, e assim se continua até
que o quarto esteja cheio de huma nevoa # , que
ao principio sobe, depois desce, se espalha em todas as
direcções, e por fim de algumas horas se dissipa inteira
( 264)
mente. Abrem-se então as portas, e janellas para renovar
o ar: se ainda depois da primeira fumigação se perceber
algum vestigio de cheiro putrido, deverá repetir-se até que
de todo se desvaneça. -

II. Fumigação de acido muriatico oxigenado (chlore.)


R. Sal commum (muriato de soda) . . . onças dez.
Oxido preto de manganez em pó . . onças duas.
Acido sulphurico (vitriolico concen
trado) . . . . . . . . . . onças oito.
Agoa. . . . . . . . . . . . Onças quatro.
Misture-se previamente, e sem trituração o sal com o
oxido de manganez; depois se ajunte o acido vitriolico. A
operação deve ser feita em vasos de porcelana, de vidro,
ou de louça dura, e não vidrada, que tenhão a boca larga,
e por nenhum modo em vasos de metal, mexendo o liqui
do com hum cilindro de vidro , ou com o tubo de hum
caximbo de barro. •

Estas fumigações se podem fazer a frio ou com calor,


nos lugares habitador, ou nos que o não são, attendendo
ás precauções, que ao diante irão indicadas.
III. Fumigação com vapores de acido nitrico.
R. Nitro (nitrato de potassa). . . onças tres.
Acido vitriolico (sulphurico). .. onças tres.
N. B. O nitro deverá ser bem refinado, e o acido bem
concentrado. Se o nitro fosse impuro, produziria em vez
de vapores brancos salutiferos, outros de gaz nitroso aver
melhados, e damnosos. A operação se faz do modo se
guinte:
Deita-se o acido em hum vaso de vidro, ou de por
celana (que tenhão a boca larga), e se vai ajuntando pou
co a pouco huma igual quantidade de nitro em pó, me
xendo de quando em quando com huma espatula ou cilin
dro de vidro, ou de barro de caximbo; o que he necessa
rio para quebrar a codea que se fórma. Logo que a mistura
( 265 )
se torna liquida como agoa, o que nasce da humidade do
ar que ella attrahe a si, cessão os vapores, e para se conti
nuar a operação he preciso renovar os simplices. Esta
fumigação faz-se sempre a frio para evitar a decomposição
do acido nitrico, e os vapores avermelhados, ou o gaz
nitroso. Deve-se preferir o multiplicar os vasos fumigato
rios, em vez de augmentar as doses dos ingredientes no
mesmo vaso : desta maneira se obterão sempre vapores
brancos, que caracterizão o acido nitrico, sendo esta fumi
gação a mais geralmente salutifera, não só pela sua pro
priedade desinfectante, como tambem por ser menos desa
gradavel, ao olphato, e conseguintemente preferivel nos
Iugares habitados, e especialmente naquelles que o forem
por doentes de peito. Como porém estes vapores são me
nos expansivos que os muriaticos, não convém tanto nas
salas vastas,
dispôr nellas ose vasos e para asospurificar
altas, fumigatori sería necessario
por andares. •

IV. Fumigação de vapores nitro-muriatico.


R. Sal commum (muriato de soda). . onças dez.
Nitro refinado (nitrato de potassa). onças cinco.
Acido vitriolico
Misturem- concentrado. . . onças dez.
se a frio. •

São mais volateis que as fumigações simplesmente ni


tricas, e tem a vantagem de serem menos sujeitas a pro
duzirem o gaz nitroso, o que permitte dobrar-se, e tri
plicar-se a dose das substancias no mesmo vaso, e por
isso convém nos lugares vastos; porém como ainda não ha
experiencia bastante dos seus effeitos, sómente vão indica
das como dignas de ensaio. Podem fazer-se sem inconve
niente, ajudadas do calor méderado do banho de arêa.
V._Fumigação de vapores nitro-muriaticos oxigenados.
R. Sal commum (muriato de soda). . onças dez.
Nitro puro (nitrato de potassa) . . onças duas.
Oxido de manganez . . . . . . onças quatro.
Acido vitriolico concentrado . . . onças cinco.
Agoa commum. . . . . . . . onças duas.
Tom. II. Ll
(266 )
Misturão-se os dois saes, e o manganez sem previa
pulverização, nem trituração, e deita-se-lhe em cima o
ácido enfraquecido pela addição da agoa, de huma só vez,
se quizermos que os vapores sejão rapidos, e abundantes,
e aos poucos quando se prefira, que estes se separem lenta
e successivamente, agitando a mistura com huma espatula
de vidro. Esta fumigação se assemelha muito á do gaz
acido muriatico, da qual he huma modificação.
VI. Fumigação de vapores sulphureos.
Pode-se fazer esta fumigação de dois modos:
1.º Queimando enxofre de per si;
2.º Queimando huma y enxofre . . . onça huma.
mistura de . . } nitro. . . . onças tres.
Em hum fogareiro accezo se põe hum vaso de ferro,
ou de porcelana, e quando estiver bem quente se lhe deita
o enxofre em pó, ou flores de enxofre em quantidade pro
porcionada ao espaço, e aos objectos que se pertendem pu
rificar; fechão-se as janellas, e outras aberturas por onde
poderião sahir os vapores, e apenas começa o enxofre a
arder, retira-se o Operador da sala, e fechem-se as portas para
evitar a impressão suffocante destes vapores, que por isso
só se podem applicar em lugares não habitados, e são par
ticularmente uteis para purificar os moveis, e roupas; o
que se executa do modo seguinte.
Estende-se muito bem toda a roupa suspensa em cordas
tezas, em huma sala, na qual se pratíca a operação que
fica dito; algumas horas depois, quando os vapores se tem
depositado, abrem-se as portas, e janellas para se renovar
o ar, e lava-se na barrela toda a roupa, fazendo-se huma
segunda fumigação ás cubertas, e outro fato de lã (em
razão da tenacidade com que os miasmas se adhirem á lã)
antes de irem á barrela, não havendo depois desta pre
caução risco de conservarem o menor germe de contagio.
A combustão do nitro com o enxofre produz hum va
Pôr de acido sulphuroso muito mais activo, e que se deve
Preferir para destruir qualquer cheiro putrido, ou exhala
(267 )
ções contagiosas em edificios, dos quaes se tenhão feito
sahir os doentes. Nem o mesmo virus da peste resiste a
esta fumigação ; do que nos fornece hum notavel exem
plo a peste de Moscow em 1771, na qual morrêrão mais
de Icódooo pessoas. Dez pellissas infectadas forão sub
mettidas a huma forte fumigação desta natureza, e dez
criminosos condemnados á pena ultima, forão revestidos
dellas, sem que nenhum destes infelices ganhasse a peste.
Esta propriedade dos vapores de enxofre era já conhecida
no tempo de Hippocrates, que designa o enxofre pelo epi
theto de antiloimico ou antipestilencial. •

O uso destas fumigações he tão efficaz como facil, e


economico para purificar as paredes, os trastes, e o fato.
Até sería bom que os doentes, e enfermeiros se não servis
sem em tempo de doenças contagiosas senão de roupa defu
mada em enxofre: assim consta que se preservárão muitas
pessoas da peste nos Paizes onde ella reina.
OBSERVA GÓ ES.
Nas fumigações praticadas em lugares habitados, e
em vasos descubertos, além das cautelas já indicadas, se
deve attender particularmente ás precauções seguintes:
1.º Os vasos deverão ser pouco profundos, e ter a boca
larga; serão de vidro, crystal, ou porcelana, e nunca de
metal, nem de louça vidrada, cujo verniz absorve o oxige
serviraospara
neo acidos,
contere odeixa o barro tão poroso que não póde
fluido. •

2.º Sempre se farão as fumigações a frio nos lugares


habitados; porém quando por este methodo já se não eleva
rem vapores, não ha inconveniente em usar do calor ; e
quando assim mesmo já a mistura posta em cima de hum
fogareiro, ou de aréa ou cinzas quentes, deitar poucos va
pores, se aproveitarão estes pondo o vaso nas latrinas.
3.º Para derramar os vapores igualmente por todas as
partes de huma sala, sem occasionar o menor incommodo
aos doentes, ou aos Enfermeiros, deve praticar-se o se
guinte:
Ll 2
(268 )
O Operador, tendo em huma das mãos o vaso fumi
gatorio, e na outra o frasco de acido misturado.com agoa,
vai deitando de quando em quando algumas gotas deste
no vaso, e repetindo quando afroxarem os vapores; assim
irá passeando por toda a sala, e á roda das camas dos en
fermos, tendo cuidado de suspender o apparelho por cima
da cabeça delles. Quando diminuir a quantidade dos va
pores, mexerá o liquido com o cilindro de vidro, ou tubo
de, barro de caximbo, até que a sala esteja cheia de
huma nevoa subtil, devendo evitar que se torne em nuvem
densa. O ponto essencial he não empregar senão doses
proporcionadas ao espaço, até repartidas em diversos pon
tos, se a sua extensão permittir: isso he indispensavel para
se poder regular a expansão do gaz.
4.º As vantagens das fumigações nitricas para os doen
tes, e pessoas atacadas de peito são incontestaveis, e deve
rão ser preferidas ás muriaticas; 1.º porque são igualmente
desinfectantes; 2.º por serem hum remedio heroico contra
as febres malignas ; 3.º por irritarem menos os orgão da
respiração. Para que os doentes de peito, e os de febres
possão gozar desta vantagem, de que os outros não care
cem, he absolutamente necessario que se lhes destinem en
fermarias separadas.
5.º Para manter a salubridade em huma camara de dez
és de comprido, onze e meio de largo, e dez de alto,
abitada por pessoas em saude, basta pôr successivamente a
cada canto em huma chicara ou pires de porcelana, meia
onça de acido vitriolico com outro tanto de nitro em pó,
agitando a miudo a mistura; porém para destruir os mias
mas contagiosos já existentes em huma sala das mesmas
dimensões, será necessario duplicar o numero dos vasos.
6.º He tambem muito conveniente que ao pé do leito
de cada enfermo haja hum cópo com dois escropulos de
nitro, outro tanto de acido vitriolico; e sería util que os
doentes mexessem de quando em quando o liquido. -

7.° Ha tambem apparelhos desinfectantes permanentes e


portateis, que consistem em frascos de vidro ou de crystal,
nos quaes se deitão os simplices, e que basta destapar
(269 )
por alguns minutos para deixar sahir o gaz, fazendo
desandar a rosca que aperta a tampa de crystal que tapa
o frasco. Estes apparelhos são summamente uteis aos
Chirurgiões, Medicos, Confessores, Enfermeiros, etc. De
verá haver cuidado em os abrir com cautela para não en
tornar o liquido, nem chegar muito ao nariz o frasco; e
quando tiver estado muito tempo tapado se vascolejará an
tes de se abrir. Dura o effeito destes apparelhos muito
tempo, e he mui facil renovallo, ajuntando pequenas por
çóes de cada hum dos ingredientes, que constão de oxido
de manganez em pó fino, e de acido muriatico misturado
por porções iguaes com acido nitrico; de modo que ambos
formem hum pezo igual ao do oxido, e que enchão a ter
ça parte do vaso, que se limpará com cuidado, a fim que
se possa fechar completamente apertando-se a haste da
TOSC2,

8.° Nos Hospitaes, Igrejas, Quarteis, Navios, etc.,


que estejão despejados, são escusadas as precauções indis
pensaveis nos edificios habitados, e podem-se applicar do
ses fortes das misturas desinfectantes, e ajudar o desenvol
vimento do gaz por meio do calor, e obter, deste modo a
prompta destruição dos miasmas. O ponto está em não
deixar sahir os vapores em quanto a purificação não esti
ver terminada, o que se consegue fechando bem as portas,
e janellas. A facilidade deste methodo deve fazer estabe
lecer nos Hospitaes salas de sobrecellente, para onde se mu
dem os doentes em quanto se desinfectão as que dantes oc
cupavão. -

9.° Logo que em hum Hospital se manifestar o con


tagio, e em algumas das Enfermarias a exhalação nausean
te chamada fetido de hospital; deverão transportar-se os
doentes para outra sala, e esta se purificará pela maneira
seguinte:
No meio da sala se põe huma pequena fornalha com
lume accezo, e sobre elle hum banho de aréa, e em cima
deste hum cadinho ou huma capsula de vidro com a boca
para baixo: deita-se o sal commum humedecido no vaso
fumigatorio quando este estiver quente, e se lhe vasa em
( 27o )
cima, de huma só vez o acido vitriolico de 66 gráos, re
tirando-se promptamente o Operador, e fechando depressa
a porta. Não se deixará na sala instrumento algum de fer
ro ou de metal, por evitar a ferrugem; pelo contrario de
verão não só ficar os colchões , cubertas, e fato, mas até
se deverão estender, e em particular os tecidos de lá.
Se em vez de gaz muriatico simples, que he sufficien
te de ordinario, se houver de preferir, por ser mais activo,
o gaz muriatico oxigenado, se procederá do modo seguinte:
Mistura-se o oxido de manganez com o sal commum na
capsula, e deita-se-lhe de huma vez o acido, retirando-se
logo o Operador, e observando as mesmas precauções aci
ma referidas. Se ao abrir das portas se sentir ainda algum
máo cheiro, repetir-se-ha a fumigação.
Por este methodo se devem purificar os Hospitaes, os
Quarteis, as Igrejas, os Theatros, os Cafés, e em summa
todos os lugares publicos nas horas em que estiverem sem
gente, e durante a existencia, ou quando houver receio de
alguma doença contagiosa.
1o.º O vinagre, não em vapores, mas molhando-se nel
le os corpos que se presumem infectados, he hum util au
xilio para preservar do contagio: o vinagre distillado ain
da he mais efficaz, e mais do que elle o acido acetico, ou
vinagre radical, o qual pela sua actividade e volatilidade
destroe promptamente as emanações putridas; e por isso
todas as pessoas que tratão de doentes, deverão trazer sem
pre hum vidrinho delle na algibeira.
11. O muriato sobreoxigenado de roda e de cal em pó
he hum util desinfectante. Convem deitar cousa de quatro
onças delle no sobrado de huma sala de 20 pés quadrados,
depois de varrida á noite, e quando se fecharem as janel
las; pela manhã se repetirá a operação, porém com menor
dose. O gaz que se desenvolve permanentemente deste sal
he não só desinfectante, mas tem a singular vantagem de
não incommodar os doentes, nem excitar a tosse. Deve
guardar-se em barrís em lugar secco, e bem tapado, por
que tem huma notavel tendencia a attrahir a humidade.
12. A dissolução de muriato oxigenado de potassa,
( 271 )
conhecida em França pelo nome de agoa de javelle, con
vem para desinfectar as paredes, leitos, trastes, roupas, e
todos os corpos susceptiveis de se lavarem. Os Enfermei
ros deverão lavar as mãos, e a cára nesta solução todas as
vezes que tiverem tocado nos doentes, ou no seu fato. Faz
se esta agoa pela seguinte maneira:
R- Sal commum (muriato de soda). onças duas e meia.
Acido vitriolico (sulphurico) . . onças duas.
Oxido de manganez . . . . . oitavas seis.
Recebe-se o gaz que nasce desta mistura em hum va
so, que contenha 16 onças de agoa, na qual se terão dis
solvido cinco onças de potassa. Para o uso, mistura-se com
dez ou doze partes de agoa. Deverá tambem usar-se desta
agoa para lavar a roupa, em vez das barrelas ordinarias
que não destroem tão efficazmente os miasmas adherentes
2S II) CSIi]3 S.

13. O licor que resulta da distillação de huma mistu


ra de estanho, e de sublimado corrosivo , conhecido pelo
nome de licor fumante de Libavio, e na nova Nomen
clatura pelo de muriato sobreoxigenado de estanho, espon
taneamente deita vapores mui activos em destruir os mias
mas contagiosos, e he tal a actividade delle, que talvez
seja o unico preservativo á peste do Levante. Estes vapo
res, que se exhalão apenas se destapa hum frasco do licor,
são brancos, densos, e tão penetrantes que logo irritão
os orgãos da respiração provocando a tosse, e por tanto
nos lugares habitados só se usará delles com summa cau
tela, momentaneamente, e em pequena quantidade; e só
nos lugares despejados se poderá empregar em maior quan
tidade. Deverá guardar-se em frasquinhos bem tapados com
rolha de crystal, mas muitas vezes he impossivel destapal
los sem quebrar o gargalo. Em razão de todos estes in
convenientes deverá reservar-se para os casos de peste.
14. Nada he mais importante para cooperar com os
meios apontados de desinfectação que a limpeza, sem a qual
em vão destruiriamos os miasmas derramados pelo ar, fi
cando sempre elles adherentes ao corpo dos doentes, e ao
fato, e até augmentando-se deste modo a sua quantidade
( 272 )
Nos contagios vindos de fóra ainda a limpeza he mais ur
gente, e não só a dos doentes como tambem a das casas,
das ruas, dos Quarteis, dos Hospitaes, dos lugares publi
cos, das latrinas, etc., devendo varrer-se a miudo, não
poupando a agoa, e todos os mais meios de aceio.
15. Na manipulação dos acidos que servem ás fumiga
ções, evitar-se-ha; 1.º que venhão a cahir em alguma par
te do corpo, porque queimarião, por serem corrosivos;
2.º que se entornem em cima dos corpos combustiveis,
# os destruirião pegando-lhes fogo. Para prevenir seme
hantes accidentes, deverão conservar-se em frascos de cry
stal bem grossos, e bem tapados com rolha de vidro. Se
cahir alguma gota nas mãos, no fato, ou nos trastes,
deve lavar-se immediatamente em muita agoa. As nodoas
feitas pelo acido no fato se podem tirar com a ammonia
(alcali volatil fluor), que restitue a côr. Para transportar
com segurança o acido vitriolico, e muriatico em jornada,
he necessario metter os frascos em huma caixa forrada de
chapas de chumbo para obviar os effeitos funestos, e até
os incendios que podem resultar de se quebrarem os fras
cos, derra mando-se os acidos.
16. Nas fumigações acidas não se póde determinar pre
cisamente as doses das substancias desinfectantes; he neces
sario que se proporcionem á extensão do lugar infectado,
á intensidade do contagio, á presença, ou ausencia dos
doentes, e á irritabilidade daquelles, a quem se applicarem
os vapores acidos. A experiencia tem demonstrado, que as
doses que ficão prescriptas nas precedentes fórmulas, são suf
ficientes para desinfectar hum espaço summamente cheio
de miasmas de 40 pés de comprido sobre 16 de largo
(640 pés quadrados), quando este espaço estiver despeja
do ; porém havendo nelle enfermos bastará ametade das
referidas doses a frio, e com o acido diluido com porção
igual de agoa. Sobre estes dados se deverão calcular as
-
doses necessarias para desinfectar as differentes partes dos
Navios da Coroa, e Commercio, que o necessitarem, ten
do em consideração as suas dimensões marcadas na seguin
te Tabella:
( 273 )
T A B E L L A

Das dimensões de huma

Náo de 64 até 8o Fragata de 36 até Bergantim de 16


peças. 48 peças. até 22 peçar.

Comprimento na Comprimento na Comprimento na


coberta 19o a 2oo coberta 14o a 18o coberta Ioo a Ioy
pés , a palmo e pés. pés.
II]CIO.»
Largura 36 a 44 Largura 24 a 3o
Largura ou boca pés. pés.
46 a 5o pés.
N. B. Os baileos N. B. A coberta N. B. A coberta
e coberta pode-se tem de ordinario tem de ordinario
regular terem 6 pés 6 pés de alto; e o 5 pés de alto; e o
de alto. O porão porão contendo a porão acima da
tendo a sua agoa sua agoada, terá deagoada 4 a 5 pés.
da, terá 9 a 11 pés. 7 a 9 pés de alto. A capacidade em
Os alvassus no pla Os alvassus são va toneladas he pou
no do porão tem riaveis nas suas di co mais ou menos
dimensões Inuito mensões. A capa de 18o a 28o.
variaveis. A capa cidade em tonela
cidade em tonela das he pouco mais
das he pouco mais ou menos de 6oo
ou menos de 15Oo a IOOO•
2. 2.QQ.

N. B. Nas epizooticas, ou doenças contagiosas dos


gados, os ensaios de varios Authores tem já mostrado se
rem as fumigações acidas de igual efficacia em impedir a
propagação destes miasmas, e em os neutralizar. As fumi
gações mais proprias para este fim são:
1.º De gaz acido muriatico (Iº, pag. 263.)
2.° De gaz acido muriatico oxigenado (II.", pag. 264.)
A segunda fumigação he mais efficaz que a primeira,
Tom. II. [1]
( 274 )
mas não havendo manganez, póde empregar-se esta com
confiança. Em ambos os casos faz-se a operação do modo
seguinte: - , !

Deita-se o sal, só, ou misturado com o manganez, em


huma grande terrina de pó de pedra, ou em hum vaso de
vidro (e nunca de metal), e deita-se-lhe em cima o oleo
de vitriolo; o gaz se desenvolve immediatamente em fór
ma de hum vapor mais ou menos abundante, segundo a
quantidade das substancias de que se usou.
Para desinfectar promptamente hum curral, em que
se manifestou a epizootica he necessario fazer-se nelle hu
ma fumigação em grande, e para isso far-se-ha sahir o
gado, que os vapores acidos encommodarião; então põe-se
no curral hum fogareiro accezo, e em cima huma cassare
la com aréa já aquecida, sobre a qual se assenta o vaso,
ou terrina que encerra os ingredientes sólidos; feito isto
ajunta-se o oleo de vitriolo, e retira-se logo o Operador,
tendo fechado bem as janellas de antemão, e ao sahir fe
cha bem as portas. Passada huma hora abrem-se as por
tas, e janellas, para renovar o ar, feito o que, póde entrar
o gado sem risco algum de miasmas contagiosos.
Mas não basta destruir os germes do contagio, he
preciso obstar á sua reproducção evitando a communicação
dos animaes sãos com os que estão já atacados da doença.
Para conseguir este fim he indispensavel amiudar as fu
migações, repetindo-as tres ou quatro vezes por dia, e até º
estando o gado no curral. Nestes casos requerem-se as cau
telas seguintes para que as fumigações não molestem os
animaes, nem os homens que as fazem. …"

as 1.° Usar para


apontadas cada" fumigação de doses menores do que
acima. - •

2.° Fazer a operação a frio.


3.° Mexer a miudo a mistura com hum paozinho, ou
com o canudo de hum cachimbo de barro.
4.° Afastar o vaso fumigatorio da cabeça dos animaes,
para não os incommodar pelo effeito dos vapores, que po
derião respirar.
A quantidade das substancias que se devem empregar
(275 )
em cada fumigação deve ser proporcionada á grandeza do
curral, ou estrebaria, e variar segundo estiver no curral o
gado ou não, e conforme a malignidade do contagio. He
impossivel dar servir
guintes podem as proporções
de regra: com exactidão, mas as se •

1.º Em hum curral de 2o bois, vaccas, cavallos, etc.,


estando nelle o gado, póde empregar-se,
De sal commum . . . . . . . onça huma.
Oleo de vitriolo . . . . . . oitavas seis.
E para a fumigação de acido muriatico oxigenado, as
mesmas doses, ajuntando
De oxido de manganez . . . . . oitavas duas.
2.° Estando o gado fóra do mesmo curral, podem em
pregar-se,
De sal commum . . . . . . . libras duas.
Oxido de manganez. . . . . libras tres.
Oleo de vitriolo. . . . . . libras duas.
A pezar porém da efficacia destas fumigações, em vão
se tentaria destruir completamente huma epizootica se não
houvesse o maior cuidado na limpeza, sem a qual he impos
sivel que o gado se conserve são, huma vez que se mani
festou nelle doença contagiosa. Deverá pois limpar-se bem
o curral, lavar as manjadouras, e grades todos os dias
com huma mistura de huma parte de oleo de vitriolo em
cinco partes de agoa. Nos curraes, ou estrebarias, em que
tiverem morrido animaes da epizootia , será bom ladri
lhallos ou calçallos de novo, e caiar as paredes. (Veja-se
Diccionario de Medicina, e Chirurgia, ou Bibliotheca Ma
nual Medico-Quirurgica , . Madrid 1817. Annaes das
Sciencias , das Artes, e das Letras, Tom. III. París,
1819, etc. etc. ). ^ .

S. XI.
Da Arte de Formular.

A Arte de Formular tem por objecto combinar junta


mente as propriedades das diversas substancias medicamen
Mim 2
( 276)
tosas, para assegurar, augmentar, ou modificar os seus ef.
feitos. He sem contradicção a parte mais importante, e
mais util da Materia Medica; mas he talvez, a que mais
necessita de refórma. Sabe-se quanto foi complicada até
aos nossos dias pela ignorancia, e pelos prejuizos.
. Com effeito, a Medicina Prática, aos olhos da maior
parte dos homens, não he mais do que a felicidade de pos
suir huma receita para cada enfermidade que se experimen
ta. Apenas se levão em conta os signaes, e os sympto
mas morbificos; despreza-se o exame das causas, dos tempe
ramentos, das idades, dos sexos, das habituações; não se
estudão as indicações therapeuticas; nomêa-se ou qualifica-se
á pressa a affecção que se apresenta, e prodigalizão-se re
medios ao acaso. E não he humiliante para a humanida
de, que hum empyrismo tão cégo obtenha quasi sempre a
generalidade dos suffragios, e que tantos pertendidos Cu
randeiros, verdugos da especie humana, não devão seu favor
popular mais do que aos prejuizos de que são embebidos?
Assim a mais sublime das profissões he diariamente
profanada por hum charlatanismo atrevido. A razão toda
via por que taes Curandeiros prevalecem muitas vezes no
mundo, e mesmo levão vantagem, em certas occasiões, so
bre Clinicos mui illuminados, he facil de inferir: os seus
raciocinios absurdos tem huma relação mais directa com
os do vulgo, e sua lingoagem baixa, e trivial os põe me
lhor ao alcance do ignorante que os julga. He de resto,
o que acontece em todos os ramos dos conhecimentos hu
manos. Ha huma multidão de espiritos subalternos, que
só admirão as concepções mediocres, não podendo ele
var-se aos chefes de obra da arte. Que póde o povo com
prehender na marcha methodica, e algumas vezes na sabia
inacção de hum Facultativo profundo, e experimentado?
Como o discurso da maior parte dos homens se limi
ta a pedirem huma receita contra a sua molestia, daqui
provêm multiplicarem-se por toda a parte os partidistas
dos remedios; e o furor de receitar fez-se tão universal,
que se puzerão em contribuição até os objectos mais des
gºstantes da natureza. A maior parte das fórmulas super
( 277 )
fluas de que foi, e he necessario expurgar a Therapêutica
nascêrão no seio da Alchimia : Parace/ro inventou hum
grande número, e as melhores erão as mais ininteligiveis. Al
gumas devêrão tambem toda a sua fama aos títulos redi
culamente ambiciosos com que as qualificárão ; e com
este apparato de receitas vãs, e seductoras, os empyricos se
propuzerão a combater os symptomas mais grosseiros, e
os mais apparentes. Por huma fatalidade absurda, não era
a sagacidade do Facultativo que determinava as applica
ções particulares dos remedios. Tradições confusas, e in
certas ensinavão as suas propriedades, e dictavão o seu
emprego. Quantos não julgão ainda ter chegado ao facto
da Sciencia, quando tem vagamente aprendido que tal plan
ta he vulneraria, detersiva, desobstruente, aperitiva,
etc., etc.? Tal he ainda neste seculo a verbiagem esco
lastica de alguns Professores da nossa classe! # se, em
quanto argumentão sobre principios tão defeituosos, a na
tureza resiste a seus proprios methodos, e triunfa da mo
lestia de que são testemunhas, elles se attribuem o resul
tado, e se applaudem. Hippocrater, fallando do uso vanta
joso, ou nocivo dos Medicamentos, se exprime assim: > Os
» que são uteis, o devem á sua bem ordenada administra
» cão; os que são prejudiciaes, devem este effeito ao abu
22 so que delles se faz. » Por tanto o bom emprego dos
Medicamentos he a alma da pratica, e os soccorros mais:
convenientes podem tornar-se perigosos por huma má ap
Plicação. - .', , ; , " , ,

Hum bom remedio não tem acção contra huma en


fermidade, senão quando he administrado por hum Pro
fessor habil; do mesmo modo que a massa de Hercules só
era terrivel nas suas mãos. . . . . ; … }

1. Regras fundamentaes da Arte de fórmular. . .


1. Antes de traçar huma fórmula, deve-se examinar
se convem a administração dos Medicamentos; porque ha
circumstancias, em que o melhor dos remedios he não fa-,
zer algum. Areteo observou que muitas enfermidades só
( 278 ) .
tem cura depois que se abandonão aquelles. » Não me en
» vergonho de confessar ( dizia Sydenhão ), que no trata
» mento das febres, quando não vejo assás claramente a
» conducta que devo seguir, julgo obrar com prudencia
»» conservando-me em expectação; e com effeito, em quan
» to indago a enfermidade, e juntamente o melhor meio
»» de a combater, muitas vezes he curada insensivelmente
» por si mesma, ou reduzida a hum typo, que evidente
»» mente me tem mostrado as armas que lhe devo oppôr.»
Por outra parte, he de facto que o Facultativo nem sem
pre deve propor-se á cura; e ha occasiões em que hum
tratamento indiscreto produz algumas vezes maior mal do
que aquelle que se procura evitar.» Quizera antes (accre
scenta Stoll), que não se tentasse algum meio, do que se
recorresse insensatamente aos que não correspondem ao
caracter da affecção, e perturbão os esforços salutiferos.
2. Huma vez que he manifesta a indicação de obrar,
deve-se fazer huma boa escolha dos Medicamentos que hão
de constituir parte da fórmula; porque entre as substan
cias, tanto simplices como compostas, e a maior parte
exoticas, que se empregão, algumas ha que são adulteradas,
corrompidas ou mal conservadas. Daqui provém attribuir
se muitas vezes á inercia da natureza o que he necessario
imputar á má qualidade dos Medicamentos. Accresce a
este inconveniente o de procurar ao enfermo desgosto,
nauseas, e suscitar novos symptomas, etc.
3º. Se a natureza do Medicamento tem feito ver, que
se póde misturar com outro, em lugar de o administrar no
seu estado de simplicidade, deve haver grande cuidado
em que as substancias que se ajuntão não dem lugar a al
gum erro; porque ha substancias que não podem soffrer
combinação ; outras que só podem aliar-se em certa pro
porção, para obrar utilmente e com efficacia; outras; em
fim, que passão por inteira decomposição , ou adquirem
propriedades novas, etc. Por effeito desta inadvertencia,
não he rara a composição de prescripções ridiculas, quan
do
vemfalta perfeito
entreo si. conhecimento
. . . 23:"#", #4, das substancias
ovº?… ) . . que con
•+
_> ( 279 ) • •

4. Em consequencia do que fica dito no paragrafo an


tecedente, deve-se considerar, quando se formúla, tudo o
que póde alterar ou permutar a natureza da composição;
quaes as agoas que se empregão para menstruos, e se nel
las existem saes ou sulphuretos capazes de decompôr ou
o tartrito de potassa antimoniado, ou o nitrato de mercu
rio, etc. Misturando dois saes differentes, he necessario ter
respeito ás suas affinidades reciprocas, para que não hajão
decomposições ou precipitações imprevistas; o que sobre
vem principalmente aos saes, cuja base he huma terra ou
oxido de algum metal branco. Importa tambem muito
acautelar que não se empreguem vasos metallicos para os
acidos, alcalis, enxofre, e hydro-sulphuretos; que não se
misturem substancias terreas com corpos mineralizantes,
ou saes metallicos com materias que contenhão tanino,
acido galhico, etc.; nas bebidas, que não se misture tal
substancia antes ou depois de tal outra. Nos pós compostos
convem notar os pezos especificos de cada substancia, pois
que os mais pezados se precipitão; e em quanto á pulveri
zação, se deve tomar a primeira, ou a segunda porção
que he sempre mais densa, mais resinosa, ou mais lenho
sa. Nas substancias volateis, se devem aquecer-se, e até
que gráo? Nos cozimentos, em que estado de concentração
se devem suspender? Nos extractos, se devem ser prepara
dos com a fecula verde, ou sem ella; se he necessario to
mar a planta verde, ou secca; antes ou depois da flore
scencia? Nos succos, se devem ser clarificados de huma ou
de outra maneira ; se tal conserva ou partilhas devem
ser preparadas com assucar cozido ou não; se os xaropes
contem ou não hum principio fermentescivel, e mucoso;
se hum electuario, deve ser empregado recente ou antigo;
se nos elixires, como no de Mynsicht, o acido não tem
obrado muito sobre as materias vegetaes. Em quanto aos
unguentos e emplastros, se elles são formados com corpos
graxos e resinosos sómente, ou com oxidos metallicos re
ductiveis, etc. }

5." Nunca se devem ordenar Medicamentos inuteis, ine


ficazes, rançosos, evaporados; nem receitar em grande
(28o )
quantidade os que se alterão e corrompem facilmente, co
mo as orchatas, emulsões, etc. Pelo contrario poder-se-hão
prescrever em maior quantidade os Medicamentos que se
administrão nas enfermidades chronicas. Deve-se ter con
sideração á especie determinada, fórma, e fim da receita;
pois se requer
do que maior quantidade
para bebida, etc. •
para fomentação e crystel,
6." Não se devem prescrever Medicamentos que se não
achem nos Dispensatorios Pharmaceuticos dos lugares, em
que o Facultativo exerce a sua Profissão ; como tambem
não receitar Medicamento com denominação nova, v. gr.
com os systematicos de Linneo; exceptuando aquelles casos
em que a planta, ou remedio he novo; e na verdade, se
se retiverem os nomes já conhecidos, precaver-se-hão mui
tos erros; e quando se queira usar de nomes novos, se
ajuntarão sempre os antigos recebidos, como em a nova
Nomenclatura da Chymica; bem como tenho praticado na
presente Obra. •

7." Na escolha das substancias que devem servir á com


posição das fórmulas, importa preferir as indigenas ás exo
ticas, huma vez que a sua virtude seja identica; porque
he menos de temer que se achem alteradas pela ambição
do ganho, como acontece frequentemente com a quina,
opio, almiscar, e muitos outros Medicamentos caros. Para
a observação deste preceito bem se vê quanto he indispen
savel o conhecimento da Materia Medica do Clima, Rei
no, Provincia e Districto, em que o Clinico pratíca a sua
Sciencia, e Arte.
8° Nunca se devem introduzir em a mesma fórmula
muitas substancias, que posto discrepem nos nomes e pre
paração, tenhão a mesma natureza e efficacia, como v. gr.
o ral de centaurea menor, e o de cardo ranto. Tão pou
co se deve pedir remedio, cuja preparação seja perigosa
e difficil, sem o examinar antes cuidadosamente, e encar
regar da sua preparação algum Pharmaceutico habil, e
acautelado. -

9." Nas enfermidades mui urgentes, devem-se receitar


remedios que se possão preparar e aviar instantaneamente,
( 281 )
por serem preciosos todos os momentos, e para evitar que
o Pharmaceutico os expeça mal preparados em consequen
cia da pressa.
1o.” He necessario possuir bem o conhecimento da con
sistencia distincta dos simplices e compostos, pois de ou
tro modo se poderá prescrever huma fórma extraordinaria,
ou medida impropria. Deve-se outrosim conhecer perfei
tamente a composição das formulas officinaes, e seus com
ponentes, pois que ignorando-as nunca se poderão obser
var as regras precedentes.
II." Pedir-se-hão sempre os Medicamentos com certa
ordem natural, já as raizes com as raizes, os que tem igual
pezo, e observando a ordem nas substancias como os Phar
maceuticos em suas misturas.
12. Quando algum remedio he introduzido pela primei
ra vez na prática, o Facultativo só o deve usar com gran
de reserva, para não comprometter a vida do enfermo,
nem a sua propria consciencia. Não se podem ignorar os
inconvenientes que se tem seguido, e podem seguir do abuso
do phosphoro, do muriato de barite, etc.
6.º # a regra de Gaubius, que recommenda em
regar com preferencia os medicamentos de pouco custo,
ogo que suas propriedades são iguaes aos de preço mui
caro; todavia, como observa este célebre Author, importa
ter condescendencia para com o luxo dos ricos, que não
tem de ordinario fé nas substancias de pouco valor. Da
ui proveio o uso medicinal, e tão ridiculo das esmeral
as , etc.
7.° Procurar-se-ha corrigir o cheiro e o sabor dos reme
dios, que inspirão certo desgosto aos enfermos ; mudar
se-lhe-ha mesmo o nome para não contrariar as repugnan
cias naturaes; mas não se alterarão suas qualidades medi
camentosas. Os Facultativos mais expostos a commetter
esta falta, são os que se propõem a agradar aos poderosos;
muito indulgentes para com a sua vontade, procurão antes
lisongear os seus caprichos, do que proporcionar-lhes o cu
rativo de suas enfermidades.
8º. Deve-se examinar, por experiencias continuadas e
Tom. II. Nn
( 282 )
repetidas, se a substancia que se emprega produz melhor
effeito em pó, ou em extracto, em infusão, ou em cozi
mento, etc. Todas estas fórmas, com effeito, não podem
ser indifferentes
dades medicinaes para desenvolver mais ou menos as quali
dos remedios. •

9.° He particularmente importante o estudo das doses,


que se devem proporcionar á natureza da enfermidade, seus
symptomas, vehemencia, etc. Convem muito attender ás
forças da natureza; porque em certas enfermidades, e com
respeito a certos Medicamentos se necessita de maior dose
se aquellas estão languidas, e de menor quando se achão
fortes e robustas. Importa observar, que muitas substan
cias não tem acção sendo administradas em pequena quan
tidade, e todavia se tornão mui energicas, logo que se
empregão na quantidade requerida. Observarei mais que
alguns Facultativos desprezão muito o augmentar progressi
vamente as doses; não he raro ver-lhes abandonar hum
remedio, lºgºque o tem empregado huma ou duas vezes
sem fruto. E com tudo ha substancias, que só tem effeito
na economia animal, quando seu uso tem sido por mais
ou menos longo tempo continuado.
1o.º Empregue-se a maior simplicidade na composição
das formulas. A ostentação de muitas drogas só convém
a charlatões, cujo vil officio he o de enganar os humanos.
Conheça-se melhor a dignidade da nossa Profissão. Enun
ciem-se com clareza e brevidade as nossas formulas, e nel
las não haja equivoco, nem incerteza
11.º Todavia, haja o cuidado de multiplicar as prescri
pções medicinaes, mesmo quando ellas são superfuas; por
que esta precaução tranquilliza os enfermos assustados, e
a humanidade exige que se consolem, quando não ha espe
ranças de os curar. •

12.° Convém muito consultar algumas vezes as appe


tencias particulares do enfermo, para melhor fixar o gene
ro das substancias que devem empregar-se. He muito com
mum ver a natureza voltar-se per si mesma para o reme
dio que lhe pode ser mais favoravel; mas pertence ao Fa
cultativo julgar deste instincto, e do valor do remedio Pa
ra o qual se inclina.
( 283 )
13.º Por mais conveniente que seja algum Medicamen
to, não se deve prescrever na estação, em que he destitui
do de energia e sem virtude. Hum estudo profundo da Bo
tanica deve ensinar quaes são os tempos do anno em que
importa mais prescrever as raizes, as astes, as summidades,
e as fiores, as folhas, os succos proprios dos vegetaes, as
gommas, as resinas, os oleos essenciaes, etc. Estas noções
não são unicamente da competencia do Pharmaceutico que
prepara os remedios; porém muito mais do Facultativo que
os ordena. •

14.º A Arte de Formular igualmente exige que, quan


do se prescreve alguma substancia medicamentosa, seja
vegetal, mineral, ou animal, se conheça bem a sua acção
phisica, ou chimica sobre os vasos ou reservatorios que a
devem conter. He tambem necessario que a Therapeutica
tenha ensinado ao Facultativo qual he a consistencia de ca
da remedio, qual o seu volume, para lhe dar a fórma, a
medida, o excipiente, o vehiculo, etc., que melhor lhe
convém. Tem-se visto, por desgraça, apparecerem nas
Officinas Pharmaceuticas formulas desgostantes para o en
fermo, e que são impossiveis de executar.
15. A fórma que se deve dar a hum remedio, he muitas
vezes relativa ao seu modo de acção sobre a economia ani
mal. M. Alibert observou que o nitrato de potassa só pro
vocava as ourinas, quando se administrava em alguma bebi
da. Prescripto em bolos, era nullo, ou fatigava o enfermo.
As substancias que obrão sobre a contractibilidade muscu
lar do conducto intestinal, taes como o manná, os saes
compostos, convém igualmente muito melhor, quando se
fazem dissolver em hum vehiculo aquoso, do que admi
nistrados em consistencia sólida. Pode-se dizer o mesmo
das substancias que excitão os exhalantes cutaneos. Pelo
que pertence ás que obrão mais ou menos energicamente so
bre as faculdades do systema nervoso, pelas suas qualida
des narcoticas, ou estimulantes, he melhor que se prescre
vão em pilulas, ou sob qualquer outra fórma sólida; etan
to mais porque a maior parte dellas ferem o orgão do gos
to pelo seu amargo, ou o orgão do cheiro pela sua fe
tidez. Nn 2 •
( 284)
16.º Ha Facultativos, que, para fazer huma vã ostenta
ção da sua habilidade, e saber, complicão suas fórmulas,
adaptão, por assim dizer, huma droga a cada symptoma
da enfermidade. Mas este procedimento he illusorio; por
que muitas vezes as substancias se neutralizão pela sua mis
tura ou combinação. Além de que, deve-se attender pri
meiro que tudo ás causas, cuja destruição promoveria a
dos symptomas morbificos. Tal he a maxima de Hippocra
tes, e de todos os grandes Mestres, que se devem tomar
por modélo.
17.° Na prescripção dos remedios, deve-se attender á
estação do anno. Em geral a Primavera, e o Estio são os
tempos mais favoraveis para a acção da natureza, princi
palmente no tratamento das enfermidades chronicas. As
propriedades vitaes experimentão variações a cada revolu
ção do anno. Todos os Physiologistas concordão nesta
observação. •

18.° Deve-se attender ao clima: nos Paizes cálidos, faz •

se maior, uso do opio, e dos outros narcoticos, porque a


suceptibilidade nervosa alli se acha naturalmente mais exal
tada. Por hum motivo contrario, nos Paizes frios, em que
as forças vitaes se achão entorpecidas, o instincto determi
na o emprego dos mais fortes drasticos, e das drogas as
mais estimulantes. Substancias que, para nós, são venenos
promptos, e violentos, taes como o oleo de nicociana, as
preparações arsenicaes, etc., movem apenas o canal intes
tinal dos Laponios, ou dos Povos da Siberia, e da Cour
landia, entre os quaes » parece, diz Barthez, que hum
»» véo
cipiodevital.
materia
» mais espessa faz menos accessivel o prin

19.° Deve-se attender ás idades para dar huma justa


proporção ás fórmulas. Diminuem-se as doses para a in
fancia e para a velhice; as duas extremidades da vida as
semelhão-se mais entre si do que commumente se julga.
2o.º Deve-se attender ao sexo. A mulher he de ordina
rio mais sensivel e mobil do que o homem; a considera
ção deste estado de propriedades vitaes he necessaria para
graduar convenientemente a quantidade das substancias que
( 285 )
fazem a materia das fórmulas. A disposição particular do
utero tambem induz modificações continuas na prescripção
dos Medicamentos,
struação, etc. segundo o estado de prenhez, de men
- •

2. 1º Deve-se attender ao temperamento, cujo conheci


mento he fundado sobre a predominancia dos differentes sys
temas organicos; o enfermo deve ser diversamente tratado,
segundo vive sujeito ao imperio do systema sanguineo, do
muscular, do nervoso, do lymphatico. O vulgo mezinhei
ro nada disto conhece, porque se acha em huma ignoran
cia vergonhosa das Sciencias Physiologicas.
22.º Cullen, que tem hum dos primeiros lugares entre
o pequeno numero dos Facultativos Philosofos, recommen
da hum estudo mui attento do que os Therapeuticos cha
mão idiosyncrasia. Tem-se observado enfermos, cujo esto
mago não se contrahe pela acção do tartrito antimoniado
de potassa; ao mesmo tempo que outros cahem em con
vulsão por effeito de hum só grão do mesmo Medicamen
to. Qual he o Clinico experimentado que não tenha feito
huma observação tão commum ? #--

23º. Não parece necessario recommendar a attenção


articular dos costumes e habitos. Galleno , Vallesius,
*# de Castro, etc., particularmente insistírão sobre
este dogma fundamental da Medicina Pratica. Variem-se
pois as fórmulas, a que os enfermos são já muito acostu
mados. lnterrompa-se algumas vezes a administração de
hum remedio, para o repetir em outros tempos, etc. •

24.° Não se adopte, como os rutineiros vulgares, huma


fórmula para cada enfermidade que se tiver de combater,
na certeza de que não ha alguma que reclame huma recei
ta exclusiva. Não cessemos de o repetir; he a habilidade
do Clinico que dirige a applicação de cada remedio, e que
determina o seu exito. Hum empyrico que não possue mais
do que receitas, he justamente comparado a hum cégo ar
mado de hum bastão; elle fere ao acaso e indistinctamen
te a enfermidade, ou o enfermo. A Materia Medica na
mão do Chirurgião ignorante , he semelhante á espada
desembainhada em poder de hum furioso, |
( 286 ) |-

, - . . Do Mecanismo da Fórmula,

Os Clinicos tem convencionado arranjar em huma cer


ta ordem, e exprimir, por meio de caractéres determina
dos, os remedios, cujo modo de acção lhes parece proprio
a preencher tal ou tal indicação medicinal. A esta dispo
sição methodica se dá geralmente o nome de fórmula. Es
ta pois consiste em huma regular designação da materia,
medida, pezo, e fórma dor Medicamentos, que o Phar
maceutico deve enviar para os usos e fins a que se propõe
o Facultativo: ou , como quer Desbois de Rochefort, o
modo de expedir os remedios simplices, e compostos rela
tivamente á sua consistencia , quantidades, e qualida
des; distinguindo-se a fórmula do regulamento dietetico,
que prescreve o Facultativo, em este ser transcendente ao
uso das seis couras naturaes, e limitar-se aquella tão só
mente ao Pharmaceutico, deixando aos Enfermeiros assi
gnalado o tempo, horas, intermedio, e vezes que ha de ad
ministrar o remedio receitado. • • •

A Materia Medica subministra os componentes da re


ceita; sua fórma, e pezo, as diversas condições do enfer
mo, e das substancias que se hão de receitar; e o seu fim
a legitima preparação e applicação daquelle auxilio, com
que o Facultativo procura cumprir a indicação.
Os dotes ou circumstancias da Fórmula, consistem:
1.º na Preposição; 2.° na Designação; 3.° na Subscri
pção; 4.º na Data.
Em quanto á Preposição. A fórmula era antigamen
te precedida de huma inscripção, que se colocava no alto
da pagina , e que exprimia hum sentimento pio e religio
so. A maior parte dos Facultativos a omittem hoje; mas
começão constantemente a primeira linha da fórmula pela
letra (R.), que significa recipe , isto he, tome. Este si
gnal serve para advertir o Pharmaceutico das drogas com

que deve effectuar acomprehende
A Dirignação mistura, ou não
preparação.
só as denominações
das substancias, mas tambem as suas condições, e a quan;
tidade geral, e especial, ou dore. Hum preceito essencia
( 287)
a este artigo, e que não foi esquecido por Gaubius, con
siste em não escrever consecutivamente e sobre a mesma
linha os diversos Medicamentos, que fórmão a materia da
prescripção; mas em colocar immediatamente humas por
f', de outras as substancias, que são analogas por sua
natureza ou pela sua especie ; as que são ordenadas em
maior quantidade, devem achar-se em primeiro lugar. Tam
bem se podem dispôr na ordem de sua energia medicamen
tosa, e collocar as mais activas em primeiro lugar.
A Subscripção consiste em a nota ou advertencia,
que prescreve se dê esta ou aquella fórma á receita, e con
rém a maneira de a executar. Por tanto, designados todos
os componentes, se escreve a letra F. (forme ou faça)
bolos, electuario, etc. Se a receita he composta, escreve
se antes a letra M. (misture); e se algum dos Medica
mentos he muito activo, deve-se accrescentar, exactamen
te, a fim de evitar que em huma dose entre maior porção
de substancia activa do que em outra, etc. Se a quantida
de pedida na fórmula se tem de dividir em algumas doses,
depois de M. F. (v. gr. pós ) se deverá accrescentar – di
vida em doses iguaes numero .... — E para regular que
esta ou aquella substancia, ou todas, soffrão ou passem por
alguma alteração ou preparação, como v. gr. maceração,
pulverização, etc., se accrescenta, contunda, digira, etc.
A Data consiste na expressão do dia, mez, e anno
em que tem lugar a administração ou applicação do reme
dio formulado, para que em todo o tempo se possão co
nhecer exactamente quaes forão os periodos, em que a en
fermidade foi combatida com o auxilio de taes, ou taes
meios, etc. Para accommodar esta precisa expressão a hum
methodo breve, os Facultativos tem estabelecido escrever
na parte inferior das fórmulas, ao lado da assignatura, e
com os caractéres numericos a expressão da éra christã
(por ex. 1819), e logo sobre huma linha transversal o nu
Inero do dia do mez, designando depois na parte inferior
da mesma linha o numero do mez na ordem natural prin
cipiando pelo de Janeiro, etc. (por exemplo º , quinze
de Janeiro). Assim, querendo-se datar huma fórmula no
|
(-283)
-dia 1o de Julho de 1819, escrever-se-ha – 1819 # —,
*como se dissessemos : no anno de mil oitocentos e dezeno
ve, aos dez dias do setimo mez, isto he, de julho, a
que na ordem natural dos mezes corresponde o numero se
te, etc.
". - Distinguem-se ordinariamente nas fórmulas ; 1.º a
bare; 2.° o auxiliante; 3.º o correctivo; 4.º o excipiente;
5.º o intermedio; mas nem todas comprehendem estas cin
co
pes,cousas:
etc. taes são os pós, os extractos, os saes, os xaro

A base, que se coloca em primeiro lugar nas receitas,


não he o Medicamento, cujo pezo ou quantidade predomi
não, mas sim aquelle cujas propriedades são mais essen
ciaes. Algumas vezes ha mais de huma base na mesma fór
mula, o que complica o remedio, e o faz muitas vezes me
nos commodo a tomar ; taes são os electuarios, as opia
tas, etc.
- O auxiliante ou coadjuvante he a substancia que se ac
crescenta para dar maior força ou actividade á base. Deste
modo he que as resinas drasticas se ajuntão a purgativºs
brandos; a camphora, e os alcooles augmentão a activi
dade dos antisepticos; a addição do opio accrescenta a vir;
tude dos sedativos ou temperantes, e hum oleo essencial
imprime mais acção aos aromaticos, etc. •

O correctivo obra em sentido contrario. Logo que al


guma base possue demasiada actividade, convem mode
ralla. Sabe-se que os alcalis corrigem a violencia das re
sinas acres pela sua combinação; os acidos modificáo º
violencia dos purgativos, e a do opio. Os mucilaginosº,
as gommas, os oleos graxos envolvem as particulas dº
corpos mui irritantes; os aromaticos mascárão os cheiros
fetidos; os corpos assucarados tirão ou diminuem os saº
bores amargos ou desagradaveis. • •

O excipiente ou aquoso, ou oleoso, ou espirituosº,


ou acido, ou alcalino, étc. támbem tem o nome de vehi
culo, de menstruo, de dissolvente, etc., segundo servº º
diluir, a suspender, dividir, misturar, ou a glutinar as Pºº
tes de hum composto. •
(289 )
Em fim, o intermedio que se emprega para ligar ou
unir corpos pouco ou nada misciveis, se confunde algu
mas vezes com o excipiente ou com o correctivo, e se
distingue em outros casos. Assim em huma bebida com a
camphora, ou huma resina, ou hum oleo, o excipiente
póde ser aquoso; mas o intermedio he ou o alcool, ou a
gemma de ovo, ou huma mucilagem, etc. (*), (**).
A fórmula sómente deve conter o que he essencial
mente preciso que indique. Os nomes dos Medicamentos,
e das quantidades devem ser escriptos com todas as letras,
rejeitando-se as abbreviaturas e signaes de que se tem
usado para distinguir humas de outras. A quantidade total
do Medicamento que se prescreve para huma vez, deve
variar conforme a especie, e a variedade da doença, sua
duração, intervallo que deve haver entre as visitas, facili
dade com que se altera o Medicamento, e conforme o ca
pricho do enfermo.
Tendo de reunir na fórmula mais de huma substan
cia, colocar-se-hão humas por baixo de outras, sobre ou
tras tantas linhas isoladas, de maneira que correspondão

(*) Exemplo em huma bebida purgativa:


R. Senne,limpo. . . . . . . oitavas duas ) Ra
Phosphato de soda. . . . oitavas tres ) "
Jalapa. . . . . . . . escropulo hum Coadjuvante.
# de limão. . . . . s. q. . . . Correctivo. .
anná em lagrimas . . . onças duas . Correctivo servº
do de intermedio.
Infusão de chicorea. . . . onças quatro . Excipiente.
F. S. A.
(** •

R. Plantas aromaticas em pó. . onças seis . . Base.


Farinha de linhaça . . . . onças duas.. Intermedio para 4
|- perfeita união dos pos
Vinho branco. . . . . . q.b.
. . . Excipiente.
Alcool camphorado. . . . . onças duas. . Coadjuvante;
Em vaso de barro, a fogo brando, ajunte os pós com o vinho, e .
faça ferver ligeiramente, até à consistenciá de cataplasma: separada
do fogo e
Toin. II.
pº fria, ajunte o alcool camphorado.
Oo
{(29o) -

os nomes das substancias, os das qualidades, e os das quan


tidades. Quando se prescreve quantidade igual de algumas
substancias medicinaes, por ex., duas oitavas de sulphato
de soda, duas oitavas de senne, etc. he superfiuo escre
ver duas vezes e separadamente o caracter que exprime
esta quantidade. Tem-se adoptado a palavra ana ou áá,
ue se colloca em meio de hum corchete, que comprehen
e todas as substancias, da maneira seguinte:-
De sulphato de soda . . . . ãa oitavas duas.
— Senne. . . . . . . . !
Destina-se outra linha para o correctivo, quando o
deve haver, e outra para o vehiculo, ou intermedio. Quan
do são mais de hum, expõem-se conforme a serie em que
devem ser empregados. Sómente se prescrevem as propor
ções do intermedio, quando he absolutamente indispensa
vel; e he inutil descrever as preparações das pilulas, bo
los, e muitas vezes as dos electuarios : então se substitue
a enunciação da quantidade pelas letras Q. S. (quantum
suficit, isto he, quanto barte.)
Quando o modo de preparação nada contêm de parti
cular, he bastante escrever por abbreviatura F. S. A.
(faça segundo
que se quer a Arte.)o Medicamento,
administrar Depois se indica
etc. a fórma, em

Finalmente, se a receita contiver mais de huma for


mula, cumprirá dividir cada huma separadamente pela pa
lavra Item; e ao cargo do Pharmaceutico compete nume
rar as garrafas, e vasos, e etiquetallos com rotulos que
designem quaes são os remedios destinados para uso exter
no , com a indicação de se administrarem ou applicarem
na temperatura atmospherica, ou tépidos, etc. Esta pre
caução principalmente se deve observar nos dispensatorios
pharmaceuticos dos Hospitaes, onde he indispensavel que
se receite por numeros referidos a hum Formulario geral,
etc. Porém sería da maior importancia, que na pratica
usual, todos os Pharmaceuticos escrevessem nos rotulos das
garrafas, ou vasos a summula dos seus conteúdos, extrahi
da das fórmulas dos Facultativos, por que se guiárão na
Preparação dos remedios, etc. Esta prática ( que já he
( 291 ) •

observada no dispensatorio de hum dos habeis Pharmaceu


ticos desta Capital, obstaria á confusão que muitas vezes
resulta do extravio de huma receita, etc., e facilitaria o
expedir-se mais promptamente a repetição dos remedios,
que o Facultativo julga a proposito ordenar.
N. B. A maneira por que o Facultativo deve pedir
os Medicamentos por junto, á proporção do numero de
enfermos que delles hão de fazer uso, he como se segue:
**

AMedicamentos para uso interno. "


Do N.° 182 (por exemplo). . . . duas vezes.
Do N.° 247 . . . . . . . . . tres vezes. .

Medicamentos para uso externo.


Do N. º aºs ( r exemplo). . . . huma vez.
Do N.° 339 º • " #). . . . duas vezes.

* ,
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* .*. ,
.……. ". • * •

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.…" "Si
.2ccºrdo 1 . * * * * ** *# : ;
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………… 'i
** (292 )
T A B E L L A

Da applicação das Preparações Officinaer e Magistraes


ao corpo humano, tanto interna como externa
mente; a saber:

Ptisanas.
Emulsões.
Caldos animaes e vegetaes.
• Agoas mineraes
Aquosas . . . . . Cozimentos.
Succos
Bebidas.vegetaes •

Xaropes.

Aceticas . . » -{vinagres.
Alcooles.
Etheres.
Alcoolicas •
Tinturas.
Vinhos.

1.º
Oleosas . . . . { Oleos.
Preparações introdu
zidas no orgão digesti-<
vo (estomago.) Pulverulentas. . .
[… simplices.
— compostos.

Electuarios.
Confeições.
Conservas.
Lambedores.
Brandas . . . .< Loochios.
I Geléas.
Opiatas.
Polpas.
Méis.

Bolos.
Trociscos.
Duras . . . . . Pilulas.

* } Pastilhas,
(293 )
r
|- Sobre (bofe.)
o orgão respi Fumigações.
ratorio, * * R Vapores. É ",
Cataplasmas. "
+ Collyrios.
Emborcações.
. Sobre os orgãos vi * Fomentações.
suaes (olhos.) Injecções.
* * * **a Pós (collyrios seccos.)
nguentos.
-- …
*
Vapores.
* * koir, rei a • {
__ gar(Injecções… coiba M , , ,
.… Sobre os orgãos au- Oleos, i., arrasíl",
2,º … *
*
. *
.
#
! ditorios (ouvidos.) …) Unguentos.*******
* * * * * * * * * 1; Vapores: Biº-4 10i -

Preparações le Injecções.
vadas sobre certos Sobre o orgão olpha- Fomentações. •

orgãos. io (fossas nasaes, S^{*ós (esternutatorios.)


torio nasaes.) Unguentos.


za: ; ; , … | * "... ..., \ Vapores. . -
: - ºs a e .. …" . E, (Emborcações… º. "
… - ……ora
_Sobre º Prg㺠da 2 Gargarejos, , º órgei…...
-i … " " ", o!,
"#"Kºs"? Q9# ….…………
si..…….……a.d.a\"#*# .…. ..."?
* * * * * *b Sobre os orgãos outing #9 1ôa ******
rios (uretha e bexigaytºjº *o asce nº ,
"" ; 2:34, 2;
…ºººººººººgãº; isqfinjecções,
xuaesada # surgin: 2 |
9&#ntºs.--M e , , ,, ,, ,
gina e utero.) "tvapores."" * ( «…
Sobre os orgãos da Injecções.
L(rectum e anus.)
{##
evacuação intestinal
Suppositorios,
r- *—— — º

Gr… . . . .{ Banhos.
#"
O
3º Fomentações.
Preparações ap Emborcações.
plicadas ao orgão Liquidas . - -- Injecções.
cutaneo (pelle 24 Loções.
tanto no estado de Linimentos.
integridade como Causticos liquidos.
de lesão.
Brandas . . . {#Cataplasmas.

Unguentos.
Duras . . . . (###
Emplastros.
sólidos,

- Pulverulentas . . ( Pós.
( 294 )

}
* **

PHARMACOPEA NAVAL.
* PARTE TERCEIRA.
.." , , ( .
(.… … … …… , , , , , •

• , º
TAB e LLAs ;
}

Dos Medicamentos, Vasos, Instrumentos e Utensilios


Pharmaceuticos, ue devem ser ####"
fornecidas as Boticas Navaes e Castrenses. |-

,º * |-
* - - *;|- º
*
• • • • • •• • • *** * * • 1- |- • * ** * + *. : 1
• - - - - - * A • |- |- |-

+ +
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** ** * |- • |- • |-
*
|- • •

* - -,
" , # , ……… … :) . •
. ! -

N. B. Nas seguintes Tabellas, a escala numeraria das


tripulações que devem guarnecer os differentes Navios de
guerra, he conforme ao Plano que para o mesmo efeito
mandou pôr em prática, o Regio Conselho, do Almiranta
do. Em quanto aos Navios mercantes, tive de regular-me
sobre informações escrupulosamente tomadas dos Proprie
tarios, e Mestres dos mesmos Navios.
.………… | st, eci... , *** # |-
.…… …) - 1s"… …; … ,
• • •
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.………" º qi. - - * * * - laii. 1-2 |

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.etº! ). A estatíriº viu. [ |


(295 )
|-

A oricas Nara e º
T A B E L L A I.
|-
. *> .…
/
Náos de Guerra.
| - | | |-
………… .………
ME DI CAMENTos | _ , Náos manobradas por
… •
| || Praças Praças Praças
Para uso interno.
|-
|-

|- |-
Simplices.
|-

Raizes preparadas.
Alcaçuz. . . . . . . . .
Almeirão • •• . . |- • |- •• • •

Calumba . - - - - - - -
Jalapa (em pó). . . . . .
Ipecacuanha (em pó) . . . .
Rhabarbaro (em pó) . . . .
Salsaparrilha . . . . . . .
Serpentaria. . . . . . . -
Valeriana . . . . . . . .
Quina - --
casº,
- -
pp. • • • • •

em pó. . . . . . .
Simarruba - - • • • • • *

.
Lichen islandico
. Fºlhas* Pr.- - - --
|-

- -
Senne . . . . . . . . .
. Sementes. pp. ,
Cevada . . . . . . . . . . |-

Er… PP. |-
Amendoas doces. .. . . . .
Tamarindos . . . . . . .
— CIT] polpa - • •• •

Suecos concretos pp.


Manná •
|-
• |- - - • . - • -
|-
/
Oleos fiz… PP.
De amendoas doces . . . |- •

— Cupaiva ... . . . |- .
- Ricino |- .. |- . . • • • ••

Oleo essencial concreto,


Camp hOT3 • • º |- • • • • •

- - |-
- -
Substancias vegetaes.
Assucar . . . . . . .….…….
Mº! -- - - - - - - -- - -
Especies preparadas.
Especies adstringentes .. .…. .
— amargas. . .…..….|
— aperitivas . . . . .
— antiherpeticas - - - - -
— antiscorbuticas. - - -
- carminativas - - - -
— emollientes. - - - -
— peitoraes. .-. .-. .
•••• sudoríficas . . . . . |-

— vermifugas . . . . .
— vulnenarias. . . . .
e Medicamentos chymicos. | |-

Agoa rosada . . . . . . . | 2 || …
— de hotelã pimenta . || 2 | . .
— de canella . . . . . . . lº a l. …
— de mellissa. . . . . | 2 | • ••
Alcool de grãos 25 . . . * . . . . 1o | . . .
— de grãos 35 . . . .
— de canella . . . . . [ 2 ] . .
— de cochlearia. . . . . [ 2 ] . .
. de bejoim composto . . [ 1 ] . |
— de guaiaco volatil . . .
— de rabanos composto . . [ 2 ] . -
4 . .

. .
i |-

|-

— de valeriana composto. - | | |--


— de quina composto. . . 4 . .
— nitrico. . . . . . . !. . | 6
— etherizado de acido sul
1
||
phurico . . . . . ! " . . !
Alcali fixo vegetal (carbonato
• de potassa). . . . . . .
— ammoniaco aquoso (espirito
de sal ammoniaco) . .
volatil fluido (espirito de
sal ammoniaco caustico. -
Acido nitrico. .. . . . . .
— vitriolico . . . . . .
Borato de soda (borax) . . .
Carbonato de potassa não satura
do (sal fixo de tartaro) . .
-
# E # # # #
Ether nitrico • * * • • • • • •

sulphurico • • • • • • + •

Ethiope antimonial .
mineral . . . . . . . .|...
Licor ammoniacal com vinagre |
. . .. .
: 2: :
(espirito de Minderer). .
Muriato mercurial sublimado (ca
lomelanos) . . . . .
Nitrato de potassa (nitro). . .. .
Sulphato de magnesia ( sal ca
thartico amargo) . . .|
— de potassa ( sal poly
chresto) . . . . . .|
Tartrito, acidulo de potassa (cre
mor de tartaro). . . .
— de potassa antimoniado
(tartaro emetico) . . . }
- Medicamento compostos. "
Arrobe de Sabugueiro . . . .
Conserva de cinosbatos. . . . .|
de rosas rubras . . .
Electuario opiado

de cato(theriaga)
. . . . .. ..

— de senne .
adstringente . . . !
Extracto de alcaçuz . .
— de columba e e •• •

:
- cathartico . . . . .
* de opio.
de quina
de scilla. . . . . . . .
Oximel simples . . . . ….
scilitico . .
Pilulas alterantes de Plumer .. .
belsamicas de Fabre .. ...|

. . . .
.

.

.
|-


••• •


:


|

de cinoglosa. . . . .
+
ethiopicas. . . . . . . -

gommosas mercuriaes.
.
Pós anthelminticos de Palaicos .| |-…":
+—

|-*
— de Dower • • • .! -- . •
|-:
• { • • •

— estipticos • •• • • • • •

••••= de James • • • • - • • • • *

Vinho
Tom.chalibeado.
II. . . • •
• • | S:; • }

( 2 98
|-

- 1 Cº
| | | é || 3 É
----
| = || 5 | £
——
Vinho de digitalis. . . . . [ 1 ] . . ! !
— de quina. . . . .. 4o || || 3o
Xarope de althea . . . . . ! 4- - - 3
antiscorbutico. . . | 4 || º | 3
balsamico . . . . . | 4 || || 3 |
— commum . . - - - | 4 - - 3
— do cozinheiro . . . . | 4 | . . | 3
— de limão . . . . . 4 || - | 3 |-

— de opio de Baumé . . 4 | • • | I | |-

— de rhabarbaro composto. | 4 | . . || 3 |.
rosado . . . . . . | 4 | . . *|-
M E DIC A M E N T OS
|-
|| |

para uso externo. | | |" |


|-

Simplices preparados.
|-
| "
|- - |
Assafetida. . . . . . . . . . || 2 | . .
Farinha de arroz. . . . . . | 6 | . . 6
|- de linhaça. . . . . | 6 |. . | 6
- de mandioca . . . . | 6 |...| 6
— de mostarda . . . . 12 . . 1o
Tabaco (em folha) . . . . - || 1
Especies aromaticas. . . . . | 4 |- ...| 4
— adstringentes - - - . | 4 |- … | 4
emollientes : . . . . | 4 |- … | 4
— antiophthalmicas . . . . [ 2 ]. . | 2
Medicamentºs chymicos. e | | | |
Acetito de chumbo (assucar de | | | | |
... saturno) . . . . . . . ,
Nitrato de prata (pedra infernal). | . . | 1 | … -
Oxido de manganez . . . . | 6 - - 6
— vermelho de mercurio | | | |
(precipitado rubro)..…. | . . [ 2 . .
Sulpato de alumen (alumina). - 1 |...| 1
- de cobre (vitriolo azul). | 2 | . . | 2
de zinco (vitriolo branco)| 2 . • | 2
Medicamentos compostos. |
Agoa aluminosa. . . . . . [ 2 ] . . | 2
— de cal. . . . . . . | 4 | . . 4
— de Luce . . . . . . [ 1 ] . . | 1
- saphirina . . . . . . . [ 2 ] . . | 2
Alcool de cantharidas. . . . [ 2 ] . . | 2
| 3
| −2 -

|-
Alcool de myrrha . . . .
— de sabão camphorado | ,
com opio. • 1
Arrobe de amoras.….….…. • 2

Balsamo de Aparicio . . - |- 1. • • -I lº.


Cetoto calaminar. * . . -1, 6 | …. || 5 || .….
—e de chumbo. . .
Emplastro commum . . .
. | . 6. | ... || 5 || ;
- º 4.
— adhesivo (estendid |-
|
em panno). . * - 4.
— de cantharidas . . ºl. 4,
— de cicuta composto • |- 2.
— de o labdano composto | 1
— estomatico . . . • I

mercurial . . . . I
Linimento volatilColeo ammo |
a niacal. . . . . . • |- 1, |-

Oleo de herva moura. . . - |- 2.


- de linhaça. . . . . - 4
-z de meimendro: . . . --| 2
— de terebinthina. . . - |- I.
Pós estipticos . . . . - |
— escaroticos
— dentifricos .
: . . .
- •


• • • •

Vinagre de chumbo. . . • | 2
antisepticos . . . . 2 |
Unguento de alvaiade. . . • | 4
— elemi (balsamo d | ,
Arcéo - - - - . | 1 !
— antipsorico - - • . | 6
-- mercurial. . . |- - 3
— nervino . : : • • I,
— basilicão amarello. " | 4
— de althea. . * 1 |
— populeão. . * 1. 2

— rosado. . . . • 2

- de tuthia. . . -
|-
:
|
| |- | -
|- |
"
(3co )
*– - • |- |- |- |-

vAsos, E INSTRUMENTOS
PHARMACEUTICOS,

Vasos ºperatorios. N. º | N. º N.º Nº


• ——
Bilhas de estanho sortidas . . . . 2 2 2 2
Chocolateiras de cobre estanhadas . 2 2 [2 2
de folha sortidas . . 2 2 2 2

Pucaros de folha sortidos . . . . 2 2 2 2

Funís de vidro . . . . . . . 2 2 2 2
— de estanho . . . . . . . | I } I I
de folha. . . . . . . I I I I
Jogo de medidas de estanho . . . I I I - }

Garrafas de vidro. . . . . . . . 6 - 6 6 - 6

Instrumentos manuaes.
Espatulas de ferro . . • • • • 2 2 2 2
de páo. . . . . . . 2 2 2 2
Coadores de linho . . . . . . 2 2 2 2

de flanella. . . . . . 2 2 2 2
Escumadeira . . . . . . . . I - I I I- -
Peneiro de seda . . . . . . . I . I | " " I I

Sedaços de cabello . . . . . . . 2 2 2 2

Instrumentos mecanicos. |- |- |
grande . . . . . . . I I I I

Facas media . . . . . . . I # I I I
pequena . . . . . . I I I I
elastica. . . . . . . I I I I
Tisouras maiores • • • • • I I | I I

U. InCIlOrCS • • • • • I I | I I

Grosas sortidas . . . . . . 2 2 2 2
Almofariz de bronze com pilão .. . I I I 1
• • •• maior I I I I
Gral de marmore com pilão ImenOr I I I I

Dito de vidro com pilão . . . I I || I I

Instrumentºs de Physica, •

maiores. . . . . . I I I I
Balanças menores . . . . . I I I I

Jogo de pezos de meia oitava até


huma libra . . . . . . . ! ! I I .I
Granatario . . . . . . . . . | 1 I I
( 3o1 )

INSTRUMENTOS, E UTENSILIOS -
chIRURGIcos.
O O
N. N. O N. N.

Caixa com todos os ferros chirurgicos


e seus pertences . . . .
Caixas de côxa e de perna. .
Fundas do lado direito . . . .

tica .
esquerdo .
Maquina fumigatoria.
Borrachas pequenas de gomma elas
. . . .

.

.
• : : : :
Jogo de talas sortidos . . •

Seringas grandes de estanho . .


pequenas de marfim . .
Ventosas . . . . . . .
Ligaduras de peito de varas 6
circulares de varas 5
de sangria . . . . .
de T simples. . . .
de T compostas . •

suspensorio de escroto . .
Nastro . . . . . . . Peça ,
Linhas . . . .. . . . Onças.
Galapos para toucado de Hippocrates .
Panno de linho . . . . varas .
Fios . . . . . . . . libras . ;
Esponja fina . . . libra
Estopa . . . . . . . libras -
Bilhas de folha de 6 canadas . .
Taboleiro para curativo. . . . .
Cera em rolo . . . . . libra

#
( 3o2 )

T A B E L L A II.
Fragatas, Brigues de Guerra, e Charruas.
|-

ME DICAMENTOS — Praças
Guarnecidos por
Praças
Para uso interno. 38o
-->
Medicamentos simplices. L^ …
"> -
= #
Raizes
|-
preparadas. |- | = C
|- |-
|-

|- 2
Alcaçuz. . . . . •

Almeirão . . . . . . . . 3 •

Calumba . . . . . • 2 • •

Jalapa (em pó) • • • 2


Rhabarbaro
Ipecacuanha (em pó) .. ..
(em pó) • • 2
• • 4
Salsaparrilha . . - º
6 • •

- 2
Serpentaria. . . . . . • •

Valeriana . . . . . .
cascas pp. |-
Quina - .. . . . • || 4 | - -
— em pó. . . . . • 2 . .
Simarruba . . . . . . . • I |-
} Folhas pp.
Lichen islandico . . . . . - 2

Senne . . . . - - • I ! . .
|- Sementes pp.
-
|
Cevada. . , , . • 3o •

Fructos pp. | |
Amendoas doces.. •
- 1 2 . .
Tamarindos . . . . . • IO • •

em polpa . 2 .
Succo concreto PP.
Manná . . . . . . • 2 • •

Oleos fixos pp.


De amendoas doces . . . 2 .

— Cupaiva . . . . . • • • 2

— Ricino . . . . . . • 2 •

Oleo essencial concreto,


Camphora . |- . . . . . • 2
|-
|- |-
- - |- <>
|-
|- |-
|- |-

-

-
- - - - - - -

- Substancias vegetaes.
Assucar - - - - - - - - - - -
Mel. . . . . . . . . .
. Especies preparadas.
Especies adstringentes . . . .
amargas • • • • • •
|
|-

| }
|- |-

aperitivas . . . . .
antiherpeticas . . . .
antiscorbuticas. . . .
carminativas . . . .

= emollientes.
peitoraes . .
sudoríficas .
vermifugas.
vulnenarias.
Medicamentos chymicos.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
| |
|-

Agoa rosada . . . . . . .
— de hortelá pimenta . . ••

— de canella . . . . . |-
| |-

de melissa. - . . .
Alcool de grãos 25. . . . .
— de grãos 35 . . . . .
de canella. . . . . .
— de cochlearia . . . . .
— de bejoim composto . . . . |
— de guaiaco volatil . . . 1 ] .
— de quina composto. . . . .
— de rabanos composto . . | 2
— de valeriana composto. . . .
nitrico. . . . . . . . . .
etherizado de acido sul
purico (licor anodino). | . .
> Alcali fixo vegetal (carbonato |
/ de potassa). . . . . . . .
— ammoníaco aquoso (espirito
de sal ammoniaco). . . . .
|-
|-
— volatil fluido (espirito de
salammoniaco caústico.
|
. .. .
* Acido vitriolico
nitrico . .. .. .. .. .. ..
— |. .•

Borato de soda (borax) . . . I

Carbonatº de potassa não satura


do Csa1 fixo de tartaro) . . I

|-
- |-

(…) L• CA ? A 2

-O
5: 5, | 3
C -O
3.
|-
5. || 5 || 5,
|- -2 |-

Ether mitrico. • - - • • • • • • 2 • • 2 2 • • 2
" *- sulphurico • • . • • * • 2 • • 2 2 • • ?
Ethiope antimonial. • • • • • • 1 • • I # • #
mineral. . . . . . . . . [ 1 ] . . !. I *# || $
Licor ammoniacal com vinagre
6
(espirito de Minderer) . | 1 | . .
Muriato mercurial sublimado (ca
lomelanos) . . . . . . | 2
Nitrato de potassa (nitro) . . [ 1 ] . .
Sulphato de magnesia (sal ca
thartico amargo). . . 2 1 • •

— de potassa (sal poly- | |


chresto . . . . . . [ 1 ] . .
Tartrito acidulo de potassa (cre
mor de tartaro. . . • 2 1 • •

de potassa antimoniado -

(tartaro emetico). . . . . 2 | 2
|- Medicamentos compostos. |-
Arrobe de sabugueiro. . . .
Conserva de cinosbatos . .
. . |$
. | 1 |. . | 6
de rosas rubras. . . I I • • . | 6
Electuario de cato. . . . . I I • . 6.
opiado (theriaga). . [ 1 ] . . 6
de senne. . . . . I I - - -6
adstringente . . . . . |
Extracto de alcaçuz . . . . . . | 26 3
I
de calumba. . . . . . 2 I

cathartico. . . . . . . | 2 |
— de opio . . . . . . . [ 1 ] =
de quina. . . . . . . | 2 | I

de scilla. . . . . . . . É
Oximel simples. . . . . . [ 2 ]. . :
Scillitico. . . . . . . . . . . …
Pilulas alterantes de Plumer . . . . 2
- balsamicas de Fabre . . . . I 2
— de cinoglosa. . . . . . . 2 I
ethiopicas . . . . . .. 2. I
— gommas mercuriaes . . . . . | 2 | I

Pós anthelminticos de Palaicos . | . . 2


— de Dower . . . . . . . . . 2 ----
- estipticos . . . . . . . . | 2 I
- de James . . . . . . . . . [ 2 . . | I

Vinho chalibeado . - - - - | 1 | . . ! 1 .. . ---- 6


••
Vinho de digitalis . . .
|-

de quina. •

|-

Xarope de althea •

antiscorbutico. •

balsamico |-
• •

COIm1T1UIm |-

|
|-

do cozinheiro . •

de limão
| |-
— de opio de Baumé •

— de Rhabarbaro composto. | |-
º rosado| | <
. |
|-
: : :
DI CAM
M Epara

E N T os |-
LISO externo.

|- si…i… ………….
Asafetidº. - - •

Farinha de arrôz.
|-

|-
de linhaça.
de mandioca .
|
de mostarda .
Tabaco (em folha) •

Especies aromaticas.
— adstringentes
emollientes
•- antiophthalmicas • |
Medicamentos chymicos.
Acetito de chumbo (assucar de
saturno) .
Nitrato de prata (pedrain femib.
Oxido de manganez ,
vermelho de mercurio
(precipitado rubro). .
Sulpato de alumen (alumina).
de cobre (vitriolo azul).
de zinco (vitriolo branco).
Medicamentºs compostos.
Agoa
aluminosa.
de cal. .
— de Luce , •

— saphirina . •

Alcool de cantharidas. • •i

Tom. II.
Alcool de myrrha . . . .
— de sabão camphorado
com opio.
Arrobe de amoras. .. . .
Balsamo de Aparicio - . .
4ceroto
calaminar . . . .
— de chumbo. . . .
|-

Emplastro commum |- • •

adhesivo ( estendid
em panno). . .
de cantharidas . . .
de cicuta composto .
de labdano composto.
|- esto Inatico . . . .
mercurial . . .
Linimento volatil (oleo ammo
niacal. - -. . . . .
Oleo de herva moura. . . .
— de linhaça.
— de meimendro •

— de terebinthina
Pós estipticos . .
— escaroticos . .
— dentifricos . .
Vinagre de chumbo
"antiseptico.
Unguento de alvaiade.
— elemi (balsamo d
Arcéo). . . . .
- antipsorico . . . .
--— mercurial. . . . .
•- nervino • • • • •

— basilicão amarello . .
- de althea. . . . .
- populeão. . . . .
- rosado. . . . . .
*-- de tuthia. . . . .
VAsos, E INSTRUMENTOs
PHARMACEUTICOS.

Vasºs ºperaterior. N. º | N. º

Bilhas de estanho sortidas . . . . . 2 || 2 | 2 $


Chocolateiras de cobre estanhadas. .. 2 2 2 2
de folha sortidas .. .. 2 2 2 $
Pucaros de folha sortidos . . . . 2 2 2 2
Funís de vidro . . . • • 2 2 | 2 2
• de estanho • • • - • • • • 1 1 I I
de folha. .
Jogo de medidas de estanho . .
. . . . . | I I I I
I I I I
Garrafas de vidro. . . . . . 6 || 6 | 6 6

|- Instrumentos manuaes. • | •

Espatulas de ferro . • • • 2 2 | 2 {
de Páo. . . . . . - 2 2 2 2
Coadores de linho • • • • • • •• 2 2 |- 2 2
de flanella. • ' • • • • • 2 2 2 2
Escumadeira , , • • • • • I | I I {
Peneiro de seda... . . . . . . . . | 1 I | 1 I
Sedaços de cabello . .. . . . . | 2 <2 2 $
- ---- • - - | •

Instrumentos mecanicos. . | |

{ grande .
media •
.
• •





|T - I .I . I H
Fºcas pequena, • • • • • • I J I I
|- elastica - . . . . . . ! … 1 I I I
• Tisouras - maiores • • • • • I I I I
• |- IIICIlOTCS • • • •• • | I I | I fI

Grosas sortidas . • • • • • 2 2 2 2
Almofariz de bronze com pilão ". I 1 I I

Instrumentes de Physica.
Balancas
G
{ maiores.
III e I1OTCS
.

.

.

.

.
• I I
I
1
I
I

Jogo de pezos de meia oitava at


huma libra . . . . . . . I I I I
Granatario . . . . . . . . . I I I I

|
INSTRUMENTOS, E UTENSILIOS
CHIRURGICOS,

N.º | Nº | Nº | Nº

Caixa com todos os ferros chirurgicos,


- I I I 1
e seus pertences . .. . . . 2 2 2 2
Caixas de côxa e de perna. . . 6 4
Fundas do lado direito . . 3 2
6 4. 3 2
esquerdo . I I 1 I
Maquina fumigatoria. . . . .
Borrachas pequenas de gomma elas
tica - - - - -
Jogo de talas sortidos . .
Seringas grandes de estanho .
pequenas de marfim . . |
Ventosas . . . . . . . .
Ligaduras de peito de varas 4 .
de baixo ventre de varas 4 •

circulares de varas 5 . •

— de sangria. . . . . •

de T simples. . . . ••

de T compostas. •

suspensorio de escroto . •

Nastro . . . . . . . peça ••

Linhas . . . . . . . onças.
Galapos para toucado de Hippocrates.
Panno de linho . . . . varas .
Fios . . . . . . . . libras • •

Esponja fina . . . . . libra


Estopa . . . . . libras ..
Bilhas de folha de 6 canadas .. .
Taboleiro para curativo.
Cera em rolo . . . . . iba •

•;
( 309 )
T A B E L L A III.
• •- - - - - - -

Navios Mercantes, que seguem #" para os Portos da


America , Rio de janeiro, Bahia, Pernambuco, Ma
- ranhão, e Pará, por tempo de seis* * a * oito mezes. è- -
| * * - - |-
|-

• |- •

+ • |- |- • • • • • • } |- • • • • • •

| , → | , || || - -

M E DICA MENTOS } Navios manobrados por


- - Praças Praças Praças | Praças
|- Para uso interno. [ 5o |- | | |

… . — —f=| - | --
- - - Simplices. = | 2 v; || … tº

e . - - - - = g _> -
- Raizes PP, = G | =-
———
Ipecacuanha (em pó) . . . . . . [ 1 ] . .
Serpentaria . . : : - - -- - - 6 . .
Valeriana. - - - -- - - - - - 6 . |
|- |- Cascas PP. |
Quina. : : ::: : : . . [ 2] . . ! ?
em pó. . . . . . . [ 1 ] . 1
|- - Folhas. . = | | | - | - |
Lichen islandico... . . . . [ 1 ] . . : [..
Senne . |- .…. |- • • | * * 6 |- . .
Fructos pp.
. Tamarindos - • • • • • • 2
| | | • • 2

— em polpa. . . . 1 . . 1
º Succo concreto, º | |-
Manná. . . . . . . . . . [ 1 ] . . ! !
Oleos fixos pp. | | || |
De Cupaiva ... . . . |- - - - -
— Ricino
º
.
Oleos essencial concreto,
* * * * *
º |
| 1 . .
2 |. .
| 1
Camphora. . . . . . . . . . .
. Especies preparadas, , … | |- - - -

Especies adstringentes. . \ . . [ 2 ] . . ! 2
- amargas . . . . . | 2 |...|…2
- aperitivas . * . . . , || 2 |.. |- 2
— antiherpeticas. . . . 2 | • • | 2
—,antiscorbuticas |- * * 2 . . | 2.
- carminativas .. . . . [ 1 ]. . | 1
— emollientes 1. •, |- * 2 | . . 2.
— sudoríficas. . . . . [ 2 ] . . | 2

…" }| #5 | #
5 | #5 || g5 | #5 | ?5 | =? | ?§
Especies vulnenarias . . . | 2 . .[ 2 . .1 a - - } * . .
— vermífugas. . . . . [ 1 ] . . . 1 ] . . 1 I • • * 1. -
—, peitoraes ...
Medicamentos - - . . .2 -- 2
chymicos. | - | * 1 - - - |- - •

Agoa rosada . . . . . . . [ 1 ] . . [ 1 ] - - . . | 6 | . . | 6
— de hortelá Pimenta.--- . ] +-+--|—1+---+--|
— de canella. . . . . . I ! . » I ! • • • •
*6 .. . | 6
:
de melissa. . . . . . . . | 6 | ... | 61... | 61-. | 6
Alcool de 35 grãos . . . . | 2 | . . . 2 - - | 2 | . . | 1 |..
de canella . . . . * - l - 6 ... | 6 | .. & ! . . 6
de cochlearia . . . . ! -- || 6 | ... | 61 .. 1 6 . .| 6
— de beijoim composto. . - - 2 . . º - - 2 - - | 2
— de guaiaco volatil. . . - - 2 - - | * . . | 2 | - - | *
— de quina composto . . -. - - - . 1 6 . . | 6
— nitrico . . . . . .1 - -1 2 . . 2 . . 2 || • • | 2
— de valeriana composto . - - | 2 | . . | 2 | .. [ 2 ] . . | 2
— etherizado de acido sul- | |

Alcali fixopurico (licor


vegetal anodino).
(carbonato - 2
-
. 1 -2 . . . 2 ! - •
2

de potassa) . . . . - | 3 | *3 | • • | 2 | • • | 3
— volatil fluido (espirito de } | ·

sal ammoniaco caustico. . ! - - [ 2 ] - - [ 2 ] . . [ 2 ] - - | 2


Acido vitríolico. . . . . . . 1 . . [ 1 ] - - 1 . . | 6 | • • | 6
Borato de soda (borax). . . . | 6 | . . | 6 | . . | 3 || -- || 3
Ether nitrico. . . . . . . ! - - | * . . [ 2 ] . . | 2 | * 2
— ammoniacal
Licor sulphurico com
. . vinagre
. . . | || 2 •
. . º . . [ 2 ] - - || * - - ----

(espirito de Minderer). . . . | 6 . . | 6 | . . | 61 . . | 6
Nitrato de potassa { nitro) . . ] * *
Sulphato de magnesia (sal ca- }
6 , . - 6 + . . | 6 | --
| "" || r | |
| 6

Tartritothartico amargo)
acidulo de potassa. (cre-
. . |[ 1 ] - - |- - - - 1 . . |- 6 || - | | 6 • | • | |-

——mor dº tartiro.
de potassa . . . . . . | 6 | ... | 6 | ... | 6 || . . || 6
antimoniado • • • •

*--
(tartaro emetico) . .
• • • • • • •
- É | . ..
• | - |
. -. ]| + | | . . | #
Medicamentos compostos. . ! - • • • | - -

Arrobe de sabugueiro . . . . . . . 6 .. . | 6 | . . | " 6 j . ". [ 6


Conserva de rosas rubras." . . . . . 4 . . | 6 |. . | 6|. . | 6
Electuario de senne . . . . . . || 6 . . | 6 | . . [ 6 ] . . | 6
— adstringente . . . ! . . | 6 | … - 6 . . 1 6 | ... | 6
Extracto de calumba . . .. . . . . |
— calarico. . . . . . . . || = | ...] a } . . [ 2 ] . . 1 2"
1 : .- -1 1 . . 1 11 . . | 1

|- CO =T= 3 g 3 #

-- "
+


# | g | 5 | g | 5 || g | 5 | #
== || 5 || = || 5 | E C | = | O

Extracto de opio . . . . . H # • • } • • 3 • • ! #
- de quina, • •• • • º º .2 • • 2 • • 2 • • 2
— de shabarbaro . . * • } e º , { • • 3 • • }
—- de scilla , • • • • •
• • = º • | · 2 , º, º 2 * * F 5
Oximel simples. . . - - L • • I •, º | •• • 6 . . | 6
— scillitico. . . . . . • • 6 • • .6 º , º 6 º • 6
Pílulas alterantes de Plumer . . • 1 . - .1 ] . . | 1 | - - k =
— balsamicas de Fabre . • à I º * . . 1 | • • I • • I
de cinoglosa, . . .. • • I ! . .| I • • l I - - I
*--* ethiopicas * •• • • | * * I • •• 1 • • [;… I • a I
-- gommasas, mercuriaes. • • 2 • • *|- • 2 - … -- } 2.
Pós de Dower . . . .. .. .. * * | | 1 | |- … […I | - - 1 -- . I---
— estipticos . . . . . . * • , I • • ,I • • I • . -- I.
Vinho chalibeado (de ferro). . . [ 6 ] . .| 6 | . . | 6 | ... | 6
— de quina. • • • • : 6 • • 6. • • • | 4 • • 3 | •

Xarope de althea . . . . . + 1 . . ! . I •• • 1 • a I le •
--, antiscorbutico. . . I • • i . -. I • • 1 k •
—, balsamico. . . . . 1 | . . 1 - • . I I . . I - º
— commum. . . . . .. * . º - | ? |. . [ 2 ] .
—, rosado . .
- |-
. . . + I « • . 1- -. . I • « - I , º -",
/ • • --+--º--- • |

M E DI CAMENT os
. Para uso externo.

Simplicas preparados.
Farinha de arrôz . . . . . 2 • • 2 º,º | 2 | . . 2- º e
— de linhaça. . . . 2 • • 2. | • . 2 . . 2 - •
— de mandioca . . . 2 . . [ 2 ] . . [ 2 ] . . Fra E - -
— de mostarda . . . 2 • •• 2 . . 2 º • 2, - º
Tabaco (em folha) . . . • • 6. • • { 6 | - º | 6 • • 6
}
Especies aromaticas . ".".. 2 . » 2 } . -- || 2 | . . 2 - •
adstringentes -. .-. — 2 . . 2 [.. º º | 2 | . . 2 - -
— emollientes . . . . 2 • • • ,2 º º 2. | - ** | ,2 # •
Med camentºs Chymicos. |
Acetito de chumbo ".". º • • • • 2. | . | | | 2, || - | | | - - | 6, 2 *2

Nitrato de prata (pedra infernal) •


- º $. * - i. #
..… » # • e º #
Oxido de manganez . . . . . l I • , "}" - • 6 . . 6
Precipitado rubro . . . . .
Vitriolo azul. . . . ! . .

*

º

·
••

#
••

2. | , - k
:: #
3.

* - |
• #
2 •


#
2
. Medicam ntos compastos. }
Agoa aluminosa. . . . . • º º I, 6. • | 6 • • 6 }-º º | 6
|-
|-#

Agoa de cal. 6
saphirina • • 6
Alcool de cantharidas. #
de sabão camphorado. 3
Oleo de Aparicio . . . 2.

Ceroto calaminar . 6
de chumbo. . : |6
Emplastro commum - -
-
adhesivo (estendido
em panno) |-
|- 6
|-

de cantharidas I … . | 6
2.
— de cicuta composto.-
|- *4 |
– estomatico , 2.
--
— mercurial.
Linimento volatil .
- - }4.
-6
3
• •
| 3
Oleo de herva moura. • • 6 3
de meimendro . . | 6 | $
|-
de terebinthina . … - | 4 2.

Pós estipticos . . • • ? I -

Vinagre de chumbo ••• I ! • • 6 , , [ 6


Unguento de alvaiade. • 6 6 . . | 6
elemi. . • • 2 2 ! • • 2.

antipsorico . 1 • • 6 . . | 6
mercurial. • • 6 6 . . 6
— basilicão amarello 1 . . ! 6 . . | 6
2 + · · 2.
-
de althea, . -- 4
-

populeão. • • 6 3 || • • | 3
rosado. - • • 6| 3- • • | 3
|
- | - T
vAsos, e INSTRUMENTos | | | |
PHARMACEUTICOS, |-

Nº | N.º| Nº
Vasos operatorios.
Bilha de estanho . - - - - -1 | 1 | 1 I

Chocolateira de cobre estanhada 1… º || 1 | 1


Ditas de folha sortidas . •
2 | 2 || 2 || 2 |
Pucaros de folha sortidos. . |- || 2 || z | 2 2
Funil de estanho •

|- .1 | 1 || 1 | 1 |
Jogo de medidas de estanho . -1 | 1 || 1 | 1 |
* Instrumentos manuaés. |-
| | | | | |
Espatu la de ferro . 1- , 1 | 1 | 1
de páo • •I • - I - 1 | 1 |
Coadores de linho . 2 2.

— de flamella 2 2
( 313 )
Instrumentos mecanicos. Nº | Nº N.º ...o
•è• ------

Faca grande. . . . . . . . . 1 I I L
- pequena • • • • • • • • I I 1 I
— elastica. . . . . . . . - I 1 1 | 1
Gral de marmore com pilao
pilão º { maior
IIICI1OT
.

I
I
-
I
I "I , |
I I
I

Instrumento de Physica. - --
Balanças. . . . . . . . . . I } 1 || I
Jogo de pezos de meia oitava até hu
ma libra . . . . . . . I 1 1, I
Granatario . . . . . . . . . I I 1. I

… .… "

. | #
INSTRUMENTos E UTENSILIos
• - | •

CHIRURGIcos.
Caixa com todos os ferros chirurgi
cos e seus pertences. . . . I " I I I
Caixas de coxa e perna . . . . . 2 2 2 2 |
Fundas do lado direito . . . . . 2 2 2 2
— do esquerdo . . . . . . 2 2 2 || = 2 |
Maquina fumigatoria . . . . . . I 1 i | I
Borrachas pequenas de gomma elas
|- t1Ca . • • • • • • • • 2 || 2 | 2 2.
Jogos de talas sortidos . . . . . 1 I "I - r I

Seringa de estanho . . . . . . 1 I 1 || I
Ventosas .. . . . . . . . . 4 4| 4 4 |
2 2 2 2
Ligaduras de peito de 3 varas. . .
circular de 5 varas . 4 4 4 4
de sangria . . . . . . 2 2 2 2

de T simples . . . . . 2 2 2 2
— de T compostas . . . . 2 2 | 2 || a
2 2 2 - | -- 2
— suspensorio de escroto . . |-

Nastro . . . . . . . peças.
Linhas . . . . . . . onças. I I I E

Galapos para toucado de Hippocrates. 2 2 2 z


Panno de linho . . . . varas . 4 4 4 . 4
Fios . . . . . . . . libras. 4 2 2 2
•••
L * B I _I.
Esponja fina. . . . . . libra . 2 2 - a, 2
Estºpa . . . . . . . libra . 1 . . 1 1 | 1
I I I I
Cera em rolo . . , . - onças.
Tom. II. Rr
(314)

T A B E L L A \
IV.

Navios Mercantes , que seguem viagem aos Portºs da


Asia, India, Costa de Leste, para huma viagem de • |-
dezoito a vinte mezes.

MEDICAMENTOS
Para uso interno.
-
/-
Medicamentos simplices preparados,

Raizes.

Alcaçuz . . . . . . . .
Almeirão. . . . . . . .
Althea. . . . . . . . .
Calumba . . . . . . . .
Ipecacuanha (em pó) . . . .
Rhabarbaro . . . . . |-

Serpentaria . . . . • • •

Valeriana. . . .
casca, Pp.
Quina. . . . . • • • •

— em pó.
Folhas pp.
Lichen Islandico . . .
Senne. . . . . . . . .
Sementes PP
Cevada . . . . . . . . 2o
Fructos PP.
Amendoas doces • • • • •
Tamarindos . . . . . . . !
em polpa. . .
Succos cºncretos pp.
Manná. . . . . . . . .
Oleos fixos. |-

Oleo de Cupaiva . . . . . |-

de ricino . * - - - -
Oleo essencial cºncreto. | |
Camphora. . . - - - - - -
# -#
# -#

|-
-
Substancias vegetaes.
Assucar • • • • •

Mel. . . . - #
|-
Especies preparadas. "
Especies adstringentes.
amargas .
aperitivas.
antiherpeticas.
antiscorbuticas
carminativas.
.
.

. .
|-
.
;
= emollientes . .
sudoríficas . .
vulnenarias .
vermifugas .
peitoraes . . .
. .
|
; | |-
|-

Medicamentos chymicos.
Agoa rosada. . . . . . . - |
- de hortelã pimenta. . .
— de canella. • • • • • •

— de melissa, - -
Alcool de 3; grãos . : : •

de canella . . . . .
de cochlearia . . . .
de beijoim composto. .

= de guaiaco volatil. . .
de quina composto . .
de valeriana composto .
- nitrico (espirito de nitro
doce) . . . .
— etherizado de acido sul
phurico (licor anodino). |
Alcali fixo vegetal (carbonato
de potassa) . . . . |
— ammoniaco aquoso (espi
rito de salammoniaco).
— volatil fluido (espirito de
sal ammoniaco caustico).
Acido vitriolico . . . . . . .
- nitrico. . . . . . .
Borato de soda (borax). . . .
Enxofre sublimado (flor de en-
xofre) • " • • •
|
|- |
|-
#
Fther nitrico • • • • • • • • • | 2 •

+- sulphurico • • 2 • • • • • |-

Licor ammoniacal com vinagre


(espirito de Minderer). . . . 6 . . 4
Nitrato de potassa (nitro) . . . 6 . . 5 #
Sulphato de magnesia (sal ca- | |-

thartico ) . . . . . [ 1 ] . . [ 1 ] . . 6
Tartrito acidulo de potassa (cre
mor de tartaro. . . . 2 | • • | 2 | . .

—— de potassa antimoniado | | | | |
(tartaro emetico) . . . . [ 2 ] . . | 2
Medicamentos compostos. | | | | | | |
Arrobe de sabugueiro . . . . [ 1 ] . . [ 1 ] . . 6
Conserva de rosas rubras. . . [ 1 ] . . [ 1 ] . . 6.
Electuario de senne . . . . [ 1 ] . . [ 1 ]. . 6
adstringente
Extracto de calumba .
. .
. .
. |
. . . . [
I ! - - |
2 ] ... | 2
1 | • . 6
I
cathartico . . . . . ! . . 2 • 2 I

de opio . . . . . . . [ 2 ] . . | 2 1
— de quina. . . . . . . [ 2 ]. . | 2 I
de rhabarbaro . . . . . . [ 2 ] . . | 2 I
de scilla. . . . . ! . . [ 1 ] . . | 1 #
Oximel simples. . . . . . [ 2 ] . . [ 2 ]. . •

scillitico. .
Pilulas alterantes de Plumer .
. . . .
. .
I
.
|- •

2 | •
1 . . 6
• 2 I
|- balsamicas de Fabre . . | • • I I - - I #
- de cinoglosa. . . . . . . [ 2 ]. . . .2 1
— ethiopicas . . . . . . . [ 2 ]. . | 2 I
- gommosas mercuriaes. . . . | 2 | . . | 2|. . [ 1 ]. . | 1
Pós de Dower . . . . . . . . [ 2 ] . . [ 2 ].. I | • • | I
— estipticos . . . . . . . . 2 - - 2 ] - - | | | • | 1

Vinho chalibeado (de ferro). . . . | 6 | . . | 6 | . . | 6 . . | 6


de quina. . . . . . [ 12 . . . 1o ! . . [ 8 ] . . 6 ;
3arope de althea . . . . . .. . . * | 6 . . | 6
- balsamico .
. . .. .. ..
antiscorbutico I I •
. •. [ 11 ]! ...|...|
• • • •
66 | .. .. || 66 |
COmmum . . . . . | 2 | . . [ 2 ] . . | 1 || . | 1 , ,
— rosado . . . . . . | 1 |. 1 . . . . | 6 | . . | 6
- de opio de Baumé . . |- . | 6 | . . [ 6 ] . . | 6 | … º
| | •
( 317 )

- M E D 1 CAMENTos | é || 3 | é | é | é |
Para uso externo. == | 5 | = | = | #
= - •- -

Medicamentos simplices preparados. |


Assafetida . . . . . . . . . . 1 . . 1 . .
Farinha de arrôz . . . . . | 6 | . . | 5 • | 4
de linhaça. . . . 6 . . 5 • 4
de mandioca . . . . 6 . . 5 • | 4
de mostarda . . . . 6 . . 5 • 4.

Tabaco (em folha) . . . . . . . | 4 | . .| 3 | . .


Especies aromaticas . . . . 2 . . 2 • 2

adstringentes . . . [ 2 ] . . | 2 • | 2
emollientes . . . . [ 2 ] . . | 2 • | 2

Medicamentos Chymicos. | | |
Acetito de chumbo . . . . . . . 4 | • • 4 . . 3 | • • | 2
Nitrato de prata (pedra infernal). . . . . . . . . ?
Oxido de mangamez . . . . [ 2 ] . . | 2 . [ 1 ] . . [ 1 ], º
Precipitado rubro (oxido ver
melho de mercurio) . . . . ] + | . # | ... | 4
Vitriolo azul (sulphato de co
bre). . . . . . . . . | } | . # . . ! :
Medicamentos compostos.
Agoa aluminosa. . . . .
|
. [ 2]. .
| |
. [ 1 ]
| .
— de cal. . . . . . . [ 2 ] . . | I - -

saphirina . . . . . . [ 1 ] . . 6- . . | 6 |
Alcool de cantharidas . . . . 1 ! • • 6 . . |6
de sabão camphorado. . . . | 6 |- 4 . . | 4
——— com opio . . . | 6 | . 4 . . | 4
Oleo de Aparicio . - - - - . . | 6 | . 4 . . | 4
Ceroto calaminar • . * * * • 2 • • | • | I •

de chumbo. . . . . [ 2 ] . . . -- I - -
Emplastro commum . . . . [ 1 ]. . 6 . . | 6
adhesivo (estendido | | | |-

em panno) . . . [ 1 ] . . | 6 . . | 6
— de cantharidas . . . [ 1 ] . . ! 6 . . | 6
— de cicuta composto. |- • • 6 . | 4 | • • | 4
estomatico . . . . . . . | 6 | . 4 4
— mercurial. . . . . . . . | 6 | . 4 4
Linimento volatil Coleo ammo- |
niacal) . . . . | 1 6 . | 4
Oleo de herva moura. . . . . . | 6 |. 4
— de meimendro . . |- . | . . | 6 | .
— de terebinthina. . . . . 4 .
……………… || ||
|-
|-

|-
5 ||! -
O
2 | 2
Q

Pós estipticos . . .
Vinagre de chumbo .
. .
. . •
I

T I ! . . ! • •
- I

6
Unguento de alvaiade.
elemi. • •
. .
• •
• •

6 . .
2 :: 6 . .

4

-
antipsorico . . . • • • 2 • • I • •

mercurial. . . . 6
— basilicão amarello , ••••



}
2 l • •
. . ! - -
I • ••

— de althea. . . . 6 6 |}. . 4
— populeão. . . . 6 . . 6 . ..
rosado. . . . . 6 . . 6 } -- . 4 :
E

VAsos, E INSTRUMENTOs
PHARMACEUTIcos. |

Vasos ºperatoriºs, N. º

Bilhas de estanho . . . . I I I
Chocolateiras de cobre estanhadas I I I
—— de folha sortidas . } 3 2
Pucaros de folha sortidos .
Funís de vidro . . . .
— de estanho .
Jogo de medidas de estanho
Instrumentos manutes.
Espatulas de ferro . .
. . .

. | , | ,
3
2

1
I
|
2


3

I
I
2
2

I
}

,
;
de páo . . . .

Coadores de linho
de flamella.
. .
.
.
.
|
}
2 2
2
I

2
|
I
2
2 :
Instrumentos mecanicos. |

grande • • •
.
Facas { pequena

elastica.

.
|
.

. .


I
I
I
I
1
I."
1
>

Gral de marmore
com pilão. .
Balanças.
Instrumentºs de Physica.
•• • • •
maior
menor


.
I
I
I

I
1
I
I

1
I
I

I
}
| Jogo de pezos de meia oitava até
huma libra • • • • • *• I I 1

Granatario . . . . . . . I I 1
( 319 )
-

INSTRUMENTOS, E UTENSILIOS
CHIRURGICOS.

Caixa com todos os ferros chirurgicos,


e seus pertences . . . . .
Caixas de côxa e de perna. . . .
Fundas do lado direito .. . . .
- esquerdo . . .
Maquina fumigatoria. . . . . .
Borrachas pequenas de gomma elas
tica . . . . . . . . .
: :
Jogo de talas sortidos . . . .
Seringas de estanho . . . .
Ventosas . . . . . . . . .
Ligaduras de peito de varas 3 .
|- circulares de varas 5 .
de sangria. . . . . .
de T simples. . .
de T compostas . .
de suspensorio . .
Nastro . . . . . . . . peça
Linhas . . . .. . . . . onças.
Galapos para toucado de Hippocrates.
Panno de linho . . . . varas .
- Fios . . . . . . . . libras .
Esponja fina . . . . libra
Estopa . . . . . . . libras .
Cera em rolo . . . . . libra . "
-

— •
+


( 32o )
BOTICAS CASTRENSES.
T A B E L L A
Das qualidades e quantidades dos Medicamentos, que
fornecem as Boticas de Divisão, Brigada, Regimental,
e de Batalhão em tempo de guerra; a saber:

ME DIC A M E N T OS Divisão | Brigada


- —
Rs………
tal —

Para uso interno. Praças


Praças Praças
7594 3797
.…--> | ,_-->
Medicamentos simplices preparados.
3 3 3 | £
Raizes. = | 3 || = | O#
- O --

De Calumba em pó. . . 6 . 2 - -

Jalapa em pó |- • 4 • I • •

Ipecacuanha em pó. 2 • | I |- -

Rhabarbaro em pó, 1 . .

= Serpentaria
Valeriana
. . .
. . .
Cascas pp.
.
.
2
4
4
.

.
2

2
. .

De Quina em pó . 3 4
CT1 repizo 8 , 4 | • •
— Canella em repizo . 2 ! • I
Folhas.
De Lichen islandico pp. . 2 l • I

Flores pp. |
De Camomilla . • 6 3 .
— Sabugueiro . . . 6 3
Lenhºs pp.
De Quacia em raspas. . 4 • • 2 •

Oleos fixos pp.


Cupaiva . . • • I | • • 6

* Ricino. . . . .
Amendoas doces . .
|-
4
4
. 2
2
• •

Oleos essenciaes,
Canella . . . . | º |- | * - I
Herva cidreira . • 2 } • • I • I

= Hortelã pimenta .
Junipero . . . .
Oleo essencial concreto.
.
.
|-

I
|- 2

2 |
|
|


• I
1

6
• |

|
i
I

,!
Camphora. . . . . . • • • • |- •
-
.
º|-
.
- Substancia animal. --
Ponta de veado em raspas .
Substancia vegetal.
Assucar • • … •

Especies preparadas.
Adstringentes . . . . . .
Emollientes . . .
Peitoraes. . • . • • • •

... Medicamentos chymicos.


Alcool de opio. . . . . .
— de Genciana . . . .
— de Quina composto. .
Alcali ammoniaco aquoso (Es
pirito de salammóniaco).
Ether vitriolico. . . . . . . .
Extracto de alcaçuz . . :| -
|-
|- de opió... . • •

Muriato mercurial sublimado


*> , (calomelanos). . .
Sulphato de magnesia (sal ca
º thartico). •• • • • - - ||
Tartuito de potassa antimonia
-

- - do (tartaro emetico).
Medicamentos compostos.
Pilulas alterantes de Plumer . .
Pós de Dower . 1 - - -
: :
ME DI CAMENTos |
para uso externo.
. - s"
JMedicamentos simplice, preparados
__. __
Especies aromaticas pp. . . .
emollientes pp. . . .
Farinha de linhaça. . . . .
Medicamentos chymicos. -
Alcool de 35 gráos . . . .
— de beijoim composto
: (balsamo catholico). .
— de sabão com opio (lini
mento saponaceo opiado).
Acetito de chumbo ( assucar de
saturno) . . .
- -

Tom. II.
: } + #
> - , º |

• •• • •• • - - - - - --
É # # # # #
oxidº vermelho de mercurio. .
*

(precipitado rubro) . . . ,
Nitrato de prata (pedra infernal).
sulphºtº de zinco (vitriolo bran
|-
: 1 #
, ! # |-
— de cobre (vitriolo azul). : # #
Medicamentos compostos. .
Ceroto branco . , . ". • 4 •

Emplastro de cantharidas. •
+

de cicuta composto." •

adhesivo estendidº em
/1/20 - • |- e |º a

Linimento volatil (oleo ammo


niacal) . . . . . .
Pomada mercurial de partes .
iguaes . . . . . .
Tafetá glutinante . . . .
Unguento de Elemi . . . .
de resina amarella
de enxofre . . . :
INSTRUMENTos E UTENSILIOS

PHARMACEUTIcos.
N. N. O N. N.Q

Caixa com balanças . . . .


Chocolateiras de folha .
Coadores. . . . . . .
Colhér de tutinagre .
Espatula de ferro. .
de páo . . .
Funil de estanho. . .
Gral de vidro com pilão
Granatario . . . . . .
Jogo de medidas de folha
Marco de quarta - . ..
Papel pardo. . . . . cadern S
Pucaros de folha sortidos
Ventosas . . . . . • •
( 323 )
-

•- - - |-

- INSTRUMENTos, E UTENSILIos |
CHIRURGIcos.
•=-•••••

Agulhas de coser. . . . . . . .
. . . . . . . . . onças . --
Alfinetes
Algalias de gomma elastica
Caixa com todos os ferros chirurgicos, e

-
•º. • • : •

--- -seus pertences -.- .-. . … -.- --- --*- --1 * *


Carteiras de ferros communs . .. . . . ! . I I

Esponjas … . . . . . . . . , onças... 6 6.
Estopá . . . . . . . . . libras.. 2. 2 …
Fita de linha larga ….....…. ... peças . . 2. i_2,
estreita . . ... peças. .. . . 2. - 2
Fundas do lado direito . . . . . . . . . | 4 | 4
=- do- esquerdo -• --•- -•---•--• -4-- 4. "
— do embigo. . . . . . . . . . . 2. 12
de ambos os dados ... . . * . .. . 2. · 2
Fios • • • • • • • • • •• libras. ... l. 6. 3.
Ligaduras circulares de 5 varas. . . . - | 24 6
•r…— — de 6 varas . . . . 24 6
+--- de peito… de 6 varas * . * . . .24. 6
|- de sangria . . . . . - - - 24 6
- de suspensorio. . . . . . . . 12 -- 6
# de talas para fracturas. . ! - - - 4 1: 2
inhas . . . . . . . ... Onças -. | 6. ….2
Panno de linho novo. . . ... varas... | 6 4
+--- --*. usado ------ - - - - --VdrâS -- I 6 -- - 4-

Pipos para seringas,..…. . . . . . . . . ! - 6 "2.


Rolo de cera . . . . . . .. .. onças. | 6. b 16
Seringas grandes de, estanho ... . . .. I. ….". Ii

— pequenas para injecções. . . . 2. "42 -


Forniquetes de fivela. . A. .. . . . . | 12. e º6
Velinhas de gomma elastica . . . . . . | 12 … 6
de Goulard . . . . . . . . . . | .12 | o 6
*= de corda de-rabecão- — - —--I –6– —–6
—l= …
— — — —T. • •• — |
- … … . . … ! ……? o * * .: , , , … . . . .
N. B.Medicamentos,
pectivos e bolsa de campanha
Os Cabazes Instrumentos são fornecidos de seus res
e U tensilios Chirurgicos pelas Boti
cas de Divisão, Brigada, Regimental, e Batalhão. { * **
". |-
|
}
- .
• | | | $s 2 • • •
1
T_A B E L L A I.
Dietas dos Enfermos nos Hospitaes fixos.
Pezo, medida,
Qualidades dos Generos, de |

I que se compõem
' '';
Observações.

Caldos N.° 6, compostos | Os 6 caldos são para o es


de vacca, ou carneiro . paço de 24 horas: sendo de
"Ou de gallinha. . . }
. vacca, ou carneiro, devem
Toucinho. . . . . . | entrar na marmita geral.
Páo . . . . - • •
Vacca, ou carneiro .º • Nestes dois numeros a
Toucinho . . . . ração para o Official he a
Arròz. . . . . . III CSI'Ilaa
Vinho. - . . . .

-*=+-
Frutas do tempo . .
Pão . . . . . .
Vacca, ou carneiro . Neste n.º o Official term
Arròz. . . . . . . mais hum frango, ou meia
Toucinho . . . . . gallinha cozida, assada, ou
Vinho. . . . . . guizada. — A farinha he
Frutas do tempo . .
Farinha de aveia .
ou de cevada
} -
para formar hum caldo com
a manteiga, e assucar para
o almoço. -

Ou cevadinha . . .
Manteiga. . . . . . |
Assucar . . . . . .

Pão. • • • • - • • Neste n.º o Official tem


Vacca, ou carneiro .… . mais 4 libra de vacca com z
Arrôz . . . . . . . . onças de manteiga para as
Toucinho. . . . . . sado, guizado ou biffe. N.E.
Vinho. . . . . . . *
As 2 onças de chocolate
Frutas do tempo . . . são para o almoço.
Chocolate. . . , . .
Pão . . . . . . ...
Peixe fresco. . . . . Neste nº a ração para
Legumes,ou hervas verdes o Official he a mesma.
Azeite. . . . . . .
Vinagre. . . . . . . :
Vinho. • • • • • •

Frutas do tempo . . .
Chocolate. . . . . .
|-

__ …
| Pão. . • • • • • • •

Mão de vacca . . . . Neste N.° a ração para


6 Vinho. • • • • • • o Official he a mesma. .
| Frutas do tempo . . . |-

Chocolate. . . . . . . |
Pão.". • • - • • •

Aletria • • • • • •
Neste Nº a ração para
Manteiga. . . . . . o Official he a mesma.
7 | Assucar . . . . . .
Vinho, . . . . . . |
Frutas do tempo . . . º
-
Chocolate . . . -
. . •

Pão • • • • • |- •

Hervas,ou legumes verdes. Nesta Nºs a ração para


- Ovos • • • . . • • o Official he a mesma. > -
8 | Azeite . ----
. • • |- |-

| Vinho. . . . . |- . º
| Frutas do tempo - - -
|- Chocolate ". .*. . .

A mesma dieta do N. 4;
mas em lugar de arrôz,
9 hervas, ou legumes ver
des. - - - - - - |-
—————— ——
• • … * . * * * |- ·· · -- |- Observações geraes.
,º |- |- •

|- O total de cada dieta, ou ração, he de duas partes para o jan


tar, e huma para a ceia. — Os Facultativos poderão prescrever éom
}
a dieta N.° 2, almoço, ou vinho, quando o julgarem absolutamente ne
nessario. —. Poderão abonar vinho do Porto, ou doce, a alguns Enfer
mos, naquelles casos que o exigirem. - - - - |- |-

|-

• •• • • |-
|-

|
( 326 )

T A B E L L A II.

Dietas dos Enfermos nos Hspitaes Navaes.

- -

Qualidades dos generos, Pezo, medida, . . . .


> e número. b
|-
# de que se compõem. |- /*>--> O ……….•

3 |- lib. [ong, nº
- -
-
--—––
Caldos Nº 6, compos- - - - - - - ... - -
tos de | | . Os 6 caldos são para o
Gallinha . . . . . . |- #- espaço de 24 horas,
ou de vacca. . . . . I –
ou de carneiro. . . .
Toucinho . . . . .
-
--———
Gallinha . . . . . . # Nestes dois números a
ou vacca, ou carneiro. . ração para o Official he a
Toucinho . . . . . mesma. N. B. A farinha
Arrôz. . . . . . . he para formar hum caldo
Pão, ou bolacha fina . . com a manteiga, e assucar
Farinha de cevada, ou de para o almoço.
aveia • •- • • • * a
Manteiga. . . - - - e
Assucar . . . . . .
Vinho.….….… . . - * ---- ---- -

- |- -

Vacca, ou carneiro. . ….… |…] Neste nº o Official tem


Toucinho . . . . . mais hum quarto de galli
Arròz. : - - - - - - pha, ou meia libra de vacca,
Pão, ou bolacha fina . . | Para assado, ou guizado,
Vinho. - - - - - - | etc. o |-

Chocolate - - - - - … |- ……… …

V aca , ou carneiro . . . → ——
este nº a ração para o
Toucinho. . . . . . . . . 3 Official tem de mais o mes
Arróz. . . . . . . . . . | 4 mo, que no número 3.
Pão, ou bolacha fina. . . . . 2o
Chocolate . . . . . ! . . 2
Vinho. . . . . . . I - - |-

-
# Observações.
= + lib | onç. Nº
Aletria . . . . . . . . | 8 Neste numero a ração pa
Manteiga. . . . . . . . . | 3 ra o Official he a mesma.
| Assucar . . . .. . . . . . 4
5 Pão, ou bolacha fina . . . . . . 2o
" | Vinho. . . . .. . . I I • •
| Chocolate. . . . . . ! . . | 2 >

Peixe fresco. . . . . . . . ! 16 Neste n.º a ração para


Grãos de bico, celamim . . . 1 ] o Official he a mesma.
Azeite. . . . . . . . . . | 2 •

6 Vinagre . . . . . . . .. . 3
Vinho: . . . . . . E ! • •
Chocolate . . . . . . . . | 2

N.B. Estas quantidades serão pezadas, e medidas pelos pezos, e


medidas mercantís, e não pharmaceuticas.

Observações geraes.
O total de cada dieta he duas partes para o jantar, e huma para
a ceia. — N. B. O Chirurgião deve escrupulosamente inteirar-se da quan
tidade dos generos destinados para o tratamento dos Enfermos, que o
Commissario recebe a bordo do seu Navio, a fim de saber diariamente os
que existem a cargo do Despenseiro, e evitar o abuso de se dar a taes
generos applicação alheia daquella, para que são destidados.
• - - • • • |- \
( 328)
§. XII.

Dos Hospitaes Navaes.


*

NÃo he de pouca importancia a disposição dos lugares,


em que devem situar-se os Enfermos a bordo dos Navios,
e a colocação das Enfermarias navaes he summamente di
gna de attenção. A este respeito tres cousas se requerem:
1.º . O facil accesso do ar livre para a sua necessaria re
novação.
2.º Que o mesmo seja puro, e izento de todo o con
tagio.
3.º Oue os Enfermos sejão separados dos sãos, por ma
neira que todo o commercio seja entre elles absolutamente
vedado.
A parte inferior dos Navios he de todas a menos apta
para a collocação das Enfermarias; porque os vapores, e
exhalações ahi se accumulão, e difficultosamente se extir
pão. O local, que melhor lhes convém he na cuberta, desde
a face da boca da escotilha grande até á escotilha de prôa;
e as Boticas devem ficar á face da mesma escotilha grande
e principio da Enfermaria. No local designado para o Hos
pital naval se deve observar:
1.° Que seja dividido, ao menos por meio de lonas en
ceradas, a fim de que os sãos estejão separados dos doentes,
e não haja entre elles modo algum de communicação.
2.º Devem ser duas as Enfermarias; huma mais para a
parte anterior do Navio, e outra mais para a posterior. Na
primeira deverão jazer os enfermos invadidos de enfermi
dades graves, como febres putridas, escorbuto, dysenterias,
e outras doenças contagiosas: na segunda se acom moda
rão os de ligeiras enfermidades, como febres intermitten
tes, e outras doenças não inficionantes. Em consequencia
logo que o primeiro Chirurgião observar que alguem adoe
ce, o fará immediatamente separar dos sãos, designando
lhe o lugar que lhe competir. •

3-º Alli deverão ser preparadas camas suspensas, em que


( 329 )
possa commodamente jazer. De todas as câmas suspensas
reputão-se mais commodos os catres, formados de huma
lona fortemente marginada, porém não de tal modo tensa
que obste ao livre movimento, e que o Enfermo não possa
pelo seu pezo conservar algum equilibrio, segundo as agi
rações do Navio; observando-se juntamente que não tenha as
extremidades inferiores nimiamente elevadas, nem a cabe
ça mais baixa do que o tronco. - -

4.º Com tudo, posto que taes camas sejão tidas por mais
commodas, parecem ser menos idoneas para os Enfermos
invadidos de enfermidades graves; por quanto não podem
facilmente mudar de situação, nem os Enfermeiros lhes po
dem bem prestar os seus auxilios. Pelo que eu anteporia
situar taes Enfermos sobre o mesmo plano do Navio, onde
se tivessem praticado repartimentos pouco elevados, pelos
quaes não só os doentes tivessem facil ingresso e sahida,
mas tambem fosse aos Enfermeiros facil a sua reposição.
. 5.º De qualquer modo, importa que haja hum numero de
camas, roupas e utensilios proporcionado ao dos enfermos.
E como por cada cem homens de guarnição se devem sup
pôr ao menos sete Enfermos, facil será fazer a deducção
das quantidades. -

6.° Logo que algum Enfermo for conduzido ao Hospital


naval, deverá ser despojado de seus vestidos e roupas, mi
nistrando-se-lhe immediatamente as que o Hospital lhe de
ve fornecer; sendo os vestidos que deixarem cuidadosa
mente º sacudidos e ventilados, as roupas lavadas, e tudo
conservado
stituido. em lugar idoneo, para a seu tempo lhe ser re•

Finalmente deve haver o maior cuidado na exacção e


clareza do Diario Clinico, tão recommendado em os Esta
tutos da Universidade de Coimbra, em a Parte I. do Cur
so Medico, Cap. V. S. 14., e seguintes. Este Diario, que
commumente se denomina Caderno de Visita, deve espe
cificadamente conter o numero da cama, nome e natura
lidade do Enfermo, e a classe a que pertence. Seguir-se-ha
a data do mez, e dia de sua entrada, e o da molestia; a
declaração dos symptomas; a dieta que lhe fôr prescripta,
Tom. II. - Tt
(33o )
e os Medicamentos de que deve fazer uso, tanto interna
como externamente : o que me parece vai sufficientemen
te demonstrado no modélo, que adiante proponho para
hum Diario Clinico, ou Caderno de Visita. +

OBSERVAGóES
Sobre o regimen dos Enfermos, e regras dieteticas,
- -
- - -

A palavra dieta significa em geral o uso regular e


proporcionado de tudo o que he indispensavelmente neces
sario para conservar a vida animal, ou seja no estado de
saude, ou no de enfermidade. Por tanto a dieta não consi
ste sómente em regular o uso dos alimentos e das bebidas,
mas tambem o do ar em que convem viver, e de tudo o
que tem com elle relação, como a situação dos lugares, o
clima, as estações; e em prescrever os differentes gráos
de exercicio muscular, e de repouso; a duração de vigilia,
e de somno; em determinar a quantidade de substancias
que hão de ser evacuadas ou conservadas, no individuo;
e finalmente em combater o resultado mesmo das paixões.
. Denomina-se Dietetica a doutrina que prescreve a
dieta, isto he, tudo o que tem relação com a materia da
Hygiena, ou com as cousas que nas escólas se chamão im
Propriamente não naturaes. Esta doutrina tem por objecto
conservar a saude aos que a desfructão, e preservallos dos
males a que se achão sujeitos. As regras que prescreve, são
differentes, conforme a idade, temperamento, sexo, con
stituição atmospherica, etc., e dirigidas unicamente a con
servar o estado de saude pelos mesmos meios que hão esta
belecido. Reconhecendo pois duas classes de dieta, huma
eonservativa, e outra preservativa, sabemos que ambas
pertencem á Hygiena. (*). -

(*) A Hygiena se póde considerar como a reguladora da saude,


porque ensina a conservar o perfeito equilibrio que a constitue, a pre
Venir os males que a ameação, e por este meio a prolongar a exis
( 331 )
A consideração da especie de dieta, que pertence ao es

tencia do homem. A Hygiena propõe os meios seguros para tornar


vigorosas e robustas as constituições debeis: esta parte da Sciencia e
Arte de curar obra mais pelo regimen do que pelos meios da Materia
Medica curativa; os seus principios são simplices e luminosos; o bom
senso, ou a razão natural são sufficientes para os comprehender. He
sem contradicção alguma o objecto menos hypothetico da nossa Pro
fissão, pois que caminha sempre com passos seguros ao seu fim: a
ignorancia, a inexperiencia, e as paixões dos homens podem desvial
los delle ; porém esta verdade incontestavel só a poucos convence:
daqui procede a indiferença em conservar a saude, que desgraçadamen
te he muitas vezes sacrificada ao prazer de hum momento, e a in
teresses mal combinados, não se conhecendo o que ella vale senão quan
do se perde; assim as mais das vezes o homem, que se abandona ás
suas paixões e carece da experiencia ou instrucção, he hum ser desor
denado e sem razão; accusa a natureza de o haver feito participante
de huma existencia fragil; mas o imprudente não conta que as mais
das vezes a sua conducta he causa de haver alterado e abbreviado a
sua vida. O homem razoavel se deixará penetrar facilmente destas
verdades, e tributará aos principios da Hygiena huma homenagem tão
justa como interessante. Todos os seus pontos se dirigirão a conservar
a saude, que he sem dúvida o primeiro bem do ente sensivel, pelo
qual todos os outros se realizão, e sem o qual tudo he quasi nullo.
Os Filosofos de todos os tempos, a cuja frente se póde contar Hip
pocrates, observárão que o regimen, a eleição), a quantidade, a prepa
ração, e a mixtão dos alimentos não erão índiferentes para a saude; e
estes são os conhecimentos primitivos que teve a Sciencia e Arte de
curar. A observação não tardou em lhes unir as justas proporções de
exercicio e de repouso, de somno e de vigilia; o segundo passo foi o
de constituir em vigor a Gymnastica e os banhos, que principalmente
nos paizes cálidos tem chegado a ser huma necessidade, e até Hum
objecto de luxo e regalo, (particularmente no Brazil ). , .
Os primeiros Instituidores da sociedade, e os Legisladores fizerão
da Hygiena a base de seus preceitos fysicos, e huma parte essencial
da Legislação; e assim he que introduziráo tambem com elles costu
mes uteis para melhor conservar a sua saude com os poderes reuni
dos da razão, e authoridade. Foi então quando se conheceo a distin
ção Hygiena privada, e de Hygiena publica, da qual os Legisladores
modernos não tem feito por desgraça tanto apreço como os antigos,
que por meio de sabias instituiçóestratárão de preparar gerações sãs,
e vigorosas. Os Caldeos, e …………
- t 2
ypcios, começárão a

\
(332 )
tado de enfermidade, corresponde á Therapeutica , e con
stitue o que chamamos regimen. Este consiste na prática con
stante e regular dos principios da hygiena, tanto para conser
var a saude, como para a restabelecer huma vez deteriorada

dar exemplo das bellas instituições. Os jogos públicos e os premios


propostos para os differentes exercicios, forão na Grecia huma conti
nuação das instituições politicas destinadas para agilitar o corpo, , e
dar-lhe mais força e vigor. Os gymnasios erão as primeiras escólas,
em que a mocidade se preparava para todos estes generos de exerci
cio. A Gymnastica entre os Romanos foi considerada como hum obje
cto principal de educaçao: construirão-se banhos publicos com a maior
magnificencia; procurarão-se fundos para manter a limpeza das Cida
des, e para que houvesse abundancia de boas agoas. Para fazer ver o
que tomavão os antigos nestes objectos importantes, basta
interesse
examinar a sua Hygiena publica na sua Legislação, seus usos, costu
mes, e regulamentos de Policia publica. Não obstante, a Legislação
moderna alguma cousa tem feito pela Hygiena publica: deve-se-lhe o esta
belecimento dos Lazaretos, a construcção das Fontes, os Hospitaes, os
estabelecimentos da Inoculação da vaccina, instituições particulares e
interessantes debaixo do nome de reclusões, hospicios, etc., onde se
fazem uteis muitos braços aliàs perdidos para a sociedade. Já se vão
formando os cemiterios fóra das povoações, estagnando os pantanos,
e outras obras uteis e vantajosas para a saude.
. A Hygiena privada he a quê determina o seguimento das regras
tiradas da observação, mediante as quaes o homem póde conservar
a sua saude, e em que proporção elle póde, conforme a idade, con
stituição e outras circumstancias, usar das cousas que o cercão, e de
suas proprias faculdades, ou seja para satisfazer ás suas urgencias, ou
aos seus prazeres. Estas regras ou são geraes, ou deduzidas das leis
universaes da economia animal, e das relações com tudo o que nos
cerca; ou particulares, e relativas ás differenças dos individuos, ou das
cousas que são de seu uso,
Estas cousas (ainda que impropriamente) forão chamadas pelos
antigos não naturaes; e conforme a sua enumeração eráo seis; a sa
ber: ar, alimentos, bebidas, movimento, repouso ou quietação, so
mno e vigilia, e por ultimo as paixões de animo; e deste modo he
que o maior numero dos Authores de Hygiena formárão de cada hu
ma destas partes hum Capitulo, em que dividirão esta Sciencia, se
guindo a ordem com que ficão enumeradas as ditas cousas impropria
mente denominadas não naturaes.
(333).
Todos os homens devem regular a sua conducta com respei
to ao seu temperamento, idade, forças, estado, e clima em
que habitão. Huxnh diz, falando do regimen, que esta par
te da Sciencia e Arte de curar não tem merecido muita at
tenção da parte de seus Professores, sem embargo de ser a
ue oferece o methodo mais facil e natural para o curativo
as enfermidades; e com efeito nellas o regimen he frequente
mente mais efficaz do que a multidão de remedios pharma
ceuticos.

Dieta nas enfermidades agudas.


Além da dieta conservativa e preservativa, ha tambem,
como fica dito, huma dieta curativa, pela qual se entende com
particularidade o regimen que se prescreve aos Enfermos, re
lativamente ao alimento que devem tomar, para sustentar as
forças sómente no gráo conveniente á situação, em que se
achão. As regras deste regimen compõe a Dietetica dos anti
gos Professores, e quasi de toda a Sciencia e Arte de curar
daquelles tempos; porque elles empregavão mui poucos reme
dios. Tendo observado que todos os soccorros da natureza e
da arte são inuteis, quando os Enfermos se não abstem dos
alimentos que usavão no estado de saude, tiverão os Clinicos
de recorrer aos mais ligeiros; e assim, se conheceo a necessi
dade que a arte tem de se valer delles nas enfermidades agu
das, e outras circumstancias morbificas. Hippocrates , que
considerava a dieta como remedio principal, e commummen
te o unico de que se valia , foi o primeiro que escreveo so
bre a eleição do regimen. O alimento de hum Enfermo (diz
este Pai da Sciencia e Arte de curar) não deve ser nem mui
ligeiro, nem em diminuta quantidade, nem mui consistente,
nem muito abundante. No primeiro caso se vigorizão as for
ças do Enfermo, entretanto que no outro se achão como suf
focadas. He indispensavel pois que o Chirurgião-Medico co
nheça não sómente o caracter, e a intensidade de cada huma
das enfermidades que tem a tratar, mas tambem o tempera
mento, e o modo de viver de cada Enfermo com relação ás
* * **
( 334 )
bebidas, e aos alimentos sólidos. (*). Ha pois tantas varie

(*) A palavra alimentos expressa em geral todas as substaneias,


ue introduzidas em nossos corpos, servem para os nutrir, subministran
# a materia propria para esse fim, reparando por este meio as con
tinuas perdas, que sofre a nossa maquina: elles fornecem a materia
que se une aos sólidos, para que se effectue seu desenvolvimento,
crescimento, e firmeza; para que se repare a parte fluida dos humores,
e ainda a que dá actividade e energia aos nervos, e o calor vital aos
orgãos.
O homem póde sustentar-se de maneira mui variada, e com ali
mentos diversos, e muitas vezes de natureza opposta. Com tudo, co
mo as causas diversas não produzem jamais os mesmos efeitos, he
certo que nem todos os alimentos exercem huma influencia uniforme
sobre a conservação do homem. Determinar estas differenças he hum
objecto tanto mais importante para o Facultativo, quanto as noções
vagas sobre a natureza dos alimentos, e das bebidas, podem dar lugar
a erros, que tragão comsigo consequencias tristes para os corpos. As
sim, o que chamamos Materia alimentar he a Sciencia que nos põe
ao alcance de conhecer a acção dos alimentos sobre o corpo humano.
Os alimentos de que o homem se serve, são commummente:
1.° ) Leite. He o alimento mais proprio aos recem-nascidos, por
que he o mais analogo á substancia de seus corpos. He tambem mui
to util ás pessoas
estimuladas pelo usodotadas de grande
de outros sensibilidade, e que se achão
alimentos. •

2.°) Farinaceos, mucilaginosos. São todos tirados do reino vege


tal, e convem mais á natureza do homem; que não se acha corrompi
do Cem tudo, o seu uso em pessoas, cujos orgãos digestivos são de
beis, augmenta a pituita, e occasiona flatos, e obstrucções.
3.°) Oleosos. A esta classe pertence a manteiga, o queijo, e todas
as sementes das plantas que fornecem oleo. Todas estas substancias
debilitão por si mesmas os orgãos da digestão; porém misturadas com
outros alimentos, ellas se tornão menos nocivas,
4º) Doces. O assucar, o mel, e as plantas que contém huma
substancia saccarina, taes como as uvas, os figos, etc. Estes alimen
tos fornecem huma excellente nutriçáo, quando sáo sufficientemente
combinados com particulas constituentes térreas, O assucar, e o mel
misturados com os alimentos, não são absolutamente nocivos.
5.º ) Acidos. Todos os fructos são desta especie. Não sómente
eles nutrem, mas parece tambem serem hum depurativo annual dos
humores. Com tudo, excitão cursos de ventre nas pessoas, que delles
abusão; ou quando não se achão ainda assás maduros,
(335 )
dades no alimento dos Enfermos, como differenças nas enfer
midades agudas, relativamente á vivacidade de sua marcha;
e cada variedade se acha adaptada a cada differença,
. Os accidentes particulares das febres exigem as conside
rações seguintes: Quando se alimenta o Enfermo antes que
tenha passado o parocismo antecedente, augmenta-se a dor
do estômago, ou de qualquer outra região; ou se esta dor não
existe, a occasiona; torna a respiração mais frequente, e por
conseguinte desecca o pulmão, e fatiga o diafragma, a #
# e as visceras abdominaes. Quando se dá ao En-,
ermo quantidade maior de alimentos do que lhe convém, e
não se augmenta alguma evacuação, ainda que a digestão (*)
- - *{ … # "i" , , * * * *, ,;
—===
T

- -
–1_1_ri===

==-=-=-== — —
|-

6º) Plantas antiscorbuticas. Não fornecem por si mesmas hum


alimento conveniente, mas servem a corrigir os alimentos relaxantes,,
e que tendem á putrefacção, supprindo o estimulo que lhes falta; e pre
venindo a putrescencia a que são dispostos, na', # 1, ……….. (…
.7º). Aromaticos. A esta classe pertencem todos os vegetaes acres
e calefacientes, que não fornecem jámais hum alimento conveniente,
mas que facilitão, a digestão dos outros alimentos nos corpos relaxa
dos, e nos climas frios, e humidos. . * . . . .
8º) Peixes. Parece que unicamente a necessidade, tem impelido o
homem a procurar o seu nutrimento nos animaes aquaticos. Eles for
necem hum alimento mui, pouco conveniente, augmentão a pituita, e
dissolvem o sangue. , , , ,, , . . .
9…) Carnes. Em lugar de augmentarem a pituita, como os pei
xes, produzem acrimonias, e aquecem e dissolvem tanto mais, quan
to o animal se acha em hum estado silvestre, e pertence á especie
dos carnivoros. Mas podem tornar-se hum bom alimento associan
do-as com os vegetaes, e usando-as moderadamente... , ,, , ,
- 10*) Ago4. Ainda que não seja hum alimento propriamente dito,
não he com tudo menos necessaria ao mantenimento da vida. , , ,
11. ). Bebidas fermentadas. O costume, a maneira de viver, e
a natureza do clima frio, podem diminuir os máos # do uso.
desta especie de bebidas. Quanto mais elas são concentradas, tanto
são mais calefacientes, atacáo os nervos, debilitão a faculdade diges
tivas, e dáo lugar a obstrucções, ou acrimonias contra naturaes. (Ve
ja-se Zuckert, Mataria alimentaria, Berol. 1769. Veja-se tambem o
seu Tratamento das enfermidades pela dieta, , , , , ,,
- (?). Digestão he a acção, pela qual os alimentos se convertem em
( 336)
tenha lugar, a febre se exalta ; esta plethora he a que pro
duz o calor e dor, porém o faz mais promptamente no Estio
do que no Inverno. Quando ha dores pleuriticas, se deve
dar hum alimento mui substancial antcs de haver atenuado a
molestia, seja a beneficio dos evacuantes, ou por meio das
sangrias (*). Porque nas enfermidades do pulmão se a respi
i

hum liquido homogeneo, que se denomina quilo, e que he o repara


dor das perdas continuas, que experimenta a economia animal nas se
creções, excressões, etc. A digestão he huma função do numero da
quelas, a que os Escolasticos chamavão naturaes, e que he commum
à todos os animaes; cujo effeito mais sensivel he a mutação dos ali
InChIOS CIT) quilo e excrementos; pois as substancias alimenticias su

jeita á acção de hum apparato peculiar de orgãos, e o concurso neces


sario de humores digestivos, etc., as fazem mudar de qualidades, e
subministrão depois hum novo composto mui proprio para a nutrição
e incremento dos animaes. A esta interessante # chamavão os
antigos chylosis, chylopogesis, chylificatio. |-

(*) Sangria he huma operação chirurgica, que comprehende a


phlebotomia, a arteriotomia , e a applicação das sanguisugas. A
phlebotomia consiste na acção de abrir huma veia, a beneficio da lan
ceta, dea sangue.
dade fim de proporcionar a evacuação de maior ou menor quanti
º • .

. Pode-se extrahir sangue de todas as veias superficiaes situadas nas


diferentes partes do corpo; porém com mais frequencia se extrahe
abrindo os vasos sanguineos da mão, braço, pescoço, e pés; em al
gumas occasiões se recorre á sangria da testa, nariz, pulso, e
boca debaixo da lingoa. Em fim, he facil de comprehender que a
evacuação de sangue praticada em diferentes lúgares, e por di +-

tes meios, deve produzir diversas utilidades, segundo as circumstan


cias de sua indicação. Convem por tanto fallar primeiramente das uti
lidades desta evacuação em geral, dos casos, enfermidades, idades,
estações, e organizações, em que se acha indicada, e contraindica
da; dos prejuízos, que arrasta o seu "usº immoderado; sem omittir
algumas advertencias necessarias para prescrever com opportunidade… - --- -
esta evacuação. " " " " " " …….……. º - -

Os efeitos geraes da evacuação do sangue não são muito fáceis


de avaliar. Geralmente se tem proposto muitas hipotheses ácerca des
te ponto, como por exemplo, a opinião que divide a sangria, con
forme os seus efeitos, em evacuativa , espoliativa, derivativa, e
revulsiva. A evacuativa consiste no vacuo que º necessariamente deve
deixar nos vasos o sangue, que delles se extrahe. A espoliativa con
\,
(337)
ração se acha mui livre, e a expectoração facil, se podem

siste na extracção da parte roxa em maior porção do que as outras,


donde se deve seguir que o corpo se prive, espolie, ou despoje da
materia que forma o coagulo do sangue. A dirivativa consiste propria
mente na afluencia de maior parte de sangue ao vaso aberto:
A revulsiva (que he huma consequencia da dirivativa) consistema di
minuição respectiva de sangue nos vasos mais distantes do lugar da
sangria. Ainda que as differenças que ha entre os canaes hydrostatiº
cos, e os vasos do corpo humano se conheção presentemente mui bem;
e ainda que muitos Authores recommendaveis tenhão fortemente im
pugnado esta doutrina dos differentes efeitos da sangria, não obstan
te os Chirurgiões, e Medicos Praticos tem observado que as sangrias
feitas em differentes situações do corpo humano produzem huma ac
# particular, e mais ou menos analoga á que os antigos lhes attri
uião. Sem recorrer a hypotheses sobre o modo de obrar da sangria,
he irrefragavel e justificado pela experiencia de todos os seculos, que
este meio apazigua o movimento demasiadamente rapido dos humo
res, diminue e modera o calor febril, destroe os obstaculos da circu
lação, mitiga dores, atalha evacuações consideraveis, e promove ou
tras ; quando não estivesse bem determinada a causa destes effeitos,
sempre sería bastante conhecellos para tirar grande partido desta eva
cuação na pratica. Deve confessar-se que a evacuação de sangue, e a
a diminuição das forças vitaes que he sempre a sua consequencia, são
as principaes causas de todos estes effeitos bem reconhecidos. Esta
perda de hum fluido destinado aos primeiros movimentos da vida, traz
comsigo a diminuição da irritabilidade, e por conseguinte a do movi
mento febril, calor, dor, etc. i |- *

…São muitos os casos que indicão a sangria, e he tanto mais im


portante não enganar-se o Facultativo neste ponto, quanto, nas mais
das occurrencias praticas, este remedio nunca póde ser indiferente.
Em geral, a sangria he mais util aoszmancebos e adultos, do que
aos velhos, e aos infantes; os homensa tolerão melhor do que as
-mulheres; os individuos de constituição secca, e carnosa, melhor do
que os gordos, e frouxos; os que se achão costumados a esta opera
gão, melhor do que aquelles que a não tem sofrido; os exercitados;
melhor do que os preguiçosos e poltróes; os que usáo de alimentos
abundantes e nutritivos, melhor do que os que se mantem escassa, e
tenuemente; os habitantes das regiões septerurionaes, em fim, tolerão
melhor esta evacuação, e a necessitão com mais frequencia do que
os moradores das regiões cálidas, e meridionaes. Em muitas enfermi
dades he mais necessária a sangria no Inverno, e Primavera, do que no
Tom. II. Vv.
(338 )
alimentar os Enfermos; porém se huma e outra cousa se exe

Verão, e Outono. Em bastantes deenças, como nas febres e inflam


mações, quer dimanão de frio, he segura e quasi sempre util a opera
ção da sangria; porém nas mesmas enfermidades dimanadas de con
tagio, he inutil e perniciosa. No principio das febres e inflammações,
as mais das vezes he proveitosa e necessaria; porém no seu estado
adiantado quasi semprehe nociva e perigosa , como igualmente em
todos os casos em que sobrevem exereçóes espontaneas criticas. As mais
das vezes he necessaria e util nas pirexias, raras vezes nas neurosis,
e em muito poucos casos nas caquexias.
Geralmente fallando, he util a sangria em todas as enfermidades
inflammatorias, ou phleugmasias puras, como a angina, pneumonia,
inflammação do estomago, dos intestinos, e na aploplexia sanguinea;
previne os depositos e abcessos nos casos de pancadas, quedas, fe
ridas, tumores inflammatorios do orgão cutaneo; e he indispensavel
nas grandes hemorragias activas. …
Tambem heutil a sangria nas dores violentas, e graves irritações,
como nos casos de calculo de rins e bexiga, nas contusões; fracturas,
e deslocações, já para apaziguar a dor e diminuir a irritação, já para
laxar as arterias, e veias, e prevenir os perigos da inflammação e fe
bre; em varias obstrucções e outros vicios dos grandes vasos, ou do
mesmo coração, e nas difficuldades de respirar, em as quaes serve qua
si sempre de alivio, ainda que nem sempre he remedio adequado por
varias e manifestas causas: igualmente he util a sangria em todas as
enfermidades dimanadas de excessiva abundancia de sangue, bem co
mo em todas as distribuições desiguaes desta substancia, e no exces
sivo impeto, ou immoderada acção das arterias em alguma parte
determinada. Em certos impedimentos, que se oppõem ao movimentº
livre do sangue pelo coração e pulmões, he tambem util esta evacua
ção. Finalmente a sangria occasiona os efeitos mais notaveis e uteis
na plectora, cujos symptomas ordinarios são, pezo de todo o corpo,
dor grave de cabeça, incendiamento de olhos , côr roxa de rosto.»
pulso duro e cheio, veias sobresalientes, inacção e entorpecimento
geral, propensão ao somno, inapperencia, etc. Deve-se notar que
muitos Faeultativos modernos, e sabios, julgão que não póde existir
verdadeira plectora geral, mas tão sómente particular em alguma ou
algumas regiões internas ou externas. Esta opinião, seguida por Four
troy, fundada em razões e observações muito solidas, indica, segun
º do este Author, 1º que quasi nunca se devem prescrever sangrias
tão abundantes e multiplicadas, como costumão ordenar alguns Prati
ºcos; 2° que as sangrias locaes são de huma utilidade immediata, e mui
( 339 )
cuta com trabalho, o regimen deve ser muito severo. A falº

tas vezes de necessidade absoluta : pelo que o mencionado Authºr


recommenda se considerem estas asserções como dois axiomas pra
ticos que devem dirigir a conducta dos Facultativos.……
a prática ordinaria costuma servir de norma para a extracçãº
do sangue, seu impeto e movimento accelerado, o calor excessivo do
corpo, a frequencia do pulso, sua rapidez e plenitude, a fim de
determinar a quantidade de sangue que se ha de evacuar, e o nume
ro das sangrias; porém esta regra geral he susceptivel de muitas mo
dificações. Em quanto ao excessivo impeto do sangue, ao immode
rado calor do corpo, e frequencia do pulso, como adverte Gregory,
muitas vezes se complicão com grande debilidade, ou tendem a ella,
como em varios generos de febres, tanto, intermittentes como icon
tinuas; em bastantes casos tambem o mesmo estado tem grande
tendencia á putrefacção, como em certas febres, nas bexigas con
uentes, e no garrotilho ou angina maligna: nestes e semelhantes
casos, ainda que pareção urgentissimos, ou se deve evitar a sangria
ou praticalla com muita cautela; porque semelhante evacuação,
que nos primeiros dias da enfermidade parece indispensavel ao Fa
cultativo pouco cauto, vendo depois seus effeitos debilitantes e noci
vos, tarde conhece
perniciosissima. . º que -
não só,* he inutil, porém as mais das vezes
- - - •

Em quanto á rapidez e plenitude do pulso para determinar a


sangria, sua quantidade e numero, este symptoma he muitas vezes
enganoso, como observáo Fourcroy, e Gregory, e a Clinica demon
Stra; porque em bastantes occasiões o pulsosse eleva e alarga depois
das sângeias. Na verdade, ainda que seja certo que o pulso cheio,
grande, durº, e juntamente frequente, indique a necessidade de lar.
3as e repetidas sangrias; e que opulso debil, pequeno, intermitten
fe, Por mais frequente que seja, as contraindique; assim como tem
em que a méra frequencia do pulso raras vezes exige esta evacua
4ãº; estas maximºs não são tão constantes que em algumas occasiões
n㺠seja Preciso pelo contrario extrahir sangue com abundancia e re
petição, ainda que se manifestem pulsos pequenos, debeis, contrahi
dos e irregulares, como em algumas inflammações das entranhas do
abdomen, e do pulmão. E em álgumas enfermidades da cabeça (con
tinúa Gregory), como na apoplexia, fracturas do craneo, e subin
fracções ( compressões de cerebro), ainda que sopulso se ache mui
Irouxo, pequeno, e tardio, não obstante se deve sangrar copiosamen
fº; Pois nestes casos, pela natureza da enfermidade que acommette
Partes immediatamente necessarias *#vida, e que com a maior
• V 2.
\,

(349 )
ta constante de somno exige huma dietas mais rigorosa;

celeridade ameação exito funesto, he visivel ser mais grave e urgen


te o perigo que induzem, do que aquelle que se deve temer da gran
de perda de sangue, da debilidade, e outras consequencias que podem
resuhar das sangrias." ", i . --
^ "A sangria he muito prejudicial aos indivíduos de constituição de
bil e muito irritavel, e a todos os que se achão anniquilados, que
brantados, e exhaustos por huma longa abstinencia, por alimentos de
má qualidade e pouco nutritivos, por enfermidades graves e chro
nicas, ou por grandes evacuações; e com especialidade aos que pa
decem enfermidades patridas. Igualmente se deve empregar com mui
ta precaução a sangria nas febres manifestamente humoraes, especiat
mente nas catar rosas e biliosas, nas malignas nervosas, nas putri
das, e nas affecções caqueticas; as mais das vezes he prejudicial nas
affecções hypocondriacas, e principalmente nas histericas. Em fim,
a sangria póde ser mortal na apoplexia sorosa, nas affecções frias e
catarrosas do peito; e, em geral póde ser mais perigoso consideralla
como remedio quasi sempre util, como parece a considerárão alguns
Facultativos,
trOS.
do que o proscrevella inteiramente, como fizerão ou
• • • - *

A porção de sangue que se deve extrahir de cada vez, o numero,


e distancia, ou proximidade das sangrias, a abertura grande ou pe
quena da veia, e a exterioridade do sangue, como indicio de neces
sidade de sua extracção, ou impedimento para ella, são tambem cir
cumstancias que he necessario considerar. _> *

Em alguns casos, como nas inflammações graves, em algumas


hemorragias activas, dores, espasmos e loucura, he necessario ex
trahir grande quantidade de sangue em huma vez. Nestes casos mui
ios Authores antigos recommendárão a evacuação de sangue até o en
fermo desmaiar, e sobrevir principio de sincope. Entre os modernos,
Boerhaave he do mesmo dictame; porém Gregory prudentemente
adverte que raras vezes se recorra a este meio, pois os efeitos sau
daveis de semelhantes deliquios nem são certos, nem constantes,
e não deixão de ter seus perigos; além de que, ha individuos que
desmaiáo antes de se lhes extrahir a porção de sangue competente
para curativo de suas enfermidades agudas, e aos quaes se devem
repetir as sangrias com intervallos até que a dor, tensão, febre,
e todos os symptomas inflammatorios se hajão acalmado; quando Pe
lo contrario se observão pessoas, que não chegão a desmaiar na san
gria até que percão huma porção de sangue, que lhes origina grave
e perigosissima debilidade, e ainda sem remedio a morte.
(341 )
porque o contrario prejudica a digestão, e a cocção alimen

-- … Quando a sangria sómente se prescreve como remedio auxiliar


ou calmante, unicamente se deve extrahir pequena quantidade de
sangue, e muito mais em pessoas que desmaiáo com facilidade, as
quaes se deverão sangrar recostadas, e fazer-lhes huma pequena ce
sura. Tambem ha certos casos, como nos individuos atreitos a es
pasmos, etc., em que tão sómente se deve extrahir pequena porção
de sangue, quando o exige algum symptoma urgente. As mesmas
advertencias tem lugar pelo que respeita á abertura ou cesura maior
ou menor dos vasos; na plectora, na inflammação grave de qual
quer membrana, finalmente em todas as circumstancias em que he
necessario extrahir sangue com a maior promptidão, deve-se fazer
na veia huma cesura grande e larga, por cujo meio tambem se con
segue a utilidade de extrahir hum sangue, que recolhido em vasos
profundos possa illustrar o Facultativo pela sua exterioridade e in
specção. Aindicação inversa relativa á abertura da veia, existe nos
casos contrarios Em quanto á proximidade e intervallo das sangrias,
deveráo regular-se as circumstancias distinctas, que offerecerem as en
fermidades; assim ha casos em que he preciso sangrar tres ou qua
tro vezes em hum dia, ao mesmo tempo que em outros se devem
intervallar estas operações. A exterioridade e condições do sangue
extrahido, e os effeitos da primeira sangria, são os dados que de
vem guiar o Chirurgião para repetir convenientemente esta evacua
ção. Assim quando sahe sangue muito incendiado e crasso, muito
mais quando se apresenta com costra branca e tenaz, o enfermo póde
tolerar outra ou outras sangrias, havendo com tudo outros sympto
mas que a exijão. •

- *# sahe sangue tenue, pálido, mal ligado, ou, ainda que


reunido, achumbado, esverdeado, e quando com facilidade se des
faz e apodrece, de modo algum convem repetir a sangria. Se ha
vendo sangrado o enfermo huma ou duas vezes, tolera bem esta eva
cuação, e se descobre o pulso mais cheio e forte do que antes da
sangria, ou pelo menos não se debilita, e a enfermidade ou não se
vence, ou depois de alliviada torna a retroceder novamente, neste
caso rocommenda Gregory que sem receio se recorra outra vez ao
mesmo remedio; porém se depois de huma ou duas sangrias se aba
tem muito as forças do enfermo, e se observa o pulso debil, fre
quente e irregular, deve-se recear o ter já extrahido demasiado
sangue. Neste lance, urgindo todavia a necessidade de extrahir san
gue, e pedindo os symptomas maior evacuação, recommenda Gre
gory as sangrias locaes, que certifica serem seguras, e nada arrisca
( 342 )
ticia. Em fim, diz Hippocrates, se as febres são acompanha

das; porém adverte que nem sempre nos devemos abster da segun
da sangria; por se observar com frequencia que muitos enfermos
tendo-se indisposto e desmaiado com as primeiras, posto que curtas,
nas segundas e térceiras, ainda que mais largas e copiosas, experi
mentão allivio e curativo. Tambem adverte, que nos casos duvido-º
sos que frequentemente occorrem, se sangre sempre com cautela e em
pequena quantidade; assegurando que não se commette absurdo com
as pequenas extracções de sangue, a beneficio das quaes se evidem
ceia a natureza da enfermidade, ou o allivio que se póde esperar
desta evacuação, pois em taes casos apenas he crivel que a perda de
poucas onças de sangue haja de ser prejudicial; e de seus effeitos,
que quasi sempre são manifestos, assim como do estado do mesmo
sangue, póde o Facultativo inferir o que deve esperar ou temer de
sua evacuação mais copiosa.
Aínda que a hipothese á cerca da derivação e da revulsão se
ache repudiada pela maior parte dos Physiologistas, com tudo a Cli
nica demonstra diariamente, como nota Fourcroy, que o lugar onde
se pratíca a sangria não he de modo algum indifferente. Sempre que
se trata de diminuir a accumulação sanguinea, e de acalmar dor,
tensão, e outros symptomas graves, que lhes são consecutivos, a ex
periencia tem ensinado ser util exttahir o sangue do local mais pro
ximo destas accumulações. He por tanto geralmente necessario san
grar no lugar mais vizinho que seja possivel da parte affectada;
pelo que nas inflammações dos orgãos internos, ou das partes exter
nas dá cabeça, se abre com vantagem a veia jugular externa, que
recebe sangue de quasi todas estas partes; nas inflammações do pei
to sangra-se o braço do lado affectado. Os Práticos, guiados pela
observação, aconselháo muitas vezes, não com pouca utilidade, a
sangria de pé para desonerar a cabeça, e ainda algumas vezes o pei
to; para abocar e chamar sangue ás partes inferiores, e mais ao anus
e utero. Este methodo he bastantes vezes util nas supressões men
struaes e nas hemorroidaes. Finalmente a sangria das glandulas amygda
las, e de alguns lugares da membrana da boca, he de grande utili
dade na angina estenica, etc. * * *-*

O uso immoderado das sangrias, ou a frequente evacuação de


sangue, tem suas incommodidades e perigos, e na verdade raras ve
zes deixa de ser prejudicial, como observa Fourcroy, debilitando e
afrouxando o corpo, damnificando muitas de suas funções, enfra
quecendo gradualmente a circulação, impedindo varias secreções e ex
creções, com especialidade a cutanea, e originando "hum sangue tenue
(343 )
das de anciedade, de tensão na região precordial, e de agi

e pálido, donde se seguem diversas e graves enfermidades, especial


mente a hydropesia, em parte pela immoderada atenuação dos hu
mores e seu movimento languido, e em parte tambem pela laxidão
e frouxidão das partes sólidas. Muitas vezes pela immoderada sangria
se torna o corpo muito obeso e ainda plethorico, debil e sobrecarre
gado de tantos humores, que facilmente cança e fica inhabil para
exercer as funções da vida civil. Finalmente, não deve esquecer que
em muitas occassióes (como observa Gregory), se prejudica tanto o
corpo, e he tal e tão grande a ruina que se induz com huma san
gria intempestiva, que nem a pericia de hum habil Facultativo, nem
todos os soccoros da Chirurgia, e Medicina podem depois emendar,
nem compensar; porque do mesmo modo que o sangue huma vez
extrahido jamais torna ás veias, assim as forças que por este meio
se perdem em varias enfermidades nunca se podem resarcir.
ARTE RIOTOMIA. He huma operação chirurgica, que con
siste na acção de abrir huma arteria, a beneficio da lanceta, a fim
de extrahir della sangue. Os antigos praticaváo esta operação mais
do que os modernos, e ainda presentemente he assás usada por al
gumas Nações. Em outro tempo se abrião com frequencia as arterias
da cabeça, e os Egypcios modernos queimão ainda as arterias tem
poraes para precaver as fluxões de olhos. Estes mesmos Povos, se
gundo Prospero Alpino , abrem com frequencia as at terias pequenas
da cabeça nas dores contumazes que accommertem esta parte, e este
meio quasi sempre lhes produz feliz effeito. Nas inflammações das
entranhas, abrem a ateria que, passa entre o dedo pollegar e indice:
servem-se de huma lanceta mui pontaguda, fazem a abertura peque
na, obliqua, e deixão sahir o sangue até que se detenha per si mes
mo; applicão depois sobre esta cesura hum pouco de algodão, e em
cima deste ultimo collocáo huma plancheta de cobre. No fim de
tres dias levantão este apparelho sem outra precaução , e sem in
conveniente. Prospero Alpino assegura que esta operação raras ver
zes deixa de produzir bom efeito......... ... a... ___...____ ..
. Ainda que regularmente não se póde abrir huma arteria consi
deravel sem perigo de morte ou de aneurisma, muitas observações
prováo que estes resultados não sobrevem sempre. Sculteto refere
que no seu tempo havia em Padua hum, Chirurgião arteriotomista,
que abria com frequencia a arteria do carpo nas grandes dores de
çabeça, e depois de ter extrahido a porção de sangue conveniente,
comprimia a cesura com hum instrumento, cuja descripção, propõe,
sem que se seguisse algum symptoma da abertura da arteria, nem
(344)
tação continuada, o hydromel com vinagre póde ser suffi

da compressão. Dionis refere no seu Tratado de observações, que


seu Mestre tendo aberto a arteria do braço em lugar da veia a hum
Pensionista do Collegio de Harcourt, deixára sahir sangue até ao di
liquio , colocára depois em cima da abertura papel mascado, e
sobre este muitas compressas graduadas; depois apertou fortemente
a ligadura, e prohibio que se afrouxasse, dizendo aos Assistentes que
o sangue do enfermo era mui tenue e propenso á evacuação, e que
se o deixassem tornar a sahir sería impossivel estaneallo. O enfermo
foi docil; o Chirurgião levantou o apparelho muitos dias depois sem
resultado funesto, e seu erro não foi conhecido. Porém ainda que
não sejão raros, nem unicos os exemplos deste genero; e ainda que
a arteriotomia se tenha preconizado por mui salutifera nas, dores de
cabeça rebeldes, nas epilepsias, apoplexias, fiuxões, e inflammações
de olhos; e ainda que finalmente seja certo que se póde abrir sem
perigo a arteria temporal nas violentas dores de cabeça, sem que
desta operação resulte o aneurisma, por estar esta arteria apoiada em
hum osso, e poder-se praticar sem risco a competente ligadura com
pressiva; não obstante se deve ter presente, com Gregory, que a
detracção do sangue pelas arterias he muito incerta; que em algu
mas occasiões apenas sahe a porção competente, e em outras exces
siva quantidade, antes que se possa atalhar o fluxo ; º que os enfer
mos tolerão com mais difficuldade a extracção do sangue pelas arte
rias do que pelas veias, em consequencia de ser mais repentina,
desmaiáo com facilidade, e convalescem com mais tardança,
SANGUISUGAS ( Hirudo officinalis, Linn.). He hum inse
cto aquatico semelhante a huma lombriga, do comprimento, pouco
mais ou menos de hum dedo minimo, salpicado de pontos e linhas,
escorregadio, viviparo, que habita nas agoas pantanosas; por meio
dos pequenos anneis de que he composta a sua cutis, náda, sahe fó
ra da agoa, move-se, e se estreita consideravelmente, ficando tu
berculosa, e desigual. - • -

A sanguisuga tem na circumferencia da boca tres corpos semi


lunares, cujas margens tem a aspereza e desigualdade de huma
serra; quando se adhire, abrindo a boca, a qualquer parte, applica
estes intrumentos cortantes, faz hum movimento circulatorio, fere
a {cutis, e chupa o sangue, deixando na pelle, quando se- ºdesprende,
huma ferida de tres esquinas. - • ,

- º Themison parece rer sido o primeiro que usou das sanguisugas,


ou ao menos o primeiro que falou dellas: Hippocrates não faz men
{㺠deste insecto; e Celio Aureliano nada diz delle nos extractos »
( 345 )
ciente; mas pelo contrario a relaxação do ventre permitte
hum alimento substancioso, e abundante.

que fez dos escriptos dos que praticárão a Chirurgia e Medicina desde
Hippocrates até Themison. Os Discipulos deste ultimo as usavão
em muitas occasiões; e applicavão as ventosas na parte donde se ha
vião desprendido as sanguisugas para extrahir maior porção de san
gue. Galeno não faz menção alguma deste remedio, sem duvida
porque era particular á seita methodica, que desprezava; não obstan
te fala-se das sanguisugas em hum pequeno Tratado deffeituoso, que
se attribue a Galeno, ainda que sem algum fundamento, pois Ori
bacio, que escreveo sete livros sobre as sanguisugas, diz ter extrahi
do o que refere de Antillo e Menemaco, hum e outro da seita me
thodica, ou pelo menos o ultimo.
Applicão-se as sanguisugas a differente partes do corpo. Os an
tigos, as usavão muito, e depois de terem feito preceder os remedios
geraes, recorrião a este meio como ao mais poderoso, applicando
as sanguisugas sobre a parte acomettida de gota , com preferen
cia ás sarjas ou escarificações, Areteo queria que se applicassem na
angina acompanhada de suffocação, quando o enfermo temia a lan
cêta. Paulo de Egina as applicava á nuca, nas dores de cabeça, que
acompanhão as febres; e se tem usado com utilidade na angina acom
panhada de suffocação, applicadas em torno do pescoço. ,

Aecio as empregava com vantagem na região do baço : sua


applicação tambem ha sido proveitosa nos abcessos inflammato
rios, nas enfermidades da cutis, tumores inflammatorios, feridas com
plicadas com contusão ou echimosis, mordeduras de animaes veneno
sos, e nas violentas dores de cabeça, nas veias do nariz, da testa,
e na parte posterior das orelhas. Quando o fluxo hemorroidal se
tem supprimido, quando ha dores no sacro e no intestino recto, ou
o enfermo he afligido de eólica hemorroidal, nada he mais util do
que as sanguisugas; porém muitas vezes he necessario fazer prece
der a sangria.
Gregory louva a applicação das sanguisugas como sangria espe
cial ou topica, em todas as affecções estenicas locaes, e as prefere
á sangria, como remedio sempre seguro, que se póde repetir sem
detrimento do paciente, ainda que suas forças estejão abatidas. As
segura de propria observação, que em muitas inflammações acom
Panhadas de pouca ou ligeira febre, a applicação das sanguisugas á
Parte inflammada, ou o mais proximo possivel a desvanecem, ou
aliviáo consideravelmente , ainda mesmo quando as sangrias nada
tem aproveitado; e affirma que esta maneira de extrahir sangue tem
Tom. II. Xx
( 346 )
Alguns Clinicos anteriores a Hippocrates prescrevião a

sido só per si bastante para dissipar certas inflammações acom


panhadas de febre geral, porque a irritação e estimulo da mesma
inflammação, que produz e atèa esta febre geral, diminue, e se dis
sipa quando se allivia ou desvanece a inflammação com a applicação
das singuisugas.
Na minha Clinica tenho observado os efeitos das sangrias topi
cas acima referidas, feitas a beneficio de sanguisugas; e demais te
nho observado a sua utilidade em casos de hernias no estado de es
trangulação, applicadas na circumferencia do annel que deixou for
mar o tumor. Finalmente, o célebre Hirschel publicou huma Disser
tação ácerca do uso chirurgico das sanguisugas, em que as recom
menda, sustentado em observações proprias, e de outros sabios Fa
cultativos, nas seguintes enfermidades:
I." Em todas as especies de dores dorsaes, dimanadas de flogosis
de sangue, e principalmente nas dores lateraes que sobrevem nas fe
bres biliosas, applicadas em o lado que occupa a dor.
2.° Nas enfermidades epidemicas acompanhadas de delirio, e nas
em que costuma ser prejudicial a sangria, applicadas na parte posterior
das orelhas, etc.
3º. Aos infantes e adultos que temem a sangria, costumáo ser
proveitosas as sanguisugas, nos casos de bexigas e sarampão.
4º Nas febres continuas, quebrantadas já as forças; sobrevindo
delirio apresentando-se os pulsos pequenos, e outros indicios de in
flammação do cerebro, louva Mead a applicação das sanguisugas
na parte posterior das orelhas, etc.
5.° No frenesi dimanado dos violentos calores do Estio, e no que
acompanha as febres putridas e malignas, recommenda Pringle a
applicação das sanguisugas nas fontes. Pedro Salio igualmente as
*# nos casos de febres pestilenciaes e malignas. •

6º Willis e Dolco louvãe na epilepsia, e apoplexia sanguineas a


applicação das sanguisugas na parte posterior das orelhas; bem co
mo na cephalalgia, etc.
7.° Sauvages assegura que no quarto dia das bexigas, e saram
pão, havendo indicios de frenesi, se previne com a applicação das
sanguisugas.
8. º Nas dores violentas de euvidos e dentes, dimanadas de inflam
mação, resultão bons efeitos das sanguisugas, applicadas por detrás
das orelhas, etc. Refere o célebre Gisler, que hum quinquagenario
gotoso, que igualmente padecia hum tumor limphatico no joelho, a
quem ficou huma violenta dor em o pé depois de ter padecido huma
( 347 )
abstinencia durante o tempo da invasão da molestia; outros
-
*
!# , B. "

febre chronica, sendo-lhe applicadas cinco sanguisugas, se desvaneceo


actricidade.
dor que antes tinha resistido aos banhos, agoas mineraes e ele
** •

9.° Nos exanthemas escabiosos e na tinha, bem como em todas


as affecções dimanadas de hum sangue acre e corrompido, no escor
buto, artritis, em todas as chagas inveteradas, e na caria, tem sido
util a applicação das sanguisugas, sem duvida, porque extrahem im
mediaramenre o sangue acre das extremidades dos vasos, em que se
reunem com
sangria, nem asdosarterias, cujo efeito não se pôde conseguír nem da
purgantes. • • •

1o. - Nas dores e inflammações de olhos; Holero e Foresto exal


tão o uso das sanguisugas. Pringle manda que se appliquem no angu
lo externo dos olhos em suas inflammações graves e epidemicas,
precedendo os remedios evacuantes, e as cantharidas. Heister as ap
plicou no tumor da glandula lacrimal, nas inflammações de olhos,
como igualmente Sant-Ives, e outros Authores que escrevêráo das
enfermidades destes orgãos.
11.° Na dentificação difficil, e em todos os symptomas que di
manão della, as sanguisugas merecem especial recommendação, e
se applicão
do angulos ouobtusos
na parte posterior das
da mandibula orelhas, ou na parte posterior
inferior. •

12.° São de grande utilidade nas hemorroidas, na hemoptisis di


manada da suppressão hemorroidal, nos scirros, indurações das en
tranhas, nas escrophulas, nas affecções hypocondriacas; é por ultimo
na suppressão de ourinas, e na dysuria com tenesmo, dimanada do
demasiado impulso do sangue nos vasos hemorroidaes, e de sua ex
travasação preternatural, como tambem na inflammação do utero,
applicadas na região lombar, perineo e entrada da vagina,
Posto que o uso das sanguisugas produza as expressadas vanta
gens, tambem algumas vezes occasiona incommodidades, principal
mente quando se applicão em grande quantidade, sobrevindo exces
sivas hemorragias. Sua applicação necessita de grandes precauções;
os Autores tem produzido muitos exemplos de se haverem introdu
zido no intestino recto, em o nariz, etc., promovendo copiosas
hemorragias e ainda mesmo a morte. Quando as sanguisugas tem
chupado o sangue da parte a que se applicão, as mais das vezes se
desprendem e cahem por si; mas quando permanecem adheridas á
*utis, não se devem separar com força, e convém mais pulverizal
las com sal em pó, mediante o que instantaneamente se soltão. Lem
se bastantes observações de hemorragias occasionadas por se terem
Xx 2
( 348 )
a fazião continuar até ao setimo dia; outros finalmente até
mais além da crise. Hippocrates, Erisistrato, e todos os
seus sectarios julgárão supprir com a dieta as evacuações
de sangue, e outras. Asclepiades permittia o alimento a
seus Enfermos ao quarto dia. Toda a seita dos Methodi
cos pensava do mesmo modo, e depois do quarto dia da
vão o alimento hum dia sim outro não, nos dias pares. Toda
a alteração consideravel (diz Hippocrates) prejudica o ho
mem robusto e soffredor, e com muito mais razão ao que se
acha debil e enfermo. Huma mudança consideravel em quan
to á quantidade dos alimentos he capaz igualmente de preju
dicar. Por exemplo, duas comidas em lugar de huma, nos
fazem pezados e inertes ; tres comidas serião ainda mais
prejudiciaes. Pelo contrario , os que estão costumados a
duas comidas, quando se reduzem a huma só, adquirem
debilidade,
naes, perda affecções de etc.
de appetite, estomago e das visceras abdomi

Se taes desordens se manifestão pela só mudança do


regimen alimenticio, o que não acontecerá pela abstinen
cia total do alimento durante muitos dias consecutivos, e
pricipalmente se depois de huma abstinencia tão prolon
ada se toma consecutivamente huma grande quantidade
# alimento? E se no estado de saude experimenta o ho
mem estes transtornos, a que não está exposto com mais
razão o Enfermo atormentado de huma febre aguda? Es
tas são duas alterações notaveis que succedem no Enfermo
com rapidez, particularmence se acaso se faz passar da
abstinencia dos alimentos ao seu uso no momento, em que
conviria quanto antes suspendello para estabelecer aquella;
por que, como já fica dito, quando a febre he mais acti

engolido sanguistigas; e sabe-se que quando esta desgraça occorres


a sanguesuga sobe antes á garganta para procurar o fresco do que
baixa ao ventriculo e ao canal intestinal, em cujas regiões o calor
interno parece ser-lhe contrario; e se ha provas decisivas de que a
sanguisuga he a causa da hemorragia, e que tem baixado ao estoma
go, os melhores remedios consistem na agoa salgada, e no uso Prue
dente do tartaro emetico para promover sua expulsão.
/
*
(349 )
va, o alimento deve ser menos abundante e substancioso,
como prova Hippocrater. Pelo que he necessario, se nada
se oppõe desde o primeiso dia, ministrar aos Enfermos a
classe de alimento que se julgue mais conveniente huma
vez, duas vezes, ou com mais frequencia, segundo a apti
dão com que se achem. He necessario tambem eleger com
preferencia as horas ordinarias das comidas, excepto quan
do for preciso amiudallas, e então o momento mais #
ravel será aquelle em que terminem os accessos, e exarce
bações. Ainda assim, se lhes administrará nos intervallos
dos accessos hum alimento menos substancioso do que o
propriamente dito tal, na supposição de que as simplices
bebidas não sejão sufficientes.
A agoa, de que alguns Clinicos modernos fizerão gran
des elogios, não mereceo muito os de Hippocrates. Com
tudo muitos Facultativos a tem considerado como remedio
unico em muitas enfermidades; taes forão Hoffmann, Geof>
froy, Hequet, que olhava a maior parte das doenças como
provenientes de hum excesso de sensibilidade. Nas enfer
midades puramente inflammatorias a agoa he muito util;
porém não deve ser o unico remedio, porque o tratamen
to deve começar pelas sangrias, depois das quaes este fiui
do merece a maior confiança, como no pleuriz, e peripneu
monia, etc. Nas doenças agudas que não são decididamen
te infiammatorias, mas dispostas á putrefacção, a agoa
só não he bastante; he necessario obstar á dissolução dos
humores, por meio dos acidos vegetaes, mineraes, cam
phora, quina, etc. Nas febres biliosas, depois das san
grias, deve-se fazer uso continuado das ptisanas ou "cozi
mento aquosos, como da raiz de almeirão e grama com
oximel simples, cujas principaes virtudes pertencem á agoa,
que he o vehiculo. Nas febres ardentes, começa o trata
mento pelas sangrias, e se dilue depois a bile por meio da
agoa, não tépida, nem quente, porém fria, e ainda mes
mo nevada; porque assim he # a natureza a exige, e a
Arte não a deve contrariar. He necessario administrar a
neve de todas as maneiras, e até os crysteis de agoa neva
da muitas vezes repetidos. Nos differentes envenenamen
( 35o )
tos a agoa he muito util, como nos causados pelos aci
dos mineraes, arsenico, e por differentes substancias
metallicas, á excepção do chumbo. Então he necessario
que se use em grande abundancia; porque dissolve e sepa
ra as particulas venenosas, dispõe a sua evacuação pelas
vias ordinarias, e relaxando as fibras musculares se oppõe
assim á infiam mação.
As enfermidades chronicas se distinguem em quatro
erdens: 1.° As que são produzidas pela suppuração sur
da de alguma viscera: 2." As que provem de engorgitação
lenta de algum orgão: 3° As que reconhecem por causa
a presença de hum virus particular : 4". As que são occa
sionadas por hum estado de espasmo muito decidido.
Na primeira ordem de enfermidades chronicas a agoa
he util, como na phthisica; ella dilata e relaxa os orgãos
em suppuração, a qual existe sempre com hum caracter al
gum tanto inflammatorio, ao menos local. Empregão-se
por tanto muito as agoas mucilaginosas, e cozimento bran
co, e todos os vehiculos aquosos sobrecarregados de muci
lagem. Ainda que a agoa seja de grande utilidade na phthi
sica pulmonar, he mais útil na renal e vessical, tomada
em grande quantidade ; ella evacua o pus já formado, di
minue a inflammação, o erectismo, o calor, e suspende os
progressos da suppuração.
Na segunda ordem de enfermidades chronicas a agoa
só não he bastante. Estas doenças são devidas á moleza das
fibras, e á lentidão dos humores, como nos escrophulosos,
cujos liquidos são decididamente viscosos. He necessario
então sobrecarregar a agoa de particulas tonicas, taes co
mo as agoas sulphurosas marciaes; deve-se fazer uso de be
bidas fortemente aperitivas, de ficores fermentados, e prin
cipalmente do vinho. Mas quando estes engorgitamentos
são devidos a huma materia biliosa muito espessa, e ao
que os antigos chamavão atrabilis, como na melancolia,
em sujeitos de cincoenta até sessenta annos, cuja bile he
verde, algumas vezes negra, muito espessa, e em que o
baixo ventre se acha engorgitado de hum sangue negro e
incendiado, então são nocivos os meios activos; porque
( 351 )
darião acção a esta bile e sangue já acrimonioso, promo
vendo enfermidades putridas. He necessario diluir este hu
mor acre, por meio da agoa tomada em grande quantida
de.
Na terceira ordem de enfermidades chronicas a agoa
só não he bastante; por exemplo, no escorbuto, que em
geral tem huma marcha lenta, conduzida pela humidade,
moleza e atonia de fibras, dissolução do sangue, etc.; a
agoa augmentando então os accidentes, os faria mortaes.
São necessarios os antiscorbuticos acidos ou cruciferos não
diluidos em grande quantidade de vehiculos aquosos, po
rém concentrados. A agoa simples tomada em grande quan
tidade tambem póde ser nociva nas enfermidades venereas
ou siphiliticas. Porém he util em muitas affecções cuta
neas, erisipelas, etc., devidas muitas vezes ao humor bi
lioso. Nota-se com effeito que as pessoas que só bebem agoa,
são menos sujeitas do que as que usão de licores fermenta
dos, ás enfermidades que dependem de acrimonia dos hu
mores, principalmente da bile; então a agoa diluindo-os,
cura estas enfermidades, em que os diluentes, banhos, e
dieta lactea são com effeito necessarios. Comtudo, nos
temperamentos pituitosos em sujeitos que só bebem agoa,
cujos humores são dotados de sorosidade acrimoniosa, ca
racter que participa o humor da transpiração, sobrevem
muitas vezes por esta causa enfermidades cutaneas; he ne
cessario então abandonar a agoa, e recorrer ás bebidas fer
mentadas, que excitão melhor elaboração dos humores. A
agoa he tambem util para combater o rheumatismo, e a
gota; e tão sómente pelo seu uso muitas pessoas se tem pre
servado de accessos gotosos por espaço de annos (*).

(*) O Dr. José Nunes Chaves, Medico em Villa Nova de Por


timão, acaba de tirar grande proveito da agoa no tratamento da go
ta: o seu melhodo he o seguinte. = Administra a agoa quente na
dose de meio quartiho, de quarto em quarto de hora, até que o
Enfermo tenha tomado de tres até cinco canadas. ( Vej, Jorn. de
Coimb., 3unho de 1814, N. XXX, pag. 317"
( 352 )
Na quarta ordem de enfermidades chronicas a agoa
tem sido considerada como especifico, em fórma de bebi
das, banhos, e crysteis repetidos. Muitas doenças nervosas
são vantajosamente combatidas pela agoa; taes são as que
dependem do excesso de regidez, e de irritabilidade da fibra
elevada a hum alto ponto de erectismo. Porém quando taes
doenças dependem da debilidade da fibra e dos orgãos, he
então necessario fazer uso do exercicio muscular, dos tonicos,
dos licores fermentados, e da neve tanto interna, como exter
namente. Muitos Práticos tem considerado a agoa como
util na hydropesia. Quando esta enfermidade tem lugar
por huma abundancia geral de soros, como na hydropesia
escorbutica, na que he consequencia do uso do mercurio,
dos banhos tepidos continuados, da excessiva humidade da
atmosphera, e de hum temperamento limphatico; então he
nociva a agoa, porque augmenta os accidentes, e póde
causar a morte; nestes casos são precisos os evacuantes, os
tonicos marciaes, a quina, etc. Porém quando a hydrope
sia depende da sequidão das fibras musculares, que impe
de a transpiração, que tem lugar pelo abuso das bebidas
fermentadas, por hum estado espasmodico longo tempo
continuado , por qualquer aperto de fibras, que tambem
póde sobrevir em consequencia de alguma doença infiam
matoria geral ou particular, como do peito, baixo ventre ,
etc.; então o uso da agoa e dos diluentes em abundancia
e continuados por longo tempo, são muito necessarios. Se
a hydropesia he devida a hum engorgitamento de viscera
# humor muito pituitoso, como em consequencia de fe
res quartãs; então são necessarios os aperientes, tonicos e
evacuantes. Porém se o engorgitamento he scirroso, occa
sionado por materia muito tenaz e espessa, como em
muitas das enfermidades chronicas e atrabiliarias, he en
tão necessario fazer uso da agoa em grande quantidade.
Veja-se Tom. I., pag. 17o, e Tom. II., pag. 23. .
Pelo que respeita á especie de alimentos que se devem
prescrever aos Enfermos, he necessario determinar-se mais
pela natureza da enfermidade do que pelo seu uso. Hippo
crates julgava satisfazer a todas as indicações com a prisa
(:353 )
na e creme de cevada, hydromel, oximel, vinho, e todas as
substancias tiradas do reino vegetal. De maneira alguma elle
faz menção nos seus escriptos dos caldos de substancias
animaes, de que usamos hoje tão geralmente, ainda que
esta especie de alimentos tenha naturalmente tendencia á
corrupção. E por tanto Clinicos mui distinctos tem recom
mendado que se corrija a sua disposição septica com a
mistura de substancias acescentes, como as azedas, çumo de
limão, etc.; ou ao menos pelo uso intermediario de bebi
das, ou de alimentos extrahidos do reino vegetal; taes são
os cremes dos grãos farinaceos, etc. Empregamos igual
mente mais como bebida do que como alimento o caldo
de vitella, e de gallinha, a ptisana de grama, e as ligeiras
emulsões : fazem-se estes vehiculos mais ou menos carre
gados, e tambem medicamentosos, segundo as indicações que
se hão de satisfazer, para dirigillos já ás vias ourinarias,
já aos orgãos da transpiração, e algumas vezes para favo
recer a expectoração, etc. Finalmente pelo que diz respei
to á quantidade, recommenda. Mr. Aumont (Encyclopedia
antiga, artigo Regimen), que se administre aos Enfermos
bebida em abundancia, á proporção que a enfermidade for
mais violenta, e o calor animal ou o da estação for mais
consideravel; recommendando-lhes huma bebida copiosa,
*# no principio das enfermidades, para em
randecer, e enervar a degenerações das primeiras vias, di
luir a massa dos humores, etc.
Dieta analeptica. Usamos desta palavra para expressar
que os alimentos, que se hão de dar aos devem E###
ser mui nutrientes (*), e corroborantes, elegendo das car
<

7 ,

* * * * ,, , , . Y", "", . * * ** #

(*) O alimento alterado por huma serie de decomposições,


animalizado e feito semelhante á substancia do ser que vai a nu
trir , se applica aos orgãos cujas perdas deve reparar ; e nesta
identificação da materia nutritiva com nossos orgãos, que se apode
rão della, e a si mesmos a applicão, he em que consiste a nutri
40° • • -

{ As funções internas assimiliatrices, ou nutritivas, servem todas á


Tom. II. Yy
(354)
mes aquellas que contém mais mucilagem, e não obstante
sejão faceis de digerir; nesta dieta entrão tambem as be
bidas tonicas, como os vinhos generosos, etc. Em fim,
diz-se que os Enfermos estão no uso da dieta analeptica,
quando se lhe prescreve hum regimen alimenticio restauran
te, e que promptamente augmente as forças vitaes, etc. ?
# Dieta rigorosa, vu tenue. He quando se prescreve aos
Enfermos unicamente o uso de alimentos: liquidos, como
são caldos, cremes, etc. … * * * ** *

* -Dieta lactea. He assim chamada, quando o Enfermo


usa sómente de leite por unico alimento; e há muitas oc
casiões em que convém se prescreva este methodo.
Remedios dieteticor. Devem-se entender por esta de
nominação todos os meios comprehendidos na Clinica da
Sciencia, e Arte de curar para alliviar ou curar as enfermi
dades, que não tem relação com os remedios propriamente
ditos; e assim a eleição do regimen e dos alimentos, que
só constituem a dieta para alguns, se entende para outros a
eleição do ar, da habitação, dos vestidos, os conselhos re
lativos ao exercicio ou ao descanço, o modo de regular o
somno, e o repouso, a arte de acalmar ou de excitar as
paixões, a de suster, augmentar, diminuir ou modificar as
evacuações, que verdadeiramente são outros tantos meios
curativos, ou dieteticos. Desde que se tem multiplicado
tanto os Medicamentos, e desde que a Arte augmentou sin
— —== -- - === +__________

elaboração da materia nutriente. O alimento, introduzido no corpo


he submertido á acção dos orgãos digestivos, que separão a sua par
te nutritiva; os absorventes della se apoderão, e a levão na torren
te dos humores; o systema eirculatorio a conduz por todas as partes
do corpo, e a faz correr para todos os orgãos; os pulmões, e as
glandulas secretorias fhe ajuntão certos elementos, a despojão de al
guns outros, a alterão, a modificáo, e a animalizão; em fim a nu
trição, que póde ser considerada como o complemento das funções
assimiliatrices, que todas tem por objecto o mantenimento, e o cre
scimento dos orgãos, the applica esta substancia animalizada, asse
melhada por estes actos successivos, logo que tem sido feita todavia
semelhante a elles. " … -- * … ·· · · · · ** * * * * * ** *
(355 ) Ǽ

gularmente os seus recursos, e se enriqueceo com hum cu


mulo de substancias capazes de combater proveitosamente
as enfermidades, se tem desprezado muito os meios diete
ticos. A complacencia faz que se condescenda muitas vezes
com o desejo dos Enfermos, que absolutamente exigem re
medios com preferencia; e tudo o que diz respeito á dieta
querem que "seja "huma parte accessoria, desentendendo-se
de seus preceitos, que devem ser a base do curativo das
enfermidades. Com effeito o regimen adoçante e laxante,
a privação do alimento sólido, o uso de alimentos suaves
dissolvidos em grande quantidade de agoa sob a denomi
nação de bebidas, e de ptisanas simplices, o caldo de vac
ca, o de gallinha, o cozimento de raiz de grama, e o soro,
não bastão; e assim he necessario o auxilio de algumas
sangrias, crysteis, e ligeiras evacuações, para curar o maior
numero das enfermidades agudas, as inflammações, febres
simplices, etc. E que chamaremos a este tratamento senão
hum regimen, huma dieta conveniente, ou o victus tenuis
dos antigos? São muitas as vantagens, que se seguem no
curativo das enfermidades chronicas pelo uso das fricções
seccas, do exercicio a pé, ou a cavallo, do movimento
communicado a huma parte, a hum orgão com preferencia
a outro, da eleição da indole adequada nos alimentos, na
de huma dieta inteiramente vegetal, da escolha do ar, dos
vestidos, etc. Quantos males graves, quantas consequen
cias funestas das enfermidades se tem evitado tão sómente
por estes meios dieteticos convenientemente administrados?
O exercicio activo até excitar hum ligeiro suor, as fric
ções continuadas até ao rubor da pelle, os banhos tépidos,
os vestidos algum tanto grossos, que excitem a transpira
ção, a applicação de todos estes meios a regiões particu
lares do corpo, onde se possa promover huma evacuação
mais abundante que outras, a eleição de alimentos e condi
mentos hum pouco estimulantes e diaphoreticos, são com
mumente os que produzem os mais felices resultados para
attrahir erupções supprimidas, para destruir o espasmo, e
a irritação das visceras, mudar a circulação lymphatica, e
dissipalla dos lugares onde se acha em maior quantidade.
Yy 2
*> ( 356)
Quantos males se hão precavido, e quantos perigos se tem
evitado cortando-se muitas enfermidades em meio da sua
carreira pelo uso unicamente de palmilhas de lá, e meias
do mesmo tecido ? Quantos entumecimentos de visceras
cedem ao exercicio continuado, seja de pé, a cavallo, em
carruagem, ou a outras classes de movimentos ? Quantas
consequencias funestas dependentes de vicio da digestão, e
de qualquer outra alteração de estomago, não se previnem
com o uso bem dirigido dos alimentos, e bebidas? Estas
reflexões geraes são sufficientes para fixar nossas idéas so
bre as # uteis dos meios dieteticos bem conheci
dos para o curativo das enfermidades. He este hum ponto
de doutrina mui importante de apresentará consideração dos
Clinicos, porque o estado actual da Fysica descobre huma
carreira mais dilatada dos successos, que se podem esperar
nas modificações da digestão, respiração, e transpiração, por
isso que em nossos dias se conhecem estas tres funções com
muito mais exactidão que antigamente ; e assim he que
depois dos novos descobrimentos se comprehendem melhor
as relações, e suas reacções, etc., pelo que tambem he
muito mais facil depois destes conhecimentos dirigir o uso
do ar, dos alimentos, e do exercicio nas indicações, que of
ferecem as enfermidades. •
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-
( 357 )

M.O.D.. E L O....…. * -- -

Proposto para hum Caderno de Visita diaria.


Exemplo geral para o Facultativo. "

Enfermaria Nº 1.º de Chirurgia. Cama N.° 2. "


e Manoel da Silva (1) Soldado da Brigada Rela da Marinha.


E # invalido d |-

5 3- é do Regimento de Infataria N.° 1.


# º = do — de Cavallaria N.º1.
O § 3 do — de Artilheria N.º1.
"G #5 de Milicias de

#
O || ||
##
| || 5 * | Prezo de
do Batalhão de Caçadores N.° 1.
* í Natural de Lisboa i l º |-


• "…
Mez de Janeiro MED I cAME N T o s
/*>…<>*> ——4===
Internos | Externos
Dia da Dias de Sympto-Dietas./>->-.->|-7-->| Observações.
entrada|moles- mas, I N.° Quanti- Quanti
tia N, º dade N.º| dade - |-

----
#| g
>| G
#

gO
########3
Anginasa
–* 4 | burrosa. a.*"…|220|
248 6 #4 jº Vomito abundante.
-3-- •- I *--*** Sangria de braço.
4. ;* — I dº dº I dº } dº|dº| #" * …
5 7 2 – | | | "|dº|dº|" | Revº 3 sangrias.
6 8 º Suppurada 3 - |- |524||2 .* . .______*
7 9 — I dº 23o| 1 dº dº Abatido de forças.
8 IO dº dº dº d.º|d.º —
9 II - 4 — |— - I- Convalescente,
1.O 12. | — 1 d.º – — - - -

II I3 — I d.º – 1– - - Alta.
(358)
Hospital Militar da Marinha.
Mappa das Dietas para os Enfermos de Nº

Para o dia de de 18

Movimento Dietas Observações,

| Nº
… Existião . . . . I

Entrárão . . . - 2
Passárão-me das
Enfermarias . 3
Nº |- 4

Sahirão. 5 |-

Curados . . . . 6
Mortos - - - - - 7 |-
Passei para as
Enfermarias - 8 - – |-
N.º 9 -
-
- -
- -

Existem Total

- III Empre zados IYO SCI viço de S[3 Enfer •


Enfermeiros--
• IIICS
Existe S 1 t 1 Serve té
|-

*******Total
---- •

Não incluindo neste numero os Empregados doentes, que como taes vão
incluidos no total da existencia dos Enfermos. >

Hospital Militar da Marinha de ºs" de 18 º |-


|-

|- |-

o Facuhativº ", ….
-- - - --
- -
** - - - - -
(359)
. *. . . . O B S ER VA Gó E S, … ºr -- -
•E preceitºs relativºs á Hygie… naval. *

.……. … : - ,
- - ** - - - , , , - -
() Europeo destinado a supportar as vecessitudes da na
vegação, sofre bastantes modificações no seu genero de
vida, antes de abordar huma terra que lhe he desconhe
cida, e onde deve experimentar a influencia de hum novo
clima. "…
Elle deixa os lares que o vírão nascer, para se aventu
rar sobre hum mar tempestuoso"; privado de huma atmo
sphera pura e vivificante, ei-lo concentrado em huma habi
tação fiuctuante, exposto ás variações e ás emanações de
huma temperatura, de que jamais havia resentido os effei
ros. Estas variações farão tanto maior impressão no seu
todo organico, quanto á transacção de hum a outro clima
for mais repentina, e se achar para ella menos preparado.
º Considerando depois a insalubridade da sua habitação,
se a arte não lhe neutraliza as emanações deletereas, ve
mos este Europeo evitar com repugnancia o ar infecto, e
concentrado do porão, parte como se isabe a mais baixa do
Navio, onde para o manter no seu equilibrio está deposi
tado o lastro, composto de ferro, e de pedra, que se de
vem renovar por causa do mephitismo, de que são impre
gnados, pela sua longa permanencia em meio de substancias
putresciveis, e fermentesciveis; onde tambem se achão de
itados os toneis de agoa doce, os barrís do vinho, os
do biscouto, a carne salgada, e outras provisões communs
da equipagem, os cabos, e a lenha, etc. Estes espaços do
Navio são pois infectados por huma atmosphera pezada e
nauseante, que condensa ainda mais, e que putrifica o ser
viço das bombas destimadas a estagnar a agoa corrupta, in
filtrada pelos intersticios das taboas do convez, ou dos la
dos do Navio, ou em fim da lavagem interna: o ar deste
lugar baixo, em razão da sua densidade mais intensa que
a do aº externo, não sería na verdade respiravel sem os
recursos offerecidos pela Chimica. O ar viciado, que se as
( 36o ) +

pira no porão, "privado do seu oxigeno, e saturado abun


dantemente de gaz acido carbonico, occasiona aos Mari
nheiros constrangidos a alli trabalhar nauseas, suffocações,
huma condensação sobre a pelle de vapores humidos, ad
quirida pela transpiração forçada e excessiva, huma opres
são em fim, que os obriga a interromper muitas vezes suas
occupações para virem sobre o convez respirar hum ar
mais $"#" aquelle, que fatiga os seus pulmões.
ar que circula na cuberta, he menos rarefeito, me
nos humido e menos insalutifero, porque he mais frequen
temente renovado por meio das escotilhas, que se deixão
sempre abertas, e que lhe franqueião huma livre passagem;
sua resistencia a vencer, elevando-se, he menor do que se
lhe fosse necessario penetrar ao fundo do porão, em razão
das aberturas lateraes praticadas nas galerias, que renovão
o oxigeno, e prestão ao fiuido que respiramos, toda a sua
elasticidade. " -

… Sobre o convez reina huma atmosphera combinada de


emanações salinas, porém mais sadia que em todas as ou
tras partes do navio. Com tudo o ar se viciaria prompta
mente, a não se lavar com regularidade o Navio tres vezes
por dia, a fim de o limpar das immundicias, e dos excre
mentos dos animaes embarcados para sustento dos nave
gantes. Não ha cheiro tão nauseante como o das capoeiras
das gallinhas, quando não se mantem no maior aceio... ,
Os arredores da cozinha, expostos ao ar, não são mais
sadios para se frequentarem. O ar quente, e humido, que
alli se respira, e a expansão do fumo, º que não póde ser
dirigido por huma chaminé, occassiona ophtalmias com
exulcerações das palpebras, que se fazem muitas vezes re
beldes ao tratamento mais methodico, se a causa conti
núa a existir." , '

O ar mantem a nossa existencia (Tom. I. pag. 2o9),


e favorece o trabalho da nossa digestão; o do mar, mais
fresco, excita o appetite e favorece a assimiliação. O ar
concentrado em hum espaço habitado por multidão de in
dividuos, despende o seu oxigeno, e não conserva mais do
que o azote de suas partes constituentes, o que presagia
/*

}
(361 )
* se ele não hé renovado em hum espaço circumscripto,
deve occasionar a suffocação. __ " * " "º,""""";
-- O ar humido activa os effeitos deletereosºda atmos
phera, e predispõe ao contagio. A sua humidade, effeito
da decomposição de especies animaes; contém em dissolu
ção materias salinas e alcalescentes, que prematurão a de
generação dos corpos, e gerão as febres puttidas####-
terias, etc., cujos caracteres são tanto mais perniciosos,
em meio da têmperatura cálida, ºe humida dos Navios,
quanto a invasão tem lugar debaixo da linha, onde o ca
for opprime subitamente com a sua infuencia desorganizan
te: Ésta infuencia rápida de hum calor suffocante, pela
relaxação muscular que º occasiona, produz a diabetes ou
fluxo excessivo de ourinas, o qual he facil de remediar p
uso das "bebidas tonicas e ligeiramenté diaphoreticas, pró
prias a desviar este fiuxo immoderado, dando tom aos or
gãos que o secretão. ""..". . . " " .. … " * *
* T2A, temperaturas varião conforme os climas, ventos,
estações, natureza dos lugares, e quantidade de individuos.
(Veja-se Calorico, Tom. I., pag. 217.) Conhece-se huma
àifférença de quasi cem # entre a temperatura que se
experimenta debaixo da linha, e o frio glacial dos polos. He
eousa sabida que certas enfermidades não podem ser cura
das sem que o Enfermo seja transportado à huma tempe
ratura perfeitamente armónica com a sua organização. Se
ha beneficios na escolha de huma temperatura constante e
apropriada á constituição particular de hum individuo, as
variações da atmosphera produzem a seu turno desarranjos
sensiveis na economia animal: a transacção, subita do frio
ao calor, e vice versa, he huma das causas predisponentes
da febre amarella, º * * * * * … … inº, º * *
_>? O calor excessivo, que se experimenta debaixo da
Zona torrida, provoca a irritabilidade do systema ºner
voso, e depaupéra a acção museular. Sua infuenciá-con
densa os liquidos, accelera impetuosamente o movimen
fo do sangüey" e "preeipita"oº dos pulmões";º com tudo
este calor secco, ainda ºque excessivo", º hé menos fu
nesto aos Europeos novamente embarcados, do que hum
calor humido, que he logo inhalado por seus poros absor
Tom. II. Zz
«sº)
ventes, o qual suspende, a transpiração habitual, e os ditº
põem ás enfermidades endemicas, particularmente terriveis
na estação das chuvas, se não tem havido tempo de pre
• #
Parar º navegante noviço por meio de hum regimen pro
: "… … | ……….…
-, .Na friº excessivo , as vicissitudes atmosphericas, a
• •

#
# ecçõesacial, que supprimem, a transpiração, e cau
catarrosas das membranas mucosas, desen
volvem os principios do escorbuto, e confirmão rapidamen
te os caraçteres de maneira quasi desesperante, * *

. O ar atmospherico (Tom. I. , pag. 209), por huma


consequencia do movimento imprimido na atmosphera, he
submettido a correntes, que se chamão ventar. A causa
deste phenomeno ainda não poude ser explicada de maneira
bem satisfactoria; e sendo estranha ao nosso assumpto, eu
me limitarei a fazer observar que a direcção dos ventos se
acha muitas vezes em relação com os climas, lugares, es
tações, e varia conforme as horas do dia. Os ventos expe
rimentão tambem movimentos violentos, momentaneos, e
accidentaes, que nos atemorizão por sua impetuosidade, e
de que he impossivel dar a razão. Devo pois limitar-me a
dar sómente huma idéa succinta, a fim de tirar algumas
deducções geraes, relativamente ás suas infiuencias sobre a
existencia do navegante. . . . . . …… , , , ,
; Sería impossivel determinar justamente a que especie
de ventº o navegante se acha mais exposto, e calcular com
exactidão qual possa ser para elle o effeito, e infiuencia
sobre a sua saude da impressão de tal ou tal corrente de
arque, experimenta, effeitos, que em geral, são quasisem
pre relativos á natureza, e áviolencia dos ventos que rei
não, e podem tambem soffrer na sua acção quantidade de
pmodificações, tanto relativamente á pessoa que lhes he ex
Posta, como aos lugares em que ella se acha, por causa
da sua acção, mais ou menos, livre. He necessario primei
ramente, observar que a força dos ventos depende frequen
temente das estações, como succede nos equinocios. A sua
direcção acha-se algumas vezes em relação com certos cli
mas, e tambem depende das infiuencias do dia. Alguns
… … - - …" . 29-2 … ; e º iria, o ' 2: … :: : : : : ** *

>> + **
(363) \

paizes tem ventos alternativos e regulares, que se distin


guem em ventos da terra, que reinão durante a noite, e
em ventos do mar, que durante o dia trazem desta liquida
planice huma frescura salutifera. Existem tambem ventos,
cuja variação he continuada, porque seguem o curso do
Sol: ha finalmente outros, que, ligeiros pela manhã, au
gmentão á medida que o Sol se aproxima do meridiano,
e diminuem á proporção que delle se desvia; de maneira
que a calmaria reina á tarde e pela manhã, entretanto
que o vento he muito forte ao meio-dia.… … … o . . .
Observa-se geral e constantemente, em quanto á na
tureza dos ventos, que o Leste reina mais regularmente
debaixo do equador, e que se torna mais Sudoeste ou Nor
oeste, á proporção que delle se desvia; que além dos tro
picos, ele he mais Oeste; e que em fim os ventos Norte
* Sul são mais frequentes, e constantes na proximidade dos
polos. … " : y… º - _ , o .….……. . .…
* Mas para bem conhecer a influencia resultante da im
pressão que os ventos fazem experimentar, e o que ella pó
de ter de nocivo, á saude do Navegante, he necessario exa
minallos, segundo a sua natureza, e violencia, consideram
do ao mesmo tempo, relativamente á sua direcção, aquel
la que o Navio segue em sua derrota. Direi primeiro, que
hum vento fraco e temperado, não produzindo por sua ac
ção mais do que huma ligeira pressão na superficie do corpo,
só deve ser olhado como hum banho aeriforme , favoravel
ao mantenimento da saude. O vento Norte he frio; o Oeste
em nossos climas he muitas vezes humido: cada, hum del
les, relativamente aos seus effeitos e impressões, se refere
á consideração das temperaturas.que_reinão, e ás quaes el
les pertencem. Os ventos desde o Leste até ao Sul pare
ce serem os mais prejudiciaes á saude; elles abrem os po
ros, anniquilão as forças, occasionão froxidões, affecções
de cabeça, perturbação de vista, e predispõem ás enfermi
dades, segundo observa Hippocrates, Baglivio, etc. , º
A direcção dos ventos, tendo em consideração a der
rota que segue o Navio, offerece algumas particularidades
…"
relativamente aos seus effeitos. 2" mais o Navio ca
Z 2
( 364 )
minha perto do vento, tanto mais sente a sua violencia o
Navegantes colocado sobre o convez ,º não sómente co
mo corpo-inertes exposto ao seu choque, que lhe oppõe
resistencia, mas tambem porque a pressão e impressão do
vento se o fazem tanto mais consideraveis e sensiveis para
o maritimo,e ainda que em estado apparente de repouso,
quanto o effeito das correntes do ar se acha augmentado
na razão da celeridade do Navio, que tem lugar quasi em
sentido contrario, relativamente á direcção do vento. Por
tanto o Navegante nesta situação experimenta sempre im
pressões de frio, que são mais ou menos activas, confor
me a natureza, e a violencia dos ventos; e segundo o lu
gar que elle occupa sobre o navio; porque he de facto,
que as correntes do ar são mais frias, e affectão mais vi
vamente debaixo do vento, do que ao vento. He necessa
rio fazer conhecer a que se deve attribuir este phenomeno.
As vélas achando-se orientadas o mais perto do vento, for
mão planos inclinados, que oppõem huma grande resistencia
ás correntes do ar, e que pela propriedade elastica do vento;
o fazem reflectir até á parte mais inferior, aonde o homem
que nella se acha colocado; experimenta bem depressa hu
ma activa, e frigida impressão, cujos effeitos lhe serião
seguramente pernieiosos, º se lhe permanecesse por muito
tempo exposto. Stool, e o Professor Pinel classificárão en
tre as causas das anginas, e dos pleurizes inflammatorios
huma equitação rápida contra o vento. Quanto pois as in
fluencias da impressão das correntes do ar, de que se acaba
de fallar, devem ser mais activas, e tornar-se mais fu
nestas na posição, em que consideramos actualmente o Na
vegante? Elle não pode mesmo moderar o effeito da resi
stencia que oppõe aos ventos, e modificar a impressão
que recebe, por isso que os seus movimentos são quasi nul
los, e inteiramente passivos, pois que dependem absolu
tamente dos que o Navio lhe imprime pela sua derrota.
Quanto á propriedade refrigerante que o vento parece ad
quirir sobre as vélas, e cuja impressão he tão activa para
as pessoas situadas debaixo do vento, párece que se devem
antes attribuir ás correntes de ar estabelecidas nesta parte
*-

• (365 )
do Navio, que parece terem augmentado em celeridade e
força na sua refracção sobre as vélas, do que á massa de
ar mais consideravel, debaixo de hum menor volume, que
occasiona em a superficie do corpo á materia da transpira
ção huma evaporação maior, e mais instantanea. A pres
são, e a acção destas correntes de ar, tornão-se tanto me
nos sensiveis para o Navegante; quanto o Navio em sua
derrota se aproxima da direcção do vento; por isso que,
ainda que as vélas apresentem então maior superficie, e
por consequencia mais resistencia ao vento, ellas cedem
com tudo em parte á sua violencia , em proporção que o
Navio na sua derrota mais ou menos rápida, corresponde
mais á celeridade das correntes do ar; por tanto, nestas
ultimas circumstancias, as infiuencias de sua impressão são
muito menos sensiveis e contrarias á saude, do que quan
do o Navio segue o mais proximo do vento; o que a ob
servação demostra diariamente. (Delivet, Principes d'Hy
giene naval. ) •

As tempestades affectão penosamente a alma dos Na


vegantes, que recebem vivamente a infiuencia das paixões
debilitantes, o medo, o terror, e outros sentimentos causa
sados pela intemperie atmospherica levada ao seu auge;
pela vista espantosa de montanhas de agoa; pela luta pe
rigosa do Navio contra as ondas, e ventos; e pela sua osci
lação em todos os sentidos, tanto maior quanto as corren
tes forem mais rápidas. Este estado, pouco inquietante
para o Nautico habituado, causa aos novamente embarca
dos anciedades precordiaes, vomitos, enjôo, etc. Ha mesmo
Navegantes antigos, que se não podem acostumar aos trans
tornos que º provocão os temporaes na economia animal:
por tanto os individuos, que se destinão ao serviço da Ma
rinha, devem primeiro consultar a sua constituição, e idio.
syncrasia. Todo o valetudinario disposto á phptisica pela
sua conformação, será huma triste victima de Nepturo,
em hum estado em que he # á intemperie
do tempo, e ao exercicio de hum trabalho penoso, as pri
vações de todo o genero, e hum nutrimento mui estimu
lante: accresce mais que os de temperamento lymphatico
( 366)
são predispostos ao escorbuto. O movimento só do Navio
occasiona nelles impressões tão desagradaveis, pela subver
são antiperistaltica apparente das visceras, que suas funções
organicas são perturbadas, e estes entes se tornão langui
dos, e cahem depressa em huma prostração de forças, que
os faz incapazes de algumas faculdades physicas ou intel
lectuaes. Daqui resulta que estes moribundos, molhados
pela agoa do mar, quando permanecem sobre o convez,
durante a tempestade, não tem animo para mudarem de
vestidos, e adquirem enfermidades; assim como os que por
medo permanecem nas cubertas do navio, expostos a respi
rar o ar humido e concentrado, pela impossibilidade de se
poder renovar durante os temporaes, que obrigão a ter fe
chadas as escotilhas, e portinholas para segurança do Navio.
A influencia do Sol (Veja-se acção do calorico Tom.
I., pag. 222.) debaixo do tropico póde ter consequencias
funestas, que se acautelão guarnecendo o convez de tol
dos, quando o permitte a serenidade do tempo; elles ser
vem a interromper, os raios do Sol, que nestas paragens
dardeja em huma direcção vertical. He pois da prudencia
não se expôr aos ardores do Sol com a cabeça descuberta
ou munida de chapéo preto, que pela sua côr tem a pro
priedade de reflectir e absorver os raios solares. A refrac
ão destes raios ardentes, produz huma desordem tal nas
ções organicas do cerebro, que segundo Mr. Larrey,
podem resultar cephalalgias intensas, e alienações mentaes,
contra as quaes he necessario empregar meios promptos
desde o principio da invasão. "
". . A influencia da Lua não he menos para temer, e en
tre outras affecções merbidas que suscita, contão-se as
amauroses, que são o resultado do repouso tomado impru
dentemente ao clarão da Lua, tendo a cabeça descuberta.
Festidos. Sería para desejar, que, a exemplo dos Hol
landezes, se introduzisse na Marinha Portugueza o uso das
camisolas de lá, com que se vestem depois de huma gran
de chuva, a fim de evitar a repercussão do suor, e as af
fecções morbidas que dahi resultão. Deverião ser proibidas
as camisas azues, ás quaes a parte colorante tira não só
(367)
mente a faculdade de absorver o suor, mas que tambem
depositão sobre a pelle esta mesma parte colorantei, que
tapa os poros. A policia deveria igualmente vigiar, em
as camisas que os Marinheiros lavão em agoa do mar, se,
jão depois mettidas e esfregadas em agoa doce, para des»
truir as particulas salinas, que concentrando a humidade
não deixão seccar perfeitamente a roupa, e occasionão em
a pelle huma constricção propria a embaraçar a excreção
do suor, função de grande importancia, e excitão hum
prurido incommodo, pela fricção do sedimento salino cry.
stallizado, Tambem se comprehende na policia salutifera
de bordo, que cada Marinheiro tenha roupa sufficiente pa
ra mudar, porque do contrario serão, assim como os que
se lhes aproximão, victimas tristes da falta de aceio.
…, Igualmente se lhes deve recommendar, que exponhão
ao ar secco as suas jaquetas, e calças molhadas, e que nun
ca já mais as vistão neste estado. Serão desinfectadas por
meio das fumigações de gaz acido muriatico (Vej. Tom.
II., pag. 262 ), no caso que o individuo tenha soffrida
alguma molestia contagiosa; e se o Enfermo lhe tiver suc
cumbido,
II12 Te .
serás prudente lançar
.
todos* os seus vestidos ao
* . • •

A mudança de camizas he essencialmente necessaria


depois das grandes manobras, em que o suor excessivo ex
cretado, e absorvido por muitas vezes deixa na roupa ema
nações de cheiro desagradavel, e doentio.
Os banhos são de utilidade incontestavel, e a agoa do
mar póde para este effeito substituir convenientemente a
agoa doce, principalmente quando se trata de augmentar a
tonicidade da fibra muscular, de humedecer a pelle arida,
desobstruir os poros da epiderme, etc., etc. Será comtudo
importante, antes da immersão, consultar as paragens em
que os Navegantes se achão, e ter certeza de que não ha
tubarões na proximidade do Navio. Para evitar este peri
go, he muito mais prudente tomar os banhos de aceió em
tinas, que sempre ha sobre o convez; elles devem ser de
huma ou duas horas de duração, quando muito, e sempre
antes do jantar, ou pelo menos tres horas depois, quanda
(368)
o trabalho da digestão se ache inteiramente concluido. Pa
crece inutil observar que o tempo mais favoravel para este
exercicio, he á tarde ou pela manhã , a fim de evitar a
influencia dos ardores do Sol. As pessoas predispostas ao es
corbuto deverão comtudo prudentemente abster-se dos ba
nhos. + = - -

As loções praticadas sobre o corpo, e principalmente


em a cabeça, para desembaraçar a parte capillosa da sub
stancia graxa incommoda, e doentia, de que se acha im
pregnada, são uteis para manter a saude, e previnem mui
tas enfermidades, que tem #### por causa hu
ma transpiração interceptada. O uso de alimentos salgados
faz tambem necessario os dos gargarejos accidulados e an
tisepticos, para prevenir a affecção escorbutica ; he pois
de muita importância ordenar aos Marinheiros, que todas
as manhãs impreterivelmente lavem a boca com huma mi
stura de agoa e vinagre. r; * ,

As fricções servem a dar elasticidade e tom á fibra


inerte e languida, e protegem a circulação, e a transpira
ção, duas funções importantes, cuja suspensão he sempre
seguida dos mais graves inconvenientes. As fricções seccas,
ou simplices, feitas com escova ou fanella, ou simples
mente com a mão, são empregadas como prophylaticas,
ao mesmo tempo que remedêão as dores rheumaticas, e
outras enfermidades produzidas por huma suppressão de
transpiração, a beneficio de fricções humidas, ou compo
camphorado obtema Therapeutica,
stas, que fornece e entre as quaes o alcool
hum lugar distincto. r * * * * *

Os alimentos (Vej. a nota pag. 334), sendo destina


dos a sustentar as forças, a reparar as perdas, e a prote
ger o nosso crescimento, devem ser escolhidos de boa qua
lidade, e de facil digestão, quanto for possivel. As rações
que se distribuem a bordo, são hum composto de carne
fresca, mal nutrida, ou de carne salgada, muitas vezes
rançosa e alcalescente, de legumes farinaceos alterados, e
de biscouto muitas vezes avariado, e tornado fermentesci
vel pela humidade: que chylo se deve pois esperar de se
melhante alimento? O desembarque serve a provar a insa
( 369 )
lubridade destes alimentos grosseiros, porém os unicos que
se podem haver a bordo de huma embarcação, cujos espa
ços são circumscriptos.
As comidas de bordo são fixadas em o número de tres
por dia; a saber: o almoço ás oito horas da manhã; o jan
tar ao meio-dia; e a ceia ás seis horas da tarde. As rações
devem ser pezadas, e distribuidas igualmente. Esta regu
laridade influe muito na economia dos Marinheiros, cujo
estomago, por esta precaução, não he mais sobrecarrega
do em humas occasiões do que em outras. Os Cozinheiros
devem empregar a mais escropulosa attenção no aceio dos
utensilios da sua officina, a fim de evitar as perniciosas conse
quencias que resultão da sua muito habitual negligencia.
Carnes salgadas. Importa muito não receber a bordo
alimentos que não se achem no melhor estado; farinhas e
legumes seccos, e não alterados; a carne deve ser sufficien
temente saturada de sal marino para prevenir a fermenta
ção e alcalescencia das partes mucilaginosas proximas aos
ossos. Sabe-se que o sal deitado em pequena quantidade
sobre as substancias animaes que se pertendem conservar,
konge de prevenir a sua corrupção , prematura pelo con
trario o seu desenvolvimento. A carne de porco he prefe
rivel a bordo, pois ainda que salgada conserva mais partes
nutrientes que a de vacca, a qual não proporciona mais do
que huma substancia fibrosa, e difficil de digerir.
O pão fresco sería de hum uso salutifero, e incom
paravelmente mais favoravel que o do biscouto, se não
fosse a difficuldade de se poder fabricar a bordo dos Na
vios em quantidade sufficiente para prover a todos os in
dividuos.
O biscouto de boa qualidade deve ser secco e izento
de vermes, sonoro, externamente amarello, internamente
branco, friavel, laminoso ao quebrar, e sobrenadante nos
liquidos.
O arróz (Vej. Tom. I., pag. 29 ) he hum grão cereal,
em que a substancia amigdalacea se acha quasi em hum
estado de pureza; por tanto se observa que pela simples
Tom. I Aaa
( 37o )
fervura incha, e adquire huma meia transparencia ; mas
como materia alimentar, falta-lhe a parte mais essencial
á animalização, que he o gluten. Faz-se hum grande con
sumo de arrôz (o qual se cultiva abundantemente em Por
tugal, e no Brazil) a bordo dos Navios nacionaes; e se
considerarmos a immensidade dos povos, que fazem delle
o seu principal, e quasi unico nutrimento, não lhe pode
remos negar a qualidade de substancia nutritiva muito boa
e sadia; he comtudo essencial o observar que algumas pes
soas digirem difficultosamente o arrôz, e que a outras so
brevem depois do seu uso vermelhidões á pelle. •

Para se tirar alguma vantagem do nutrimento dos le


umes farinaceos, he necessario que não se recebão a bor
{ senão os que tiverem sido colhidos no mesmo anno.
A manteiga que se emprega a bordo, he sempre salga
da, e as mais das veze rançosa. Neste estado prejudica as
digestões, e occasiona azias, pelo desenvolvimento do aci
do sebaceo que contêm. O uso do azeite de boa qualida
de he muito preferivel para tempêro.
. O vinagre (Vej. Tom. I., pag. 97), cujo uso a bor
do jámais póde ser demasiado, participa das prepriedades
tonicas da sua essencia primitiva, e das virtudes antisepti
cas, que são o producto da sua fermentação.
As propriedades aromaticas da pimenta a fazem re
commendavel como tonica, e antiseptica; porém não se de
ve abusar do seu emprego; as pessoas de temperamento
sanguineo ou bilioso necessitão moderar o seu uso, que he
menos nocivo aos temperamentos lymphaticos.
A virtude antiscorbutica da mostarda deve authori
zar o seu consumo. Ella possue tambem a propriedade de
facilitar a digestão, e de neutralizar pelo soccorro do vi
nagre, que constitue a sua base, o ranço do toucinho; he
necessario para que possua todas as qualidades que se lhe
conhecem, que se conserve em grão ao abrigo da humida
de, e que se prepare á proporção do consumo. (Tom. I.,
pag. 31-) •

... A necessidade de salgar todas as substancias animaes


Para impedir a sua corrupção, indica assás a utilidade do
( 371 )
sal marino; porém se o seu uso moderado obsta ao escor
buto, provocando a saliva, e facilitando a secreção da bile,
e do succo pancreatico, o seu consumo immoderado póde
ter resultados funestos, entre os quaes se reconhecerá a de
pravação dos succos gastricos, o ardor da boca e entranhas,
a predisposição ás affecções cutaneas, etc., etc.
A primeira bebida do Navegante he a agoa, que pela
maior parte se bebe muito ruim e infectada, quando se des
preza o uso dos filtros de carvão ou toneis de filtrar, com
que os Navios devem ser indispensavelmente , providos.
(Vej. Tom. II., pag. 23). A beneficio deste meio, a agoa
se torna desalterante, sobretudo quando se lhe ajunta hum
pouco de vinagre, çumo de limão, ou agoardente; por
que nos grandes calores, a agoa só per si, bebida precipi
tadamente, excita huma transpiração subita, que enerva e
prejudica. A agoa alcoolizada, pelo contrario, he tonica,
antiseptica, e não se oppõe ás funções da digestão, como
quando he pura, e se toma com excesso. (Vej. Tom. J.,
pag. 17o, e Annaes das Sciencias, das Artes, e das Le
iras, Tom. I. Paris 1818 pag. 8o sobre a agoa distil
lada, e empregada na navegação.)
Como a distribuição do vinho em huma longa viagem, *

he muito dispendiosa para toda a equipagem, pode-se sub


stituir menos mal esta bebida benefica por meio da agoar
dente, na proporção de huma parte para doze de agoa,
reservando o vinho para reparar as forças diminuidas pela
transpiração excessiva que resulta dos grandes trabalhos,
ou depois das manobras forçadas, a que obrigão os tempo
raes. (Vej. Tom. I., pag. Ioo). •

O assucar, o chá, e o caffè são pouco empregados


a bordo dos Navios Portuguezes; comtudo estas producções
são tonicas e antiscorbuticas, e o chá he principalmente
util em tempo frio e humido, obrando como diaphoreti
co. (Tom. I. , pag. 94).
Os maritimos devem ventilar, quanto for possivel, o
lugar em que se entregão ao somno, porque a concentra
ão prejudica, e perturba este repouso salutifero; as exha
lações na proximidade dos fºs? não são menos contrarias,
23. 2
( 372 )
fornecendo tão sómente á respiração hum fuido empyreu
matico, e gaz acido carbonico, que excita a tosse, etc.
Deve-se banir igualmente o costume que tem os Mari
nheiros de dormirem vestidos, para estarem mais depressa
promptos ao menor signal. Por este methodo, contrario ás
regras da hygiena, o corpo não póde reparar as suas fadi
gas; a transpiração e circulação são imperfeitas; o syste
ma cutaneo comprimido não póde absorver os principios
que augmentão a vitalidade; accresce mais o prurido in
commodo produzido pelo deseccamento, sobre a pelle, de
huma transpiração que não pôde ser completamente eva
porada. (Tom. I., pag. 209).
O exercicio moderado de remar, e nadar he tão pro
prio a fortificar o systema muscular, quanto he fatigante,
sendo levado ao excesso. O mesmo se póde dizer do hallar
na occasião das manobras. A pressão que exerce sobre as
visceras abdominaes o pezo de todo o corpo apoiado so
bre as vergas pasa ferrar as vélas, faz esta manobra pe
nosa e de perigo, pelos esforços musculares a que obri
ga. No virar dº cabrertante não entrão em acção mais do
que os musculos do tronco, e das extremidades inferiores;
mas quando os Marinheiros querem exceder as suas forças,
apoiando vigorosamente o peito na barra do cabrestante,
escarrão muitas vezes sangue, e se expõem a outras con
sequencias não menos funestas. •

O exercicio fatigante das manobras, que só póde exe


cutar-se por meio de fortes contracções, parece indicar aos
Marinheiros a necessidade de hum repouso que possa repa
rar as suas forças, e predispollos a novas fadigas. Não
deve cemtudo ser prolongado o repouso, porque dispõem
no mar ás affecções escorbuticas. He pois da prudencia dos
Commandantes prescrever huma occupação activa aos Ma
rinheiros em casos de calmaria, ou da continuação de hum
vento favoravel, que dispensa das manobras.
Toda a inacção a bordo he perigosa, porque priva o
corpo de hum vigor adquirido pelo exercicio continuado;
ella predispõe ao escorbuto, e á nostalgia pela suspensão
ºlas principaes funções da nossa economia. Pertence pois á
( 373 )
policia hygienica de bordo, principalmente nas longas via
gens, em occasiões de calmarias, e ventos favoraveis que
dispensão as manobras, promover a musica, danças, e
outros divertimentos, como proprios a manter a saude, e
a desviar as affecções tristes, e as lembraças dolorosas. Os
celebres Navegantes Coock , Adanson, Bougainville nos
transmittírão em seus escriptos, por anecdotas curiosas, as
vantagens inapreciaveis da influencia da alegria, e da paz
em a saude dos maritimos. -

A policia de bordo exige que se exerça huma disciplina


proporcionada ás culpas que ahi se comettem. Tem-se
actualmente abolido as penas infamantes, que se infringião
aos Marinheiros culpados, e não se executão mais do que
os castigos de policia correccional, que consistem em re
ter o criminoso em huma prizão infecta, e apertada, ou
em lhe tirar a ração do vinho, ou em o conservar em fer
ros. No primeiro caso ha perigo de contagio; no segundo
expõe-se a saude do Marinheiro , cujo estomago neces
sita de tonicos para executar o trabalho da digestão;
no terceiro caso, em fim, a inacção que experimenta hum
homem em ferros o predispõe ás enfermidades de que já
se tem fallado. Em todas as circumstancias o moral he pu
nivelmente affectado, e em relação á saude não se deveria
fazer a applicação dos castigos, senão quando o Marinhei
ro aportasse á terra. Ocorrem não obstante crimes graves,
que a segurança de bordo não permitte deixar até então
Impunes.

Aphorismos relativos á Policia hygienica de bordo.


Artigo 1.° Purificar, pelos meios conhecidos, o ar que
se respira a bordo, renovando o que se acha concentrado
nas cubertas, porão, etc. (Veja-se Tom. II., pag. 262.)
2.° Manter no interior do Navio, e nas cubertas o
maior aceio, a fim de prevenir os miasmas septicos, que
occasionão as enfermidades putridas e contagiosas.
º Fazer regularmente alimpar as latrinas, capoei
ras, etc., cujo cheiro incommodo he igualmente #
e Putrido: depois o uso das fumigações acima citadas.
( 374)
º 4º Não deixar banhar os Marinheiros senão duas ho
ras, quando muito, antes do jantar, ou tres horas depois,
isto he, quando o trabalho da digestão se acha concluido.
Usar-se-ha de huma rede adaptada aos lados, ou á pôpa
do Navio para os que não sabem nadar.
5.° Exigir dos Cozinheiros o maior aceio, e o cuidado
que devem ter de chamar o Official de quarto, e Chirur
gião á prova dos alimentos, no momento de fazer a sua
distribuição. Para prevenir que se ranceiem as carnes sal
gadas serão sempre cubertas de salmoura. Evitar em geral
a alteração dos viveres.
6.º O uso do vinagre será concedido aos Marinheiros
para temperarem seus alimentos, e prevenir a affecção es
corbutica. • •

7.° Preservar as farinhas da humidade, a fim de pre


venir a sua fermentação prematura e insalubre. Ter as
mesmas precauções a respeito do biscouto, e dos farinaceos.
8.° Renovar a bordo, quanto seja possivel, os alimen
tos que huma longa demora tiver deteriorado ; e em caso
de longa navegação, destruir a insalubridade dos comesti
veis por meio das preparações convenientes.
9.° Procurar aos Marinheiros, quanto seja possivel,
alimentos sadios e frescos, legumes, fructas, peixe, etc.
ro.º Conter a avidez dos Marinheiros chegando a
algum Porto, e prevenir o uso abusivo dos fructos, tão sa
lutiferos, quando se tomão com moderação, e no estado
de madureza, quanto insalubres e predisponentes á dysen
teria nos casos contrarios. Antes da permissão de se vende
rem, ou introduzirem a bordo, o Official de Serviço, com
o Chirurgião, deverão fazer a inspecção destes fructos, a
fim de assegurar-se das suas boas qualidades.
11.º Tolerar a pesca; porque o uso do peixe fresco
repara as desordens de huma longa navegação. Porém pre
venir os Marinheiros do perigo de se nutrirem de certos
paixes nocivos, e perniciosos, cuja influencia venenosa se
póde comtudo evitar pondo-os a cozer com huma peça de
Prata, a qual ennegrece se o peixe tem effeito venenoso (*).
(*) Descourtilz, Voyages d'un Naturaliste.
( 375 )
12.º Distribuir aos Navegantes estacionados em climas.
quentes, limões e agoardente, para sanificar a agoa, e fa
zella util, como temperante sob hum clima tão ardente.
He huma especie de ponche frio, que mantem poderosa
mente a energia do systema gastrico. A agoardente pura e
algumas oitavas de quina previne a invasão das febres
• perniciosas,
13.º Tertãoa bordo
frequentes
barrísnadeestação
filtrar,das chuvas. o proces
conforme •

so indicado nesta Pharmacopéa (Tom. II., pag. 24), para


a depuração das agoas corruptas.
14.º Manter o mais exacto aceio no Hospital de bor
do, e mandar fazer: immediatamente a limpeza das dijec
ções alvinas, cujos miasmas são tanto mais para temer,
quanto a sua evaporação se faz impossivel pela concentra
ão das localidades. Fazer respirar aos Enfermos o ar so
# a tolda, quando o tempo, e seu estado o permittem.
15.º Em caso de calmaria ou de # de bom
vento, que dispensão as manobras, occupar os Marinheiros,
e evitar-lhes o ocio e a falta de exercicio, que predispõem
ao escosbuto. { A

16.º Nas viagens de longa duração e em calmaria,


insistir sobre os divertimentos licitos, a fim de prevenir
as desordens que resultão da perturbação das funções pela
impressão dos pezares, enjôo, e outras paixões debilitan
tCS•

17.° A insalubridade do ar tendo lugar a bordo, em


razão da_população, desembarcar, logo que seja pos
sivel, os Enfermos das equipagens numerosas, os escorbu
tados, os dysentericos, e os dispostos a phptisica, que não
podem restabelecer-se a bordo, e acharão prompto reme
dio a seus males na vida de terra, e nos soccorros que alli
lhes forem dados.
18.° O Navio que faz agoa, sendo mais saudavel para
habitar do que qualquer outro, cuja parte inferior he ape
nas humida, deve haver comtudo o cuidado de o esgotar
frequentemente para attrahir nova agoa, que aspirada a
miudo, não tem, diz Foderé, o tempo de se corromper.
19. Imitar os célebres Navegantes Cook, e Lapeyrou
(376)
se na visita das equipagens, onde os Officiaes de bordo de
vem assegurar-se, ao menos huma vez por semana, do
aceio dos Marinheiros, e da limpeza dos seus vestidos e
CatTCS.

2o.º Separar immediatamente dos outros Enfermos a


quelle, que for invadido de alguma doença contagiosa, e
não deixar junto delle algum dos objectos, que forem su
sceptiveis de absorver os miasmas septicos.
21.º Não deixar faltar o tabaco (Tom. I., pag. 45)
aos Marinheiros que lhe são habituados, principalmente
quando se achão expostos á humidade do dia, e da noite;
porque o seu uso he muito proprio a favorecer as excre
ções mucosas, que predispõem ao escorbuto.
Precauções e meios hygienicos tendentes a prevenir a
• invasão do escorbuto. -

Os meios que se devem oppôr á invasão do escorbuto,


reduzem-se ou a combater separadamente cada huma de
suas causas predisponentes, ou (se isso não he possivel) a
fazer nulla a acção das causas excitantes nos individuos ex
postos á sua influencia. Donde he claro, que os methodos
devem ser tão variados, como as circumstancias que predis
põem a esta enfermidade, ou que determinão a sua inva
são. Para garantir della os Convalescentes, e os individuos
de constituição froxa, he necessario elevar as forças dos
primeiros, e dar mais alguma energia ás fibras dos segun
dos. Para este fim pode-se administrar com bom effeito a
quina, os marciaes, os amargos, o elixir de vitriolo, e o
vinho generoso. Hum exercicio moderado he tambem de
grande soccorro para reparar as forças dos Convalescentes.
Do mesmo modo, e pelos mesmos meios se devem garan
tir os sãos dos effeitos perniciosos da indolencia. Porém se
esta se deve evitar como contribuente a enervar o corpo,
he igualmente importante abster das excessivas fadigas,
como tendentes a destruir a força. -
Parece inutil fazer observar a vantagem, e mesmo a
necessidade de se garantir do frio, e da humidade. O Capi
( 377 )
tão Cook foi o primeiro navegante que apreciou bem a im-º
rtancia deste preceito, e que se applicou a praticallo."
*# poupava cuidadosamente aos seus Marinheiros a ex
cessiva fadiga, e os abrigava quanto lhe era possivel dos
effeitos do frio, e da humidade. Primeiramente, para fa
zer o quarto, tinha dividido a sua equipagem em tres di-º
visões, em lugar de duas (exceptuando as occasiões ex
traordinarias): por este meio, cada individuo tinha oito
horas de descanço para quatro de trabalho; e o seu somno
não era interrompido, como acontece ordinariamente em
os outros Navios. Por este meio , os Marinheiros tinhão"
tempo de reparar suas forças antes de tornarem ás suas
ebrigações, e erão menos expostos ao máo tempo do que
se fizessem o quarto com mais frequencia. Se lhes aconte
cia molharem-se, havia fato prompto para os fazer mudar.
Tomavão-se todas as precauções para conservar os indivi
duos, as camas, os vestidos constantemente aceados, e sec
cos, e mantinha-se o mais escrupuloso aceio nas cubertas,
do Navio. Todos os dias de bom tempo os catres e as ca
mas erão conduzidas á tolda, e expostas ao ar. Além do
methodo ordinario de lavar, e raspar o pavimento, o Ca
pitão Cook fazia accender fogos em hum vaso de ferro, que
era transportado sucessivamente a todas as partes do Navio.
Esta prática tinha a duplicada vantagem de seccar o Na
vio, e de fazer passará atmosphera o ar inferior, e impu
ro, tornado pelo calor especificamente mais leve. Na Zona
torrida, defendias a sua gente dos ardores de hum Sol
ardente, por meio de hum toldo armado sobre o convez.
Debaixo do Circulo, Polar Antarctico, dava-lhes roupões de
huma especie de estofo de lã, com hum capuz para defen
der as cabeças. Estes roupões servião em caso de necessi
dade, e erão muito commodos para trabalhar debaixo da
chuva, da neve, e entre os gelos das latitudes remotas do
Sul. Os camponezes Russos parece terem adoptado meios
semelhantes para se garantirem do escorbuto; pois ainda
que habitem hum clima extremamente frio, que se nutrem
de grande quantidade de alimentos salgados, que durante
seis mezes do anno sejão
Tom. II,
Fº;b # vegetaes, e que em
(378)
fim respirem durante todo este-tempo o ar impuro e corº
rompido de humilapozento fechado; não obstante como
se vestem da fianellas, e se cobrem de noite com boas pe
les Edé cordeiro, e emofimºusão para seu aceio dos banhos
tes; são portantoiraras vezes atacados de tabenfermiº
<iº trº til Briti.pº faz 5 e sigif … .. . … " … :
-zº Se o estado de melancolia, e de affiição he capaz de
fazer os individuos susceptiveis dos ataques do escorbuto,
herdeopresumir que a alegria, e todas as outras affecções
oppostas sejão,hum bom preservativo. Os Officiaes, tanto
nos exercitos, como nas armadas, tendo conhecido quanto
estas affecções agradaveis terão vantajosas; não sómente
permistírão, mas ainda, mesmo promovêrão os divertimen
tes de differentes especies entre os seus subalternos. Duran
te o famoso cerco de Breda, a esperança de hum reforço
eficaz produzio os melhores efeitos nos Enfermos, e pres
servou os que parecião dispostos a adoecer». Temos demais
o testemunho do Author da viagem do Almirante Auroz;
ele assegura que a alegria, e as idéas agradaveis não são
preservativos que se devão desprezar contra a fatal mali
gnidade desta doença.……1..1 2 . 1st e º oitº".….… e ; ;

# … Todos os nossos cuidados para obstari á invasão do


escorbuto, não se limitão só aos meios de corrigir as suas
causas, predisponentes, Todas asivezes que se reconhecer ai
impossibilidade de lhes anniquilar inteiramente a impressão,
será necessario usar da maior circumspecção na dieta, e
evitar a acção das causas occassionaes. O Capitão Cook não
soffrenia que se désse á sua tripulação, como herde práti
ca, a gordura extrahida por ebulição das carnes, salgadas
de vacca; e de porco. Não escapou á sagacidade deste ex
cellente Official, que estas substancias grosseiras e indiges"
tas são muito proprias a excitar: o escorbuto..…… . . ' º
Porém quando não se póde dar remedio ás causas preº
disponentes, e se existe na impossibilidade de obter ali
mentos menos indigestos, he necessario tratar de corrigire
as suas qualidades perniciosas, e empregar todos os meiosº
capazes de promover no estomago a solução destas substan
dias. Tal era a sabia # Capitão Cook; elle tinha
( 399 )
cuidado, em todos os tempos, de prover abundântemente
agoa fresca ás suas equipagens. Póde ser que nem todos os
Officiaes sejão tão felices, e nem tenhão tão frequentes b&
casiões de a obter; mas então o methodo de adoçar a agoá
salgada por meio da distilação; offerece hum meio sim.
ples, se não de fazer cessar inteiramente esta calamidade,
ao menos de lhe modificar singularmente os effeitos. Se ó
gosto desta agoa não for agradavel (*), peder-se-ha fá
zer tal com os succos acidos, com os xaropes de limão, é
laranja, etc.; mas, o que sería talvez aindá, melhor, por
meio do ar fixo; pois que pela facilidade de se lhe obter em
todos os tempos, e proporções, e sua administração póde
abranger a huma numerosa tripulação; e demais, as pro
priedades activas, estimulantes deste acido, tendem não só.
mente "a obviar ás causas do escorbuto, º mas dando tam
bem hum gosto acidulo aos fiquidos, fazem mais recomº
mendavel; e utilio seu uso. Nada comprova melhor quan
to sería vantajoso o rentar enfraquecer a acção das causas
occasionaes pela abundancia das bebidas, como a observaçã6
geral de que a equipagem de hum Navio nunca soffre tán
to os effeitos do escorbuto, como quando se acha reduzi
da a mui diminuta ração de agoa, e de vinho..…. =
Segundo o que fica dito, he evidente que a varieda
de , e differença nas situações e circunstancias, deve in
fluir necessariamente nos meios a empregar para remover
esta enfermidade ; e que sería absurdo querer estabelecer
huma regra geral e universal para obstar á sua invasão. A
quina, os marciaes, etc., são muito bons depois das enfer
midades agudas, para preservar de recaídas, e para forti
- .."; " "
- + " " …, . . . 2 "… , 2 * * *
— "… …………—––—
* . , - ,

(*). Parece que o gosto desagradavel da agoa do mar, que tem


sido submettida á distilação, sómente provem de não se achar assás
saturada dé ar. Pode-sc por tanto, fazer potavel, quasi tão agrada
vel ao gosto como a agoa commum , agitando-a violentamente ao
ar. Por este meio; multiplicão-se os peñtos de contacto com este
fluido, e ella absorve o que lhe he necessario.
Bbb 2
( 382 )
ficar huma constituição *# relaxada; mas nas
regiões frias da Russia, estes Medicamentos não poderião
substituir o uso dos banhos quentes, e dos vestidos de fia
nella, ao mesmo tempo que em outros Paizes, estes banhos
tão vantajosos aos Russianos, servirião só de augmentar a
debilidade, e de precipitar a aproximação da affecção nos
valetudinarios. Conservando o aceio, evitando as fadigas, e
procurando ter com abundancia agoa fresca, foi que as equi
pagens do Capitão Cook se mantiverão impunemente de pro
visões, salgadas. Em o Norte, na Laponia, e na Groenlan
dia, apezar do frio predisponente deste clima, os alimen
tos de facil digestão, sem o soccorro de alguma substancia
vegetal, proporcionão a mesma segurança contra o es
corbuto. * • 3, • |-

,. Tão sómente pela nossa o negligencia em fazer estas


distinções, he que tem sido baldados todos os esforços in
tentados com o fim de prevenir o escorbuto. Para comba
ter esta enfermidade, tem-se empregado remedios algumas
vezes difficeis de achar, entretanto que a poderiamos remo
ver por meios que estão em nossas mãos, e de applicação
facil. Cada Commandante deveria repartir de ordinario a
sua equipagem em tres divisões, em lugar de duas. Dando
assim a cada individuo oito horas de descanso, evitar-se
hia o esgotallo de forças pelo trabalho, e falta de somno.
O aceio deve ser hum objecto de disciplina militar. He
necessario que os vestidos sejão capazes de garantir do frio,
e dos máos effeitos da humidade. A agoa deve ser quasi
sempre preparada. Se attendermos ás causas desta enfer
midade, conheceremos a indispensavel, necessidade de ter
em vista todos estes objectos, para obter o curativo. Po
rém temos sido induzidos a erro por falsas theorias, e te
mos dado a certas hypotheses mais do que a necessaria im
portancia. A administração infructuosa das marmeladas
de diversos fructos, feita ha mais de hum seculo pelos Hes
panhóes, deveria fazer-nos confiar menos nesta especie de
remedios; a pezar disto; aínda se tributa o maior credito
aos xaropes de limão, de laranja, etc., administrados con
t>
…"
(381)
venientemente (*). Outro abuso que não se póde dissimus
lar, he a demasiada confiança com que os Navegantes des
canção no auxilio dos Facultativos, acostumando-se a es
perar dos Medicamentos, e dos especificos a segurança,
que deve derivar de sua propria conducta e maneira de vi
ver. A authoridade do nome do Capitao Cook, e o exem
plo que ele nos deixou, conseguirão sem duvida reformar
este genero de prejuizos. Sua narração he muito decisiva
sobre este ponto; elle nos assegura que o uso das substan
cias mais salutiferas, será em geral seguido de pouco efei
to, se não se ajuntar hum regimen de vida particular, tal /

como fica indicado, cuja observancia, diz elle, com o uso


da boa agoa e o aceio, garantirá a equipagem de qualquer
Navio dos ataques
scorbuticos do escorbuto,
de que possa sem o soccorro dos anti
acha-se provido. •

T >

(*) O Capitão cook falta pouco destas preparações, que elle ex


perimentou sem efeito. Pringle lhe tinha escripto, no momento em
que estava para se fazer á véla para outra viagem, empenhando-o a
tentar de novo o emprego destas preparações; mas este Navegante,
fundado na experiencia, se manteve na sua opinião primeira. Com
tudo ainda que Pringle faça os maiores elogios á narração do Capi
tão Cook., e que a considere como huma relação veridica dos
meios empregados por este habil Nautico, para garantir as suas equi
pagens do escorbuto, absolutamente isenta da vã ostentação dos em
pyricos, e das theorias engenhosas e illusorias dos dogmaticos, elle
não se póde resolver a abandonar os seus succos espessos, e procura
dar a razão do seu pouco effeito. Estes succos não forão, diz elle,
adminstrados em quantidade sufficiente; porém com tudo se tinhão
fornecido ao Chirugião na dose especificada, antes que partisse de In
glaterra; e forão as poucas vantagens que se obtiverão o que deter
minou a recorrer a outros meios. Pringle tinha sem duvida deduzi
do as razões da sua efficacia, de que taes succos se achão arranja
dos na classe dos antisepticos; mas he isto oppôr theorias puramen
te especulativas a positivas experiencias,
( 382 )
… ""
- 2 , ,

• * * * "… |-
" I N D 1 c E. * …

------
|-

$. 1."Noções preliminares da Phar- … " Oxidação . . . . . . 21


** maçia. . . . . . Pag. 1 "Oxigenação . . . . . id.
§ II. Das eperações Pharmaceu- " Porphyrização. . . . . . id,
cas. . . .. . . . . . . 6 , Pulverização . . . . . id.
" .. . Acidificação -', • • • • id. Precipitação • • • • • id.
Calcinação. . . . . . . . 7 | Polpação . . . . . . id.
Clarificação". . . . . id. *Purificação . . . . . . 22
Combustão ." . . . . id. Purificação da agoa - . . 24
Concentração . . . . id. Rectificação . . . . . . 2;
. Congelação. . . . . . . .3 Rasuração. . . . . . . 26
Contusão. . . . . . id. Salificação . . . . . id.
Cozimento . . . . id Sobreoxigenação. . . . id.
Crystallização . . . . 9 * Solução . . . . . . id.
- Decantação . . . . . 1o * Sublimação . . . . . . 27
Decrepitação . .. . . - id. Tamização * - , , - - id.
Deflagração . . . . . id. Trituração . id.
|- |-

Defleugmação. . . . . 11 Torrefacção . . . . id.


Depuração . . . -- id. Vaporizaçao . . . . . id;
. Desoxigenação . . . . id., ==Vitrificação . . . . . id.
|- Deseccação . . . . . id. Instrumentos de Pharmacia . 23
Detonação. . • • • I2 Pezos, e medidas Pharmaceu
Diaquificação. . . . . id. ticas . . . . . . . 31
Digestão . . . . . id. Libra de Troy . . . . id.
Desaggregação . . . . 13 - - medicinal . . . . 32
* Distilação. . . . . . id. Explicação dos novos pezos, id,
Dissolução . . . . . . 14 Tabella dos pezos antigos,
Ebullição . . . . . . id e novos - - - . . - 33
Etherização . .. . . . 15 Medidas de capacidade. . 34
Evaporação. . . . . . id, Pezos medicinaes antigos . 35
Expressão . . . . . . id. Abbreviaturas de que se usa
Extracção .. . . . . . 16 nas Receitas . . . . 33
Fermentação. . . . . id. S. III. Das leis da composição,
Filtração . . . . . . id. _ e decomposição dos corpos 39
Fulminação . . . . . 17 Tabella das principaes affini
Fusão . . . . . . .id dades electivas, de que a
Granulação . - - - id. Pharmacia Prática póde ne
Incineração . . . - id. cessitar nas suas diversas ope
Incisão. . . . . . . 18 rações - - - - - - - 43
Infusão . . . . . . id. Dos Reagentes. . . . . 49
Liquefacção, ...; … " . . 19 1.º Alcalis puros . . . id.
Levigação. *-*.*. * - - id. - 2.º Terras. . . . . . 5o
Lexiviação . . . . . . 2o 3.º Acidos . . . - id.
Loção . . . . " . . . . id. 4.º Saes neutros de bases
Misceração . . . . . 21 alcalinas, e terreas . $1
(383 )
",
- 1 5.º Saes de bases metallicas $2. ria á solução de alguns saes, foi
6.º Metaes puros . . . . }} Vinhos. . . . . . . . HO2
7.º Oxidos metallicos . . 54 Vinagres. . . . . . 1o;
3.º Sulphuretos, Sabões,ete.id. Xaropes - - - - - - - 1o4
9.º Alcooles, Etheres . . id; •
Ho8
para uso externo.
1o.º Agoas, e soluções Emplastros . . . . …id.
aquosas. … -- . . $5 Unguentos. . . . .. . 11o
Reagentes para conhecer ana §. VIII. Formulario Officinal, 11 1
tureza dos venenos nos ca-- Medicamentos para uso in-.
sos de envenenamento. - . id; termo. - - - - - - - - id.
Dos venenos. Ensaios dos rea Agoas aromaticas. . . . id.
gentes para os neutralizar, … de canella. . , id.
ou dos contravenenos. . 56 de flor de laranja, id.
Dos venenos, e virar ani — de herva cidreira, 1-12
maes, e dos reagentes pa--- de hortelã vulgar. -- id.
ra os destruir . . . . -.- 57 de hortelã-pimenta, id.
Dos venenos vegetaes, e dos de rosas . .-.- +1 ;
corpos que os podem meu Alcooles simplices, e com
tralizar - - - - - - - 59 postos . . . . id.
. Dos venenos mineraes, e dos — de canella - - - id.
seus reagentes. . . . . 61 — dº cochlearia… --- id.
S. HV. Da colheita, deseccação. — de beijoim compos--
e corºsºs vagão das Sub
.. to . . . . . 114
stancias vegetaes, e da genciana
— dePosto.

com id.
. --------
sua duração officinal . 64
S. V. Da exsiccação das drogas — de guaiaco. . . 115
simplices . . . . . 69 — ammoniacal com
S. VI. Da reposição, e duração • guaiaco . . - id.
das drogas, simplices. . 74 — de herva cidreira
S. VII. Dos productos Pharma composto … . 1 16
ceuticos officinaes. s. 77 ••- de jalapa • • • id.
para uso interno . id. —— de cantharidas . -17
Agoas officinaes. . .….--78. — de losna . . . id.
Alcooles . . . . . --8e —º com opio . . . id.
Balsamos - - - - ….- 82 — de quina comp. . -18
Conservas . . . . … .- . 83 — de rhabarbaro. . id.
* * Confeições, • • --84 •• • •"""
— de rabanos comp. -19
Extractos . . . . . . 87. — de valeriana comp, id.
Massas. . . . . . . 91 — nitrico. . . . 1 ao
Pilulas... ---. . . . id. estomachico -.- --- id.
Trociscos . . . . . . id. etherizado de acide
Pastilhas: . . . . .-. id; sulphurico -.- . 121
Oleos. • • • • • • 93" Tabella das tinturas alcooli
Pós - - . . . . . . 96 casº simplices. . 122 e-. 12;
Saes. .. .. .. . . . . 99. Conservas. . . . . . . 124
Tabella da quantidade apro — de cochlearia-. .- id.
•• ••
-ximativa de agoa necessa---- — de cynosbatos… . — id.
( 384 )
º Conservas de rosas rubras 124 Extracto gommoso de opio . 14o
Electuarios. . . . . . . . 125 de fumaria . . I4I
de cato . . id. - de scilla . . . id.
opiado . . d. de cicuta - . . id.
adstringente. 126 cathartico. . . 142
de senne. . id. Oximel simples . . . . id.
Especies adstringentes . 127 — scillitico. . . . 14 $
amargas. . . * •º id. Pilulas . • •
"id.
aperitivas . . 128 alterantes de Plumer id.
— antiherpeticas. id. mercuriaes de Parmen
— antiscorbuticas. id. tier. . . . . 144
— carminativas . - 1 29 mercuriaes gommosas. id.
— emolientes. , id.
— peitoraes .
— sudorificas .

Etheres.

— nitrico
vermifugas
vulnerarias.
. .
acetico .
muriatico
. .

--——_id.
.
.
.


-
I 31
id.
1 3o

id.
id.

id.
I 32
=
PóS •
ethiopicas
scilliticas.

aromaticos .
• •

aromaticos marciaes e
.
.
de cinoglosa. . . .
balsamicas de Fabre
purgativas .

.
.
.

.

.
..

.

. . .
145
id.
I46
id.
- Id.
I47
id.
id.

anthelminticos. . . id.
—— sulphurico . . . 133 | de Palácios 148.
Extractos • • • •

135
de alcaçuz. . . id.
de aristoloquia re
donda . . . 136
=- de camomilla.

. id.
= de estanno compostos
de Dower . . .
estipticos. . .
— de James . .
Vinhos. . . . .
S


id.
id.
id.
149
id.
— — de cardo santo . id. — de ipecacuanha • id.
— de calumba . . id. — de ferro . . • id.
— de casca de carvalho id. — de quina. . Q
15 o
— de centaurea menor 1 37 Xaropes. . . . . • id.
de digitalis
•=y=>a • • id. COII1mUIII] e • id.
— de genciana - id. — de althea . • id.
— de trifolio febrino id. — de salsaparrilha •
I 51
— de losna . . . - id. de funcho. . . id.
— de marroios . . id. de losna . . . id.
— de quassia . . . 138 de fumaria . . I 52
— de rubia . . . -. id. de limão . . . id.
— de rabarbaro…. -. id. de casca de laranja id.
— de salsaparrilha - id. — de cidra 1$3
— de tormentilla. - id. rosado. . . . . id.
— de simarruba . . 139 de romãs azedas, id.
— de ulmeiro . . id. de papoulas rubras id.
— gommo-resinoso de de marmelos. - I 54
quina. . . - id. de pomos. . . id.
— de guaiaco. . . 14o — de manná. . . id.
*-- de casçarilha . . - id. -- de sorvas. - - id.
( 385 )
Xarope balsamico .. . . . . 155 Pomada. alvíssima , ; ; ; , Y72
|- de opio de Baumé . - id. — de Goulard. . . . 173
de rhabarbaro comp. . 1 56 * oxigenada id.• • • •

— das raizes aperientes. id. Pós - • • • • • • • • 174


antiscorbutico… . . -1 57 — adstringentes . . .….-- id.
do cozinheiro.- - - - - id. — estipticos - . . .…--- id.
Theriaga celeste . . . . . 158 — escaroticos . . . .- --- id.
Medicamentos para uso externo 16o — dentrificos. . . . . - id.
Agoas compostas. - - - - - - id. –— quinados.--- 17;
— aluminosa . . . . - id. Vinagres antiseptico.
- - - - - .- .---
---.- id.
id.

saphirina . . . . . id.
— de luce, . . . . -- id. — de Saturno . . . 176
Acooles simplices, e com s-161 de mostarda . . --— id.
#
— antigotoso de Pradier - id. Unguentos . . . . .… -- .- ---177
de myrrha. . . -.- id. - de alvaiade . . . , id.
—— composto . 162 - de althea. .------
- id.
— nervino . *. . - - - id. ico . -.- -- id.
*=+s*
de sabáo camphorado. — id.
—––— com opio 16
— odontalgico . . . id. P… basilicão |- * * • *** 179
Balsamo antiarthrítico de San e=-* de brionia. •- e *-*-º--º- id.
- 1 64 — de digitalis. . . . 18o
elemi - - - id.
Cerotos - - - - - - - - id. &=e+==e •- -•- - •-

- simples * • • • • id. — epispatico . . -- …. 181


calaminar . . . . 1 65 —— mercurial . .- - - - - - id.
de chumbo . . . . - id. —— contra a tinha . . id.
de espermaceti . . . id. —— anthelmintico. . .
Emplastros. . . . . . . 166 —— da Madre Tecla. ...id.
commum. . . . id. —— nervino , , , ,
gommado. . . . id. —— populeão .. . . —
comº resina . . . id. —— rosado . . .-... - id.
de cicuta. . . . id. — — composto. . 184
=---- • composto id. —

-- tripharmaco .. .…. - id.


de pêz composto . 168 *-- de tuthia . .___. _.. id,
de euphorbio comp. - id. Productos pharmaceuticos magi.
de labdano compost. 169 Straes para os usos inter
estomachico. -. -.- - id. _ , no, e externo. . . . . 18;
Especies aromaticas. . . . - 17o Cozimentos . . . . . . .id.
—— adstringentes. . . id. Emulsões . . . . . .. .. 183
—— emollientes . . . id. Celatinas .….….... . . . 189
—— ophthalmicas • 17 I Mucilagens . . . . . . . id.
Linimentos . . . . . . - id. Infusões * • • • • e … --• • • • 19o
—— magistral . . . . . id. Lookios • ••• • • • — 192
—— volatil . . . . . . - id. Misturas . . . . . . . . id.
Mel egypciaco . . .. . . .…172 Polpas … * • • id.
• • • • •- -

— rosado • • • • • • • - id. Succos . . - - -193


Pomadas . . . . . . . — id. Cºtºplasmas . . . . …, ... 19;
Tom. II. Ccc
( 386 )
Suppositorios. . . . . . . 196 Electuario de magnesia comp. id.
§. X. Formulario Magistral - 197 Emulsões . . . . . . 212
Medicamentos para uso internoid. commum . . . id.
Bolos. . . . . . . - id. opiada . . . . id.
solutivos. . . . . id. — camphorada . . id.
drasticos. . . . . 1 98 — balsamica . . . 21;
estomachicos . . . id. Infusões. . . . . . - id.

= adstringentes . .
febrifugos …. --… .
marciaes quinados.
anthelminticos.
Conservas . . . .
.
.
. id.
. 199
. id.
. 2oo
- id.
— de sabugueiro comp.id.
— de tamarindos comp.id.
— de sene tartarizada 214
— expectorante .
— de camomilla comp. 21;
. id.
antiscorbutica. -- id. — de quina • • • íd.
solutiva . . . . id. — de quina, e quassia id.
Cozimentos. . . . . . 2o I —, de genciana comp. id.
de grama. . . - id. — vinhosa de quina. 216
nitrado . . . id. — antiscorbutica. . id.
de salsaparrilha - id. — vinhosa de rabanos id.
*- composto 2o 2 — comp. 217
— de guaiaco comp. id. Julepos. . . . . . . id.
— refrigerante vumire-s —º camphorado acetoso id.
rario. . . . id – almiscarado . • • id.
––— chicoraceo comp. 2o 3 Limonadas. . . . . . 218
— de abutua comp. id. vitriolada . . id.
*-— de tamarindos — nitrica . . . id.
composto - id. tartarosa » . - 2I9
— branco. . . . 204 Lookios. . . . . . - id.
•==, composto, id. — de gomma arabia , id,
— peitoral. . . . zo; — adstringente . . . id.
——— composto. id. — rubro de Fuller . . 22o
———— diaphoretico id. — balsamico. . . . id.
—– de musgo . . . . 2o6 Mistura salina simples . . 221
——— composto id. — composta. . id.
— de quina . . . id. •***** emetica . . . . 222
a=esas…= composto 2o 7 — vomitiva com ipeca
———— camphorado id. • cuanha . . . . id.
— de simaruba camp, id. — anticolica. . . . id.
— de rabanos compost. 298 — antiepileptica . - id.
— de enula composto id. — etherizada. . . . 223
de labaça composto id. — balsamica . . . . id.
Electuarios. . . . . . 2o9 antisiphilitica. . . — 224
antihemorroidal - id. **
— antiviperina . . . id.
antidisenterico - id. Pilulas solutivas . . . . 225
febrifugo . . . 21 o — purgativas. . . . id.
— de quina solutivo id. mercuriaes id.
— de quina composto id. — de digitalis compo. . 227,
— vermifugo, , , 211 —- de magnesia comp. 228
•• • • • •• (387)
Ceroto de Sabina º . • 243
Pilulas de digitalis com ºpio - 228 . 244
– de cato compostas - - 229 Crysteis ... - - - - id.
emolliente . . .
— de calumba compostas id. , id.
— marciaes com myrrha - id. — solutivo - - -
— anodino - - - . idº
———— aloeticas. - 23º
— adstringente. » • 245
— anthelminticas - - - id. - id.
— antiscorbuticas - - - id. — antifebril. - -
— antispasmodico. • id.
— de sublimado corrosivo *31
— — de quina . . . . . 246
Pós. . . . . . . . - id.
— de ipecacuanha compostos id. ——— camphorado - id.
Collyrios . . - - º • 247
— purgativos - - - - - 23? , id.
Soros . . . . . . . . d. emolliente. .
de leite. . . . . - id. anodino . . . id.
sedativo . » • id.
—— salsado . . . id.
resolutivo. - . 248
Medicamentos para uso externo 233 . id.
Agoas compostas. - - - - id. detersivo . .
fortificante . . id.
— saturnina . . . . - id.
— de cal composta • • • id. SCCCO - º « . 249
• IGs
aluminosa composta • • 234 Digestivos. .. . . -
simples- • - id.
Alcooles compostos. . . - id. corº Posto • • - id.
camphorado . . . id. antisiphilitico. - id.
— de monrravá id
Banlios compostos - - - • • • 235 — composto 25o
emolliente . . . . id. Gargarejos. . . . . - id.
sedativo . . . . . . id. emolliente . . id.
aromatico . . . . id. resolutivo. . . . id.

= adstringente . . . . 236
tonico. .
sulphurico. . . - - id.
— muriatado. .
— calcareo ... - -
. . . - id.

. 237
- id.
=
detersivo .
antisiphilitico.
aluminoso. -
antisalivante.
antiparalytico.
— antiseptico.
. • 25 I
,
• 252
id.

id.
id.
Cataplasmas - - - - - - id. . • 25 3
Injecções .. . . . . • id.
de linhaça - - - - id.
emolliente . . . 238 sedativa . . • id.
saturnina . . . id. opiada . . . - id.
de cicuta. - - - id. adstringente . • 254
de arrôz . . . . 139 Linimentos - - - - • id.
antihemorroidal . id.
suppurativa . . - id.

= maturativa .
aromatica .
quinada .
ame{1Calla
—— composta id.
de mostarda. .
anticarbunculosa
vesicante.
Caustico molle . . .
.

.
.
.
.
.

.
.
. 24O
. id.
. id,
• 24 I

.
-
id.
id.
. 242
- id.
•••••=
antiparalytico
antirheumatico
— de digitalis composto id
refrigerante .
deseccante.
rosado composto .
Mel antisiphilitico . . .
Pomadas. . . . . . .
antiophthalmica
.
.
.
.

+
.
• 25 $

. id.
. 256
id.

id
id.
id.
id.
— — arsenical . . . . id, —— deseccativa rubra |- 257
(388)
N
Pomada de Janin . . . . 257 Boticas de Divisão, Brigada,
—— antipsorica . . . . 258 Regimental, e de
antitinhosa . . . id.
Batalhão. . . . 32o
Pós . . . . . . . . . id. Dietas dos Enfermos nos Hos
— adstringentes . . . . id. pitaes fixos. 324
— estipticos. . . . . . 259 nos Hospitas Navaes 326
Vinagre antiseptico. . . . . id. XII. Dos Hospitaes Navaes , a3
— camphorado . . . . 26o Observações sobre o regimen
de mostarda. . . . . ' id. dos Enfermas, e regras die
Vinhos compostos . . . . id. teticas - - - - • 33o
aromatico . . . . id. Nota sobre a Hygiena . . - id.
— estiptico. . . . . 261 Dieta nas enfermidades agudas 332
— de Malheiros . . . id. Nºta sobre os alimentos. .. 334
Zaragatôas. . . . . . . id. — sobre a sangria. . . 336
—— detersiva. . . , id. arteriotemia . 343
——— mercurial. 262 sanguisugas. - 344
Desinfectação,e purificação do ar id. Uso da agoa nas enfermidades 349
fumigação de gaz acido Dieta analeptica . . . -.- 353
muriatico. . . . 263 Nota sobre a nutrição . . . id.
*-- de gaz acido muriatico Dieta rigorosa ou tenue . 354
oxigenado…. - 264 — lactea . . . . . - id.
–— de acido nitrico . . Jd. - = Remedios dieteticos - - - id.
— — nitro muriatico 265 Modelo de hum Caderno de
de vapores sulphuricos. 266 Visita. . . . - - - YYT
Observações, etc. . . ". 267 Observações, e preceitos re- —
S. XI. Da Arte de formular. 27; lativos á Hygiena naval. 359
Regras fundamentaes da Ar •= ár • • • • • "• 36a
te de formular. . . . 277 — temperaturas. . 361
Do mecanismo da Fórmula. 286 — calor excessivo . . -id,
Tabella da applicação das pre frio excessivo. - - -36a
parações Officinaes, e Ma — ventos... - - - - id.
gistraes . . . . . . . 292 — tempestades . . . 36;
Tabellas dos Medicamentos, — influencia do Sol - 366
Vasos, Instrumentos, e U •******* da Lua - id.
tensilios Pharmaceuticos, e — vestidos . . . . - id.
Chyrurgicos, com que de — banhos. . . . . - 367
vem ser fornecidas as Bo — loções. . .. . . 368
ticas Navaes e Castrenses. 294 - fricções . . . - id.
Náos de Guerra . . . . 295 — alimentos. . . . id.
Fragatas, Brigues, e Charruas 3o2 Numero das comidas 369 até 37 =
Navios mercantes, que seguem Repouso, e somno. . . •

viagem para os portos da Exercicio, nadar, remar, etc. 373


America . . . . . . 3o9 Aphorismos relativos á Policia
Navios mercantes, que seguem hygienica de bordo . . id.
viagem para os portos da Precauções e meios hygienicos
Asia, e Costa de Leste. .- 32O

314 tendentes a prevenir a inva
são do escorbuto . . . 376 -

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