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2 - GABARITO
Questão 1.
(a) Prove que, para quaisquer x, y, z, a, b, c ∈ R, tem-se
(b) Excetuando o caso trivial em que a = b = c = 0, mostre que vale a igualdade se, e somente se, existe m ∈ R
tal que x = ma, y = mb e z = mc.
UMA SOLUÇÃO
(a2 + b2 + c2 )(x2 + y 2 + z 2 ) − (ax + by + cz)2 = (ay − bx)2 + (az − cx)2 + (bz − cy)2 .
Questão 2.
(a) Usando o gráfico com o qual se define geometricamente o logaritmo natural ln, mostre que ln(1 + x) < x para
todo x > 0, e daı́ ln x < x.
√
(b) Tomando x em vez de x nesta última desigualdade, prove que para todo x suficientemente grande o quociente
ln x
x pode tornar-se tão pequeno quanto desejemos.
(c) Prove ainda que essa conclusão é válida para logaritmos em qualquer base > 1.
UMA SOLUÇÃO
(a) ln(1 + x) é a área de uma faixa de hipérbole, contida no retângulo de altura 1 e base igual ao intervalo [1, 1 + x]
do eixo das abscissas. Daı́ ln(1 + x) < x, pois x é a área desse retângulo. Como ln x é uma função crescente de x,
tem-se ln x < ln(1 + x) < x.
√ √ √ 1 √
(b) Colocando-se x no lugar de x, tem-se ln x< x, ou seja, 2 ln x < x. Dividindo ambos os membros por
x, vem
ln x 2
<√ .
x x
ln x √2 4
Se desejarmos ter x < ǫ, basta tomar x
< ǫ, isto é, x > ǫ2 .
(c) Finalmente, se log x significar o logaritmo de x na base a, então tomando c = log e teremos log x = c ln x, e daı́
log x ln x
=c ,
x x
ou seja, os dois quocientes diferem apenas por uma constante. Então
log x 2c
≤√ ,
x x
4c2
que é menor do que ǫ se x > ǫ2 .
EXAME DE QUALIFICAÇÃO - 2012.2 - GABARITO
Questão 3.
Uma moeda, com probabilidade 0, 6 de dar cara, é lançada 3 vezes.
(a) Qual é a probabilidade de que sejam observadas duas caras e uma coroa, em qualquer ordem?
(b) Dado que foram observadas duas caras e uma coroa, qual é a probabilidade de que tenha dado coroa no primeiro
lançamento?
UMA SOLUÇÃO
(a) Para saı́rem duas caras e uma coroa, só há as 3 possibilidades: coroa-cara-cara, cara-coroa-cara, e cara-cara-
coroa. Cada uma delas tem probabilidade 0, 6 × 0, 6 × (1 − 0, 6) = 0, 36 × 0, 4 = 0, 144. Logo a probabilidade de
saı́rem duas caras e uma coroa é de 3 × 0, 144 = 0, 432.
(b) Dado que foram observadas duas caras e uma coroa, ocorre apenas uma das 3 possibilidades acima, todas
equiprováveis. E só uma delas começa com coroa. Então a probabilidade de ter dado coroa no primeiro lançamento
é de 13 .
EXAME DE QUALIFICAÇÃO - 2012.2 - GABARITO
Questão 4.
Considere a sequência an definida como indicado abaixo:
a1 = 1
a2 = 1 + 2
a3 = 2 + 3 + 4
a4 = 4 + 5 + 6 + 7
...
(a) O termo a10 é a soma de 10 inteiros consecutivos. Qual é o menor e qual é o maior desses inteiros? Calcule
a10 .
(b) Forneça uma expressão geral para o termo an .
UMA SOLUÇÃO
(a) Uma maneira de fazer é ir até a décima linha, seguindo a regra sugerida, em que o último termo de uma linha
é o primeiro termo da seguinte.
a1 = 1
a2 = 1 + 2
a3 = 2 + 3 + 4
a4 = 4 + 5 + 6 + 7
a5 = 7 + 8 + 9 + 10 + 11
a6 = 11 + 12 + 13 + 14 + 15 + 16
a7 = 16 + 17 + 18 + 19 + 20 + 21 + 22
a8 = 22 + 23 + 24 + 25 + 26 + 27 + 28 + 29
a9 = 29 + 30 + 31 + 32 + 33 + 34 + 35 + 36 + 37
a10 = 37 + 38 + 39 + 40 + 41 + 42 + 43 + 44 + 45 + 46
Então a10 é a soma de uma P.A. com primeiro termo 37, último termo 46, e razão 1. Portanto
37 + 46
a10 = · 10 = 415 .
2
(b) Primeiro vejamos qual é a lei que rege o primeiro termo de an . Chamemos de bn esse primeiro termo. Temos
b1 = 1, b2 = 1, b3 = 2, b4 = 4, b5 = 7 etc. Daı́ b2 −b1 = 0, b3 −b2 = 1, b4 −b3 = 2, b5 −b4 = 3, isto é, bn −bn−1 = n−2.
Ou seja, bn − bn−1 , n ≥ 2, é uma P.A. de razão 1 e primeiro termo igual a zero. Então bn é igual a 1 mais a soma
dessa P.A. até o termo n − 2:
(n − 2)(n − 1)
bn = 1 + .
2
O último termo de an é igual a bn + n − 1. Então, sendo an a soma de uma P.A. de n termos com o primeiro igual a
bn e o último igual a bn + n − 1, resulta que
bn + (bn + n − 1)
an = n · .
2
Colocando essa expressão explicitamente em função de n, temos
n−1
a n = n · bn +
2
1
= n · 1 + (n − 1)(n − 2 + 1)
2
1
= n · 1 + (n − 1)2 ,
2
Questão 5.
Seja ABC um triângulo equilátero de lado 6 e AD um segmento perpendicular ao plano desse triângulo de
comprimento 8.
(a) Localize o ponto P do espaço que é equidistante dos quatro pontos A, B, C e D e calcule a distância comum
R = P A = P B = P C = P D.
(b) Calcule o cosseno do ângulo entre as retas reversas AC e BD.
UMA SOLUÇÃO
(a) O ponto P deve estar no plano paralelo a ABC a 4 unidades de distância de A, pois esse é o plano dos pontos
equidistantes de A e D. Ao mesmo tempo, ele deve estar na reta perpendicular ao plano determinado por ABC que
passa pelo centro H de ABC, pois essa reta é o conjunto de pontos que equidistam de A, B e C.
√
A distância de H a qualquer um dos vértices do triângulo é igual a 2 3 (o que pode ser obtido de vários modos).
√
Como AHP é triângulo-retângulo, de catetos AH = 2 3 e HP = 4, e hipotenusa AP = R, então R2 = 12 + 16 = 28,
√
logo R = 2 7.
(b) Chame de Q o ponto do plano de ABC tal que AQBC é paralelogramo. O ângulo procurado é o ângulo
b
α = QBD. Todos os lados do triângulo QBD são conhecidos: (i) BD = 10, porque BAD é retângulo com catetos
iguais a 6 (o lado do triângulo ABC) e 8 (a altura do ponto D); (ii) BQ = AC = 6; (iii) QD = 10 (pela mesma
razão de (i)). Então, pela Lei dos Cossenos,
Questão 6.
No triângulo ABC assinale o ponto P do lado AC e o ponto Q do lado BC de forma que AP = 13 AC e BQ = 32 BC.
Seja J o ponto de interseção de AQ e BP .
JA
(a) Mostre que JQ = 34 . Sugestão: Trace QL paralelo a BP e use semelhança de triângulos.
JB
(b) Calcule a razão JP .
(c) Decida se a área do triângulo BP Q é maior do que, menor do que ou igual à metade da área do triângulo ABC.
UMA SOLUÇÃO
JP AJ 3
= = .
QL AQ 7
Daı́,
7x
QL = .
3
Da semelhança dos triângulos BP C e QLC temos
BP BC 3
= = .
QL QC 1
Daı́, BP = 7x e BJ = 6x. Assim,
JB
= 6.
JP
3a · 3h 9ah
S= = .
2 2
O triângulo BP Q tem base BQ = 2a e altura igual à distância de P à reta BC, que é igual a 2h. A área do triângulo
BP Q é
2a · 2h 4ah
S1 = = .
2 2
Assim, S1 = 94 S < 21 S. Em palavras, a área do triângulo BP Q é menor do que a metade da área do triângulo ABC.
EXAME DE QUALIFICAÇÃO - 2012.2 - GABARITO
Questão 7.
(a) Mostre que nenhum número natural da forma 4n + 3 pode ser escrito como o quadrado ou a soma de dois
quadrados de números naturais.
(b) Mostre que nenhum número a da forma 11 . . . 1 (n dı́gitos iguais a 1, n > 1) é o quadrado ou a soma de dois
quadrados de números naturais.
UMA SOLUÇÃO
(a) Suponhamos por absurdo que existam x, y, z ∈ N tais que z 2 = 4n + 3 ou que x2 + y 2 = 4n + 3. Terı́amos então
que z 2 ≡ 3 mod 4 ou que x2 + y 2 ≡ 3 mod 4.
Sendo, para todo a ∈ N, a ≡ 0 mod 4, a ≡ 1 mod 4, a ≡ 2 mod 4, ou a ≡ 3 mod 4, segue que
a2 ≡ 0 mod 4 ou a2 ≡ 1 mod 4.
(b) Para a = 11, por inspeção, o resultado é óbvio. Agora suponhamos n ≥ 2 e ponhamos a = 100b + 11, onde
b ≥ 0. Portanto, temos
a = 25 × 4b + 4 × 2 + 3 = 4(25b + 2) + 3 ,
o que nos diz que a é da forma 4n + 3, logo não é nem um quadrado nem uma soma de dois quadrados de números
naturais.
EXAME DE QUALIFICAÇÃO - 2012.2 - GABARITO
Questão 8.
Considere o sistema de congruências: (
x ≡ c1 mod n1
x ≡ c2 mod n2
Denotamos como de costume o mdc e o mmc de n1 e n2 por (n1 , n2 ) e [n1 , n2 ], respectivamente.
(a) Mostre que a e a′ são soluções do sistema se, e somente se, a ≡ a′ mod [n1 , n2 ]. O enunciado, da forma como
está, é incorreto. O certo seria: Mostre que, se a é solução, então a′ é solução se, e somente se, a ≡ a′ mod [n1 , n2 ].
(b) Mostre que o sistema admite solução se, e somente se, c2 ≡ c1 mod (n1 , n2 ).
(c) Dadas as progressões aritméticas (an ) de primeiro termo 5 e razão 14 e (bn ) de primeiro termo 12 e razão 21,
mostre que elas possuem termos comuns (isto é, existem r e s tais que ar = bs ). Mostre que esses termos comuns
formam uma PA e determine seu primeiro termo e sua razão.
UMA SOLUÇÃO
(a) Obs. Se o sistema admite uma solução a, então todo número da forma a + kn1 n2 é também uma solução. Em
outras palavras, se a′ ≡ a mod n1 n2 , então a′ é uma solução. Mas isso não dá todas as soluções, como o próprio
enunciado deixa evidente, a menos que n1 e n2 sejam primos entre si.
Suponha que a seja uma solução. Se a′ é outra solução do sistema, subtraindo uma da outra obtemos que
a′ ≡ a mod n1 e a′ ≡ a mod n2 . Por outro lado, essas duas condições juntas implicam que a′ é solução do sistema.
Ou seja: a′ é solução do sistema se, e somente se, a′ ≡ a mod n1 e a′ ≡ a mod n2 . Mas dizer que a′ ≡ a mod n1 e
a′ ≡ a mod n2 equivale a afirmar que a′ ≡ a mod [n1 , n2 ].
(b) Pelo que acabamos de mostrar, o sistema admite uma solução se, e somente se, ele admite uma solução
a > max{c1 , c2 }. Portanto, o sistema admite solução se, e somente se, existem x, y ∈ N tais que a − c1 = xn1 e
a − c2 = yn2 . Sem perda de generalidade, podemos supor c2 ≥ c1 . Assim, a existência de soluções do sistema é
equivalente à existência de soluções da equação diofantina xn1 − yn2 = c2 − c1 . Por sua vez, essa equação diofantina
possui solução se, e somente se, (n1 , n2 ) divide c2 − c1 , o que equivale a c2 ≡ c1 mod (n1 , n2 ).
o qual possui soluções dado que 12 ≡ 5 mod (14, 21), por (b).
Listemos os primeiros termos de ambas as PAs:
an : 5, 19, 33, . . .
bn : 12, 33, 54, . . .
Assim, 33 é o menor termo comum a ambas as PAs e pela parte (a) temos que os termos comuns a ambas PAs são
dados por cn = 33 + n[14, 21] = 33 + 42n, os quais formam uma PA de primeiro termo 33 e razão 42.
GABARITO - QUALIFICAÇÃO - Setembro de 2012
Questão 1. (pontuação: 1)
No octaedro regular duas faces opostas são paralelas. Em um octaedro regular de aresta a, calcule a distância
entre duas faces opostas.
Obs: no seu cálculo, você pode afirmar as propriedades que está utilizando sem precisar demonstrá-las, mas deve
descrevê-las detalhadamente.
D G
C
O M
A
B
Uma solução:
A figura acima mostra o octaedro regular ABCDEF de aresta a. As diagonais AC e EF determinam o centro O
do octaedro. Seja M o ponto médio da aresta BC. Como a reta BC é perpendicular ao plano (EOM ), os planos
(EBC) e (EOM ) são perpendiculares. No triângulo retângulo EOM a altura OG relativa à hipotenusa é a distância
do ponto O à face (EBC). Temos:
√
a 2
OE = 2 , metade da diagonal do quadrado BEDF ,
a
OM = 2 , distância do centro do quadrado ABCD ao lado BC, e
√
EM = a 2 3 , altura do triângulo equilátero EBC.
√
Assim, a relação OG.EM = OE.OM fornece OG = a 6 6 .
Como a distância de O à face (F DA) é igual ao comprimento de OG temos que a distância entre duas faces opostas
√
a 6
do octaedro regular é o dobro do comprimento de OG, ou seja, igual a 3 .
Outra solução:
Podemos decompor a pirâmide ABCDE em quatro tetraedros congruentes ao tetraedro BCEO. A pirâmide
a2 .OE a3 2 1 a2 3 a2 3
√ √ √
ABCDE tem volume igual a V = 3 = e o tetraedro BCEO tem volume igual aW = 3 4 OG = 12 OG.
√ 6
a 6
Da igualdade V = 4W segue que OG = 6 , logo a distância entre duas faces opostas do tetraedro regular é igual a
√
a 6
3 .
D P C
A B
Uma solução:
a) Como os triângulos AEB e AEP são congruentes, então AP = AB = 25 cm . Assim, pelo teorema de Pitágoras,
p
DP = 252 − 202 = 15 cm
D 15 P 10 C
α β
7,5
α
25 E
20
12,5
β
A 25 B
b) Temos P C = 25 − 15 = 10 cm. O ângulo AP E é reto pois é igual ao ângulo ABE. Assim, os ângulos α e β
da figura são complementares e, como consequência, os triângulos ADP e P CE são semelhantes, pois possuem os
AD 20
mesmos ângulos e a razão de semelhança é k = PC = 10 = 2. Assim, a razão entre as áreas desses triângulos é
2
k = 4.
CE DP CE 15
c) Da semelhança dos triângulos ADP e P CE tem-se PC = AD , ou seja, 10 = 20 , o que dá CE = 7, 5 cm e,
consequentemente, BE = 12, 5 cm.
O teorema de Pitágoras pode ser usado no triângulo ABE para calcular o comprimento de AE. Isto dá AE =
p
252 + (12, 5)2 cm.
Observando que, neste problema, AB é o dobro de BE, o cálculo acima é imediato. Se um triângulo retângulo
√
possui catetos a e 2a, então sua hipotenusa mede a 5. Assim, neste caso, obtemos facilmente que
√
√ 25 5
AE = 12, 5 5 = cm
2
Questão 3. (pontuação: 1)
Em uma caixa há três dados aparentemente idênticos. Entretanto, apenas dois deles são normais, enquanto o
terceiro tem três faces 1 e três faces 6. Um dado é retirado ao acaso da caixa e lançado duas vezes.
EXAME DE QUALIFICAÇÃO - Setembro de 2012
Se a soma dos resultados obtidos for igual a 7, qual é a probabilidade condicional de que o dado sorteado tenha
sido um dos dados normais?
Uma solução:
Queremos obter
6 1
P (soma 7|dado normal) = =
36 6
6×3 1
P (soma 7|dado anormal) = =
36 2
(o primeiro resultado pode ser qualquer das faces; o segundo, qualquer das três faces diferentes da obtida no primeiro
lançamento). Logo
2 1
3 × 6 2
2 1 1 1 =
3 × 6 + 3 × 2
5
Outra solução:
-2 -1 1 2 3
-1
-2
(a) Seja n um número inteiro não negativo. Mostre que o comprimento c(n) da linha poligonal da origem até o
ponto (n, n) é igual a 4n2 .
(b) Qual é o comprimento da linha poligonal entre os pontos (7, 10) e (11, −20)?
Uma solução:
(n, n)
Outra solução:
Até chegar ao ponto (n, n), teremos passado por todos os pontos de coordenadas inteiras do retângulo [−n, n − 1] ×
[−(n − 1), n], que possui 2n.2n pontos; a linha poligonal tem, assim, comprimento igual a (4n2 − 1) + 1 (a primeira
parcela exprime o comprimento da poligonal no retângulo acima; a segunda, corresponde ao segmento final).
b) Como ilustra o diagrama abaixo, o comprimento entre (7, 10) e (11, −20, ) é c(20) − c(10) + 3 + 40 + 9 =
4.202 − 4.102 + 52 = 1252.
(20, 20)
3
(10, 10)
(7, 10)
40
(10, -10)
9
Questão 5. (pontuação: 1)
Um corpo está impregnado de uma substância radioativa cuja meia-vida é um ano. Quanto tempo levará para que
sua radioatividade se reduza a 10% do que é?
Uma solução:
Se M0 é a massa da substância radioativa no ano t = 0 e M é a massa da mesma substância após t anos, então
M = M0 .at , para um certo a, com 0 < a < 1. A informação sobre a meia-vida nos diz que M0 .a1 = 21 M0 , logo a = 12 .
M0
Queremos achar t de modo que M0 .at = 10 , ou seja ( 12 )t = 1
10 . Então, tomando logaritmos na base 10,
1
t= .
log10 2
[Como log10 2 ≈ 0, 3010 então t ≈ 3, 3 ≈ 3 anos e 4 meses]
Uma solução:
p p
A expressão dada é o dobro da média aritmética entre 16x/y e y/(81x), logo seu valor é maior do que ou igual
ao dobro da média geométrica desses números. Ou seja:
4
p p qp p
16x/y + y/(81x) ≥ 2. 16x/y. y/(81x) =
3
EXAME DE QUALIFICAÇÃO - Setembro de 2012
Além disso, a igualdade vale se, e somente se, 16x/y = y/(81x), isto é 16.81.x2 = y 2 . Isto acontece, por exemplo,
quando x = 1 e y = 36. Em outras palavras, com x = 1 e y = 36, a expressão dada atinge seu valor mı́nimo, que é
igual a 34 . Há, entretanto, infinitos pontos para os quais este valor mı́nimo é atingido.
Poderı́amos também “completar quadrados” para obter a igualdade
p p 1 1 16 1 1 1 4
16x/y + y/(81x) = ((16x/y) 4 − (y/(81x)) 4 )2 + 2.( ) 4 = ((16x/y) 4 − (y/(81x)) 4 )2 +
81 3
e proceder como acima.
Questão 7. (pontuação: 1)
Mostre que, para todo n ∈ N, é inteiro o número 17 n7 + 15 n5 + 23
35 n.
Uma solução:
Pelo Pequeno Teorema de Fermat temos que n7 ≡ n mod 7 e n5 ≡ n mod 5, logo 7 divide n7 − n e 5 divide n5 − n,
para todo n. Portanto, a igualdade
1 7 1 5 23 n7 − n n5 − n
n + n + n= + +n
7 5 35 7 5
nos permite concluir o desejado.
Outra solução:
Basta usar o Princı́pio de Indução Finita:
1 1 23
Se n = 0 a expressão é também igual a zero. Observe que quando n = 1, a expressão torna-se 7 + 5 +
35 = 1.
1 7
Suponha agora que 7n + 15 n5 + 23
35 n é um número inteiro e mostremos que 1
7 (n + 1)7 + 15 (n + 1) + 23
5
35 (n + 1)
também é inteiro.
Expandindo em seus binômios de Newton
1 1 1 1 1 1 23 23
{ C(7, 0)n7 + C(7, 1)n6 + ... + C(7, 7)n0 } + { C(5, 0)n5 + C(5, 1)n4 + ... + C(5, 5)n0 } + n +
7 7 7 5 5 5 35 35
vemos que todos os termos desta última expressão são números inteiros, exceto talvez 71 n7 , 51 n5 , 23 1 1
35 n, 7 , 5 e 23
35 . Mas,
por hipótese de indução, a soma dos três primeiros elementos desta última lista é um número inteiro e a soma dos
três restantes é igual a 1, logo a expressão toda é um inteiro.
(a) Mostre que o algarismo das unidades (na base 10) de um quadrado só pode ser um dos seguintes: 0, 1, 4, 5, 6
ou 9.
(c) Mostre que nenhum número que escrito na base 10 tem a forma m = dd . . . d (todos os algarismos iguais), com
m > 10 e d ∈ {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9}, é um quadrado.
EXAME DE QUALIFICAÇÃO - Setembro de 2012
Uma solução:
a) Escrevamos a = 10b + c, com c ∈ {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9}. Logo,
Portanto, o algarismo das unidades de m coincide o algarismo das unidades de c2 . Fazendo variar c no conjunto
{0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9}, temos os seguintes possı́veis valores:
c2 = 0, c2 = 1, c2 = 4, c2 = 9, c2 = 16,
Temos que
r = 0: m = a2 = (4s)2 = 4(4s2 ),
logo m é da forma 4n ou 4n + 1.
[Observe também que se dois números a e b deixam restos r1 e r2 , respectivamente, na divisão por um número c,
então o produto ab deixa o mesmo resto na divisão por c que o produto r1 r2 . Assim, apenas temos que olhar para
02 , 12 , 22 , 32 e observar que estes quatro números deixam resto 1 ou 0 na divisão por 4].
m = 11 . . . 1 = 100x + 11 = 4(25x + 2) + 3,
logo m é da forma 4n + 3. Portanto, m não é um quadrado.
Os números m = 44 . . . 4 = 4(11 . . . 1) e m = 99 . . . 9 = 9(11 . . . 1) não podem ser quadrados, pois, caso contrário,
11 . . . 1 seria um quadrado.
logo da forma 4n + 3.
É dado um retângulo ABCD tal que em seu interior estão duas circunferências tangentes exteriormente no ponto T ,
como mostra a figura abaixo. Uma delas é tangente aos lados AB e AD e a outra é tangente aos lados CB e CD.
D C
A B
a) Mostre que a soma dos raios dessas circunferências é constante (só depende das medidas dos lados do retângulo).
b) Mostre que o ponto T pertence à diagonal AC do retângulo.
Uma solução:
Sejam O e O′ os centros das circunferências e r e r′ os respectivos raios. Seja s = r + r′ . Como a reta que contém
os centros das circunferências passa pelo ponto de tangência então OO′ = OT + T O′ = r + r′ = s.
D C
r´
T O´
r E b
O r´
r
A a B
i) r + OE + r′ = a, ou seja, OE = a − s
s2 = (a − s)2 + (b − s)2
b) As retas AO e O′ C são paralelas ou cincidentes porque fazem 45o com os lados do retângulo. Se forem
coincidentes, o resultado é óbvio. Senão traçamos os segmentos AT e T C e o segmento OO′ (que passa por T ). Os
ângulos T OA e T O′ C são congruentes porque são alternos internos nessas paralelas em relação à transversal OO′ .
D C
T O´
O
A B
2y
z
z y z
y
3x z 4y
Uma solução:
a) O plano de simetria do poliedro é o plano perpendicular às arestas de comprimento 3x, que passa pelos seus
pontos médios.
b) Para calcular o volume do sólido, observamos que ele pode ser decomposto como união de três paralelepı́pedos,
e
V = 12xyz + 6xyz + xyz = 19xyz
Daı́, 19xyz = 1995, xyz = 105 e as possibilidades para x, y e z são: 3, 5 e 7; como as dimensões não podem
ultrapassar 19, x não poderá ser 7, y não poderá ser 5 ou 7. Deveremos ter, portanto, z = 7, x = 5 e y = 3, de modo
que as dimensões são as indicadas na figura:
5 5
7
5
6
7 3 7
3
15 7 12
√ √ √ √ √ √
2T = T + 2mπ, m ∈ Z tais que T + 2mπ ≥ 0 ou 2T = − T + 2mπ, m ∈ Z tais que − T + 2mπ ≥ 0
Logo
√ √ √ 4m2 π 2
T = 2mπ ⇒ 2T − 2 2T + T = 4m2 π 2 ⇒ T =
2T − √ , m = 0, 1, 2, . . . (2)
3−2 2
√
(para esses valores de T é imediato verificar que T + 2mπ ≥ 0) ou
√ √ √ 4m2 π 2
T = 2mπ ⇒ 2T + 2 2T + T = 4m2 π 2 ⇒ T =
2T + √ , m = 0, 1, 2, . . . (3)
3+2 2
√
(para esses valores de T é imediato verificar que − T + 2mπ ≥ 0).
4m2√
π2 4m2√
π2
Reciprocamente, se T = 3−2 2
ou T = 3+2 2
, m = 0, 1, 2, . . . , é imediato constatar que f (T ) = f (2T ).
b) Para mostrar que f não é periódica, suponhamos o contrário, isto é, admitamos a existência de um número
positivo T tal que
√ √
cos x + T = cos x,
para todo x ≥ 0.
Então,
√ √
cos 2T = cos T = cos0,
√ k1
2= ∈ Q,
k2
√
o que é impossı́vel dado que 2 é um número irracional.
e prove que a ∈ R cumpre p(a) = p′ (a) = 0 se, e somente se, p(x) = (x − a)2 s(x) para algum polinômio s(x).
Uma solução:
(⇐) Supondo p(x) = (x − a)2 .s(x) = (x2 − 2ax + a2 ).s(x), vem que p′ (x) = 2(x − a).s(x) + (x − a)2 .s′ (x), logo,
p(a) = p′ (a) = 0.
(⇒) Reciprocamente, supondo p(a) = p′ (a) = 0, temos, pelo algoritmo da divisão, que p(x) = (x − a)q(x) para
algum polinômio quociente q(x). Derivando esta última igualdade, vem
donde q(a) = 0, logo, novamente pelo algoritmo da divisão q(x) = (x − a).s(x) para algum polinômio s(x), e daı́
p(x) = (x − a)2 .s(x)
a) Maria tem 10 anéis idênticos e quer distribuı́-los pelos 10 dedos de suas mãos. De quantas maneiras diferentes
ela pode fazer isto? Suponha que é possı́vel colocar todos os anéis em qualquer um dos dedos.
b) Suponha agora que os 10 anéis sejam todos distintos. De quantas maneiras Maria pode distribuı́-los em seus
dedos? Aqui também, suponha que é possı́vel colocar todos os anéis em qualquer um dos dedos e que a ordem dos
anéis nos dedos é relevante.
Uma solução:
a) Numeramos os dedos de Maria de 1 a 10. Para descrever como Maria colocou seus anéis, basta dizer quantos
deles há em cada dedo; se xi é o número de anéis no i-ésimo dedo, temos então x1 + x2 + · · · + x10 = 10. O número
9 19!
de soluções inteiras não negativas dessa equação é C10+9 = 9!10! , que é a resposta a nosso problema.
Uma outra maneira de resolver o problema é denotar por A os anéis e por um traço, - , a separação dos anéis nos
dedos. Assim, por exemplo A A A A A - - - - A - - - - A A A A -, indicará que 5 anéis foram colocados no dedo
de número 1, um anel no dedo de número 5 e quatro anéis no dedo de número 9. Como existe uma correspondência
biunı́voca entre estes anagramas com 19 sı́mbolos (são 10 A´s e 9 traços -) e as configurações dos anéis nas mãos,
19!
há, neste caso, 9!10! maneiras diferentes da Maria colocar os 10 anéis.
b) Basta multiplicar o resultado encontado no ı́tem a) por 10!, pois quando os anéis são idênticos, a ordem em que
aparecem não é importante e cada configuração com 10 A´s idênticos obtidas em a) gerará 10! configurações com
19! 19!
anéis distintos, já que diferentes permutações dos anéis gerarão configurações distintas. A resposta é 10! 9!10! = 9! .
Uma outra solução é a seguinte: Supomos os anéis numerados de 1 a 10. Para descrever como Maria coloca seus
anéis, basta dizer, em cada dedo do primeiro ao décimo, a ordem em que eles aparecem da base do dedo até a ponta.
Indicando a passagem de um dedo para o seguinte pelo sı́mbolo -, vemos que uma descrição consiste de uma sequência
formada pelos números de 1 a 10 e por nove traços -. Para construir uma dessas sequências, ordenamos primeiro
os números, o que pode ser feito de maneiras 10! diferentes. Com isso, são criados 11 espaços entre os números
(contam-se também os espaços à esquerda e à direita da sequência numérica), nos quais devemos distribuir os nove
traços -. Estamos então buscando o número de soluções inteiras não negativas de y1 + y2 + · · · + y11 = 9 (aqui yi
19!
indica quantos traços serão colocados no i-ésimo espaço vazio), que é 9!10! . A resposta a nosso problema é então
19! 19!
10! 9!10! = 9! .
a1 + a2 + · · · + an
an+1 = para todo n ≥ 1.
n+1
Mostre que os valores de an , para n ≥ 2, são todos iguais.
Uma solução:
1
Basta proceder por indução finita para mostrar qu an = 2 para todo n ≥ 2.
a1 1
Para n = 2, temos a2 = a1+1 = 2 = 2.
1
Admitamos agora que aj = 2, para j = 2, . . . n e mostremos que an+1 = 21 .
1
a1 + a2 + · · · + an 1+ 2 + 21 · · · + 1
2 1 + (n − 1) 21 1
an+1 = = = =
n+1 n+1 n+1 2
1
Segue, então, pelo Princı́pio da Indução Finita, que an = 2 para todo n ≥ 2.
S ∗ (n) = 2.
Uma solução:
a) Temos que
x ∈ A ⇐⇒ n = xc para algum c ∈ A
n
⇐⇒ x= para algum c ∈ A
c
⇐⇒ x ∈ B.
Seja A = {d1 , . . . , dr }, di 6= dj para i 6= j, logo
X X n n 1 1
S(n) = x= x= + ··· + =n + ··· + = nS ∗ (n),
d1 dr d1 dr
x∈A x∈B
Observe que como p > 3 é primo, então p = 3q + r com r = 1 ou 2. Temos assim dois casos a considerar:
• Se r = 1, p = 3q + 1 e como p − 1 é par, q deve ser par; assim q = 2k para algum k. Logo p2 = (3.2k + 1)2 =
12k(3k + 1) + 1; mas ou k é par ou 3k + 1 é par, assim temos que p2 = 24m + 1, para algum m, como querı́amos
mostrar.
• Se r = 2, p = 3q + 2 e, sendo p é ı́mpar, temos que q também será impar, digamos q = 2k + 1, para algum k.
Substituindo, temos que p2 = (3q + 2)2 = (6k + 5)2 = 12k(3k + 5) + 24 + 1, mas ou k é par ou 3k + 5 é par, assim
temos que p2 = 24m + 1, para algum m, como querı́amos mostrar.
EXAME NACIONAL DE QUALIFICAÇÃO 2013 - 2
GABARITO
Questão 1.
Considere um triângulo equilátero de lado 3 e seja A1 sua área. Ao ligar os pontos médios de cada lado, obtemos
um segundo triângulo equilátero de área A2 inscrito no primeiro. Para este segundo triângulo equilátero, ligamos
os pontos médios de seus lados e obtemos um terceiro triângulo equilátero de área A3 inscrito no segundo e assim
sucessivamente, gerando uma sequência de áreas (An ), n = 1, 2, 3, . . . √
9 3
Usando o Princípio de Indução Finita, mostre que a fórmula An = n é verdadeira para todo n ≥ 1 natural.
4
Uma solução:
hk+1 L2k
!
Ak+1 =
2
√ 2
1 3Lk
= ·
4 4
1
= · Ak
4
√
Hip.Ind. 1 9 3
= ·
4 4k
√
9 3
= ,
4k+1
o que prova que a fórmula vale para
√ k + 1.
9 3
Por Indução, a fórmula An = n vale para todo natural n ≥ 1.
4
Questão 2.
A sequência (an ), n ≥ 0, é definida da seguinte maneira:
• a0 = 4
• a1 = 6
an
• an+1 = , n≥1
an−1
a) Encontre a7 .
b) Encontre a soma dos primeiros 2013 termos da sequência.
Uma solução:
a) Basta fazer um cálculo direto: a7 = 6. Na verdade a sequência é dada por 4, 6, 6/4, 1/4, 1/6, 4/6, 4, 6,... e
vemos que ela se repete em ciclos de tamanho 6; os termos de índices n = 6, 12, ..., 6k, ... k ∈ N são todos iguais a 4;
isto será usado no ítem b).
b) Para encontrarmos a soma, primeiramente observamos que a soma do seis primeiros termos a0 + a1 + . . . a5 é
6 1 1 4 151 151
igual a 4 + 6 + + + + = . Assim, até 2009 (incluindo-o) temos 335 blocos iguais a . Portanto, a soma
4 4 6 6 12 12
solicitada é igual a
151 6 50723
335( )+4+6+ = .
12 4 12
Questão 3.
Um cone de revolução tem altura x e está circunscrito a uma esfera de raio 1. Calcule o volume desse cone em função
de x.
Uma solução:
x
T
O 1
1
A M r B
Sejam:
AB um diâmetro da base do cone,
M o centro da base,
C o vértice do cone,
O o centro da esfera inscrita no cone e
T o ponto de tangência da geratriz CB do cone com a esfera.
Temos CM = x e OM = OT = 1.
√
Seja r o raio da base do cone. O comprimento de uma geratriz do cone é CB = x2 + r 2 .
Como CM é perpendicular a AB e OT é perpendicular a CB, os triângulos CT O e CM B são semelhantes. Daí,
OC OT x−1 1
= ⇒√ =
CB MB 2
x +r 2 r
Elevando ao quadrado e aplicando a propriedade das proporções que permite obter nova fração equivalente às
anteriores subtraindo-se numeradores e denominadores (ou fazendo os cálculos), temos:
x2 − 2x + 1 1 x2 − 2x x−2 x
2 2
= 2 = = ⇒ r2 =
x +r r x2 x x−2
1 2 π x πx2
O volume do cone é V = πr x = · ·x= .
3 3 x−2 3(x − 2)
Questão 4. Na figura, temos um triângulo equilátero ABC e um segundo triângulo P QR cujos lados RP , P Q, QR
são, respectivamente, perpendiculares aos lados AB, BC, AC do triângulo ABC.
C
R
A P B
Uma solução:
a) Basta observar que cada um dos ângulos do triângulo menor P QR mede 60o para concluir que ele é equilátero.
Para mostrar que AP = BQ notamos que os triângulos P AR e QBP são congruentes, pois são semelhantes e
acabamos de mostrar que P R = BQ. Analogamente AP = CR.
Logo AP = BQ = CR.
b) Primeiramente, notemos que AP R é um triângulo retângulo 30o -60o -90o , ou seja, é a metade
de um triângulo
1
AP
equilátero. Logo, temos que AR = 2AP , e, consequentemente, P B = AR = 2AP , ou ainda, . =
2
PB
1
Se chamarmos L o comprimento do lado do triângulo ABC e l o lado do triângulo P QR, temos que AP = L e
3
2
AR = P B = L. Daí,
3
P itágoras 4 2 1 2 1
l2 = (RP )2 = L − L = L2
9 9 3
1 1
e a razão entre as áreas dos triângulos P QR e ABC é , logo o triângulo P QR tem área igual a .
3 3
Questão 5.
Sejam f : R → R uma função periódica e g : R → R uma função qualquer.
a) A função composta g ◦ f é necessariamente periódica? Em caso afirmativo, demonstre; em caso negativo,
apresente um contra-exemplo.
b) A função composta f ◦ g é necessariamente periódica? Em caso afirmativo, demonstre; em caso negativo,
apresente um contra-exemplo.
Uma solução:
b) É falso. Considere, por exemplo, as funções f (x) = sen(x) e g(x) definida por
0, se x < 0
g(x) =
π , se x ≥ 0
2
Então f ◦ g não é periódica.
0, se x < 0
(f ◦ g)(x) =
1, se x ≥ 0
Questão 6.
Considere a equação:
1 3
|x||x − 3| = 2|x −|
2 2
a) Quais são as raízes dessa equação? Explique detalhadamente como as encontrou.
1 3
b) Esboce, em um mesmo plano cartesiano, os gráficos das funções f (x) = |x||x − 3| e g(x) = 2|x − | e marque
2 2
as raízes que você encontrou no ítem a).
Uma solução:
g(x)
-3 12 6
raízes
Questão 7.
Determine todos os inteiros X que são soluções da congruência
X 49 + X 14 + X 12 − 2X ≡ 0 (mod7)
Uma solução:
Se X ≡ 0(mod7), é claro que X é solução da congruência dada. Podemos então supor que 7 não divide X e
procurar outras possíveis soluções. Neste caso, pelo Teorema de Fermat, sabemos que
X 6 ≡ 1(mod7)
X 49 + X 14 + X 12 − 2X ≡ X 2 − X + 1(mod7)
Analisando cada caso (exceto X ≡ 0(mod7) que já sabemos ser solução da congruência original), temos a tabela
abaixo, na qual todas as congruências são módulo 7.
X ≡ 1 ⇒ X2 − X + 1 ≡ 1
X ≡ 2 ⇒ X2 − X + 1 ≡ 3
X ≡ 3 ⇒ X2 − X + 1 ≡ 0
X ≡ 4 ⇒ X2 − X + 1 ≡ 6
X ≡ 5 ⇒ X2 − X + 1 ≡ 0
X ≡ 6 ⇒ X2 − X + 1 ≡ 3
S = {X : X = 7K, K ∈ Z} ∪ {X : X = 7K + 3, K ∈ Z} ∪ {X : X = 7K + 5, K ∈ Z}
Questão 8.
Encontre o menor natural k, k > 2008, tal que 1 + 2 + · · · + k seja um múltiplo de 13. Justifique sua resposta.
Uma solução:
k(k + 1)
Sabemos que 1 + 2 + · · · + k = . Assim, para que a soma seja um múltiplo de 13, temos que ter que k(k + 1)
2
é um múltiplo de 13 e já que 13 é um número primo, então ou k ou k + 1 é um múltiplo de 13. Como queremos o
menor valor de k para que isto aconteça, devemos ter que k + 1 é um múltiplo de 13; assim k + 1 = 2015 e portanto
k = 2014.
ENQ2014.1 - Gabarito e Pauta de Correção
Questão 1 [ 1,0 pt ]
O máximo divisor comum de dois inteiros positivos é 20. Para se chegar a esse resultado pelo processo das divisões
sucessivas, os quocientes encontrados foram, pela ordem, 1, 5, 3, 3, 1 e 3. Encontre os dois números.
Solução
Utilizando o processo das divisões sucessivas, para os inteiros positivos a, b, obtém-se:
• a = b · 1 + r; 0 < r < b
• b = r · 5 + r1 ; 0 < r 1 < r
• r = r1 · 3 + r2 ; 0 < r 2 < r 1
• r1 = r2 · 3 + r3 ; 0 < r 3 < r 2
• r2 = r3 · 1 + r4 ; 0 < r 4 < r 3
• r3 = r4 · 3
Portanto, r4 = (a, b) = 20 e r3 = 60. Substituindo esses valores nas equações anteriores encontra-se a = 6180 e b = 5200.
Pauta de correção
Dado um polı́gono regular convexo de n lados inscrito em um cı́rculo de raio R, seja ln o comprimento dos lados e
seja an a distância do centro do cı́rculo aos lados do polı́gono (an é o apótema do polı́gono).
Solução
(a) Dados um cı́rculo de raio R e um dodecágono regular nele inscrito, considere um triângulo cujos lados sejam dois raios do
cı́rculo e um dos lados do dodecágono. Este triângulo tem dois lados de medida R e um de medida l12 . O ângulo do triângulo
oposto ao lado de medida l12 é central, correspondendo a um arco de medida 360◦ /12 = 30◦ . Assim, pela lei dos cossenos,
e, com isso,
√
q
l12 = R 2− 3.
A altura do triângulo considerado acima, relativa ao lado de medida l12 , tem medida a12 , e divide o triângulo em dois
triângulos retângulos cujos catetos medem a12 e l12 /2, e cuja hipotenusa é R. Assim,
2
l12
R2 = + (a12 )2 ,
2
logo,
2
l12
(a12 )2 = R2 −
2
√
2 2− 32
= R −R ·
4
√
2 2+ 3
= R · .
4
Portanto,
√ p
2+ 3 R
a12 = .
2
(b) O primeiro triângulo considerado no item (a), é isósceles e tem o ângulo do vértice de medida 30◦ . Logo, seus outros
dois ângulos medem 75◦ . O triângulo retângulo utilizado em (a) para o cálculo de a12 tem então catetos adjacente e oposto
de medidas p √ p √
R 2− 3 R 2+ 3
l12 /2 = e a12 = ,
2 2
respectivamente. Assim,
! p √ p √
a12
◦ R 2 + 3 /2 2+ 3
tg 75 = = ! p √ = p √ .
l12 /2 R 2 − 3 /2 2− 3
p √
Multiplicando numerador e denominador da expressão acima por 2 + 3, obtém-se
√
tg 75◦ = 2 + 3.
Pauta de correção
Item (a)
Item (b)
Questão 3 [ 1,0 pt ]
Um quadrilátero tem os seus vértices sobre cada um dos lados de um quadrado, cujo lado tem medida 1. Sabendo
que as medidas dos lados desse quadrilátero são a, b, c e d, prove que
2 ≤ a2 + b2 + c2 + d2 ≤ 4.
Solução
Denote por ABCD o quadrado de lado 1 e por M N OP o quadrilátero inscrito no quadrado tal que P M = a, M N = b, N O = c
e OP = d, conforme mostra a figura.
Denote ainda por x = AM , y = BN , z = CO e t = DP . Como o quadrado ABCD tem lado 1, tem-se que M B =
1 − x, CN = 1 − y, OD = 1 − z e P A = 1 − t. Usando o Teorema de Pitágoras nos triângulos retângulos AM P, M BN, N CO
e ODP, conclui-se que
a2 = x2 + (1 − t)2 ,
b2 = (1 − x)2 + y 2 ,
c2 = (1 − y)2 + z 2 ,
d2 = (1 − z)2 + t2 .
Somando, obtém-se
onde f (x) = 2x2 −2x+1, x ∈ [0, 1]. Agora é necessário calcular os valores de máximo e mı́nimo da função f (x) = 2x2 −2x+1, x ∈
[0, 1]. Visto que f é uma função quadrática de coeficiente lı́der positivo, o valor mı́nimo ocorre no vértice (desde que esse vértice
esteja dentro do intervalo) e o valor máximo ocorre em um dos extremos do intervalo. Como f (0) = f (1) = 1, a simetria da
parábola assegura que o vértice está dentro do intervalo e ocorre em x = 1/2. Como f (1/2) = 1/2, obtém-se que
1
≤ f (x) ≤ 1, ∀ x ∈ [0, 1].
2
Desta forma, como a2 + b2 + c2 + d2 = f (x) + f (y) + f (z) + f (t), conclui-se que
1 1 1 1
2= + + + ≤ a2 + b2 + c2 + d2 ≤ 1 + 1 + 1 + 1 = 4.
2 2 2 2
Pauta de correção
• Perceber que as medidas a, b, c e d são hipotenusas de triângulos retângulos e usar o Teorema de Pitágoras: [0,25].
• Perceber que a soma a2 + b2 + c2 + d2 pode ser escrita da forma f (x) + f (y) + f (z) + f (t), onde f (u) = 2u2 − 2u + 1:
[0,5]
• Usar máximos e mı́nimos de funções quadráticas no intervalo [0, 1] para concluir as desigualdades: [0,25].
Questão 4 [ 1,0 pt ::: (a)=0,5; (b)=0,5 ]
De uma caixa contendo 50 bolas numeradas de 1 a 50 retiram-se duas bolas, sem reposição. Determine a probabi-
lidade de:
(a) o número da primeira bola ser divisı́vel por 3 e o número da segunda bola ser divisı́vel por 5.
(b) o número da primeira bola ser divisı́vel por 4 ou o número da segunda bola ser divisı́vel por 6.
Solução
(a) Das 50 bolas numeradas que constam na caixa, 16 bolas correspondem a números divisı́veis por 3 e 10 bolas correspon-
dem a números divisı́veis por 5. Entretanto há 3 bolas (15, 30 e 45) que correspondem a números divisı́veis por 15,
sendo, portanto, divisı́veis tanto por 3 quanto por 5.
O evento retirar da caixa duas bolas, sem reposição, de modo que o número da primeira seja divisı́vel por 3 e da segunda
seja divisı́vel por 5, pode ser distribuı́do em dois eventos:
Evento A: O número da primeira bola é divisı́vel por 3, mas não por 5, e o número da segunda bola é divisı́vel por 5:
13 10 130
P (A) =× =
50 49 2450
Evento B: O número da primeira bola é divisı́vel por 3 e também por 5, e o número da segunda bola é divisı́vel por 5:
3 9 27
P (B) =
× =
50 49 2450
157
Assim, a probabilidade de o número da primeira bola ser divisı́vel por 3 e o da segunda ser divisı́vel por 5 é 2450
.
(b) Das 50 bolas numeradas que constam na caixa, 12 bolas correspondem a números divisı́veis por 4 e 8 bolas compreendem
a números divisı́veis por 6. Entretanto há 4 bolas (12, 24, 36 e 48) que compreendem a números divisı́veis por 12, sendo,
portanto, divisı́veis tanto por 4 quanto por 6.
A probabilidade de retirar da caixa duas bolas, sem reposição, de modo que o número da primeira seja divisı́vel por 4
ou o da segunda seja divisı́vel por 6, pode ser calculada retirando-se da probabilidade total a probabilidade do evento
o número da primeira bola não ser divisı́vel por 4 e o da segunda não ser divisı́vel por 6, que não satisfaz a condição
inicial apresentada . Tal evento deve ser analisado sob dois outros eventos que o compõem:
Evento C: O número da primeira bola não é divisı́vel por 4 mas é divisı́vel por 6, e o número da segunda bola não é
divisı́vel por 6:
4 42 168 84
P (C) =× = =
50 49 2450 1225
Evento D: O número da primeira bola não é divisı́vel por 4 e nem é divisı́vel por 6, e o número da segunda bola não é
divisı́vel por 6:
34 41 1394 697
×
P (D) = = =
50 49 2450 1225
Desse modo, a probabilidade de o número da primeira bola não ser divisı́vel por 4 e o da segunda não ser divisı́vel por
781
6 é 1225
. Logo, a probabilidade de retirar da caixa duas bolas, sem reposição, de modo que o número da primeira seja
divisı́vel por 4 ou o da segunda seja divisı́vel por 6 é:
781 444
1− =
1225 1225
Pauta de correção
Item (a)
• Calcular corretamente a probabilidade de um dos dois eventos (A ou B) [0,25]
Item (b)
Questão 5 [ 1,0 pt ]
Solução
k + H1 + · · · + Hk−1 = kHk .
Pauta de correção
(b) Mostre também que os tetraedros CDEF e ACDE têm o mesmo volume e conclua que o volume de um
tetraedro é a terça parte do produto da área da base pela altura.
Informação: Assuma o fato de que dois tetraedros com bases de mesma área e alturas congruentes têm volumes
iguais.
Solução
(a) Considerando o tetraedro ABCE com base ABC, sua altura é igual à do prisma. Considerando CDEF com base DEF ,
sua altura também é igual à do prisma. Como ABC e DEF são congruentes, pela definição de prisma, as bases dos
tetraedros têm mesma área. Como as alturas são congruentes, ABCE e CDEF têm mesmo volume.
(b) Como ACDF é um paralelogramo, os triângulos ACD e CDF são congruentes, logo têm mesma área. Observe que
estes dois triângulos estão contidos em um mesmo plano π. Considerando ACD como base de ACDE, a altura deste
tetraedro é a distância de E a π. Sendo CDF a base de CDEF , a altura é a distância de B a π. Mas, pela definição de
prisma, BE é paralelo a π, logo, as distâncias de B e E a π são iguais, e, então, os tetraedros têm mesma altura. Como
a área da base é igual, os volumes são iguais.
O volume do prisma é dado por Área(ABC) · h, onde h é sua altura. Os volumes dos três tetraedros ABCE, CDEF e
ACDE, nos quais o prisma pode ser decomposto, são iguais, logo
Pauta de correção
Item (a)
• Concluir a igualdade dos volumes, utilizando que as bases ABC e DEF são congruentes e que as alturas relativas a
estas bases são iguais [0,25]
Item (b)
• Perceber o outro desses dois fatos e concluir a igualdade dos volumes [0,25]
• Concluir que o volume do tetraedro é um terço do volume do prisma, utilizando a decomposição do prisma nos tetraedros
ACDE, CDEF e ABCE e o fato de que têm mesmo volume. [0,25]
Questão 7 [ 1,0 pt ]
Solução
Seja a um inteiro qualquer. Observe que 21 = 3 × 7, com (3,7)=1 e assim [3,7]=21. Como 3 e 7 são primos, pelo Pequeno
Teorema de Fermat, tem-se que a7 ≡ a mod 7 e a3 ≡ a mod 3. Tomando a congruência a3 ≡ a mod 3, elevando ao quadrado,
segue que a6 ≡ a2 mod 3. Em seguida, multiplicando por a, vemos que a7 ≡ a3 mod 3, donde a7 ≡ a mod 3. Agora, como
a7 ≡ a mod 3 e a7 ≡ a mod 7, segue que a7 ≡ a mod [3, 7], isto é, a7 ≡ a mod 21.
Alternativa 1: Pode-se também mostrar que a7 ≡ a mod 3 usando a outra forma do Pequeno Teorema de Fermat: Se 3 | a
tem-se que a ≡ 0 mod 3 , portanto a7 ≡ a mod 3. No caso 3 ∤ a, (a, 3) = 1 e pelo Pequeno Teorema de Fermat a2 ≡ 1 mod 3.
Elevando ao cubo e em seguida multiplicando por a tem-se que a7 ≡ a mod 3.
Alternativa 2: Pode-se usar também classes residuais: Seja a um inteiro qualquer. Segue que a ≡ 0 mod 3, a ≡ 1 mod 3
ou a ≡ 2 mod 3. Se a ≡ 0 mod 3 tem-se que a7 ≡ a mod 3. Se a ≡ 1 mod 3 tem-se que a7 ≡ 1 mod 3, donde a7 ≡ a mod 3.
No caso a ≡ 2 mod 3, elevando ao quadrado, segue que a7 ≡ 27 mod 3, onde 27 ≡ 2 mod 3, portanto a7 ≡ a mod 3.
Pauta de correção
• Provar que a7 ≡ a mod 7 [0, 25]
• Provar que a7 ≡ a mod 3 [0, 5]
• Concluir que a7 ≡ a mod [3, 7] [0, 25]
Solução
(a) O objetivo é mostrar que, dados x1 , x2 ∈ X satisfazendo f (x1 ) = f (x2 ), então x1 = x2 . Assuma f (x1 ) = f (x2 ). Como
g : Y → X é uma função, tem-se que g(f (x1 )) = g(f (x2 )), isto é, (g ◦ f )(x1 ) = (g ◦ f )(x2 ). Como g ◦ f : X → X é
injetiva por hipótese, conclui-se que x1 = x2 , ou seja, f : X → Y é injetiva.
(b) O objetivo é mostrar que, dado qualquer y ∈ Y, existe x ∈ X tal que f (x) = y. Visto que f ◦ g : Y → Y é sobrejetiva,
dado qualquer y ∈ Y, existe y1 ∈ Y tal que (f ◦ g)(y1 ) = y, isto é f (g(y1 )) = y. Denotando por x = g(y1 ) ∈ X, conclui-se
que, dado y ∈ Y, existe x = g(y1 ) ∈ X tal que f (x) = y, isto é, f é sobrejetiva.
Pauta de correção
Item (a)
• Usar corretamente as definições de injetividade e composição de funções [0,25]
• Concluir corretamente a solução do item [0,25]
Item (b)
• Usar corretamente as definições de sobrejetividade e composição de funções [0,25]
• Concluir corretamente a solução do item [0,25]
GABARITO E PAUTA DE CORREÇÃO DO ENQ-2014.2
Solução
(a) Suponha que p ∤ a e seja d = (p, a). Segue que d | p e d | a. Como p é primo, d = p ou d = 1. Mas d 6= p, pois
p ∤ a e, consequentemente d = 1.
(b) Basta provar que, se p | ab e p ∤ a, então p | b. Suponha então que p | ab e p ∤ a. Segue que (a, p) = 1 e daı́,
existem r e s inteiros tais que ra + sp = 1. Multiplicando esta equação por b tem-se que rab + spb = b. Mas
p | ab e p | p, portanto p | b.
PAUTA DE CORREÇÃO:
Item (a)
• Usar o fato de que p é primo e concluir que (p, a) = p ou (p, a) = 1 [0, 25]
Item (b)
(a) Como xn+1 = 2xn + yn e yn+1 = 5xn − 2yn , segue que xn+2 = 2xn+1 + yn+1 = 2(2xn + yn ) + 5xn − 2yn =
4xn + 2yn + 5xn − 2yn = 9xn .
(b) A recorrência xn+2 − 9xn = 0 tem como equação caracterı́stica r2 − 9 = 0, cujas raı́zes são r1 = −3 e r2 = 3.
Com isso a solução da recorrência é dada por xn = C1 (−3)n + C2 · 3n . Como x0 = y0 = 1 temos que
x1 = 2x0 + y0 = 3. Logo segue que 1 = C1 (−3)0 + C2 · 30 e 3 = C1 (−3)1 + C2 · 31 , ou seja, C1 + C2 = 1 e
−3C1 + 3C2 = 3, cuja solução é C1 = 0 e C2 = 1. Portanto xn = 3n e yn = xn+1 − 2xn = 3n+1 − 2 · 3n = 3n .
PAUTA DE CORREÇÃO:
Item (a)
Item (b)
Questão 3 [ 1,0 pt ]
Solução
No triângulo ABC, temos que ha é a altura relativa ao lado a, hb é a altura relativa ao lado b e hc é a altura relativa
ao lado c. Sendo assim, podemos escrever três relações que fornecem a mesma área, ou seja, a área do triângulo
ABC:
a · ha b · hb c · hc
= =
2 2 2
a
Dessa forma, temos que a · ha = b · hb = c · hc . Como a · ha = (1/h a)
, podemos reescrever a expressão anterior na
forma:
a b c
1 = 1 = 1 ,
ha hb hc
o que mostra que os triângulos de lados a, b, c e lados (1/ha ), (1/hb ), (1/hc ) são semelhantes.
PAUTA DE CORREÇÃO:
• Observar que a · ha /2, b · hb /2 e c · hc /2 são, as três, expressões da área do triângulo (ou, obviamente, que
a · ha ,b · hb e c · hc são o dobro da área) [0,5]
• Utilizar a conclusão anterior para concluir que a/(1/ha ) = b/(1/hb ) = c/(1/hc ) [0,25]
Solução
x+y
(a) Como x < y por hipótese, somando x em ambos os lados desta desigualdade tem-se 2x < x+y, logo x < .
2
De modo análogo, somando y em ambos os lados de x < y tem-se x + y < 2y, ou seja, x+y 2 < y. Portanto
x+y y−x
segue-se que x < < y. Por outro lado, x < y ⇒ y − x > 0 ⇒ √ > 0 e somando x em ambos os
2 2
y−x
lados desta última desigualdade obtém-se x < x + √ . Para demonstrar a segunda parte da desigualdade,
2
y−x
observe que x + √ < y
√ 2 √ √ √
equivale a 2x + y − x < 2y, ou ainda, ( 2 − 1)x < ( 2 − 1)y que nos dá x < y. Portanto, usando argumento
y−x
de volta, pode-se concluir que x + √ < y e, juntando as duas partes chega-se a desigualdade desejada,
2
y−x
x < x + √ < y.
2
x+y
(b) A primeira parte do item (a) nos diz que o número z1 = está situado entre os números racionais x e y e
2
como soma e produto de números racionais é um número racional, segue que z1 satisfaz a condição requerida.
y−x
A segunda parte de (a) nos diz que o número z2 = x + √ também está situado entre os números racionais
2
1
x e y e para concluir, basta ver que z2 é irracional. Sabemos que √ é irracional e que produto de irracional
2
1 y−x
por racional não nulo é irracional. Como y − x > 0 é racional, segue que √ · (y − x) = √ é irracional.
2 2
y−x
A soma de um racional com um irracional também é irracional e portanto z2 = x + √ é irracional e está
2
situado entre os números racionais x e y.
PAUTA DE CORREÇÃO:
Item (a)
x+y
• Provar que x < <y [0,25]
2
y−x
• Provar que x < x + √ < y [0,25]
2
Item (b)
• Provar que entre dois números racionais existe pelo menos um racional [0,25]
• Provar que entre dois números racionais existe pelo menos um irracional [0,25]
Questão 5 [ 1,0 pt ]
Em uma cesta contendo ovos, na contagem de dois em dois, de três em três, de quatro em quatro e de
cinco em cinco, sobram 1, 2, 3 e 4 ovos, respectivamente. Qual é a menor quantidade de ovos que a cesta
pode ter?
Solução
Representamos por N o número procurado. Sabemos que N é uma solução do seguinte sistema de congruências:
x ≡ 1 mod 2
x ≡ 2 mod 3
x ≡ 3 mod 4
x ≡ 4 mod 5
Como (3, 4) = (3, 5) = (4, 5) = 1 consideramos primeiramente o sistema formado pelas três últimas congruências e
usamos o Teorema Chinês dos Restos para resolvê-lo. Neste caso, M = 3 · 4 · 5 = 60, M1 = 20, M2 = 15 e M3 = 12.
Por outro lado, y1 = 2, y2 = 3 e y3 = 3 são soluções, respectivamente, das congruências 20y1 ≡ 1 mod 3, 15y2 ≡ 1
mod 4 e 12y3 ≡ 1 mod 5. Portanto, uma solução é dada por
M1 y1 c1 + M2 y2 c2 + M3 y3 c3 = 20 · 2 · 2 + 15 · 3 · 3 + 12 · 3 · 4 = 359.
As soluções do sistema são x = 359 + 60t, onde t ∈ Z. A menor solução é 59, quando t = −5. Como 59 também
satisfaz a primeira congruência concluimos que N = 59.
PAUTA DE CORREÇÃO:
Outra solução :
Representamos por N o número procurado. Sabemos que N é uma solução do seguinte sistema de congruências:
x≡ 1 mod 2
x≡ 2 mod 3
x≡ 3 mod 4
x≡ 4 mod 5
o qual é equivalente à congruência x + 1 ≡ 0 mod [2, 3, 4, 5], onde [2, 3, 4, 5] = 60, obtemos as soluções x + 1 = 60t,
onde t ∈ Z. A menor solução positiva ocorre quando t = 1, portanto N = 59.
PAUTA DE CORREÇÃO:
Questão 6 [ 1,0 pt ]
Um aluno achou um resultado diferente de 25, que era a resposta esperada pelo professor. Ele obteve
um polinômio P (x) satisfazendo cinco condições: P (1) = 1, P (2) = 4, P (3) = 9, P (4) = 16 e P (5) 6= 25.
Encontre um polinômio P (x) satisfazendo as condições acima e tal que P (5) = 36.
Solução
Seja Q(x) = P (x) − x2 . Observe que x = 1, x = 2, x = 3, x = 4 são raı́zes de Q(x) e podemos escrevê-lo da seguinte
forma:
Q(x) = h(x)(x − 1)(x − 2)(x − 3)(x − 4),
Como o enunciado pede para encontrarmos um polinômio, façamos h(x) = k, sendo k uma constante a ser determinada
11
com P (5) = 36. Substituindo x = 5 em P (x), P (5) = 36 = 52 + k.4.3.2.1 e encontramos k = 24 .
11
Logo P (x) = x2 + 24 (x − 1)(x − 2)(x − 3)(x − 4) é um polinômio que satisfaz as condições do enunciado.
PAUTA DE CORREÇÃO:
• Descrever que Q(x) é da forma Q(x) = h(x)(x − 1)(x − 2)(x − 3)(x − 4) [0,25]
Questão 7 [ 1,0 pt ]
Considere um cubo de aresta a. A partir de um vértice, e sobre as três arestas que nele concorrem, são
a
assinalados os pontos que distam 3 deste vértice. Os três pontos assim obtidos, junto com o vértice do
cubo, são vértices de um tetraedro. Repetindo o processo para cada vértice, e retirando-se do cubo os oito
tetraedros assim formados, obtém-se o poliedro P restante. Calcule a área total de P .
Solução
A área do total poliedro P pode ser calculada subtraindo-se, da área total do cubo, as áreas de 24 triângulos retângulos
a
de catetos 3, correspondentes às 3 faces laterais de cada um dos 8 tetraedros retirados, e somando-se a área de 8
√
a 2
triângulos equiláteros de lado 3 , correspondentes às bases de cada um dos 8 tetraedros.
a
• Área de cada triângulos retângulos de catetos 3:
1 a 2 a2
A1 = · = .
2 3 18
√
a 2
• Área de cada triângulos equiláteros de lados 3 :
√ !2 √ √ √
a 2 3 2a2 3 a2 3
A2 = · = · = .
3 4 9 4 18
AP = 6 AC − 24 A1 + 8 A2
√
2 a2 a2 3
= 6a − 24 · +8·
18 √ 18
2 2
4a 4a 3
= 6a2 − +
√3 9
a2 · (4 3 + 42)
= .
9
PAUTA DE CORREÇÃO:
• Apresentar a estratégia para cálculo da área e calcular corretamente a área do cubo [0,25]
• Calcular corretamente a área de cada face triangular a ser retirada (A1 ) [0,25]
• Calcular corretamente a área de cada face triangular a ser somada (A2 ) [0,25]
• Calcular corretamente a área total, a partir das áreas acima obtidas, observando o número correto de faces a
serem somadas ou retiradas [0,25]
Outra solução:
O poliedro P obtido é formado por 8 faces triangulares e 6 faces octogonais. Considerando A1 a área de uma face
triangular e A2 a área de uma face octogonal, teremos que a área A do Poliedro P será dada por A = 8 · A1 + 6 · A2 .
As faces octogonais são obtidas, cada uma, retirando-se de um quadrado de lado a quatro triângulos retângulos
# 2 2
cujos catetos medem a3 . A área de cada um desses triângulos será 12 a3 = a18 . Assim, a área de cada face octogonal
a2 7a2
será A1 = a2 − 4 · 18 = 9 .
√
a 2
As faces triangulares são equiláteras, de lados l = 3 , que podem ser obtidos √
observando que os lados do tetraedro
a a2 3
retirado são triângulos retângulos de catetos medindo 3 . Sendo assim, A2 = 18 .
Assim podemos calcular a área A do poliedro P :
AP = 6 · (A1 ) + 8 · (A2 )
√
7a2 a2 3
= 6· +8·
9√ 18
a2 · (4 3 + 42)
= .
9
PAUTA DE CORREÇÃO:
• Apresentar uma forma correta de cálculo da área de cada face octogonal (retirando as áreas dos quatro
triângulos ou outro caminho equivalente) [0,25]
• Calcular corretamente a área total, a partir das áreas obtidas para cada tipo de face, observando o número
correto de faces de cada tipo [0,25]
Considere que foram efetuadas todas as permutações possı́veis dos algarismos que compõem o número
78523, listando os números obtidos em ordem crescente.
Solução
(a) Para obter a posição do número 78523 nesta lista, calcularemos quantos números estão antes dele na lista.
Os primeiros números, nesta lista, são aqueles que iniciam com 2. Permutando os outros 4 algarismos, temos
4! = 24 números que iniciam com 2. Os próximos números são os iniciados com 3. Como no caso anterior,
trata-se de 24 números. Seguem-se os números iniciados com 5, que também são 24 números. Os próximos
números são os iniciados com 72, 73 e 75. Para cada um destes casos, permutandos os outros 3 algarismos,
temos mais 3! = 6 números. Finalmente, temos os números iniciados com 782 e 783, com 2 números em cada
caso. Sendo assim, a posição do número 78523 é
3 × 24 + 3 × 6 + 2 × 2 + 1 = 95.
Outra Solução:
Para obter a posição do número 78523 nesta lista, calcularemos quantos números estão depois dele na lista.
Permutando os 5 algarismos, calculamos que a lista tem um total de 5! = 120 números. Os últimos números,
nesta lista, são aqueles que iniciam com 8. Permutando os outros 4 algarismos, temos 4! = 24 números que
iniciam com 8. Antes destes temos o número 78532, que está imediatamente após o número 78523. Sendo
assim, a posição do número 78523 é
120 − 24 − 1 = 95.
(b) Permutando os 5 algarismos, vemos a lista tem um total de 5! = 120 números. Para calcular a soma destes
números, devemos perceber que cada algarismo do número 78523 aparece na posição das unidades em 4! = 24
números. Assim temos (7 + 8 + 5 + 2 + 3) × 24 = 600 unidades. O mesmo ocorre na posição das dezenas,
centenas, milhares e dezenas de milhares. Portanto, a soma é igual a
PAUTA DE CORREÇÃO:
Item (a)
• Perceber que existem 24 números iniciando com 2, 3 e 5 [0,25]
• Calcular corretamente a posição ocupada pelo número 78523 [0,25]
Solução alternativa para o item (a)
Item (b)
• Perceber que cada algarismo aparece 24 vezes em cada posição [0,25]
• Calcular corretamente a soma [0,25]
Gabarito e Pauta de Correção – ENQ 2015.1
(a) Mostre que se x e y são números irracionais tais que x2 − y 2 seja racional
não nulo, então x + y e x − y são ambos irracionais.
(b) Sabendo que a raiz quadrada de um número primo é irracional, prove que
√ √ √ √
se p e q são primos distintos, então p + q e p − q são números
irracionais.
Solução
(a) Sejam x e y irracionais tais que x2 − y 2 é racional não nulo (em particular
x 6= ±y). Agora suponha, por absurdo, que x + y e x − y não são ambos
irracionais, isto é, que pelo menos um deles é racional. Note que, como x 6= −y
e x 6= y, temos que
x2 − y 2 x2 − y 2
x−y = e x+y = .
x+y x−y
x + y ∈ Q ⇐⇒ x − y ∈ Q.
(x + y) + (x − y)
Mas isto implica que x = é racional, o que dá um absurdo.
2
Logo x + y e x − y são números irracionais.
√ √
(b) Sejam p e q primos distintos. Logo p e q são números irracionais.
√ √ √ √ √ 2 √
Note que p+ q p − q = ( p) − ( q)2 = p − q é um número racional
√ √
não nulo. Portanto, pelo item (a), podemos concluir que tanto p + q quanto
√ √
p − q são irracionais.
Pauta de Correção:
Item (a)
• Deduzir que x + y é racional se, e somente se, x − y é racional. [0,25]
• Provar que x + y e x − y são irracionais. [0,25]
Item (b)
• Usar o item (a) e deduzir o resultado do item (b). [0,5]
Questão 02 [ 1,00 ::: (a)=0,75; (b)=0,25 ]
a+b a−b
(a) Sabendo que sen a + sen b = 2 sen cos
, prove que
2 2
x+y
se x, y ∈ (0, π) e x 6= y, então sen x + sen y < 2 sen .
2
(b) Use o resultado do item (a) para resolver a equação
√
√
2x + x π
q
sen(2x)sen x = sen , 0<x< .
2 2
Solução
(a) Sejam 0 < x < π e 0 < y < π. Combinando essas duas desigualdades obtemos
x+y
0< <π (1)
2
π x−y π
− < < (2)
2 2 2
x−y
Como x 6= y, temos que 6= 0, e portanto, por (2),
2
x − y
0 < cos < 1.
2
x + y
Multiplicando esta última desigualdade por 2 sen , que é um número
2
positivo, por causa de (1), obtemos
x + y x − y x + y
2 sen cos < 2 sen .
2 2 2
Juntando essa desigualdade com a identidade dada no enunciado, concluı́mos
que
x + y
sen x + sen y < 2 sen .
2
π √
(b) Como 0 < x < , temos que 0 < 2x < π e 0 < x < π.
√ 2
Se 2x 6= x e usando o item (a) obtemos a seguinte desigualdade
√ √
√
2x + x sen(2x) + sen x
q
sen(2x)sen x = sen > ,
2 2
que contradiz a desigualdade entre as médias aritmética e geométrica dos números
√
positivos sen(2x) e sen x.
√ 1
Portanto 2x = x e assim concluı́mos que x = .
4
2
Pauta de Correção:
Item (a)
x − y
• Deduzir que 0 < cos < 1. [0,25]
2
x + y
• Provar que sen x + sen y < 2 sen . [0,5]
2
Item (b)
• Encontrar a solução da equação. [0,25]
Solução
(a) A cada escolha de quatro dı́gitos (sem repetição), entre os dez dı́gitos, temos
uma única ordem decrescente; portanto o número de elementos pedido é igual a
! #
10
= 210.
4
(b) A quantidade dos que iniciam com o dı́gito 3 é 1 (apenas o número 3210);
4 iniciam com o dı́gito 4, a saber 4210, 4310, 4320 e 4321; os que iniciam com o
! # ! #
5 6
dı́gito 5 são no total de = 10; com o dı́gito 6 são = 20; com o dı́gito 7
3 3
são 35.
Até este momento temos um total de 70 números em ordem crescente.
A quantidade daqueles que iniciam com o dı́gito 8 e são seguidos do dı́gito:
3
! #
4
• 4 é = 6;
2
! #
5
• 5 é = 10;
2
! #
6
• 6 é = 15.
2
Pauta de Correção:
Item (a)
• Calcular corretamente a quantidade de elementos do conjunto. [0,5]
Item (b)
• Encontrar o número que está na 109a posição. [0,5]
Questão 04 [ 1,00 ]
Solução
Cada ângulo interno do pentágono regular tem medida
360◦
âi = 180◦ − = 180◦ − 72◦ = 108◦ .
5
Como DC ≡ DE, o triângulo CDE é isósceles de vértice D, e, como C D̂E = 108◦ ,
180◦ − 108◦
temos DĈE = DÊC = = 36◦ .
2
4
Como os triângulos CDE e DEA são congruentes (LAL), temos também DÂE =
AD̂E = 36◦ .
Como E ÂP = 36◦ e P ÊA = 108◦ − 36◦ = 72◦ , temos que E P̂ A = 180◦ − 36◦ −
72 = 72◦ , logo o triângulo EAP é isósceles de vértice A. Com isso, AP = EA = a.
◦
PD DE
= .
EA AD
Como EA = DE = a e AD = AP + P D = a + P D, temos
PD a
= ,
a a + PD
logo,
P D(a + P D) = a2 ,
e então
2
P D + a P D − a2 = 0.
Resolvendo a equação, temos
√
−a ± 5a2
PD = .
2
Tomando a solução positiva, temos
√
a 5−1
PD = .
2
Pauta de Correção:
• Observar ou utilizar a congruência entre os triângulos CDE e DEA. [0,25]
5
• Concluir que o triângulo EAP é isósceles de vértice A e obter AP = a. [0,25]
• Mostrar que os triângulos DP E e DEA são semelhantes. [0,25]
• Calcular P D. [0,25]
Solução
Vt + 15 · 202 = 203
e, portanto,
6
Logo,
V
= V − 2000,
27
e, portanto,
27000 3
V = cm .
13
Pauta de Correção:
Questão 06 [ 1,00 ]
Solução
Solução alternativa:
7
Observamos primeiramente que, se um número n não é divisı́vel por 3 então ele é
da forma 3k + 1 ou 3k + 2, logo n3 é da forma 9k + 1 ou 9k + 8.
Portanto, se n não é divisı́vel por 3 então n3 ≡ 1 mod 9 ou n3 ≡ 8 mod 9.
Suponha que nenhum dos inteiros a, b, c seja divisı́vel por 3. Segue que os cubos
desses números são congruentes a 1 ou a 8 módulo 9.
Considerando todas as possibilidades para a soma de três cubos teremos:
a3 + b3 + c3 ≡ 1 + 1 + 1 ≡ 3 mod 9
a3 + b3 + c3 ≡ 1 + 1 + 8 ≡ 1 mod 9
a3 + b3 + c3 ≡ 1 + 8 + 8 ≡ 8 mod 9
a3 + b3 + c3 ≡ 8 + 8 + 8 ≡ 6 mod 9
Portanto, obtemos a3 + b3 + c3 não divisı́vel por 9.
Pauta de Correção:
Solução
8
{8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 17, 19}, {7, 8, 11, 12, 13, 15, 17, 18, 19, 20},
{7, 8, 10, 11, 12, 13, 15, 17, 18, 19}, {6, 7, 9, 10, 11, 13, 15, 16, 17, 19},
{6, 7, 8, 9, 11, 13, 15, 17, 19, 20}, {6, 7, 8, 9, 10, 11, 13, 15, 17, 19},
{6, 7, 9, 11, 13, 15, 16, 17, 19, 20}, {6, 7, 8, 9, 10, 11, 13, 15, 17, 19},
{6, 9, 10, 11, 13, 14, 15, 16, 17, 19}, {6, 8, 9, 11, 13, 14, 15, 17, 19, 20},
{6, 9, 11, 13, 14, 15, 16, 17, 19, 20}, {4, 6, 9, 10, 11, 13, 14, 15, 17, 19}
e {4, 6, 7, 9, 10, 11, 13, 15, 17, 19} .
Pauta de Correção:
Item (a)
• Exibir a partição do conjunto dos números de 1 a 20 em 10 conjuntos dois a
dois disjuntos com a propriedade indicada na solução. [0,25]
• Concluir a prova do item (a). [0,25]
Item (b)
• Exibir um conjunto com a propriedade solicitada. [0,5]
Solução
(a) Como (9, 7) = 1, (9, 5) = 1 e (7, 5) = 1, o sistema tem solução. Pelo Teorema
Chinês dos Restos as soluções do sistema são
x = 35 · y1 · 1 + 45 · y2 · 5 + 63 · y3 · 3 + t · 315
sendo t ∈ Z, y1 solução de 35Y ≡ 1 mod 9, y2 solução de 45Y ≡ 1 mod 7 e y3 solução
de 63Y ≡ 1 mod 5. Os inteiros y1 = 8, y2 = 5 e y3 = 2 satisfazem as condições
impostas. Portanto
Para encontrar e menor solução positiva devemos impor 1783 + t · 315 > 0 para t ∈ Z.
−1783
1783 + t · 315 > 0 ⇐⇒ t > ⇐⇒ t > −5
315
9
A menor solução é x0 = 1783 − 5 · 315 = 208.
(b) As soluções do sistema são as soluções da congruência X ≡ 208 mod 315. Portanto
queremos saber se o sistema de congruências
(
X ≡ 208 mod 315
X ≡ 926 mod 3
possui solução. Suponhamos que existe a ∈ Z que satisfaz o sistema, isto é, existem
y, z ∈ Z tais que a − 208 = y · 315 e a − 926 = z · 3. Subtraindo as equações, temos
718 = 315y −3z. Como a última equação não tem solução, pois (315, 3) = 3 não divide
718, então o sistema não tem solução. Ou seja, nenhuma solução do item (a) é solução
da equação X ≡ 926 mod 3.
Pauta de Correção:
Item (a)
• Encontrar as soluções do sistema de congruências. [0,25]
• Encontrar a menor solução. [0,25]
Item (b)
• Descrever o sistema de congruências. [0,25]
• Mostrar que o sistema não tem solução. [0,25]
10
MESTRADO PROFISSIONAL EM MATEMÁTICA EM REDE NACIONAL
Determine TODOS os valores possı́veis para os algarismos x, y, z e t de modo que os números abaixo, representados
na base 10, tenham a propriedade mencionada:
Solução
(a) 3x90586y é divisı́vel por 60 = 22 · 3 · 5 se, e somente se, é divisı́vel simultaneamente por 4, 3 e 5.
b) 72z41t é divisı́vel por 99 = 9 · 11 se, e somente se, é divisı́vel simultaneamente por 9 e 11.
i) 72z41t é divisı́vel por 9 se, e somente se, 7 + 2 + z + 4 + 1 + t = 14 + z + t é divisı́vel por 9. Então z + t = 4 ou z + t = 13.
ii) 72z41t é divisı́vel por 11 se, e somente se, t − 1 + 4 − z + 2 − 7 = t − z − 2 é divisı́vel por 11. Então t − z = −9 ou
t − z = 2.
z + t = 4
Primeiro caso: , sem solução inteira.
t − z = −9
z + t = 4
Segundo caso: ⇔ z = 1 e t = 3.
t − z = 2
z + t = 13
Terceiro caso: ⇔ z = 11 e t = 2.
t − z = −9
z + t = 13
Quarto caso: , sem solução inteira.
t − z = 2
Resposta: 721413
Pauta de Correção:
Item (a)
• Verificar os critérios de divisibilidade por 3, 4 e 5 na conclusão de que um número é divisı́vel por 60 ou mostrar que os
números achados pelos critérios usados são efetivamente divisı́veis por 60. [0, 25]
• Determinar corretamente os valores de x e y. [0, 25]
Item (b)
• Verificar os critérios de divisibilidade por 9 e 11 na conclusão de que um número é divisı́vel por 99. [0, 25]
Questão 02 [ 1,00 ]
Solução
Na figura abaixo, denotamos por P o ponto de interseção entre BK e CH.
Nos triângulos KBC e HCB, temos KB ≡ HC, K B̂C = H ĈB e BC ≡ CB, logo, pelo caso LAL, estes triângulos são
congruentes. Assim, C K̂B = B ĤC = 90◦ , logo a mediana BK é também altura, mostrando que o triângulo ABC é isósceles,
com AB ≡ BC. Da congruência entre os triângulos KBC e HCB, concluı́mos também que BH ≡ CK.
Como BP C é isósceles, temos CP ≡ BP e, consequentemente, P K ≡ P H. Com isso, os triângulos retângulos AHP e AKP
possuem mesma hipotenusa e catetos P H e P K congruentes, logo estes triângulos são congruentes. Com isso, AH ≡ AK. E,
como BH ≡ CK, isto implica que AB ≡ AC.
• Concluir que BK é uma altura, a partir da congruência dos triângulos KBC e HBC, ou argumento equivalente. [0,25]
• Concluir que AB ≡ BC, a partir do fato de a mediana BK ser também altura ou equivalente. [0,25]
• Concluir que AH ≡ AK a partir da congruência dos triângulos AHP e AKP (ou mostrar que os triângulos AHC e
AKB são congruentes). [0,25]
• Concluir que BK é uma altura, a partir da congruência dos triângulos KBC e HBC, ou argumento equivalente. [0,25]
• Concluir que AB ≡ BC, a partir do fato de a mediana BK ser também altura ou equivalente. [0,25]
Solução
282 ≡ 22 ≡ 4 mod 13
283 ≡ 2 · 4 ≡ 8 mod 13
284 ≡ 24 ≡ 3 mod 13
286 ≡ 4 · 3 ≡ −1 mod 13
Finalizando
284 ≡ 24 ≡ 3 mod 13
288 ≡ 9 mod 13
289 ≡ 18 ≡ 5 mod 13
1000
(b)Calcular o algarismo das unidades de 7(7 )
equivale a calcular o resto da divisão deste número por 10. Tem-se que
7 ≡ −3 mod 10
72 ≡ 9 mod 10
74 ≡ 92 ≡ 1 mod 10
Pauta de Correção
Item (a)
Solução
(a) Seja P (n) a proposição (1 + x)n > 1 + nx.
Temos que P (1) é verdadeira, uma vez que 1 + x > 1 + x.
Suponha agora que P (n) seja verdadeira para n = k. Mostraremos que P (k) implica P (k + 1). De fato, considere (1 + x)k >
1 + kx. Note que (1 + x) é um número real não negativo, visto que x > −1. Assim, multiplicando ambos os lados da
desigualdade anterior por (1 + x), temos
n
(n + 2) −1 (n + 2) −n
· 1+ > · 1 + .
(n + 1) (n + 1)2 (n + 1) (n + 1)2
Assim segue que
(n + 2) (n + 1)2 − n
an+1 (n + 2) −n
> · 1+ = · =
an (n + 1) (n + 1)2 (n + 1) (n + 1)2
(n + 2)(n2 + n + 1) n3 + 3n2 + 3n + 2
3
= 3 > 1.
(n + 1) n + 3n2 + 3n + 1
Portanto an+1 > an .
Pauta de correção:
Item (a)
Item (b)
an+1
• Mostrou a identidade para da sugestão, e usou o item (a). [0,25]
an
• Finalizou corretamente a questão. [0,25]
Seja f (x) = ax2 + bx + c uma função quadrática com a > 0 e ∆ = b2 − 4ac > 0.
Considere o triângulo ABV , onde A e B são os pontos de interseção da parábola correspondente ao gráfico de f com
o eixo das abcissas e V é o vértice da parábola.
p
∆(∆ + 4)
(a) Mostre que BV = .
4a
(b) Mostre que o triângulo ABV é equilátero se, e somente se, ∆ = 12.
Solução
Portanto, p
∆2 ∆2 ∆2 + 4∆ ∆(∆ + 4)
BV = 2 + = , logo BV = .
4a 16a2 16a2 4a
(b) Como o triângulo é isósceles (pela simetria da parábola), BV = AV . Portanto, o triângulo será equilátero se, e somente
se, BV = AB. Temos p √
∆(∆ + 4) ∆ √
BV = AB ⇐⇒ = ⇐⇒ ∆ + 4 = 4 ⇐⇒ ∆ = 12.
4a a
Pauta de Correção
Item (a)
Item (b)
• Estabelecer alguma condição necessária e suficiente para o triângulo ser equilátero. [0,25]
Questão 06 [ 1,00 ]
No paralelepı́pedo reto retângulo da figura seguinte, calcule a distância do vértice C ao segmento AM , sendo M o
ponto médio de CE.
Solução
Inicialmente, aplicando o teorema de Pitágoras ao triângulo ABC, calculamos o comprimento do segmento AC:
2 2 2
AC = AB + BC = ℓ2 + (2ℓ2 ).
√
Daı́ segue que AC = ℓ 5.
Analisando agora o triângulo ACM , concluı́mos que ele é retângulo em C pois o segmento M C é perpendicular à face
ABCD do paralelepı́pedo e, portanto, perpendicular ao segmento AC contido nesta face.
Ainda observando o triângulo retângulo ACM , o segmento CN é perpendicular à hipotenusa AM pois CN representa a
distância de C à reta AM e, por definição, distância de ponto à reta é sempre perpendicular à reta.
2
√ 2
AM = (2ℓ)2 + ℓ 5 ,
e assim
AM = 3ℓ.
Usando que o produto da hipotenusa pela altura correspondente é igual ao produto dos catetos temos que:
AM · CN = AC · CM ,
substituindo os valores correspondentes temos que:
√
3ℓ · CN = ℓ 5 · 2ℓ,
logo, √
2ℓ 5
CN = .
3
Pauta de correção:
• Calcular AC corretamente. [0,25]
• Calcular AM corretamente. [0,25]
• Observar que a distância de C ao segmento AM é o comprimento de um segmento CN perpendicular a AM . [0,25]
• Calcular CN . [0,25]
Questão 07 [ 1,00 ]
cos(3x− π4 )
Determine todos os valores de x ∈ R tais que 1 − cos2 x
!
= 1.
Solução
Reescrevendo a equação da forma
(sen2 x)cos(3x− 4 ) = 1,
π
notamos inicialmente que a equação está bem definida para todo x ∈ R visto que a base é um número real não negativo.
Usando propriedades das exponenciais, observamos a ocorrência de apenas duas situações:
(i) A base é igual a 1 e o expoente é um número real qualquer, ou seja, sen2 x = 1 e cos 3x − π4 ∈ R.
!
π
Nesse caso temos sen x = ±1, isto é, x = + nπ, n ∈ Z.
2
(ii) A base é um número real positivo e o expoente é nulo, isto é, sen2 x > 0 e cos 3x − π4 = 0.
!
π π π π
Nesse caso, temos 3x − = + kπ, k ∈ Z, isto é, x = + k , k ∈ Z.
4 2 4 3
Observação: Visto que sen2 x e cos 3x − π
não se anulam para o mesmo valor de x, a situação 00 nunca ocorre na equação.
!
4
Pauta de Correção:
Será formada uma fila com h homens e m mulheres, onde h > 2 e m > 1.
(a) Quantas filas distintas poderão ser formadas, tendo um homem no final da fila?
(b) Qual a probabilidade de uma das filas do item (a) ter um homem na primeira posição da fila?
Solução
(a) Há h possibilidades de escolha do homem para o final da fila. Em seguida devemos formar uma fila com h + m − 1
pessoas (h − 1 homens e m mulheres) que pode ser feito de (h + m − 1)! maneiras. Com isso, o número de filas possı́veis
tendo um homem no final é igual a h · (h + m − 1)! .
(b) Para formar uma fila com um homem no final e outro no inı́cio, temos h possibilidades para o homem no final, h − 1
maneiras para escolha do primeiro da fila e (m+h−2)! modos de formar o restante da fila. Assim temos h(h−1)(h+m−2)!
filas com um homem em primeiro lugar e um homem no final da fila.
Portanto a probabilidade de uma das filas do item (a) ter um homem em primeiro lugar é igual a
Pauta de correção:
Item (a)
Item (b)
(a) Seja x0 , y0 uma solução da equação diofantina aX + bY = c, onde a, b são inteiros não nulos e (a, b) = 1. Prove
que as soluções x, y em Z da equação são x = x0 + tb e y = y0 − ta, com t ∈ Z.
Solução
Como (a, b) = 1, segue-se que b|(x − x0 ), logo x − x0 = tb, com t ∈ Z. Substituindo x − x0 na equação acima, segue-se
que y0 − y = ta, isto é, as soluções são do tipo exibido.
Por outro lado, x, y como no enunciado são soluções, pois
(b) Uma solução da equação 7X + 19Y = 781 é x0 = 3 e y0 = 40. De fato, 7 · 3 + 19 · 40 = 21 + 760 = 781. Pelo item (a)
as soluções da equação são: x = 3 + 19t e y = 40 − 7t com t ∈ Z. Para encontrar as soluções em N ∪ {0} devemos ter
x > 0 e y > 0. Assim segue que
3
3 + 19t > 0 ⇔ 19t > −3 ⇔ t > −
19
40
40 − 7t > 0 ⇔ −7t > −40 ⇔ t 6
7
Logo t = 0, 1, 2, 3, 4, 5 e as soluções procuradas são: (3, 40), (22, 33), (41, 26), (60, 19), (79, 12), (98, 5).
Pauta de Correção:
Item (a)
Item (b)
Dados dois segmentos de medidas distintas a e b, descreva como construir, com régua e compasso, segmentos de
a+b √
medidas e ab .
2
Solução
Consideramos três pontos colineares A, B e C, de maneira que B pertença ao segmento AC, AB = a e BC = b.
a+b
Construção de :
2
• Traçamos duas circunferências de raio a + b, uma com centro em A e outra com centro em B. Chamamos de D e E os
pontos de interseção entre elas.
• Traçamos a reta por D e E. Chamamos de M a interseção dessa reta com o segmento AC.
a+b
• O segmento AM mede , uma vez que DM é altura do triângulo equilátero ACD e portanto é mediana.
2
√
Construção de ab :
a+b
• Traçamos uma circunferência de centro no ponto médio M e raio
.
2
• Traçamos uma perpendicular a AC passando por B. Chamamos de X e Y as interseções dessa perpendicular com a
circunferência.
√ 2
• O segmento BX mede ab, pois é a altura do triângulo retângulo ACX e portanto BX = AB · BC.
Pauta de Correção:
a+b
• Construir um segmento de tamanho . [0,5]
2
√
• Construir um segmento de tamanho ab . [0,5]
Questão 03 [ 1,00 ::: (a)=0,50; (b)=0,50 ]
(a) Seja p(X) = an X n + an−1 X n−1 + · · · + a2 X 2 + a1 X + a0 um polinômio com coeficientes inteiros. Se a fração
a
irredutı́vel , com a e b inteiros, é raiz de p(X), mostre que a é divisor de a0 e b é divisor de an .
b
(b) Encontre todas as raı́zes reais do polinômio
p(X) = 2X 4 + X 3 − 7X 2 − 3X + 3.
Solução
Mas a e b são primos entre si, portanto segue das duas últimas igualdades
(b) Nesse caso, os divisores de a0 = 3 são 1, −1, 3 e −3 e os divisores de a4 = 2 são 1, −1, 2 e −2.
1 1 3 3
Logo as possı́veis raı́zes racionais de p(X) são 1, −1, 3, −3, , − , e − .
2 2 2 2
1
Agora p(1) = −4, p(−1) = 0, p(3) = 120, p(−3) = 84, p = 0 e, com isso, temos duas raı́zes
2
1 1
racionais de p(X), a saber −1 e . Assim o polinômio p(X) é divisı́vel por X − (−1) = X + 1 e por 2 X − .
2 2
Dividindo p(X) por (X + 1)(2X − 1) = 2X 2 + X − 1 segue que p(X) = (2X 2 + X − 1)(X 2 − 3).
1 √ √
dessas equações do segundo grau, ou seja, −1, , 3 e − 3.
2
Pauta de Correção:
Item (a)
a
• Substituir em p(X) = 0 e obter uma igualdade sem denominadores.[0,25]
b
• Concluir que a é divisor de a0 e b é divisor de an . [0,25]
item (b)
(a) Determine a2 , a3 e a4 .
Solução
1 1 1 1 1 1 1
Como a1 = , obtemos a2 = = , a3 = = e a4 = = .
2 2·3 6 3·4 12 4·5 20
1
(b) Pelos resultados obtido no item (a), é possı́vel conjecturar que an = , para todo n > 1.
n(n + 1)
1
(c) Seja P (n) a proposição: an = , para todo n > 1.
n(n + 1)
1 1
Para n = 1 temos que a1 = = .
2 1·2
1
Suponha agora que P (n) é verdadeira para n = k, ou seja, ak = .
k(k + 1)
Resta provar que P (k) implica P (k + 1). De fato, a1 + a2 + · · · + ak + ak+1 = (k + 1)2 ak+1 .
kak
Usando a definição para k temos que k2 ak + ak+1 = (k + 1)2 ak+1 , logo ak+1 = .
k+2
k k 1 1
Agora usando a hipótese de indução segue que ak+1 = ak = · = .
k+2 k + 2 k(k + 1) (k + 1)(k + 2)
Portanto, P (k + 1) é verdadeira.
Pauta de Correção:
Item (a)
• Encontrar a2 , a3 e a4 . [0,25]
Item (b)
Item (c)
3
Se p é um número natural primo, mostre que 2(p+1) ≡ 256 mod p.
Solução
2p ≡ 2 mod p.
2
2p = (2p )p ≡ 2p ≡ 2 mod p
3 2 2
2p = (2p )p ≡ 2p ≡ 2 mod p
2 2
23p = (2p )3 ≡ 23 mod p
Portanto,
3 3 2
2(p+1) = 2p · 23p · 23p · 21 ≡ 2 · 8 · 8 · 2 ≡ 256 mod p.
Solução alternativa:
2p+1 ≡ 4 mod p
2
2(p+1) ≡ 4p+1 ≡ (2p+1 )2 ≡ 16 mod p
3
2(p+1) ≡ 16p+1 ≡ (4p+1 )2 ≡ 162 ≡ 256 mod p.
Pauta de Correção:
Seja f : [a, b] → [f (a), f (b)] uma função bijetiva, onde [a, b] e [f (a), f (b)] são intervalos de números reais. Considere
ainda x1 , x2 ∈ [a, b] e y1 , y2 números reais positivos. Mostre que existe um único c ∈ [a, b] tal que
Solução
Como f é uma bijeção entre [a, b] e [f (a), f (b)], existe um único c ∈ [a, b]
Pauta de Correção:
• Usar ou observar que f (a) 6 f (x1 ) 6 f (b) e f (a) 6 f (x2 ) 6 f (b). [0,25]
f (x1 )y1 + f (x2 )y2
• Mostrar que pertence ao intervalo [f (a), f (b)]. [0,5]
y1 + y 2
• Concluir a existência e a unicidade de c. [0,25]
Questão 07 [ 1,00 ]
Um cubo está pendurado por um de seus vértices, de forma que a corda que o sustenta é colinear a uma das diagonais
do cubo, como mostra a figura.
Determine o cosseno do ângulo entre a corda e uma das arestas do cubo que lhe são adjacentes, representado na
figura.
Solução
Denotando o vértice por onde o cubo está pendurado por A, o vértice oposto por C e um dos vértices das arestas adjacentes
à corda por B, como na figura, temos que o ângulo β procurado é suplementar ao ângulo α := B ÂC.
√
Denotando por a a aresta do cubo, temos AB = a e AC = a 3. Como BC é perpendicular a AB, o triângulo ABC
AB a 1 1
é reto em B, logo cos α = = √ = √ . Como α e β são suplementares, temos que cos β = − cos α = − √ .
AC a 3 3 3
Solução alternativa:
AB a 1
Considere o ângulo γ := AĈB. Como sen γ = = √ = √ e β = γ + 90◦ (a medida de um ângulo externo
AC a 3 3
do triângulo é a soma das medidas dos ângulos internos não adjacentes a ele), temos:
1 1 1
β − 90◦ = γ ⇒ sen (β − 90◦ ) = sen γ = √ ⇒ sen (90◦ − β) = − √ ⇒ cos β = − √ .
3 3 3
Pauta de Correção:
• Construir um triângulo retângulo que tenha como lados uma aresta, a diagonal do cubo e a diagonal de uma face. [0,25]
• Calcular a medida da diagonal do cubo em função da aresta. [0,25]
• Calcular o cosseno do ângulo suplementar ao pedido (cos α) ou o seno do ângulo da solução alternativa (sen γ). [0,25]
• Obter o cosseno do ângulo pedido (cos β). [0,25]
Questão 08 [ 1,00 ::: (a)=0,50; (b)=0,50 ]
(a) escolhidos ao acaso 3 pontos distintos dentre os 6 dados, eles determinarem um único plano.
(b) escolhidos ao acaso 4 pontos distintos dentre os 6 dados, eles serem coplanares.
Solução
6 2
P = = = 0, 4.
15 5
Pauta de Correção:
Item (a)
Item (b)
Questão 01 [ 1,00 ]
A secretaria de educação de um municı́pio recebeu uma certa quantidade de livros para distribuir entre as escolas do
municı́pio. Sabe-se que a quantidade é superior a 1000, inferior a 2000, que se dividi-los entre 7 escolas sobram 4,
entre 9 sobram 2 e entre 13 sobram 6. Encontre a quantidade de livros.
Solução
Pelo Teorema Chinês dos Restos as soluções do sistema são dadas por
onde
117y1 ≡ 1 mod 7
5y1 ≡ 1 mod 7
91y2 ≡ 1 mod 9 ⇐⇒ y2 ≡ 1 mod 9
63y ≡ 1 mod 13
11y ≡ 1 mod 13
3 3
Pauta de Correção:
Substituindo na segunda equação vemos que 7k + 4 ≡ 2 mod 9, somando 5 em ambos os lados temos que 7k ≡ 7 mod 9,
ou seja, k ≡ 1 mod 9.
Colocando essa informação na terceira equação segue que 63n + 11 ≡ 6 mod 13.
Isso implica que 11n ≡ 8 mod 13. Multiplicando essa equação por 6 temos que 66n ≡ 48 mod 13, ou seja, n ≡ 9 mod 13.
Assim segue que n = 13t + 9 e X = 63n + 11 = 63(13t + 9) + 11 = 819t + 578. Como 1000 < X < 2000, concluı́mos que a
resposta é X = 1397.
Questão 02 [ 1,00 ]
O cone da figura seguinte tem 3 cm de raio e 4 cm de altura, sendo d a distância do vértice a um plano α, paralelo
à base.
Determine d de modo que as duas partes do cone separadas pelo plano α tenham volumes iguais.
Solução
Sejam v o volume do cone pequeno, V o volume do cone grande e Vt o volume do tronco do cone.
Observe que o cone pequeno unido ao tronco de cone completam o cone grande, logo
v + Vt = V.
Queremos v = Vt . logo
2v = V,
ou ainda,
v 1
= .
V 2
Como a razão dos volumes dos cones é igual ao cubo da razão das alturas correspondentes, temos
1 d 3
= ,
2 4
logo
√
3
d = 2 4cm.
Pauta de Correção:
• Utilizar que a razão entre os volumes é igual ao cubo da razão entre as alturas. [0,5]
Solução Alternativa:
e assim
√
3
d = 2 4cm.
Questão 03 [ 1,00 ]
Solução
Como x e y são positivos, a inequação é equivalente à
ou ainda 2
1
8 x− > 0.
2
A última desigualdade, que é satisfeita para todo valor de x, é equivalente à original. Portanto,
1 1
1+ 1+ > 9.
x y
Pauta de Correção:
• Chegar corretamente a uma desigualdade envolvendo apenas uma das variáveis e equivalente à original. [0,5]
Solução Alternativa 1
Como na primeira solução, a equação é equivalente a
Solução Alternativa 2
1 x+y x y 1 1
Como x + y = 1 segue que = = + = + .
xy xy xy xy y x
1 1 1 1 1 2
Logo 1+ 1+ =1+ + + =1+ .
x y y x xy xy
x+y √ 1 4
> xy que é equivalente a > .
2 xy (x + y)2
(a) Seja f : R → R, f (x) = ax + b. Se f (k) ∈ Z para todo k ∈ Z, mostre que a e b são inteiros.
(b) Seja f : R → R, f (x) = ax2 + bx + c. Se f (k) ∈ Z para todo k ∈ Z, podemos afirmar que a, b e c são todos
inteiros? Justifique a sua resposta.
Solução
(a) Como f (0) = b segue que b é inteiro. Além disso, f (1) = a + b ∈ Z temos que
Pauta de Correção:
Item (a)
• Calcular f (0) e concluir que b é inteiro. [0,25]
• Calcular f (1) e concluir que a é inteiro. [0,25]
Item (b)
• Dar um contraexemplo. [0,25]
• Justificar que a função do contraexemplo satisfaz f (k) ∈ Z, para todo k ∈ Z. [0,25]
Questão 05 [ 1,00 ]
Sejam ABCD um quadrado de lado 1 (uma unidade), M o ponto médio de AB, N o ponto médio de BC e I a
interseção de DN e CM . Calcule a área do triângulo N IC.
Solução
Observe que os triângulos retângulos N CD e M BC são congruentes pelo caso LAL. Consequentemente, temos ∠N CI ≡
∠CDN . Como ∠CDN e ∠CN D são complementares, temos então que ∠N CI e ∠IN C também o são, logo o triângulo N IC
é retângulo de hipotenusa CN .
Os triângulos N IC e M BC têm um ângulo em comum e cada um destes triângulos possui um ângulo reto. Assim, eles têm
dois ângulos congruentes e, por isso, são semelhantes. A razão de semelhança entre os triângulos N IC e M BC é dada por
1 1
k=
CN
= s 2 = √2 = √1 .
CM 2
1 5 5
1+ 2
2
Com isso,
Área(N IC) 1
= k2 = ,
Área(M BC) 5
logo
1
Área(N IC) = Área(M BC),
5
e, como
1 1 1 1
Área(M BC) = · BC · BM = · 1 · = ,
2 2 2 4
temos
1 1 1
Área(N IC) = · = .
5 4 20
Pauta de Correção:
De quantas maneiras distintas podemos escolher três números distintos do conjunto I40 = {x ∈ N : 1 6 x 6 40} de
modo que sua soma seja:
(b) um múltiplo de 3?
Solução
(a) Temos que I40 = {1, 2, ..., 39, 40} = {1, 3, ..., 39} ∪ {2, 4, ..., 40}.
| {z } | {z }
20 ı́mpares 20 pares
Para obtermos um número ı́mpar, somando três números, temos duas possibilidades: três ı́mpares ou apenas um deles
ı́mpar.
3 20! 18 · 19 · 20
a C20 = = = 1140.
3!17! 6
Já, o número de possibilidades para escolhermos dois pares e um ı́mpar distintos é
2 20! 19 · 20
20 · C20 = 20 · = 20 · = 3800.
2!18! 2
Para obtermos um múltiplo de 3, somando três números, temos 4 possibilidades: três múltiplos de 3, três da forma
3k + 1, três da forma 3k + 2 ou
tomando os três de formas distintas 3k, 3k + 1 e 3k + 2.
Portanto, a resposta é
3 3 3
C13 + C14 + C13 + 13 · 14 · 13 = 286 + 364 + 286 + 2366 = 3302.
Pauta de Correção:
Item (a)
item (b)
Questão 07 [ 1,00 ]
Mostre que, para todo número natural n > 1, o resto da divisão do polinômio x2n + x + 1 por x2 − 1 é igual a x + 2.
Solução
x2(k+1) + x + 1 = x2k+2 + x + 1 = x2 · x2k + x + 1 = x2 q(x)(x2 − 1) + 1 + x + 1 =
x2 · q(x)(x2 − 1) + x2 + x + 1 = x2 · q(x) + 1 (x2 − 1) + (x + 2).
Solução Alternativa 1:
x2n + x + 1 = (x2 )n + x + 1
= (x2 − 1 + 1)n + x + 1
= (x2 − 1)n + n(x2 − 1)n−1 + · · · + n(x2 − 1) + 1n + x + 1
= (x2 − 1) · q(x) + 1 + x + 1
= (x2 − 1) · q(x) + (x + 2)
Solução Alternativa 2:
Sabemos que y n − 1 = (y − 1)(y n−1 + · · · + y + 1). Assim,
x2n + x + 1 = (x2 )n + x + 1
= (x2 )n − 1 + 1 + x + 1
= (x2 − 1)((x2 )n−1 + · · · + x2 + 1) + x + 2
Solução (a)
an − 1
Suponha que é par e que a não é da forma 4k + 1.
2
an − 1
Temos que = 2k, com k inteiro, logo an = 4k + 1.
2
Considerando que
(4k1 + 3)(4k2 + 3) = 4k + 1
(4k1 + 1)(4k2 + 1) = 4k + 1
(4k1 + 1)(4k2 + 3) = 4k + 3
an − 1
Suponha que é par e que a não é da forma 4k + 1.
2
an − 1
Segue que = 2k, daı́ an = 4k + 1 ou equivalentemente an ≡ 1 mod 4.
2
Solução (b)
an − 1
Suponhamos que a é da forma 4k + 1. Como (4k1 + 1)(4k2 + 1) = 4k + 1, concluimos que an = 4k + 1, e daı́ = 2k,
2
portanto par.
Considerando que
(4k1 + 3)(4k2 + 3) = 4k + 1
(4k1 + 1)(4k2 + 1) = 4k + 1
an − 1
concluimos que an é da forma 4k + 1. Portanto = 2k é par.
2
an − 1
Suponhamos que a é da forma 4k + 1. Segue que a ≡ 1 mod 4, daı́ an ≡ 1 mod 4. Portanto, = 2k é par.
2
Suponhamos n par. Como a é ı́mpar temos que a ≡ 1 mod 4 ou a ≡ 3 ≡ −1 mod 4. Nos dois casos, an ≡ 1 mod 4, portanto
an − 1
= 2k é par.
2
Pauta de Correção item (a):
Outra Solução:
an − 1 a−1
Começamos escrevendo = (an−1 + · · · + a + 1).
2 2
a−1
Vamos, primeiramente, analisar a paridade de .
2
Como a é impar, ele é da forma 4k + 1 ou 4k + 3.
a−1 a−1
Se a = 4k + 1, então = 2k é par, enquanto que, se a = 4k + 3, então = 2k + 1 é ı́mpar.
2 2
an − 1
Finalmente, observando que é par se, e somente se,
2
a−1
é par ou an−1 + · · · + a + 1 é par concluı́mos que
2
an − 1
é par se, e somente se a é da forma 4k + 1 ou n é par.
2
Pauta de Correção:
an − 1 a−1
• Escrever = (an−1 + · · · + a + 1). [0,25]
2 2
a−1
• Analisar corretamente a paridade de . [0,25]
2
• Analisar corretamente a paridade de an−1 + · · · + a + 1. [0,25]
Questão 01 [ 1,25 ]
Determine as equações das duas retas tangentes à parábola de equação y = x2 − 2x + 4 que passam pelo ponto
(2, −5).
Solução
A equação de uma reta tangente à parábola que passa pelo ponto (2, −5) é caracterizada por y = m(x − 2) − 5 , onde m é a
inclinação e o sistema seguinte possui solução única, isto é, a interseção da reta com a parábola possui um único ponto.
(
y = x2 − 2x + 4
y = m(x − 2) − 5
Assim, x2 − 2x + 4 = m(x − 2) − 5, donde x2 − (2 + m)x + 2m + 9 = 0. O sistema terá uma única solução se, e somente se,
∆ = b2 − 4ac = 0.
Pauta de Correção:
Questão 02 [ 1,25 ]
Descreva a construção, com régua e compasso, do cı́rculo tangente à reta r e contendo os pontos A e B da figura
abaixo.
Observação: Considere conhecidas as construções, com régua e compasso, da mediatriz de um segmento, da média
geométrica de dois segmentos e da perpendicular a um segmento passando por um ponto dado. Estas construções
podem ser utilizadas sem maiores detalhamentos.
Solução
Vamos supor o problema resolvido:
Para construir o cı́rculo, precisamos construir, primeiramente, seu centro C. Este centro estará na interseção da mediatriz do
segmento AB com a reta perpendicular a r e passando pelo ponto T de tangência entre r e o cı́rculo. Com isso, se soubermos
determinar o ponto T , o problema poderá ser facilmente resolvido.
Sendo P o ponto de interseção entre r e a reta que passa por A e B, sabemos que
2
PA · PB = PT ,
logo, P T é a média geométrica dos segmentos P A e P B. Com isso, podemos fazer a seguinte construção:
1. Marcamos o ponto P de interseção entre as retas da figura e construı́mos o cı́rculo de centro P e raio a, onde a é a
média geométrica dos segmentos P A e P B (esta construção pode, segundo o enunciado, ser feita sem maiores detalhes).
2. Tomamos o ponto T na interseção entre r e o cı́rculo do passo anterior, de forma que T P A seja agudo.
3. Traçamos a reta s, perpendicular a r e passando por T (segundo o enunciado, esta construção pode ser feita sem maiores
detalhes).
4. Traçamos a reta m, mediatriz de AB (esta construção pode ser feita sem maiores detalhes).
5. Marcamos o centro C do cı́rculo na interseção entre m e s.
6. Construı́mos o cı́rculo de centro C e raio CA.
Pauta de Correção:
• Indicar (mesmo que apenas em uma figura) que o centro do cı́rculo está na mediatriz de AB e na reta perpendicular a
r passando por T , ou seguir claramente uma estratégia que utiliza este fato. [0,25]
• Considerar a média geométrica entre os segmentos P A e P B. [0,25]
• Tomar o ponto T de forma que P T seja a média geométrica entre os segmentos P A e P B. [0,5]
• Finalizar a construção do cı́rculo, tomando o centro na mediatriz de AB e na perpendicular a r passando por T . [0,25]
(a) Prove que um número inteiro positivo n possui uma quantidade ı́mpar de divisores positivos se, e somente se,
é um quadrado perfeito.
(b) Sejam a e b números inteiros positivos com (a, b) = 1. Prove que, se ab é um quadrado perfeito, então a e b são
quadrados perfeitos.
Solução
α
(a) Pelo teorema fundamental da aritmética, n = pα
1
1
· pα
2 · · · pk
2 k
sendo
p1 < p2 < · · · < pk números primos e α1 , α2 , . . . , αk números inteiros positivos. A quantidade de divisores de n é dado
por
d(n) = (α1 + 1) · (α2 + 1) · · · (αk + 1).
(i) Se n tem um número ı́mpar de divisores, então todos os fatores de d(n) são números ı́mpares, ou seja, α1 , α2 , · · · , αk
são números pares. Portanto
α1 α2 αk
2
n= p1 2 · p2 2 · · · pk2 .
(ii) Por outro lado, se n é um quadrado perfeito, então n = c2 para algum c ∈ Z. Isto implica que todos os αi são números
pares e então d(n) é ı́mpar, por ser o produto de ı́mpares.
(b) Sejam a = aβ1 1 · aβ2 2 · · · aβs s e b = bγ11 · bγ22 · · · bγt t a decomposição destes números em fatores primos distintos. O fato de
(a, b) = 1 implica que a e b não tem fator primo comum. Portanto a decomposição de ab em fatores primos é
Como ab é um quadrado perfeito, pelo item (a) a quantidade de divisores de ab é um número ı́mpar, isto é,
é ı́mpar. Logo d(a) é ı́mpar, d(b) é ı́mpar e novamente pelo item (a) os números a e b são quadrados perfeitos.
Pauta de Correção:
Item (a)
• Supor que n tem uma quantidade ı́mpar de divisores e concluir que n é quadrado perfeito. [0,25]
• Supor que n é quadrado perfeito e concluir que n tem uma quantidade ı́mpar de divisores. [0,25]
Item (b)
(b) Sejam a = aβ1 1 · aβ2 2 · · · aβs s e b = bγ11 · bγ22 · · · bγt t a decomposição destes números em fatores primos distintos. O fato de
(a, b) = 1 implica que a e b não tem fator primo comum. Portanto a decomposição de ab em fatores primos é
Como ab é um quadrado perfeito, os expoentes βi e γj são todos pares. Logo as decomposições de a = aβ1 1 · aβ2 2 · · · aβs s e
b = bγ11 · bγ22 · · · bγt t em fatores primos distintos têm expoentes pares. Portanto os números a e b são quadrados perfeitos.
Pauta de Correção:
Item (b)
• Escrever corretamente a decomposição de ab em primos distintos usando o fato de que (a, b) = 1. [0,25]
Uma permutação de n elementos é dita caótica quando nenhum elemento está na posição original. Por exemplo,
(2, 1, 4, 5, 3) e (3, 4, 5, 2, 1) são permutações caóticas de (1, 2, 3, 4, 5), mas (3, 2, 4, 5, 1) não é, pois 2 está no lugar
original. O número de permutações caóticas de n elementos é denotado por Dn .
(b) Quantas são as permutações de (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7) que têm exatamente três números em suas posições original?
Solução
(a) As permutações caóticas de (1, 2, 3, 4) são 2143, 2341, 2413, 3142, 3412, 3421, 4123, 4312 e 4321.
(b) Primeiro escolhemos 3 números entre 1 e 7 que ficam na posição original, o que pode ser feito de C73 = 35 maneiras.
Devemos fazer uma permutação caótica com as demais 4 posições, e isso pode ser feito de D4 = 9 maneiras.
Portanto temos um total de C73 · D4 = 315 permutações de (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7) que têm exatamente três números em suas posições
originais.
Pauta de Correção:
(b) • Concluir que existem 35 modos de escolher os 3 números que ficarão na posição original. [0,25]
• Concluir que cada escolha dos 3 números fixados na posição original gera D4 permutações caóticas. [0,25]
• Concluir a contagem 35 · D4 . [0, 25]
Um tetraedro ABCD possui como base o triângulo equilátero BCD, cujos lados têm medida 1. Suas faces laterais
são tais que AB = AC = AD = ℓ, com B ÂC = C ÂD = B ÂD = α.
12 = ℓ2 + ℓ2 − 2 · ℓ · ℓ · cos α,
que implica
2ℓ2 (1 − cos α) = 1,
logo
1
ℓ2 = .
2(1 − cos α)
Com isso, s
1
ℓ= .
2(1 − cos α)
(b) Como as faces ABC, ACD e ABD são triângulos isósceles de vértice A, as alturas relativas a A de cada uma dessas
faces têm seus pés nos pontos médios de BC, CD e BD, respectivamente. Da mesma forma, as alturas da face BCD,
que é um triângulo equilátero, têm pés nos mesmos pontos médios, como mostra a figura abaixo.
Assim, as projeções das arestas AB, AC e AD sobre a base estão sobre as alturas da base, de forma que H, pé da
altura AH do tetraedro, esteja então no incentro/ortocentro/baricentro do triângulo equilátero BCD. Como a altura
√
3
do triângulo BCD tem medida 2
, temos
√ √
2 3 3
BH = CH = DH = · = .
3 2 3
logo
√ 2
2 3
AH + = ℓ2 ,
3
que nos dá
2 1 1
AH + = .
3 2(1 − cos α)
Com isso, s
1 1
AH = − ,
2(1 − cos α) 3
que é a altura pedida
Pauta de Correção:
Item (a):
(a) Prove a relação de Stifel: para todos n e p inteiros positivos com n > p,
p+1
Cn+1 = Cnp+1 + Cnp .
3
Mostre que an = Cn+2 .
Solução
n!(n + 1) (n + 1)!
Cnp+1 + Cnp = = p+1
= Cn+1
(p + 1)!(n − p)! (p + 1)!(n − p)!
(b) Para n = 2 temos a2 = C22 + C32 = 1 + 3 = C43 , portanto a afirmação é verdadeira.
3 3
Suponhamos an = Cn+2 , para n fixo, n > 2. Vamos provar que o resultado vale para n + 1, isto é, an+1 = Cn+3 .
2 3 2
Temos que an+1 = an + Cn+2 = Cn+2 + Cn+2 (hipótese de indução).
Agora, usando a relação de Stifel, obtemos
3 2 3
an+1 = Cn+2 + Cn+2 = Cn+3
Pauta de Correção:
Item (a)
• Provar a relação de Stifel. [0,5]
Item (b)
• Verificar o resultado para n = 2 (base da indução). [0,25]
• Supor o resultado válido para n e provar para n + 1. [0,5]
Pauta de Correção:
Item (a)
• Encontrar x e y. [0,25]
p+1
• Concluir que Cn+1 = x + y. [0,25]
3
Cn+2 = C33 + C32 + · · · + Cn2 + Cn+1
2
.
3
Cn+2 = C22 + C32 + · · · + Cn2 + Cn+1
2
.
Pauta de Correção:
Item (b)
Uma função f é dita crescente em X ⊂ R se, para todos x1 , x2 ∈ X com x1 < x2 , tem-se f (x1 ) < f (x2 ). Sabendo
que as funções g(x) = xa e h(x) = bx são crescentes em [0, +∞) para a e b reais com a > 0 e b > 1,
x2 +1
(a) prove que a função F (x) = (1 + ex ) é crescente em [0, +∞);
x2 +1
(b) encontre as soluções não negativas da equação (1 + ex ) = 2.
Solução
Por outro lado, tomando b = e > 1, tem-se que ex1 < ex2 , logo ex1 + 1 < ex2 + 1. Agora, tomando a = x22 + 1, concluimos
que
2 2
(1 + ex1 )x2 +1 < (1 + ex2 )x2 +1 (2)
Pauta de Correção:
(a) Sejam a, b, m números inteiros, com m > 1 e tais que (a, m) = 1. Prove que a congruência ax ≡ 1 mod m
possui solução. Além disso, mostre que se x1 , x2 ∈ Z são soluções da congruência, então x1 ≡ x2 mod m.
Solução
(a) Suponha (a, m) = 1. Segue que existem inteiros r, s tais que a · r + m · s = 1. Daı́ temos que ar ≡ 1 mod m, portanto r é
solução. Suponha agora que x1 , x2 são soluções, isto é, ax1 ≡ 1 mod m e ax2 ≡ 1 mod m. Segue que, ax1 ≡ ax2 mod m,
Como (a, m) = 1, concluimos que x1 ≡ x2 mod m.
Pauta de Correção:
Item (a)
Item (b)
Questão 01 [ 1,25 ]
√
Encontre as medidas dos lados e ângulos de dois triângulos ABC diferentes tais que AC = 1, BC = b = 30◦ .
3 e ABC
Solução
√
Considere AC = 1, BC = b = 30◦ e BA = c.
3 , ABC
√
Aplicando a lei dos cossenos, obtemos 1 = c2 + 3 − 2 3c · cos 30◦ = c2 + 3 − 3c, ou seja, c2 − 3c + 2 = 0. Logo c = 1 ou c = 2.
b = 30◦ e B AC
Para c = 1 obtemos um triângulo isósceles, logo B CA b = 120◦ .
√
b = 90◦ e C AB
Para c = 2 temos 22 = ( 3)2 + 12 , logo obtemos um triângulo retângulo com B CA b = 60◦ . Para fins de
ilustração, estes triângulos estão esboçados abaixo:
Pauta de Correção:
√
Sejam BC = 3 e a reta r formando um ângulo de 30◦ com BC. A perpendicular ao segmento BC, traçada de C, intersecta
r em um ponto, denotado por A.
√ √
3 BC 3
No triângulo retângulo ABC, tem-se que cos 30◦ = = = , donde BA = 2.
√ 2 2 BA BA
2 2
Usando o teorema de Pitágoras, ( 3) + (AC) = 2 , e daı́ AC = 1. Assim obtemos um triângulo retângulo ABC, com
BA = 2, AC = 1 e B AC b = 60◦ .
Seja A′ o ponto médio de BA, logo BA′ = A′ A = 1. Traçando a mediana CA′ obtém-se o triângulo A′ AC isósceles com
b = 60◦ , logo um triângulo equilátero. Concluimos daı́ que A′ C = 1.
A′ AC
Consequentemente, o triângulo A′ BC é o outro triângulo pedido, com B Ac′ C = 120◦ .
Pauta de Correção :
Sejam a, b e c números reais com a 6= 0. Considere a função f : R → R definida pela expressão f (x) = ax2 + bx + c.
(b) Utilizando o item anterior, prove que, se b2 − 4ac > 0, as raı́zes da equação ax2 + bx + c = 0, são dadas por
√ √
−b + b2 − 4ac −b − b2 − 4ac
r1 = e r2 = .
2a 2a
Solução
b c
f (x) = ax2 + bx + c = a x2 + x +
a a
b b2 b2 c
= a x2 + 2 · ·x+ 2 − 2 +
2a 4a 4a a
" 2 #
2
b 4ac − b
= a x+ +
2a 4a2
2
b 4ac − b2
= a x+ + .
2a 4a
ax2 + bx + c = 0 ⇐⇒ f (x) = 0
2
b 4ac − b2
⇐⇒ a x+ =−
2a 4a
2 2
b b − 4ac
⇐⇒ a x+ =
2a 4a
2 2
b b − 4ac
⇐⇒ x+ =
2a 4a2
r
b b2 − 4ac
⇐⇒ x+ =±
b2 −4ac>0 2a 4a2
√
b b − 4ac
2
⇐⇒ x+ =±
2a 2|a|
√
b − 4ac
2 b
⇐⇒ x=± −
2a 2a
√
−b ± b2 − 4ac
⇐⇒ x=
2a
Com isso, as raı́zes da equação ax2 + bx + c = 0 são dadas por
√ √
−b + b2 − 4ac −b − b2 − 4ac
r1 = e r2 = .
2a 2a
Pauta de Correção:
(a) • Fazer corretamente o completamento de quadrados. [0,5]
• Concluir corretamente as expressões para m e k. [0,25]
(b) • Observar que a expressão dentro da raiz é positiva. [0,25]
• Chegar corretamente à expressão final. [0,25]
Questão 03 [ 1,25 ::: (a)=0,75; (b)=0,50 ]
Solução
(a) A afirmação é verdadeira para n = 2. De fato, p2 = p21 +2q12 = 1+2 = 3 e q2 = 2p1 q1 = 2, portanto p22 −2q22 = 32 −23 = 1.
Suponha a afirmação verdadeira até um certo k > 2, isto é, p2k − 2qk2 = 1 (hipótese de indução). Vamos provar que a
afirmação é válida para k + 1.
Considerando a recorrência, temos que
p2k+1 − 2qk+1
2
= (p2k + 2qk2 )2 − 2(2pk qk )2 =
= p4k + 4p2k qk2 + 4qk4 − 8p2k qk2 = p4k − 4p2k qk2 + 4qk4 = (p2k − 2qk2 )2
p2k+1 − 2qk+1
2
= (p2k − 2qk2 )2 = 1.
Portanto, pelo Princı́pio de Indução Matemática, temos que p2n − 2qn2 = 1, para n > 2.
(b) Seja d o máximo divisor comum entre pn e qn . Como d | pn e d | qn , então d | p2n − 2qn2 . Usando o item (a) obtemos que
d | 1, o que nos mostra que d = 1.
Pauta de Correção:
Uma técnica simples para calcular o quadrado de um número natural N , representado no sistema decimal, cujo
algarismo das unidades é igual a 5 é a seguinte:
(i) O algarismo das dezenas de N 2 será 2 e o das unidades será 5, ou seja, N 2 “termina”em 25.
(ii) Para determinar os algarismos antecedentes a 25 em N 2 , considere o número a obtido pela retirada do algarismo
5 (algarismo das unidades) do número N que se quer elevar ao quadrado e multiplique pelo seu sucessor a + 1.
Assim, os algarismos do número a × (a + 1) serão os algarismos que antecedem o 25.
Por exemplo: 352 = 1225, pois 3 × 4 = 12; 1952 = 38025, pois 19 × 20 = 380.
Solução
(a) Tem-se que 7052 = 497025, pois 70 × 71 = 4970 e 99952 = 99900025, pois 999 × 1000 = 999000.
(b) Considere um número N , representado no sistema decimal, cujo algarismo das unidades é 5:
Tem-se que
N = (an · 10n−1 + an−1 · 10n−2 + · · · + a1 ) ·10 + 5 = 10a + 5
| {z }
a
onde a é o número formado por todos os algarismos, exceto o algarismo 5. Segue daı́ que
Portanto, N 2 é o número terminado em 25 e os demais algarismos são obtidos pela multiplicação a × (a + 1).
Pauta de Correção:
Um cubo de aresta de medida 3 é intersectado por um plano, determinando o triângulo DP Q, como mostra a figura
a seguir:
Sabe-se que AP = AQ = 2.
Solução
Como os triângulos DAQ e DAP são congruentes (caso LAL), tem-se DP = DQ, logo o triângulo DP Q é isósceles de
vértice D. Tomando o ponto médio M do lado P Q deste triângulo, tem-se então que DM é a altura de DP Q relativa
a P Q.
Como o triângulo AP Q é isósceles de vértice A, temos também que AM é altura de AP Q, logo AM̂ P = 90◦ . Com isso,
AM · P Q = AP · AQ,
logo
√
AM · 2 2 = 2 · 2,
e, com isso,
√
AM = 2.
Com isso,
Área(DP Q) · d = Área(AP Q) · DA.
√
Como Área(DP Q) = 22 e
1 1
Área(AP Q) = · AP · AQ = · 2 · 2 = 2,
2 2
temos
√
22 · d = 2 · 3,
logo
6
d= √ .
22
Pauta de Correção:
Item (a):
Item (b):
√
O segmento d é a altura do triângulo retângulo DAM . Os catetos medem DA = 3, AM = 2, e a hipotenusa mede
√
DM = 11. Calculando a área de duas formas diferentes, obtemos a relação:
DM · d = DA · AM ,
√
√ √ 3 22 6
chegamos a 11d = 3 2, o que nos leva a d = = √ .
11 22
(a) se p | ap − bp , então p | a − b.
(b) se p | ap − bp , então p2 | ap − bp .
Solução
(a) Suponha que p | ap − bp . Como p é primo, pelo Pequeno Teorema de Fermat, temos que p | ap − a e p | bp − b, logo
p | ap − bp − (a − b). Agora, como p | ap − bp , concluı́mos que p | a − b.
(b) Suponha que p | ap − bp . Segue que, usando o item (a), p | a − b, ou equivalentemente, a ≡ b mod p. Então temos que
an ≡ bn mod p, para todo n natural.
Daı́,
ap−1 + ap−2 b + · · · + abp−2 + bp−1 ≡ bp−1 + bp−2 b + · · · + bbp−2 + bp−1 ≡ pbp−1 ≡ 0 mod p
Como ap −bp = (a−b)(ap−1 +ap−2 b+· · ·+abp−2 +bp−1 ) e os dois fatores são divisı́veis por p, concluı́mos que p2 | ap −bp .
Pauta de Correção:
Item (a)
Item (b)
• Decompor ap − bp e usar o item (a) para concluir que p divide um dos fatores. [0,25]
Solução
1 1
Resolvendo o sistema, encontramos C1 = √ , C2 = − √ e assim:
5 5
√ n √ n
1 1+ 5 1 1− 5
Fn = √ −√ .
5 2 5 2
Pauta de Correção:
√
Considere a função real definida por f (x) = 3 sen(x) + cos(x).
(a) Determine α ∈ [0, 2π] para que f possa ser escrita na forma f (x) = 2 sen(x + α).
√
(b) Resolva, em R, a equação 3 sen(x) + cos(x) = 2.
Solução
ou, equivalentemente, √
3 1
cos(α) = e sen(α) = .
2 2
π
Esta igualdade é satisfeita, para α ∈ [0, 2π], tomando-se α = .
6
(b) Pelo item (a),
√ π
3 sen(x) + cos(x) = 2 ⇐⇒ 2 sen x + =2
6
π
⇐⇒ sen x + =1
6
π π
⇐⇒ x + = + 2kπ, k ∈ Z
6 2
π π
⇐⇒ x = − + + 2kπ, k ∈ Z
6 2
π
⇐⇒ x = + 2kπ, k ∈ Z
3
Pauta de Correção:
√
Podemos reescrever a equação na forma 3 sen(x) = 2 − cos(x).
Elevando os dois lados ao quadrado temos que 3 sen2 (x) = (2 − cos(x))2 , ou seja, 3 sen2 (x) = 4 − 4 cos(x) + cos2 (x). Pela
relação fundamental cos2 (x) + sen2 (x) = 1, segue que 3(1 − cos2 (x)) = 4 − 4 cos(x) + cos2 (x).
Assim temos a equação 4 cos2 (x) − 4 cos(x) + 1 = 0. Fazendo cos(x) = t obtemos a equação do segundo grau 4t2 − 4t + 1 = 0,
1
cuja solução é t = .
2
1 π π
Logo temos que resolver a equação cos(x) = que tem como soluções x = + 2kπ e x = − + 2kπ, com k ∈ Z.
2 3 3
π π
Como as funções seno e cosseno são 2π-periódicas, podemos testar apenas x = e x = − na equação original.
3 3
π π π √ π √
1 3 3
Sabemos que cos = cos − = , sen = e sen − =− .
3 3 2 3 2 3 2
√ π π
Substituindo na equação 3 sen(x) = 2 − cos(x) vemos que x = é solução e que x = − não é solução.
3 3
π
Portanto as soluções em R são dadas por x = + 2kπ, com k ∈ Z.
3
Questão 01 [ 1,25 ]
√
Encontre as medidas dos lados e ângulos de dois triângulos ABC diferentes tais que AC = 1, BC = b = 30◦ .
3 e ABC
Solução
√
Considere AC = 1, BC = b = 30◦ e BA = c.
3 , ABC
√
Aplicando a lei dos cossenos, obtemos 1 = c2 + 3 − 2 3c · cos 30◦ = c2 + 3 − 3c, ou seja, c2 − 3c + 2 = 0. Logo c = 1 ou c = 2.
b = 30◦ e B AC
Para c = 1 obtemos um triângulo isósceles, logo B CA b = 120◦ .
√
b = 90◦ e C AB
Para c = 2 temos 22 = ( 3)2 + 12 , logo obtemos um triângulo retângulo com B CA b = 60◦ . Para fins de
ilustração, estes triângulos estão esboçados abaixo:
Pauta de Correção:
√
Sejam BC = 3 e a reta r formando um ângulo de 30◦ com BC. A perpendicular ao segmento BC, traçada de C, intersecta
r em um ponto, denotado por A.
√ √
3 BC 3
No triângulo retângulo ABC, tem-se que cos 30◦ = = = , donde BA = 2.
√ 2 2 BA BA
2 2
Usando o teorema de Pitágoras, ( 3) + (AC) = 2 , e daı́ AC = 1. Assim obtemos um triângulo retângulo ABC, com
BA = 2, AC = 1 e B AC b = 60◦ .
Seja A′ o ponto médio de BA, logo BA′ = A′ A = 1. Traçando a mediana CA′ obtém-se o triângulo A′ AC isósceles com
b = 60◦ , logo um triângulo equilátero. Concluimos daı́ que A′ C = 1.
A′ AC
Consequentemente, o triângulo A′ BC é o outro triângulo pedido, com B Ac′ C = 120◦ .
Pauta de Correção :
Sejam a, b e c números reais com a 6= 0. Considere a função f : R → R definida pela expressão f (x) = ax2 + bx + c.
(b) Utilizando o item anterior, prove que, se b2 − 4ac > 0, as raı́zes da equação ax2 + bx + c = 0, são dadas por
√ √
−b + b2 − 4ac −b − b2 − 4ac
r1 = e r2 = .
2a 2a
Solução
b c
f (x) = ax2 + bx + c = a x2 + x +
a a
b b2 b2 c
= a x2 + 2 · ·x+ 2 − 2 +
2a 4a 4a a
" 2 #
2
b 4ac − b
= a x+ +
2a 4a2
2
b 4ac − b2
= a x+ + .
2a 4a
ax2 + bx + c = 0 ⇐⇒ f (x) = 0
2
b 4ac − b2
⇐⇒ a x+ =−
2a 4a
2 2
b b − 4ac
⇐⇒ a x+ =
2a 4a
2 2
b b − 4ac
⇐⇒ x+ =
2a 4a2
r
b b2 − 4ac
⇐⇒ x+ =±
b2 −4ac>0 2a 4a2
√
b b − 4ac
2
⇐⇒ x+ =±
2a 2|a|
√
b − 4ac
2 b
⇐⇒ x=± −
2a 2a
√
−b ± b2 − 4ac
⇐⇒ x=
2a
Com isso, as raı́zes da equação ax2 + bx + c = 0 são dadas por
√ √
−b + b2 − 4ac −b − b2 − 4ac
r1 = e r2 = .
2a 2a
Pauta de Correção:
(a) • Fazer corretamente o completamento de quadrados. [0,5]
• Concluir corretamente as expressões para m e k. [0,25]
(b) • Observar que a expressão dentro da raiz é positiva. [0,25]
• Chegar corretamente à expressão final. [0,25]
Questão 03 [ 1,25 ::: (a)=0,75; (b)=0,50 ]
Solução
(a) A afirmação é verdadeira para n = 2. De fato, p2 = p21 +2q12 = 1+2 = 3 e q2 = 2p1 q1 = 2, portanto p22 −2q22 = 32 −23 = 1.
Suponha a afirmação verdadeira até um certo k > 2, isto é, p2k − 2qk2 = 1 (hipótese de indução). Vamos provar que a
afirmação é válida para k + 1.
Considerando a recorrência, temos que
p2k+1 − 2qk+1
2
= (p2k + 2qk2 )2 − 2(2pk qk )2 =
= p4k + 4p2k qk2 + 4qk4 − 8p2k qk2 = p4k − 4p2k qk2 + 4qk4 = (p2k − 2qk2 )2
p2k+1 − 2qk+1
2
= (p2k − 2qk2 )2 = 1.
Portanto, pelo Princı́pio de Indução Matemática, temos que p2n − 2qn2 = 1, para n > 2.
(b) Seja d o máximo divisor comum entre pn e qn . Como d | pn e d | qn , então d | p2n − 2qn2 . Usando o item (a) obtemos que
d | 1, o que nos mostra que d = 1.
Pauta de Correção:
Uma técnica simples para calcular o quadrado de um número natural N , representado no sistema decimal, cujo
algarismo das unidades é igual a 5 é a seguinte:
(i) O algarismo das dezenas de N 2 será 2 e o das unidades será 5, ou seja, N 2 “termina”em 25.
(ii) Para determinar os algarismos antecedentes a 25 em N 2 , considere o número a obtido pela retirada do algarismo
5 (algarismo das unidades) do número N que se quer elevar ao quadrado e multiplique pelo seu sucessor a + 1.
Assim, os algarismos do número a × (a + 1) serão os algarismos que antecedem o 25.
Por exemplo: 352 = 1225, pois 3 × 4 = 12; 1952 = 38025, pois 19 × 20 = 380.
Solução
(a) Tem-se que 7052 = 497025, pois 70 × 71 = 4970 e 99952 = 99900025, pois 999 × 1000 = 999000.
(b) Considere um número N , representado no sistema decimal, cujo algarismo das unidades é 5:
Tem-se que
N = (an · 10n−1 + an−1 · 10n−2 + · · · + a1 ) ·10 + 5 = 10a + 5
| {z }
a
onde a é o número formado por todos os algarismos, exceto o algarismo 5. Segue daı́ que
Portanto, N 2 é o número terminado em 25 e os demais algarismos são obtidos pela multiplicação a × (a + 1).
Pauta de Correção:
Um cubo de aresta de medida 3 é intersectado por um plano, determinando o triângulo DP Q, como mostra a figura
a seguir:
Sabe-se que AP = AQ = 2.
Solução
Como os triângulos DAQ e DAP são congruentes (caso LAL), tem-se DP = DQ, logo o triângulo DP Q é isósceles de
vértice D. Tomando o ponto médio M do lado P Q deste triângulo, tem-se então que DM é a altura de DP Q relativa
a P Q.
Como o triângulo AP Q é isósceles de vértice A, temos também que AM é altura de AP Q, logo AM̂ P = 90◦ . Com isso,
AM · P Q = AP · AQ,
logo
√
AM · 2 2 = 2 · 2,
e, com isso,
√
AM = 2.
Com isso,
Área(DP Q) · d = Área(AP Q) · DA.
√
Como Área(DP Q) = 22 e
1 1
Área(AP Q) = · AP · AQ = · 2 · 2 = 2,
2 2
temos
√
22 · d = 2 · 3,
logo
6
d= √ .
22
Pauta de Correção:
Item (a):
Item (b):
√
O segmento d é a altura do triângulo retângulo DAM . Os catetos medem DA = 3, AM = 2, e a hipotenusa mede
√
DM = 11. Calculando a área de duas formas diferentes, obtemos a relação:
DM · d = DA · AM ,
√
√ √ 3 22 6
chegamos a 11d = 3 2, o que nos leva a d = = √ .
11 22
(a) se p | ap − bp , então p | a − b.
(b) se p | ap − bp , então p2 | ap − bp .
Solução
(a) Suponha que p | ap − bp . Como p é primo, pelo Pequeno Teorema de Fermat, temos que p | ap − a e p | bp − b, logo
p | ap − bp − (a − b). Agora, como p | ap − bp , concluı́mos que p | a − b.
(b) Suponha que p | ap − bp . Segue que, usando o item (a), p | a − b, ou equivalentemente, a ≡ b mod p. Então temos que
an ≡ bn mod p, para todo n natural.
Daı́,
ap−1 + ap−2 b + · · · + abp−2 + bp−1 ≡ bp−1 + bp−2 b + · · · + bbp−2 + bp−1 ≡ pbp−1 ≡ 0 mod p
Como ap −bp = (a−b)(ap−1 +ap−2 b+· · ·+abp−2 +bp−1 ) e os dois fatores são divisı́veis por p, concluı́mos que p2 | ap −bp .
Pauta de Correção:
Item (a)
Item (b)
• Decompor ap − bp e usar o item (a) para concluir que p divide um dos fatores. [0,25]
Solução
1 1
Resolvendo o sistema, encontramos C1 = √ , C2 = − √ e assim:
5 5
√ n √ n
1 1+ 5 1 1− 5
Fn = √ −√ .
5 2 5 2
Pauta de Correção:
√
Considere a função real definida por f (x) = 3 sen(x) + cos(x).
(a) Determine α ∈ [0, 2π] para que f possa ser escrita na forma f (x) = 2 sen(x + α).
√
(b) Resolva, em R, a equação 3 sen(x) + cos(x) = 2.
Solução
ou, equivalentemente, √
3 1
cos(α) = e sen(α) = .
2 2
π
Esta igualdade é satisfeita, para α ∈ [0, 2π], tomando-se α = .
6
(b) Pelo item (a),
√ π
3 sen(x) + cos(x) = 2 ⇐⇒ 2 sen x + =2
6
π
⇐⇒ sen x + =1
6
π π
⇐⇒ x + = + 2kπ, k ∈ Z
6 2
π π
⇐⇒ x = − + + 2kπ, k ∈ Z
6 2
π
⇐⇒ x = + 2kπ, k ∈ Z
3
Pauta de Correção:
√
Podemos reescrever a equação na forma 3 sen(x) = 2 − cos(x).
Elevando os dois lados ao quadrado temos que 3 sen2 (x) = (2 − cos(x))2 , ou seja, 3 sen2 (x) = 4 − 4 cos(x) + cos2 (x). Pela
relação fundamental cos2 (x) + sen2 (x) = 1, segue que 3(1 − cos2 (x)) = 4 − 4 cos(x) + cos2 (x).
Assim temos a equação 4 cos2 (x) − 4 cos(x) + 1 = 0. Fazendo cos(x) = t obtemos a equação do segundo grau 4t2 − 4t + 1 = 0,
1
cuja solução é t = .
2
1 π π
Logo temos que resolver a equação cos(x) = que tem como soluções x = + 2kπ e x = − + 2kπ, com k ∈ Z.
2 3 3
π π
Como as funções seno e cosseno são 2π-periódicas, podemos testar apenas x = e x = − na equação original.
3 3
π π π √ π √
1 3 3
Sabemos que cos = cos − = , sen = e sen − =− .
3 3 2 3 2 3 2
√ π π
Substituindo na equação 3 sen(x) = 2 − cos(x) vemos que x = é solução e que x = − não é solução.
3 3
π
Portanto as soluções em R são dadas por x = + 2kπ, com k ∈ Z.
3